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Capítulo I
Neuroanatomia e Fisiologia Cerebral: base da aprendizagem.
O Sistema Nervoso controla as funções do nosso organismo. É através dele que recebemos
informações do meio, muitas vezes nos recordamos dessas informações e até mesmo
respondemos de maneira específica interagindo assim com o meio que nos envolve de forma
precisa e altamente elaborada. Os impulsos nervosos seguem através dos neurônios em
sentido anterógrado, indo no sentido do dendrito para o axônio. O axônio, por sua vez, leva
esse impulso aos dendritos do neurônio subseqüente ou a uma célula efetuadora como, por
exemplo, uma célula muscular. Entre um neurônio e outro existe um espaço denominado
sinapse. A sinapse estabelece a ligação funcional entre dois neurônios, sendo importante para
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a modulação dos impulsos que aí seguem, além de ser considerado o ponto de união entre
esses neurônios. Os neurônios sensitivos recebem informações provenientes dos receptores e
as levam aos neurônios integradores ou de associação, localizados no córtex cerebral. Os
neurônios de associação selecionam as informações sensitivas e elaboram a resposta, a qual
deve seguir pelos neurônios motores ou efetuadores. A função do sistema nervoso central
pode ser classificada de acordo com três níveis principais. São eles o nível da medula
espinhal, o nível cerebral inferior e o nível cerebral superior ou cortical. O nível da medula
espinhal está relacionado não apenas com a transmissão de impulsos do centro para a periferia
e desta para o centro, mas também com a realização de reflexos motores em resposta a um
determinado estímulo. O nível cerebral inferior está relacionado com a grande maioria das
atividades subconscientes. O nível cerebral superior armazena a grande maioria da nossa
memória e é o responsável pelos complexos processos mentais que envolvem o pensamento.
Costuma-se dizer que é o córtex que abre o mundo para nossa mente. É importante ressaltar
que o córtex não funciona por si, dependendo, por exemplo, do estímulo da formação reticular
para a manutenção do estado de vigília. O neurônio que secreta o transmissor é chamado de
neurônio pré-sináptico enquanto o neurônio sobre o qual age o transmissor é chamado de
neurônio pós-sináptico. O neurônio pré-sináptico possui terminações pré-sinápticas ou botões
pré-sinápticos que possuem em seu interior duas estruturas importantes: as vesículas de
transmissor e as mitocôndrias. A terminação pré-sináptica está separada da soma neural pós-
sináptica, o qual possui proteínas receptoras, através da fenda sináptica. Quando a onda de
despolarização que caracteriza o impulso chega à terminação pré-sináptica, esta faz com que
as vesículas transmissoras liberem o neurotransmissor na fenda sináptica, o qual irá agir sobre
as proteínas receptoras do neurônio pós-sináptico alterando a permeabilidade da membrana, o
que leva à excitação ou inibição do neurônio pós-sináptico dependendo da característica do
receptor.
2. O CERÉBRO HUMANO.
sabe que o hemisfério esquerdo é responsável pelos processos de linguagem na maioria dos
dextros e em mais de metade dos canhotos e ambidextros, provando-se assim que tal
associação não pode ser considerada funcional, e deriva de razões genéticas. Convém explicar
este conceito de dominância esquerda relativamente à linguagem. Em 1861, o neurologista
francês Paul Broca alertou para o fato das alterações da linguagem estar diretamente ligadas a
lesões cerebrais no hemisfério esquerdo e identificou a sua localização no cérebro, ficando
esta conhecida por área de Broca. Aliás, foi devido a esta descoberta que se considerou o
hemisfério esquerdo o dominante, já que a linguagem era a sede da razão e aquilo que
diferenciava o Homem dos outros animais. Depois da descoberta de Broca verificaram-se
diferenças anatômicas entre os dois hemisférios. Este fato deve ser realçado, pois ao contrário
do que muitos possam pensar, os hemisférios são morfológica e funcionalmente distintos,
existindo assim uma assimetria entre ambos. O desafio que se tem revelado mais difícil na
história da fisiologia cerebral tem sido a atribuição de funções aos lobos temporais. De fato,
apesar de existirem regiões mais aptas a certos tipos de função, as funções cerebrais só são
possíveis no funcionamento de todo o cérebro, sendo por isso difícil determinar
especificamente as funções de cada uma das partes. Esta separação de funções é, contudo
mais válida no caso das regiões onde ocorrem eventos ligados ao ato motor (circunvolução
frontal ascendente) e à sintetização de sensações que se traduzem numa percepção, que se
sabem presentes no córtex motor e córtex sensorial, respectivamente, como indica na figura
ANEXO 1. Com rigor se pode também afirmar que o processamento de informações
relacionadas com a visão é feita no córtex occipital e que numa determinada área do lobo
occipital, em torno do “rego calcarino” termina a via da retina que transporta essa informação
visual para ser tratada. Quanto ao lobo temporal sabe-se que dispõe de uma área relacionada
com a audição. Já ao lobo parietal é atribuída a função de receber a informação proveniente
dos receptores de sensibilidade que se encontram na pele espalhados por todo o corpo. Pode-
