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Hude Pedro Taveira Romão

Aluno nº. p901488

E-fólio A

Sociologia I

Sabemos que o homem tem vivido sempre em grupo. De igual modo se pode afirmar, também,
que os homens sempre viveram num estado cultural, afastando-se do estado de natureza característico
das restantes sociedades animais. Se o primeiro contacto entre dois homens o tornou num ser social,
esse fenómeno social humano constituiu, por sua vez, o primeiro dos fenómenos culturais.

Efectivamente, a observação das sociedades hoje ditas primitivas, cujo modo de vida mais se
aproxima do modo de vida dos homens primitivos, dá-nos a conhecer a complexa forma de
organização e de interacção sociais confirmando-se que todo o comportamento humano é um
comportamento com significado social. A cultura não é só um amontoado de normas, valores, técnicas,
etc., corresponde antes a um sistema organizado de comportamentos em que grupos diferentes
possuem crenças, normas, valores, etc., também diferentes

Pode-se então definir Cultura como o conjunto complexo e articulado de normas, crenças e
valores, que condicionam o horizonte espiritual do homem, bem como as realizações técnicas do
grupo, que conferem a cada sociedade o seu aspecto original. Cultura é pois, um fenómeno onde todos
os membros de um grupo têm lugar, fenómeno partilhado, que se concede a cada um uma semelhança
básica, que os distingue dos membros de outro grupo, necessariamente, portadores de outra cultura. De
modo mais simplificado pode-se dizer que Cultura representa a expressão de um grupo e concretiza
tudo o que é socialmente aprendido e partilhado pelos membros desse grupo.

O conceito de cultura apresentado demonstra que a cultura compreende traços, elementos ou


aspectos de duas ordens: aspectos intangíveis, ou seja as crenças, as ideias, as normas e os valores que
constituem o teor da cultura, e aspectos tangíveis, os símbolos ou a tecnologia que representam esse
conteúdo.

Tanto os valores, como as normas não são estanques. Não o são com o evoluir do tempo, o que
hoje se define como válido, a alguns anos atrás não o seria, como também não o são dentro de uma
mesma sociedade.

No entanto não são somente as crenças culturais que variam de cultura para cultura. Também
os comportamentos e as práticas variam. Assim pode-se definir, quanto à sua génese cinco tipos de
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culturas: Sociedades Mono culturais: As sociedades de pequena dimensão tendem a ser culturalmente
uniformes; Sociedades Multiculturais: A maioria das sociedades industrializadas são cada vez mais
culturalmente diversificadas; Sociedades Culturalmente Mistas: A migração conduziu à emergência de
sociedades em que a sua população é constituída por um determinado número de grupos de diferentes
origens culturais, étnicas e linguísticas; Subculturas: não são apenas grupos étnicos ou linguísticos
minoritários de uma sociedade, mas qualquer segmento da população que se distinga do resto da
sociedade em virtude dos seus padrões culturais. Oferecem às pessoas oponibilidade de se expressarem
e agirem de acordo com as suas opiniões, aspirações e valores. Contraculturas: grupos que rejeitam a
maior parte das normas e dos valores vigentes numa sociedade.

Não sendo um conceito estanque, a relação entre cultura e sociedade tende a alterar, a evoluir
( não no sentido de progressão , mas sim num sentido transformista). Essa alteração deve-se sobre tudo
à própria evolução da sociedade, uma vez que como os valores referenciais da sociedade - factores
políticos, ambientais, culturais, económicos - evoluem, também essa relação evolui.

Por exemplo, é inquestionável que as condições meteorológicas condicionam a interacção dos


indivíduos numa sociedade. Os habitantes do norte da Europa, onde a exposição da luz solar é mais
diminuta e o frio maior, condiciona a relação dos indivíduos em actividades exteriores, em relação, por
exemplo, com os povos mediterrâneos, onde se pode constatar que a vida social decorre sobretudo e
actividades exteriores.

Face à própria evolução, a cultura tende nos dias de hoje a globalizar-se, tende a deixar para
trás as fronteiras e a ultrapassar barreiras naturais outrora impossíveis de se suprir.

