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FESTA DE MAGUSTO VERÃO

Nesta Edição: 75
NATAL Foi a 14 de Cumprindo
No dia 17 de Novembro que a tradição,
Dezembro, celebrámos o os grupos

anos
a família S. Martinho,
lassalista cristãos do 7.º
numa festa
de Barcelos bem animada, à até ao 10.º ano
celebrou o Natal acamparam
numa festa qual se juntou
um Sol bem 10 dias em
cheia de alegria,
cor e ritmo. quentinho. Pesqueiras.
PÁGINA 19 PÁGINA 15 PÁGINAS 6-10

Colégio LA SALLE

J o r n a l
Comunidade Educativa de
Barcelos
www.lasalle.pt
Fevereiro de 2009
n Ano 1
n Série 1
n Número 1

Há 75 anos a lutar Editorial


Educar, um Grande

por uma causa Dom de Deus


«Educar as crianças e jovens
O mundo La Salle em Portugal está em festa. No dia 24 de Janeiro deu-se início no Colégio é um grande dom de Deus.
Foi Ele que vos chamou para
São Caetano em Braga às comemorações dos 75 anos da presença dos Irmãos das Escolas este ministério» (La Salle).
Cristãs em Portugal. Estiveram presentes as autoridades, entre elas o nosso Irmão Esta foi a frase do nosso
Fundador que presidiu a
Superior Geral, o Irmão costa-riquenho Álvaro Rodriguez, que se deslocou desde a
Abertura solene dos 75 Anos
Casa Generalícia em Roma, para abrilhantar esta festa. A este momento juntaram-se as dos Irmãos em Portugal.
autoridades civis e religiosas de Braga, Barcelos e Valladolid. As palavras de saudação, o
reconhecimento autárquico, a
mensagem do Irmão Álvaro,
Pág. 3-5 Superior Geral, e as palavras
conclusivas do Senhor Arce-
bispo D. Jorge sublinharam a
grandeza da obra construída
durante estes já longos anos,
desafiando a prosseguir com
criatividade no serviço educa-
tivo aos mais pobres.
Irmãos, antigos alunos,
educadores e colaboradores
entregaram-nos um rico
património, sobretudo um
sem fim de vidas moldadas
num estilo lassalista de ser
cristão.
Ao longo deste ano de
comemorações queremos
apostar em viver de forma
ainda mais radical os grandes
valores que João Baptista De
La Salle nos confiou como
importantes, sintetizados de
modo especial na expressão:
«viver com espírito de fé e
zelo», através do trabalho,
da amizade, da oração, do
serviço e da fraternidade.
Confiantes que o ministé-
rio de educar as crianças e
jovens é um grande dom,
sabemos que precisamos
de fazê-lo em comunidade,
porque nessa união é pos-
sível encontrar a estrela da
fé, do serviço e do amor que
guiou os 75 Anos de vida que

Velhos Ecos, Novos Rumos Pág. 2


agora celebramos e há-de
continuar a iluminar o futuro
Após vários anos de vida o “Ecos” ressusistou com uma nova imagem. que continuaremos a recriar.
O “Rumos” está aí para dar voz ao La Salle. Nesta edição, o novo nome, logótipo,
conteúdos e muito mais. Para uma nova vida... Ir. César Ruiz Martín
Jornal Rumos | 1

