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Assassinato de

Humberto
Delgado (1965)
INFORMAÇÃO IMPORTANTE

O texto que se segue é uma reprodução escrita,


com pequenas adaptações e esclarecimentos, do
programa exibido pela Rádio e Televisão de
Portugal, “1965 – Assassinato de Humberto
Delgado” integrado na série “50 Anos 50 Notícias”,
de 2007.
Como tal, cumpre-me esclarecer que toda a
informação constante deste documento foi
apresentada pela citada estação de televisão
portuguesa, aquando da exibição do documentário
referido.
Resta-me recordar, em último lugar, que no ano
de 2007 a Rádio e Televisão de Portugal celebrou o
seu quinquagésimo aniversário.
ASSASSINATO DE HUMBERTO
DELGADO (1965)

No dia 28 de Abril, depois das homenagens e


felicitações a Salazar pela passagem do
septuagésimo sexto aniversário, o Telejornal dá a
seguinte notícia, citando a France Press:
«Encontrados em Espanha três cadáveres, um
deles apresentando certos elementos de
identificação que teriam levado a concluir tratar-se
do senhor Humberto Delgado, desaparecido há
meses»
A notícia da morte de Humberto Delgado, apenas
tratado por senhor e não por general, foi dada de
forma telegráfica.
(Vasco Hogan Teves, jornalista RTP em 1965)
“Quando a notícia chega, há uma preocupação, que
eu penso que terá vindo dos Serviços de Censura,
não tenho a certeza para o afirmar, mas penso que
terá sido, que dizia «assunto a não tratar», pronto
assunto tabu.”
No Telejornal do dia 28, acrescentava-se ainda o
seguinte:
«O senhor Henrique Cerqueira, lugar-tenente
daquele outro senhor em Rabat, acusou hoje o
Partido Comunista de ser o eventual responsável do
assassínio do senhor Humberto Delgado.»
(João Coito, jornalista DN e comentador RTP em
1965) “Eu tenho ideia que essas coisas se vieram a
saber quer através de notas do Secretariado
Nacional de Informação, quer da agência ANI. O DN
não mandou ninguém ao local.”
A televisão e a maioria dos jornais veiculam a
tese que o regime quis fazer passar. Delgado teria
sido vítima dos desentendimentos entre os
opositores ao Governo. A PIDE foi forjando provas.
Em Espanha, divulgou-se até uma lista de
oposicionistas, que teriam estado hospedados no
mesmo hotel de Delgado, em Badajoz. A
desinformação serviu de pretexto a Salazar para
voltar a acusar os comunistas.
(Salazar, Presidente do Conselho de Ministros,
discurso de 23/07/1965) “A nós, nos convinha que
falasse, a outros havia de convir mais o silêncio que
só a morte poderia com segurança guardar.”
Mas, logo que os corpos do General e da sua
secretária brasileira, Arajaryr Campos, foram
descobertos em Vila Nueva del Fresno, o escritório
de Lisboa da Associated Press enviou para Espanha
uma notícia bombástica:
(Joaquim Letria, colaborador da Associated Press,
em 1965) “ (A notícia bombástica) diz que um
advogado português considerava que o assassínio
do General Humberto Delgado teria sido cometido
pela polícia política (a PIDE) ”
A notícia não foi divulgada, mas a PIDE acabou
por interrogar o jovem advogado que a família de
Delgado contratara em Portugal, Mário Soares.
(Mário Soares, no programa da RTP “Geração de
60”) “Eu só não sabia que os tipos da PIDE que me
prenderam várias vezes, que me interrogaram e me
acusaram de ser eu o assassino do General
Delgado, eu que era o advogado da família, quando
fui a duas vezes a Espanha, eram os mesmos que
tinham assassinado Delgado.”
As ideias de Mário Soares estavam certas. Foi a
PIDE que assassinou Humberto Delgado, mas os
pormenores da conspiração só se tornaram
conhecidos durante o julgamento, já depois do 25
de Abril.
Em Itália, um informador da PIDE, Mário de
Carvalho, com a ajuda do médico do General,
convencera Delgado que existia uma conspiração
pronta a derrubar o regime em Lisboa.
(Mário de Carvalho, informador da PIDE) “Ele
confiava mais em quem tivesse um passado
revolucionário, palpável. Ele confiou em mim,
contava comigo para a Itália.”
Convencido, Delgado viajou clandestino para
Badajoz, para conhecer os supostos aliados, mas
quem o esperava em Olivença era uma brigada da
PIDE, chefiada por Rosa Casaco. Em tribunal, ficou
provado que, quem matou Delgado foi o agente
Casimiro Monteiro.
(Pereira de Carvalho, inspector da PIDE, no
programa “Geração de 60”) “Entra-me, aqui, o
inspector, de mãos na cabeça, e diz-me: Aconteceu
uma desgraça! Morreu o General Humberto
Delgado! (Pereira de Carvalho pergunta-lhe: Como é
que morreu?) Ele fez a menção de puxar da arma e
o Casimiro Monteiro disparou sobre ele.”
O que nunca se provou em tribunal foi se a PIDE
pretendia apenas prender Delgado e a morte foi um
acidente ou se havia a intenção de o assassinar logo
em Espanha.

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