se ainda adiantar que a circunvolução frontal está ligada à ocorrência de fenômenos
bioelétricos relacionados com a motricidade, e a parietal com fenômenos ligados à
sensibilidade do corpo. No que diz respeito aos lobos frontais, muito resumidamente, admite-
se que nestes decorra a maior parte da atividade relacionada com a execução de tarefas
complexas, que não necessitam de integrar informação de outras partes do cérebro. Quanto ao
sistema límbico, as suas funções dizem respeito à memória e a aspectos afetivos. Vários
estudos experimentais foram realizados no sentido de atribuir funções aos lobos temporais e
dois pontos foram tomados como cientificamente corretos: o lobo frontal ativa durante o
desempenho de provas de memória (com maior envolvência da face dorso-lateral do córtex) e
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no caso de provas de atenção verifica-se a ativação da face interna dos lobos frontais. O
córtex frontal está anatomicamente dividido em córtex motor, ligado à motricidade, como já
dissemos córtex pré-motor que representa o córtex de associação motora, e córtex pré-frontal
que recebe informação do córtex sensorial de associação e que está muito ligado ao sistema
límbico, e a função deste último pode ser muito dificilmente isolada dado que os mecanismos
aqui processados são muito complexos na integração de funções. A ciência, neurobiologia e
neurofisiologia enfrentam assim o desafio de melhorar técnicas que permitam ultrapassar as
dificuldades sentidas na tipificação de mecanismos e funções. Por fim as grandes subdivisões
anatômicas no cérebro nos oferecem um mapa de suas capacidades. RESUMINDO: o cérebro
é bilateralmente simétrico, seus hemisférios direito e esquerdo conectados pelo corpo caloso e
outras conexões axonais. Sua base consiste de estruturas como o bulbo que regula as funções
autônomas incluindo respiração, circulação e digestão e o cerebelo que coordena o
movimento. Em seu interior está a estrutura que controla o comportamento emocional, a
memória e outras funções. A superfície que envolve os hemisférios cerebrais é chamada
córtex. Tem cerca de 2 milímetros de espessura e se esticado pode atingir o tamanho de 1,5
metros quadrado. A parte do córtex que si desenvolve primeiro é o sistema límbico. 0
neocórtex, que surge depois, é dividido nos lobos frontal, temporal, parietal e occipital, que
são separados por sulcos. Os impulsos nervosos que geram a percepção e o pensamento
conheceram dos como potenciais de ação, movem-se através do córtex. Algumas regiões do
cérebro com funções específicas têm sido estudadas em detalhe, como o córtex motor e o
córtex somatosensorial. ANEXO III
passo a passo. Quer entender os componentes um por um. O hemisfério lógico pensa em
símbolos e conceitos abstratos (ANEXOS V ao XIII).
A aprendizagem é um processo que se pode definir de forma sintética como o modo como os
seres humanos adquirem novos conhecimentos e habilidades, e forma de desenvolver
competências que mudam comportamentos. Contudo, a complexidade desse processo não
pode ser explicada apenas através de definições globais. Por outro lado, qualquer definição
está, invariavelmente, impregnada de pressupostos político-ideológicos, relacionados com a
visão de homem, sociedade e saber. Segundo Johnson & Myklebust o cérebro funciona de forma
semi – autônoma, ou seja, um sistema pode funcionar sozinho; pode funcionar com dois ou mais
sistemas; ou pode funcionar de forma integrada (todos os sistemas funcionando ao mesmo tempo).
blocos desconexos, que ao serem ativados montam a lembrança do evento que é novamente
sentida pelo indivíduo, como por exemplo, a lembrança da escola e dos amigos pela
associação da lembrança de um determinado conjunto de sentimentos e valores. Como já é
notório existem Existem três formas de aprendizagem. 1)Aprendizagem Intra –
Neurosensorial. 2) Aprendizagem Inter- Neurosensorial. 3)Aprendizagem Integrativa. A
educação é uma arte em permanente construção. Tem seu primeiro degrau no olhar sobre a
criança de 0 a 6 anos, em creches e pré-escolas, que cresce em importância à medida que a
formação desses sujeitos, antes majoritariamente a cargo das famílias, é cada vez mais
institucionalizada em creches e pré-escolas. Contudo, a educação é o feixe central da
interdisciplinaridade que engloba aspectos antropológicos, filosóficos, biológicos e
psicológicos da espécie humana. Transpondo essa colocação para o foco desta pesquisa, pode-
se dizer que o cérebro desempenha o papel deste feixe na formação do intelecto humano,
através de conexões neurais que são a polarização dos opostos em busca de caminhos para o
aprendizado. Por entender a importância do cérebro no processo de aprendizagem,
consideram-se, aqui, as contribuições da Neurociência para a formação de professores, com o
objetivo de oferecer aos educadores um aprofundamento a esse respeito, para que se
obtenham melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem, especialmente, na
educação básica.
4. CÉREBRO E APRENDIZAGEM.
A pesquisa médica atesta que o período mais rápido de desenvolvimento do cérebro ocorre
nos primeiros anos de vida. Assim, as experiências da infância afetam de forma duradoura a
capacidade posterior de aprendizagem do indivíduo.
