professores do ensino artístico com profissionalização 01.05.2008, Bárbara Wong
Conservatório de Lisboa e Instituto Gregoriano
ainda não têm projectos de ensino aprovados. Depois de rede de ensino da Música, tutela vai criar rede para a Dança
Os professores do ensino artístico especializado vão
poder fazer a profissionalização, que lhes permite entrar na carreira docente e progredir, nos próximos dois anos, anunciou ontem Valter Lemos, secretário de Estado da Educação, na Assembleia da República. Lemos e a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, responderam a questões sobre o ensino artístico especializado perante a Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura. A equipa ministerial anunciou que mais sete escolas vão oferecer o ensino especializado da Dança. Quanto à Música, dos seis conservatórios no país, apenas dois não têm ainda o projecto de ensino aprovado, para aplicar em Setembro. Nos próximos dois anos, haverá cursos de formação que podem abranger cerca de 400 docentes. Segundo dados da tutela, há neste momento 151 professores profissionalizados. O despacho assinado por Valter Lemos prevê que fiquem dispensados da formação os docentes com mais de 45 anos de idade e dez de serviço efectivo, ou os que têm 15 anos de serviço. Os restantes terão acesso à profissionalização em serviço, desde que tenham habilitações próprias, mais de seis anos completos de serviço docente efectivo até 31 de Agosto e que, no próximo ano lectivo, exerçam funções docentes num estabelecimento de ensino artístico. A ministra anunciou ainda a criação de uma rede de ensino artístico da Dança. O ministério prepara-se para criar uma rede de que vai fazer parte a actual Escola de Dança do Conservatório Nacional, em Lisboa, e mais sete privadas, com as quais a tutela fará contratos para ter uma oferta pública. Essas oferecerão o ensino integrado, como já acontece na Escola de Dança de Lisboa: os alunos entram no 2.º ciclo e têm as disciplinas curriculares e as da Dança no mesmo espaço. Também na Música, haverá uma rede de cem escolas. A proposta que a tutela está a trabalhar com os conservatórios públicos (Aveiro, Braga, Coimbra, Instituto Gregoriano, Lisboa e Porto) é a de que estes ofereçam ensino integrado. Falta finalizar os projectos das duas escolas da capital, "porque foram as últimas a entregar os projectos", disse Maria de Lurdes Rodrigues. As maiores críticas à acção do Governo foram feitas pelo BE e PCP, que contestaram a certificação do ensino da Música. A ministra respondeu que "é obrigação de todas as escolas certificar". "É a única maneira de saber que estão a fazer o seu papel. O mundo da Música também é profissionalizado e é preciso prestar provas das competências adquiridas", defendeu.