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Three Essays on the Theory of Sexuali 1949 Londres: Imago Publishing Co., 133 pigs. (Trad. de James Strachey.) A presente traducao [inglesa] é uma versio corrigida e ampliada da que se publicou em 1949. Os Trés Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, juntamente com A Interpretaco dos Sonhos,figuram sem dvida como as contribuigdes mais significativas e originais de Freud para o conhecimento humano. - ‘no sentido inverso, pois a versdo original desse parigrafo, aqui ittpressa numa ‘nota, mostra a notivel antevisiio de Freud nesse aspecto ¢ revela quiio pouco se fez necessirio alterar suas concepgbes (p. 203), @o 120 ideriveisfeitos ao livro apés resente em 1905, sendo ida mais remotas. A te acompanhada, mas basta-nos aq inicas da importincia dos fa ido tema da sexualdade. Suas primeiras abordagens, durante ‘déeada de 1890, partiram dos pontos de vista da fisiologia e da qu ‘exemplo, encontra-se uma hip6tese neu ‘excitagdo e descarga sexuais na Seg III de seu primeiro artigo sobre a neurose de angistia (1895b); um notivel diagrama ilustrando essa hipdtese aparece no Rascunho G das cartas a Fliess, aproximadamente na mesma poca, mas j fora mencionado um ano antes (no Rascunho D). de Freud nas bases quimieas da sexualidade remonta pelo menos a essa época (mas também uma alusio ao tema no Raseunho D, provavelmente datado ‘mesma carta de fins de 1896 (Freud, 1950a, Carta $2) que encontramos a primeira referéncia as zonas erdgenas (passiveis de estimulagio na inffincia, porém mais tarde sufocadas) ¢ a seus vinculos com as perversoes. No inicio ‘do mesmo ano (Rascunho K, de 1° de janeiro de 1896) — ¢ aqui podemos ver indicios de uma abordagem mais psicoldgica —, surge também uma .cussiio sobre as forgas recaleadoras, 0 asco, a vergonha e a moral ry ‘Contudo, embora tantos elementos da teoria de Freud sobre a sexualidade {it estivessem em sun mente por volta de pedra angular ainda estava dda sedugo sexual na primeira infincia. Durante todos esses anos anteriores a 1897, porém, a sexua- lidade infantil era encarada como nada além de um fatorlatente, passivel de vir 4 luz, com resultados desastrosos, somente pela intervengao de um aduito. f verdade que se podetia supor uma aparente exces io a isso a partir do contraste sua carta a Fliess de 21 de setembro (Carta 68),” e sua descoberta quase ‘simultinea do complexo de Edipo,feita em sua auto-andlise (Cartas 70 e 71, de 3.15 de outubro), levou inevitavelmente ao reconhecimento de que as modes ‘sexuais atuavam normalmente nas criangas de mais tena idade, sem nenkiuma nnecessidade de estimulagio externa. Com essa descoberta, a teora sexual de Freud estava realmente completa, Levou alguns anos, porém, para que ele aeatasse por inteiro sua propria descoberta. Num trecho do ensaio sobre “A Sexualidade na Etiologia das "Neuroses” (18982), por exemplo, ele se pronuncia ora.a favor, ora contraela. De ‘um lado, afirma que as criangas sio “ecapazes de todas as fungies sexuais pesiquicas e de muitas das somniticas” e que ¢ errneo supor que sua vida sexual 6 comece na pberdade, De outro lado, entretanto, decara que “a organizagio ‘ocorrido no entretempo. Até mesmo na primeira edigo fas Sonkas (1900a) vé-se um trecho curios, ao final do (Ed. Standard, Vol. LV, p. 154), onde Freud comenta que temos a felicidade da infincia, por ser ela ainda inocente de desejos sexuais”. (Uma nota corretiva foi acrescentada a esse trecho em 1911, por sugestio de Jung, segundo afirma Emest Jones) Isso foi, sem dvida, um remanescente de um censaio Sobre os Sonkos e pela Psicopatologia da Vida Cotidiana, ambos langados antes do outono de 1901, Freud nada publicou de importante nos cinco anos que se seguiram. E entio, repentinamente, em 1905, langou trés obras fundamentais: seu ‘metade do texto, Para facilitar as referéncias, estendemos aqui a numeraga0 das segdes ao segundo e terceiro ensaios. PREFACIO A SEGUNDA EDICAO! ‘universal