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O documento discute amelogênese e os efeitos do flúor nos tecidos dentais. A amelogênese é dividida em fases secretória e de maturação, com detalhes sobre os processos envolvidos em cada uma. O texto também traz um resumo de um artigo sobre os efeitos do flúor na morfologia dental e possíveis mecanismos de ação do flúor na formação do dente.
O documento discute amelogênese e os efeitos do flúor nos tecidos dentais. A amelogênese é dividida em fases secretória e de maturação, com detalhes sobre os processos envolvidos em cada uma. O texto também traz um resumo de um artigo sobre os efeitos do flúor na morfologia dental e possíveis mecanismos de ação do flúor na formação do dente.
O documento discute amelogênese e os efeitos do flúor nos tecidos dentais. A amelogênese é dividida em fases secretória e de maturação, com detalhes sobre os processos envolvidos em cada uma. O texto também traz um resumo de um artigo sobre os efeitos do flúor na morfologia dental e possíveis mecanismos de ação do flúor na formação do dente.
2- TRADUO DE ARTIGO SOBRE FLUOROSE (CONTIDO NESTE DOC.) 3- CAPITULO DE ESMALTE DENTAL DO LIVRO DE MJOR, FEJERSKOV, 1990 AMELOGNESE Caractersticas: -- Fases: secreo e maturao (mais longa) ----- fases de secreo e maturao podem ocorrer ao mesmo tempo num mesmo germe dental; -- Eventos bsicos: secreo de matriz, mineralizao, remoo de parte da matriz, e continuao da mineralizao. Fase secretria: -- Incio : logo aps mineralizao da primeira camada de dentina; -- Matriz: amelogenina (maior parte) e anamelina; logo calcificada; -- Processo de Tomes: regio de crescimento interprismtico, (na poro proximal) regio de crescimento prismtico (na poro distal). O esmalte inteprismtico primeiro. -- Limite entre EP e EIP: ntido na poro oclusal do prisma e suave na poro cervical; -- Progresso: centrfuga. Fase secretria (crescimento dos cristais): -- Em comprimento: processo rpido, logo atinge dimenses do esmalte maturo; -- Em espessura: processo lento. Ocorre principalmente durante a maturao; -- Remoo de gua e protenas: so deslocados para as pores oclusais dos prismas. Fase de maturao: -- Perodo: da perda na secreo de matriz at a erupo; -- Processos: remoo de gua e protenas, e deposio de mineral; -- Alteraes nos ameloblastos: desaparece os processos de Tomes, reduo da altura, modulao dos ameloblastos: com terminao rugosa e com terminao lisa. -- Progresso: centrfuga. Fases do ameloblasto: -- Antes da deposio de dentina: cbico;
-- Aps a deposio de dentina: cilndrico alto;
-- Fase de maturao: cilndrico baixo; -- Aps maturao: cbico (protetor contra reabsoro).
