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1. INTRODUÇÃO
1
O QUE É HERMENÊUTICA. Artigo Científico. Disponível, pela diretoria de educação a distância da
Universidade Estádio de Sá, da disciplina Interpretação Constitucional, do Curso de Pós-Graduação em
Direito Constitucional, acesso em 22.08.2009.
2
O POSITIVISMO JURÍDICO E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. Artigo Científico.
Disponível, pela diretoria de educação a distância da Universidade Estádio de Sá, da disciplina
Interpretação Constitucional, do Curso de Pós-Graduação em Direito Constitucional, acesso em
22.08.2009.
3
A RECONSTRUÇÃO NEOCONSTITUCIONALISTA DO DIREITO E A LEITURA MORAL DA
CONSTITUIÇÃO. Artigo Científico. Disponível, pela diretoria de educação a distância da Universidade
Estádio de Sá, da disciplina Interpretação Constitucional, do Curso de Pós-Graduação em Direito
Constitucional, acesso em 29.08.2009.
4
A RUPTURA EXEGÉTICA E AS CARACTERÍSTICAS DA NOVA DOGMÁTICA
POSPOSITIVISTA. Artigo Científico. Disponível, pela diretoria de educação a distância da Universidade
Estádio de Sá, da disciplina Interpretação Constitucional, do Curso de Pós-Graduação em Direito
Constitucional, acesso em 29.08.2009.
Tal dogmática traz, entretanto, em seu bojo, o risco de se transformar
em mero decisionismo judicial5, daí a importância do estudo da hermenêutica, a
fim de estabelecer os princípios de Interpretação Constitucional.
Da filosofia Heideiggeriana, aprendemos que a possibilidade de
questionar e a compreensão fazem parte da condição essencial do ser humano,
sendo designados por aquele filósofo como pre-sença, ou Dasein (ser-aí)6. Disso
decorre que a tarefa hermenêutica tem como ponto de partida o homem, ser
histórico e social, e, portanto, não pode estar dissociada dos preconceitos,
preferências e valores do homem de nossa sociedade 7, assim como a tarefa
cognitiva não pode estar dissociada dos esquemas8 (schemata) do aprendiz.
Inegavelmente, a dignidade da pessoa humana é um valor que sempre
ocupou um lugar central no pensamento filosófico, político, e jurídico, inclusive
tendo sido positivado como valor fundamental da ordem jurídica por parte de um
expressivo número de constituições9.
A idéia de dignidade humana já era encontrada na época clássica,
embora então significasse a posição social então ocupada pelo indivíduo e o seu
grau de reconhecimento pelos demais membros da comunidade, sendo possível a
gradação e a existência de maior ou menor dignidade. Por outro lado, já era então
reconhecida como uma qualidade inerente ao ser humano10.
Antes disso, no entanto, já se encontra raízes do valor da dignidade
humana no ideário judaico-cristão. A partir da informação contida no Antigo
5
Ibidem.
6
TEOREMAS DA DIFERENÇA ONTOLÓGICA E DO CÍRCULO HERMENÊUTICO. Artigo
Científico. Disponível, pela diretoria de educação a distância da Universidade Estádio de Sá, da disciplina
Interpretação Constitucional, do Curso de Pós-Graduação em Direito Constitucional, acesso em
22.08.2009.
7
DO PROBLEMA METODOLÓGICO AO PROBLEMA ONTOLÓGICO – A IMPORTÂNCIA DA
HERMENÊUTICA FILOSÓFICA. Artigo Científico. Disponível, pela diretoria de educação a distância
da Universidade Estádio de Sá, da disciplina Interpretação Constitucional, do Curso de Pós-Graduação
em Direito Constitucional, acesso em 22.08.2009.
8
Termo cunhado por Piaget para designar as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos
intelectualmente se adaptam e organizam o meio.
9
SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. Uma Teoria Geral dos Direitos
Fundamentais na Perspectiva Constitucional. 10ed. Porto Alegre: Do Advogado, 2009, p. 99.
10
Idem, p.98
Testamento de que o homem foi criado “à imagem e semelhança” de Deus
(Gênesis 1,26), o Cristianismo extraiu o corolário de que o ser humano é dotado
de um valor próprio, que lhe é intrínseco, não podendo ser transformado em
objeto ou instrumento, ou tratado como tal11. Mais tarde, seria Santo Tomás de
Aquino o pioneiro no uso do termo “dignitas humana”.
Na Renascença e na Idade Moderna, com o resgate dos clássicos,
retornou a vinculação da dignidade com a liberdade pessoal de cada indivíduo,
senhor e responsável por seus atos e seu destino, formulada pela filosofia estóica.
A partir daí, o conceito de dignidade se funda na capacidade de autodeterminação
e na autonomia ética (Kant) do ser humano12.
A concepção consagrada pela maioria das constituições, no entanto,
funda-se no pressuposto jusnaturalista de que “o homem, em virtude tão somente
de sua condição biológica humana, e independentemente de qualquer outra
circunstância, é titular de direitos que devem ser reconhecidos e respeitados pelos
seus semelhantes e pelo Estado”. Como algo inerente à sua natureza, a dignidade
da pessoa humana é irrenunciável e inalienável 13.
Segundo José Afonso da Silva, a dignidade da pessoa humana é um
valor supremo que atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais do homem,
tendo sido concebido como referência constitucional unificadora de todos os
direitos fundamentais14.
Na lição de Alexandre de Moraes, o princípio da dignidade da pessoa
humana concede unidade aos direitos e garantias fundamentais, sendo inerente às
personalidades humanas e constituindo-se um mínimo invulnerável que todo
estatuto jurídico deve considerar15.
Na constante tarefa de interpretação do texto constitucional o jurista
irá trabalhar com regras que não tem hierarquia, mas sim graus de abrangência
11
Ibidem.
12
Idem p. 99.
13
Idem p. 100.
14
DA SILVA, José Afonso; Curso de Direito Constitucional Positivo. 31ed. São Paulo: Malheiros,
07.2008, p. 105.
15
MORAES, Alexandre de; Direito Constitucional. 16ed. São Paulo: Atlas, 2004, p.52.
diferentes, devendo atentar para a harmonização entre as normas, o chamado
princípio da concordância prática.
Tal princípio estabelece que deva haver harmonização entre as normas
ou valores do texto constitucional. A desarmonia implicaria na negativa de
aplicação de uma norma, o que precisa a todo custo ser evitado. Mais do que
possibilitar a máxima efetividade possível, o postulado ou princípio da
harmonização relaciona-se com o da unidade, na medida em que não se podem
admitir contradições.
No dizer de Canotilho:
16
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 5. ed. Coimbra: Livraria Almedina, 1992,
p. 234.
17
MACIEL, Álvaro dos Santos. A dignidade da pessoa humana como fonte garantidora do progresso
social. Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 5, no 259. Disponível em:<http://www.boletimjuridico.com.br/
doutrina/texto.asp?id=1925> Acesso em: 26 set. 2009.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Livros e Textos:
MORAES, Alexandre de; Direito Constitucional. 16ed. São Paulo: Atlas, 2004.