Acesse o site: http://docentes.puc-campinas.edu.

br/clc/arturaraujo/

Introdução ao
jornalismo
impresso
Professor mestre Artur Araujo
(artur.araujo@puc-campinas.edu.br)

O texto jornalístico

Acesse o FTP: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/

A estrutura do texto
jornalístico
 O texto jornalístico obedece a um
formato — a pirâmide invertida — e a
algumas normas que visam ampla
Thaïs de
compreensão e difusão pelos vários Mendonça
Jorge
veículos noticiosos.
 Jornalistas buscam tornar a escrita clara
e concisa.
 As exigências de qualidade devem
caminhar no sentido de maior exatidão
dos fatos.
Pressa e precisão
 O profissional do
jornalismo tem que
juntar a pressa à
perfeição, sempre no Thaïs de
Mendonça
intuito de cativar Jorge

leitores e garantir-
lhes o direito a
informar-se.
Cena de “Todos os homens do
presidente”

Thaïs de
Mendonça
Jorge
Do sensacionalismo à
objetividade - 1
 ‘Desde os primórdios, a história da
notícia evoluiu do:
 Sensacionalismo: com armas dirigidas Thaïs de
ao interesse popular imediato, apelando Mendonça
Jorge
a sentimentos recônditos das pessoas, o
que em outras palavras seriam as
emoções baratas, fáceis de despertar no
público — medo, tristeza, alívio, alegria,
solidariedade...
 Para....
Do sensacionalismo à
objetividade - 1
 ‘Desde os primórdios, a história da
notícia evoluiu do:
 Sensacionalismo: com armas dirigidas Thaïs de
ao interesse popular imediato, apelando Mendonça
Jorge
a sentimentos recônditos das pessoas, o
que em outras palavras seriam as
emoções baratas, fáceis de despertar no
público — medo, tristeza, alívio, alegria,
solidariedade...
 Para....
Do sensacionalismo à
objetividade - 2
 Imparcialidade, objetividade,
veracidade: pressupostos da imprensa
livre, esses três princípios lentamente se
Thaïs de
difundiram a partir do século xviii, Mendonça
Jorge
quando o jornal londrino Daily Courant
começou a prometer só notícias, sem
comentários. No corpo do periódico,
havia uma distinção nítida, visível, entre
news (notícias) e comments
(comentários).
Investigação é a palavra-chave
 Forçada pelo aumento do contingente de
leitores — a quem tinha que dar
satisfação —, a imprensa começou a se
Thaïs de
preocupar mais com a veracidade e as Mendonça
Jorge
fontes passaram a ser identificadas.
Objetividade
 A conotação de objetividade se insere na
idéia de que o repórter deve ser isento
ao relatar a cena que presenciou. No
Thaïs de
entanto, sabe-se que a objetividade se Mendonça
Jorge
sujeita ao olho de quem seleciona,
mistura, ordena os fatos. Mesmo com o
propósito de ser o mais imparcial
possível, não se consegue deixar de
colocar a colher no meio da sopa — o
processo de apuração jornalística.
O ‘fantasma’ da Justiça
 O fantasma que persegue o jornalista
consciente é o da justiça. Seu papel é
mostrar os dois lados da situação que,
Thaïs de
como observador, deve transportar a Mendonça
Jorge
quem está longe.
 É preciso dar oportunidade para que as
pessoas acusadas, criticadas ou citadas
negativamente falem em sua própria
defesa.
A clareza
 Como discurso centrado no receptor,
tendo como principal meta a transmissão
de informação e cultura, o texto
Thaïs de
jornalístico deve alcançar o maior Mendonça
Jorge
número possível de pessoas. Os textos
dirigidos, boletins de empresa,
newsletters, jornais internos, não estão
isentos da obrigação de ser claros.
7 leis do texto jornalístico
 Lei 1) Brevidade: a notícia deve ser
exercitada na primeira das qualidades, a
síntese.
Thaïs de
 A notícia deve ter o tamanho de uma Mendonça
Jorge
saia de mulher: curta bastante para atrair
a atenção e bastante longa para cobrir o
assunto
7 leis do texto jornalístico
 Lei 2) Clareza: a clareza é companheira
fiel da brevidade. O texto breve deve
também ser explicado, chegando, às
Thaïs de
vezes, a ser didático. Mendonça
Jorge
 A compreensão da notícia depende da
forma como chega ao leitor.
7 leis do texto jornalístico
 Lei 3) Simplicidade: a redação
jornalística deve ter a simplicidade das
coisas bem elaboradas.
Thaïs de
 Simplificar a linguagem é preferir as Mendonça
Jorge
palavras comuns e familiares, sem
rebuscamento. Evite vocabulário e
expressões prolixos; fuja dos lugares-
comuns que, ao contrário de facilitar,
dificultam a comunicação pelo
empobrecimento dos recursos.
7 leis do texto jornalístico
 Lei 4) Concisão: o trinômio
concisão/precisão/exatidão se completa,
mas as três expressões estão longe de
Thaïs de
ser sinônimas. Concisão é o ato de Mendonça
Jorge
resumir as idéias ao mínimo necessário,
descartando o supérfluo e utilizando
palavras indispensáveis e justas para a
ocasião.
7 leis do texto jornalístico
 Lei 5) Precisão: é o ato de escolher o
texto certo, a expressão mais
aproximada para descrever uma cena,
Thaïs de
narrar um estado de coisas, exprimir Mendonça
Jorge
uma mensagem.
7 leis do texto jornalístico
 Lei 6) Exatidão: diz respeito à
informação. Ao transmitir os fatos, é
necessário ser exato, ou melhor: buscar
Thaïs de
o termo certo, a comparação justa, Mendonça
Jorge
números que tragam a realidade para
perto de quem lê.
7 leis do texto jornalístico
 Lei 7) Ritmo: só as pessoas
familiarizadas com o ato de escrever
compreendem a importância do ritmo,
Thaïs de
algo intuitivo e sentido, mais do que Mendonça
Jorge
estudado. Os vários ritmos no texto
jornalístico, de acordo com o que se quer
reportar, levam a diferentes cadências:
uma tarde no circo exigiria um ritmo de
prosa alegre; um acontecimento
pitoresco apela ao gênero cômico...
Recomendações do Estadão
 Pense que o jornal tem leitores de
todas as tendências, raças, credos e
religiões. Por isso, procure sempre
ser isento no noticiário
especialmente naquele que envolva Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