O desenvolvimento cerebral que ocorre antes do nascimento e no primeiro ano de vida é mais
rápido, extenso e muito mais vulnerável às influências ambientais do que acreditávamos. A
ambiente afeta não só o número de células cerebrais e conexões entre elas, mas também a
forma com que essas conexões são realizadas. O desenvolvimento sadio do cérebro atua
diretamente sobre a capacidade cognitiva. Desse modo, o estresse nos primeiros anos de vida
tem um impacto negativo sobre o desenvolvimento do cérebro. Uma nutrição inadequada
antes do nascimento e nos primeiros anos de vida pode interferir significativamente no
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Os neurocientistas acreditavam, até há pouco tempo, que uma vez completado seu
desenvolvimento, o cérebro seria incapaz de mudar, principalmente no que diz respeito aos
neurônios. Entendiam que estes não podiam se auto-reproduzir ou sofrer mudanças
significativas quanto às suas estruturas de conexão com os outros neurônios.
Conseqüentemente, as partes lesionadas do cérebro seriam incapazes de crescer novamente e
recuperar, mesmo que parcialmente, suas funções. De modo similar, a experiência e o
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A educação de crianças em um ambiente enriquecedor desde a mais tenra idade pode ter um
forte impacto sobre suas capacidades cognitivas e de memória futuras. A diversidade de
sensações, a presença de cor, de música, a variedade de interações sociais, dos contatos e
exercícios corporais e mentais podem ser benéficos, desde que não sejam excessivos. Pessoas
que sofreram lesões em partes de seu cérebro podem recuperar parcialmente as funções
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Nossa mente regula suas atividades através de ondas elétricas que são registradas no cérebro,
emitindo minúsculos impulsos eletroquímicos de variadas freqüências, podendo ser
registradas pelo eletroencefalograma. Essas ondas cerebrais são conhecidas como: Beta, Alfa,
Teta e Delta.
levamos uma vida inteira exercitando quase que só as funções do hemisfério esquerdo, ou só
o lado direito ocorre às doenças cerebrais degenerativas, como o mal de Alzheimer.
Necessitamos, portanto, estimular as diversas áreas do nosso cérebro, ajudando os neurônios a
fazerem novas conexões, diversificando nossos campos de interesse e de ação.
5. Mapeamento Cerebral.
5.1. Introdução.
5.1.2. Neurônios.
5.1.2.1. Introdução.
Os cérebros ou redes neuronais formais não podem resolver certos problemas, mas apenas
encontrar soluções que podem ser razoáveis ou aproximadas da solução, para classes
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limitadas, mas importantes de problemas. As cifras são estimadas, o cérebro humano possui
entre 10.000.000.000 e 100.000.000.000 neurônios, estes vão cooperando entre si interagindo
uns com os outros, pois cada neurônio do cérebro humano está ligado a centenas ou milhares
de outros neurônios. Assim, estima-se que existem 100.000.000.000.000 e
1.000.000.000.000.000 de conexões entre os neurônios. Este número é muito inferior ao
número estimado para que o conexionismo no cérebro seja total. ANEXO XVI Nos
mamíferos o sistema nervoso é protegido por um crânio e por uma coluna vertebral. Para que
o tecido nervoso não venha a ser danificado quando em contacto com o osso. Existe entre eles
um fluído cerebrospinal que faz com que o sistema cerebral se encontre em suspensão
hidráulica. O sistema nervoso vai consumir 25% de energia do seu corpo, devido à
eletroquímica dos neurônios. Este elevado metabolismo faz com que os tecidos
metabolicamente ativos sejam sensíveis a venenos e a falhas de combustível. Para que isto
não aconteça o cérebro é regulado através de uma barreira sangue-cérebro que é um
mecanismo de filtragem, desempenhado principalmente pela glia, que permite a passagem de
um espectro estreito de moléculas. Os neurônios dos mamíferos têm a particularidade de
pouco após o seu nascimento, não se dividirem mais. Não existe a substituição de neurônios
logo após a sua morte. Alguns sistemas neuronais têm a particularidade de existir uma
competição para estabelecer conexões entre neurônios e, se os contactos funcionais não forem
apropriados, a célula morre.
Entendemos como eletroquímica: “Parte da Química que estuda os fenômenos químicos nos
quais a eletricidade desempenha papel preponderante” – Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa - http://www.priberam.pt/DLPO/Default. aspx Assim, é racional definir que a
eletroquímica dos neurônios se compõe do processamento de funcionalidade da aprendizagem
pela condutibilidade de informações sinápticas. Os neurônios são à base de toda a estrutura de
processamento de informações e procedimentos do cérebro. De suas conexões depende a
percepção do mundo, o aprendizado, o desenvolvimento das paixões, a raiva e o altruísmo.
Uma vez estimulado, um neurônio repassa a informação a outro neurônio por meio de um
processo eletroquímico. Os sinais elétricos se propagam como ondas pelos axônios, algo
como longo tentáculos do neurônio
O neurônio é constituído por uma célula principal (cell body), por dendrites, por um axônio e
na sua extremidade existem estruturas designadas por sinapses. As dendrites têm como função
fazer o processamento e integrar as correntes sendo o resultado da computação propagado ao
longo do axônio até as sinapses, em que as correntes de saída são as correntes de entrada de
outros neurônios. As sinapses fazem com que a célula influencie a atividade das outras
células. Existe a crença por parte dos cientistas de que a eficiência das sinapses pode variar e
estas eficiências são a chave do entendimento da natureza da computação neuronal.