EFEITOS DO FLOR NOS TECIDOS DENTAIS
FEJERSKOV, O. et al. Adv. Dent. Res., v.8, n.1, p.15-31, 1994. Traduo: Frederico Barbosa de Sousa Introduo (NOTA DO TRADUTOR) O estudo da fluorose dentria tem sua importncia na implementao de medidas destinadas a diminuir a severidade da doena crie tanto em nvel coletivo como individual. Como o efeito preventivo do flor foi descoberto a partir de estudos com comunidades que consumiam gua fluoretada, se pensou inicialmente que seria importante que o flor estivesse presente como componente dos cristais do esmalte, devendo ser administrado durante a odontognese. Ainda bastante comum na classe Odontolgica encontrar profissionais que consideram que o flor s serve para crianas at 13 anos (idade mdia da complementao da formao da coroa do ltimo dente a se formar). Porm, extensivas pesquisas, datadas j de algumas dcadas, revelaram que o flor exerce seus efeitos por estar presente na saliva, e no incorporado ao esmalte dentrio, o que ficou provado, por exemplo, pelo fato de indivduos que nasceram e se criaram em rea com gua fluoretada apresentarem um maior nmero de leses cariosas aps se mudarem para uma rea sem gua fluoretada. Assim, atualmente reconhece-se que o flor exerce seus efeitos benficos quando est presente na saliva e em contato com a superfcie dental exposta na cavidade bucal, o que, ento, torna a administrao de flor antes da erupo dos primeiros dentes uma medida, pelo menos, dispensvel. Os estudos recentes sobre fluorose dental (aumento de porosidades no tecido dental duro por hipomineralizao causada pelo flor) alertam que tal medida pode ser tambm prejudicial. A nvel de comunidade, mesmo valores muito baixos de ingesto diria de flor so capazes de causar fluorose dental. Contudo, certas medidas a nvel coletivo, como, por exemplo, a fluoretao da gua de abastecimento, impedem que no sejam dadas doses de flor a crianas nas idades tenras. Por outro lado, estas medidas tm grande impacto benfico na sade oral da comunidade. Em sntese, ao estudar a fluorose importante ter em mente que o flor exerce seus efeitos benficos por estar presente na saliva e em contato com estrutura dental exposta na cavidade oral; procurar conhecer os mecanismo de ao do flor na odontognese, causando a fluorose dental; e associar estes dois conjuntos de dados para se obter o
melhor resultado em termos de preveno da doena crie com o menor
grau possvel de fluorose nos pacientes ou na comunidade. Efeitos do flor na morfologia dental Algumas dcadas atrs, foi sugerido que a morfologia dental era alterada em indivduos que, durante a formao dental, tinham vivido em reas uma concentrao de flor na gua a partir de 1 ppm, apresentando dentes largos e bem formados, com os sulcos oclusais mais rasos e cspides menos acentuadas (Mller, 1965). Se pensou que estas mudanas morfolgicas explicavam a menor experincia de leso cariosa oclusal em crianas que viviam em reas fluoretadas, mas os dados so difceis de se explicar do ponto de vista biolgico. Primeiramente, o exame clnico das faces oclusais no permite determinar a forma e a profundidade dos sulcos oclusais, e a observao de cspides mais arredondadas pode facilmente ser explicada como resultado da atrio oclusal ps-eruptiva do esmalte poroso mais externo, que afetado pela fluorose mesmo nas formas mais leves (Fejerskov et al., 1988a, b). Embora seja possvel, com doses extremas de flor, reduzir a forma das fissuras oclusais que separam as cspides de molares de ratos (Kruger, 1967), tais dados no so relevantes para comparaes com os tipos de fissuras encontrados em dentes humanos. Alm disso, seria altamente alarmante do ponto de vista biolgico e toxicolgico se concentraes de flor na gua de bastecimento to baixas quanto 1 ppm fossem capazes de afetar a embriognese no homem!. Possveis mecanismos de ao do flor na formao do dente Flor no plasma em relao dose oral Muitas revises da literatura destacaram a importncia de se usar, em experimentos com animais, doses de flor compatveis com a situao que ocorre no homem (Fejerskov et al., 1983; Richards, 1990; Robinson, Kirkham, 1990). As doses compatveis deveriam ser determinadas em termos de exposio do flor no rgo alvo, obtendose os nveis de flor no plasma, pois fatores tais como a biodisponibilidade, a taxa de eliminao renal, etc., podem afetar consideravelmente as doses orais (Ekstrand et al., 1990; Whitford et al., 1991). Infelizmente, muitos estudos em ratos relataram apenas as concentraes de flor na gua de beber - e ocasionalmente na dieta - e deve ser ressaltado que pode haver diferenas substanciais entre os nveis plasmticos obtidos em diferentes laboratrios com doses comparveis de flor na gua de beber (Mohr, Fejerskov, dados no publicados). Em muitos estudos recentes (Angmar-Manson, Whitford, 1982, 1984; DenBesten et al., 1985; Richards et al., 1986; Suckling et al., 1988; DenBesten, Hefferman, 1989), os rpidos nveis plasmticos