questões delicadas, e evite utilizar

frases, alusões ou conceitos que
possam melindrar as pessoas.
Recomendações do Estadão
 Sempre que fizer referência à
notícia publicada em outro jornal ou
revista, escreva claramente qual foi
o órgão que a divulgou. Eufemismos
como revista semanal paulista ou Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

jornal carioca não se justificam.

Recomendações do Estadão
 Por princípio e em respeito ao leitor,
o Estado não publica palavrões nem
vulgaridades. Assim, todo texto que,
mesmo em transcrições, contiver
expressões como essas deve ser Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

submetido à Direção da Redação.

Recomendações do Estadão
 Além dos palavrões, há uma série
de palavras que ofendem aqueles a
quem se dirigem nem todo gordo
aceita ser chamado dessa forma,
muito menos de balofo. Se a Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

pessoa tiver orelhas de abano,

para que deverá o jornal agravar
esse complexo?
Recomendações do Estadão
 Trate com dignidade os deficientes
físicos e use a palavra técnica, e
não termos populares e ofensivos,
para designá-los. Assim, por
exemplo, estrábico e não vesgo, Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

impotente e não broxa.

 Nunca recorra a palavras que
agridam raças, nacionalidades ou
tendências políticas, como
carcamano, comuna, china
Recomendações do Estadão
 Se necessário, use a forma negro (e
nunca preto, colored, pessoa de cor,
crioulo, pardo, etc.). Mulato e mulata
são aceitáveis quando se justificar a
especificação, na notícia, da cor da Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

pele da pessoa. No noticiário

policial, só faça referência a negro
quando se tratar de pessoa
procurada.
Recomendações do Estadão
 Na maior parte dos casos, a palavra
velho tem conotação
preconceituosa. Se necessário,
revele a idade da pessoa que ficará
clara essa condição. Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

 Homossexual é outro termo que só

deve aparecer no noticiário se tiver
relação com o fato descrito.
Recomendações do Estadão
 Por força de lei, menores envolvidos
em crimes não poderão ter os
nomes publicados no jornal
(identifique-os pelas iniciais), nem
suas fotos divulgadas. Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

 O jornal deve informar do que uma

pessoa sofre, foi operada ou
morreu. Não há sentido em
esconder que alguém tem câncer,
por exemplo, ou mesmo aids.
Recomendações do Estadão
 Se uma pessoa se suicidou, a
notícia deve revelá-lo ao leitor,
também para que este não receba a
informação pela metade.
Luciano Martins (1939-2008),
 Além do caso dos menores, iniciais autor do Manual do Estadão

poderão ser utilizadas para designar

autores de denúncias e mulheres
adultas vítimas de estupro cuja
identidade o jornal admita preservar.
Recomendações do Estadão
 Designe a pessoa sempre pela sua
ocupação principal e não por outra,
acessória (ou por um qualificativo),
que tenha por objetivo apenas
rebaixá-la perante o leitor. Se um Luciano Martins (1939-2008),
autor do Manual do Estadão

astrólogo for nomeado ministro, ele

será ministro no noticiário, e não
astrólogo.
Citação do dia
“Nunca se esqueça que, se
você não ‘acertar’ um leitor
de jornal entre os olhos com
sua primeira sentença, não há
necessidade de escrever uma
segunda sentença.”

Arthur Brisbane (1864-1936)

Jornalista norte-americano