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Há um ditado popular que diz: Sua vida fala tão alto que não consigo escutar o que você diz.
3 - O AUTO-ENGRANDECIMENTO NÃO DEVE SER CULTIVADO (VS. 5-7)
Os filactérios ou tefilins eram pequenos rolos ou caixinhas de couro que os judeus religiosos
usavam presos à testa, perto do coração, e no braço esquerdo. Essas pequenas cápsulas continham
quatro passagens da Torah: Êx 13.1-10 e 11-16; Dt 6.4-9 e 11.13-21. Com o passar do tempo, os judeus
começaram a respeitar e honrar esses pequenos recipientes, tanto quanto as Escrituras, e seu tamanho
era considerado um sinal de zelo espiritual de quem os ostentava.
As franjas eram as borlas descritas em Nm 15.37-41 que todo judeu deveria usar. Essas borlas
eram fios grossos de lã, branca e azul, e tinham a singela função de declarar o amor de quem as usava ao
Senhor e a vontade do seu coração de cumprir a Torah da maneira mais fiel possível. As borlas tinham o
tamanho médio de até 10 cm; entretanto, os fariseus as alongavam muito mais em sinal de maior
espiritualidade. O que Deus intencionava para ser apenas um lembrete de fé e marca de devoção, tornou-
se objeto de auto-engradecimento e ostentação de puro exibicionismo.
Os mestres da Lei e os fariseus gostavam de ocupar os melhores e mais importantes assentos na
sinagoga, aqueles que ficam defronte à representação da arca e que continha os rolos das Escrituras
Sagradas. Além disso, os que se assentavam ali podiam ser facilmente vistos por toda a congregação.
Eles também apreciavam muito ouvir as pessoas os chamarem, insistentemente, aos gritos e em público
(nas praças do mercado) de Rabbi (em grego), que significa literalmente em hebraico: meu professor,
meu mestre! Fazemos bem em perceber a dura reprovação que Jesus fez aos fariseus e os conselhos
que ele deixou para os discípulos Mateus 23:8-12.
O objetivo dos fariseus não era o de glorificar a Deus, mas a si mesmos. Em Lucas 18:9-14, lemos
sobre o fariseu e o publicano que foram ao templo para orar. FARISEU: Ó Deus, graças te dou porque
não sou como os demais homens. (vs. 11) A presunção do fariseu estava relacionada com sua suposta
vantagem em relação ao publicano, que era a classe social mais odiada dentro do povo judeu. Ele orou de
si para si, ou seja, ele mesmo era o alvo de sua oração.
Este comportamento revela o coração do homem que é centralizado em si mesmo, amante de si
mesmo. A nossa grande dificuldade é que nunca olhamos para nós mesmos, conforme somos vistos por
Deus. A nossa natureza adâmica quer se mostrar acima da média um super-crente aos olhos dos
outros. Este tipo de comportamento é bastante antigo (Gn. 11:4: a torre de Babel foi construída para trazer
fama e glória ao homem), porém não reflete a essência do evangelho e não traz conseqüências
saudáveis. O escritor A. W. Tozer escreveu: O esforço por parecer grande diante dos homens trará o
desfavor de Deus sobre nós. Este ensino concorda com Pv. A soberba do homem o abaterá, mas o
humilde de espírito obterá honra.
Para o crente, esta atitude de buscar o auto-engrandecimento é incoerente por si mesma, pois o
nosso Senhor nos Deus outro exemplo a seguir. Em algumas ocasiões os discípulos discutiram entre si,
para saber quem era o maior, mas Jesus os repreendeu (Lucas 22: 26). Jesus nos deu um exemplo muito
importante sobre a vida de um verdadeiro servo. Ele não veio para ser servido (embora tivesse todo
direito), mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Antes de morrer Jesus estava reunido
com seus discípulos no local escolhido para a última ceia, e passou a lavar os pés dos seus discípulos (Jo.
13: 1-20). Este ato foi muito solene, pois se tratava do Deus eterno se prostrando para lavar pés calejados
de homens pecadores. Depois ele explica porque fez aquilo (João 13: 12-17), alertando os discípulos
sobre a humildade.
Não existe ninguém grande. Grande só há um o nosso Senhor e Deus. Ele é quem é digno de
toda honra, glória e exaltação. Ele não divide sua glória com ninguém. Precisamos entender que não há
espaço no corpo de Cristo para estrelismo. Cristãos que almejam receber os louvores os louros da fama
são ladrões de glória. Meus irmãos, isso é um veneno mortal que com certeza trará prejuízos a igreja do
Senhor. Nós devemos nos reunir com o propósito exclusivo de reconhecer a grandeza do nosso Deus e
não para buscarmos engrandecimento próprio.
Que sejamos servos humildes unidos no mesmo objetivo engrandecer a Cristo com nosso serviço
para Ele. Você realmente enxerga que esta incoerência é brutal e destrutiva para a igreja? Estamos
dispostos a lavar os pés de nossos irmãos, olhando de cima para baixo? Não temos nenhum requisito/
mérito a mais do que o irmão que está ao nosso lado. Cada um deve considerar os outros superiores a si
mesmo, conforme lemos em Fl. 2: 1-4. Quanto maior o entendimento do homem sobre a graça, menor ele
será a seus próprios olhos. C. H. Spurgeon