Para considerar o potencial da membrana tem que se pensar também nos desequilíbrios
iônicos no neurônio. As concentrações de dois íons designados por Sódio e Potássio são
desiguais dentro e fora da célula, sendo a concentração de Na+ maior fora da célula enquanto
que a concentração de K+ é maior no interior da célula. Sendo a membrana da célula
permeável, a ativação do neurônio provoca perda de potássio e a introdução de sódio na célula
provoca o ativamento da bomba sódio-potássio que mantêm a concentração destes íons
constante dentro e fora da célula. Os dois estados da célula quanto ao potencial da sua
membrana são dois; a célula diz-se hiperpolarizada quando o potencial da membrana é mais
negativo ou diz-se despolarizada quando se torna menos negativo. Foram feitas experiências
sobre o potencial de ação e conclui-se que este não altera a sua forma com o aumento de
corrente. Este aspecto é designado por tudo ou nada, um passo sutil de verdadeiro-falso dado
por McCulloch e Pitts. O estudo da natureza do potencial de ação vai dar origem à
neurofisiologia. Foi então estudado, em primeiro lugar por Hodgkin e Huxley, no axônio
gigante da lula, Loligo Vulgaris, que tinha a particularidade da sua espessura ter cerca de
meio milímetro ou mais de diâmetro. O mecanismo que faz com que exista potencial de ação
é um processo de retroação regenerativa envolvendo alterações nas condutâncias da
membrana relativamente aos íons, sódio e potássio. Conclui-se então que existem duas
diferenças entre o interior e o exterior de uma célula nervosa; a primeira é que o interior da
célula está carregado negativamente relativamente ao exterior e as composições iônicas do
interior e do exterior são diferentes.
O Limulus polyphemos, tem o sistema nervoso mais bem estudado e o qual proporcionou a
revelação do poder computacional de um sistema distribuído. A arquitetura do sistema visual
deste ser foi muito influente na investigação de arquiteturas de neurônios formados. O olho do
Limulus encontra-se dividido em 800 ommatidia, física e opticamente separado uns dos
outros. Cada ommatidium é constituído por unidades próprias de recepção de luz e de
transdução neural e ainda por paredes opacas que os separam dos vizinhos. Os cones
transparentes possuem índices de refração graduais que focam a luz nos foto sensores. Cada
ommatidium cobre um ângulo medido em estereo-radianos e o campo de visão de um olho é
cerca de um hemisfério. As células fotossensíveis de um ommatidium respondem à
iluminação com pequeno potencial receptor. A célula excêntrica converte esta voltagem em
freqüências de potencias de ação, o que faz com que exista uma relação de linearidade notável
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5.1.2.7. Reflexão.
Até há pouco tempo, os neurocientistas acreditavam que, uma vez completado seu
desenvolvimento, o cérebro era incapaz de mudar, particularmente em relação às células
nervosas, ou neurônios. Aceitava-se o dogma segundo o qual os neurônios não podiam se
auto-reproduzir ou sofrer mudanças significativas quanto às suas estruturas de conexão com
os outros neurônios. As conseqüências práticas dessas crenças implicavam em que: a) as
partes lesionadas do cérebro, tais como aquelas apresentadas por vítimas de tumores ou
derrames, eram incapazes de crescer novamente e recuperar, pelo menos parcialmente, suas
funções e b) a experiência e o aprendizado podem alterar a funcionalidade do cérebro, porém
não sua anatomia. Parece que os neurocientistas estavam errados em ambos os casos. As
pesquisas dos últimos 10 anos têm revelado um quadro inteiramente diferente. Em resposta
aos jogos, estimulações e experiências, o cérebro exibe o crescimento de conexões neuronais.
Embora os pioneiros da pesquisa em comportamento biológico, tais como Donald Hebb, do
Canadá e Jersy Konorski, da Polônia, acreditassem que a memória implicava em mudanças
estruturais nos circuitos neurais, ainda não se dispunha de evidências experimentais que
comprovassem essa noção. O crescimento neuronal e a regeneração enquanto resposta a
fatores ambientais já não parece impossível, devido ao que a neurociência já tem revelado em
experiências com animais e seres humanos. Este conhecimento, de par com a descoberta dos
mecanismos que tornam isso possível constituirá um portão para um futuro fantástico para a
humanidade; um futuro onde talvez possamos manipular e influenciar nossas próprias
capacidades mentais de um modo inteiramente imprevisível. Isso tem constituído o sonho
duradouro tanto da ciência como da ficção científica e talvez estejamos situados no limiar de
sua realização (ANEXO XV – Exame de MAPEAMENTO CEREBRAL durante uma tarefa
de matemática).
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O mapeamento cerebral também observa o lado de fora. Ele examina como o nosso ambiente
modifica a estrutura do cérebro, estudando, por exemplo, como ele se transforma fisicamente
através da aprendizagem e dos processos de envelhecimento. O mapeamento também
examina o que há de errado fisicamente no órgão em doenças mentais e outras doenças
cerebrais. E finalmente, o mapeamento cerebral tem o objetivo de nos fornecer um quadro
geral da estrutura do cérebro. Podemos utilizar alguns exemplos, optamos pelo exemplo do O
Google Earth que nos mostra imagens de satélite do nosso planeta e as aproximam de
continentes, países, estados, cidades, estradas, ruas e prédios. O mapa estrutural completo do
nosso cérebro pode parecer com isso. Ele pode nos mostrar todo o nosso cérebro, todas as
regiões, lobos funcionais, centros especializados, conjuntos de neurônios, partes do órgão que
se conectam, circuitos de neurônios, neurônios únicos, junções entre os neurônios e suas
partes. Os cientistas ainda estão desenvolvendo pesquisas para melhor compreender os
elementos que formam esse gigantesco mapa. O mapeamento cerebral é um conjunto de
ferramentas diversificadas. Os pesquisadores coletam imagens do cérebro, para transformá-las
em dados e então, utilizá-las para analisarem o que acontece nesse órgão durante o seu
desenvolvimento.
