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Coleção INSTITUTO DE SEGURANÇA PÚBLICA

Série Formação Policial | VOLUME 12

BIOSSEGURANÇA
E ABORDAGEM
Secretaria Especial
dos Direitos Humanos
União Européia
DE URGÊNCIA

ANTONIO CLÁUDIO LUCAS DE NÓBREGA

PATRÍCIA CONSTANTINO

RENATA RODRIGUES TEIXEIRA DE CASTRO


ISBN 85-60502-19-X
ISBN 978-85-60502-19-6

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Presidente da República Federativa do Brasil
Luiz Ignácio Lula da Silva

Ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos


Paulo Vannuchi

Governador do estado do Rio de Janeiro


Sérgio Cabral Filho

Secretário de Estado de Segurança do Rio de Janeiro


José Mariano Beltrame

Instituto de Segurança Pública

Diretora-presidente
Ana Paula Mendes de Miranda

Vice-presidente
Simone Maiato Gomes

Coordenadora de Formação Policial


Kátia Sento-Sé Mello

Coordenadora de Pesquisa
Lana Lage da Gama Lima

Coordenador dos Conselhos Comunitários de Segurança


Robson Rodrigues da Silva

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Coleção Instituto de Segurança Pública

Série Formação Policial

Volume 12

biossegurança e
abordagem de urgência
ANTONIO CLÁUDIO LUCAS DE NÓBREGA
Professor Titular do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFF, Coordenador do
Mestrado em Ciências Cardiovasculares da UFF, Coordenador da Disciplina de Fisiologia
Humana (UFF), Membro do Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação do Município de
Niterói - RJ, Mestre e Doutor em Ciências, Research Fellow da University of Texas Southwestern
Medical Center at Dallas, (EUA), Editor-Chefe da Revista Brasileira de Medicina do Esporte,
Pesquisador 1 do CNPq

PATRÍCIA CONSTANTINO
Psicóloga (UES), Doutora em Saúde Pública (Escola Nacional de Saúde Pública)

RENATA RODRIGUES TEIXEIRA DE CASTRO


Mestre em Ciências Cardiovasculares (UFF), Pesquisadora Associada da Universidade Federal
Fluminense, Diretora Médica da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Diretora
Científica da Sociedade de Medicina do Esporte do Rio de Janeiro, Médica do Hospital Naval
Marcílio Dias, Professora convidada da Universidade Estácio de Sá.

Rio de Janeiro
Instituto de Segurança Pública

Secretaria Especial
dos Direitos Humanos
União Européia

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Coleção INSTITUTO DE SEGURANÇA PÚBLICA
Coordenadora– Ana Paula Mendes de Miranda
Série Formação Policial
Organizadoras – Ana Paula Mendes de Miranda e Kátia Sento-Sé Mello

Volume 12
BIOSSEGURANÇA E ABORDAGEM DE URGÊNCIAS

Autores
Antonio Cláudio Lucas de Nóbrega
Patrícia Constantino
Renata Rodrigues Teixeira de Castro

© 2006 by Instituto de Segurança Pública

Direitos de publicação reservados ao Instituto de Segurança Pública.


É permitida a reprodução, total ou parcial, e por qualquer meio, desde que citada a fonte.

Responsáveis Técnicos Equipe Técnica


Carlos Eduardo Martins Costa Medawar Daniel Ganem Misse
Solange Aziz Cretton Eliane Santos da Luz
Érika Giuliane Andrade e Souza
Consultores Daniela da Costa Araújo de Alemany Dias
Gláucia Maria Pontes Mouzinho Maria Ana Dias Alvarenga Baptista
Fábio Reis Mota
Apoio Técnico
Colaborador Wilson Santos Vasconcelos
Alexandro Coimbra Felipe Maia de Andrades
Joelma de Souza Azevedo
Revisão Emmanuel Antonio Rapizo Magalhães Caldas
Frederico César Girauta
Iara da Cruz Fróes da Silva Coordenação Administrativa
Simone Maiato Gomes
Projeto Gráfico
Alexandre Lage da Gama Lima Apoio Administrativo
Thiago Venturotti Nunes Carneiro Antônia Luiza Barbosa
Everaldo Antonio
Diagramação Florisvaldo Mouro
Francisco Kelson Moreira de Sousa Jorge Tadeu Marinonio
José Renato Biral Belarmino
Kátia Maurila Carvalho de Castro
Coordenação Executiva Marcelo de Araújo Barreto
André Felipe Gagliano Alves Miguel Albano da Costa
Rita Maria Nícola de Souza
Ficha Catalográfica elaborada por Johenir Viégas em 07/12/2006

N754b Nóbrega, Antônio Cláudio Lucas de, Constantino, Patrícia e Castro, Renata Rodrigues Teixeira de.
Biossegurança e abordagem de urgências. Organizadores: Ana Paula Mendes de Miranda e
Kátia Sento-Sé Mello – Rio de Janeiro: Instituto de Segurança Pública, 2006.
p.: il. – (Coleção Instituto de Segurança Pública. Série formação policial, v. 12)

ISBN 85-60502-19-X
ISBN 978-85-60502-19-6

1. Laboratórios químicos – Medidas de segurança – Manuais, guias etc. I. Instituto de Segurança Pública.
II. Constantino, Patrícia. III. Castro, Renata Rodrigues Teixeira de. IV. Miranda, Ana Paula Mendes de.
V. Mello, Kátia Sento-Sé. VI. Título. VII. Série.
CDD: 542.10289

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biossegurança
e procedimentos
de emergência

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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 7
I - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 12
II - ABORDAGEM EM URGÊNCIAS ......................................................................................... 13
III - PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÕES DE SOCORRO ..................................................... 15
1. Atendimento em desastres ......................................................................................... 15
2. Atendimento individualizado .................................................................................... 17
3. Exame primário ............................................................................................................... 18
3.1 Abertura das vias aéreas e estabilização do pescoço (A) ........................ 18
3.2 Respiração (B) .......................................................................................................... 19
3.3 Circulação (C) .......................................................................................................... 19
4. Parada Cardiorrespiratória .......................................................................................... 20
5. Manobra de Heimlich para engasgo ....................................................................... 23
6. Afogamentos .................................................................................................................... 24
7. Hemorragias ...................................................................................................................... 25
8. Estado de Choque ........................................................................................................... 26
9. Fratura ................................................................................................................................. 26
10. Convulsão ......................................................................................................................... 27
11. Queimadura ..................................................................................................................... 28
12. Envenenamento e intoxicação .............................................................................. 30
13. Choque elétrico ........................................................................................................... 30
14. Parto emergencial ....................................................................................................... 31
15. Acidente de trânsito ................................................................................................... 32
IV - BIOSSEGURANÇA ................................................................................................................. 33
1. Como lidar em situações de incêndio ................................................................... 34
2. Ambientes radioativos ................................................................................................ 34
3. Ambientes com risco biológico ................................................................................ 36
4. Conduta pré-hospitalar pós-exposição a agentes infecciosos .................. 36
V - ENTENDENDO O RISCO POLICIAL: QUANDO A POLÍCIA É A VÍTIMA .................. 37
1. O conceito de risco para as Ciências Sociais ....................................................... 37
VI - PENSANDO O RISCO A PARTIR DOS DADOS DE PESQUISA ................................. 40
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 44
ANEXO ................................................................................................................................................ 45
Sugestão de sites na Internet ........................................................................................ 45
Telefones úteis ....................................................................................................................... 45

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série FORMAÇÃO POLICIAL | 7

APRESENTAÇÃO
A formação profissional é a base para a prestação de serviços de qualidade. É
com este espírito que o Instituto de Segurança Pública desenvolveu um projeto para
capacitar os profissionais que atuam na área de ensino das Polícias Civil e Militar.
Nosso objetivo é debater e rever o modelo policial vigente no Brasil, que tem como
base uma cultura de combate ao crime, associada a valores e práticas que repousam
em posturas legalistas e burocráticas, não privilegiando o enfoque da segurança
voltada para o cidadão.
A organização da Série Formação Policial, da Coleção Instituto de Segurança
Pública, é fruto da parceria entre o Instituto de Segurança Pública, a Secretaria de
Estado de Segurança, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
da República e a União Européia. Tais ações visam à modernização dos órgãos de
segurança com a capacitação continuada de seus agentes, no contexto do Programa
de Apoio para as Ouvidorias de Polícia e Policiamento Comunitário da SEDH.
A profissionalização da polícia é uma meta do ISP, entendida como uma
capacitação voltada para a prevenção do crime e a melhoria da segurança pública,
o respeito à lei, a construção da relação de confiança com a sociedade, o controle
qualificado e a ausência de comportamento inadequado, a capacidade para resolução
de problemas e o tratamento igualitário das pessoas.
Os volumes que compõem a Série Formação Policial foram produzidos para
atender as demandas do corpo docente das unidades policiais de ensino, debatidas
durante o Seminário Reformulação da Formação Policial, realizado em agosto
de 2004. Os temas também foram selecionados em função da Matriz Curricular
Nacional para a formação na área de Segurança Pública, elaborada e publicada
pela Secretaria Nacional de Segurança Pública. Do mesmo modo, buscou-se
compatibilizar as necessidades e especificidades das Polícias Civil e Militar com o
Currículo Integrado de Formação Policial do Estado do Rio de Janeiro, publicado
em março de 2006, que incorporou os princípios de responsabilidade social, tendo
como foco a metodologia da prevenção de conflitos; a valorização da investigação
e da inteligência; o policiamento voltado para a interação entre polícia e sociedade;
o exercício da ética; o fortalecimento dos direitos humanos como um processo de
luta por cidadania, mediante a supressão da discriminação de gênero, orientação