RUMOS AO FUTURO
constante corta aqui, cola acolá, Cremos que os professores têm cerca de cinquenta propostas
Redacção qual mestre joalheiro feito um importante contributo a dar que recebemos, seleccionámos
cirurgião. ao Jornal, não só motivando os cinco que foram depois analisa-
Corria o ano de 1978 quando o Nesta tarefa longa, por vezes alunos para que nele publiquem das pelo Conselho de Direcção,
Jornal Ecos viu o seu primeiro dura, mas muito gratificante, os seus trabalhos, como tam- tendo este escolhido a proposta
número dado à estampa. Desde deve ser registado o esforço bém contribuindo com artigos “Rumos”. Nas propostas não
essa data até aos nossos dias financeiro que a Direcção do próprios. figurava o nome do seu autor,
tem sido publicado ininter- Colégio tem feito para que este Ainda neste ponto procurare- de forma a permitir a total im-
ruptamente, mercê do trabalho mantenha a sua gratuitidade e mos publicar trabalhos produzi- parcialidade da escolha.
diligente de várias equipas periodicidade. dos por ex-alunos do Colégio Novo Logótipo.
de professores e alunos, cuja A actual equipa do Jornal tem e pelos alunos das escolas do Na sequência da nova imagem
vontade, paixão e espírito consciência de que a tarefa que primeiro ciclo que connosco e do novo nome, um novo logó-
jornalístico têm tornado pos- tem em mãos é herdeira deste têm relações. tipo inspirado na simbologia da
sível a alegria sempre renovada passado respeitável a todos os Por fim, procuraremos dar nossa instituição, seria coer-
da publicação de cada Ecos. O níveis e é com essa consciência conta de novas do mundo ente. Crê a equipa que o actual
interesse que sempre suscitou que sentiu a necessidade de dar lassaliano, desde notícias de símbolo aponta para um futuro
na comunidade escolar, atribuia ao Ecos novos Rumos. Esta efemérides, até artigos sobre carregado de ilusões realistas.
uma reponsabilidade acrescida consciência surgiu da constata- as escolas (Colégios, Universi- A criação do mesmo ficou a
aos seus dinamizadores, que ção de que o anterior projecto dades…) La Salle espalhadas cargo do designer Luís Santos,
sempre procuraram dignificar o há algum tempo tinha perdido pelo mundo. da “Kuattrodesign” que, de for-
nosso Colégio em cada número a necessária actualidade que
sempre o caracterizou. Os con-
A Apresentação. ma gratuita, tão diligentemente
que terminavam.
O Jornal passará a ser todo a soube interpretar as nossas
O Jornal Ecos tem proporcio- teúdos, a apresentação, o nome
e o logótipo, estavam já algo cores, potenciando a força da ideias. Para ele, o nosso sincero
nado aos seus leitores e desti-
datados e pouco apelativos para imagem/fotografia e das cores e reconhecido agradecimento.
natários principais a publicação
os dias de hoje. Deitámos mãos do layout que se inspirarão nas Periodicidade.
de trabalhos onde, no essencial,
à obra e decidimos alterar todos cores-tipo La Salle, nas cores Feitos os cálculos ao trabalho
se vêem retratados, bem como à
aqueles aspectos, tendo por dos seus símbolos e dos vários necessário, avaliando os con-
escola com que tanto se identi-
base vários objectivos: tornar a sites da instituição ao nível da teúdos disponíveis em cada
ficam.
publicação mais atractiva para ARLEP. momento e tendo em conta o
No seio das publicações esco-
lares da nossa região, o Jornal o seu público; dar-lhe um ar Novo Nome. calendário do Colégio, a equipa
Ecos sempre ocupou um lugar mais moderno, jovem e imedi- O nome “ECOS” carrega responsável decidiu publicar
de destaque, destaque de que atamente identificável com o consigo a história da institu- apenas um número do Jornal
era merecedor o seu principal Colégio La Salle, procurando ição nestes últimos 30 anos, em data a coincidir com o final
mentor que, durante vários anos colocá-la novamente num lugar tornando-se quase um sinónimo de Janeiro ou início de Fever-
o manteve bem vivo, o profes- de destaque no seio das várias do nosso Colégio. Todavia, a eiro, publicando ainda a Revis-
sor David Macedo. publicações escolares da nossa equipa pensa que este nome é ta, no final do ano lectivo.
Durante os últimos anos, vários praça; gerir melhor os conteú- já um tanto datado. Foi actual Cremos que com este novo pro-
têm sido os professores que dos disponíveis em cada mo- na sua época mas, hoje-em-dia, jecto colocaremos o nome do
integraram a equipa respon- mento para publicação. já não carrega esse “eco” de La Salle novamente bem alto
sável pela publicação, dando Os Conteúdos. modernidade, juventude e ir- entre as publicações escolares.
o seu contributo para que esta Querendo reforçar a qualidade reverência que uma publicação Contamos com o apoio de to-
se mantenha viva e com quali- dos textos produzidos, procura- escolar deve possuir, se quer dos, nesta(s) nova(s) página(s)
dade. A tarefa que têm tido em remos trazer para o Jornal uma manter o seu público-alvo. A do Projecto do Jornal Escolar.
mãos só fica completa quando maior presença de trabalhos dos escolha do novo nome foi feita Apelamos à criatividade, à
um sorriso se rasga na face dos alunos do Ensino Secundário, em concurso, aberto a toda a imaginação, ao sonho, à moti-
seus mais ávidos leitores, os bem como um reforço de tra- comunidade escolar, desde os vação, à responsabilidade e ao
alunos. Todavia, para trás fica- balhos produzidos no âmbito alunos aos professores, passan- entusiasmo de todos quantos
ram longas horas de trabalho, das disciplinas dos restantes do pelos encarregados de edu- connosco comungem o gosto
trabalho esse de minúncia, do níveis de ensino. cação e pelos funcionários. Das pela escrita.
Ficha Técnica: Coordenação: Professores Carlos Novais, João Carvalho e Paula Lopes; Paginação e Layout: Professor Carlos Novais; Redactores: Professores Carla Figueiredo, Carlos
Lopes, Carlos Novais, David Macedo, Débora Sistelo, Fernando Gomes, Ir. César Ruiz, Ir. Luíz Lopez, Iva Silva, João Carvalho, Joaquim Cunha, José Roque, Luísa Vieira, Paula Lopes e Pedro
Correia, Alunos, Adriana Figueiredo, Ana Dantas, Ana Largateira, Ana Peixoto, Cátia Araújo, Celina Vilas-Boas, Cláudia Gomes, Cristiana Santos, Diogo Pereira, Francisca Lopes, Joana Lopes,
José Lopes, Juliana Senra, Júlio Gomes, Mafalda Cardoso, Margarida Cunha, Margarida Pereira, Nídia Costa, Nuno Gomes, Raquel Oliveira, Renato Ferreira, Ricardina Macedo, Rafael Carvalho,
Ricardo Falcão, Roberto Barbosa, Roberto Gomes, Rui Loureiro, Sana Biai, Sandra Oliveira, Sara Carvalho e Sara Martins, Outros Redactores, André Matos, António Pedrosa, Daniel Durães, Inês
Patrício, Joana Costa, Miguel Pinheiro, Rita Costa e Sofia Lopes; Apoio: Câmara Municipal de Barcelos; Tiragem: 600 exemplares; Impressão: Tipografia Vitória; Fevereiro de 2009.

