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A autora remete Peter Berger (1985) para explicitar que a religio possui um mrito
expressivo na iniciativa humana de construo do mundo, principalmente no que diz
respeito introduo e legitimao de regras de convivncia social.
Num contexto de privao de liberdade, em que os indivduos esto suspensos de
quaisquer controles externos, a influncia religiosa se faz presente nas regras
estabelecidas nas prises. Estas regras fazem aluso aos Dez Mandamentos bblicos,
muito provavelmente, segundo a autora, devido ao trabalho de evangelizao nos
presdios, exercido por Igrejas Evanglicas. Alm dos mandamentos, ao preso
demandado algumas regras especficas para a manuteno da higiene, desperdcio de
comida e rotinizao dos hbitos.
s Igrejas Evanglicas Renascer e Universal do Reino de Deus so concedidas
apenas um dia da semana para entrada de agentes religiosos, que adentram o
presdio no intuito da pregao da ordem divina, prestando assistncia emocional e
oficinas de elevao da autoestima. Os detentos possuem grande apreo aos pastores
e pregadores, pois reconhecem nessas figuras pessoas que buscam ajud-los. Porm,
Karina Biondi ressalta que a Pastoral Carcerria da Igreja Catlica o rgo que mais
defende os carcerrios no mbito poltico.
Dentro os Dez Mandamentos que vigoram no presdio estudado, destacamos os
seguintes:
"1-Amars a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ti mesmo.
-Compartilhar suas coisas com os companheiros de cela.
-Fazer doaes para quem no recebe visitas.
-Respeitar as sequncias (do banho, da comida).
-No dizer palavres ou palavras de baixo calo.
(...)
8-No roubars
-No roubar nada de outro preso.
-No comer a cota da comida de outro preso.
-No explorar outro preso.
-Pagar as dvidas contradas." (pgina 325)
Consideraes finais
Nas consideraes finais, a autora ressalta a ideia de Zaluar (in Velho, 2000) de que
quando elementos que agregam os indivduos so desmantelados, h uma sensao
de despertencimento social. Nesse sentido, para Karina Biondi, as auto-