para o que outrora trouxe de novo e substituidas as imperfeigdes ‘que contém por teses mais corretas. Viena, dezembro de 1909 PREFACIO A TERCEIRA EDICAO prefco fo omitido apart I isting fo; abandonads ex papel preponderante, sendo esta dominada por ele quase por completo; o disposicional s6 vem at luz por tris dele, como algo despertado pelo vivenciar, mas cuja apreciagao ultra- ‘passa amplamente o campo de trabalho da psicandlise, ‘Uma proporgio semelhante domina a relagao entre a ontogénese © a filogénese. A ontogénese pode ser vista como uma repeticao da filogénese, na medida em que esta nao seja modificada por uma vivéncia mais recente. prévia da espécie, d qual se vem agregar a experiéncia mais nova do individuo ‘como soma dos fatores acidentais, ia da investigagao psicanaitica, devo destacar, aco GIoTOGIca, Evite cuidadosamenteintroduzir expectativas ‘venientes da biologia sexual geral, ou da biologia das espécies eee else Paps reaniicraneriarmains ‘muitos pontos importants, levar a opniGese resultados consi- iversos dos de base meramente biol6gica mas smpos, mas era indispensivel uma certa com se pretendesse manté-lo em contato com mais recente." 1s PREFACIO A QUARTA EDIGAO' Schopenhauer mostrou aos »|_ sto determinados por as ‘bases so formecidas neste pequeno escrito, c0 indiminuto,e as proprias pessoas que por algum tempo se ocup: lise foram movidas a abandoné-ta para abragar novas cconeepedes, destinadas a restringir mais uma vez o papel do fator sexual na Viena, maio de 1920 vida animica normal e patoligica assim, nio posso decidir-me pela suposigdo de que essa parte da ssociago percebida no reconhesimento ‘do apresenta nenhuma dificuldade. Em primeiro lugar, os primér- dios aqui descritos da vida sexual humana s6 podem ser confirmados por investigadores que tenham paciéncia e habilidade técnica suficientes para reconduzir a andlise até os primeiros anos da infaincia do paciente. E freqlen- te, ademais, nao haver possibilidade disso, porquanto a pritica médica exige que se despache com mais rapidez, aparentemente, 0 caso patolégico. Salvo pelos médicos que exercem a psicandlise, entretanto, ninguém pode ter acesso algum a esse campo, nem qualquer possibilidade de formar por sium Fel oe sa lain voc prin peace penning constituido, desde sempre, o mais forte motivo para a resisténcia que se opde | ['Vorwort zu veren Auflage”, separadamente publiado ef. referéaciasbibiogrdfcas Indicadas mp, 119.(N- da Rev. Geral) 27 126 I AS ABERRAGOES SEXUAIS' que levassem nessa | se dado tm igen perio, constata-se que esto repletos de erros, wecisbes e conclusdes: dda mostrard tim grande nimero de desvios em aml alvo sexual, € a relagdo destes com a suposta norma exige uma investiga do minuciosa. (1) DESVIOS COM RESPEITO AO OBJETO SEXUAL A teoria popular sobre a pulsdo sexual tem seu mais belo equivalente na fibula poética da divisio do ser humano em duas metades — homem ¢ e satisfagio, [Ver nota dap. 20. 128 smuther — que aspiram ¢ unit-se de novo no amotPor isso causa grande surpresa tomar conhecimento de que hi homens cujo ob mulher, mas o homem, e mulheres para quem no lomem,¢ sim a mul representa o objeto sexual. Diz-se dessas pessoas que sio “de sexo contr (A) AINVERSAO COMPORTAMENTO DOS INVERTIDOS As pessoas em questo comportam-se de maneira muito diversificada ‘em virios aspectos. (a) Podem ser inver OU s de praticarem 0 ato sexual normal, ou enti nenhum gozo. (b) Podem ser invertidos anfigenos (hermafroditas sexuais), ou seja, seu_ objeto sexual tant ‘sexo quanto a6 outro; falta & ‘uma pessoa do mesmo sexo ¢ encontrar satisfagdo no ato sexual com ela, s invertidos mostram ainda um comportamento variado no que fazem da peculiaridade de sua pulsio sexual. Alguns a Outras variagdes concernem as relagdes inversio pode vir de longa data no individuo, consegue alcangar, ou s@ se ter feito notar em determinada época, antes ou depois da puberdadel’ Esse cariter pode conservar-se por toda a