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sexual, religiosa ou étnica; o desenvolvimento de uma formação orientada pela


transparência e responsabilização interinstitucional frente à sociedade civil.
Concordamos com a assertiva de que a formação policial deve ser uma
área prioritária para se construir uma segurança pública adequada às normas
democráticas. Todavia, questionamos uma visão do senso comum que discute a
atuação dos policiais, afirmando-se que os mesmos estão despreparados, porque são
mal formados. Esquecem de perguntar, afinal para o que foram preparados? Qual era
o papel da polícia quando não se podia falar em Estado Democrático de Direito?
Desde 1999, o Instituto de Segurança Pública tem priorizado, na área de
formação, a integração do ensino através do sistema pedagógico, de forma a
articular os conteúdos, expressos nos currículos, com uma metodologia que permita
o diálogo e a reflexão.
Acreditamos que a formação policial é um fluxo constante de conhecimentos
e experiências que são recriadas, pelos indivíduos, sob influência de diferentes
processos sociais. Nesse sentido, consideramos que a aquisição de conhecimento
não é uniforme ou homogênea, e que no caso dos policiais, estamos falando em
capacitar indivíduos que já estão formados. É preciso lembrar também que a prática
educacional distingue-se das demais formas de socialização, por constituir-se em
uma ação intencional, sistemática e continuada.
Dessa forma, a formação policial deve expressar um compromisso com a
garantia ao acesso aos saberes técnicos necessários ao desempenho das diferentes
funções bem como aos conhecimentos necessários para que o policial possa exercitar
a capacidade de compreensão e interpretação da realidade, e autonomia responsável
no processo decisório.
A fim de desempenhar a função social de formar policiais que respeitem
direitos e tenham seus direitos respeitados, a formação policial deve considerar a
diversidade de fatores políticos, econômicos, psicológicos e culturais que afetam a
sociedade.
Na busca da melhoria da formação policial temos ainda que enfrentar
alguns obstáculos, tais como a necessidade de padronizar os critérios de seleção
do quadro de professores e instrutores que atuam nas escolas/academias policiais;
a estruturação de bibliotecas em todas as unidades de ensino; a reestruturação
administrativa visando sanar o problema da precariedade na manutenção de

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instalações e equipamentos; e a excessiva ênfase em modelos que priorizam apenas


o ensino jurídico e militar, e que deixam de lado a discussão acerca da segurança
pública e do papel das polícias numa sociedade democrática.
Acreditamos que é preciso fortalecer uma concepção de polícia voltada para
a mediação de conflitos e a prevenção da violência. Assim, a atuação policial deve
ser pensada como parte fundamental de uma política de valorização da vida e da
dignidade humana e deve ser reconhecida como um serviço público voltado para a
defesa da cidadania.

Ana Paula Mendes de Miranda


Diretora-Presidente do Instituto de Segurança Pública

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PREFÁCIO
A Série Formação Policial da Coleção Instituto de Segurança Pública reúne
livros que foram elaborados com base nos textos dos cursos Temático e Pedagógico
para a formação de docentes das escolas das polícias – civil e militar – do Estado
do Rio de Janeiro e nos trabalhos apresentados no Seminário Formação Policial e
Segurança Pública. Ambas atividades foram executadas no ano de 2006, por meio
da parceria entre o ISP, a Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, a
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e a União
Européia.
O conteúdo da Série é parte integrante da capacitação das Polícias Civil
e Militar do estado do Rio de Janeiro, no âmbito do Programa de Apoio para as
Ouvidorias de Polícia e Policiamento Comunitário da SEDH.
Essa Série consagra uma experiência pioneira, que teve por objetivo a
adequação das orientações relativas à formação das polícias do Estado do Rio de
Janeiro, previstas no Currículo Integrado, aprovado e publicado pela Resolução SSP
Nº 846 de 30 de março de 2006. A formação integrada das polícias, no âmbito do
Estado, significa antes de tudo a possibilidade de implementação de uma política
de segurança pública com base no diálogo sobre as diferentes atribuições de ambas
as corporações e do modo como podem atuar sem prejuízo das suas competências
específicas.
Trata-se assim, de uma experiência institucional que busca caminhos para
que a atuação das polícias seja norteada por princípios universais e igualitários
proclamados por uma sociedade regida pelos princípios do Estado Democrático de
Direito, na qual os direitos de todos os cidadãos sejam garantidos e respeitados,
tanto da população civil quanto dos policiais, agentes investidos da responsabilidade
de prestar um serviço público no campo da segurança pública.
A perspectiva que norteia esse trabalho, bem como as diversas atividades
propostas e implementadas pelo ISP, no âmbito da Formação Policial, em consonância
com a orientação do atual Plano Nacional de Segurança Pública e da Secretaria
Nacional de Segurança Pública, prioriza uma metodologia de formação policial
baseada na transversalidade dos conceitos de Direitos Humanos e das práticas de
Cidadania. Ao longo desses anos, a partir da parceria estabelecida com a Comissão

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Internacional da Cruz Vermelha, foram igualmente incorporadas nesta metodologia


as Normas de Direitos Humanitários Internacionais.
Os volumes aqui apresentados se caracterizam por cultivar e estimular uma
profunda reflexão crítica a respeito das práticas policiais que tradicionalmente foram
marcadas por uma perspectiva, alternadamente ou simultaneamente, legalista,
militarizada, autoritária e hierárquica. Contribuem, deste modo, para a reflexão
dos temas debatidos nos diferentes fóruns em que o ISP esteve presente – cursos,
seminários internos e acadêmicos, reuniões, encontros – com diferentes atores
sociais, policiais, professores, pesquisadores, autoridades, que colaboraram com suas
idéias ou mesmo participando da redação dos diferentes livros que compõem a Série.
Cada livro corresponde a uma disciplina oferecida nos cursos, a saber: Segurança
Pública, Segurança Social e Segurança Humana; Administração e Serviço Público;
Português Instrumental; Ética e Direitos Humanos; Gestão de Novas Tecnologias
da Informação; Modelos de Polícia Comunitária e de Policiamento Preventivo;
Psicologia e Stress; Interação da Polícia com a Sociedade; Imagem Institucional da
Polícia; Áreas Integradas de Segurança Pública; Legislações Especiais; Biossegurança
e Abordagem em Urgências; Controle da Ação Policial; Currículo; Planejamento de
Ensino; Recursos Didáticos e Processos de Avaliação.
Fundamentalmente, a Série poderá servir de meio para que os docentes e os
policiais em formação possam construir um processo de aprendizagem e de reflexão
por meio do diálogo e da mediação na transmissão de conhecimentos. Poderá, também,
servir como uma fonte pela qual novos conhecimentos possam ser incorporados e
conduzidos para o interior das corporações, fornecendo subsídios para que esses
profissionais possam pensar na existência de outras formas de administração de
conflitos no espaço público, que não aquelas baseadas exclusivamente no uso da
força, mas na prevenção e na busca da paz. Oferece, por fim, a oportunidade para
que os policiais, que são servidores públicos, reconheçam que as suas práticas são,
antes de tudo, um modelo para toda a sociedade.

Kátia Sento Sé Mello


Coordenadora de Formação Policial do Instituto de Segurança Pública

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I - INTRODUÇÃO

No contexto mais amplo da Segurança Pública, pode-se considerar que a


integridade física dos cidadãos constitui elemento fundamental para a garantia da
segurança e bem-estar coletivos. Dois domínios do conhecimento estão intimamente
relacionados com a integridade física do ser humano: a biossegurança (estudo
dos riscos envolvidos com agentes biológicos, químicos, físicos e ergonômicos)
e a abordagem em urgências. O policial preparado para atuar numa Sociedade
Democrática deve conhecer os conceitos fundamentais e atitudes básicas necessários
à prevenção e redução dos danos ao cidadão, a si próprio e aos companheiros de
profissão. O conceito de risco para as ciências sociais, os riscos vividos e a percepção
do risco para os policiais também serão alvos desse material.

Para alcançar os objetivos propostos, o livro foi organizado de forma que


pudesse oferecer um conhecimento global do assunto. Deste modo, o livro foi
dividido nos seguintes capítulos: Abordagem em Urgências, que trata de técnicas
de primeiros socorros; Procedimentos em Situação de Socorro, que visa oferecer
orientações quanto à avaliação do contexto de situações de acidentes; Biossegurança,
capítulo no qual tratamos dos riscos relativos à manipulação e contato com agentes
biológicos; o capítulo Entendendo o Risco Policial: quando a polícia é a vítima aborda
as condições de risco nas quais os policiais podem se encontrar no desempenho das
suas funções; e, por fim, o capítulo Pensando o Risco a partir dos dados de Pesquisa
trata da percepção que os policiais têm da sua vivência em situações de risco.