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6.1. Introdução.
Médicos e cientistas aprenderam mais com o mapeamento cerebral do que esta monografia
consegue cobrir Podemos citar alguns destaques:
7.1. Introdução.
Novos métodos permitem aos pesquisadores observarem todas as conexões entre os neurônios
em um cérebro intacto. Essa ramificação do estudo é chamada de conectomia e conectoma.
Lichtman, um biólogo de Harvard que liderou o grupo que desenvolveu algumas das novas
técnicas, afirmou: "Nós podíamos observar células individuais, mas nunca todas de uma só
vez", completa, a fala de outro pesquisador, JEFF, que diz: “Até recentemente, não
esperávamos obter esses diagramas elétricos," JEFF se posicionou assim quando descreveu o
DIAGRAMA ELETRICO, chamado de conectoma. Outra técnica conhecida no MPC é a
Técnica de Brainbow que cataloga cada neurônio de um animal vivo com uma cor diferente.
Com a geração de imagens, os cientistas podem ver onde e como os neurônios se conectam
entre eles. Enquanto o animal cresce e envelhece, eles também podem ver como os neurônios
modificam essas conexões. Outra técnica utiliza o ATLUM, ou ultra micrótomo
automático de torno para coleta. Essa máquina lê o diagrama elétrico cerebral. "Fazemos
algo semelhante a perfurar uma maçã," explica Lichtman. "Basicamente, fazemos um corte
em espiral enquanto giramos o cérebro sobre um torno e colocamos esse tecido sobre uma
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fita. Eventualmente, temos uma fita bastante comprida que é, essencialmente, todo o cérebro.
Utilizando um microscópio eletrônico, nós capturamos isso para observarmos a estrutura do
diagrama", diz o biólogo. Até agora, o Brainbow e o ATLUM são utilizados somente para o
propósito de estudar animais com cérebros relativamente pequenos, como os ratos.
7.3.1. Conectomia.
7.3.2. Conectoma.
Capítulo II
Exames Complementares.
1.1. Introdução.
1.1.1. Anamnese.
A Psicopedagogia faz uso da técnica da Anamnese, que significa em grego antigo ἀνάμνησις
= lembrança, reminiscência; e literalmente perda do esquecimento, é um termo mais utilizado
medicina, filosofia, psicanálise psicopedagogia e religião e pode referir-se a:
A Psicopedagogia não faz uso da técnica do exame físico mais se faz necessário ter uma visão
desta natureza de exame avaliativo. O exame físico ou exame clínico é o conjunto de técnicas
e manobras de alguns profissionais de saúde com o intuito de diagnosticar uma doença ou
problemas de funcionalidade, entre outros. Os profissionais de saúde que se utilizam desse
instrumento visam a detecção de anormalidades para possíveis intervenções e para prevenção
do agravamento do estado do paciente. Quase sempre realizado depois de uma anamnese, o
exame físico pode utilizar aparelhos, tais como: estetoscópio, esfigmomanômetro,
termômetro, entre outros, com o objetivo de melhor avaliar um órgão ou sistema na busca de
mudanças anatômicas ou funcionais que são resultantes da doença. Além disso, serve para a
constatação do bom funcionamento dos sistemas. O exame físico pode ser geral ou focal e se
divide em quatro etapas: inspeção, ausculta, palpação e percussão. O exame clínico tem o
céfalo-podálico(indo da cabeça para os pés). Inspeção: exige a utilização do sentido da visão.
Tem como objetivos detectar dismorfias, distúrbios do desenvolvimento, lesões cutâneas,
presença de catéteres e tubos ou outros dispositivos. Palpação: obtenção do dado através do
tato e da pressão (para regiões mais profundas do corpo). Identifica modificações na estrutura,
espessura, consistência, volume e dureza. Percussão: através de pequenos golpes, é possível
escutar sons. Cada estrutura tem um som característico. Os sons obtidos podem ser: maciço
(onde o local tocado é "duro", pode indicar hemorragia interna ou presença de secreções),
timpânico (indica presença de ar), som claro pulmonar (indica presença de ar nos alvéolos)
Ausculta: procedimento que detecta sons do organismo, só que diferente da percussão, esse
procedimento usa aparelhos para auxílio, por exemplo o estetoscópio.