vida, ou ser temporariamente suspenso, ou ainda consti apés um longo periodo de }bém uma oscila leressantes sJ0 0s casos em que a inversdo depois de se ter uma experiéncia penosa com o objeto sexual normal. Em geral, essas diferentes séries de variagBes coexistem inde pendentemente umas das outras. Em sua forma mais extrema, talvez se possa supor regularmente que a inversio existiu desde época muito que a pessoa se sente em consondincia com sua peculiaridade. se recusariam a reunir num s6 conjunto os casos aqui ‘iam frisar as diferengas em vez das semelhangas sua maneira favorita di ‘enumerados ¢ pret centre esses grupos ferstio. No entanto, por m: impossivel desconhecer que todos os graus dantemente encontrados, de modo que o estabelecimento de séries como {que se impie por si 86. i) ssa rebeldia contra a inversdo pode ser © que condicions a p enc de um tratamento por sugestio [acrescentado em | CONCEPGAO DA INVERSAO ‘A primeira apreciagdo da inversio consistiu em coneebé-la como um sinal inato de degenera¢o nervosa, ¢ estav is fato DEGENERACAO, [A degeneragiio est exposta as objerdes que se levantam, em geral, ‘costume imputar & -a que nfo sejam de ‘novo conteiido possui em geral ojuizo “degeneragdo”, Parece mais oportuno falar em degeneragdo apenas quando: (1) houver uma conjugagao de muitos desvios gravescm-relagio a nomma; (1) Encontra-se a inversio em pessoas que nio exibem nenhum outro desvio grave da norma; (2) Do mesmo modo, encontramo-la em pessoas cujae! prejudicada e que inclusive se destacam por um desenvolvimento int ‘¢ uma cultura ética particularmente elevados BI zagio elevada(f.1. Blot) emesmo entre os povos O cima ea raga exercem a mai poderoxa influncia sobre a dissemi uso que ofa da vert CARATER INATO. 1 Como écompreensivel,o carter inato s6 éalegado no tocante primeira «mais extrema classe dos invertidos, ena verdade com base na asseveragao dessas pessoas de que em nenhum momento de sua vida mostrou-se a elas utra orientagao de sua pulsio sexual. Jia existéncia das duas outras cl ‘especialmente da terceia (os invertidos “ocasionais”],dificilmente se co jiza com a concepgio de um cardter inato. Por isso os que sustentam essa opinido tendem a separar 0 grupo dos invertidos absotutos de tod demais, o que tem como conseqtiéncia a reniincia a uma concepsao univer- salmente valida da inversio. Assim, a inverséo teria um earster inato numa se originado de outra mai | série de eatos, enquano nous poderia ‘O oposto disso ¢ a concepeiio alternativa de que a inversio é um da pulsio sexual. Ela se apéi - consideragd ) Na vida de muitos invertidos (mesmo absolutos) pode-se demonstrar \ adguiri 132 cfo_em_presidios, os riscos da relaclo fraguera sexual ete) igoros0 dos casos reivindicados em pro ambém (aria luz uma viveneia da prime arente certeza assim adquirida chega ao fim através da obser~ ia de que muitas pessoas ficam sujetas as mesmas influéncias rudimentar de que @ pe: i1com determi encontro delas. A negagao deste ultimo fator, segundo nossas colocagdes anteriores, & inadmissivel. © RECURSO A BISSEXUALIDADE. Desde Lydston [1889], Kiernan [1888] ¢ Chevalier [1893] tem-se recor- rido, para eselarecer a possibilidade de uma inversdo sexual, a uma série de 133 antes de maisnada no campo: de apar ismo verdadeiro), porém com muito mais fre- qdéneia acham-se ambos atrofiados.' Mas a importancia dessas anormalidades est em que el ‘esa. opto que ptsitiram sem nena fungi come Sree rudiments. 