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II - ABORDAGEM EM URGÊNCIAS

Define-se emergência como situação médica ameaçadora da vida e urgência


como situação médica com necessidade imediata de intervenção. Em ambos os casos,
o tempo entre a ocorrência de um incidente ou mal-súbito e o atendimento à vítima
e a qualidade deste atendimento são os principais determinantes da sobrevivência
da vítima e da magnitude das seqüelas. Portanto, agilidade e treinamento prévio são
fundamentais para o sucesso da abordagem nos casos de atendimento a vítimas de
incidentes.

Os Primeiros Socorros constituem-se no primeiro atendimento prestado à


vítima em situações de acidentes ou mal-súbito, por um socorrista, no local do
acidente. Muito embora seja preferível que todo atendimento de Primeiros Socorros
seja realizado por profissional treinado e experiente, a experiência internacional
mostra que a rápida abordagem de uma vítima por qualquer indivíduo treinado
em noções básicas diminui o risco de morte. Por exemplo, o treinamento de
funcionários de portaria em hotéis e motoristas de táxi no atendimento à parada
cardiorrespiratória nos EUA na década de 80 teve maior impacto na redução das
chamadas mortes súbitas (aquelas que ocorrem até 1 hora após o início dos sintomas)
ocorridas fora dos hospitais, do que o aparelhamento sofisticado das unidades de
tratamento intensivo.

Atualmente, a sociedade no Brasil considera que o atendimento a vítimas é


uma obrigação de todos, de forma que o Código Penal Brasileiro (ver abaixo) prevê o
crime de omissão de socorro em seu artigo 135. Entretanto, em algumas situações,
a vítima pode recusar o atendimento, como no caso de crenças religiosas. Nestes
casos, o socorrista não deve forçar a vítima consciente a receber socorros, mas sim
solicitar socorro especializado e aguardar por sua chegada.

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Código Penal Brasileiro:

Artigo 135 - Omissão de socorro

Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
pública.
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão


corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

A omissão de socorro pode ainda ser considerada até mesmo como causa de
danos maiores (relação de causalidade), como prevê o artigo 13 do Código Penal
Brasileiro.

Código Penal Brasileiro:

Art. 13- Relação de causalidade

O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem


lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.

Superveniência de causa independente


§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-
se a quem os praticou.
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

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III - PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÕES


DE SOCORRO

Ao deparar-se com uma situação de acidente, deve-se inicialmente avaliar o


contexto e a magnitude do ocorrido, para que sejam organizados os procedimentos
de socorro e reduzidos os riscos de agravamento da situação.
O policial deve lembrar que a sua segurança pessoal é importante. Assim,
deve evitar contaminar-se com agentes biológicos, substâncias tóxicas, sangue e
secreções de vítimas. Deve-se usar luvas e, caso estas não estejam disponíveis, utilize
um pano limpo para evitar o contato de sua pele com agentes perigosos.
É importante ter atenção quanto à sinalização e o isolamento da área, visando
prevenir que novos acidentes ocorram. Caso o local de socorro ofereça riscos que
não possam ser neutralizados (como incêndio e risco de explosões ou desabamentos,
por exemplo), a vítima deve ser removida para local seguro antes de iniciar a sua
avaliação.

1. Atendimento em desastres
Por tratar-se de profissional presente em diferentes cenários, não é raro que
o policial seja o primeiro a deparar-se com uma situação de desastre, definido como
uma situação de emergência na qual os recursos materiais e humanos disponíveis não
são suficientes para o atendimento adequado. Um dos objetivos deste documento
é preparar o policial para o atendimento individualizado de vítimas, em diferentes
situações. Entretanto, muitas vezes, os desastres se caracterizam pela presença de
várias vítimas, e o policial deverá estar preparado para esta situação, reconhecendo
as prioridades de atendimento e sendo capaz de informar a gravidade do ocorrido
aos órgãos competentes.
Em um acidente de grandes proporções, dificilmente todos os recursos
humanos e materiais necessários à melhor operação estarão disponíveis. Nestas
situações, é comum que diferentes profissionais (médicos, enfermeiros, bombeiros
militares, funcionários da defesa civil e policiais militares) atuem em conjunto,
visando a melhor resolução da situação instalada. Para que esta atuação conjunta

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seja possível, é necessário que todos os profissionais atuantes estejam familiarizados


com a linguagem e as ações propostas para acidentes de grandes proporções.
O Grupamento de Socorro de Emergência (GSE), do Corpo de Bombeiros
Militar do Rio de Janeiro, propõe que acidentes com múltiplas vítimas (AMV) sejam
classificados de acordo com o número de vítimas envolvidas no mesmo, conforme
a tabela abaixo.
Quadro 1 - Classificação dos Acidentes com Múltiplas Vítimas
Nível do AMV Número de vítimas envolvidas
1 5 a 10
2 11 a 20
3 > 21

AMV de nível 3 são classificados como desastres e a necessidade de recursos


humanos atuantes neste nível de acidente extrapola a capacidade de ação do GSE.
Independente do nível de AMV, o policial, quando primeiro profissional presente
neste tipo de situação, deverá estar ciente de sua responsabilidade em informar o
Corpo de Bombeiros com o máximo de informações precisas, visando maior facilidade
no planejamento da ação. Assim, a prioridade imediata deve ser a avaliação da cena
e informação da situação ao Centro de Operações. O objetivo inicial nestes casos
não é realizar o atendimento imediato às vítimas, mas sim avaliar o tipo de evento,
número e gravidade dos feridos e definir o local das áreas de triagem, tratamento
e transporte. Desta forma, será possível prover o Centro de Operações com as
informações contidas no quadro abaixo.

Quadro 2 - Informações a serem passadas ao Centro de Operações


Informação Descrição
O quê aconteceu? Relato dos fatos (Colisão? Explosão? Incêndio?)
Houve envolvimento de produtos perigosos?
Há risco de explosões, violência?
Quais recursos são necessários? Ambulâncias? Segurança? Material de salvamento
em montanhas, florestas?
Onde aconteceu? Endereço e pontos de referência
Quantas vítimas estão envolvidas? Número real (se possível) ou estimado

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série FORMAÇÃO POLICIAL | 17

O atendimento médico em AMV é baseado na medicina de guerra e divide-


se em três ações básicas: triagem, tratamento e transporte. A triagem tem como
objetivo garantir que o maior número de vítimas sobreviva com o mínimo possível
de seqüelas. Apesar da triagem exigir conhecimentos específicos, muitas vezes o
policial poderá participar deste processo, que, de forma objetiva, divide as vítimas
de acordo com a tabela abaixo.

Quadro 3 - Triagem de vítimas em Acidentes com Múltiplas Vítimas


Vítima Prioridade Descrição
Vermelha Um Lesões tratáveis, com risco imediato de vida.
Dificuldade respiratória, sangramento não controlável,
diminuição do nível de consciência, sinais de choque,
queimaduras graves
Amarela Dois Lesões graves, sem risco imediato de vida.
Queimaduras sem problemas de vias aéreas. Fraturas ósseas
sem choque ou hemorragias.
Verdes Três Lesões de partes moles mínimas, sem risco de vida ou
incapacitação.
Cinza Zero Pacientes mortos ou apresentando lesões irreversíveis.
Traumatismos de crânio com perda de massa encefálica,
esmagamento de tronco e incineração.

A operação do tráfego no local do evento é vital para o sucesso deste tipo


de operação. O policial poderá auxiliar na constituição de vias não confluentes de
chegada e saída de viaturas. Nenhum paciente deve ser removido sem a autorização
expressa do Coordenador de Transporte do evento e sem que sejam feitos registros
de tal remoção. A listagem de vítimas (presentes no local e já removidas) deve ser
mantida atualizada.

2. Atendimento individualizado
Muitas situações de emergência envolvendo uma ou poucas vítimas podem
ter sua história modificada por profissional treinado em procedimentos básicos de
urgência. Os diferentes itens deste livro apresentam as situações de emergência
mais comuns, como diagnosticá-las e abordá-las. Entretanto, independente do caso,
a abordagem inicial deve ser sempre a mesma, conforme descrito a seguir.

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18 | série FORMAÇÃO POLICIAL

3. Exame primário
O primeiro objetivo do atendimento individualizado de uma vítima é verificar
sua capacidade de resposta. A vítima capaz de responder a solicitações simples,
como dizer seu próprio nome, deve ser interpretada pelo socorrista como com
presença de circulação e respiração. Nesta primeira abordagem é importante que o
socorrista determine o nível de consciência da vítima de acordo com o método AVTI,
apresentado na tabela abaixo.

Quadro 4 - Método AVTI para determinação do nível de consciência


A Acordado
V Vigil= responde quando chamado
T Responsivo ao toque
I Irresponsivo

Em vítimas inconscientes deve-se proceder com o chamado ABC da vida,


conforme será descrito a seguir.

