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Capítulo 16

Expansões de
hardware
As expansões mais comuns
Neste capítulo vamos apresentar algumas das mais comuns expansões de
hardware de um PC. Expandir o hardware consiste em instalar um novo
dispositivo, que pode ser uma placa ou um periférico, ou mesmo chips. Um
PC pode ser suficientemente veloz, ter bastante memória e um disco rígido
de capacidade generosa, e ainda assim necessitar de algumas instalações
adicionais. Por exemplo, podemos querer instalar um modem melhor, uma
nova placa de som, um gravador de CDs. Abordaremos então neste capítulo
os seguintes dispositivos:

 Modems
 Placas de som
 Drives de CD-ROM
 Gravadores de CDs
 DVDs
 Câmeras digitais
 Scanners
 Zip Drives

Aqui faremos uma apresentação desses dispositivos, discutindo suas


características principais. As respectivas instalações serão vistas em capítulos
oportunos.
16-2 Hardware Total

Modems
Modems são aparelhos que permitem a um computador, transmitir e receber
dados a longas distâncias. A maioria dos modems utilizam uma linha
telefônica comum para realizar esta tarefa. Existem entretanto modems
especiais capazes de operar com outro tipo de meio, como por exemplo,
aquele utilizado pela TV a cabo (são chamados “cable modems”). A
principal razão que leva um usuário a querer que seu computador realize
transmissões e recepções de dados a longas distâncias é o acesso à Internet.
Durante muitos anos, a linha telefônica foi o meio mais usado para esta
comunicação, mas com o passar dos anos, há uma tendência de uso de
outros meios de comunicação mais avançados. A mesma antena parabólica e
o mesmo cabo usados para recepção de estações de TV por assinatura serão
cada vez mais utilizados para comunicação de dados, principalmente acesso
à Internet. Entretanto, pelo menos por enquanto, na linha telefônica ainda é
o meio mais usado para comunicação de dados. Restringiremos por
enquanto nossa discussão sobre modems a aqueles usados com linhas
telefônicas.

Figura 16.1
Modem interno PCI.

A maioria dos modems atuais são os chamados “modems internos”, que


consistem em uma placa de expansão, normalmente no padrão PCI. Em PCs
um pouco mais antigos, as placas de modem eram do tipo ISA. Hoje em dia
praticamente não encontramos mais à venda placas de modems no padrão
ISA. Existem ainda os “modems externos”, que são bem mais raros, e
também mais caros. O modem externo nada mais é que um modem similar
ao interno (placa), porém sendo um dispositivo independente, ligado
externamente em uma interface serial do computador.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-3
Figura 16.2
Modem interno ISA.

Figura 16.3
Modem externo.

A necessidade dos modems deve-se ao fato da linha telefônica não ter sido
originalmente projetada para transportar sinais digitais, mas sim os sinais
analógicos (voz). Um modem executa duas funções básicas: modulação e
demodulação. As primeiras letras dessas duas palavras foram aproveitadas
para dar nome a este dispositivo: modem = MOdulador/DEModulador. A
modulação consiste em converter os sinais digitais do computador para o
formato analógico (similar a um sinal de voz) para que possa trafegar pela
linha telefônica. A demodulação consiste em receber um sinal analógico e
convertê-lo para o formato digital.

A tecnologia de modulação e demodulação evoluiu muito com o passar dos


anos, possibilitando transmitir e receber dados em velocidades mais
elevadas. Em 1980, a maioria dos modems operava com apenas 110 bits por
segundo. Demoravam cerca de 20 segundos para transmitir o conteúdo de
uma tela de texto. Surgiram então os modems de 300 bits por segundo (bps),
16-4 Hardware Total
depois os de 1200, 2400, 9600, 14.400, 28.800. 33.600 e finalmente os de
56.000 bps (56k), já no final dos anos 90.

A maioria dos PCs modernos utilizam modems de 56k. Esses modems


demoraram um pouco a se tornarem populares. A razão para a demora foi a
falta de um padrão industrial para transmissões a esta velocidade. Entre 1996
e 1997 existiam dois padrões para esta velocidade: X2 e K56Flex. Tanto os
usuários quanto os provedores de acesso à Internet prorrogaram a adoção
dos modems de 56k, exatamente por não saberem qual dos dois “padrões”
seria o definitivo. Finalmente no início de 1998 foi adotado o padrão V90,
com características do X2 e do K56Flex. Esses dois padrões foram
abandonados e todos os fabricantes de modems aderiram ao padrão V.90.
Atualmente todos os modems de 56k são de padrão V.90. Outros mais
novos já adotaram o V.92, evolução do V.90.

Note que a velocidade de um modem é normalmente indicada em BPS, que


são bits por segundo. Para converter para bytes por segundo, é preciso
dividir por 10, já que cada byte transmitido requer 8 bits de dados e 2 bits de
controle. Portanto um modem de 56k irá operar com cerca de 5 kB/s. Note
ainda que a velocidade de 56k bytes por segundo não é atingida na prática.
É mais comum conseguir velocidades entre 50.000 e 52.000 bits por segundo.
Isto dependerá da qualidade da linha telefônica, que deverá ser do tipo
“central digital”. As antigas linhas telefônicas de central analógica, ou não
possibilitarão conexões em torno de 50.000 bps, ou quando possibilitarem,
terão uma taxa de erros tão elevada que resultarão em lentidão.

Leve em conta ainda que a taxa de transmissão de um modem de 56k diz


respeito ao tráfego de dados entre o seu computador e o seu provedor de
acesso à Internet. Se o seu provedor estiver congestionado com um elevado
número de usuários, ou se tiver uma ligação com a Internet (via Embratel)
deficitária, ou se você acessar a Internet em horários de congestionamento, a
taxa de transmissão efetiva não será de 5 kB/s, mas outra muito menor.

Sinais analógicos e digitais


Os dados que trafegam pelo computador são digitais, representados por dois
valores distintos de voltagem. Um valor representa o bit 1, e o outro valor
representa o bit 0. A figura 4 mostra uma seqüência de bits e a sua
representação através de voltagens. A seqüência é um sinal matemático,
tratado pelo processador. O sinal digital é uma seqüência eletrônica, na
forma de uma voltagem que varia ao longo do tempo, com o objetivo de
representar a seqüência de bits. Um sinal digital nada mais é que uma tensão
variável que assume dois valores típicos representando os bits 0 e 1.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-5

Figura 16.4
Seqüência binária e o sinal digital que a
representa.

As linhas telefônicas comuns foram feitas para transportar um único sinal


elétrico, e por isso são formadas por apenas um par de fios. Não podemos,
por exemplo, transferir dados por essas linhas no formato paralelo (vários
bits de uma só vez), mas sim, no formato serial (um bit de cada vez). A
interface serial é o meio natural para transmitir e receber dados por linhas
telefônicas, já que transmitem ou recebem um bit de cada vez. Na figura 4,
as voltagens de +12 e -12 volts são típicas das interfaces seriais existentes nos
PCs.

Infelizmente, as linhas telefônicas não possuem características elétricas que


permitam transmitir sinais digitais, mas sim, sinais analógicos. Ao contrário
dos sinais digitais, que assumem tipicamente dois valores de voltagem, os
sinais analógicos podem assumir infinitos valores de voltagem. Um exemplo
típico de sinal analógico é a representação elétrica dos sons, captados através
de um microfone ou transmitido para um amplificador ou alto falantes. A
figura 5 mostra o aspecto de um sinal analógico. Observe que o valor da sua
voltagem varia bastante, assumindo amplitudes baixas e altas. O sinal digital,
por sua vez, mantém seu valor praticamente constante durante pequenos
intervalos de tempo, variando apenas em períodos de transição ainda mais
curtos.

Figura 16.5
Sinal analógico.
16-6 Hardware Total
Nem todos os tipos de sinais analógicos podem ser transmitidos por linhas
telefônicas. Por exemplo, os sinais de vídeo gerados por uma câmera ou
videocassete são analógicos, mas suas freqüências são muito altas, e por isso
também não conseguem trafegar por linhas telefônicas. Essas linhas foram
feitas para transmitir sinais de voz, que assumem freqüências relativamente
baixas, inferiores a 10 kHz (10.000 ciclos por segundo). Já os sinais de vídeo
assumem freqüências de alguns megahertz (milhões de ciclos por segundo).

Pior ainda é a situação dos sinais digitais. Se tentarmos ligar em uma linha
telefônica, o sinal digital proveniente de uma interface serial, ocorrerá uma
grande distorção. Até algumas dezenas de metros, este sinal pode trafegar
sem distorções, mas com distâncias maiores, o sinal fica cada vez mais
degradado, perdendo suas características.

A solução para transmitir um sinal digital por uma linha telefônica, sem
apresentar distorções, é usando um processo conhecido como modulação e
demodulação. Na modulação, o sinal digital é transformado em analógico, e
assim pode trafegar na linha telefônica sem apresentar distorção. Ao ser
recebido no seu destino, o sinal é demodulado, voltando a assumir a forma
digital.

Existem vários métodos de modulação, alguns simples e outros bastante


complexos. Seja qual for o caso, deve ser entendido que os sinais digitais
provenientes da interface serial são modulados, ou seja, transformados em
sinais analógicos, que trafegam pelas linhas telefônicas. Ao chegarem no seu
destino, são demodulados, ou seja, transformados novamente em sinais
digitais, e finalmente recebidos pelo computador destinatário para serem
armazenados ou processados.

A figura 6 mostra um sistema de modulação bem simples, no qual cada bit é


representado por um sinal analógico senoidal com uma determinada
freqüência. Observe que o bit 1 é convertido em uma freqüência maior, ou
seja, varia mais rapidamente. O bit 0 é convertido em um sinal de freqüência
mais baixa, ou seja, varia mais lentamente. Os modems modernos utilizam
sistemas de modulação mais sofisticados que este, permitindo a transmissão
de dados em velocidades ainda mais elevadas.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-7
Figura 16.6
Modulação de um sinal digital.

Modems internos e externos


Os primeiros modems eram aparelhos independentes que eram ligados na
interface serial. Alguns chegavam a ser acoplados acusticamente ao telefone,
dispensando a conexão por fios na linha telefônica. Nos modems modernos,
a conexão acústica não é mais utilizada, porém os modems ligados na
interface serial ainda existem no mercado, e são chamados de modems
externos. Muito mais comuns são entretanto, os chamados modems internos
(ou placas de modem). Tratam-se de placas que possuem sua própria
interface serial e os circuitos de modulação e demodulação.

Modems externos são ligados diretamente a uma das interfaces seriais


existentes no PC (COM1 ou COM2). Caso o mouse esteja ligado na COM1,
ou modem externo deverá ser ligado na COM2.

A interface serial existente em um modem interno é acrescentada às que já


existem no computador. Por exemplo, se já existem as interfaces COM1 e
COM2, a interface serial do modem interno pode ser configurada como
COM3 ou COM4. Existem entretanto, outras formas de numerar essas
interfaces, dependendo de como é feita a sua instalação.

Data, Fax e Voice Modems


Os primeiros modems eram usados exclusivamente para transferir dados.
Seria portanto correto chamá-los pelo termo data modem. Posteriormente,
foram criados modems especiais para transferir fax. Eram chamados de fax
modems. Finalmente, foram produzidos modelos capazes de transferir dados
e fax. De acordo com esta nomenclatura, teríamos:

Data modem: Trata-se de um modem capaz de transmitir e receber dados.


Fax modem: É um modem capaz de transmitir e receber fax.
Data/Fax modem: É capaz de transmitir e receber dados e fax.
16-8 Hardware Total

Esta nomenclatura nem sempre é seguida à risca. É muito comum usar o


termo fax/modem para designar um modem capaz de transmitir e receber
dados e fax.

Posteriormente surgiu um novo recurso nos modems, que é a transmissão e


recepção de sinais de áudio, tipicamente a voz. Trata-se de uma mistura de
modem com placa de som. Com esses modems, (geralmente chamados de
voice modems), o usuário pode falar e ouvir, ao mesmo tempo em que está
sendo feita uma transmissão ou recepção de dados. Seria correto chamar
esses modems pelo termo data/fax/voice modems. Através de softwares
apropriados, esses modems podem ser usados como um telefone
computadorizado, com recursos de secretária eletrônica e viva-voz.

Atualmente todos os modems são capazes de operar com dados e fax. São
entretanto bastante comuns os modelos que além de dados e fax, operam
também com sinais de voz.

Taxas de transmissão
Uma das mais importantes caraterísticas de um modem é a sua taxa de
transmissão. Normalmente é medida em bps (bits por segundo), e está
diretamente relacionada com a rapidez com a qual os dados são transmitidos
ou recebidos.

Seria intuitivo pensar que, para saber o número de bytes que um modem
pode transmitir por segundo, bastaria dividir por 8 o número de bits
transmitidos a cada segundo. Por exemplo, um modem de 14.400 bps
transmitiria 14.400/8 = 1800 bytes por segundo. Está errado, pois na verdade,
cada byte requer bits adicionais chamados start bit e stop bit, que servem
para efeitos de sincronização, permitindo que o receptor saiba exatamente
onde começa e onde termina cada byte. Adicione a isto, o fato dos modems
atuais realizarem compressão de dados, o que permite obter ganhos na taxa
de transmissão. Dependendo dos dados que estão sendo transmitidos,
podem ser obtidas elevadas taxas de transmissão. Por exemplo, arquivos de
texto podem ser bastante compactados, o que resulta em taxas de
transmissão mais elevadas. Já o mesmo não pode ser dito sobre arquivos
EXE, arquivos ZIP, e arquivos gráficos, como os do tipo GIF e JPG, muito
comuns na Internet.

A maioria dos modems utilizados nos anos 80 apresentavam taxas de


transmissão baixíssimas. Eram comuns os modelos de 300 bps. Com a
evolução da tecnologia, foi possível produzir modems cada vez mais velozes,
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-9
mesmo continuando a usar as problemáticas linhas telefônicas. Em 1995
tornaram-se comuns os modems de 28.800 bps, em 1996 chegaram os
modelos de 33.600 bps e em 1997 já estavam a caminho os modems de 56K
bps, que se tornaram comuns a partir de 1998.

Modems antigos
É possível que você encontre alguns modelos de modem bem antigos e
obsoletos, apesar de poderem funcionar até mesmo com o Windows 95.
Entretanto, não é nada vantajoso utilizar esses modelos antigos. Por exemplo,
um obsoleto modem de 2.400 bps demora 20 vezes mais para fazer o mesmo
trabalho que um modem de 56k bps. Para fazer, por exemplo, a recepção de
um arquivo de 600 kB usando um modem de 56k bps, são necessários, na
melhor das hipóteses, cerca de 2 minutos. Usando um modem de 2.400 bps,
são necessários 40 minutos, no mínimo. Levando em conta os gastos na
conta telefônica, concluímos que a economia de tempo acaba por pagar o
custo do modem mais veloz.