78, ou que se modificaram para tomar a seu encargo outras funcOes. ‘concep resultant desis fon anatbmicos conecidos de longa anspor essa concepedo para o campo psiquico e explicar as suas variedades como a expresso de um hermafio- E para resolver a questio restaria apenas constatar uma ir da inversio com os sinais animicos e somiticos do ‘mente ow mesmo predominantemente, Portanto, cabe reconhecer que a inversio eo hermatioditismo somtico so, no conjunto, independents entre si Tem-se ainda atribuido grande importincia aos ehamados aracteres sexuais secundirios ¢ terri e a sua freqlente presenga acentuada nos invertidos (cf. Havelock Ellis [1915]). Também nisso ha m is ndo se deve esquecer que em geral os caracteres sexuais| es mais recentes ¢ minacosas do herma rabathos de Neugebauer em diversos va fen mo, mas nem por isso revela-se uma sexual no sentido da inversio. no psiquico ganharia corpo se, coma inversio do objeto sdes ¢ tragos de carter para a variante esperar tal inversio do cariter com mulheres invertidas, pois nos homens a com a inversdo, A persistr na colocagdo de um hermat preciso acrescentar que suas manifestagdes nos diversos campos ar apenas um infimo condicionamento reefproco. O mes- bém as atrofias de drgios especificos e os caracteres sexuais secundérios aparecem com bastante independéncia uns dos outros. ‘A doutrina da bissexualidade foi exprimida em sua mais crua forma por ‘um porta-voz dos invertidos masculinos: “um eérebro feminino num corpo ‘masculino”. Entretanto, ignoramos quais seriam as caracteristicas de um “eérebro feminino”. A substtuigéo do problema psicalégica pelo anatémico 6 tio initil quanto injustificada. A tentativa de explicagao de KrafR-Ebing parece coneebida de maneira mais exata que a de Ulrichs, embora em esséncia nao difira dela; segundo Kraff-Ebing [1895, 5], a disposigao bissexual dota o individuo tanto de centros cerebrais masculinos e femininos quanto de drgaos sexuais somaticos. Esses centros comegam a desenvolver- se na época da puberdade, na maioria das vezes soba influéncia das ekindulas sexuais, que independem deles na “centros” masculinos ¢femininos api cérebros masculinos e femininos, e, a propés nem sequer Sabemos se cabe is delimitadas (“centros”) talvez ele proprio se ortanto, como em mui uma conjugagao dos 1 seu objeto sexual tragos psiquicos femininas, Nao fosse assim, seria incompreensivel 0 fato de a . prosituigho mascalina, que hoje como na Antgfidade se oferece aos inve- | tidos, copiar as mulheres em todas as exteriorizagdes da indumentiria e do {de em absoluto coma inversio; a masturbagio € com igual freqiéncia A situagio & menos ambigua nas mulheres, entre as quais as invertidas ativas cexibem com particular freqincia os caracteres somiticos e animicos do homem ce anseiam pela feminilidade em seu objeto sexual, muito embora, também nesse ‘caso, um conhecimento mais estrcito pudesse revelar uma variedade maior: ALVO SEXUAL ‘CONCLUSAO DOS INVERTIDOS verdade que nos vemos impossiblitados de esclarecer satisfatoria- © fato importante a ser retido & que de modo algum se pode chamar de gem da inversio a partir do material apresentado até agora, mas _uniforme a meta sexual dos invertidos. Nos homens, a relago sexual per anum ‘es resule ua confirma 138 MAIS |ALMENTE 1B) ANIMALS BPESSOAS SERU: Palais , lado mais genérico dessas discussdes extrairiamos 0 SOMD OBIETOS SEXUAIS! entendimento de que, numa grande quantidade de condigdes e num nimero surpreendentemente elevado de individuos, a indole e o valor do objeto Enquanto as pessoas cujos objetos sexuais nio pertencem a0 sexo sexual passam para segundo plano, O.essencial ¢ constante na pulsio sexual alguma outra coisa (2) DESVIOS COM RESPEITO AO ALVO SEXUAL ividades, dem lado, trazem prazer icam aexcitagio que deve perdurar até que i seriam atravessadas com rapidez a caminho do alvo sexual final (A) TRANSGRESSOES ANATOMICAS SUPERVALORIZACAO DO OBJETO SEXUAL Somente em rarissimos casos a valorizagdo psiquica com que é aqui propaga, antes, por todo o seu corpo, ¢ tende a provenientes do objeto sexual, A mesma super= para elevar as aividades ligadas a outras partes do corpo & condigio de alvos sexuais.” a2 permanece envolta numa obscuridade ainda impenetrivel' > USO SEXUAL DA MUCOSA DOS LABIOS E DA BOCA © uso da boca como dro sexual € considerado como perversio quando (0s libios (lingua) de uma pessoa entram em contato com a genitiia de outa, ‘mas ndo quando ambas colocam em contato