3.1 Abertura das vias aéreas e estabilização do pescoço (A)


1. Certifique-se de que o paciente esteja inconsciente, ou seja, que ele não
apresenta reações ao chamado e ao toque.
2. Alinhe e posicione o paciente em decúbito dorsal.
3. Sempre suspeite de lesão de coluna cervical em todo paciente inconsciente.
Evite movimentos cervicais.
4. Mantenha a cabeça do paciente em posição neutra (não permita rotações
cervicais).
5. Incline a cabeça pra trás e eleve o queixo para abrir as vias aéreas.
6. Abra a boca do paciente e observe se existem corpos estranhos, vômito
ou sangue na cavidade oral.
7. Retire manualmente corpos estranhos que tenham sido visualizados.
8. Não realize inspeção manual da cavidade oral às cegas ou em pacientes
agitados.
9. Mantenha a coluna cervical sob estabilização manual até que seja
imobilizada através de equipamento apropriado.

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3.2 Respiração (B)


1. Posicione sua face junto à do paciente, com seu rosto virado na direção
do tórax, com o ouvido próximo ao nariz da vítima, procurando durante
um período de cinco segundos:
• Ver a expansão do tórax.
• Ouvir os ruídos da respiração.
• Sentir o ar sendo expirado.
2. Descubra o tórax da vítima.
3. Procure sinais de distúrbio respiratório: coloração arroxeada da pele;
movimentação anormal do tórax; lesões profundas na região torácica.
4. Se existem movimentos respiratórios, passe para o item seguinte (C).
5. Caso não haja movimentos respiratórios, oclua as narinas do paciente
com as mãos e inicie assistência respiratória, com duas respirações
artificiais.

3.3 Circulação (C)


1. Procure pela presença de pulsação na região inguinal (artéria femural) e
na região cervical (artéria carótida).
2. Na ausência de pulso, inicie a Reanimação Cárdio-Pulmonar (RCP) com
respiração artificial e compressões torácicas.
3. Procure evidências de hemorragia externa grave. Observe a coloração da
pele, a coloração rosada geralmente significa que a circulação é adequada,
a palidez ou tom acinzentado de pele indica choque iminente.
4. Adote medidas de controle de hemorragias externas graves (ver item
hemorragias).

Ao final do ABC, a vítima deve ser despida, visando a procura de lesões graves,
principalmente aquelas capazes de gerar hemorragias.

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4. Parada Cardiorrespiratória
A parada cardíaca caracteriza-se pela interrupção súbita das contrações
cardíacas efetivas e, conseqüentemente, da circulação corporal em indivíduo com
expectativa de restauração da função cardiopulmonar e cerebral, não portador de
moléstia crônica intratável ou em fase terminal. A parada respiratória caracteriza-se
pela interrupção dos movimentos de ventilação (inspiração e expiração). A parada
cardíaca será precedida ou seguida pela parada respiratória, configurando um caso
de parada cardiorrespiratória.
A parada cardiorrespiratória mata mais do que acidentes de trânsito,
violência e suicídios no mundo ocidental. A importância do atendimento rápido e
eficaz aos casos de parada cardiorrespiratória reside na tentativa de minimizar as
lesões decorrentes da falta de oxigenação em órgãos nobres, que podem ser graves e
irreversíveis. A chance de sobrevivência do indivíduo com parada cardiorrespiratória
é reduzida em 7 a 10% a cada minuto sem atendimento adequado.
Assim, foram criados protocolos específicos para atendimento a estes casos.
Em 2003, o ILCOR (International Liaison Committee on Resuscitation) definiu seis
segmentações de treinamento e operação em casos de atendimento à parada
cardiorrespiratória: Suporte Básico de Vida, Suporte Avançado de vida; Atendimento
às Síndromes coronarianas agudas, Suporte de Vida pediátrico, Suporte de vida
neonatal e atendimento interdisciplinar, definindo suas metodologias aplicadas
e sistemas de ensino. A classificação dessas definições foi apoiada e seguida por
diferentes organizações médico-científicas internacionais, criando uma consistente
rede de pesquisa para a criação de metodologias passo-a-passo, revisões literárias,
atualização, revalidação e determinação de níveis de treinamento recomendados. Um
total de 281 especialistas, 403 trabalhos científicos, 276 tópicos distribuídos entre
18 países foram responsáveis pela produção do consenso científico no atendimento
às paradas cardiorrespiratórias.
Diferentes situações podem acarretar parada cardiorrespiratória como: infarto
agudo do miocárdio, arritmias cardíacas, infecções graves, distúrbios metabólicos e
hidroeletrolíticos, intoxicações, uso de medicamentos, trauma torácico, entre outros.
Obviamente, a causa da parada cardiorrespiratória deverá, sempre que possível, ser
identificada e tratada por médico especializado. Entretanto, o atendimento inicial
a um caso de parada cardiorrespiratória deverá ser realizado com presteza, por

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socorrista, conforme descrito a seguir.


A manobra de reanimação cardiopulmonar (RCP) deve ser utilizada em casos
de parada cardíaca e respiratória. A constatação dessas condições deve ser feita pelo
socorrista durante o exame primário (ABC), através da identificação de ausência de
pulsos e de respiração espontânea.
O objetivo da manobra é fornecer sangue oxigenado de forma artificial aos
órgãos nobres do corpo (coração e cérebro), buscando dessa forma reverter o quadro
de parada. Assim, é importante que os dois procedimentos (massagem cardíaca e
respiração artificial) sejam realizados corretamente, permitindo a oxigenação
sanguínea e o transporte do oxigênio aos órgãos nobres.

4.1 O que fazer?


Massagem cardíaca
• Deite a vítima sobre uma superfície dura e plana.
• Localize o ponto correto para a massagem: apêndice xifóide.
• Coloque a palma de sua mão e no dorso dela a sua mão de dominância.
Os dedos das mãos devem ficar entrelaçados.
• Deve-se realizar a massagem com os braços esticados e com o peso
do corpo voltado contra a vítima. Os braços do socorrista devem estar
perpendiculares ao corpo da vítima, com os cotovelos estendidos.
• Aplique vigor na compressão, abaixando o esterno e comprimindo o
coração.
• Após a compressão, deve-se permitir o retorno do tórax ao seu normal
sem retirar as mãos do local de massagem.
• Deve-se atingir uma freqüência de 60 a 100 compressões em adultos e
de 120 a 160 em neonatos.
• Com crianças: use apenas uma das mãos, e procure utilizar menos força
para a massagem.
• Em bebês utilize apenas 2 dedos (o dedo médio e o anular) para realizar
a manobra, na região intermamilar, ao invés das duas mãos.

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Respiração boca-a-boca
• Deve-se fazer obstrução digital do nariz para não haver escape de ar.
• O tempo da insuflação é rápido: um e meio a dois segundos em adultos
e cerca de um e meio segundos em crianças.

As manobras de respiração e massagem devem ser coordenadas, dependendo


da disponibilidade de um ou mais socorristas.
Com um socorrista
• Faz-se duas insuflações de resgate para checar se não há corpos estranhos
nas vias aéreas.
• Alternam-se duas insuflações torácicas com 15 compressões (iniciando
com as insuflações mesmo já tendo feito 2 de resgaste), na criança maior
que oito anos e no adulto. A contagem deve ser realizada contando-se
alto: 1 e 2 e 3...
• Depois de quatro ciclos, avalia-se o pulso e respiração da vítima.
• Cada ciclo deve se iniciar e acabar com 2 insuflações.
• Em crianças menores de 8 anos utiliza-se apenas uma das mãos com
ciclos de 1 insuflação e 5 massagens.
• Em lactentes a freqüência deve ser de 1 insuflação para cada 5 massagens
cardíacas feitas apenas com o 3° e 4° dedos na região intermamilar.
Com dois socorristas
• Os socorristas alternam as manobras. O que estiver fazendo esforço físico
será substituído ao se cansar.
• Alterna-se 2 insuflações com 15 compressões.
• Ao desejar realizar a troca, o socorrista que estiver fazendo a massagem,
conta em voz alta e diz, 1 e 2 e troca e 4... assim, o socorrista que estiver
insuflando realiza mais uma vez e se desloca para junto do tórax da
vítima, já iniciando o ciclo de massagens.

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5. Manobra de Heimlich para engasgo


Engasgos (presença de corpo estranho na traquéia) podem levar à morte,
pois impedem a passagem de ar para os pulmões. Ao lidar com situação de engasgo,
o primeiro passo é avaliar se o indivíduo é capaz de respirar, falar e tossir. Em caso
positivo, não interfira. Em caso negativo, deve-se realizar a manobra de Heimlich.
Tal manobra foi descrita por Henry Heimlich em 1974 e é até hoje o melhor método
pré-hospitalar de desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho.