Quando terminou a reserva de mercado de informática no Brasil e as


pessoas começaram a comprar PCs em maior escala, eram comuns os
modems de 2.400 bps. Muitos usuários compraram este tipo de modem. Os
modems mais velozes eram, na época, os de 9.600 bps, mas seus preços
eram muito elevados. Depois de algum tempo foram lançados os modelos de
14.400 bps, 50% mais velozes que os de 9.600 bps. Entre esses antigos
modems de 2.400 bps, encontrávamos diversas variações:

a) Modems para apenas transmissão e recepção de dados, a 2.400 bps.

b) Modems exclusivos para transmissão e/ou recepção de fax, a 9.600 bps.

c) Modems para transmissão e recepção de dados a 2.400 bps, e transmissão


de fax a 9.600 bps.

d) Modems para transmissão e recepção de dados a 2.400 bps, além de


transmissão e recepção de fax a 9.600 bps.

Nesta época, muitos usuários compravam gato por lebre. Apesar dos dados
serem transmitidos a apenas 2.400 bps, esses modems transmitiam e
recebiam fax na velocidade padrão de 9.600 bps. Alguns fabricantes
anunciavam esses modems como sendo de 9.600 bps, mas na verdade esta
velocidade era válida apenas para fax, continuando os dados a trafegar na
velocidade de 2.400 bps.
16-10 Hardware Total
Modems de 14.400 bps
Por volta de 1994 tornaram-se populares os modems de 14.400 bps.
Praticamente todos os modelos eram capazes de transmitir e receber dados a
14.400 bps, e transmitir e receber fax a 9.600 bps. Entretanto, para os que
não estavam interessados em fax, continuaram sendo oferecidos modelos um
pouco mais baratos, capazes apenas de transmitir e receber dados. Modems
de 14.400 foram muito usados até 1997, mesmo depois do surgimento dos
modems de 28.800 bps. Esses modems são considerados obsoletos devido à
lentidão nos seus acessos à Internet. Entretanto ainda é aceitável utilizá-los
para transmitir e receber fax.

Modems de baixa velocidade, como os de 14.400, eram aceitáveis antes da


popularização da Internet. Antes disso, o principal uso dos modems era o
acesso a BBS. Este tipo de acesso era totalmente orientado a texto.
Operando a 14.400 bps era possível preencher a tela inteira em menos de 1
segundo. Com a Internet, os acessos passaram a ser gráficos, exigindo um
tráfego de dados muito maior. Tornou-se necessário usar modems mais
velozes.

Modems de 28.800 bps


Esses modems foram vendidos entre 1995 e 1997. Foi o final da época dos
BBSs e o início da popularização da Internet. Ao receber dados, esses
modems obtiam uma taxa de cerca de 200 kB a cada minuto. Ofereciam
velocidade aceitável para o acesso à Internet.

A transmissão e recepção de fax nesses modems é mais rápida que nos seus
antecessores, chegando a 14.400 bps. Apenas os dados são transmitidos a
28.800 bps.

Modems de 33.600 bps


Em meados de 1996, o padrão V.34, usado nas transmissões a 28.800 bps, foi
revisto e passou a permitir operar de forma um pouco mais rápida, chegando
a 33.600 bps. A partir de então, os modelos de 28.800 bps passaram a ser
vendidos, já adaptados para operar a 33.600 bps. Este aumento de
velocidade não requer alterações no projeto das placas, usando os mesmos
chips da versão de 28.800. Apenas alterações no firmware (ou seja, na
memória ROM existente na placa de modem) eram necessárias. Os
fabricantes passaram a comercializar, por um pequeno custo, uma ROM que
o próprio usuário instala no lugar da antiga, fazendo assim o upgrade do seu
modem de 28.800 bps para 33.600 bps.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-11
Figura 16.7
O caminho do usuário até o provedor de
acesso à Internet.

A figura 7 mostra o caminho entre o usuário e um provedor de acesso à


Internet, operando com modems de 33.600 bps. Também pode representar o
caminho entre dois usuários que vão trocar dados através de modems. O
modem do primeiro usuário (partindo da esquerda) envia e recebe sinais
analógicos pela linha telefônica. Esses sinais chegam à central do bairro, no
qual são feitas conversões para o sistema digital. Dados analógicos
transmitidos pelo modem do primeiro usuário pela linha telefônica são
convertidos para o formato digital, sendo então enviados através da rede
telefônica, à central do bairro onde está o segundo usuário (ou o provedor
de acesso à Internet). A digitalização desses sinais é feita em 8 bits e com
taxa de amostragem de 8 kHz (8000 amostras por segundo), suficiente para
transmitir voz com boa qualidade. Na central do primeiro usuário, dados que
chegam pela rede telefônica, na forma digital, são novamente transformados
para o formato analógico, sendo então transmitidos pela linha até o modem
do usuário. O mesmo processo ocorre na outra extremidade (segundo
usuário ou provedor de acesso). A máxima taxa obtida pelo sistema é de
35.000 bits por segundo, mas os modems utilizam um limite um pouco
menor, 33.600 bps.

Observe que o principal ponto fraco do sistema telefônico é a conexão entre


a central e o usuário, ou seja, os fios de cobre que formam cabos aéreos ou
subterrâneos, sujeitos e interferências e ruídos. A comunicação entre as
centrais é feita por sinais digitais em meios de melhor qualidade (fibras óticas
ou microondas) e transporta 64.000 bits por segundo (8000 amostras de 8 bits
por segundo). A baixa qualidade da linha analógica que liga o usuário à
central, aliada ao ruído de quantização que ocorre na conversão do sinal
analógico para digital (arredondamentos devidos à quantização em 8 bits)
limitam a taxa de transmissão para um valor em torno de 35.000 bits por
segundo.

Linhas modernas utilizam transmissão por fibra ótica, ao invés de fios de


cobre. O sinal tem forma analógica apenas entre o usuário e o poste
telefônico mais próximo. A partir do poste, entra em cena a fibra ótica, que
transmite os dados já na forma digital.
16-12 Hardware Total

Modems de 56k bps


O aumento da velocidade de transmissão de dados para 56k bps foi obtido
através da eliminação de conversores A/D junto ao provedor, o que resultou
no cancelamento do ruído de quantização. A conexão completa é mostrada
na figura 8. A grande diferença está na linha que liga o provedor de acesso à
sua central. São linhas digitais, e portanto não necessitam das etapas de
modulação e demodulação feitas na central. Os sinais enviados pelo modem
do provedor, já no formato digital, são enviados diretamente à rede
telefônica. Da mesma forma, sinais recebidos pela rede telefônica, no
formato digital, são enviados diretamente ao modem digital do provedor.

Figura 16.8
Conexão a 56k.

Linhas digitais são caras, e não se justifica o seu uso por usuários comuns.
Para um provedor de acesso à Internet, o alto custo dessas linhas é
justificável. O usuário continua a utilizar uma linha comum, ligada à central
do seu bairro. Seu modem de 56k recebe e transmite sinais analógicos por
esta linha. Note que para dados que trafegam do provedor ao usuário, não
existe conversor A/D (ADC), portanto não existe ruído de quantização.
Taxas de transferência mais elevadas podem ser obtidas, chegando mais
próximas do limite teórico de 64.000 bps. Devido à qualidade da conexão
analógica existente entre o modem do usuário e a sua central, velocidades de
64.000 bps não podem ser obtidas. Por conta dessas imperfeições, o limite
máximo a ser utilizado é 56.000 bps. Na prática as velocidades obtidas são
um pouco menores, em torno de 52.000 bps.

Observe que os sinais que trafegam do usuário até o provedor passam pelo
conversor A/D existente na central do usuário. Este conversor gera ruído de
quantização, portanto a operação a 56k bps não é permitida neste sentido. A
transferência de dados do usuário para o provedor ocorre a no máximo
33.600 bps.

Modems ISDN
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-13
Esses modems são utilizados em linhas digitais. Não confunda linha digital
com linha de central digital. Todas as linhas telefônicas modernas têm central
digital, mas praticamente todas são analógicas. Quando é usado um modem
ISDN, não existe conversão de dados entre os formatos analógico e digital.
Os dados saem do computador na forma digital, trafegam pela linha em
formato digital, passam pelo sistema telefônico e finalmente chegam ao
provedor totalmente digitais. O caminho inverso também é totalmente
digital. Sendo assim a taxa de transferência obtida é a mesma usada pelo
sistema telefônico digital, ou seja, 64.000 bps.

Voice modem
Praticamente todos os fabricantes de modems oferecem certos modelos com
capacidade de transmissão e recepção de voz. Esses modems podem ser
usados como telefones, além de operar como uma secretária eletrônica
sofisticada (answer machine). Essas placas, mediante um software de
comunicação fornecido em conjunto, podem responder chamadas, ditar
mensagens sonoras e até mesmo armazenar recados na forma de voz, ou
seja, digitalizam o som recebido, armazenando-o em arquivos WAV. Certos
modelos são speakerphone capable. Isso significa que podem usar o recurso
de “viva voz”, ou seja, utilizar o seu microfone e os alto falantes para
conversação telefônica.

Voice modems possuem na sua parte traseira, além dos conectores para a
linha telefônica e para um telefone, uma conexão para um microfone e outra
para uma caixa de som (figura 9).

Figura 16.9
Conexões na parte traseira de um voice
modem.

Modems ISA e PCI


Durante muitos anos os modems foram fabricados na forma de placas ISA
de 8 bits. Apesar do barramento ISA ser obsoleto, é extremamente veloz em
comparação com as linhas telefônicas. Mais recentemente (final dos anos 90)
esses modems passaram a ser produzidos em placas ISA de 16 bits. O
objetivo não era o aumento da velocidade, e sim aumentar o número de
opções de IRQ para serem usadas. Modems ISA de 8 bits só ofereciam as
16-14 Hardware Total
opções IRQ3, IRQ4, IRQ5, IRQ7 e IRQ9. Parece um bom número de
opções, mas normalmente a IRQ3 e a IRQ4 já estão ocupadas pela COM1 e
COM2, a IRQ5 já está ocupada pela placa de som, a IRQ7 ocupada pela
LPT1 e a IRQ9 muitas vezes usada pela placa de vídeo. Era necessário fazer
remanejamentos dessas IRQs, até que chegaram os modems de ISA de 16
bits, que ofereciam ainda a IRQ10, IRQ11 e IRQ12.

Figura 16.10
Modem ISA de 8 bits.

Atualmente são mais comuns os modems internos que usam o barramento


PCI. Não existe vantagem no que diz respeito à velocidade, e sim na flexibi-
lidade de instalação. Os PCs modernos apresentam poucos slots ISA e
muitos slots PCI. O uso do barramento PCI passou a ser uma solução para o
problema da baixa disponibilidade de slots ISA. Na verdade o que tem
ocorrido é a eliminação do barramento ISA dos PCs modernos, tanto no que
diz respeito às placas de CPU como nas placas de expansão (isto é um
requisito básico do padrão PC99).
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-15
Figura 16.11
Um modem PCI.

Dispositivos de multimídia
Praticamente não existem mais computadores “mudos”. Todos os PCs
modernos devem ser capazes de reproduzir sons. Música, voz, efeitos
sonoros em geral, são conseguidos com o uso de uma placa de som. O drive
de CD-ROM é o companheiro inseparável da placa de som. Quando um PC
é equipado com esses dois dispositivos, dizemos que se trata de um “PC
Multimídia”. Na verdade todos os PCs modernos são multimídia. As placas
de som e os drives de CD-ROM tornaram-se tão baratos que não se justifica
mais produzir PCs sem esses componentes.

Multimídia é a integração de imagens e sons em um computador. Por


exemplo, quando um PC está exibindo um filme na tela, dizemos que esta é
uma aplicação de multimídia. Um caso típico são as enciclopédias
eletrônicas. Além de podermos ler textos e ver imagens na tela, podemos
ainda ouvir sons e ver pequenos filmes sobre os assuntos explicados.
Arquivos de som e vídeo são em geral muito grandes, por isso precisam ser
armazenados em um meio de alta capacidade. Pelo menos até agora, o meio
de armazenamento de alta capacidade mais popular é o CD-ROM, mas o
DVD-ROM tende a substituí-lo, devido à sua capacidade bem mais elevada.

No início dos anos 90, os programas eram pequenos e cabiam em alguns


poucos disquetes. Esses disquetes tornaram-se insuficientes quando os
programas passaram a incluir sons, que eram armazenados em arquivos
muito grandes. O CD-ROM era a solução para o problema. São discos
baratos e de elevadíssima capacidade. No início, apenas arquivos de som e
vídeo necessitavam do espaço disponível em um CD-ROM. Com o passar
dos anos, outros arquivos passaram a apresentar tamanhos elevados. Hoje é
16-16 Hardware Total
comum encontrar softwares que mesmo sem usar muitos arquivos de som e
vídeo, chegam a ocupar algumas centenas de megabytes. Praticamente todos
os softwares modernos apresentam arquivos muito grandes, portanto são
sempre vendidos na forma de CD-ROM, e não mais em disquetes.

Podemos citar entre as principais aplicações das placas de som e drives de


CD-ROM, as seguintes:

 Ouvir CDs de áudio


 Ouvir músicas digitalizadas no formato MP3
 Ver filmes na tela
 Ouvir textos falados
 Gravar sons
 Comandar o computador pela voz
 Ouvir músicas sintetizadas
 Fazer composições musicais
 Ouvir os sons digitalizados e as trilhas sonoras dos jogos

Vamos então conhecer um pouco melhor os drives de CD-ROM, a placa de


som e outros dispositivos usados em multimídia.

CDs e seus drives


Os CDs usados em computadores são muito parecidos com os CDs musicais,
conhecidos pelo grande público. O próprio computador é capaz de, através
do seu drive de CD-ROM, reproduzir as músicas dos CDs de áudio. Este é
portanto o primeiro tipo de CD que um computador pode manipular: CDs
de áudio, ou CD-DA (Digital Audio).

O outro tipo de CD bastante utilizado nos computadores é o chamado CD-


ROM. O termo “ROM” significa “Read Only Memory”, ou seja, memória
para apenas leitura. Um CD-ROM portanto é utilizado apenas em operações
de leitura, não podendo ser usado para gravações. O CD-ROM é também
um meio de armazenamento permanente, ou seja, os dados não são perdidos
quando o PC é desligado. Atualmente a maioria dos programas são vendidos
armazenados em CD-ROMs.

Existem CDs especiais que permitem operações de gravação, mas precisam


ser usados em drives especiais. São o CD-R e o CD-RW. O CD-R é um CD
que pode ser gravado uma única vez. Uma vez gravado, pode ser lido
normalmente como se fosse um CD-ROM. Pode ser lido em qualquer drive
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-17
de CD-ROM. Este tipo de CD é ideal para fazer cópias de dados que não
serão alterados. Digamos por exemplo que você compra um jogo em CD
para seu filho de 7 anos (se você não tem um filho pequeno, que tal então
um irmão mais novo, ou então você mesmo, que se não for cuidadoso, pode
colocar os CDs em risco – ou colocar riscos nos CDs!). Se não quer correr o
risco do CD-ROM original ser arranhado acidentalmente, faça uma cópia em
um CD-R. Use a cópia e guarde o CD-ROM original. Um disco CD-R é
bastante barato. Os de melhor marca custam por volta de 3 a 5 reais, e os
piores chegam a custar entre 1 e 2 reais.