2 2008 | 2009
Há 75 anos em Portugal, 1933 | 2008
ao Serviço da Educação Cristã

EM PORTUGAL HÁ 75 ANOS
Carlos Novais
- Professor -

E o tão aguardado momento


chegou...
Após um labor preparatório
intenso da Comissão Organiza-
dora, eram três e trinta da tarde,
do dia 24 de Janeiro de 2009,
um Sábado tímidamente sola-
rengo, quando a família las-
salista se reuniu para comemo-
A Ilustre Mesa Ir. José Figueiredo rar a presença dos Irmãos das
Escolas Cristãs em Portugal,
que este ano lectivo completa
75 anos.
A efeméride contou com a pre-
sença de ilustres convidados,
sem a qual a celebração per-
deria o brilho que a revestiu.
O auditório do Colégio São
Caetano (Braga) revelou-se
pequeno para acolher a presen-
ça generosa de tantos convivas
e a sapiência das intervenções
dos vários oradores, cujos dis-
Ir. Francisco Iglésias Ir. Álvaro Rodriguez (Superior Geral) cursos abrilhantaram a festa. Na
presença das autoridades civis
e religiosas de Barcelinhos,
Barcelos, Maximinos, Braga,
Valladolid e Roma, tomou
em primeiro lugar a palavra o
Ir. José Figueiredo, ex-director
do Colégio La Salle de Bar-
celinhos e actual director do
Colégio de São Caetano, cujas
palavras serviram de mote para
os oradores seguintes, tendo
discorrido sobre a importân-
cia desta efeméride. Ao Ir.
Dr. António Cardoso Dr. Jorge Cruz Figueiredo seguiu-se uma ora-
ção de sapiência do Ir. Iglésias,
que brindou a assistência com
uma magnífica e emocionada
retrospectiva histórica da vida
dos Irmãos de La Salle em Por-
tugal. Durante a sua prelecção
permitiu à assistência tomar
contacto com a caminhada das
várias insituições de ensino
que, ao longo de 75 anos, foram
ou são tuteladas pelo Instituto,
a saber o Colégio dos Órfãos de
São Caetano, em Braga, onde
D. Jorge Ortiga Homenagem ao Pe. Jorge Coutinho
tudo começou em 1933 com a

Contigo, Amigos e Irmãos


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Jornal Rumos | 1

chegada dos Irmãos à estação vens daquele lar se tem confun-


de comboios, o extrenato D. dido com a dos Irmãos. Numa
Dinis e a escola de formação cerimónia envolta em muita
de Irmãos, em Leiria, a Escola emoção, o Ir. Álvaro entregou
Agrícola Rural, em Lamego, o diploma de reconhecimento
as Oficinas de São José, no ao Padre Jorge que agradeceu
Porto, o famosíssimo Colégio humildemente a distinção,
La Salle de Abrantes, e o nosso referindo o quão importante
tão querido Colégio La Salle tem sido para si o contacto com
de Barcelinhos. Momento alto os Irmãos de La Salle.
das comemorações foi o dis- A um pequeno intervalo
curso do Ir. Álvaro Rodríguez seguiram-se dois momentos
Echeverría, Superior Geral do musicais de grande qualidade:
Instituto dos Irmãos das Esco- a actuação do Coro dos Alunos
las Cristãs, que se deslocou de Actuação do Coro dos Alunos do Colégio La Salle
do Colégio La Salle de Bar-
Roma para nos relembrar do celinhos, que interpretou o hino
carácter universalista da obra das comemorações, “Futuro de
de La Salle no mundo, cuja ac- La Salle”, o hino do actual ano
tualidade, pertinência e necessi- lectivo, “Contigo, Amigos e
dade continuam a dar frutos em Irmãos”, “Cinderela” de Car-
oitenta países, num trabalho los Paião e “Que canten Los
que envolve setenta e três mil Niños” de José Luís Perales, e a
professores e cerca de novecen- entusiasmante performance da
tos mil alunos. Seguiu-se-lhe Banda de Música de Oliveira
o Dr. António Cardoso, repre-
(Barcelos), cujo Grupo de Câ-
sentante da Câmara Municipal
mara interpretou seis temas, a
de Braga e ilustre barcelense
saber “La Storia” e “Ross Roy”
em cujas memórias de infância
de Jacob de Haan, “A Mozart
figuram peripécias que tinham
Festival” de Clair W. Johnson, Actuação do Grupo de Câmara da Banda de Oliveira
o nosso Colégio como palco,
“Into the Storm” e “The Mael-
orador que continua a ter as in-
storm” de Robert W. Smith,
stituições La Salle sempre pre-
numa orquestração dirigida
sente no seu dia-a-dia, já que
pelo Maestro Hugo Ribeiro e
por elas passa na sua traves-
que culminou com um medley
sia diária pela Nacional 103.
Referiu-se ainda à importância dos Abba, da autoria de Ron
que a obra educativa tem nas Sebregts, que fez o público
duas cidades. Alinhando pelo levantar-se dos seus lugares e
mesmo tema, o Dr. Jorge Cruz, desfrutar da onda de energia
representante da Câmara Mu- positiva que as melodias que
nicipal de Barcelos, brindou a iam sendo debitadas lhe provo-
assistência com um discurso de cavam. Sem dúvida, um mo-
grande sensibilidade, ele que mento para recordar...
colhe na sua família os valores Na continuação, o evento mu- Descerramento da Lápide Comemorativa
lassalistas granjeados pelo seu dou-se de local para o átrio do
filho, antigo aluno do Colégio. Colégio, onde todos os convi-
Sua Excelência Reverendíssima dados testemunharam o descer-
o Arcebispo de Braga, D. Jorge rar da lápide comemorativa dos
Ortiga orientou a reflexão em 75 anos de La Salle em Portu-
torno da comemoração para o gal, pelo Ir. Álvaro Rodríguez,
Ano Paulino e para a vida de seguindo-se um Porto de Honra
Jesus Cristo. que constituiu um momento de
A marcar indelevelmente este verdadeiro e sentido convívio
dia esteve a merecidíssima entre todos os presentes, numa
homenagem ao Padre Jorge manifestação de união e regoz-
Coutinho, há muitos anos ijo por pertencer a esta grande
capelão do Colégio de São família lassalista espalhada
Caetano, cujo trabalho em prol pelas quatro partidas do mundo,
da educação das crianças e jo- em Portugal há 75 anos. Porto de Honra