5.1 O que fazer?


Posicione-se atrás da vítima, cerre o punho e o posicione com o polegar para
dentro, entre o umbigo e o osso esterno. Com a outra mão, segure o seu punho e puxe
ambas as mãos na sua direção, com um rápido empurrão para cima e para dentro
a partir dos cotovelos. Você deve comprimir a parte superior do abdômen contra a
base dos pulmões, para expulsar o ar que ainda resta e forçar a eliminação do corpo
estranho. Repita por cinco vezes. Cada empurrão deve ser vigoroso o suficiente para
deslocar o bloqueio. A manobra de Heimlich pode ser realizada também em crianças,
mas tenha cuidado com sua força.

Figura 1
Posição para realizar a Manobra de Heimlich para engasgo

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24 | série FORMAÇÃO POLICIAL

6. Afogamentos
Afogamentos representam uma importante causa de morte em todo o
mundo. Anualmente mais de 500.000 (8.4/100.000) pessoas são vítimas fatais de
afogamento e mais de 10 milhões de crianças menores de 14 anos de idade são
internadas e, em média, uma a cada 35 destas hospitalizações chega ao óbito.
No Brasil, a primeira causa de morte de crianças a partir dos 5 anos de
idade são acidentes. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 1997 quase 6000
crianças menores de 14 anos foram vítimas de acidentes de carro, afogamentos,
quedas, queimaduras e intoxicações. Afogamentos representam a segunda causa de
morte não natural na infância, ficando atrás apenas dos acidentes automobilísticos.
No mesmo ano de 1997, cerca de 1.800 crianças foram vítimas de morte por
afogamento.
A velocidade de ação no resgate e tratamento das vítimas de afogamento é
essencial para sua recuperação.

6.1 O que fazer?


• Chamar socorro especializado (Corpo de Bombeiros).
• Enquanto aguarda pelo socorro, coloque a vítima deitada de costas, de
preferência com a cabeça mais baixa que o corpo.
• Aqueça a vítima retirando suas roupas molhadas, secando-a e cobrindo
com toalhas ou cobertores.

Atenção:
• Não vire o pescoço da vítima!
• Não tente retirar água dos pulmões!
• Se a vítima estiver em parada respiratória ou cardiorrespiratória
inicie as manobras de reanimação.

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7. Hemorragias
A hemorragia é a perda de grande quantidade de sangue, para o meio externo
ou interno, por lesão de vasos sangüíneos (veia ou artéria). A perda de sangue gera
falta de oxigenação nos tecidos, podendo gerar morte ou lesões irreversíveis em
órgãos nobres, como o cérebro e os rins.
As hemorragias podem ser:
• Externas: extravasamento de sangue para fora do corpo.
• Internas: Não há exteriorização de sangue. O sangue fica acumulado
em alguma cavidade corpórea (como abdome ou tórax). Neste caso, o
diagnóstico é mais difícil e deverá ser suspeitado caso a vítima apresente
quadro conforme será descrito a seguir.
• Mistas: ambos os tipos de hemorragia ocorrem na mesma vítima.
A suspeita de um caso de hemorragia deve estar presente sempre que sejam
encontrados pulso fraco, aumento da freqüência cardíaca, pele pegajosa e fria,
palidez cutânea, torpor e confusão mental, desmaio e queda da pressão arterial.

7.1 O que fazer?


• Deitar a vítima.
• Iniciar o ABC.
• Colocar a cabeça da vítima mais baixa que o corpo.
• Em caso de sangramento de membro, elevar o membro afetado.
• Não fornecer líquidos ou alimentos para a vítima.
• Realizar manobras de hemostasia.
A principal manobra de hemostasia é a compressão direta do local do
sangramento, com gaze ou pano limpo. Em caso de amputação traumática ou
esmagamento pode-se aplicar torniquete, com bandagem ou tiras de pano,
amarradas junto com graveto ou outro bastão, que possa ser utilizado como válvula
para aliviar a pressão ou aumentá-la.

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26 | série FORMAÇÃO POLICIAL

8. Estado de Choque
É o quadro que resulta da incapacidade do sistema circulatório em fornecer
sangue oxigenado suficiente para suprir as necessidades. Pode ser causado por
perda sanguínea (choque hemorrágico ou hipovolêmico), incapacidade do coração
em bombear o sangue adequadamente (choque cardiogênico) ou pela dilatação
excessiva dos vasos, acarretando queda da pressão arterial (choque séptico e choque
anafilático).
O indivíduo em estado de choque pode ser identificado pelos mesmos sinais
apresentados no diagnóstico de hemorragias (pulso fraco, aumento da freqüência
cardíaca, pele pegajosa e fria, palidez cutânea, torpor e confusão mental, desmaio
e queda da pressão arterial) e a diferenciação dos dois quadros só será possível
em caso de sangramento evidente (hemorragia com choque hemorrágico) ou por
profissional habilitado na diferenciação dos diferentes tipos de choque.

8.1 O que fazer?


• Deitar a vítima com as costas apoiadas no chão e com as pernas
elevadas.
• Realizar o ABC.
• Controlar eventuais hemorragias.
• Não oferecer líquidos ou alimentos ao paciente.
• Aquecer o paciente com cobertores.
• Aguardar auxílio.

9. Fratura
Fratura é a quebra de um osso, podendo ser fechada (com pele intacta) ou
aberta (o osso atravessa a pele). Algumas fraturas são facilmente diagnosticadas
pela deformação do membro acometido. Outras não mostram deformidades
do membro. Nestes casos, pode-se suspeitar de fratura caso ocorra dor óssea ou
articular, incapacidade de movimentação, inchaço e pele arrocheada ocorridos após
trauma.

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série FORMAÇÃO POLICIAL | 27

9.1 O que fazer?


• Em caso de fratura exposta, cubra a área acometida com pano ou gaze
limpos.
• Não movimente a vítima.
• Imobilize o osso ou articulação com uma tala.
• Mantenha o membro afetado elevado.
• Aplique compressas de gelo no local.
• Procure assistência médica.

10. Convulsão
A presença de atividade muscular anormal associada à inconsciência é
denominada convulsão. A atividade muscular anormal, em geral pode ser descrita
como contrações tônicas (contração espástica, mantida) e clônicas (alternância
entre contração e relaxamento). O paciente em crise convulsiva costuma apresentar
salivação intensa e pode apresentar micção e/ou evacuação involuntárias.
Existem diferentes causas de crises convulsivas, conforme o quadro abaixo:

Causas de crises convulsivas:


• Epilepsia.
• Hipoglicemia (taxa baixa de açúcar no sangue).
• Overdose (dose excessiva) de drogas ou medicamentos.
• Abstinência alcoólica.
• Meningite.
• Lesões cerebrais: tumores, derrame e traumatismos da cabeça.
• Eclampsia (quadro de pressão alta que ocorre geralmente no
final da gestação).
• Febre alta em crianças pequenas.

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28 | série FORMAÇÃO POLICIAL

10.1 O que fazer?


Independente da causa da crise convulsiva, todas merecem a mesma
abordagem inicial:
• Durante a crise convulsiva, retire do ambiente qualquer objeto que possa
ferir a vítima.
• Não tente segurar a vítima e nem desenrolar sua língua.
• Prepare-se para ocorrência de nova crise convulsiva caso a vítima não
recupere a consciência nos primeiros dez minutos após a primeira crise.
• É normal o paciente apresentar-se confuso e sonolento após a crise
convulsiva.

11. Queimadura
A pele é a nossa barreira natural de proteção contra agentes agressores, como
microorganismos, agentes físicos e químicos. Além disso, a pele atua na manutenção
da temperatura corporal e na retenção de líquidos.
Queimaduras são lesões geralmente restritas à pele, que decorrem da aplicação
de calor ao corpo e quebram nossa barreira natural de proteção. Eventualmente
as queimaduras podem atingir tecidos mais profundos, como músculos e ossos.
As queimaduras variam muito de importância e gravidade, dependendo do agente
causador, que pode ser líquido aquecido, fogo, álcool, gasolina e querosene
incandescentes, eletricidade, agentes químicos etc. Além disso, também é muito
importante o tempo de contato deste agente com o corpo, a extensão do corpo
atingida e o tempo transcorrido entre o acidente e o primeiro socorro.
Uma queimadura elétrica é causada pela transformação da energia radiante
em calor. Queimaduras químicas são lesões de pele decorrentes da ação cáustica
aguda causada por um agente químico, etc. Queimaduras elétricas e químicas
sempre devem ser consideradas graves, podendo resultar até mesmo em morte no
local do acidente.
Quanto à profundidade (camadas de pele atingidas), queimaduras podem ser
classificadas de acordo com a tabela a seguir:

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Quadro 5 - Características de lesões provocadas por queimadura


Grau da queimadura Camada atingida Características da lesão
Hiperemia (avermelhada)
1º Epiderme Edema (inchaço)
Ardor
Bolhas
Edema
2º Epiderme + derme
Hiperemia
Dor intensa
Coloração escura ou
Todas as camadas da pele até
esbranquiçada.
3º hipoderme.
Lesão seca, dura, indolor.
Pode atingir músculos e ossos.