a mucosa labial, Nesta excecio reside 0 ponto de ligagio eom o normal, Quem, por consideri-las perversbes, detesta as outras praticas, certamente usuais desde os primérdios da humanidade, cede nisso a um claro sentimento de asco que 0 resguarda de accitar tal alvo sexual. Mas os limites desse asco so, muitas vezes, puramente convencionais; aquele que beija com ardor os labios de uma bela jovem talvez usasse com asco 1 escova de dentes dela, emboranéo tenha nenhuma razo para supor que sua propria cavidade bucal seja mais limpa que a da moga. Chama a atengi0, aqui, © fator do asco, que estorvaa supervalorizagio libidinosa do objeto sexual, mas {que, por sua vez, pode ser vencido pela libido, Poder-se-ia ver no asco uma das forgas que levaram & restriglo do alvo sexual. Em ger, esas se detém ante a _genitilia. Mas ndo ha divida alguma de que também os genitais do sexo oposto, em si mesmos, podem constituir objetos de asco, ¢ de que esse comportamento, ‘uma das earacteristicas de todos os histéricos (sobretudo as mulheres). torga da pulsio sexual gosta de se exercer na dominago desse asco. (Ver adiante [p. 148 esegs.}) USO SEXUAL DO ORIFICIO ANAL No que concere ao nus, reconhece-se com clareza ainda maior do {que nos casos anteriores que é a repugnineia que apie né © selo da perversio. Mas que eu nio s observar que a fundamentagdo desse asco no fato de tal parte do corpo servir i exeregdo e entrar em contato com © asqueroso em si — os exerementos — no é muito mais convincente do que a razao fo pelas mogas histéricas para explicar seu asco ante o érgio ge lino: que ele serve & miegio © papel sexual da mucosa do nus de modo algum se restringe a relagio sensibilidade dos invertidos. Parece, a0 contrario, que 0 paedicatio do “homem deve seu papel i analogia com oto praticado coma mulher, ao passo que a masturbacao reeiproca ¢ 0 alvo sexual mais facilmente encontrado na relagio sexual dos invertidos. SIGNIFICAGAO DE OUTRAS PARTES DO CORPO ‘A propagagio do interesse sexual para outras partes do corpo, com todas as suas variagbes em p conhecimento da pul intengdo de se apoderar do objeto sexual em todos os sen da supervalorizagio sexual apresenta-se, nas transgressbes a segundo fator que €alheio ao conheci Le anal, que a como. genitais. Veremos mais adiante que essa reivindicagao se justifica pel 144 desenvolvimento da pulsio sexual ¢ que é atendida na sintomatologia de certos estados patoldgicos. SUBSTITUICAO IMPROPRIA DO- OBIETO SEXUAL — FETICHISMO sumamente interessante de aberragdes da pulsio sexual jé entre os desvios ‘com respeito a0 objeto sexual, mas o adiamos até tomar conhecimento do fator dasupervalorizacio sexual da. qual dependemesses fendmenos ligados sso abandona de alvo sexual. to do objeto sexual geralmente ¢ uma parte do corpo (os pés, (0 pouco apropriada para fins sexuais, ou entio um objeto ido que mantém uma relagao demonstravel com a pessoa a quem le preferéncia com a sexualidade dela (um artigo de vestuario, ima). Comparou-se esse substituto, nao injustificadamente, she em que o selvagem vé seu deus incorporado. ransigo para os casos de fetichismo com rentineia a0 alvo se : e das casosem que se exige do of sexual uma condigofetichista para que oalvo sexual seja a cor dos cabelos, certs roupas, ou mesmo defi (asl © polo Beja com’ ntmmal.¢ roparcontda pla aval, zacio psicologicamente necessiria do objeto sexual, que se propaga inevita- ligado a0 objeto. Porisso certo las estgios de enamoramento em que o alvo sexual normal éinati satisfagio parece impedida: Schaff mir ein Halstuch von ihrer Brust, Ein Strumpfband meiner Liebeslust' Na escolha do fetiche manifesta-se — como Binet [1888] foi o primeiro 1 sustentar e como depois se comprovou abundantemente — a influéncia persistente de uma impressio sexual recebida, na maioria das vezes, na ‘iente para a pessoa, Os trajetos dessas eonexdes nem sempre podem ser indicados com certeza (0 pé, por exemplo, é um antiqussimo simbolo sexual