de flor foram de at 12 mol F/L, quando relatados, ou abaixo deste
nvel, quando no relatados. Nveis plasmticos de 10 ou mesmo 20 mol F/L foram relatados em humanos expostos a concentraes altas de flor (10 ppm ou mais) na gua de beber (Ericsson et al., 1973; Teotia et al., 1976), e foi sugerido que as concentraes plasmticas de flor que causam fluorose dental no homem e em muitos animais so de fato bem similares, apesar das diferentes quantidades de flor ingerido (Angmar-Manson, Whitford, 1984; Richards, 1990). Em contraste com o esmalte, o osso mineralizante no ir apenas no adquirir flor gradualmente e no acumul-lo, mas tambm liberar durante os processo de remodelao ssea. As concentraes plasmticas de flor iro sempre aumentar mesmo quando a dose de flor por Kg de peso corporal for mantida constante em estudos com animais (Richards et al., 1985; Ekstrand et al., 1990). Isto importante ao se extrapolar para a situao no homem, porque indica que quando mais cedo o corpo exposto a nveis elevados de flor (da gua, de frmulas peditricas, suplementos, etc.), maior ser o risco de se desenvolver fluorose dental. Isto tambm implicaria que quanto mais tarde ocorresse a mineralizao do esmalte, mais severa seria a fluorose no esmalte, mesmo considerando uma dose constante de flor desde o nascimento. Neste contexto, a distribuio intra-oral da severidade de fluorose parece suportar este hiptese (Larsen et al., 1985a, 1986), embora no possa ser ignorado que no homem provvel que a exposio ao flor tambm aumente durante a infncia. Finalmente, as importante implicaes so de que a mesma quantidade de flor ingerida diariamente pelas crianas de, por exemplo, 4-6 anos de idade com o mesmo peso corporal, podem resultar em riscos diferentes de desenvolver fluorose dental, dependendo da exposio prvia, desde o nascimento, (e no necessariamente presente!) gua fluoretada, programas infantis com tabletes fluoretados, etc. Efeito do flor na secreo da matriz do esmalte No passado, estas consideraes foram ignoradas, e era comum se pensar em termos de que estgios no desenvolvimento dental seriam mais susceptveis ao flor. Pensando deste jeito, deveria se reconhecido que embora se possa distinguir claramente entre os estgios de secreo da matriz e o de maturao do esmalte, os processos de degradao da matriz protica e o subsequente crescimento gradual dos cristais no ocorrem apenas durante o estgio de maturao, mas certamente tambm ocorrem no esmalte mais interno j depositado, enquanto nas pores mais externas ocorre uma continuada produo de matriz pelos ameloblastos que esto no estgio de secreo da matriz do esmalte.
Quando foi sugerido que o flor poderia, de alguma forma,
retardar ou inibir a maturao do esmalte (Fejerskov et al., 1974, 1977), tal dano seria exercido por um efeito nos estgios iniciais do desenvolvimento do esmalte, como, por exemplo, a alterao da matriz do esmalte durante sua sntese ou secreo, impedindo a posterior remoo da matriz durante a maturao do esmalte, ao invs de ser um efeito na maturao per se. Entretanto, recentes estudos independentes, em esmalte suno e de ratos, revelaram que o flor, em doses que causam fluorose severa, no afeta as propriedades das amelogeninas e sua degradao durante o estgio secretrio (DenBesten, Crenshaw, 1984; DenBesten, 1986; Aoba et al., 1987, 1989, 1990). Entretanto, Patterson et al. (1976) e DenBesten, Crenshaw (1984) relataram uma diminuio na quantidade total do esmalte secretor em animais que receberam doses de 50-100 ppm de flor na gua de beber, mas em tais altas doses o flor pode interferir com um espectro bem mais amplo de reaes celulares do que aqueles que resultam na fluorose dental