11.1 O que fazer?
• Interrompa o efeito do calor utilizando água fria.
• Faça a avaliação primária da vítima. Identifique qual o tipo, grau e
extensão da queimadura.
• Infecções são o grande risco das queimaduras. Lembre-se que a barreira
de proteção formada pela pele foi rompida. Por isso tenha cuidado ao
manuseá-la e evite ao máximo contaminá-la. Cubra a área queimada
com pano limpo.
• Procure auxílio médico sempre que a queimadura for muito extensa ou
quando ela for de 2º ou 3º graus.

Atenção:
• Não passe qualquer substância em queimaduras. Apenas água
fria ou remédios prescritos por médicos são permitidos!
• Não tente: retirar a pele morta, arrancar a roupa grudada na
queimadura, apertar a queimadura ou furar bolhas!

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30 | série FORMAÇÃO POLICIAL

12. Envenenamento e intoxicação


Diversas substâncias podem causar envenenamentos e intoxicações. Na
maioria das vezes, o quadro apresentado pelo paciente dependerá da substância
ingerida. Por isso, sempre que possível, tente identificar a substância ingerida para
informar ao médico.

12.1 O que fazer?


• Providencie socorro médico.
• Proteja a vítima. Se inconsciente, tente deitá-la com a cabeça virada para
o lado, evitando sufocamento por vômito.
• Em caso de crise convulsiva, não tente segurar a vítima. Apenas afaste
objetos que possam causar lesões.
• Em caso de parada cardiorrespiratória, inicie as manobras de
reanimação.

Atenção:
• Não induza vômito!
• Não dê líquidos ou alimentos para a vítima!

13. Choque elétrico


As lesões elétricas podem resultar em morbidade e mortalidade significativas,
sendo responsáveis por cerca de 1.000 óbitos anuais nos EUA.
Lesões elétricas resultam dos efeitos diretos da corrente e da conversão
de energia elétrica em energia térmica enquanto a corrente passa pelos tecidos
corporais. Os efeitos sistêmicos e os danos aos tecidos corporais serão proporcionais à
magnitude e à intensidade da corrente recebida pela vítima. A passagem da corrente
elétrica pelo coração pode gerar arritmias (por lesão das células miocárdicas ou
alteração na capacidade elétrica cardíaca), como a fibrilação ventricular, resultando
em parada cardiorrespiratória.

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Em geral é possível identificar os locais de entrada e saída da corrente elétrica


na pele através da presença de duas áreas de queimaduras de 3º grau.

13.1 O que fazer?


• Desligue o aparelho da tomada ou a chave geral.
• Não toque diretamente na vítima. Se tiver que removê-la utilize jornal ou
saco de papel ao redor de suas mãos.
• Se houver parada cardiorrespiratória, inicie as manobras de reanimação.
• Em relação às queimaduras, veja item específico.
• Lembre-se que caso a corrente elétrica tenha atirado a vítima para longe
de sua posição inicial, podem ter ocorrido fraturas e hemorragias.

14. Parto emergencial


Só devemos interferir em um parto se, realmente, não houver a possibilidade
de localizar um médico ou delocar-se para um hospital.

Atenção!
• Procure afastar curiosos do local e manter o ambiente limpo.
• Lave bem suas mãos e braços com água e sabão ou anti-séptico.
• Use luvas.

14.1 O que fazer?


• Durante o parto, procure amparar o tronco e cabeça da criança que
nasce.
• Verifique se o bebê está respirando. Limpe a boca e o nariz do bebê. Se ele
não respirar, inicie respiração boca-nariz.
• Após a saída do bebê, limpe-o e mantenha-o aquecido.
• Ferva uma tesoura e um barbante ou linha grossa.

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32 | série FORMAÇÃO POLICIAL

• Amarre o barbante em torno do cordão umbilical bem apertado, a cerca


de 5 cm do bebê para interromper a circulação sangüínea. Amarre outro
barbante em volta do cordão umbilical, a cerca de 10 cm do bebê, ou
manter uma distância entre ambos de 5 cm.
• Corte o cordão umbilical, entre os dois barbantes. As extremidades do
cordão não devem sangrar.
• Não puxe a placenta. Deixe que ela seja expelida.
• Guarde a placenta e outros resíduos do parto em um saco plástico.
• Leve mãe, bebê e placenta ao hospital o mais rápido possível.

15. Acidente de trânsito


Diversas situações já abordadas podem ocorrer após acidentes de trânsito:
fraturas, queimaduras, parada cardio-respiratória, entre outras. Cada uma destas
situações deve ser abordada conforme já descrito.
Em caso de acidentes de trânsito é importante observar o cenário, pois
indivíduos aparentemente bem, podem estar, na verdade, com lesões graves. Assim,
é importante observar o acidente como um todo, e não cada vítima em separado.
Por exemplo, qualquer acidente em que haja vítimas fatais ou com lesões graves
merecem cuidados redobrados. Mesmo que um dos indivíduos envolvidos no
acidente mostre-se aparentemente bem, este deve ser considerado também como
uma vítima potencialmente grave e merecedor de avaliação médica especializada.

15.1 O que fazer?


• Não retire a vítima do veículo, a não ser que haja risco de explosão.
• Não solte o cinto de segurança da vítima, a não ser que este a esteja
impedindo de respirar.
• Não movimente a vítima. Se possível, mantenha a cabeça dela em posição
estática, protegendo sua coluna. Você pode estabilizar a cabeça da vítima
segurando sua cabeça, pressionando a região das orelhas.
• Em caso de acidente com moto, não retire o capacete da vítima.

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IV - BIOSSEGURANÇA

A Lei de Biossegurança no Brasil – nº 11.105 de 24 de Março de 2005- enfoca


os riscos relativos à manipulação de organismos geneticamente modificados e às
pesquisas científicas com células-tronco embrionárias.
Entretanto, o conceito de biossegurança engloba atividades em diversos outros
cenários, como indústrias, hospitais, laboratórios de saúde pública, laboratórios de
análises clínicas, hemocentros, universidades etc. Nestes ambientes, a biossegurança
enfoca a prevenção de riscos gerados pelos agentes químicos, físicos e ergonômicos,
envolvidos em processos nos quais o risco biológico se faz presente ou não. Nestes
casos, a idéia de biossegurança converge com os objetivos de outras áreas, como a
engenharia e a medicina do trabalho, a higiene industrial e a engenharia clínica.
O cotidiano do policial militar o expõe a diferentes riscos biológicos, físicos
e químicos, como: exposição ao sangue de vítimas, incêndios e acidentes com
produtos perigosos, entre outros. Assim, o policial militar deve estar preparado para
agir nestas situações, diminuindo portanto seu risco de contaminação.
O risco ocupacional relacionado a materiais biológicos varia de acordo com
a quantidade e o tipo do material biológico envolvido (sangue, saliva, sêmen etc),
forma de exposição (contato, injeção de material biológico), a área exposta ao
material (mucosa, pele, ferida) e as condições clínicas do paciente-fonte.
Vale ressaltar que muitas vezes policiais são expostos a material potencialmente
contaminado, porém, desconhece-se a condição clínica do paciente-fonte. Nestes
casos, é importante a avaliação clínica e laboratorial destes pacientes sempre que
possível.
Além disso, é importante enfatizar que o risco de aquisição de infecções virais
como HIV e hepatites (B e C) é real, podendo variar de 0,09% (em caso de contato
de mucosa com sangue HIV positivo) a 60% (no caso de exposição ocupacional ao
vírus da hepatite B). Por isso, equipamentos de proteção individual, como luvas e
máscaras devem estar disponíveis e ser utilizados sempre que exista risco de contato
com materiais biológicos humanos.

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34 | série FORMAÇÃO POLICIAL

1. Como lidar em situações de incêndio

• Acione o Corpo de Bombeiros.

• Em um incêndio em um edifício nunca pegue os elevadores, desça pela


escada - sempre pelo lado direito.

• Evite abrir qualquer porta que esteja saindo fumaça pelas frestas e/ou a
maçaneta encontre-se superaquecida.

• Ao ser surpreendido pela fumaça, procure uma saída mantendo-se


abaixado sob a fumaça com um lenço sobre as vias respiratórias.

• Se localizar alguém em meio à fumaça arraste para um local ventilado e


seguro. Em seguida, proceda com o ABC.

• Caso não consiga sair do local tente ir para janela chamar a atenção para
o resgate.

• Lembre-se que nos cantos extremos inferiores das salas há ainda


quantidades residuais de ar no caso de um incêndio.

• Se tiver que atravessar pequena extensão de fogo, molhe totalmente


suas vestes ou proteja-se com um cobertor molhado.

• Se presenciar alguém com roupas em chamas, derrube-a e role-a, se


possível abafando-a com um cobertor.

• Procure evitar a propagação do incêndio evitando abrir janelas


desnecessariamente.

2. Ambientes radioativos

Somos incapazes de identificar a radiação diretamente com nossos sentidos


(tato, olfato, audição, paladar). Atualmente, o risco de acidentes com radiação pode
estar presente em desastres industriais ou em acidentes automobilísticos envolvendo
transporte de cargas perigosas. Assim, é importante saber identificar os símbolos
abaixo, permitindo a precaução quanto ao risco de contaminação.

