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O documento discute diferentes tipos de discurso em narrativas incluindo: narração, descrição, diálogo e monólogo. Também explica os três tipos de discurso - direto, indireto e indireto livre - e como eles podem aparecer em um texto narrativo.
O documento discute diferentes tipos de discurso em narrativas incluindo: narração, descrição, diálogo e monólogo. Também explica os três tipos de discurso - direto, indireto e indireto livre - e como eles podem aparecer em um texto narrativo.
O documento discute diferentes tipos de discurso em narrativas incluindo: narração, descrição, diálogo e monólogo. Também explica os três tipos de discurso - direto, indireto e indireto livre - e como eles podem aparecer em um texto narrativo.
Narrao - utiliza-se para relatar os factos, fazendo
avanar a aco; verbos de movimento no presente e no
pretrito perfeito. Descrio - utiliza-se para descrever, apresentar algo ou algum de forma mais pormenorizada; adjectivos; verbos no pretrito imperfeito; valor aspectual dos verbos; recursos estilsticos (a comparao, a metfora, a enumerao, a adjectivao). Dilogo - utiliza-se para reproduzir a fala das personagens; discurso directo; grande proximidade espacial e temporal entre o emissor e o receptor do discurso. Monlogo - acontece quando uma personagem est a falar consigo mesma; o locutor o receptor de si prprio; o discurso desordenado, condicionado pelo pensamento do emissor, subjectivo.
Discurso a prtica humana de construir textos, sejam
eles escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso uma prtica social. A anlise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto em que se encontra, assim como as personagens e as condies de produo do texto. Em um texto narrativo, o autor pode optar por trs tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre. No necessariamente estes trs discursos esto separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Depender de quem o produziu. Vejamos cada um deles:
Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens
ganham voz. o que ocorre normalmente em dilogos. Isso permite que traos da fala e da personalidade das personagens sejam destacados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em uma pea teatral. Travesses, dois pontos, aspas e exclamaes so muito comuns durante a reproduo das falas. Discurso Indireto: O narrador conta a histria e reproduz fala, e reaes das personagens. escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem. Discurso Indireto Livre: O texto escrito em terceira pessoa e o narrador conta a histria, mas as personagens tm voz prpria, de acordo com a necessidade do autor de faz-lo. Sendo assim uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem. A descrio quase se equipara em importncia, n' Os Maias, narrao. Ela corresponde ao desenvolvimento de subttulo do romance "Cenas da Vida Romntica". Os episdios de crtica social so quadros descritivos em que as personagens aparecem irmanadas com os lugares. o impressionismo destas descries provm da animizao da natureza e das coisas, como prolongamento do interior das personagens. A descrio de interiores, mais frequente do que a de exteriores, reflecte a solidariedade personagem/habitao. A mudana de habitao surge sempre relacionada com novas etapas e vivncias psicolgicas das personagens. A descrio de espaos, quer interiores, quer exteriores, -nos quase sempre dada sob focalizao interna de personagens. Veja-se, por exemplo, a descrio enquadrada no passeio de Carlos e Cruges a Seteais (pg. 233): "Cruges agora admirava o jardim..." Esta bela e impressionista descrio do jardim de Seteais claramente perspectivada sob o olhar de artista de Cruges. Da mesma forma, a ltima descrio do Ramalhete e do seu espao circundante (da pg. 707 a 710) perspectivada por Carlos e Ega e reflecte bem o seu estado de esprito de desalento e profundo pessimismo. A
descrio processa-se quase sempre numa dinmica de fluir
cinematogrfico, dada sobretudo pelo uso do imperfeito verbal e do gerndio, o que torna a linguagem mais visualista. Os quadros descritivos partem sempre da realidade observada (ao contrrio do que sucede no Romantismo), embora a imaginao do autor tudo eleve ao domnio do sonho, mediante expedientes estilsticos prprios de um realismo impressionista. A narrao processa-se quase sempre mediante o uso do perfeito verbal narrativo, ou do mais-que-perfeito. Nos episdios descritivos/narrativos surge mais vezes o imperfeito e o gerndio. A narrao torna-se mais sbria na intriga trgica, apresentando-se com notvel economia de palavras os acontecimentos numa sucesso apropriada criao de suspense. O dilogo tem uma importncia muito grande. Este contribui para o ritmo lento que se verifica na narrativa central. O dilogo emotivo, srio e elegante na intriga trgica (ver nas pginas 644 e seguintes, o dilogo em que Carlos comunica ao av que Maria Eduarda sua irm); e, pelo contrrio, brincalho e irnico nops episdios de crtica social (ver os dilogos travados no jantar do Hotel Central - pginas 156 e seguintes). O dilogo , n' Os Maias, a melhor forma de caracterizao indirecta das personagens: de notar, por exemplo, como as falas de Alencar, em linguagem empolada e declamatria, o caracterizam como poeta ultraromntico. O discurso indirecto livre uma das conquistas mais originais do Ea. um dos processos que ele encontrou de conseguir uma maior economia de palavras, de matar a monotonia do discurso directo/indirecto e de se esconder, mediante a focalizao interna, por detrs das personagens. O lirismo (efuses lricas) tambm uma agradvel realidade nesta prosa de Ea. Manifesta-se sobretudo na descrio de espaos, quer interiores, quer exteriores, mas sobretudo na descrio do espao rstico (paisagens). Esta irresistvel tendncia de Ea para a poetizao dos espaos provm de uma outra tendncia: fazer, pela animizao desses espaos, que eles exprimam o estado emotivo de personagens, segundo a perspectiva das quais, esses quadros so traados. Da que as efuses lricas apaream tambm frequentemente em monlogos interiores, dados, por vezes, em discurso indirecto livre. Por exemplo, o monlogo de Carlos da Maia, quando, inutilmente, tenta desligar-se de Maria Eduarda, ao saber que sua irm (pginas 653-654) e o monlogo com que o mesmo Carlos comenta a morte do av (pgina 671 - "Carlos perdia-se nesta contemplao dolorosa..." Aparece tambm o comentrio do narrador para continuar, ou esclarecer a fala de uma personagem. tambm um processo de, por uma espcie de discurso indirecto livre, cortar a fala de uma personagem e, ao mesmo tempo, exprimir ele o que aquela poderia dizer, evitando assim a monotonia do discurso directo. Na pgina 72, por exemplo, o comentrio do narrador a sublinhar a repreenso de D. Ana sobrinha por estar a brincar com Carlos ("Sempre detestara ver a sobrinha... a brincar assim com o Carlinhos..."