1.1.3. Diagnóstico.
A Psicopedagogia precisa ter uma visão para compreensão das técnicas de diagnóstico para
poder compreender a leitura de um MAPEAMENTO CEREBRAL. Faz-se ter necessário ter
uma visão de caráter avaliativo do diagnóstico. Diagnóstico vem do grego original
διαγηοστικόη, pelo latim diagnosticu = dia= através de, durante, por meio de+ gnosticu =
alusivo ao conhecimento de, lato sensu, vem a ser:
2.1.3. Procedimento.
Para obter uma TC, o paciente é colocado numa mesa que se desloca para o interior de um
anel de cerca de 70 cm de diâmetro. À volta deste encontra-se uma ampola de Raios-X, num
suporte circular designado gantry. Do lado oposto à ampola encontra-se o detector
responsável por captar a radiação e transmitir essa informação ao computador ao qual está
conectado. Nas máquinas sequenciais ou de terceira geração, durante o exame, o “gantry”
descreve uma volta completa (360º) em torno do paciente, com a ampola a emitir raios X, que
após atravessar o corpo do paciente são captados na outra extremidade pelo detector. Esses
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dados são então processados pelo computador, que analisa as variações de absorção ao longo
da secção observada, e reconstrói esses dados sob a forma de uma imagem. A “mesa” avança
então mais um pouco, repetindo-se o processo para obter uma nova imagem, alguns
milímetros ou centímetros mais abaixo. Os equipamentos designados “helicoidais”, ou de
quarta geração, descrevem uma hélice em torno do corpo do paciente, em vez de uma
sucessão de círculos completo. Desta forma é obtida informação de uma forma contínua,
permitindo, dentro de certos limites, reconstruir imagens de qualquer secção analisada, não se
limitando portanto aos "círculos" obtidos com as máquinas convencionais. Permitem também
a utilização de doses menores de radiação, além de serem muito mais rápidas. A hélice é
possível porque a mesa de pacientes, ao invés de ficar parada durante a aquisição, durante o
corte, tal como ocorre na tomografia convencional, avança continuamente durante a
realização dos cortes. Na tomografia convencional a mesa anda e pára a cada novo corte. Na
helicoidal a mesa avança enquanto os cortes são realizados. Atualmente também é possível
encontrar equipamentos denominados DUOSLICE, e MULTISLICE, ou seja multicorte, que,
após um disparo da ampola de raios x, fornecem múltiplas imagens. Podem possuir 2, 8, 16,
64 e até 128 canais, representando maior agilidade na execução do exame diagnostico. Há um
modelo, inclusive, que conta com dois tubos de raios-x e dois detectores de 64 canais cada, o
que se traduz em maior agilidade para aquisição de imagens cardíacas, de modo que não é
necessário o uso de beta-bloqueadores. Permite também aquisições diferenciais, com tensões
diferentes em cada um dos emissores, de modo a se obter, por subtração, realce de estruturas
anatômicas. Com essa nova tecnologia é possível prover reconstruções 3D, MPR
(MultiPlanarReconstrucion) ou até mesmo mensurar perfusões sanguíneas.
ocupa a matriz, por exemplo, uma matriz pode ter 512 pixeis em colunas e 512 pixeis em
linhas, e se o campo de visão for de 12 cm, cada pixel vai representar cerca de 0,023 cm (12
cm/512). Assim para o estudo de estruturas delicadas como o ouvido interno o campo de
visão é pequeno, como visto acima enquanto para o estudo do abdômen o campo de visão é
maior, 50 cm (se tiver uma matriz de 512 x 512, então o tamanho da região que cada pixel
representa vai ser cerca de quatro vezes maior, ou próximo de 1 mm). Não devemos esquecer
que FOV grande representa perda de foco, e consequentemente radiação x secundaria. Em
relação às imagens, existe uma convenção para traduzir os valores de voltagem detectados em
unidades digitais. Dessa forma, temos valores que variam de –1000, onde nenhuma voltagem
é detectada: o objeto não absorveu praticamente nenhum dos fótons de Rx, e se comporta
como o ar; ou um valor muito alto, algo como +1000 ou mais, caso poucos fótons cheguem ao
detector: o objeto absorveu quase todos os fótons de RX. Essa escala onde –1000 é mais
escuro, 0 é um cinza médio e +1000 (ou mais) é bem claro. Dessa forma quanto mais RX o
objeto absorver, mais claro ele é na imagem. Outra vantagem é que esses valores são
ajustados de acordo com os tecidos biológicos. A escala de cinza é formada por um grande
espectro de representações de tonalidades entre branco, cinza e o preto. A escala de cinzas é
que é responsável pelo brilho de imagem. Uma escala de cinzas foi criada especialmente para
a tomografia computadorizada e sua unidade foi chamada de unidade Hounsfield (HU), em
homenagem ao cientista que desenvolveu a tomografia computadorizada. Nesta escala temos
o seguinte:
As janelas são recursos computacionais que permitem que após a obtenção das imagens a
escala de cinzas possa ser estreitada facilitando a diferenciação entre certas estruturas
conforme a necessidade. Isto porque o olho humano tem a capacidade de diferenciar uma
escala de cinzas de 10 a 60 tons (a maioria das pessoas distingue 20 diferentes tons), enquanto
na tomografia no mínimo, como visto acima há 2000 tons. Entretanto, podem ser obtidos até
65536 tons – o que seria inútil se tivéssemos que apresentá-los ao mesmo tempo na imagem,
já que não poderíamos distingui-los. A janela é na verdade uma forma de mostrar apenas uma
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faixa de tons de cinza que nos interessa, de forma a adaptar a nossa capacidade de visão aos
dados obtidos pelo tomógrafo. Numa janela define-se a abertura da mesma ou seja qual será o
número máximo de tons de cinza entre o valor numérico em HU do branco e qual será o do
preto. O nível é definido como o valor (em HU) da média da janela. O uso de diferentes
janelas em tomografia permite por exemplo o estudo dos ossos com distinção entre a cortical
e a medular óssea ou o estudo de partes moles com a distinção, por exemplo, no cérebro entre
a substância branca e a cinzenta. A mesma imagem pode ser mostrada com diferentes ajustes
da janela, de modo a mostrar diferentes estruturas de cada vez. Não é possível usar um só
ajuste da janela para ver, por exemplo, detalhes ósseos e de tecido adiposo ao mesmo tempo.