fio com os pélos do mons Vers ismo parece independer sempre das exp (B) FIXAGOES DE ALVOS SEXUAIS PROVISORIOS, SURGIMENTO DE. NOVAS INTENQOES ese a formar a partir deles novos alvos Iugar dos normais. Um exame mais atento esses novos propdsitos, mesmo os que se afiguram . se esbogam no processo sexval normal OTOCAR EO OLHAR Uma eerta dose de uso do 1 para que se at de prazer, por um lado, © que af 9. S40 proporcionados pelas sensacdes de contato com a pele do objeto sexual. Portant que 0 ato sexual seja levado adiante, perversies. ‘O mesmo se dé com o ver, que em impressao vi desperta a ex: — se & que esse tipo de consideragio teleolég conta a selegdo natural ao fazer com qui wa") para a arte, caso se consiga afastar 0 para a forma do corpo como um todo.* A termedidrio do olhar carregado de sexo pessoas normais, e de excita sexual as Na perversiio que aspira a olhar e ser olhad ssimo, do qual nos ocuparemos ainda mais intensamente na aberrag30 er examinada a seguir, ou seja: nela, 0 alvo sexual apresenta-se numa configuragdo dupla, nas formas ativae passiva, SADISMO E MASOQUISMO. A inclinagio a infligir dor ao objeto sexual, bem como sua contra- partida, que so as mais freqiientes e significativas de todas as perversdes, foram denominadas por Kraff-Ebi wae passiva, de " (passivo). Outros autores [p. ex., Schrenck- Notzing (1899)] preferem a designagao mais e destaca o prazer na dor, a crueldade, enquanto os termos es Krafft-Ebing colocam em primeiro plano o prazer em qualquer forma dde humilhagao ou sujeigto. No tocante a algolagnia at apontar nas pessoas normais.A sexualidade da mi mescla de agressdo, di ‘maneira que nao medi ‘a um componente agressivo autonomizado ¢ exagerado da pulsio sexual, ‘movide por deslocamento para o lugar preponderante. linguagem corriqueira, desde uma lenta para com o objeto sexual até uma satisfagio exclusivamente condicionada pel infligidos. Num sentido estrto, somente este nome de perversio, ( Q.conceito de sadismo oscila De maneira similar, a designagao de “ as atitudes passivas perante a vida sexual e 0 objet do que sua contraps aparece alguma vez como fendmeno primério, ou se, pe regularmente do sadismo mediante uma transformacio<"E freqliente der-se reconhecer que 0 masoquismo nao é outra coisa sendo uma inuagao do sadismo que se volta contra a propria pess assume, para comegar, 0 lugar do objeto sexual. A andlise c! série de fatores (como o complexo de castragio e a consciéneia de culpi no exagero e fixagio da atitude sexual passiva originaria se Com 0 asco € a vergonha que de acentuar 0 fator agressivo da libido. Segundo alguns autores, essa agressio mesclada a pulsio sexual é na realidade, um residuo de icipagdo do aparelho \de necessidace mbém que toda dor sensagio prazerosa jimento dessa perver- e que, possivelmente, ym para produzir um €, portanto, uma co- efeito tinico. ‘A particularidade mais notavel dessa perversio reside, porém, cem que suas formas ativa e passiva costumam encontrar-se juntas numa mesma pessoa. Quem sente prazer em provocar dor no outro na relagao exual € também eapaz de gozar, como prazer, de qualquer dor que possa extrair das relagdes sexuais, O sfidico € sempre e a0 mesmo tempo ‘um masoqui ida que o aspecto ativo ou passivo da perversio poss mnsidade e represente sua ativi- desses opostos. com a oposigio se combina na bissexualidade, opo- lo contraste entre entada em 1924) A investiga de opsio sdism-mosoguisno, com basa origem das pulses, Seunte:“oposigio cvjo Esa formulgdo fo eubtituda em 1924 pla que agora aparece no texto) (3) CONSIDERAGOES GERAIS SOBRE AS PERVERSOES. VARIAGAO EDOENCA amente no campo da vida sexual é que se tropega com realmente insoliveis, no momento, quando se quer ‘o que & mera variagio dentro da amplitude tuja conduta & normal em outros aspectos colocam-se como doentes, apenas no campo da vida sexual, sob o dominio da mais irrefredvel de todas a pulsdes. Por outro lado, a anormalidade manifesta nas outras