Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
i, 12 de Janeiro de 2010
http://www.ionline.pt/conteudo/41427-ouvir-o-povo-e-que-nao
Foi assim na Primeira República: foi no Governo Provisório que Afonso Costa,
ministro da Justiça, ordenou a expulsão das ordens religiosas e legislou as
disposições de marginalização e humilhação da Igreja Católica, antes das eleições
constituintes de 1911. E, em 1913, chefiando um governo democrático, reduziu o
eleitorado de 850 mil para menos de 400 mil eleitores, retirando o voto aos
analfabetos e aos militares. As mulheres, consideradas conservadoras, nunca
tiveram voto no tempo dos tão progressistas democráticos. Comentava um
contemporâneo: "[...] os republicanos passaram a legislar em ditadura, fazendo em
ditadura as suas leis mais importantes, e nunca as submetendo a cortes
constituintes, ou a qualquer espécie de cortes. A lei do divórcio, as leis da família, a
lei da separação da Igreja do Estado - todas foram decretos ditatoriais, todas
permanecem hoje, e ainda, decretos ditatoriais." O contemporâneo é Fernando
Pessoa.
Vamos lutar pelo referendo. E, se tudo ficar assim, podemos desabafar com o Luís
Fernando Veríssimo - "Fazer árvore genealógica daqui para a frente vai ser..."
complicado! (Ele diz outra coisa...).
Professor universitário