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Há 75 anos em Portugal, 1933 | 2008
ao Serviço da Educação Cristã

UMA “ALIANÇA” EXEMPLAR


75 anos: La Salle em Portugal
Casa, com especial alegria e organizado do Centro. aquele “objectivo inicial” se
Ir. Luís Lopez satisfação. Se bem que com Apesar de tudo, muitas coisas viu­felizmente ultrapassado,
uma certa inquietação à mistu- se passaram desde aquela data abrangendo vários outros as-
ra, por tratar-se de estrangeiros em que os Irmãos de La Salle pectos da educação e formação
É verdade: “75” é muito mais com alguma “aparência rara ou tomaram a direcção e gestão da pessoa – sempre em cristão!
do que um número, uma data, exótica” (?), vindos da vizinha do Colégio… Mesmo assim, as – nas diversas áreas do saber e
um símbolo ou, simplesmente, Espanha. coisas foram “de bem a mel- de uma cultura multiforme.
mais umas «bodas de …». Assim que os nossos recém­ hor”… ou, então, não tería- Isto para não falar, finalmente,
Estávamos no ano de 1932. chegados puseram os pés nas mos diante de nós a realidade de uma “exemplar aliança”, en-
As diligências, da parte dos instalações daquele velho destes «75 anos» volvidos, tre duas Instituições Educativas
Superiores dos Irmãos de La Orfanato (com quase 150 anos que avalizam o labor contínuo Cristãs – por sinal do mesmo
Salle, no sentido de aceitar a de idade, desde a sua fundação, e silencioso destes «leigos Carisma Lassalista – como são
oferta do Arcebispo Primaz de num outro local da cidade, pelo consagrados», os primeiros e o Colégio La Salle, Gratuito, de
Braga, que tinha solicitado ao então Arcebispo Frei Caetano únicos que, sem serem padres, Barcelos, e o Lar de Jovens de
Irmão Superior de Roma para Brandão) depressa se aperce- conseguiram realizar uma tão S. Caetano (antigo Orfanato) de
os Irmãos de La Salle tomarem beram das dificuldades de toda dilatada “singrada” nesta Casa carácter Assistencial…
a direcção e gestão do então a índole, pelas quais estava a e nesta Obra, a velejar pelos Ora bem, de mãos dadas, estas
conhecido como “Colégio de atravessar a Instituição, e não mares dos diversos governos ou duas Fundações Lassalistas,
Órfãos de S. Caetano”, essas apenas no campo financeiro, cores políticas, e não só… decidiram unir esforços e
diligências, digo, iam ter agora embora este condicionasse tudo Sem esquecer o objectivo vontades para, dando cada qual
o desfecho esperado. Abria-se o resto… inicial da fundação – «retirar o melhor de si, potenciar a for-
um horizonte novo, de espe- E, por aquilo de «primum viv- da miséria aqueles meninos aos mação humana e cristã desses
rança! ere, deinde philosophare», era quais a orfandade lançara no seiscentos Alunos, resultantes
Efectivamente, já no ano preciso arregaçar-se e começar infortúnio» – a missão lassalista da “fusão exemplar” de ambas
seguinte, a 7 de Setembro por melhorar a alimentação e o desenvolve-se actualmente num as Instituições.
de 1933, chegavam os oito vestuário… Em seguida, viria a leque muito mais vasto, gra- Desde logo, um «exemplo de
primeiros Irmãos, de comboio, implementação de um mínimo ças a Deus. E não só porque já Aliança por uma causa nobre»!
à cidade bracarense, sendo de disciplina para assegurar não são apenas “rapazes”, nem
recebidos, pelos habitantes da o funcionamento regular e somente órfãos, mas porque

Apresentação do Programa
75 anos da Presença de La Salle em Portugal
texto, é fácil compreender que Irmãos de La Salle no nosso 2 a 6 de Março na qual ocor-
Paula Lopes
se visse como providencial a país, que passou por lugares tão rerá uma Semana Aberta, de 4
- Professora -
oferta por parte do Arcebispo distintos como Porto, Leiria, a 10 de Maio com a Semana do
No dia 4 de Outubro foi de Braga para que a Congre- Abrantes e Lamego, até aos Fundador e, por fim, a 30 de
apresentado o programa das gação dos Irmãos das Escolas dias de hoje, onde a sua obra Maio será realizada no Colégio
comemorações dos 75 anos no Cristãs aceitasse a direcção do continua em Barcelos e em La Salle em Barcelos uma festa
Colégio S. Caetano, Maximi- então chamado Colégio dos Braga, formando e educando de encerramento.
nos. Órfãos de São Caetano. Assim, crianças e jovens. Este ano, será uma excelente
“Em 1931, com a implantação a 3 de Outubro de 1933, dá-se Ao longo deste ano decorrem oportunidade para reunir todos
da República em Espanha, a chegada dos oito primeiros distintos acontecimentos para os que fazem e fizeram parte
pretendeu-se acertar um golpe Irmãos a Portugal” referiu o marcar estas comemorações, desta História de 75 anos ao
mortal à religião católica. Para Irmão Iglésias. nomeadamente no dia 24 de serviço da educação das crian-
isso resolveu-se acabar com A partir deste momento começa Janeiro com a Abertura oficial ças e dos jovens, em especial
o ensino privado. Neste con- a ser escrita a História dos das comemorações, semana de dos mais desfavorecidos.