relag vida costuma mostrar invariavelmente um fundo de conduta sexual Na maioria dos casos podemos encontrar 10 contetido do novo alvo ses 132 normalidade. jando a perversdo no se apresenta ao lado do al APARTICIPACAO DO ANIMICO NAS PERVERSOES ‘Talver justamente nas perverse petas & que devamos reconhecer ‘a mais abundante participagdo psig sformagao da pulsio sexual Fis aia obra de um trabalho animico ao qual ndo se pode negar, a despeito de seu resultado atroz, 0 valor de uma idealizagdo.da pulsio. A onipoténcia do amor talvez nunea se mostre com maior intensidade do que nessas aberragSes. O mais nobre e o mais vil, por toda parte da sexualidade, dependéncia miitua (“vom Himmel durch die Welt zu DUAS CONCLUSOES Do estudo das perversbes resultou-nos a visio de que a-pulsio sexual, ‘conduta normal uniform (4) A PULSAO SEXUAL NOS NEUROTICOS ‘A PSICANALISE, 1a importante contribuigdo para o conhecimento da pulsio sexual em ‘que a menos se aproximam do normal é extraida de uma fonte RESULTADOS DA PSICANALISE NEUROSE E PERVERSAO do sexual dos psiconeurdticos permite discernir todas as aberra- ‘como variagdes da vida sexual normal e como manifes- do sexo tornam-se algo sério p: co antagonismo da renincia demonsrarregularmente que a doenga foi po nente sexual do confit, que privow os processos animicos de uma | execugao normal its do homosseatalismo, hostis, que &caraeterstca de um grande nimero de easos de neurose e até ‘ao que parece, da parandia em geral, 0 interes por ese estas ment nda mats apart de certs particularidades dos fatos¢ Sempre que se descobre no inconsciente uma pulsio desse tipo, dese demonsrar que ‘quadros patolégicos, uma ou outra das inclinagdes opostas desempenhe 0 papel preponderante. au vom lar hz sobre peur plcolgis desea bem cones perveso. 158 (5) PULSOES PARCIAIS E ZONAS EROGENAS' 139 (@) Um papel muito di psiconeuroses & desempenhado a compreensio da natureza sofrida fe uma parte da conduta social mogoes hostis, que € earacteristica de um grande nimero de casos de neurose e até, {que se daa transformagiio do amor em ddio, das mogdes afetuoss ao que parece, da parandia em geral 0 interesse por esses resultados aumenta ainda mais a partir de certas partcularidades dos fato tendéncia_ masoquista. O completo acordo com a conduta nas perversies ‘positivas” correspondentes decerto & muito digno de nota, embora, nos jundros patolégicos, uma ou outa das inctinagdes opostas desempenhe o papel preponderante. (®) Nos casos mais patentes de psiconeurose ¢ raro encontrar desenvol- vvida apenas uma dessas pulsdes perversas; na maioria das Seen eset ea neice penn ce nas fontes da esse aspecto o estudo das perversbes “positivas” proporciona uma contra- partida exata. ‘qo vem langar luz sbreapecliaridade psiolgiea desa bem conheidaperversio") 138 lamente, para diferencid-la do “ as vindas de fora, Pulsdo, portant io entre 6 animico ¢ 0 fisico. A hipotese mais simples e mais indicada sobre a natureza da pulsio seria que, em si mesina, ela no possti qualidade alguma, devendo apenas ser considerada ‘como uma medida da exigéncia de trabalho feita a vida animica.. que distingue as pulsdes entre si e as dota de propriedades especificas & sua relagdo com suas fontes somaticas e seus alvas A fonte da pulsio- om 1901 £ evidente que fo ormad po a0 de (6) ESCLARECIMENTOS SOBRE A APARENTE PREPONDERANCIA. DA SEXUALIDADE PERVERSA NAS PSICONEUROSES reivindicam para a cavidade ‘A discuss precedente talvez tenha colocado sob um prisma falso a compariveis & erecdo! —, tal como os préprios érgios genitais diante das excitagdes dos processos sexuais normais. doentes contenha, além de um grau desmedido de recaleam« ‘mais lato, Ainda assim, a investigagdo de casos mais bandos mostra que esta iltima suposigdo nfo € necessariamente indispen- principal foi bloqueado; cla inunda entio as vias colaterais que a sm permanecido vvazias, Assim, também o que parece ser uma enorme tendéncia & perversio (apesar de