A globalização é, porventura, o fenómeno mais marcante das sociedades contemporâneas. Ela


influencia a nossa maneira quotidiana de viver, de maneiras que não nos são imediatamente
apreensíveis, mas que condicionam fortemente os nossos comportamentos mais expostos ou mais
íntimos, desde a política e a economia, à sexualidade, à família ou à religião. Principalmente, importa
esclarecer que a globalização não é algo que tenha a ver exclusivamente com o mundo dos negócios e
da finança internacional. Como diz Giddens, “é um erro pensar-se que a globalização só diz respeito
aos grandes sistemas, como a ordem financeira mundial. A globalização não é apenas mais uma coisa
que ‘anda por aí’, remota e afastada do indivíduo. É também um fenómeno ‘interior’, que influencia
aspectos íntimos e pessoais das nossas vidas”. [1]

A globalização está sem dúvida a alterar a nossa percepção do mundo. É em consequência


directa desta globalização, que hoje temos em hora real informação a circular por todos os países, coisa
que não mais d trinta anos atrás era impensável.

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Nesse sentido, a globalização tem consequências em praticamente todas as esferas da nossa
vida social: “Nem os cépticos nem os radicais compreenderam inteiramente o que é a globalização ou
quais são as suas implicações em relação às nossas vidas. Para ambos os grupos, trata-se, antes de
tudo, de um fenómeno de natureza económica. O que é um erro. A globalização é política, tecnológica
e cultural, além de económica”.[2] Ao longo deste ensaio, indagaremos até que pontos essas
consequências se reflectem nas práticas culturais em contexto urbano.

A globalização está associada à uniformização a todos os níveis (na música, na arte, na


televisão e no cinema, nos comportamentos, etc.), num processo a que poderíamos, com alguma
propriedade, chamar de “McDonaldização” (uma vez que os restaurantes McDonald’s são semelhantes
em todo o mundo. No entanto, é justo dizer que esta visão não é inteiramente correcta, já que, ao
mesmo tempo, produz-se maior diversidade de conteúdos. Hoje, o consumidor comum tem ao dispor
igualmente mais restaurantes italianos, franceses, chineses, indianos, brasileiros, africanos…, tal como
o espectador tem mais telenovelas portuguesas do que antes, e mais livros e discos de autores
nacionais. O processo de globalização cultural é contraditório e é duvidoso dizer que haja uma
tendência para a uniformidade se instalar, pelo menos sem que possa ser desafiada. O fenómeno da
globalização, trouxe também para o quotidiano novas noções já enraizadas nas sociedades: é a
substituição das noções tradicionais de cultura, identidade cultural nacional, identidade em geral e,
mesmo, de nação (pelo menos, nos países da UE). Hoje, qualquer pessoa tem uma cultura mental
composta por figuras, ideias e imagens que circulam por todo o planeta, desenraizadas de uma
referência local ou nacional. Os autores jurídicos que definiam a nação em termos de “poder, espaço e
população” encontram-se ultrapassados pelos acontecimentos; os autores que falavam de cultura
nacional em termos de homogeneidade, de língua ou de etnia mostram-se incompatíveis com qualquer
aproximação empírica às sociedades actuais. O multiculturalismo, a transculturalidade são as
perspectivas para abordarmos os novos contextos. Apesar de sermos forçados a constatar a presença do
fundamentalismo como actor dos novos confrontos (ideológicos, políticos, militares…), identificamos,
por contraposição, o cosmopolitismo (a abertura ao outro, a visão abrangente do mundo) e o
relativismo (a ausência de preconceitos a priori para olhar o outro).

Muita desta discussão se joga em saber se existe uma globalização da cultura ou, antes, uma
cultura global, como assinala Boaventura Sousa Santos.[3]. Para alguns autores, as últimas três
décadas terão propiciado o surgimento de uma cultura global. Acreditam que a intensificação dos
fluxos transfronteiriços produziu convergências entre as culturas locais, ao ponto de poder falar-se de
uma nova entidade, essa pretensa cultura global, composta por formas que são originariamente
transnacionais ou cujas origens nacionais são tão remotas que perderam já qualquer significado. A
estas formas novas Anthony Smith chama imperialismo cultural; para Leslie Sklair, é a cultura-

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ideologia do consumismo. A maioria dos autores acredita, porém, que este processo não produziu
(pelo menos, ainda) esse resultado. Muitos identificam cultura com fronteira (ainda que não
necessariamente territorial ou coincidente com os limites de um Estado-nação), como Wallerstein, para
quem definir uma cultura é essencialmente definir uma fronteira. Para outros, como Boaventura Sousa
Santos, a cultura é até uma forma de obstar à uniformidade: “Os poderosos e envolventes processos de
difusão e imposição de culturas, imperialisticamente definidos como universais, têm sido
confrontados, em todo o sistema mundial, por múltiplos e engenhosos processos de resistência,
identificação e indigenização culturais.”[4] Este autor defende que o sistema mundial tem espaço para
albergar “culturas globais parciais”, com perfis políticos muito diferentes, mas, de qualquer modo,
plurais ou pluralistas. Daí que seja difícil falar de uma única cultura global. Esta discussão tem ainda o
mérito de chamar a atenção para a questão da primazia cultural ou económica. Enquanto para uns o
sistema mundial se tornou integrado em primeiro lugar pela economia e pela relação de forças dos
actores internacionais, para outros o poder político e as normas e valores culturais/institucionais
surgem antes do mercado global e do desenvolvimento actual do sistema global.