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Figura 2
Símbolos de ambientes radioativos

Fonte: http://www.defesacivil.sc.gov.br/Guia50.htm

2.1 O que fazer?


• Acione o Corpo de Bombeiros.
• Procure isolar a área.
• Tente identificar qual o material envolvido no acidente.

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36 | série FORMAÇÃO POLICIAL

3. Ambientes com risco biológico


O risco biológico está potencialmente presente sempre que houver contato
com líquidos corpóreos (como sangue, esperma, saliva) ou qualquer espécime vivo.
Nestes casos, a prevenção é essencial e reside, entre outras medidas, no uso de
equipamentos de proteção individual, como luvas e máscara.
Caso vítimas com hemorragias sejam transportadas em viaturas da polícia,
é importante a realização da desinfecção desta viatura. Essa desinfecção deve ser
realizada com água e sabão seguida por álcool a 70%.

Sempre utilize luvas ao manipular indivíduos feridos!

4. Conduta pré-hospitalar pós-exposição a agentes infecciosos


O que fazer após exposição a material biológico?
• Lavar abundantemente as lesões com água e sabão e nos casos de contato
em mucosas, utilizar apenas água ou solução fisiológica.
• Avaliar o tipo de material e acidente ocorrido.
• Encaminhar a fonte do material biológico (paciente-fonte) e o indivíduo
exposto (policial) a um hospital próximo, para avaliação do caso, análise
sorológica e definição de procedimentos necessários.

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V - ENTENDENDO O RISCO POLICIAL:


QUANDO O POLICIAL É A VÍTIMA

Não há como negar que a categoria policial está exposta a riscos no


desempenho de suas funções. Sendo assim, um mergulho sobre essa condição se
faz necessário. Buscaremos discutir a forma como os policiais vivenciam e percebem
os riscos reais e imaginários aos quais estão submetidos à luz da teoria e de algumas
pesquisas realizadas com a polícia civil e militar.

1. O conceito de risco para as Ciências Sociais


O conceito de risco tem sido considerado pelas Ciências Sociais a partir de
diferentes perspectivas. O enfoque preferencial tem sido o do risco na perspectiva
daquele que o percebe. Para os cientistas sociais, as avaliações de risco não podem
deixar de lado fatores subjetivos (éticos, morais, culturais) que direcionam a opção
dos indivíduos.
Para as ciências sociais ligadas à saúde, o risco pode ser mais bem entendido
como um conceito construído histórica e culturalmente. Diferentes culturas
selecionam e dirigem sua atenção a riscos específicos e então entendem determinadas
práticas como integrantes de seus valores e crenças. Nesse sentido, a percepção do
risco seria uma construção coletiva. Os indivíduos tenderiam a fazer suas escolhas à
luz de valores determinados pelas instituições às quais pertencem.
As instituições, portanto, recortam a realidade, determinam um ângulo a
partir do qual os indivíduos definem o que é risco. Pensemos na instituição Polícia.
Obviamente que entram em cena os valores imaginários e subjetivos, impossíveis de
serem descartados quando se tenta entender porque alguém decide enfrentar um
risco ou não.
Recentemente, sociólogos e antropólogos vêm dando prioridade à discussão
da noção de viver arriscadamente como algo entremeado de aventura e prazer, uma
tendência à busca de sentido da vida na “emoção e adrenalina”. Esses estudiosos
defendem a idéia de que há uma dimensão positiva no risco.

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Cada forma de inserção social teria sua própria visão de risco. Temer o risco,
junto com a confiança em enfrentá-lo está relacionado com o conhecimento
do risco, com a experiência em relação a ele, com a instituição em que estamos
inseridos e com traços de personalidade. Então podemos pensar que a percepção do
risco é algo individual, ou seja, não percebemos o risco da mesma maneira que nosso
companheiro, mesmo que ele esteja exposto às mesmas situações de perigo.
Um autor francês chamado Le Breton (1996) chama de “pedagogia do risco” a
experiência adquirida pela repetição da exposição ao risco e a integração de técnicas
fazendo com que a percepção do risco seja minimizada. Ou seja, se eu estou exposto
sempre a situações similares e se eu estou preparado tecnicamente e tenho os
equipamentos necessários, eu tendo a me sentir menos em risco.
No entanto, segundo os estudiosos da área, o vivenciar risco não é uma
disposição permanente do indivíduo. Ou seja, não é porque estou acostumado a viver
situações arriscadas que sempre reagirei bem a elas. Isso significa que, embora uma
pessoa já tenha vivido muitas situações de risco, não quer dizer que esteja sempre
pronta a enfrentar outras. A repetição de eventos perigosos nem sempre banaliza a
vivência de riscos típica da natureza da profissão policial. O fato desses trabalhadores,
principalmente os que atuam no confronto direto, conviverem rotineiramente com
o risco, não assegura a eles um “equilíbrio psicológico” adquirido pela experiência,
muito pelo contrário. Há os que ficam mais temerosos e os que passam a minimizar
os perigos. A exposição rotineira ao risco pode levar o indivíduo a lutar contra a
angústia, atirando-se em direção ao risco, pondo-se corpo a corpo com o desafio.
Uma vez enfrentando o medo, ele desaparecia por alguns instantes e há a sensação
de tê-lo dominado. Pensem sobre isso.
Os policiais vivem o que um autor denominou de “risco de alta conseqüência”.
O exercício do trabalho de elevado risco se comprova pelas taxas de mortalidade e
morbidade por agressões de que são vítimas, dentro e fora das corporações, taxas
essas muito mais elevadas que o da população em geral. Uma pesquisa do Centro
Latino Americano de Estudos de Violência e Saúde CLAVES (Minayo e Souza, 2005) da
Fundação Oswaldo Cruz comparando a polícia civil e militar em relação aos agravos
à saúde decorrentes dos confrontos constatou a maior vitimização dos agentes da
Polícia Militar. Chama atenção, dentre os Policiais Militares, a exposição do círculo
dos praças, categoria que mais foi morta e ferida em confrontos. O risco faz parte de
uma “cultura policial”, assim como a impossibilidade de manifestação do sofrimento

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advindo desta vivência.


O risco e o seu enfrentamento parece ser um dos “pré-requisitos” para a
condição policial. Aqueles que o enfrentam cotidianamente sofrem com a exposição,
mas parecem sair mais fortalecidos e vivenciam o prazer de ter dominado o perigo.
Aqueles que ainda não experimentaram, mas que foram treinados para enfrentá-lo,
ao mesmo tempo em que o temem, segundo dados de pesquisa, esperam ansiosos
para ver em prática aquilo que só conhecem na teoria. É como se algo faltasse para
a sua “identidade policial”.

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VI - PENSANDO O RISCO A PARTIR


DOS DADOS DE PESQUISA

Pesquisa realizada por Constantino (2006) comparou a percepção e a vivência


de risco entre policiais civis dos Municípios do Rio de Janeiro e de Campos dos
Goytacazes. Houve diferença significativa entre as duas cidades apenas no risco de
ser seqüestrado. No entanto, podemos perceber uma maior sensibilidade dos policiais
do Rio de Janeiro em relação à agressão por tiro, a mais presente para ambas as
cidades (94,7% no Rio e 87,5% em Campos), agressão física (89,3% no Rio e 84,3%
em Campos) e seqüestro (46% no Rio e 27% em Campos). Os policiais de Campos
apresentam uma maior sensibilidade em relação a agressão por arma branca (84,3%
em Campos e 79,8,3% no Rio) e agressão psicológica (74,2% em Campos e 64,3% no
Rio). Em relação ao risco de sofrer acidentes houve diferença significativa entre as
cidades nos seguintes itens: risco de ser atropelado, risco de explosão, risco de sofrer
danos de audição e contaminação por bactérias. Ser atropelado ou sofrer acidente
de trânsito foi mencionado por 60,6% dos policiais cariocas e 37,1% dos campistas.
O risco de sofrerem explosão também foi significativamente mais assinalado pelos
policiais do Rio (60,4%) em comparação com os de Campos (20,2%). O risco de danos
de audição decorrentes do trabalho também foi mais ressaltado pelos policiais do
Rio (46,8%) em comparação com os de Campos (24,7%).
Portanto, a percepção em relação ao risco de sofrer agressões é similar nas
duas cidades, com diferença significativa apenas no que se refere ao risco de ser
seqüestrado (maior no Rio). Já em relação aos acidentes, há maiores diferenças entre
os policiais das cidades estudadas. A percepção em relação aos riscos que sofrem
nas duas cidades são similares em relação ao tipo de risco que correm (excetuando
seqüestro e riscos de acidentes) e diferenciadas em relação à freqüência da exposição
ao risco: os policiais do Rio, mais do que os de Campos, consideram que estão, assim
como as suas famílias, constantemente expostos a riscos.
As pesquisas têm demonstrado que apesar da existência do risco, a percepção
deste é significativamente maior que a realidade vivenciada pelos profissionais.
A ocorrência de agressões, que afetaram à saúde durante o trabalho no
último ano, foi duas vezes maior entre os policiais do Rio (29,6%) em relação aos

