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PEDRO CALDEIRA CABRAL

"Guitarristas Lendários"

22:00 | SALA 2

Pedro Caldeira Cabral guitarra portuguesa


Joaquim António Silva viola
Duncan Fox contrabaixo

Anónimo, atr. a. leal moreira (1758-1819) manuel rodrigues paredes


Fofa da Rozinha (c.1875-c.1940)
Maxixe Poiarense
manuel josé vidigal (1763-1827) artur paredes (1899-1980)
Marcha dos Cavalinhos Variações em Mi menor

joão paullo pereira (c.1790-1860) armando freire (1891-1946)


Allegro Variações em Lá menor

ambrósio fernandes maia josé nunes (1916-1979)


(c.1830-1904) Vira de Frielas
Valsa
carlos paredes (1925-2004)
josé maria “dos Cavalinhos” (fl.1850- Movimento Perpétuo
70)
Fado do Conde da Anadia pedro caldeira cabral (1950)
Astoriana
luís carlos da silva (1859-1934) Balada do Tejo
Fado-Valsa Novo Fandango

anthero da veiga (1866-1960)


Bailados do Minho

gonçalo paredes (1873-1915)


Valsa
GUITARRISTAS LENDÁRIOS para o governador de S. Paulo, no Brasil. Por volta de cithara, a guitarra e as violas”, ilustrando claramente o
1680 é realizada a escultura do anjo músico, tocando uso dos dois instrumentos em contexto social idêntico,
A guitarra portuguesa é hoje em dia um instrumento cítara, integrada no Retábulo da Morte de S. Bernardo, tal como Silva Leite o fizera anos antes no seu método.
musical indissociável das práticas musicais ligadas no Mosteiro de Alcobaça. A notícia sobre o Padre João Em 1858 é publicado no Porto a obra de Fétis A
ao fado de Lisboa e à canção de Coimbra, tendo de Lima nos Desagravos do Brasil (c.1700) descreve-o Música ao Alcance de Todos, cuja tradução contém
em ambas as tradições citadinas sido cultivada como tocando vários instrumentos de corda entre um glossário de José Ernesto de Almeida, no qual
activamente por guitarristas-compositores, sendo os quais, em segunda posição, a cítara. Entre 1712 se descrevem a cítara e a guitarra da época com
alguns deles figuras lendárias que nos legaram nos e 1715, o famoso cirurgião e filósofo António Ribeiro indicações do estatuto social diferenciado dos seus
últimos dois séculos um património popular de Sanches (1699-1783) recebia lições de cítara na cidade utilizadores, as respectivas afinações e reportório.
grande valor artístico. da Guarda, facto que atesta a prática deste instrumento O século XX assistiu à requalificação social e musical
Os três géneros principais associados à cítara-guitarra para além dos grandes centros de cultura do país. do instrumento, entretanto elevado à categoria de
eram o fado batido (danças da fofa, lundum e Com a publicação do Estudo de Guitarra (Porto, símbolo identitário, frequentemente incluído em
umbigada), o fado cantado e as guitarradas (variações 1795), António da Silva Leite (1753-1833) dá-nos representações pictóricas eruditas (de Mário Eloy,
instrumentais). A guitarra portuguesa, nessa época um precioso testemunho sobre o uso da cítara Cândido da Costa Pinto a Júlio Pomar e Graça
ainda chamada cítara e socialmente desqualificada, no seu tempo, referindo-a como instrumento de Morais), citado pelos mais famosos poetas (de
é o instrumento ideal para a execução do fado, acompanhamento a par do cravo e da tiorba. O seu Fernando Pessoa e Sophia de Mello Breyner Andresen
dadas as características peculiares do seu timbre e livro é dedicado exclusivamente à guitarra “inglesa”, um a Manuel Alegre).
da expressividade melancólica obtida com recurso a tipo de cítara europeia modificada por construtores
técnicas de ornamentação e vibrato (gemidinho). alemães e introduzida em Inglaterra nos meados do Evocamos neste programa o contributo decisivo de
século XVIII. Esta guitarra (com apenas 10 cordas gerações sucessivas de criadores e intérpretes que,
Desde a sua origem (século XVI), a guitarra era e com uma afinação e técnica muito diferentes da com o seu talento e virtuosidade musical, marcaram
conhecida entre nós pelo nome de cítara e tocada nos nossa) tem entre nós uma difusão limitada aos as diferentes épocas, inscrevendo-se na história da
meios aristocráticos onde cumpria uma função dupla: círculos aristocráticos e burgueses das cidades de guitarra popular como verdadeiras figuras lendárias,
o acompanhamento do canto e a execução de peças de Lisboa, Porto e Coimbra, nunca se popularizando inspiradoras da renovação instrumental das gerações
dança e fantasias instrumentais. A notícia mais antiga e desaparecendo gradualmente a sua prática com a presentes e futuras.
do seu uso é dada por Garcia de Resende (cronista, revitalização da cítara, causada pela associação desta Concluindo, a Guitarra Portuguesa de hoje entrou
poeta e músico) em 1521. Cedo porém se terá com o Fado de Lisboa. definitivamente na categoria de instrumento de
popularizado como nos sugere o rifão “Palavras sem A desqualificação social da cítara é um facto, atestado concerto, apreciada internacionalmente, representada
obras, Cithara sem cordas” usado por Jorge Ferreira por exemplo com a notícia da prisão, em 1820 (ano do por um conjunto vasto de intérpretes, apostados na
de Vasconcelos na sua deliciosa Comédia Eufrosina nascimento da Severa), de um tal Manuel Raimundo, divulgação das várias vertentes que constituem o seu
de 1543. Em 1582, o cronista Frei Phillipe de Caverel, homem pardo, por estar “tocando em huma Cytara” reportório, bem ilustrado no programa deste concerto.
de visita a Portugal, descreve alguns instrumentos numa “loja de louça que também vende aguardente”, na
musicais usados pelos portugueses, citando a cítara, Calçada de Santana, em Lisboa. pedro caldeira cabral
entre outros. Em 1652, encontramos no inventário de Cunha Matos, descrevendo os costumes da burguesia
Francisco de Leão a menção de que possuía uma cítara do Brasil em 1824, diz-nos: “Na província de Goiaz, as
comprada em Lisboa por 480 reis e enviada depois senhoras cantam soffrivelmente e tocam o psaltério, a