Como tudo na sociedade, a globalização desertou contestação, uma vez que enquanto processo
imprevisível e conturbado, a globalização é entendida e concebida de diversas maneiras.
Principalmente apareceram três correntes: os “cépticos”, os “hiperglobalizadores” e os
“transformacionalistas”. Para os cépticos, o conceito exprime-se em internacionalização e
regionalização. Defendem que é uma ideia exagerada uma vez que historicamente existe exemplos
pois já acontecia no Sec. XIX nas trocas económicas entre os países. O que realmente é novidade é a
constituição de blocos de comércio de formas de geogovernança mais fraca, estando mundo cada vez
menos interdependente em que o poder dos governos sai reforçado ou mesmo aumentado, as forças
motrizes são os governos e os mercados, em que o interesse dominante é o nacional; para os segundos,
globalização é abordado como um reordenamento do enquadramento da acção humana, em que se vive
numa era em que tudo é global – a governação, o capitalismo, a sociedade civil, sendo o motor a
tecnologia e o próprio capitalismo, sedo o objectivo final a civilização global. Para os últimos, não
existe qualquer registo na Historia que se assemelhe a esta nova realidade, irá surgir uma nova
configuração da ordem mundial em que a comunidade política está a ser a mais afectada.

Portugal, não foge à regra. Principalmente nos últimos vinte anos, a globalização, trouxe a
Portugal, uma nova perspectiva, o surgimento de empresas multinacionais é disso exemplo. Nos dias
de hoje, estando num qualquer ponto do país, temos acesso a filosofias e costumes, que só visitando
esses países teríamos acesso (caso das cadeias de fast-food). Com o cada vez mais fácil acesso às
novas tecnologias, o mundo fica à “ disposição de clique”, onde tanto se pode estar a visitar um museu
qualquer no mundo, como estar a falar com o vizinho do lado.

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As mentalidades abrem-se com a informação sempre disponível,

No entanto, em Portugal não foi só nos últimos vinte anos que a globalização surgiu. Há que
lembrar que no Sec. XV Portugal “deu novos mundos ao Mundo” com o inicio da era dos
descobrimentos (troca de hábitos e tecnologia com os novos territórios); nos anos sessenta a selecção
portuguesa de futebol, recorreu, e muito, às colónias para fazer crescer a Selecção: Eusébio, nascido
em Moçambique.

A globalização está a mudar profundamente a natureza das experiências quotidianas. À medida


que as sociedades, também vão se transformando, também os valores pelos quais os indivíduos
interagiam se modificaram. Antigamente os hábitos e as tradições eram o factor mais importante na
vida das pessoas, contudo com o novo cenário da globalização, pode-se constatar que o individualismo
emerge, em que as pessoas têm de construir as suas identidades, não tendo obrigatoriamente seguir
caminhos predefinidos (caso da escolha de profissão). A globalização trouxe também alterações a nível
do mercado de trabalho: carreiras profissionais, com mudanças constantes de empregos com o intuito
de melhorar; alterações sociais, uma vez com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, a família
fica em segundo plano; a nível cultural a aproximação e mistura de conceitos (caso da musica reggae
oriunda da Jamaica difundiu-se por todo o mundo).

FIM

[1] cfr. GIDDENS, Anthony, O Mundo na Era da Globalização, ed. Presença.


[2] cfr. GIDDENS, Anthony, op. cit.
[3] cfr. SOUSA SANTOS, Boaventura, “Os processos da globalização” in SOUSA SANTOS, Boaventura (dir.)
Globalização. Fatalidade ou Utopia? ed. Afrontamento, 2001
[4] cfr. SOUSA SANTOS, Boaventura, op. cit., pág. 54

Bibliografia

GIDDENS, Anthony, O Mundo na Era da Globalização, ed. Presença, 2002

GIDDENS, Anthony, Sociologia, ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 6ª Edição

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SOUSA SANTOS, Boaventura, “Os processos da globalização” in SOUSA SANTOS, Boaventura (dir.),
Globalização. Fatalidade ou Utopia? ed. Afrontamento, 2001

Gil Cabrito, Belmiro, Sociologia, ed. Porto Editora, 1989

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