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impossibilidade para cada um de dizer o que deseja, qual o objeto que desejamos,
objeto a, e o que se torna causa para cada um de seu desejo. atravs disso que somos
empurrados a buscar no Outro do significante, a possibilidade de poder dizer o que
queremos, mas j que este Outro como Lacan salientou no existe furado, eis a o
drama o Outro deixa o sujeito sozinho.
Acontece que devido aos grandes avanos do capitalismo selvagem, sua
modernizao se assemelha muito com esse drama, a saber que os sujeitos modernos
pensam que podem cobrir essa falta do Outro pelo Outro moderno. O qual possu as
respostas que no furado, deixando assim para esses sujeitos o obstculo que
representa o real e seu descobrimento os mantendo no mesmo vazio.
Philippe de Georges (2011) assinala que essa mudana acabou mexendo no
paradigma da norma-macho, traz como exemplos, duas revolues tcnicas
sucessivas afetando o real: a inveno da contracepo e o surgimento da Reproduo
Assistida.
A primeira teve por efeito o fato de a oposio
feminina encontrar-se, pela primeira vez,
aberta e no reduzida e saturada pela posio
materna. A segunda aboliu, efetivamente, o
que era at aqui uma evidncia: a necessidade
de um encontro sexual entre um homem e uma
mulher para que nasa uma criana. (p.257)
Essas mudanas ento poderiam pr em cheque a psicanlise, pois nessas
transformaes os sujeitos interessam-se mais pela finalidade do que pela causalidade,
da a relao diferente em relao a anlise. Conforme Dominique Miller(2011) a
demanda passa a ser mais de gozo do que de saber, se antes no primeiro momento a
paciente que procura Freud para saber algo sobre seu sonho, na clnica atual o
horscopo j pronto com a qual se identificam as histricas. Os homens espertos devem
se alertar, se antes Freud se perguntava o que quer uma mulher? A mulher moderna
deve se perguntar Ser que eu preciso de um homem?
REFERNCIAS
FREUD, S. A interpretao dos sonhos (1900). In: Edio Standard Brasileira das
Obras Psicolgicas Completas de S. Freud, vol. 4. Rio de Janeiro: Imago, 1987.
LACAN, J. O seminrio, livro 5: as formaes do inconsciente. In: Cap XX p.378
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.
MILLER, D. A ordem simblica no sculo XXI- No mais o que era. Quais as
consequncias para o tratamento? Belo Horizonte: Scriptum, 2011, p. 109
GEORGE, P. A ordem simblica no sculo XXI- No mais o que era. Quais as
consequncias para o tratamento? Belo Horizonte: Scriptum, 2011, p. 257