Existe outro tipo de CD gravável bastante utilizado, chamado CD-RW. Este


CD pode ser gravado cerca de 1000 vezes. Podemos então gravar dados,
apagar, gravar novamente, e assim por diante. Em breve teremos discos CD-
RW capazes de receber mais de 10.000 gravações. Um CD-RW pode ser lido
em qualquer drive de CD-ROM, desde que não seja muito antigo. Drives de
CD-ROM produzidos antes de 1997 (que são minoria atualmente) não
podem ler corretamente um CD-RW. Os drives capazes de ler CD-RW são
os do tipo multiread. São aqueles com velocidades de 32x e superiores. Um
disco CD-RW custa entre 5 e 15 reais, mas assim como ocorre nos modelos
CD-R, existem mídias de baixa e de alta qualidade.

Para gravar discos CD-R e CD-RW, precisamos utilizar um gravador de CDs.


Os primeiros desses gravadores eram capazes de gravar apenas discos CD-R.
Os atuais gravam tanto CD-R como CD-RW. Com um gravador apropriado
e usando esses discos, o usuário pode facilmente fazer cópias dos seus
programas e dados importantes.

Existe outro tipo de CD capaz de gravar uma fabulosa quantidade de dados,


chamados de DVD. Os discos CD-ROM, CD-R e CD-RW gravam 650 MB
de dados. Um disco DVD armazena até 17 GB de informação. É utilizado
para armazenar filmes digitais e programas. Ainda são relativamente raros,
mas a tendência é que venham a substituir os CD-ROMs.

Resumindo, os tipos de drives mais comuns são:

a) Drive de CD-ROM
 Lê CDs de áudio, CD-ROM, CD-R e CD-RW.

b) Drive de CD-RW
 Lê CDs de áudio, CD-ROM, CD-R e CD-RW.
 Grava CD-R e CD-RW
16-18 Hardware Total
c) Drive de DVD-ROM
 Lê CDs de áudio, CD-ROM, CD-R e CD-RW, DVD-ROM e DVD-
Vídeo.

d) Drive de CD-RW leitor de DVD


 Lê CDs de áudio, CD-ROM, CD-R e CD-RW, DVD-ROM e DVD-
Vídeo.
 Grava CD-R e CD-RW

Este último tipo é o mais versátil (e também mais caro). É capaz de ler
praticamente qualquer tipo de CD, além de ser capaz de gravar e mídias
CD-R e CD-RW. Existem ainda drives que gravam DVDs, mas ainda são
bastante caros.

Velocidades
Uma característica importante de qualquer leitor de CDs é a velocidade de
leitura de CD-ROMs. Encontramos no mercado drives de CD-ROM com
velocidades 32x, 36x, 40x, 44x, 48x, 52x, e assim por diante. Os primeiros
drives de CD-ROM eram 1x (single speed). Eles liam dados com a mesma
velocidade dos CDs de áudio digitalizado: 150 kB por segundo. Logo
surgiram modelos de velocidade dupla (2x, 300 kB/s), tripla (3x, 450 kB/s),
quadrupla (4x, 600 kB/s) e assim por diante. A cada ano são lançados
modelos mais velozes. Os drives vendidos entre os anos 2000 e 2001 tinham
velocidades de leitura na faixa de 50x. A tabela abaixo mostra as
velocidades dos drives de CD-ROM produzidos nos últimos anos e sua taxa
de transferência.

Modelo Taxa Modelo Taxa


1x 150 kB/s 24x 3600 kB/s
2x 300 kB/s 32x 4800 kB/s
3x 450 kB/s 36x 5400 kB/s
4x 600 kB/s 40x 6000 kB/s
6x 900 kB/s 44x 6600 kB/s
8x 1200 kB/s 48x 7200 kB/s
10x 1500 kB/s 52x 7800 kB/s
12x 1800 kB/s 56x 8400 kB/s
16x 2400 kB/s 60x 9000 kB/s
20x 3000 kB/s 64x 9600 kB/s

Nos gravadores de CDs, a velocidade de gravação é bem menor que a de


leitura. Encontramos modelos capazes de gravar CD-R em 1x, 2x, 4x, 8x e
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-19
16x. Discos CD-RW precisam ser gravados mais lentamente. Encontramos
modelos que gravam em 1x, 2x, 4x e 8x. Um gravador de CD-RW sempre
tem indicadas suas três velocidades: leitura, gravação de CD-R e gravação de
CD-RW. Por exemplo, um modelo 8x4x32 grava discos CD-R em até 8x,
grava discos CD-RW em até 4x e lê CDs em 32x. A tendência é que tanto a
velocidade de leitura como as de gravação continuem aumentando nos
modelos novos.

Drives de CD-ROM
Podemos ver um típico drive de CD-ROM na figura 12.

Figura 16.12
Drive de CD-ROM.

Na sua parte traseira, existem conexões para a fonte de alimentação, para o


cabo de dados (que deve ser ligado à interface que controla o drive, em
geral localizada na placa de som), e para o cabo de áudio (também
localizado na placa de som). Podemos ver essas conexões na figura 13.

Figura 16.13
Parte traseira de um drive de CD-ROM.
16-20 Hardware Total

Na parte frontal do drive de CD-ROM, mostrada na figura 14, vemos a


bandeja para colocação de CDs, uma conexão para um fone de ouvido
estéreo (para ouvir diretamente o som reproduzido por CDs de áudio, caso
não desejemos fazê-lo através da placa de som), um controle de volume
(para controlar o volume do som que é enviado para este fone), um botão
Load/Eject, e ainda um botão Play. Em alguns modelos, existe também a
indicação da sua velocidade.

Figura 16.14
Parte frontal de um drive de CD-ROM.

Você poderá encontrar diferenças entre os diversos modelos de drives de


CD-ROM, tanto nos controles da sua parte frontal, como nas conexões da
sua parte traseira. Por exemplo, existem modelos mais antigos que não
possuem o botão Play, enquanto existem modelos mais modernos que
possuem botões adicionais, como Rewind, Stop, etc. Alguns drives de CD-
ROM chegam a possuir um sensor infravermelho, para que possamos
comandar os sons através de um controle remoto, como é o caso dos
modelos Infra, da Creative Labs.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-21
Figura 16.15
Drive de CD-ROM com controle remoto.

Os drives Infra da Creative Labs possuem um sensor infravermelho, e são


acompanhados de um controle remoto, ambos mostrados na figura 15. Este
controle remoto não controla apenas funções relacionadas com CDs de
áudio. Pode controlar também o volume de arquivos MIDI e WAV no
Windows, e ainda fornece, para esses arquivos, comandos como Pause, Stop,
Play, Rewind, etc. Ao invés de usar o mouse para ativar o Mixer do
Windows (através do alto falante existente na parte direita da barra de
tarefas), o usuário pode ativar os seus comandos mais rapidamente, usando o
controle remoto.

Quanto à parte traseira dos drives de CD-ROM, as principais diferenças


dizem respeito ao tipo de interface utilizada. Os modelos atuais utilizam, em
quase sua totalidade, a interface IDE. Portanto, esses modelos possuem um
conector IDE de 40 pinos, e ainda jumpers para selecionamento
Master/Slave, típicos de dispositivos IDE. Existem ainda alguns modelos
SCSI, com um conector para cabo flat SCSI de 50 pinos, e ainda um grupo
de chaves usadas para definir o “SCSI ID”, ou seja, o número com o qual o
drive será diferenciado dos demais dispositivos SCSI ligados na sua contro-
ladora. Entre os modelos mais antigos, eram comuns os que utilizavam as
interfaces proprietárias. O tamanho do conector para o cabo de dados
variava bastante, dependendo do fabricante do drive.

Ainda na parte traseira do drive de CD-ROM, podemos encontrar um


conector de áudio digital. Os drives de CD-ROM são ligados à placa de som
através de um cabo analógico. São usados na reprodução de CDs musicais.
Praticamente todos os drives modernos possuem duas saídas de áudio, sendo
uma analógica e uma digital. Na placa de som, a entrada mais comum é a
analógica, mas modelos mais sofisticados possuem também uma entrada de
áudio digital. Essas placas de som são acomapanhadas do cabo de áudio
16-22 Hardware Total
digital apropriado, e podem ser ligadas na saída digital do drive de CD-
ROM.

CAV e CLV
Os primeiros drives de CD-ROM operavam em um modo de rotação
chamado CLV (Constant Linear Velocity, ou Velocidade Linear Constante).
Sua velocidade de rotação variava, com o objetivo de manter uma taxa de
transferência constante, o que era exigido para a reprodução de CDs de
áudio.

A partir da velocidade de 16x, os drives de CD-ROM passaram a usar um


novo processo de rotação ao invés do CLV, que é o CAV (Constant Angular
Velocity, ou velocidade angular constante). Ao invés de girar o disco com
velocidade variável, de modo a obter a mesma taxa de transferência, tanto
nas trilhas internas como nas externas, os drives CAV giram o disco em uma
velocidade constante. A vantagem deste processo é um tempo de acesso
menor, já que o disco não precisa ser acelerado e desacelerado de acordo
com os movimentos da cabeça. A desvantagem é que a taxa de transferência
mais elevada só é obtida nas trilhas externas.

Interfaces para drive de CD-ROM


Quando foram lançados os primeiros drives de CD-ROM, não existia um
tipo de interface padronizada para esses dispositivos. Seus fabricantes não
queriam esperar pela especificação de um padrão de interface, mesmo
porque os padrões só são estabelecidos depois que o produto já está
popularizado, ou pelo menos amadurecido. Produziram então suas próprias
interfaces para controlar seus drives de CD-ROM. Este tipo de interface, que
não utiliza nenhum padrão industrial, sendo usada especificamente para um
único dispositivo produzido por um único fabricante, é chamado de
Interface Proprietária.

Os primeiros drives de CD-ROM eram portanto acompanhados de suas


respectivas interfaces proprietárias. A figura 16 mostra o conjunto que
acompanhava o drive de CD-ROM Mitsumi, de velocidade simples, muito
vendido em 1993. Todos os modelos eram naquela época, acompanhados de
acessórios como os mostrados nesta figura.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-23
Figura 16.16
Drive de CD-ROM acompanhado de placa
de interface proprietária, driver e cabos.

Além do drive e de sua interface, era fornecido um disquete com um driver


para permitir o seu funcionamento em ambiente MS-DOS, e também em
Windows (que na época, era o Windows 3.1). Eram fornecidos ainda um
cabo flat para conexão com a placa de interface proprietária, e um cabo de
áudio para conexão com a placa de som. Mesmo que o computador não
possuísse uma placa de som, era possível conectar o cabo de áudio
diretamente na interface proprietária, e nesta, eram conectadas as caixas de
som.

A partir do lançamento da placa Sound Blaster Pro, as placas de som


passaram a embutir interfaces para drives de CD-ROM. Naquela época,
ainda reinavam as interfaces proprietárias, e portanto era impossível usar
uma interface que permitisse a conexão de qualquer modelo de drive de
CD-ROM. Era preciso escolher um modelo, a menos que a placa fosse
equipada com várias interfaces diferentes. A Creative Labs contratou a
compra de drives da Panasonic, e colocou na Sound Blaster Pro, uma
interface para este modelo de drive.

Mais tarde foi lançada a placa Sound Blaster 16 MCD (Multi-CD), equipada
com três interfaces proprietárias para drives de CD-ROM da Sony, Mitsumi e
Panasonic. A placa possuía três conectores diferentes para a ligação do
modelo de drive apropriado, como vemos na figura 17.
16-24 Hardware Total
Figura 16.17
Conectores para drives de CD-ROM na
placa Sound Blaster 16 MCD.

No tempo das interfaces proprietárias, a única forma de obter padronização


era usando interfaces SCSI. Apesar de ser uma solução cara para quem
deseja usar um único dispositivo SCSI, este tipo de interface é desde os anos
80, um padrão industrial amplamente aceito. Alguns fabricantes, como a
Plextor, a NEC e a Sony passaram a produzir drives de CD-ROM SCSI.
Eram conectados à placa de som apenas através do cabo de áudio. O cabo
de dados era ligado a uma placa controladora SCSI. A própria Creative Labs
lançou um modelo chamado Sound Blaster 16 SCSI-2, equipado com uma
interface SCSI. Desta forma era possível usar drives de CD-ROM SCSI, sem
ter que usar uma controladora SCSI adicional.

A ligação entre o drive de CD-ROM e a placa de som através de uma


interface proprietária, ou através de uma interface SCSI embutida, ou por
uma interface IDE embutida, é feita como mostra a figura 18. Observe que
entre o drive e a placa de som existem as ligações do cabo de dados e do
cabo de áudio. A figura mostra também os diversos dispositivos que podem
ser ligados à placa de som, como caixas de som, joystick, microfone, etc.

*** 75%
***
Figura
16.18
Ligação entre o
drive de CD-
ROM e a placa
de som.

Os atuais drives de CD-ROM usam o padrão IDE, e não são mais fornecidos
junto com interface proprietária. São ligados diretamente na placa de som,
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-25
ou então em uma das interfaces IDE existentes na placa de CPU. As placas
de som modernas também não são mais fornecidas com interfaces IDE, já
que todas as placas de CPU possuem duas dessas interfaces.

A padronização dos drives de CD-ROM IDE trouxe inúmeras vantagens.


Uma delas é a questão da velocidade. No tempo das interfaces proprietárias,
cada vez que era lançado um modelo de drive mais veloz, era preciso usar
uma nova interface proprietária. Uma placa de som antiga não podia
portanto ser ligada em um drive de CD-ROM mais novo e mais veloz. Por
exemplo, a Sound Blaster Pro aceitava apenas a conexão de um drive de
CD-ROM Panasonic, de velocidade simples, não permitindo a ligação de
drives de velocidade dupla. Com os drives IDE não existe este problema.
Qualquer placa de som equipada com uma interface IDE pode receber a
instalação de qualquer drive de CD-ROM IDE, não importando sua
velocidade.

Placas de som
Existem placas de som de todos os tipos e todos os preços. As mais baratas
são as que chamamos de “som onboard”, embutido na placa de CPU. Seu
preço é praticamente zero, já que as placas de CPU com este recurso
normalmente não são mais caras por possuí-lo. Existem placas de som
simples e de baixo custo, mas com som bastante satisfatório. Os sons gerados
por essas placas possuem características semelhantes à dos sons gerados por
CDs musicais.

Encontramos ainda placas mais sofisticadas, com múltiplos canais polifônicos.


Essas placas são capazes de reproduzir os instrumentos de uma orquestra
com grande perfeição. A maioria delas utiliza o que chamamos de wave
table synthesis. Elas possuem em sua memória ROM, as notas musicais
digitalizadas a partir de instrumentos musicais reais, portanto reproduzem
esses sons com grande perfeição. Antes desta tecnologia se tornar comum, os
instrumentos musicais eram “imitados” por um circuito chamado
“sintetizador FM”. O som deste circuito é parecido com o de instrumentos
musicais verdadeiros, porém é possível notar a diferença, a música é um
pouco sintética.