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Pedro Caldeira Cabral guitarra portuguesa sua autoria, sendo esta a primeira obra monográfica
sobre as origens e evolução histórica, estudo
Nasceu em Lisboa em 1950.Ainda na infância inicia organológico, e reportório do instrumento nacional.
o estudo da guitarra portuguesa, da guitarra clássica e Comissariou as exposições monográficas “Portuguese
da flauta doce. Mais tarde estuda solfejo, contraponto Guitar Memories”, apresentada no Convento de Santa
e harmonia com Artur Santos. A partir de 1970 inicia Agnes de Boémia (Praga, República Checa) em 2000,
o estudo do alaúde, da viola da gamba e de outros e “À Descoberta da Guitarra Portuguesa” no Museu
instrumentos antigos de corda e de sopro, vindo Abade Pedrosa de Santo Tirso em 2002.
mais tarde a fundar e dirigir os grupos La Batalla e Fez programas nas seguintes emissoras de televisão:
Concerto Atlântico, especializados na interpretação RTP (Portugal), WDR, ZDF e NDR (Alemanha),
da Música Antiga em instrumentos históricos. BBC e Granada TV (Inglaterra), ORTF (França),
Desde 1969, desenvolve como compositor um estilo VPRO (Holanda) e TV Globo e TV Cultura de S.
próprio, fundado na tradição solística da guitarra Paulo (Brasil).
portuguesa, com incorporação de técnicas originais A sua discografia a solo inclui: Guitarras de Portugal
e elementos resultantes do estudo dos instrumentos (Tecla, 1971); Encontros (Orfeu, 1982); A Guitarra
antigos das tradições cultas e populares da Europa nos salões do século XVIII (Orfeu, 1983); Pedro
Mediterrânica. Como intérprete tem alargado o Caldeira Cabral (EMI, 1985); Duas Faces (EMI,
reportório solístico da guitarra, fazendo transcrições 1987); Guitarra Portuguesa (GHA, 1991); Momentos
de obras de Bach, Weiss, Scarlatti e Seixas, entre da Guitarra (Fenn, 1992); Variações (Mediem/
outros, e apresentado publicamente novas obras WDR, 1993); Música de Guitarra Inglesa (BMG/RCA
originais de autores contemporâneos. Classics, 1998); Sons da Terra Quente (FM, 2000); The
Tem realizado investigação na área da música Enchanting Modinhas and the English Guitar (Radical
tradicional (organologia musical), tendo colaborado Media, 2001); Memórias da Guitarra Portuguesa
com Ernesto Veiga de Oliveira na segunda e (Tradisom, 2003), A Guitarra do Século XVIII (Tradisom,
na terceira edição de Os Instrumentos Musicais 2003) e Guitara Diversa (Mastermix, 2004).
Populares Portugueses (Fundação Calouste
Gulbenkian, 1983 e 2001).
Desde 1970, tem dado na qualidade de solista
concertos nas principais salas e festivais da Europa,
Estados Unidos da América, Macau e Brasil. Tem
efectuado conferências e seminários sobre temas
musicais na Europa (França, Inglaterra, Alemanha,
Suíça, Suécia e Turquia) e EUA. Fez a pré-produção e
a direcção artística do Festival de Guitarra Portuguesa
na EXPO 98.
Em 1999 foi editado o livro A Guitarra Portuguesa de