As imagens tomográficas podem ser obtidas em dois planos básicos: o plano axial
(perpendicular ao maior eixo do corpo) e o plano coronal (paralelo a sutura coronal do crânio
ou seja é uma visão frontal). Após obtidas as imagens, recursos computacionais podem
permitir reconstruções no plano sagital (paralelo a sutura sagital do crânio) ou reconstruções
tri-dimensionais. Como na radiografia convencional o que está sendo analisado são diferenças
de densidade, que podem ser medidas em unidades Hounsfield. Para descrever diferenças de
densidades entre dois tecidos é utilizada uma nomenclatura semelhante à utilizada na
ultrassonografia: isoatenuante, hipoatenuante ou hiperatenuante. Isoatenuante é utilizada para
atenuações tomográficas semelhantes. Hipoatenuantes para atenuações menores do que o
tecido considerado padrão e hiperatenuante para atenuações maiores que o tecido padrão
(geralmente o órgão que contém a lesão é considerado o tecido padrão, ou quando isto não se
aplica, o centro da janela é considerado isoatenuante).
Uma das principais desvantagens da TC é devida ao fato de utilizar radiação X. Esta tem um
efeito negativo sobre o corpo humano, sobretudo pela capacidade de causar mutações
genéticas, visível sobretudo em células que se multiplicam rapidamente. Embora o risco de se
desenvolverem anomalias seja baixo, é desaconselhada a realização de TCs em grávidas e em
crianças, devendo ser ponderado com cuidado os riscos e os benefícios. Apesar da radiação
ionizante X, o exame torna-se com o passar dos anos o principal método de diagnóstico por
imagem, para avaliação de estruturas anatômicas com densidade significativa. O custo do
exame nao é tao caro como outrora, se comparado ao raios x convencional. Oferecendo ao
profissional médico um diagnóstico rápido e cada vez mais confiável
classificação é pouco eficiente para plantas, se ajustando melhor a animais. Uma nova
mutação que não foi herdada de nenhum dos pais é chamada de mutação de novo. A fonte da
mutação não se relaciona com seus efeitos, apesar de seus efeitos estarem relacionados com
quais células são afetadas pela mutação.
A célula representa a menor porção de matéria viva. São as unidades estruturais e funcionais
dos organismos vivos. A nível estrutural podem ser comparadas aos tijolos de uma casa, a
nível funcional podem ser comparadas aos aparelhos e electrodomésticos que tornam uma
casa habitável. Cada tijolo ou aparelho seria como uma célula. Alguns organismos, tais como
as bactérias, são unicelulares (consistem em uma única célula). Outros organismos, tais como
os seres humanos, são pluricelulares. O corpo humano é constituído por 10 trilhões de células
mais 90 trilhões de células de microrganismos que vivem em simbiose com o nosso
organismo; um tamanho de célula típico é o de 10 µm; uma massa típica da célula é 1
nanograma.
magnética tem imagens em três planos do espaço e não usa radiações. São complementares
umas das outras, mas cada tem as suas indicações de realização. O médico radiologista faz um
relatório do exame, que será levantado posteriormente.
2.1.8. Conclusão.
2.2.1. Conceito.
Ressonância magnética é uma técnica que permite determinar propriedades de uma substância
através do correlacionamento da energia absorvida contra a freqüência, na faixa de megahertz
(MHz) do espectromagnético, caracterizando-se como sendo uma espectroscopia. Usa as
transições entre níveis de energia rotacionais dos núcleos componentes das espécies (átomos
ou íons) contidas na amostra. Isso se dá necessariamente sob a influência de um campo
magnético e sob a concomitante irradiação de ondas de rádio na faixa de freqüências acima
citada. Os princípios da RNM são bastante complexos e envolvem conhecimentos em diversas
áreas das ciências exatas. A grande vantagem da RNM reside na sua segurança, já que não usa
radiação ionizante, nas diversas capacidades em promover cortes tomográficos em muitos e
diferentes planos, dando uma visão panorâmica da área do corpo de interesse e, finalmente, na
capacidade de mostrar características dos diferentes tecidos do corpo.