A primeira placa popular a utilizar síntese por wave table foi a Sound Blaster
AWE32 (AWE = Advanced Wave Effects). Ela possuía 32 canais polifônicos
(ou seja, podia reproduzir até 32 notas musicais simultâneas), sendo que cada
um desses canais é gerado por wave table. Quando esta placa surgiu no
mercado, muitos usuários pensavam que seu “32” significava 32 bits. Na
16-26 Hardware Total
verdade era uma placa de 16 bits (sons digitalizados com 16 bits, da mesma
forma que é o som dos CDs musicais). Infelizmente a maioria das pessoas
continuou pensando que se tratavam de 32 bits. Surgiram novas placas com
mais canais polifônicos: Sound Blaster AWE64 (64 canais), Sound Blaster
PCI 128 (128 canais), e assim por diante. Vendedores pouco confiáveis
alimentaram para seus clientes a idéia de que se tratavam de placas de 64,
128, 256 bits, e assim por diante.

As placas de última geração possuem recursos sonoros ainda mais


avançados, visando dar maior realismo aos jogos. São placas com saídas para
4 alto falantes, ficando 2 localizados à frente do usuário e os outros dois atrás.
Desta forma é possível jogar tendo a sensação de que estamos localizados no
ambiente real. Por exemplo, em um jogo de corridas, podemos ouvir um
carro se aproximando por trás, graças aos alto falantes traseiros. Possuem
ainda o chamado “som ambiental”. Dependendo do ambiente onde estamos
posicionados no jogo, o som assume características próprias. Em um jogo de
corridas, por exemplo, podemos ouvir o eco do motor do carro sobre um
muro ao longo da estrada, ou ouvir o som com mais eco quando passamos
sob uma ponte, ouvir os ecos dos tiros dependendo do tamanho do
ambiente. Para quem gosta de jogos, não apenas o realismo visual, mas
também o realismo sonoro é muito importante. Esta é a diferença entre ter
uma placa de som simples e uma sofisticada, como a Sound Blaster Live,
com 256 canais polifônicos, saída para 4 alto falantes, síntese por wave table
e som ambiental.

Conexões sonoras
Toda placa de som possui entradas e saídas sonoras. Algumas delas ficam
localizadas na parte traseira da placa. Podemos citar as conexões para
microfone e alto falantes. Outras entradas sonoras ficam localizadas na parte
interna da placa, como é o caso da ligação com o drive de CD-ROM.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-27
Figura 16.19
Conectores típicos de uma placa de som.

Se você simplesmente conectar o alto falante na saída sonora correta, seu


computador poderá reproduzir sons. Entretanto para extrair o máximo da
sua placa de som, é preciso conhecer melhor suas entradas e saídas sonoras.

MIC
Esta é uma entrada para conexão de microfone. Podemos encontrar no
comércio, diversos modelos de microfones para PC. Desta forma podemos
gravar sons e através de programas apropriados, comandar o computador
através de comandos de voz.

Line IN
Esta é uma entrada capaz de receber sons provenientes de aparelhos de som,
videocassetes, receptores de parabólica, etc. Você pode, por exemplo,
digitalizar sons dos seus filmes prediletos e usá-los para sonorizar o Windows.

Line Out
Esta é uma saída sonora sem amplificação. Através dela temos acesso a todos
os sons gerados pelo PC. Podemos ligá-la em um amplificador, ou então em
caixas de som amplificadas.

Speaker Out
Quando presente na placa de som, reproduz o mesmo som existente na
saída Line Out. A diferença é que este som é amplificado. Podemos ligá-lo
diretamente em caixas de som passivas (sem amplificação).

Front / Rear
16-28 Hardware Total
São dois conectores existentes nas placas de som quadrifônicas. Nessas
placas, ao invés de encontrarmos duas saídas independentes Line Out e
Speaker Out, temos as saídas Front (alto falantes frontais) e Rear (alto
falantes traseiros). A maioria das placas de som que possui essas conexões
não oferece amplificação, portanto devem ser ligadas em caixas de som com
amplificação própria.

Joystick / MIDI
Todas as placas de som possuem uma conexão para joystick. Os jogos são as
principais aplicações sonorizadas para um PC, portanto o uso do joystick é
praticamente obrigatório nesses casos. Algumas placas já aboliram a interface
de joystick, e neste caso o joystick usado deve ser do tipo USB. Este conector
também serve para ligar ao computador, dispositivos MIDI (Musical
Instruments Digital Interface).

CD-IN
Esta conexão é interna, ou seja, fica na parte da placa de som interna ao
gabinete, e não na parte traseira. Através dela chegam à placa de som, os
sons provenientes do drive de CD-ROM quando é tocado algum CD de
áudio. Algumas vezes os técnicos esquecem de fazer esta ligação, e em
conseqüência o PC fica sem som ao reproduzir CDs de áudio.

Nas placas de som modernas, compatíveis com o padrão PC99, esses


conectores utilizam um código de cores:

Conector Tipo Cor


Joystick / MIDI DB-15 fêmea Laranja
Microfone P2 estéreo Rosa
Line IN P2 estéreo Azul
Line Out / Front P2 estéreo Verde
Rear P2 estéreo Preto

OBS: O padrão PC99 especifica cores para todos os conectores da parte traseira do
computador, facilitando assim a sua localização.

Características sonoras
A placa de som possui um circuito chamado “conversor analógico-digital”
(ADC). Este circuito faz medidas das intensidades sonoras e gera uma
seqüência de números. Este processo é mostrado na figura 20. Para
representar o som com melhor fidelidade é preciso usar um elevado número
de amostras por segundo. Uma taxa de amostragem de 44 kHz, por
exemplo, indica que são feitas 44.000 amostras por segundo. Isto é suficiente
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-29
para digitalizar todas as freqüências sonoras que o ouvido humano consegue
captar. Para digitalizar voz com excepcional qualidade, basta usar 22 kHz, o
que reduz pela metade o espaço necessário ao armazenamento. Taxas
menores como 11 kHz ou 8 kHz também são usadas para voz, mas os
resultados são considerados apenas bons, e não excelentes.

Figura 16.20
O processo de digitalização de sons.

O número de bits é outro fator ligado à qualidade sonora. As opções


disponíveis são 8 bits e 16 bits. Com 16 bits temos excelente qualidade. Com
8 bits podemos perceber um leve chiado junto com o som digitalizado. Se
isto não atrapalhar a compreensão, vale a pena fazer esta simplificação, pois
o espaço necessário ao armazenamento é reduzido pela metade.

Outra redução pela metade no espaço necessário para armazenar um som


digitalizado é conseguida quando abrimos mão da estereofonia. A
digitalização em dois canais (esquerdo e direito) é boa para música, mas para
voz podemos usar digitalização em MONO. Todas as placas de som
modernas são estéreo, mas podemos comandar a digitalização utilizando
apenas um canal.

O som digitalizado é convertido em um arquivo sonoro. No Windows este


tipo de arquivo possui a extensão WAV (abreviatura de Wave, que significa
onda, já que estamos nos referindo à representação de ondas sonoras). Os
sons digitalizados podem ser novamente reproduzidos e convertidos em som
analógico. Para isso os dados digitais passam por um circuito chamado
16-30 Hardware Total
“Conversor digital-analógico” (DAC). Já na forma analógica, o som é
amplificado e enviado às caixas de som. Este processo é representado na
figura 21.

Figura 16.21
Reprodução de sons digitais.

Os sons dos CDs de áudio possuem excelente qualidade. São digitalizados


em 16 bits, estéreo e com 44 kHz de taxa de amostragem. Este é o melhor
tipo de som que o ouvido humano consegue perceber. Digitalizações feitas
com mais de 16 bits e com taxas de amostragem superiores a 44 kHz não
oferecem melhoramento perceptível. Quando comandamos a digitalização
de sons, os arquivos sonoros gerados podem ser muito grandes sem
necessidade. Para que os arquivos sonoros não fiquem muito grandes
desnecessariamente, usamos digitalizações mais simplificadas. Para digitalizar
uma conversação telefônica, por exemplo, não precisamos usar a mesma
qualidade de um CD de áudio. Isto faria com que 1 segundo de conversação
resultasse em um arquivo com cerca de 170 kB. Podemos conseguir
resultados satisfatórios com uma digitalização mono, com 8 bits e 8 kHz de
taxa de amostragem. Desta forma, 1 segundo de conversação resultará em
um arquivo de apenas 8 kB.

Som onboard
Placas de som sofisticadas como a Sound Blaster Live, da Creative Labs, são
recomendadas para quem quer excepcional qualidade e realismo sonoro nos
jogos. Para quem fica satisfeito com sons mais simples, existe uma opção
bastante econômica. Basta usar o “som onboard”, existente em diversas
placas de CPU. Em geral esses chips sonoros não oferecem som
quadrifônico, nem som ambiental, alguns deles apresentam um pequeno
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-31
número de canais polifônicos e não fazem síntese por wave table, mas
permitem perfeitamente gerar sons inteligíveis. O som do motor de um carro
em uma corrida realmente parecerá o som do motor de um carro. Apenas
não teremos a sensação da aproximação de outros carros por trás, muitas
vezes nem mesmo teremos a sensação de direita/esquerda, mas para aqueles
com orçamento apertado, é uma boa opção. Abrindo mão de uma boa placa
de som e utilizando o som onboard, podemos fazer uma boa economia no
custo final do computador.

Figura 16.22
Chip de som “onboard”.

A figura 23 mostra os conectores existentes na parte traseira de uma placa de


CPU ATX com som onboard. Além do conector para Joystick/MIDI,
encontramos conexões de microfone, line-in e line-out.

Figura 16.23
Conectores de som em uma placa de CPU
com “som onboard”.

Digitalização de sons
O som que ouvimos no mundo real precisa, para ser processado e
amplificado, ser transformado antes em sinais elétricos. Esta é a função do
microfone, que transforma as ondas sonoras em corrente elétrica. Esta tensão
elétrica assume amplitudes mais altas e mais baixas (correspondentes a sons
de maior e menor intensidade) e com variações mais rápidas ou mais lentas
(correspondentes a sons mais agudos e mais graves). A figura 24 mostra o
16-32 Hardware Total
aspecto de um sinal sonoro, depois de convertido em tensões elétricas
(trabalho do microfone).

Figura 16.24
Representação elétrica de um sinal
sonoro.

Os sinais sonoros, depois de convertidos em impulsos elétricos, passam a


fazer parte de uma categoria que os classifica como sinais analógicos. A
principal característica dos sinais analógicos é que sua voltagem varia
continuamente com o tempo, assumindo uma infinidade de valores, e cada
um desses valores representa uma informação. Por exemplo, um sinal que
varia rapidamente, mas com amplitude pequena, representa um som agudo
de volume baixo.

Figura 16.25
Gráfico representando uma voltagem
analógica em função do tempo.

A figura 25 mostra um gráfico de uma tensão analógica (do mesmo tipo que
representa os sinais sonoros) em função do tempo. Para que este sinal possa
ser lido e armazenado por um computador, é preciso que seja antes
digitalizado. O processo de digitalização consiste em fazer uma seqüência de
medidas dos valores de voltagem. Cada um desses valores é representado
por um número inteiro. O sinal digitalizado passa a ser representado por esta
seqüência de números.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-33
Figura 16.26
Digitalização de um sinal analógico,
usando uma taxa de amostragem de 10
kHz.

Na figura 26, o tempo está marcado em milionésimos de segundo. Está


sendo feita uma amostra a cada 100 milionésimos de segundo, o que
corresponde a 10.000 amostras por segundo, ou seja, uma taxa de
amostragem de 10 kHz.

Na amostragem, cada valor de voltagem é medido e convertido em um


número inteiro. Esta seqüência de números é então armazenada em um
arquivo que representa o som digitalizado. Neste exemplo, este arquivo
armazenaria os seguintes valores:

60 101 121 140 83 42 36 22 45 44 131


95 113 87 99 141 128 124 125 80 135 122

O circuito existente na placa de som que realiza essas medidas repetitivas,


gerando esta seqüência de números, é chamado de Conversor Analógico-
Digital, ou Conversor A/D (em inglês, Analog-to-Digital Converter, ou ADC).

Em geral, quando realizamos uma digitalização, os dados ficam na memória


RAM, e temos a condição de gerar um arquivo com os resultados. No
Windows, são usados os arquivos de extensão .WAV para este fim.

A partir dos dados digitalizados, é possível gerar novamente o sinal analógico


que o originou. Esta operação é feita por um circuito chamado Conversor
Digital-Analógico, ou Conversor D/A (em inglês, Digital-to-Analog Converter,
ou DAC). Este circuito, também presente nas placas de som, recebe uma
seqüência temporizada de valores numéricos e gera na sua saída, uma
voltagem proporcional a esses números. O resultado é mostrado na figura 27.
Apesar da representação por barras, o som resultante é similar ao original. O
fato da onda não ser perfeitamente igual à original resulta em um pequeno
chiado, que pode ser eliminado com o uso de taxas de amostragem mais
elevadas.
16-34 Hardware Total
Figura 16.27
Recuperação de um sinal analógico
através do conversor digital-analógico.

A taxa de amostragem e a qualidade do sinal sonoro


Depois que um som é digitalizado, armazenado e convertido novamente em
som analógico, podem ocorrer distorções, dependendo de como a
digitalização foi feita. Para que o som reproduzido seja o mais parecido
possível com o som original, é preciso realizar uma digitalização mais rica em
detalhes, o que resulta no armazenamento de mais informação, ou seja, é
ocupado mais espaço em disco. Se espaço não é problema e qualidade
sonora é prioridade, podemos sempre digitalizar o som com a melhor
qualidade possível. Quando o espaço gasto com o armazenamento tem mais
importância que a qualidade sonora, temos que reduzir a qualidade visando
economizar espaço. São os seguintes os fatores contribuem para a obtenção
de uma maior qualidade no som digitalizado:

 Taxa de amostragem
 Número de bits
 Estereofonia

Façamos então uma análise desses pontos.

A figura 27 mostrou o resultado da conversão dos valores digitalizados,


novamente para o formato analógico. Observe que ocorre um efeito de
“retangularização”. Nesta figura, este efeito está propositadamente exagerado.
Para evitar este efeito, que resulta em grande distorção sonora, usamos taxas
de amostragem mais elevadas. Observe por exemplo a figura 28, onde é feita
uma amostra a cada 50 milionésimos de segundo, o que corresponde a uma
taxa de amostragem de 20 kHz. A seqüência de números obtida possui mais
valores, o que corresponde a uma descrição mais detalhada do sinal
verdadeiro.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-35
Figura 16.28
Uma digitalização feita a 20 kHz.

Com uma digitalização mais detalhada, o Conversor Digital-Analógico


(DAC) pode gerar um sinal analógico muito mais parecido com o original,
como vemos na figura 29.

Figura 16.29
Usando uma taxa de amostragem mais
elevada, o sinal analógico obtido é mais
parecido com o
original.

Fica portanto claro que um dos fatores que está diretamente relacionado com
a qualidade do som digitalizado é a taxa de amostragem. De um modo geral,
quanto maior é a taxa de amostragem, menos perceptível é o efeito de
retangularização. Por outro lado, usar taxas de amostragem muito altas
resulta em arquivos muito grandes. É preciso encontrar um equilíbrio ideal
entre a qualidade sonora e o espaço ocupado no disco.

Para realizar uma digitalização sem que ocorra o efeito da retangularização, é


preciso obedecer ao Critério de Nyquist:

Para digitalizar sem distorção um sinal analógico de freqüência


máxima f, é preciso usar uma taxa de amostragem igual a 2f.