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de Campos (14,8%). Nessa categoria se incluem os ferimentos causados por projétil


de arma de fogo e branca, agressão física, violência sexual, tentativas de suicídio e
homicídio.
Todos os tipos de riscos investigados predominam entre os cariocas, com
exceção de assédio ou agressão sexual, relatado igualmente por pouco menos de 3%
dos policiais das duas cidades com um leve incremento em Campos dos Goytacazes.
A presença de agressão física, também, é discretamente maior em Campos, mas sem
configurar diferença significativa.
O risco relacionado ao exercício de outras atividades também é maior na
percepção dos policiais do Rio de Janeiro: 59,3% dos cariocas consideram ser muito
o risco corrido contra 29,2% dos policiais de Campos. Esse dado está diretamente
relacionado à existência e à natureza das atividades extra-policiais que esses
profissionais exercem. Os policiais do Rio fazem mais “bico” do que os de Campos e
a natureza deste trabalho geralmente é segurança privada.
Os policias campistas parecem não ter dúvidas de que estão em vantagem
quanto à segurança, em relação aos colegas que trabalham no Rio de Janeiro. No
entanto, apesar do menor risco cotidiano, sentem-se mais vulneráveis por atuarem
em uma cidade menor, onde “todo mundo conhece todo mundo” e não se tem como
esconder que é policial: “ o anonimato nesta cidade não existe.” Neste sentido se
percebem mais em risco do que seus colegas: “a diferença não é quantitativa (no Rio
tem mais situações de risco) e sim qualitativa ”, disse um policial no grupo focal.
O risco como algo que “motiva”, “vicia” aparece no discurso e no imaginário.
Essa realidade, que ao mesmo tempo lhes dá mais segurança, leva a que se vejam
como meros executores de atividades burocráticas, o que para muitos torna o
trabalho enfadonho e distante do que sonharam. A rotina de um policial na qual
os confrontos raramente acontecem, parece ser permeada pela ansiedade de que
algo de natureza “realmente policial” possa acontecer, eventos em que os agentes
possam de fato “fazer polícia”, conotando, muitas vezes, uma visão equivocada da
função policial.
Pelo conjunto de informações e reflexões aqui descritos podemos dizer que
risco é um dos componentes centrais do universo policial. Algumas outras pontuações
também são possíveis considerando a ambigüidade que o conceito encerra:

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a) Existe o risco real.


b) O risco é mais imaginado do que real.
c) Ele é temido, mas também desejado.
d) Causa sofrimento, mas também prazer.
e) É um dificultador para o trabalho cotidiano, mas também
é um motivador para a prática.

No estudo da realidade da prática profissional nas duas cidades estudadas (Rio


de Janeiro e Campos dos Goytacazes) o risco é colocado como marco diferenciador
entre os dois universos. Se por um lado os policiais do interior se vêem em vantagem
em relação aos cariocas por estarem menos expostos, estes “se queixam” e (sentem-
se) menos valorizados por não estarem no confronto direto com a criminalidade,
dificultando a introjeção da identidade policial, apresentando uma distorção da
função da polícia civil. Os dois pólos - excesso e ausência de risco - configura-se
como um entrave à realização profissional, por identificarem como função exclusiva
da polícia apenas o confronto direto com a criminalidade.
A própria percepção acentuada do risco, maior que as vivências, pode ser
uma tentativa de manter “pulsante” uma característica estruturante da identidade
profissional, pois baseado na observação e na fala dos policiais, esse sentimento é
um dos poucos que lhes resta da universalização da condição profissional.
Apesar da percepção de risco ser mais intensa que as situações concretamente
vividas não se pode negar a vulnerabilidade da categoria.
A partir de testes estatísticos realizados na pesquisa já referida, chegou-se às
seguintes constatações: policiais com menor escolaridade estão mais propensos a
sofrerem situações de risco; o fato de exercer o trabalho/tarefa para o qual foram
treinados também se apresentou como estatisticamente significativo no que se
refere a sofrer situações de risco. Aqueles que afirmaram não exercer o trabalho/
tarefa para o qual foram treinados apresentam uma chance 1,11 vezes maior de
sofrer situações de risco em relação aos que exercem devidamente o trabalho/tarefa
para o qual foram treinados; realizar outra tarefa imediatamente após o plantão

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mostrou-se como um forte agravante quando comparada com policiais que nunca
fizeram isto. Os policiais que afirmaram ter esta atitude sempre ou muitas vezes
apresentaram chances 4,17 maiores de passarem por situações de risco, em relação
aos que nunca realizaram tarefas imediatamente após o plantão.
Vale ressaltar que o risco ao qual o policial está submetido está relacionado
à natureza de seu trabalho. Se pensarmos pela ótica da Polícia técnica, temos a
exposição aos riscos biológicos e químicos. A fala dos policiais que trabalham no
Instituto de Medicina Legal incide sobre o risco de contaminação pelos corpos em
putrefação e pela falta de equipamentos de segurança. Podemos dizer que, talvez
de forma mais intensa, os profissionais que atuam no IML estariam submetidos aos
mesmos riscos biológicos pelos quais passam os profissionais de saúde que trabalham
em um hospital e os que vivenciam os trabalhadores químicos em um laboratório.
Contudo, o nível de intensidade de risco cresce, pois o grupo técnico verbaliza um
quadro de total insalubridade, no qual se juntam riscos biológicos, químicos e as
precárias condições físicas e materiais de trabalho. Podemos perceber que existem
riscos específicos para funções específicas na polícia. No entanto, somado a esses
riscos estão aqueles relacionados ao fato de ser policial, condição independente da
área de atuação.
Neste sentido, não há como negar que o policial está em um lugar privilegiado
na prevenção e redução dos danos aos cidadãos por atender diretamente a
população. No entanto, muitas vezes o policial está no lugar da vítima. Repensar
essas questões a partir da realidade desses homens e mulheres se faz urgente para
subsidiar políticas públicas com o foco nessa categoria profissional.

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BIBLIOGRAFIA
CANETTI, Marcelo Dominguez; RUSSOMANO, Fábio Bastos; ALVAREZ, Fernando
Suarez; JÚNIOR, Célio Ribeiro e SILVEIRA, LTC. Protocolos médicos de atendimento
pré-hospitalar do GSE/ CBMERJ 2003. Editora Atheneu, Rio de Janeiro, 2003.

CANETTI, Marcelo Dominguez; RUSSOMANO, Fábio Bastos; ALVAREZ, Fernando


Suarez; JÚNIOR, Célio Ribeiro e SILVEIRA, LTC. Manual básico de emergências pré-
hospitalares do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Editora Atheneu, Rio de
Janeiro, 2003.

CANETTI, Marcelo Dominguez; ALVAREZ, Fernando Suarez, JÚNIOR, Célio Ribeiro.


Medicina de desastres: Manual básico. http://www.gse.rj.gov.br/documentos/
Material_de_Treinamento/manual_basico_de_medicina_de_desastres.pdf

CONSTANTINO, P. Riscos Vividos e Percebidos por Policiais Civis - estudo comparativo


nas cidades do Rio de Janeiro e Campos dos Goytacazes. Tese de doutorado/ENSP/
FIOCRUZ, Rio de Janeiro, março de 2006.

LE BRETON, David. Passions du Risque. 3a ed. Paris: Éditions Métailié, 1996.

MINAYO, MC & SOUZA, E. Missão Investigar- Entre o Ideal e a Realidade de Ser


Policial. Rio de Janeiro: Garamond, 2003.

MINAYO, MC & SOUZA, E. Policial, Risco Como Profissão: Morbimortalidade Vinculada


ao Trabalho, in: Ciência de saúde coletiva, v.10 n.4. Rio de Janeiro, out./dez. 2005.

PIRES, MTB. Manual de Urgências em Pronto Socorro. Medsi, Rio de Janeiro, 1996.

TINTINALLI, JE; RUIZ, E e KROME, RL. Emergências Médicas. Mc Graw Hill, Rio de
Janeiro, 1996.

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ANEXO
Sugestão de sites na Internet:

• http://www.bombeirosemergencia.com.br
• http://www.fundeci.com.br/ps/
• www.gse.rj.gov.br
• http://www.rio.rj.gov.br/defesacivil/incendios_como_agir.htm
• http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/bepa6_bio.htm
• http://www.szpilman.com/biblioteca/medicina/prim_socorros.htm

Telefones úteis:

• Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro -193


• Grupamento de Operações com Produtos Perigosos- Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Rio de Janeiro - (21) 2776.9590 / (21) 3399.4541
• Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de
Janeiro
• Barra da Tijuca: (21) 2493.1454 / (21)2493.0340 / (21) 3399.7856
• Botafogo (Zona Sul): (21) 2295.8585 / (21) 3399.7806
• Centro de Informações Toxico-Farmacológicas do Rio de Janeiro, Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho - (021) 2573.3244
• Centro de Controle de Intoxicações de Niterói, Hospital Universitário Antonio
Pedro - (021) 2717.0148 / 2620.2828 - R. 218
• Disque AIDS - (021) 2518.2221

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