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Joaquim António Silva viola Duncan Fox contrabaixo

Nasceu em Óbidos em 1956. Músico autodidacta, Nasceu em Inglaterra em 1970, tendo feito estudos
tem exercido esta actividade paralelamente à sua musicais entre 1985 e 88 na Junior School-Royal
vida profissional como fotógrafo. Frequentou Academy of Music, frequentando a classe de contrabaixo
cursos de direcção coral com Mário Mateus e sob a orientação de Emmanuel Shulmann. Entre 1988
Fernando Lopes-Graça. e 92 efectuou estudos superiores no Royal Northern
Desde 1979 que se interessou pela Música College of Music em Manchester, trabalhando o
Antiga, dedicando-se ao estudo do alaúde e contrabaixo com Duncan McTier, o piano com David
outros instrumentos em uso na Idade Média e Lloyd e a viola da gamba com Richard Boothby.
Renascimento. Integra desde 1986 o grupo La Integrou a Manchester Camerata, Goldberg Ensemble e
Batalla e desde 1991 o Concerto Atlântico, ambos a Opera North Orchestra.
dirigidos por Pedro Caldeira Cabral, e com os quais Desde 1993 vive e trabalha em Lisboa, integrando a
se apresentou em inúmeros concertos em Portugal Orquestra Sinfónica Portuguesa (Coordenador de
e nos festivais de Utrecht (Holanda) e Clerckenwell Naipe Adjunto), o Trio de Pedro Caldeira Cabral e o
(Inglaterra),além de outras cidades estrangeiras. Concerto Atlântico.
Integra igualmente, como acompanhador, o Trio
de Pedro Caldeira Cabral, tendo participado em
inúmeros concertos em Portugal, na Irlanda, na
Noruega, na Alemanha, na Holanda, na Bélgica, em
Itália em França, em Espanha e em Macau.
Tem-se também dedicado ao estudo e práticas da
música tradicional, nomeadamente ao reportório de
dança e instrumentos tradicionais da Estremadura e
ao trabalho de direcção coral de grupos amadores.

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