Tomemos como exemplo um sinal de áudio com a melhor qualidade


possível, como o som proveniente de uma orquestra. O ouvido humano é
capaz de captar freqüências de até 20 kHz. Para digitalizar esses sons sem
perder qualidade, é preciso usar, de acordo com o Critério de Nyquist, uma
amostragem a 40 kHz. As placas de som usadas nos PCs podem operar com
16-36 Hardware Total
até 44 kHz, o suficiente para digitalizar sons com a melhor qualidade
possível.

Visando economizar espaço em disco, é comum usar taxas de amostragem


menores. A voz humana, cujas freqüências estão quase todas concentradas
abaixo de 5 kHz, pode ser perfeitamente digitalizada com taxas em torno de
10 kHz. Em geral são usadas taxas de 8 ou 11 kHz. Para digitalizar voz com
melhor qualidade, ou música com qualidade razoável, é em geral usada a
taxa de 22 kHz.

O usuário pode fazer digitalização de sons, através de programas


apropriados, como o Gravador de Som, encontrado no Windows. Esses
programas possuem comandos através dos quais é possível escolher, entre
outras coisas, a taxa de amostragem a ser usada na digitalização. Existem
ainda programas que permitem “reformatar” um arquivo com som
digitalizado, fazendo a conversão de uma taxa para outra. Esta operação é
útil quando um arquivo é muito grande e queremos diminuir o seu tamanho
através da redução da taxa de amostragem.

O número de bits e a qualidade do sinal sonoro


Você já deve ter ouvido falar em placas de som de 8, 16, 32 e 64 bits. Não
fique impressionado com tantos bits, pois a coisa não é bem assim. As placas
de som para PC operam com 8 ou 16 bits. Placas como a Sound Blaster 32, a
Sound Blaster AWE32 e a Sound Blaster AWE64, apesar de terem esses
nomes, não operam com sons digitalizados de 32 ou 64 bits. Esses números
32 e 64 indicam quantos canais polifônicos a placa possui. Seus conversores
A/D e D/A operam com 16 bits, e são portanto, consideradas placas de som
de 16 bits. Entretanto os sons de 16 bits são de excepcional qualidade, tanto
que são usados nos CDs de áudio.

Figura 16.30
Pequeno trecho de uma onda analógica e
seus valores digitalizados.

Considere um sinal analógico com tensões variando de 0 a 0,25 volts. A


figura 30 mostra um pequeno trecho deste sinal. Observe os valores das
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-37
tensões nos pontos indicados, todos eles marcados com 9 casas decimais de
precisão. Na verdade, esses valores possuem um número infinito de casas
decimais. Apenas aparelhos com excepcional precisão conseguem fazer
medidas com 6 ou mais casas decimais, raramente chegando a precisões
melhores. Um conversor A/D de 8 bits não consegue fazer medidas com
tanta precisão. Sendo capaz de representar apenas 256 valores possíveis, este
conversor só poderia chegar a duas casas decimais de precisão, medindo
valores como:

0,00 0,210 0,250


0,01 0,211 0,251
0,02 0,212 0,252
0,03 0,213 0,253
0,04 0,214 0,254
0,05 0,215 0,255
... ... ...

Sendo possível perceber apenas este conjunto de valores, o processo de


digitalização com 8 bits ocorreria da forma mostrada na figura 31. O valor
0,211872376 seria arredondado para 0,211. O erro entre o valor verdadeiro e
o valor digitalizado chega a até 0,01 volt, o que corresponde a uma distorção
de 0,4%. O nosso ouvido percebe esta distorção como um chiado que
acompanha o som.

Figura 16.31
Em uma digitalização com 8 bits, ocorrem
erros devido ao arredondamento.

Quando o conversor A/D opera com 16 bits, os valores podem ser


digitalizados com até 5 casas decimais. O número 0,211872376 seria
convertido em 0,21187. Neste tipo de conversão, o erro é de no máximo
0,001%. Para todos os efeitos, esta distorção é inaudível. Os próprios
amplificadores e caixas de som apresentam distorções maiores, o que
significa que mais melhoramentos na precisão da conversão (usando
conversores com maior número de bits) não resultariam em som melhor.
Conversores com mais de 16 bits não poderão oferecer qualidade sonora
16-38 Hardware Total
melhor, devido aos demais estágios envolvidos no processo de digitalização e
reprodução, como amplificadores, transdutores, pré-amplificadores, etc.

Figura 16.32
O som reproduzido é equivalente ao som
original, sobreposto a um sinal de erro,
ouvido como ruído.

Mesmo com as distorções resultantes do processo de digitalização, o som


original pode ser perfeitamente ouvido. Devido aos erros de digitalização, o
som que ouvimos é igual ao original, porém acompanhado de um sinal de
erro, ouvido na forma de um chiado (figura 32). Este sinal de erro e o chiado
correspondente são reduzidos até limites inaudíveis quando usamos taxas de
amostragem mais elevadas, e digitalizações de 16 bits.

Estereofonia
Este é o terceiro fator ligado à qualidade do sinal sonoro. As placas de som
são capazes de digitalizar e reproduzir sons em estéreo. Neste processo, são
usados dois canais de áudio independentes. Com o efeito da estereofonia,
conseguimos a sensação sonora de que os sons estão sendo gerados no
mesmo recinto onde estamos localizados. A desvantagem desta sofisticação é
que o espaço necessário para armazenar os sons será duas vezes maior.

MIDI
As placas de som possuem, além dos circuitos para digitalização de áudio e
reprodução de sons digitalizados (conversores A/D e D/A), um circuito
especial capaz de “imitar” com grande perfeição, os sons dos instrumentos
musicais. Este circuito é composto de dois blocos:

Sintetizador FM: Imita os sons dos instrumentos musicais, a partir de simples


códigos de controle que indicam o tipo de instrumento, a nota musical a ser
tocada, a duração, o volume, etc.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-39
UART MIDI: É uma espécie de interface serial através da qual podem ser
ligados ao computador, instrumentos musicais que atendem ao padrão
MIDI, como teclados MIDI e guitarras MIDI.

Desta forma os sons MIDI podem ser sintetizados pela própria placa de som,
ou enviados a um sintetizador MIDI externo, através da UART MIDI.

Os músicos que utilizam o computador nas suas composições fazem uso


intenso dos recursos MIDI da placa de som. Em geral, nem chegam a utilizar
os conversores A/D e D/A, ou seja, não operam com sons digitalizados.
Podem até mesmo trabalhar com uma placa de som mais simples, equipada
apenas com os circuitos MIDI, mas na prática utilizam placas mais
sofisticadas.

MIDI significa Musical Instruments Digital Interface, ou seja, Interface Digital


para Instrumentos Musicais. Os instrumentos MIDI, quando tocados, geram
códigos identificadores que podem ser transmitidos para o computador,
através de uma interface serial. Esses códigos podem ser armazenados em
um arquivo, e o músico pode posteriormente editá-los através de um
programa apropriado. Depois de pronto, o arquivo resultante pode ser
reproduzido pelo sintetizador FM, ou transmitido de volta ao instrumento
MIDI para ser reproduzido.

O usuário comum não utiliza instrumentos MIDI, nem compõe músicas.


Entretanto, encontrará em diversos programas, sons no formato MIDI. É o
caso, por exemplo, da trilha sonora de vários jogos. Normalmente os jogos
usam sons digitalizados para os efeitos sonoros, como vozes, tiros, explosões,
etc. A música de fundo que toca constantemente ao longo do jogo é muitas
vezes gerada a partir de arquivos MIDI, ou de códigos MIDI embutidos
dentro do jogo.

As placas de som mais simples utilizam na reprodução de sons MIDI, um


circuito conhecido como Yamaha OPL2 ou OPL3. Trata-se de um chip que
imita com razoável perfeição dezenas de instrumentos musicais. O som
parece um pouco sintético, mas para aqueles que não são audiófilos
convictos, é bastante satisfatório. Exemplos de placas que utilizam este
recurso são a Sound Blaster 16 e os modelos anteriores. As placas de som
mais sofisticadas utilizam um processo melhor para a reprodução de sons
MIDI. Ao invés de imitarem os sons dos instrumentos através de
sintetizadores eletrônicos, possuem armazenadas em sua memória, amostras
digitalizadas de instrumentos musicais verdadeiros. Algumas dessas placas
oferecem a possibilidade da instalação de memória RAM adicional para o
16-40 Hardware Total
armazenamento de sons de novos instrumentos. Este processo é chamado de
Wave Table Synthesis, ou seja, trata-se da síntese de sons a partir de uma
tabela de sons digitalizados de instrumentos reais. Exemplos de placas de
som que utilizam este recurso são a Sound Blaster 32, Sound Blaster AWE32,
Sound Blaster AWE64 e superiores.

Mixer
As placas de som são capazes de captar sons provenientes de várias entradas
analógicas. Cada um desses sons pode ser digitalizado, ou simplesmente
enviado para os alto falantes, em separado ou em conjunto. As principais
entradas analógicas são:

 CD-Áudio
 Microfone
 Line In

A entrada chamada “CD-Áudio” recebe o som proveniente de um CD de


áudio que esteja sendo reproduzido pelo drive de CD-ROM. A entrada para
microfone capta sons provenientes de um microfone ligado na parte traseira
da placa. Também na parte traseira temos a entrada chamada de Line In,
através da qual podemos captar sons provenientes de qualquer aparelho
eletrônico que gere sinais de áudio, como por exemplo, o pré-amplificador
de um aparelho de som, a saída de áudio de um videocassete, o som pro-
veniente de um CD Player externo, etc.

As placas de som possuem um circuito chamado Mixer (que significa


misturador), capaz de reunir seletivamente cada um desses sons. Podemos,
por exemplo, fazer a digitalização da voz de um locutor, usando o
microfone, adicionada a um fundo musical, proveniente, por exemplo, de
um CD de áudio.

Da mesma forma, o Mixer é capaz de enviar para as caixas de som


(passando pelo amplificador de áudio existente na placa de som), os sons
provenientes de várias origens:

 Conversor Digital-Analógico
 Sintetizador FM
 CD-Áudio
 Microfone
 Line In
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-41
Podemos controlar, através de comandos de software, os sons que serão
usados como entrada durante uma digitalização (mixer de entrada) e os sons
que serão emitidos durante uma reprodução (mixer de saída). Graças ao
mixer de saída, podemos ouvir um CD de áudio, e ainda assim ouvir outros
sons, como por exemplo alarmes sonoros emitidos pelos programas.

No Windows, para ter acesso ao mixer da placa de som, basta clicar sobre o
ícone do alto falante, encontrado na barra de tarefas, ao lado do relógio.

Placa Sound Blaster


A Sound Blaster não foi a primeira placa de som no mercado. A primeira de
todas foi a Adlib. A Creative Labs desenvolveu a Sound Blaster, uma placa
compatível com a Adlib, porém com mais recursos e preço mais acessível.
Suas principais características eram:

 Digitalização em mono, com até 15 kHz


 Conversores A/D e D/A de 8 bits
 Sintetizador MIDI e UART MIDI, compatíveis com a Adlib
 Interface para joystick
 Sem interface para drive de CD-ROM
 Seu sintetizador MIDI reproduz até 11 instrumentos simultâneos

A placa Sound Blaster fez um grande sucesso, passou a ser suportada por
praticamente todos os jogos a partir do final dos anos 80, e tornou-se muito
popular. A Adlib foi esquecida, e a Sound Blaster tornou-se um padrão.
Além da Creative Labs, diversos fabricantes passaram a produzir placas de
som compatíveis com a Sound Blaster.

Sound Blaster Pro


Já no início dos anos 90, a Creative Labs produziu a Sound Blaster Pro, um
modelo mais sofisticado da Sound Blaster. Uma das suas inovações foi a
inclusão de uma interface para drive de CD-ROM. Também operava com
conversores de 8 bits, apesar do seu conector ISA possuir 16 bits. Nesta
época, muitos usuários faziam confusão sobre o significado do termo “placa
de som de 16 bits”. Nesta classificação, o termo “16 bits” não faz referência
ao slot, e sim, aos conversores A/D e D/A. Portanto, a Sound Blaster Pro é
uma placa de som de 8 bits, e não de 16.

Apresentamos a seguir um resumo das principais características da placa


Sound Blaster Pro:
16-42 Hardware Total

 Inteiramente compatível com a Sound Blaster original


 Possui conversores A/D e D/A de 8 bits
 Pode operar em estéreo, com até 22 kHz de amostragem
 Pode operar em mono, com até 44 kHz
 Seu sintetizador MIDI reproduz até 11 instrumentos em estéreo
 Possui conexão para drive de CD-ROM
 Sintetizador MIDI e UART MIDI, padrão Adlib, e interface para
joystick

Sound Blaster 16
Quando ocorreu a explosão do uso da multimídia nos PCs (a partir de 1993),
a Sound Blaster 16 era o modelo mais sofisticado de placa de som da
Creative Labs. Esta empresa manteve sua posição, inabalada até hoje, de
líder no mercado mundial de placas de som. Além de dominar o mercado,
praticamente todos os demais fabricantes produzem modelos compatíveis
com as placas da família Sound Blaster. Suas características sonoras são tão
sofisticadas que a maioria delas foram mantidas até nos modelos mais
recentes:

 Possui conversores A/D e D/A de 16 bits


 Opera com até 44 kHz de amostragem, em mono ou estéreo
 Sintetizador MIDI para até 20 instrumentos simultâneos, em estéreo
 Sintetizador MIDI e UART MIDI compatíveis com Adlib
 Interface para joystick
 Interface para drives de CD-ROM

Existem muitas diferenças entre os vários modelos de Sound Blaster 16, no


que diz respeito à interface para drives de CD-ROM. Atualmente são
amplamente utilizados os drives de CD-ROM padrão IDE, mas isto nem
sempre foi assim. Há poucos anos atrás, quase todos os modelos de drive de
CD-ROM usavam interfaces proprietárias. Isto significa que existiam
interfaces específicas para ligar cada modelo de drive de CD-ROM. Uma
versão especial da Sound Blaster 16 era chamada de Sound Blaster 16 MCD
(Multi CD). Possuía 3 interfaces para drives de CD-ROM, cada uma para um
fabricante: Sony, Panasonic e Mitsumi, de velocidade simples (1X) ou dupla
(2X). Com a Sound Blaster Pro, a coisa era ainda mais restrita. Podiam ser
ligados apenas drives de velocidade simples, fabricados pela Panasonic.
Existia ainda a Sound Blaster 16 SCSI, na qual havia uma interface para
drives de CD-ROM padrão SCSI. A partir do final de 1994, tornaram-se
comuns os drives de CD-ROM padrão IDE. Foi então lançada a Sound
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-43
Blaster 16 IDE, na qual existia uma interface IDE, permitindo a ligação de
um drive de CD-ROM IDE, não importando o seu fabricante, e não
importando a sua velocidade. Esta placa possuía ainda uma interface
proprietária para conexão de um drive de CD-ROM da Panasonic, mas nos
modelos produzidos posteriormente, esta interface foi eliminada, permane-
cendo apenas a interface IDE. Posteriormente a Sound Blaster 16 sofreu mais
inovações, passando a incorporar o recurso Plug and Play.