negativa) nos psiconeursticos pode: aque, como a restrgdo da liberdade, a inacessibildade do objeto sexual normal, 6 riscos do ato sexual normal ete., permitem que surjam_perverses em individuos que, de outro mode, talvez,permanecessem normais. "Nesse aspecto, os diversos casos de neurase is, Sera errneo presumir uma oposiglo onde existe de fato luma relagio de cooperagdo,.A-neurose sempre-produz seus efeitos miximos ‘quando a consttuiglo ¢ a vivéncia cooperam no mesma.sentido, Uma constitui- ‘elo mareante talvez possa prescindir do apoio de impresses provenientes da Vida, e um grande abalo na vida talvez provoque a neurose até mesmo numa ‘consttuiglo coriqueira. Als, essa visio da importincia etiologica do inato e ‘do acidentalmente vivenciado &igualmentevilida em outros campos. Entretanto, caso se prefia a hip6tese de que uma tendéncia particularmente ‘marcante para. as perversdes & uma das peculiaridades da constituigio psiconeu- ‘campo, perversa.e INDICAGAO DO INFANTILISMO DA SEXUALIDADE ‘Ao demonstrar as moges perversas enquanto formadoras de sintomas nas inatas ou resultem, como supds Binet quanto ao fetichismo [p. 146], de cexperigneias ao acaso. Agora se nos oferece a conclusio de que ito na base das perversdes, mas esse ales ‘embora, enquanto disposigo, possa variar de inte ser acne plas influéncis da vide, rats Yio, as quais, numa série de casos (as e. Desse modo, nosso interesse ‘VolU-Se para a vida sexual da erianga, e procederemos ao estudo do jogo de influéncias que domina o processo de desenvolvimento da sexualida até seu desfecho na perversio, na neurose ou na vida sexual normal. infantil 162 ‘A SEXUALIDADE INFANTIL (© DESCASO PARA COM O INFANTIL Zo popular sobre a pulsio sexual que ela esti ausente AMBIVALENCIA, Essa forma da organizago sexual pode conserv: atrair permanentemente para si_uma boa parcela da inio do sadismo ¢ o papel de cloaca 87 ‘mancira aproximadament ium estado de coisas deserito pela oportuna, designagio de “ambivaléncia’, introduzida por Bleuler. :genitais da vida sexual repousa na ‘0 quadro da vida sexual ‘ou regularmente,jé na infanc pela vida sexual depois da puberdade. A diferenga desta iltima reside apenas fem que a concentragdo das pulsdes parciais e sua subordinagao ao primado da genitilia néo sio conseguidas na inffincia, ou s6 0 so de maneira muito incompleta. Assim, oestabelecimento desse primado a servigo da reprodugio € altima fase por que passa a organizagao sexual. 08 DOIS TEMPOS DA ESCOLHA OBIETAL Pode-se considerar como ocorréncia tipica que a escolha de objeto se efetue em dis tempos, em duss ondss, A mesmo modique essa expsigo, ima terocirs fase no desenvalvimen- tm objeto sexual e certo grau de mas se diferencia num aspecto sranjo desse estado prolongam-se pelas épocas por uma renovagio na época da puberdade. Contudo, revea veis, em conseqiéncia do recalcamento que se desenvolve entre as dus fases. Seus alvos sexuais foram amenizados e agora representam 0 que se pode descrever como a corrente de ternura da vida sexual. Somente a investigagao psicanalitica pode demonstrar que, por tris dessa termura, dessa ‘veneragdo erespeito,ocultam-se as atigas aspiragdes sexuais, agora impres- tiveis, das puls6es pariais infantis. A escolha de objeto da época da puberdade tem de renunciar aos objetos infantis © recomegar como uma corrente sensual. A ndo confluéncia dessas duas correntes tem como conse- aincia, muitas vezs, a impossibilidade de se aleangar um dos ideais da vida sexual —a conjugagao de todos desejos num inca objeto. (17) AS FONTES DA SEXUALIDADE INFANTIL Noesforga de astearas origens da pulsfo sexual, descobrimosaté agora nasce (a) como a reproducio de uma satisfacao ‘ica, que retrocede de uma época posterior para a inflincia, e a observagak ccontemporinea da crianga conjugam-se para nos apontar outras fontes que fluem regularmente para a excitagao sexual. A observagao de criangas tem a

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