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o 185 — 10-8-1999
2 — As falsas declarações, previstas no n.o 2 do cadores. Com efeito, a articulação entre a escola e os
artigo 4.o, serão punidas nos termos da lei penal, sem seus agentes constitui condição essencial para que, por
prejuízo da reposição das quantias indevidamente rece- um lado, seja substancialmente melhorada a qualidade
bidas. dos recursos humanos ao serviço da educação e, por
Artigo 14.o outro, se criem condições para a mobilização das ener-
gias criativas dos educadores para as mudanças que uma
Instrução e aplicação
educação de qualidade reclama.
A instrução dos processos de contra-ordenação pre- Tais aspectos seguem de perto as recomendações
vistos no presente diploma, bem como a aplicação das aprovadas na 45.a Conferência Internacional da Edu-
coimas, é da competência da Inspecção-Geral das cação da UNESCO e assumem particular relevância
Pescas. para o nosso país, porquanto o Governo assumiu deci-
Artigo 15.o didamente uma política de valorização da profissão
docente.
Norma transitória Neste quadro, é de salientar o processo de revisão
No ano de 1999 o Fundo funcionará mediante as do Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância
regras a definir por despacho conjunto dos Ministros e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, rea-
das Finanças e da Agricultura, do Desenvolvimento lizado através do Decreto-Lei n.o 1/98, de 2 de Janeiro,
Rural e das Pescas, mas apenas com autonomia admi- que permitiu associar o exercício profissional a uma
nistrativa e orçamento a funcionar pela subdiv. 99, «Des- acrescida responsabilização, garantindo condições de
pesas com compensação em receita — Com trânsito de acesso à formação contínua e instituindo mecanismos
saldos». de avaliação e diferenciação interna que tomassem como
Artigo 16.o referência a qualidade do desempenho profissional dos
educadores e dos professores. Igual destaque merecem
Entrada em vigor outras medidas entretanto adoptadas, nomeadamente
O presente diploma entra em vigor 90 dias após a as que se referem à regulamentação dos artigos 54.o
data da sua publicação. e 55.o do Estatuto, bem como as que visaram promover
a diversificação de perfis profissionais e a especialização
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1 de dos agentes educativos, para apoio aos alunos e às esco-
Julho de 1999. — António Manuel de Oliveira Guterres — las, no quadro do desenvolvimento dos respectivos pro-
António Luciano Pacheco de Sousa Franco — Jorge Paulo jectos educativos, nomeadamente a revisão dos arti-
Sacadura Almeida Coelho — Luís Manuel Capoulas San- gos 56.o e 57.o do Estatuto, relativos ao desempenho
tos — Maria de Belém Roseira Martins Coelho Henriques de outras funções educativas, as quais tiveram consa-
de Pina — Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues. gração legal através da entrada em vigor do Decreto-Lei
n.o 105/97, de 29 de Abril.
Promulgado em 28 de Julho de 1999.
Por outro lado, foi feito um forte investimento na
Publique-se. estabilização do corpo docente através da abertura
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. excepcional de vagas nos quadros e de criação de con-
dições de acesso à carreira dos educadores e professores
Referendado em 28 de Julho de 1999. contratados há largos anos no sistema.
Importa agora, neste contexto de dignificação e valo-
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira rização da profissão de educador e de professor, avançar
Guterres. na revisão da estrutura e desenvolvimento da carreira
docente.
Tal é o objectivo do presente diploma.
Através do presente decreto-lei, a duração da carreira
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO docente é progressivamente reduzida por forma a esta-
bilizar em 26 anos, a partir de Outubro de 2001, o que
significa uma redução de três anos na estrutura ante-
Decreto-Lei n.o 312/99 riormente definida, prevendo-se, consequentemente, o
de 10 de Agosto reajustamento dos respectivos índices remuneratórios.
Finalmente, a estrutura agora definida traduz-se num
O desenvolvimento do sistema educativo centrado na
claro incentivo aos docentes em início de carreira, com
construção de escolas autónomas e de qualidade cons-
titui, nos termos do Programa do Governo, um objectivo evidente impacte na excessiva mobilidade que até agora
estratégico. tem caracterizado o comportamento dos grupos mais
A consecução de um tal objectivo tem vindo a ser jovens de docentes.
promovida através de várias medidas de política edu- O presente diploma foi, nos termos da lei, objecto
cativa, nomeadamente em matéria de desenvolvimento de negociação com as organizações sindicais represen-
e expansão da educação pré-escolar, de administração tativas dos educadores de infância e dos professores
e gestão das escolas, de organização curricular dos ensi- dos ensinos básico e secundário.
nos básico e secundário, do combate à exclusão, ao aban- Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
dono e ao insucesso escolar e da formação do pessoal Regiões Autónomas.
docente e não docente. Assim:
A transformação que se pretende operar na educação No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido
terá de contar com a valorização da profissão docente pela Lei n.o 46/86, de 14 de Outubro, e nos termos
e a dignificação do papel dos professores e dos edu- da alínea c) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição,
N.o 185 — 10-8-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5189
o Governo decreta, para valer como lei geral da Repú- Artigo 6.o
blica, o seguinte: Pré-carreira
4 — Semestralmente será afixada nos estabelecimen- os professores de Didáctica Especial, transitarão para
tos de educação ou ensino a listagem dos docentes que o 8.o escalão da carreira após o decurso de cinco anos
progrediram de escalão. sobre o termo do módulo de tempo de serviço previsto
para o 7.o escalão nos termos seguintes:
Artigo 11.o a) Transição para o 2.o nível remuneratório do
Acesso ao 10.o escalão 7.o escalão após três anos de permanência no
1.o nível remuneratório;
1 — Têm acesso ao 10.o escalão da carreira docente b) Transição para o 3.o nível remuneratório do
os docentes profissionalizados titulares do grau acadé- 7.o escalão após a permanência de dois anos
mico de licenciatura, mestrado ou doutoramento. no 2.o nível remuneratório;
2 — Podem ainda ter acesso ao 10.o escalão da car- c) Transição para o 8.o escalão após a permanência
reira os docentes profissionalizados com grau académico de três anos no 3.o nível remuneratório do
de bacharelato que tenham adquirido o grau académico 7.o escalão.
de licenciatura em Ciências da Educação ou em domínio
directamente relacionado com a docência, nos termos 2 — Até 30 de Setembro de 1999 a transição para
dos artigos 55.o e 56.o do Estatuto da Carreira Docente. o 3.o nível remuneratório do 7.o escalão faz-se após a
permanência de três anos no 2.o nível remuneratório.
CAPÍTULO III
Artigo 16.o
Remunerações Docentes do nível 2