Contigo, Amigos e Irmãos


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Jornal Rumos | 1

ENCONTROS DE VERÃO
Acampamento à hora da partida, entrarmos,
todos ansiosos, na carrinha.
principalmente para o nosso
grupo, e que teve, na minha
Fomos tão bem recebidos que opinião, o seu ponto alto na
o nosso medo inicial de não oração. O 10º ano fez questão
ponte humana que construímos conseguirmos estabelecer con- de preparar a oração, foi uma
Celina Vila-Boas
para passar todas as tralhas pelo tacto com os idosos foi rapida- forma de agradecer Pesqueiras
11.º A
rio... ui, estou a tentar escolher mente ultrapassado e momentos e agradecer a Pesqueiras. As
momentos, mas não consigo. depois da chegada já estávamos velas, o ambiente, as lágrimas,
Paizinhos e afins podem-se Não há nada que se possa, ou distribuídos pela sala a conver- o fim: abraços a toda a gente,
questionar “depois de quatro consiga, excluir. sar individualmente com eles. foi uma forma fantástica de
anos, o que há ainda, de novo, Este foi o meu quarto acam- Foi um dia muito preenchido nos despedirmos do “mundo à
a dizer?” e eu, depois de quatro pamento e foi sem dúvida o e cheio de descobertas. Cada parte” que é Pesqueiras.
anos, pela quadragésima enési- mais especial. Não foi perfeito, um tinha o seu feitio e nem E, infelizmente, o último dia.
ma vez, posso tentar explicar e nunca iríamos conseguir sempre era fácil prestar aten- Desmontar, empacotar, “en-
o mundo, a magia, o espírito, a preencher a escala de perfeição ção a todos, mas quando, na camionar” e… adeus. Foi o
singularidade de cada acampa- de todas as 83 pessoas que lá despedida, rezámos o terço e meu último acampamento de
mento, mas já sei que não o vou estávamos, mas ainda bem que cantámos uma música final Pesqueiras e tenho que referir
conseguir. não foi. Teve os seus momentos de mãos dadas com as irmãs o que me custou ver o rio ficar
Não há forma correcta de altos e baixos, e de todos retiro responsáveis e os idosos, penso para trás, entrar no autocarro
definir Pesqueiras... sim, ok, é algo especial que não se irá que falo por unanimidade, nada para voltar, o que ainda me
uma terrinha no meio do nada repetir! É impossível reproduzir paga o poder sorrir e receber custa pensar no fim do ano sem
(mais especificamente, nos de modo fiel o que se passa um sorriso em troca de cada Pesqueiras, mas agora é pensar
confins de Terras de Bouro), naquele mundinho. Daqueles idoso com quem estivemos. no que ganhei, no que Pesquei-
que tem um rio e uma ponte 10 dias, posso destacar dois Depois da visita ao lar, tivemos ras me deu e no que sempre
de tábuas e pedrinhas, mas isto momentos (gostaria de falar de ainda alguns dias com “horário há-de representar para mim. O
não é nada. Podíamos fazer todos os outros mas isso nem normal”, jogos, refeições, evangelho da última oração, se
uma grande descrição da ram- num livro): a visita, do 10º banho no rio, dinâmicas, ainda se lembram, foi escolhido
pa, da ponte, do rio, das tendas, Ano, ao lar e a última oração. orações, tarefas, serões, etc, a pensar no que podemos dar
da casa, do refeitório e até do Como Grupo mais velho, até ao dia em que percebemos aos outros daquilo que apren-
local de oração, mas no meio a nossa “preparação” para que “amanhã vamos embora”. demos no acampamento. E é
de tanto “olho clínico”, como Pesqueiras é, sem dúvida, O penúltimo dia deste ano esse o objectivo agora. Nova
definir a paisagem fantástica muito diferente da dos outros foi o mais difícil de todos os etapa. Mas sim, Pesqueiras
que nos acompanha ao longo Grupos e, assim, a quarta-feira penúltimos dias. Quando todos I love you, deep down in my
da rampa, a sensação de chegar, destinada à visita ao lar era, a os outros pensam “para o ano heart, para sempre.
o saltar de pedra em pedra nós, o que mais ansiedade nos quero voltar”, eu só pensava
quando a ponte ainda está por provocava. Preparámos activi- “para o ano, não posso voltar”.
montar desde o ano anterior, a dades, ensaiámos músicas até, Foi um dia muito emotivo,

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Há 75 anos em Portugal, 1933 | 2008
ao Serviço da Educação Cristã

Júlio Gomes
- Animador -

Há já alguns anos que ansiava por esta oportunidade, ser animador.