Sound Blaster AWE32


Quando esta placa foi lançada, muitos pensaram que se tratava de uma placa
de 32 bits. Inclusive, muitas publicações especializadas em informática
chegarm a ensinar errado, e pior ainda, as propagandas também anunciavam
essas placas como sendo de 32 bits. A sigla AWE significa “Advanced Wave
Effects”. Indica que os sons de instrumentos musicais gerados pelo seu
sintetizador MIDI são mais sofisticados. Ao invés de serem gerados por
sintetizadores OPL3, como ocorria com os modelos anteriores (apesar desta
placa possuir também um sintetizador OPL3, por questões de
compatibilidade), possui ainda um sintetizador EMU8000, capaz de
reproduzir e criar efeitos especiais sobre sons resultantes da digitalização de
instrumentos musicais verdadeiros. Esses sons ficam armazenados em uma
ROM com 1 MB, lidos e processados pelo EMU8000. O som não é sintético,
como ocorre com os simplificados sintetizadores das placas anteriores. Possui
qualidade de orquestra sinfônica.

A Sound Blaster AWE32 pode gerar 32 sons MIDI simultâneos, sendo que
16 deles são provenientes do OPL3, e 16 provenientes do EMU8000. Daí o
seu nome, AWE32. Podemos dizer que a Sound Blaster AWE32 é na
verdade, uma Sound Blaster 16 acrescida do chip EMU8000, além de
soquetes para instalação de memória RAM adicional, para armazenamento
dos chamados Sound Fonts, ou seja, novos sons de instrumentos, comprados
separadamente ou criados pelo usuário. Bom para músicos. Mesmo quando
não é instalada esta expansão de memória, ainda assim é possível carregar
Sound Fonts na Sound Blaster AWE32, já que possui na sua configuração
padrão, 512 kB de memória RAM. Com a expansão, baseada em módulos
SIMM de 30 pinos, idênticos aos usados nas placas de CPU da época, esta
memória podia chegar ao total de 28 MB.

Para o usuário comum, a vantagem desta placa é a melhor qualidade sonora


que pode ser obtida nos sons MIDI de diversos jogos, desde que possuam
suporte apropriado. Veja por exemplo a figura 33, na qual é mostrado o
programa de configuração do jogo DOOM 2. Existem diversas opções de
placas de som suportadas, entre as quais, a Sound Blaster (incluindo aí a
16-44 Hardware Total
Sound Blaster Pro e a Sound Blaster 16) e a Sound Blaster AWE32. Ao
ativarmos a opção Sound Blaster AWE32, os sons MIDI serão excepcionais.
Quando um software não está preparado para operar com a Sound Blaster
32 ou AWE32, devemos configurá-lo como Sound Blaster 16, Sound Blaster
Pro ou simplesmente como Sound Blaster (nesta ordem de prioridades). Nos
jogos mais modernos, que operam sob o Windows, a configuração é
diferente, e é feita através do Painel de Controle. Uma vez selecionada a
saída MIDI apropriada, os jogos automaticamente a usarão, e não precisam
ser configurados individualmente.

Figura 16.33
Configurando o jogo DOOM2 para operar
com a placa Sound Blaster AWE32.

Sound Blaster 32
Esta placa possui praticamente os mesmos circuitos da SB AWE32, exceto os
512 kB de memória RAM na configuração padrão, para carregamento de
Sound Fonts, resultando em um custo um pouco menor. Para usar Sound
Fonts nesta placa, é preciso instalar memória DRAM. Todos os demais
recursos são idênticos. Existem ainda pequenas diferenças em relação à
AWE32, não no que diz respeito à placa, mas aos acessórios que
acompanham. A Sound Blaster AWE32 é acompanhada de um cabo para
conexão de instrumentos MIDI, e ainda de software para composição
musical, ambos ausentes na Sound Blaster 32. Entretanto, o usuário músico
pode adquirir separadamente esses acessórios, instalar uma expansão de
memória, fazendo a sua SB32 contar com os mesmos recursos da SB
AWE32.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-45
Figura 16.34
Cabo extensor de MIDI / Joystick.

Sound Blaster AWE64


Esta placa de som foi lançada no início de 1997. Apesar de ser sofisticada,
seu preço é equivalente ao da Sound Blaster AWE 32 no início de 1996, e ao
da Sound Blaster 16 no início de 1995. Ao contrário do que alguns usuários
desavisados podem pensar, não se trata de uma placa de som de 64 bits, e
nem mesmo de 32. É na verdade uma placa de som de 16 bits, porém com
mais recursos que a SB 16 e a SB AWE32.

A Sound Blaster AWE64 possui as mesmas características da Sound Blaster


AWE32, e ainda, um recurso chamado WaveSynth/WG. Trata-se de um
sintetizador adicional, que opera por software, capaz de gerar mais 32 sons
MIDI, além dos 32 que já existiam na AWE32, totalizando assim, 64 canais.

Da mesma forma como ocorre com a SB AWE32, esta placa possui uma
ROM com 1 MB de amostras de instrumentos reais, e 512 kB de RAM para
armazenar novos sons, carregados pelo usuário. Permite a expansão de
memória para armazenar mais sons, porém, esta expansão não é feita através
de módulos SIMM, como ocorre com a SB32 e a SB AWE32. Caso o
usuário deseje esta expansão, deve adquirir uma placa adicional que é
acoplada à SB AWE 64.

Placas de som PCI


A Sound Blaster AWE64 foi a última placa de som produzida pela Creative
Labs usando o barramento ISA. A partir daí foram criadas novas placas,
sempre utilizando o barramento PCI: Sound Blaster PCI64, PCI128, PCI512,
Sound Blaster Live e suas variantes.
16-46 Hardware Total

Interfaces de rede
Um computador que trabalha sozinho em uma residência ou em uma
pequena empresa, não precisará se comunicar com outros computadores,
exceto no que diz respeito ao acesso à Internet. Por outro lado, em qualquer
lugar onde existem dois ou mais computadores, é altamente vantajoso que
eles estejam ligados em rede. Será possível transferir dados de um
computador para o outro. Um poderá utilizar a impressora do outro.
Também será possível ambos acessarem a Internet utilizando um único
modem e uma única linha telefônica.

Aplicações de uma rede


Quando várias pessoas trabalham com computadores em um mesmo local, o
trabalho dessas pessoas nunca é isolado. São feitos diversos
compartilhamentos de dados. Vejamos um exemplo bastante simples.
Digamos que as cartas produzidas pela empresa tenham um papel timbrado
padrão, com logotipo, nome, telefone, endereço. Esses dados ficam em um
arquivo modelo, a partir do qual todos acrescentam seus textos. Digamos
agora que seja feita uma alteração no telefone da empresa. Seria preciso
corrigir o arquivo e entregá-lo em cada um dos computadores, o que daria
muito trabalho. Muito mais simples é manter o arquivo padrão em um
computador central, chamado servidor. Basta fazer a alteração no arquivo
que está no servidor e automaticamente todos os computadores seriam
atualizados. Para que isso funcione é preciso que cada computador use
sempre o arquivo principal armazenado no servidor, o que só pode ser feito
quando os computadores estão ligados em rede.

Outra aplicação de uma rede: considere uma escola onde existem


departamentos que cuidam de questões diversas, como notas, provas,
avaliação de desempenho, cobrança de mensalidades, emissão de boletins e
diplomas, etc. São muitas pessoas trabalhando em diversos computadores, e
todas elas precisam utilizar dados comuns. Sempre que existem dados
comuns, eles precisam ficar centralizados em um só computador, e
disponível para acesso pelos demais computadores. Se cada computador
tivesse cópias independentes desses dados, a alteração feita em um deles não
teria efeito nas cópias dos demais computadores. Teríamos então o que
chamamos de dados inconsistentes. Todas as empresas que manipulam bases
de dados em diversos computadores precisam ter os dados centralizados e
compartilhados, ou seja, acessíveis por todos os computadores. É preciso
portanto que os computadores possam se comunicar através de uma rede.
Este computador central onde os dados compartilhados são guardados é
chamado servidor de arquivos.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-47

Digamos agora que nesta empresa existam diversas impressoras, mas não o
suficiente para que cada computador tenha a sua própria impressora.
Utilizando modelos baratos, como as impressoras a jato de tinta, é possível
destinar uma impressora para cada computador. Existem entretanto casos de
impressoras muito caras, e a empresa não pode se dar ao luxo de instalar
uma delas em cada computador da rede. A solução mais econômica é ter
um computador central no qual são ligadas as principais impressoras de
maior custo. Todos os demais computadores da rede podem então utilizar
essas impressoras centrais. O computador onde essas impressoras ficam
ligados é chamado servidor de impressão.

Considere agora o acesso à Internet. Se cada computador da rede acessar


individualmente a Internet, cada um precisaria ter um modem e uma linha
telefônica própria. Isto poderia ser feito com linhas telefônicas comuns, mas
o custo seria muito alto se fossem usadas linhas especiais de alta velocidade e
alta confiabilidade. Podemos entretanto ter um computador central ligado à
Internet através de uma conexão de alta velocidade, e usando a rede, os
demais computadores poderiam acessar a Internet através deste computador
central. Este é o chamado compartilhamento de conexão, e o computador
central que está fisicamente ligado à Internet é chamado servidor gateway.

Não pense que apenas grandes e médias empresas utilizam redes. Pequenas
empresas com apenas dois computadores podem utilizar os mesmos
recursos, mas em escala menor. Até mesmo em casa podemos ter uma rede.
Digamos que você tenha um computador um pouco ultrapassado e compre
um segundo computador, mais avançado. Ter dois PCs em casa é hoje uma
situação bastante comum. Se esses dois PCs forem ligados em uma pequena
rede, não será preciso ter duas impressoras, dois modems e duas linhas
telefônicas para acessar a Internet. O computador antigo poderá ainda
guardar seus dados no disco rígido do computador mais novo, que
obviamente será de maior capacidade. O computador novo poderia atuar
simultaneamente como servidor de arquivos, servidor de impressão e
servidor gateway, e ainda assim continuar sendo usado normalmente.

Placas Etherent
Não confunda “Ethernet” com “Internet”, são coisas completamente
diferentes. Ethernet é um padrão físico de comunicação de dados utilizado
em redes locais. Uma rede local é um grupo de computadores interligados,
localizados em uma mesma sala, em um mesmo andar ou em um mesmo
prédio. Até poucos anos atrás, as placas Ethernet operavam com a taxa de
10 Mbits/s, ou seja, 10 milhões de bits por segundo, o que equivale a pouco
16-48 Hardware Total
mais de 1 MB (megabyte) por segundo. É uma velocidade relativamente
lenta para os padrões atuais, já que usamos muitos arquivos de grande
tamanho. As placas Ethernet atuais operam com uma velocidade 10 vezes
maior, ou seja, 100 Mbits/s, o que equivale a cerca de 12 MB/s. Uma placa
de rede custa entre 50 e 150 reais, dependendo da qualidade e da “fama” do
seu fabricante.

Figura 16.35
Placa de rede.

Cabos e Hubs
Uma das partes trabalhosas da instalação de uma rede é a construção de
cabos. Normalmente esses cabos não são comprados prontos. Ao invés disso
compramos o fio, os conectores e um alicate especial para fixar os conectores
nas extremidades do cabo (são chamados conectores RJ-45). Devemos fazer
o cabo na medida certa para ligar cada computador ao HUB.

Figura 16.36
Conectores RJ-45.

O HUB é um aparelho concentrador de conexões. Através de cabos


apropriados, ele é ligado a diversos computadores. Existem hubs para
conexão de 4, 8, 16, 24 e 32 computadores. O mostrado na figura 37 possui 8
portas, ou seja, permite conexão com até 8 computadores. Os hubs podem
ser ligados entre si. Digamos que uma pequena rede tenha um hub para 8
computadores, e posteriormente seja preciso ligar 6 novos computadores.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-49
Podemos trocar o hub por outro com mais portas, ou então comprar um
segundo hub de 8 portas e ligar os dois hubs entre si.

Figura 16.37
HUB de 8 portas.

Felizmente para formar uma pequena rede doméstica ou em um pequeno


escritório, usando apenas dois micros, não é preciso utilizar um hub. Basta
comprar um cabo de rede “crossed”, ou “trançado”. Este cabo é encontrado
com relativa facilidade no comércio. Uma extremidade do cabo é ligado na
placa de rede do primeiro computador e a outra extremidade é ligada na
placa de rede do segundo computador, sem usar hub.

Figura 16.38
Estrutura de uma rede simples. O HUB
deste exemplo possui 24 portas.

Compartilhamento de conexão com a Internet


Dois computadores, uma só linha telefônica. Isso resulta em brigas no
ambiente doméstico. O pai quer fazer acesso à Internet para buscar alguma
informação relativa ao trabalho, ou ver as últimas notícias sobre esporte, ou
seja lá o que for. O filho adolescente está em um chat, ou fazendo pesquisa
para um trabalho escolar, ou usando o ICQ. Um quer acessar e o outro está
conectado. “Desconecte porque o que eu preciso fazer é mais importante...”.
O problema pode ser facilmente resolvido com o compartilhamento de
16-50 Hardware Total
conexão com a Internet. Tradicionalmente isto era feito através da instalação
de um software chamado servidor proxy. Existem vários desses softwares no
mercado, mas eles são difíceis para um usuário leigo ou médio configurar e
utilizar. Geralmente requerem um bom conhecimento de redes para fazer a
instalação e configuração.

Visando resolver este problema, a Microsoft introduziu no Windows 98


segunda edição (a atualização do Windows 98 lançada em meados de 1999)
e nas suas versões posteriores, o ICS (Internet Connection Sharing, ou
Compartilhamento de Conexão com a Internet). É na verdade um servidor
proxy que fica embutido no sistema operacional, porém a sua instalação e
configuração é facílima, praticamente automática, podendo ser feita até por
usuários leigos. É preciso que os dois computadores estejam ligados em rede,
pode ser através do cabo “crossed”, sem hub. Um computador deve ter um
modem e estar conectado à linha telefônica. Este computador é o gateway, e
é o responsável pela conexão física. Uma vez feita a conexão, tanto o
gateway como o outro computador passarão a ter acesso à Internet, ambos
compartilhando a mesma conexão.

Este recurso não precisa ser necessariamente ser usado em redes de dois
computadores. Pode ser usado em redes com vários PCs, ligados em rede
através de um hub. O problema é que quando o número de PCs é grande,
as conexões tornam-se lentas, já que um único canal deve fornecer dados
para vários computadores.

Scanners
O Scanner é um aparelho que permite capturar fotografias e figuras em
geral, criando arquivos gráficos que podem ser visualizados na tela, editados
e impressos. Podem também ser usados na ilustração de páginas da Internet
ou para uso em documentos que envolvem textos e gráficos. Finalmente
existe uma outra aplicação interessante dos scanners, que é o
reconhecimento ótico de caracteres (OCR). Digamos que você acha
interessante um artigo de jornal e quer colocá-lo em um trabalho escolar.
Programas de OCR reconhecem todo o texto e geram um arquivo editável,
como se o usuário o tivesse digitado. Podemos então modificar o texto,
alterar o tamanho e o estilo, acrescentar ou retirar partes. Todos os scanners
são acompanhados de software para OCR, software para captura de figuras e
um editor gráfico.