em doses menores. Efeito do flor na maturao do esmalte Existe crescentes evidncias que suportam nossa hiptese de que a fluorose dental resulta da ao do flor nos processo envolvidos no estgio de maturao da amelognese. Em 1979, foi mostrado que uma alta dose de flor na gua de beber fornecida por perodos prolongados reduziu o comprimento da zona de modulao de ameloblastos e o nmero de ciclos de modulao no estgio de maturao no rato (Fejerskov et al., 1980). Embora tal efeito tenha sido observado apenas com doses muito altas (113 ppm F na gua), nos especulamos que isto poderia resultar numa reduo na remoo de protenas no esmalte em maturao, uma vez que os dois tipos de ameloblastos maturadores eram considerados como chaves na remoo de protena e subsequente deposio mineral (Josephsen, Fejerskov, 1977). Da, este efeito na modulao celular iria resultar num esmalte hipomineralizado (fluorose dental). Estudos posteriores em ratos (DenBesten, Crenshaw, 1984) confirmaram este efeito na modulao dos ameloblastos, mas um dado mais importante foi revelado ao se relatar a reconstituio completa da modulao dos ameloblastos 9 a 12 dias aps a exposio ao flor ter sido cessada. Durante este perodo, os ameloblastos que foram expostos a altas doses de flor, enquanto estavam no estgio de secreo da matriz, estavam aptos para entrar no estgio de modulao totalmente inalterados. A evidncia definitiva de que o flor pode induzir fluorose dental apenas por afetar o estgio de maturao do esmalte foi fornecida por Richards et al. (1986) em estudos controlados, com sunos, que mostraram que o incio da exposio ao flor aps a completa
secreo do esmalte causou um tipo de hipomineralizao subsuperficial
do esmalte similar quele visto na fluorose humana. Concluses similares foram recentemente obtidas de estudos com carneiros (Suckling et al., 1988), e so reforadas por dados com humanos (Ishii, Nakagaki, 1984; Larsen et al., 1985b). Sinais clnicos da fluorose dental - um resultado apenas da maturao deficiente do esmalte? Surge, portanto, o questionamento de que se as evidncias fornecidas pelos estudos com animais, citados acima, sugerem que as principais caractersticas clnicas da fluorose no esmalte dental so resultado de um efeito do flor principalmente na fase de maturao do esmalte dental. At aqui existe muito pouca evidncia que poderia contradizer esta hiptese. A remoo da matriz e a deposio mineral tambm ocorrem durante a secreo do esmalte, e seria lgico considerar que o flor tambm poderia ter um efeito de retardamento nestes processos durante a secreo do esmalte. Entretanto, no certo se isto isoladamente seria suficiente para causar hipomineralizao do esmalte final se o flor fosse removido antes da fase de maturao. Suckling et al. (1988), num experimento com doses baixas de flor em carneiros, relataram uma elevada severidade de fluorose em esmalte totalmente formado tendo as doses de flor sido administradas antes e durante o estgio de maturao em comparao com o esmalte exposto ao flor apenas durante o estgio de maturao. Isto devido ao aumento constante nos nveis plasmticos de flor durante este experimento, como foi descrito acima. Como resultado, o esmalte que passou pelas fases de secreo e de maturao foi exposto a maiores concentraes de flor quando estava na fase de maturao do que o esmalte que j estava na fase de maturao quando iniciou a exposio ao flor. Seria, ento, interessante saber as conseqncias da exposio ao flor estritamente durante a fase secretria. Entretanto, difcil prever como isto seria testado adequadamente, pois a longa vida mdia biolgica do flor causaria aumento da concentrao plasmtica de flor aps o trmino da exposio ao flor. Tais nveis plasmticos elevados devem ser lembrados no estudo da exposio intermitente a altas doses de flor em crianas. Por exemplo, a severidade da fluorose foi maior em crianas que foram expostas no incio da infncia a altas doses de flor, que depois cessaram abruptamente, do que em outras que tiveram a primeira exposio a altas doses de flor na gua de beber numa idade mais avanada (Ishii, Suckling, 1991). Ao invs de indicar um efeito do flor na formao inicial do esmalte, como sugerido por estes autores, este fenmeno parece ser mais convincentemente explicado pelo efeito sobretransportador descrito acima.