Este Verão foi-me concedida essa oportunidade. Após tantos anos
como animando, pude entrar numa nova etapa dentro dos Grupos
Cristãos.
Acampamento Pesqueiras 2008, mas desta vez do lado daqueles que
têm a responsabilidade, daqueles que têm por missão proporcionar
aos jovens dos Grupos Cristãos uma boa experiência, rica, única…
Daqueles que querem incutir os princípios que nos unem e fazem de
nós Cristãos, daqueles que lutam por criar, de geração em geração,
pessoas capazes de responder a cada desafio da vida com um sorriso
e esforço, tal como o nosso fundador João Baptista de La Salle e
Jesus Cristo fizeram.
Dez dias em Pesqueiras… aí pude conhecer o “lado de dentro da
casa”, foi uma óptima experiência que tive, apesar de lá ter ido como animador. Tenho a dizer que fiquei surpreendido comigo mesmo,
porque, tal como os animandos, eu próprio aprendi, conheci, convivi e partilhei.
Senti-me bastante apoiado e acolhido por todos os outros animadores - eles são uma das peças fundamentais para a integração de um
novo animador.
Quanto aos animandos, foi bom conhecer pessoas novas, pessoas que ao longo do ano lectivo foram meus colegas de escola mas que,
devido ao processo dos grupos cristãos, nos levaram a ser animandos e animadores.
O acampamento de Pesqueiras é assim mesmo, uma caixa de surpresas para quem quer que lá vá. E com certeza que esta minha nova
experiência me trouxe força e ânimo para dar continuidade ao bom trabalho que foi realizado ao longo destes anos nos Grupos Cris-
tãos, e me abre horizontes para optar por continuar a ter presente na minha vida este privilégio de pertencer a um Grupo Cristão e ser
animador.

O Outro Lado do Sonho


Campo de Trabalho - Campos, Vieira do Minho
trabalho, não era muito. Nin- caram profundamente. e a realidade com o sonho!
Joana Costa
guém acreditava naquele grupo Partiram, com a promessa de Foram dias fantásticos, difíceis
- Grupo OUPA -
de jovens: jovens a quererem voltar e de fazer daquela se- de descrever por meras pala-
Quantas vezes nos senti- ajudar sem pedir nada em mana, uma vida inteira! vras. O que senti e sentimos,
mos incapazes de mudar troca, onde a única coisa que Acordei sobressaltada. Nada o que vi e vimos, o que vivi e
o mundo?! Quantas vezes queriam receber era um sor- tinha sido um sonho! O sonho vivemos… tão simples, e tão
mergulhamos nesse sonho?! A riso sincero, era coisa já não misturou-se com a realidade, difícil de explicar!
resposta é trivial. São muitas muito vista. Com o passar do
tempo, as pessoas habituaram-
e muitas, vezes sem conta,
se a eles, e eles, habituaram-se
demasiadas vezes!
àquelas pessoas, àquelas lides,
Recordo-me agora de um
àquela explosão de sentimen-
sonho que tive. Nesse sonho,
tos que fluíam a cada segundo
um grupo de jovens partia que passava. Criou-se, dentro
em busca de uma realidade deles, uma chama forte que os
diferente, onde o essencial era queimava intensamente, que
ajudar o outro sem esperar nada teimava em não acalmar. Essa
em troca. Um mundo total- chama, essa chama era Deus!
mente à parte, onde reinava a Os dias foram passando que
paz e a serenidade, onde não nem segundos. E a hora da
havia televisão, onde não havia partida chegou. Ficaram as
água quente, onde o hotel onde memórias dos abraços, dos sor-
estavam não passava de uma risos, das pessoas, das orações,
simples escola abandonada, no dos almoços, dos jantares, das
meio de uma aldeia envelhe- conversas, dos banhos, de todos
cida, esquecida no tempo. O aqueles momentos que os mar-

Contigo, Amigos e Irmãos


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Jornal Rumos | 1

“O Que Trouxe de Moçambique”


a futuros missionários, vive do
Miguel Pinheiro pouco que a terra lhes dá e ain-
- Grupo Ele e os Oito - da assim todos os dias sorriem.
A cada etapa proposta para a
«Foste a Moçambique? Como missão íamos encontrando nova
é que correu?» São as pergun- gente e novas formas de viver
tas que nos recebem à chegada com a calma e a simplicidade
da maior aventura alguma vez daquele país. As correrias e o
proporcionada… Às vezes stress que cada um de nós vive
continua a ser surreal a ideia no seu dia-a-dia, são miragens
de que lá estive. E como é que naquelas terras e eu senti-me
se responde a perguntas como gradualmente desintoxicado
estas?… É mesmo difícil… de tudo o que é europeu. Aqui
não se responde como quem tudo nos é oferecido, tanto há
foi à praia ou numa viagem de que já tomámos por certo e que
férias. Moçambique é feito de ao aterrar num país africano
pormenores, de detalhes nas notamos o quanto nos passava como era realmente viver com o fim do Estado Novo…
pessoas e nas paisagens, de despercebido… Tão simples essas condições. Moçambique Deixo um desafio para quem o
pequenos segredos e de muita como não termos rede de é um país que parou no tempo quiser aceitar… perguntem aos
tranquilidade. De cada vez telemóvel dias e dias seguidos, e que ainda reflecte como a vossos avós o quanto Portugal
que me fazem essas pergun- ou não ter água quente no chu-
vida conseguia ser simples! E mudou, perguntem sobre aquilo
tas eu vou contando pequenas veiro, não ter água nas torneiras
sem dinheiro na algibeira para que é diferente no dia-a-dia das
histórias que lá se passaram, para lavar a cara, ter que lavar
enfrentar um momento difícil, pessoas… e se alguém quiser
pequenas memórias do tanto a roupa toda à mão ou ter luz
que me ficou e que continua a eléctrica apenas três horas por as pessoas de lá vivem um dia ver essa realidade com os
ser indescritível. Moçambique dia… Nós já não sabemos viver de cada vez, sabendo saborear e próprios olhos, Moçambique é
é tema para muitas horas, mas sem esses pequenos luxos! Os desfrutar de cada presente que já ali! A experiência de mis-
quem pergunta quer saber o nossos avós, que terão passado a Natureza dá. Às vezes ques- são muda uma pessoa, princi-
que vimos lá que não há cá… por este mesmo cenário em tiono-me como fomos capazes palmente, porque nos abre os
O povo que lá nos acolheu, e Portugal há cinquenta ou ses- de ganhar e de perder tanto olhos ao mundo que há para lá
que continua de braços abertos senta anos atrás, já esqueceram nestes anos que passaram desde do nosso pequeno país.