Os scanners também podem ser usados como copiadoras. Através de um


software que o acompanha, podemos colocar uma página no scanner e clicar
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-51
em um botão para que seja automaticamente gerada uma cópia na
impressora. Nem todos os scanners são acompanhados deste tipo de
software.

Figura 16.39
Scanner de mesa.

Atualmente os scanners têm o aspecto mostrado na figura 39. São chamado


de scanners de mesa, ou flatbed scanners. Atualmente são extremamente
baratos, mas há poucos anos atrás esses modelos eram muito caros. Existiam
os modelos econômicos chamados hand scanners (scanners de mão). Quem
tinha orçamento apertado acabaca comprando um scanner de mão. Podia
digitalizar imagens com até 10 cm de largura, e o movimento do aparelo
sobre a figura era manual, como mostra o detalhe na figura 40. Quando a
figura era mais larga que 10 cm era preciso capturá-la por partes e depois
juntá-las usando um editor gráfico. Era uma operação trabalhosa e imprecisa.
Hoje os scanners de mesa custam menos que custavam os scanners de mão
há poucos anos atrás. Nesses scanners podems colocar documentos com até
o tamanho de uma folha de papel ofício.
16-52 Hardware Total
Figura 16.40
Scanner de mão.

Digitalização de imagens
Existem vários programas capazes de editar imagens. O que é bastante
interessante nesses programas é que todos eles possuem um comando que
ativa o scanner, caso exista um instalado. Este comando aparece com nomes
de File/Scan ou File/Acquire (Arquivo/Escanear ou Arquivo/Adquirir). Ao
usarmos este comando é apresentado o painel de controle do scanner.
Colocamos a figura a ser capturada e usamos o comando Preview (Pré-
escanear, ou Pré-visualizar). Veremos na tela um rescunho do documento
que colocamos no scanner. Podemos então delimitar a área a ser capturada,
ou seja, podemos capturar a figura inteira ou apenas uma parte. Indicamos
outros parâmetros como resolução e número de cores, e finalmente usamos o
botão SCAN. O scanner fará a digitalização da imagem e a transferirá para o
computador. O editor gráfico, no qual usamos originalmente o comando
para ativação do scanner, aparecerá com o arquivo aberto, recém chegado
do scanner. Podemos então fazer modificações e gravá-lo no disco rígido.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-53
Figura 16.41
Comandando uma digitalização de imagem.

Reconhecimento de textos
Como explicamos, o OCR (reconhecimento ótico de caracteres) consiste em
usar um scanner e um programa apropriado para “reconhecer” um texto
impresso. Uma vez reconhecido, este texto pode se transmitido para um
arquivo, não como uma simples imagem do que foi visto pelo scanner, mas
como um texto editável, que pode ser livremente modificado pelo usuário,
como se tivesse sido todo digitado a partir do original. Alguns estudantes
preguiçosos usam o OCR para capturar textos de enciclopédias, reformatá-lo
e transformar num belo trabalho, como se ele próprio tivesse escrito. Outros
mais preguiçosos ainda não se dão a este trabalho. Pegam os textos
diretamente na Internet.
16-54 Hardware Total
Figura 16.42
Usando um programa de OCR.

O reconhecimento de caracteres tem algumas restrições. O texto tem que


estar bem legível. Muitos erros de reconhecimento ocorrem quando o texto é
uma cópia falhada, ou um fax. O texto precisa estar na horizontal ou vertical,
não pode ter inclinação. Não são reconhecidos textos manuscritos e nem
textos que usam caracteres exóticos, apenas os dos tipos Times, Arial,
Courier ou similares. Finalmente é preciso levar em conta a questão da
acentuação. Nem todos os programas de OCR reconhecem os caracteres
acentuados da língua portuguesa. Alguns desses programas, mesmo sendo
em inglês, possuem um comando Language / Portuguese, mas outros não
permitem esta configuração. Muitas lojas fazem importação direta de
scanners e não se preocupam com a questão da compatibilidade com nossa
língua. Antes de comprar um scanner, verifique se o OCR aceita acentos,
senão você terá dificuldades para usar este recurso – terá que corrigir todos
os acentos manualmente.

Resolução e número de bits


A resolução de um scanner representa a sua capacidade em perceber
detalhes de pequeno tamanho nas imagens digitalizadas. É medida em DPI
(pontos por polegada). Uma resolução mais elevada permite capturar com
melhor precisão imagens de pequeno tamanho. Digamos que queremos
capturar um pequeno trecho de apenas 1 cm de largura, a partir da foto de
uma praia. A figura 43 mostra os resultados obtidos com resoluções de 800,
400, 200 e 100 DPI.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-55
***
100%
***
Figura
16.43
Efeito da
resolução na
imagem
capaturada.

Note como é pequena a diferença entre 800 DPI e 400 DPI. A diferença é
pequena porque 400 DPI já é um valor próximo da resolução da própria
fotografia. Usar resolução maior não trará praticamente diferença. Isso é
muito importante, pois não devemos usar resoluções muito altas sem
necessidade. Dobrar a resolução significa quadruplicar o tamanho do
arquivo resultante, a quantidade de memória necessária para digitalizar a
foto e o tempo gasto na transmissão entre o scanner e o computador.
Observe como os resultados com 200 DPI e 100 DPI são bem inferiores. Para
cada tipo de fotografia, tamanho da imagem e para cada destino que
pretendemos dar às fotos (visualizar na tela ou listar na impressora, em
tamanho normal, reduzido ou ampliado) existe uma resolução ideal.
Resoluções altas demais gastam tempo e espaço sem necessidade, resoluções
baixas demais resultam em imagens de má qualidade.

A mais importante resolução de um scanner é a chamada resolução ótica, ou


seja, a resolução do seu sensor ótico. Os scanners mais comuns apresentam
resoluções de 300, 600 ou 1200 DPI. Obviamente os de resolução mais alta
são mais caros e mais indicados para aplicações profissionais.

Muitos usuários ficam confusos porque os scanners são anunciados com duas
resoluções diferentes: resolução ótica e resolução interpolada. A resolução
ótica é a mais importante, e está diretamente ligada à capacidade dos seus
sensores óticos perceberem detalhes de pequeno tamanho. A resolução
interpolada é um artifício para gerar imagens com resolução aparentemente
mais elevada, porém sem melhoramentos visuais. O funcionamento é
bastante simples. Digamos que um ponto da imagem tenha uma intensidade
de cor igual a 200, e que o seu ponto vizinho tenha intensidade 240. Para
dobrar a resolução, basta intercalar entre cada dois pontos consecutivos, um
novo ponto cujo valor é a média dos seus vizinhos. Entre 200 e 240, seria
então interpolado um ponto de intensidade 220, simulando uma resolução
duas vezes maior. Para ter uma resolução 4 vezes maior, seriam interpolados
3 pontos. Entre 200 e 240, seriam então interpolados pontos com valores 210,
220 e 230. Na verdade a coisa é um pouco mais complicada, pois a
16-56 Hardware Total
interpolação é feita de forma bidimensional, ou seja, levando em conta os
vizinhos da esquerda, direita, superior e inferior.

***
100%
***
Figura
16.44
Uso de
resoluções
interpoladas.

A figura 44 mostra os resultados obtidos com interpolação na captura de um


pequeno detalhe da imagem, com cerca de 3 milímetros de largura. As
imagens seguintes são obtidas por interpolação. Você pode perceber que não
existe melhoramento algum quando são usadas resoluções exageradamente
altas. Além disso, a interpolação não melhora a qualidade da imagem. O
mesmo resultado poderia ser obtido se fosse usada a digitalização com 600
DPI e depois fosse usado o comando Resample, disponível em qualquer
editor gráfico.

Tome cuidado, pois muitos scanners são anunciados como tenho resoluções
fantásticas, como 4800 DPI, 9600 DPI, e até 19200 DPI. São resoluções
interpoladas, e além de gerarem arquivos enormes, não oferecem
melhoramento nas imagens. O que realmente importa é a resolução ótica.

Outro detalhe importante em um scanner é o seu número de bits. Podemos


encontrar modelos de 24, 30 e 36 bits. Scanners com mais bits podem captar
com mais fidelidade as cores das imagens. Infelizmente os editores gráficos
desprezam esses bits adicionais, e acabam trabalhando apenas com 24 bits.
Isto não chega a ser um grande problema, pois a vista humana não percebe
a diferença a partir de 24 bits. A vantagem em ter mais bits é que os erros de
digitalização podem ser filtrados pelo scanner, resultando em cores mais
precisas nos seus 24 primeiros bits. Neste aspecto, um scanner de 30 bits é
melhor que um de 24 bits, e um de 36 bits é melhor ainda. Normalmente os
modelos profissionais operam com 36 bits, enquanto os modelos mais
simples utilizam 24 ou 30 bits.

Scanners pessoais e profissionais


Os scanners profissionais apresentam maior resolução ótica e maior número
de bits, mas existe outra diferença importante, que é a velocidade. Alguns
modelos simples podem levar, digamos, um minuto para capturar uma certa
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-57
imagem com uma certa resolução, enquanto um modelo para uso
profissional pode fazer o mesmo trabalho em 20 segundos. Um scanner
pessoal pode ter um único sistema ótico que captura inicialmente os tons de
verde, depois de vermelho, depois de azul. Um scanner profissional pode ter
três sistemas óticos independentes, um para cada componente de cor, o que
o torna 3 vezes mais rápido. São chamados de single pass scanners. Um
processador mais veloz e sensores óticos com menor tempo de resposta,
aliados a um sistema mecânico mais preciso e mais rápido permite escanear
as imagens ainda mais rápido. Scanners profissionais possuem essas
características, ma$ $eu$ preço$ também estão à altura (ou nas alturas).

Interfaces para scanner


Os primeiros scanners utilizavam uma pequena placa de interface que os
acompanhava (interface proprietária), ou então uma interface SCSI. Surgiram
então modelos que são acoplados ao computador através da interface
paralela. Esses scanners compartilham a interface paralela com a impressora.
Do computador parte um cabo para o scanner, e do scanner parte um cabo
para a impressora. Na maioria das vezes esta ligação funciona bem, mas
existem muitos casos de conflitos entre o scanner e a impressora. Por
exemplo, existem casos em que a impressora só funciona quando o scanner
está ligado, o que é um grande incômodo. O usuário seria obrigado a deixar
o scanner ligado mesmo que não queira usá-lo.

Os scanners de fabricação mais recente utilizam a interface USB. Todos os


PCs modernos possuem interfaces USB, portanto esta é uma interface sempre
disponível. As interfaces USB não apresentam os problemas de conflitos com
a impressora, como ocorre com a porta paralela.

Câmeras digitais
Uma câmera digital é bastante parecida com as câmeras comuns, entretanto
não usam filmes e revelação convencional. Ao invés disso, as fotos geradas
são arquivos gráficos que são transferidos para o computador. Uma vez no
computador, essas fotos podem ser visualizadas na tela, editadas ou
impressas.
16-58 Hardware Total
Figura 16.45
Uma câmera digital.

A primeira característica a ser levada em conta em uma câmera digital é a


sua resolução. Existem modelos simples de baixo custo que geram imagens
com resoluções de 640x480, e modelos mais sofisticados que oferecem
resoluções ainda mais altas. Algumas chegam a 2000x1500, resolução muito
maior que a necessária para a simples visualização na tela, e altamente
adequada para impressão em alta qualidade.

Também é preciso levar em conta a capacidade da câmera, ou seja, o


número de fotos que podem ser armazenadas em sua memória. Algumas
câmeras de menor custo armazenam apenas 10 ou 20 fotos, o que realmente
é muito pouco. Muitas dessas câmeras podem armazenar mais fotos, desde
que seja instalada uma expansão de memória.

Menos crítica, mas também precisando ser levada em conta, é a forma de


conexão no computador. Existem câmeras que são ligadas ao PC através de
uma interface serial, outras através de uma interface paralela, outras por
interfaces USB. Existem até mesmo modelos que não são conectados ao PC.
Ao invés disso, armazenam as fotos em um disquete, que pode ser depois
lido em um PC. Isto é bem interessante. Mesmo que a câmera não tenha
uma memória grande, podemos utilizar vários disquetes para fazermos
quantas fotografias quisermos. As câmeras digitais modernas possuem vários
recursos avançados, como foco automático, zoom e visor de cristal líquido.

As “fotos” geradas pelas câmeras digitais são na verdade arquivos gráficos,


em geral no formato JPG, devido ao seu elevado grau de compressão. Esses
arquivos são, a princípio, visualizados na tela ou inseridos em documentos
que misturam textos e gráficos, mas nada impede que sejam listados em uma
impressora colorida.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-59

É importante que fique bem claro que as câmeras digitais de médio porte
não se propõem a substituir a fotografia convencional, em termos de
qualidade de imagem. Os modelos de menor custo apresentam resoluções
de até 640x480, o que é bom para uma visualização no monitor, mas se
desejamos um resultado impresso em papel, não teremos uma qualidade tão
boa como a obtida com câmeras e filmes tradicionais. Mesmo assim, os
resultados são muito satisfatórios, e dentro de poucos anos, à medida em que
for aumentada a resolução das câmeras digitais e das impressoras coloridas,
teremos uma qualidade tão boa como a obtida pela fotografia tradicional.

Câmeras com resoluções elevadas produzem fotos excelentes para a


visualização no monitor, bem satisfatórias para impressão das fotos em uma
impressora colorida, mas deixam a desejar quando o objetivo é a fotografia
profissional, para ser usada, por exemplo, em capas de revistas. Para essas
aplicações, existem modelos profissionais, com resoluções altíssimas, e preços
assustadores.

Sensor de imagem
A parte mais importante de uma câmera digital é o sensor ótico. A resolução
deste sensor é medida pelo número total de pixels por foto. Um sensor de
500.000 pixels permite fazer fotos com a resolução de 800x600. Existem
ainda modelos com até 3 milhões de pixels, capazes de produzir fotos com
resolução de 2000x1500. Este sensor ótico é chamado CCD (Charge
Coupled Device). É o mesmo tipo de sensor usado pelas câmeras de vídeo,
porém com resoluções mais elevadas. As primeiras câmeras digitais usavam
os mesmos CCDs das câmeras de vídeo, com resoluções de 640x480. A
partir daí foram desenvolvidos novos CCDs de alta resolução, próprios para
câmeras digitais.

*** 35% ***


Figura 16.46
CCD de uma câmera digital.
16-60 Hardware Total
A imagem captada pela câmera digital é projetada sobre o CCD existente no
seu interior, através do seu sistema ótico. O CCD é na verdade uma
memória, organizada como uma matriz bidimensional de células, cujo
conteúdo é formado por valores proporcionais à intensidade de luz
incidente. O microprocessador existente no interior da câmera precisa
apenas ler o conteúdo desta memória, comprimir os dados e copiá-lo para a
memória de fotos.