Encontro em Teruel
Daniel Durães os valores dos Jovens Lassalis- Durante o encontro contactei trouxe a Fraternidade, o Serviço
- Grupo Ele e os Oito - tas? Esta e outras perguntas com jovens de diferentes Dis- e a Fé como valores dos Jovens
foram surgindo ao longo da tritos, partilhei experiências, Lassalistas, e a vontade de
semana. descobri novas actividades, voltar a Teruel, para uma nova
Teruel, no Norte de Espanha, Ainda durante o encontro, tive
recebeu este Verão, e de braços novas aventuras… Comigo, experiência.
a oportunidade
abertos, o Encontro Regional de conhecer
de Jovens Lassalistas prove- a cidade e a
nientes de toda a Península sua história,
Ibérica. Serviu o mesmo para pois algumas
partilharmos as experiências de dinâmicas
vida, de fé e de grupo vividas decorreram
nos diferentes Distritos. no interior
Para conduzir esta partilha de da mesma.
experiências, foi utilizada uma Fomos ainda
linguagem informática como recebidos
tema para cada dia do encontro. pela Câmara
Tal como uma procura num Municipal
motor de busca se faz através e provámos
de palavras-chave, quais serão o magnífico
as palavras-chave que definem presunto.

8 2008 | 2009
Há 75 anos em Portugal, 1933 | 2008
ao Serviço da Educação Cristã

Encontro em Bujedo que me debruço sobre o texto, o


envolvimento vai sendo maior e
as ideias, aos poucos, tornam-se
uma perda de tempo. Acredito nada… - nenhuma experiência, claras e as palavras vão fluindo
Nídia Costa
que vivi uma das melhores ex- dinâmica ou oração. espontaneamente.
- Grupo Mesa de Pau -
periências da minha vida e que Voltei de Bujedo com vontade O mesmo se passou com a
isso me fez mudar. de fazer mais pelo Grupo e pe- minha ida para Bujedo. Apesar
Uns tempos depois cá estou eu
a prestar o meu depoimento… los outros. Voltei mais Cristã e das boas expectativas que tinha,
O caderninho amarelo está
Segundo o nosso querido mais próxima d’Ele. Voltei uma os “relatos” sobre Bujedo eram
numa gaveta da minha secre-
Abilheira, tenho dificuldade de pessoa infantilmente crescida. demasiado vagos, indefinidos
tária e ainda não o abri desde
expressão e assim sendo, vai- E, parece estranho dizer isto, e misteriosos, nos quais era
que cheguei. Olho para ele
-me ser complicado transmitir mas aquele encontro mudou- uma constante a ideia de que
quase todos os dias e não o
tudo o que vivi em Bujedo. No -me a cabeça e o coração. era “uma experiência muito
consigo abrir. Não consigo
entanto, vou tentar fazer o meu importante e forte na nossa
porque tenho saudades. Sau- Para sempre!
melhor. caminhada e que tínhamos que
Sinceramente, não tinha a míni- aproveitar todos os momen-
ma vontade de ir passar aqueles tos que por lá iríamos viver”.
dias a um lugar que não conhe- Ainda que levasse comigo
cia, rodeada de pessoas que curiosidade, ansiedade e aber-
não conhecia e com uma língua tura, levava também alguma
com que pouco me entendia. incerteza e confusão. A época
O que é que aquela “porra” ia de exames tinha acabado muito
contribuir para a minha vida? recentemente e eu sentia-me
Não via nada, mas mesmo cansada e desanimada, de modo
nada de bom naquela ida. Além que só queria “férias a sério”.
disso, estava mais para lá do Já para não falar na suposta
que para cá e o que tinha em “barreira” da língua.
mente era deixar o Grupo Cris- E assim fui, de bagagem na
tão (estava decidida a fazê-lo). mão, de espírito dividido,
Contudo, fui “incentivada” a ir, pronta para Bujedo.
mesmo não percebendo porquê Humm, lembram-se das tretas
e para quê. que acabei de escrever de uma
Ora bem, no dia 22 de Julho lá tal “incerteza e confusão”,
fomos nós na maravilhosa car- “cansaço e desânimo” e “bar-
rinha com um ar condicionado reiras”? Pois podem tratar de
duvidoso e com as malas aos esquecer isso, porque foi real-
pés. Uns mais bem dispostos, mente isso que me aconteceu
outros a queixarem-se de tudo. logo que lá cheguei.
Quando lá chegámos, ao Encontrei um espaço de tal
Mosteiro de Bujedo, assustei- modo preenchido por alegria,
-me um bocadinho. Muito ca- satisfação, convivência e
ladinha, observava tudo e pen- solidariedade que não havia
sava - “OMG! O que é que eu de modo algum espaço para
vou fazer aqui uma semana?!”. tristeza, confusão ou cansaço.
Mas não entrei em pânico Encontrei pessoas, encontrei
(como de costume) e como sou língua diferente, encontrei
boa rapariga dei o benefício hábitos diferentes, encontrei
da dúvida e esperei mais um dades daquele sítio, daquelas felicidade, encontrei amigos,
Ana Torres
dia. Atrás desse diazinho veio pessoas e do bem que me fez lá encontrei divertimento, en-
- Grupo Mesa de Pau -
outro diazinho e atrás desse estar. Foi em Bujedo que desco- contrei emoções, encontrei
outro. Quando dei por mim, e bri que o nosso grupo não é o Ora bem, ora bem, por onde esclarecimento, encontrei Deus,
como melodramática que sou, único a ter problemas e que a começar... encontrei experiências, encon-
estava a pensar “Bolas, isto é língua não é entrave para nada. trei umas “férias a sério”... e
bom demais para ti! Não estás Descobri quem sou e o que cá O início de um texto, para mim, mais uns montes de “encontrei”
à altura disto!”. Quer dizer, eu ando a fazer. E cresci por isso, nunca é tarefa fácil: as palavras poderia continuar a dizer.
já estava lá! O que é que podia por descobrir. Posso ter sido custam a sair, as ideias teimam E assim cheguei, cheia de
fazer? Então, deixei os dramas resmungona e chata em relação em não aparecer e a tão espe- “encontrei” de “descobri” de
de parte e decidi entregar-me às caminhadas, aos horários e rada “inspiração” parece que “questionei” e de vontade de
por completo àquele encontro à confusão que são as refeições está lá bem escondida no seu estar no grupo, pronta outra vez
que, dias antes, tinha achado deles, mas eu não mudava cantinho. No entanto, à medida para Bujedo…