Armazenamento de imagens
Quanto maior é a resolução de uma câmera digital, mais espaço em
memória é ocupado por cada foto armazenada. Portanto as câmeras digitais
de alta resolução têm duas opções: ou armazenam menos fotos na sua
memória, ou então precisam ter uma quantidade maior de memória para
permitir o armazenamento de um bom número de fotos. Devemos ainda
levar em conta que as memórias usadas nas câmeras digitais são bastante
caras. Não são memórias SDRAM, como as usadas nos PCs. São memórias
do tipo flash ROM. Sua principal característica é que não perdem seus dados
quando são desligadas. Como as câmeras digitais são alimentadas por uma
bateria interna, freqüentemente a bateria fica descarregada depois de
algumas horas de uso. Obviamente não queremos que todas as fotos
armazenadas na memória da câmera sejam perdidas devido à descarga da
bateria. Graças ao uso de memórias flash, as câmeras digitais podem manter
as fotos indefinidamente, mesmo com a bateria descarregada.

Algumas câmeras digitais possuem em seu interior um minúsculo disco


rígido, capazes de armazenar algumas centenas de fotos. Outros modelos
mais modernos usam um mini disco de memória, com capacidades
generosas como 8, 16, 32, 64 MB ou mais. Este mini disco não é na verdade
um disquete, e sim um chip de memória Flash.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-61
Figura 16.47
Um minidisco Flash de 8 MB.

Transferindo as fotos para o computador


As câmeras digitais são acompanhadas de programas que não apenas
comandam a transferência das fotos entre a câmera e o computador, mas
também criam álbuns através dos quais podemos ter acesso rápido à fotos
armazenadas no computador.

Figura
16.48
Programa de
transmissão das
fotos para o
computador.

ZIP Drive
Sem dúvida este é o mais popular meio de armazenamento de dados com
característica de ser removível. Seus disquetes especiais armazenam 100 MB.
Sãp produzidos pela Iomega e também pela Epson, sob licenciamento. Este
drive foi lançado há alguns anos e fez um grande sucesso. Foi o primeiro
disco removível de razoável capacidade e baixo custo. Posteriormente foi
lançado um novo modelo, com capacidade de 250 MB. Pode operar com
16-62 Hardware Total
discos de 250 MB, mas mantém compatibilidade com os discos de 100 MB.
Existem modelos dotados de interface paralela, USB, IDE e SCSI.

Figura 16.49
Um ZIP Drive paralelo.

Um dos motivos do sucesso do ZIP Drive (figura 49) foi a grande


simplicidade de instalação. Ao invés de ser instalado em uma placa de
interface própria, o que requer abrir o gabinete, fazer a conexão da placa de
interface, instalar jumpers e conectar cabos flat (o que é muito difícil para a
maioria dos usuários), este modelo de ZIP Drive é ligado diretamente na
porta paralela, uma conexão fácil de fazer. A impressora pode continuar
sendo usada normalmente, apesar de algumas restrições.

Os discos do ZIP Drive possuem capacidades de 100 MB e 250 MB (figura


50). Observe que os drives de 100 MB só podem usar os discos de 100 MB,
enquanto os drives de 250 MB podem usar discos de 100 MB e de 250 MB.

Figura 16.50
Um ZIP Disk.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-63
Para quem não tem medo de instalações de hardware e não está preocupado
com a transportabilidade do drive, uma boa opção é utilizar o modelo IDE
(figura 51).

Figura 16.51
Zip Drive IDE.

Também de simples instalação são os modelos USB. Seu desempenho é


melhor que o dos modelos que são ligados na porta paralela e têm a
vantagem de não interferir com o uso da impressora.

Gravadores de CDs
Os discos usados nos gravadores de CDs são similares aos CD-ROMs,
podendo ser lidos em qualquer drive de CD-ROM (exceto em modelos
antigos). O CD-R pode ser gravado pelo usuário apenas uma vez e o CD-
RW pode ser gravado e regravado inúmeras vezes.

Apesar de utilizarem processos de gravação diferentes, os discos CD-R e CD-


RW são lidos de forma idêntica aos CD-ROMs e CDs de áudio. Um feixe
LASER é emitido em direção à superfície do disco, sobre a qual é focalizado
através de um sistema de lentes. Os pontos de menor e de maior
reflexividade na superfície do disco enviam a luz de volta pelo mesmo cami-
nho, porém no sentido oposto. Neste caminho de volta, a luz passa por um
prisma que desvia para uma célula foto elétrica, parte da luz refletida. Desta
forma as variações de reflexividade na superfície do disco (que representam
os bits gravados) são convertidos em voltagem digital, obtendo assim os bits
gravados.

Durante a gravação, o mesmo feixe de Laser assume uma intensidade


elevada, alterando as características óticas da mídia e gravando os bits.
16-64 Hardware Total
Um disco CD-R pode ser lido em praticamente qualquer drive de CD-ROM,
novo ou antigo, com algumas poucas exceções. Já os discos CD-RW, apesar
de utilizarem o mesmo sistema de leitura, apresentam uma reflexividade
muito menor que a dos demais discos. Desta forma, o feixe LASER refletido
tem intensidade muito fraca, e muitos drives de CD-ROM antigos não conse-
guem realizar a leitura. Apenas os drives de CD-ROM do tipo multiread (é o
caso de todos os drives modernos, com velocidades superiores a 32x) são
capazes de detectar corretamente o feixe de baixa intensidade refletido pela
superfície de uma mídia CD-RW. Para saber previamente se um
determinado modelo de drive de CD-ROM é multiread, basta consultar as
especificações técnicas do seu manual.

CD-R
O CD-R é um disco similar ao CD-ROM, exceto pelo fato de ser adquirido
vazio (ou virgem) e poder ser gravado pelo usuário, através de um drive
especial chamado CD-R Recorder (gravador de CD-R). Um disco CD-R,
uma vez gravado, não pode ser apagado. A sua gravação é portanto feita
uma única vez. Este tipo de disco é ideal para arquivar dados em
quantidades razoavelmente elevadas (até 650 MB), e também é excelente
para transportar dados para outros computadores, já que praticamente
qualquer drive de CD-ROM pode ler um CD-R.

Existe entretanto um pequeno problema de compatibilidade na leitura de


mídias CD-R em alguns drives de CD-ROM. Drives com velocidades entre
8x e 16x muitas vezes apresentam erros de leitura ao lerem certos CD-Rs. Já
os drives de CD-ROM mais novos (20X e superiores) não apresentam este
problema de compatibilidade.

Os drives de CD-R utilizam um feixe LASER de alta potência para gravar os


bits na superfície da mídia. Essas mídias são baseadas em substâncias
especiais (cyanine e phtalocyanine), cujo índice de reflexão pode ser alterado
de forma permanente pelo feixe LASER. Áreas nas quais o feixe tem maior
intensidade perdem a reflexividade e passam a representar um bit 1. Áreas
nas quais o feixe LASER ficou desligado mantém a reflexividade e passam a
representar um bit 0. A gravação dos bits é portanto feita pela variação da
intensidade do feixe LASER durante o processo de gravação.

Já o processo de leitura é similar ao dos drives de CD-ROM. Um feixe


LASER de baixa intensidade incide sobre a mídia, onde é refletido. A
variação na reflexividade de mídia provocará variações na intensidade do
feixe LASER refletido. Um sensor LASER captará o feixe refletido pela
superfície do disco e identificará os bits gravados.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-65

Fisicamente as mídias de CD-R são muito parecidas com os CD-ROMs,


exceto pela cor. Enquanto os CD-ROMs usam mídia prateada, os CD-Rs
possuem mídias douradas, verdes e azuis.

O CD-R também é uma opção barata para transportar dados. Se


precisarmos enviar para outro usuário, digamos, 10 MB de dados, é mais
vantagem usar um CD-R que utilizar disquetes. Um CD-R é mais barato que
5 disquetes, e bem mais barato que um ZIP Disk.

CD-RW
Um disco CD-RW (CD Rewriteable) pode ser lido na maioria dos drives de
CD-ROM modernos (os que são multiread, praticamente todos aqueles com
velocidades a partir de 32x), e sua gravação é feita em um drive especial, um
gravador de CD-RW.

O processo de gravação dos bits é totalmente ótico. O material que forma a


sua mídia pode ter o índice de reflexão alterado de acordo com a
temperatura. Um feixe LASER de alta potência realiza o aquecimento de
minúsculos pontos da superfície, visando delimitar áreas com índices maiores
e menores, resultando na gravação de bits “0” e “1”. O processo pode ser
revertido por nova aplicação de LASER, e as regravações podem ser feitas
até 1000 vezes. Em breve os fabricantes produzirão mídias capazes de serem
gravadas mais de 10.000 vezes, utilizando os gravadores atuais.

Os primeiros gravadores de CD-RW custavam aproximadamente o mesmo


que um gravador de CD-R. Além disso, um gravador de CD-RW pode
operar tanto com discos CD-RW como com discos CD-R. Desta forma,
sendo pequena a diferença de preços, vale a pena optar por um modelo CD-
RW ao invés de um que opera apenas com CD-R. Atualmente não são mais
fabricados gravadores de CD-Rs, apenas de CD-RW, que também são
compatíveis com CD-R,

Quanto às mídias, existe uma grande diferença de preços. Um disco CD-RW


custa mais caro que um disco CD-R. Sendo assim, devemos utilizar mídias
CD-RW apenas quando for necessário regravar várias vezes. É o caso por
exemplo da utilização para Backup. Muitos usuários fazem backup de dados
importantes em discos CD-R. Como esses discos só podem ser gravados uma
vez, a cada backup teremos um disco “inutilizado”. Se usarmos discos CD-
RW e um esquema rotativo (por exemplo, um disco para cada dia da
semana), a regravação acabará compensando o custo mais elevado. Após 10
16-66 Hardware Total
semanas de backups diários, o custo resultante do uso de discos CD-RW
começará a compensar em relação ao uso de discos CD-R.

Figura 16.52
Um gravador de CD-R / CD-RW.

DVD
Enquanto os populares CDs faziam sucesso no armazenamento de dados
(CD-ROM) e áudio (CD-Audio), grandes empresas da indústria
cinematográfica e de computação juntaram esforços e fizeram investimentos
para desenvolver um novo tipo de CD, com capacidade muito maior que as
dos CDs tradicionais. Um único desses novos CDs possui capacidade
equivalente à de vários CD-ROMs. Tendo uma capacidade tão elevada, po-
deriam armazenar filmes digitalizados, substituindo assim as velhas fitas VHS.
Esses novos discos são chamados de DVD (Digital Video Disk ou Digital
Versatile Disk).

As locadoras de vídeo já estão começando a substituir as antigas fitas por


DVD. Este é um processo que ainda vai demorar alguns anos. Para ver esses
filmes é preciso ter um aparelho apropriado conectado à TV, o DVD Player.

Computadores também podem exibir filmes gravados em DVD, bastando


que tenham instalado um drive de DVD. Além de exibir filmes, esses drives
também podem ler DVDs com dados gravados, os DVD-ROMs.

A capacidade de um DVD-ROM depende do tipo de camada (simples ou


dupla) e do número de faces. São quatro os tipos de DVD-ROM:

Nome Faces Camada Capacidade


DVD-5 Simples Simples 4,38 GB
DVD-9 Simples Dupla 7,95 GB
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-67
DVD-10 Dupla Simples 8,75 GB
DVD-18 Dupla Dupla 15,90 GB

Portanto, o DVD-ROM mais simples armazena 4,38 GB, capacidade 6 vezes


superior à de um CD-ROM. Ao ler DVD-ROMs de dupla camada, face
simples, a capacidade máxima é de quase 8 GB, o equivalente a 12 CD-
ROMs. Os drives de DVD-ROM atuais não possuem dupla cabeça de
leitura. Isto significa que é preciso “virar o CD” para acessar o outro lado.

Além de operar com esses CDs de alta capacidade, os drives de DVD


podem também funcionar como um drive de CD-ROM comum. Podem
portanto ler CD-ROM, CD-Audio, CD-R, CD-RW, Video CD e todos os
demais tipos de disco que podem ser lidos em um drive de CD-ROM
comum. Um drive de DVD-ROM pode perfeitamente substituir um drive de
CD-ROM em qualquer computador. Um único drive DVD faz todo o
trabalho que seria feito por um drive de CD-ROM, além de poder ler DVD-
ROM e reproduzir filmes armazenados em DVD. Inclusive esses drives
utilizam normalmente a interface IDE. A figura 53 mostra um drive de DVD
da Creative Labs.

Figura 16.53
Um drive de DVD.

Aparentemente o drive de DVD é similar a um drive de CD-ROM. A


principal diferença visual está no logotipo DVD na sua parte frontal. Os
drives de DVD estão com preços tão acessíveis que em breve não serão mais
fabricados drives de CD-ROM, apenas drives de DVD, já que esses drives
são capazes de, além de acessar DVD, acessar todos os discos que podem
ser usados em um drive de CD-ROM.

Velocidades dos drives de DVD


As medidas de velocidade dos drives de DVD são diferentes das dos drives
de CD-ROM. A chamada velocidade simples era a utilizada nos drives de
primeira geração, cerca de 1380 kB/s. Os modelos 5x e 6x operam com taxas
16-68 Hardware Total
de 6700 kB/s e 8100 kB/s, respectivamente. Podemos ainda encontrar
modelos 8x, 10x e 12x. Quando lêem discos CD-ROM e compatíveis, esses
drives também são rápidos. Note entretanto que a velocidade de leitura de
CD-ROM não tem uma relação fixa com a velocidade de leitura de DVD. O
modelo PC-DVD Encore 5x, da Creative Labs, faz a leitura de CD-ROM na
velocidade 32x, enquanto o PC-DVD Encore 6x, mais modernos, lê CD-
ROM na velocidade 24x. Portanto, os fabricantes sempre indicarão a
velocidade para leitura de DVD e de CD-ROM.

Armazenamento de filmes
Um DVD de mais baixa capacidade (DVD-5, com face simples e camada
simples) armazena 2 horas de vídeo de alta resolução, codificado no padrão
MPEG-2. A resolução é de 720x480. Filmes de maior duração podem ser
armazenados nos discos de maior capacidade: 4 horas para os modelos face
simples/camada dupla e face dupla/camada simples, e 8 horas para o modelo
de face dupla/camada dupla.

Um DVD não armazena apenas as imagens do filme. Possuem 32 trilhas para


legendas (é possível ter em um DVD, legendas em várias línguas), 8 trilhas
de áudio, com 8 canais cada uma (o filme pode ter até 8 traduções). Suporta
até 9 ângulos de câmeras. O produtor pode fazer a filmagem com várias
câmeras, e o usuário escolher a câmera na exibição. Note que esses recursos
são suportados pelo padrão, mas não significa que todos os filmes os
utilizarão.

A mídia do DVD
O grande avanço tecnológico responsável pela elevada capacidade dos
DVDs é o aumento da densidade dos bits gravados. Os CD-ROMs e
similares utilizavam para armazenar os bits, pequenas áreas chamada pits. A
distância entre trilhas consecutivas é de 1,6 m (milionésimo de metro, ou
milésimo de milímetro), e cada pit tem cerca de 0,8 m. Nos DVDs, a
distância entre trilhas foi reduzida para 0,74 m, e o tamanho de cada pit foi
reduzido para 0,4 m. Além de aumentar o número de bits por unidade de
área, os DVDs também podem utilizar dupla camada e/ou dupla face,
fazendo a capacidade total chegar em torno de 16 GB.
Capítulo 16 – Expansões de hardware 16-69
Figura 16.54
Comparação entre as mídias de CD-ROM e
de DVD.

///////// FIM

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