Contigo, Amigos e Irmãos


9
Jornal Rumos | 1

Encontro em Castelo de Neiva


Continuação de uma caminhada. Mais um momento...
campo de trabalho. Em con- a cumprir os objectivos que ali flexão do que tinha sido o ano
André Matos nos levavam. Começávamos os anterior e, em seguida, realizá-
trapartida resolvemos apostar
Rita Costa
fortemente num dos pilares do dias com um pequeno-almoço mos o Projecto de Grupo para o
Sofia Lopes
grupo - a amizade. A junção muito rico, e seguíamos com futuro.
- Grupo A-Deus -
dos dois grupos foi um proces- momentos de reunião, de lazer, Foram, sem dúvida, uns dias
so rápido e natural, no entanto a de serviço, de oração, e de muito bem passados, ao lado
Ao longo destes anos fomos distância física entre os elemen- muita partilha. daqueles que são, para nós, a
caminhando com o intuito de tos durante a semana, e a falta
Fizemos uma avaliação/re- nossa segunda família.
fazer crescer e fortificar o nosso de disponibilidade para o grupo
Grupo Cristão. Actualmente, foram enfraquecendo as rela-
o grupo A-Deus é constituído ções de amizade/fraternidade
por 10 elementos, e reúne-se entre nós. Por isto, no final do
por possuir crenças e objectivos ano, resolvemos fazer um retiro
comuns, que têm uma relação de quatro dias em Castelo de
de amizade e que pretendem Neiva. Entrega era a palavra
limar a sua fé. O ano que pas- de ordem da altura, e assim,
sou foi, de uma forma especial, estarmos disponíveis para nos
diferente para todos… a junção entregarmos tal e qual somos,
de dois grupos veio modificar e aos outros e a Deus. A oração,
unificar a personalidade de cada o serviço, a disponibilidade, o
indivíduo, tornando-os apenas compromisso, também enrique-
num só grupo coeso. ciam o ambiente envolvente
Neste verão, ao contrário do daquele local. A dinâmica dos
que seria previsto, não fizemos dias foi programada de forma

Natalícios, ou O Milagre da Vida


Tiago, votos de uma vida longa menina – Madalena – que vem zendo o melhor dos presentes
Débora Sistelo
- Professora - e cheia de sucesso, acompanha- fazer companhia à Maria de num dia que, tradicionalmente,
do de muitos manos e manas a dois anos. Apesar da Madalena no país de nuestros hermanos,
Se o Natal é a época por ex- fazerem as alegrias dos babados ter tardado em nascer, chegou serve para fazer a troca de
celência da celebração da vida, papás. cheia de saúde e herdeira da presentes – o Dia de Reis – 6
do nascimento de Cristo, das Para entrar no Ano Novo em beleza da mãe. À semelhança de Janeiro. À Madalena, que
crianças e da partilha, neste beleza, o professor Gil viu a de outros “rebentos” Lassalis- tenhas uma longa e bela vida,
ano, para nós Lassalistas, esta sua já linda prole ser aumen- tas, a Madalena vem encher de sempre rodeada daqueles que te
realidade tornou-se ainda mais tada e a cegonha trazer-lhe uma felicidade a casa dos pais, tra- querem bem.
visível devido ao duplo nasci-
mento de um casal de bebés.
Em primeiro lugar, e como
prelúdio para o Natal, chegou o
Tiago, filho do professor Sérgio
Peixoto, no dia 15 de Outubro,
para felicidade tanto do pai
como da mãe Elisabete. É um
bebé muito calmo, sossegado,
que, com apenas dois meses, já
desenvolveu um grande sentido
de “respeito” pelos horários
dos pais, pois de noite chora
apenas a horas aceitáveis. Será
que é já o reflexo duma noção
avançada de cálculo? Para o

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