Da estrutura básica do átomo, é sabido que uma nuvem de elétrons (partículas negativamente
carregadas) orbita em torno de uma massa nuclear, formada de prótons (positivamente
64
O núcleo do átomo de Hidrogênio é formado por um próton, que é uma pequena partícula
positivamente carregada associada a um momento angular (ou spin). A situação representada
leva a formação de uma estrutura imaginária semelhante a uma barra magnética com dois
pólos orientados (norte e sul). Todo o núcleo tem essa propriedade. Pensemos nos átomos
como setas apontando em uma direção. Na ausência de um campo magnético, as setas estarão
apontando aleatoriamente no espaço. A fim de produzir uma imagem em RNM, o paciente é
exposto a um poderoso e uniforme campo magnético. Os campos magnéticos são medidos em
unidades de Tesla (T). Na maioria dos sistemas médicos em uso atualmente esses campos
variam de 0,2 T a 2,0 T de intensidade. Para comparar, o campo magnético do planeta Terra é
de aproximadamente 0, 00005 T, com pequenas variações em torno da Linha do Equador e
65
dos Pólos Glaciais. Quando submetidos a um campo magnético, esses prótons (setas) tendem
a alinharem-se contra ou a favor desse campo. Na verdade, aproximadamente metade desses
prótons alinha-se contra e metade a favor do campo magnético, com discreta predominância
de prótons na mesma direção do campo. A diferença depende do campo magnético aplicado,
mas é mínima em qualquer circunstância. Embora incrivelmente pequena essa diferença seja
suficiente para produzir um sinal em RNM. Deveremos sempre ter em mente o número de
prótons existentes, que é da ordem de bilhões e bilhões, 10 elevado a 23ª potência em um cm3
de água, para ser mais exato. A somatória de todos esses momentos (setas) resultará em uma
única seta, também chamada de vetor resultante. Como a discreta maioria da população de
prótons submetida a um campo magnético tende a seguir a direção do campo aplicado, o vetor
resultante também estará com essa orientação.
orientado de acordo com o campo magnético aplicado, deverá ser deslocado dessa posição e
induzir a formação de uma corrente elétrica em uma bobina especialmente preparada para
perceber a mudança de posição. Em outras palavras, seria como atingir uma bola de sinuca em
movimento com outra bola e então registrar a mudança que ocorre na orientação da primeira.
Para mudar a direção do vetor resultante de sua orientação básica usa-se uma onda de Radio
Freqüência (RF) da janela do espectro eletromagnético. A RF deverá estar em sintonia com a
freqüência de ressonância do sistema. A amplitude e a duração da RF poderão ser controladas
para se produzir uma variedade de angulações e mudanças do vetor resultante. Para
tradicionais imagens de RNM usa-se uma RF que varia o angulo de 90 a 180 graus. Existem
muitas outras variações com ângulos menores e que são usados em condições especiais, como
para diminuir o tempo de aquisição das imagens, por exemplo. Após cada pulso de RF
aplicado, o sistema representado pelo vetor resultante inicia o que se chama relaxamento,
retornando ao equilíbrio anterior a RF após um determinado lapso de tempo, chamado de
tempo de relaxamento. Em RNM, esse tempo de relaxamento depende de vários fatores, como
a intensidade da RF e do campo magnético usados, da uniformidade desses campos
magnéticos, do tipo de tecido orgânico, da interação entre prótons, entre outros. Primeiro,
após a RF, o vetor resultante tende a perder a orientação no plano para o qual fora desviado.
Isso resulta da falta de homogeneidade do campo magnético mesmo um campo magnético
pode ter pequenas variações em seu curso. Essa perda natural que ocorre com todos os
aparelhos de RM é chamada de Tempo 2* de relaxamento ou T2* (leia-se tempo 2 asterisco
ou tempo 2 estrelas). Esse tipo de relaxamento é danoso e deve ser corrigido para que não
interfira na produção da imagem. Para isso, a cada determinado intervalo de tempo, outro
pulso de RF é aplicado e novamente os prótons tendem a alinharem-se no plano desviado.
Esse tempo decorrente chama-se de echo time (do inglês echo = eco; time = tempo), ou ET.
Cada próton tem seu próprio campo magnético, que começa a se desorganizar e a afetar
núcleos vizinhos em uma reação simultânea, após cada pulso de RF, transferindo energia
entre si e conseqüentemente saindo de fase. Essa relação próton-próton (ou spin-spin) é
também chamada de Tempo 2 de relaxamento ou simplesmente T2. A Aplicação de pulsos de
RF adiciona energia ao sistema e faz com que os prótons mudem para um estado de maior
excitação ou de maior energia. O processo de dissipação dessa energia, no ambiente
magnético desses prótons, e o seu retorno ao estado de mais baixa energia, são chamados de
Tempo 1 de relaxamento ou T1. Como para se formar uma imagem em RNM vários pulsos de
RF são necessários, é imperativo que se aguarde certo tempo de relaxamento para que o
próximo pulso de RF seja eficiente, ou seja, deve-se aguardar um determinado T1.
67
O Contraste da imagem em RNM é baseado nas diferenças de sinal entre distintas áreas ou
estruturas que comporão a imagem. A RNM tem um contraste superior a Tomografia
Computadorizada (TC) na resolução de tecidos ou partes moles. Na TC, a atenuação de
Raios-X pelo paciente é a maior fonte de contraste. Desta forma, a quantidade de atenuação
reflete a densidade do elétron do paciente. Por outro lado, o contraste em RNM é o resultado
da interação de diferentes fatores, incluindo a densidade dos prótons, T1, T2, a suscetibilidade
magnética e o fluxo dos líquidos corporais. Se apenas a densidade dos prótons fosse à fonte
de contraste em RNM, talvez, então, ela não fosse melhor que a TC em termos de resolução e
contraste. A RNM tem vantagens em outras áreas, mas com respeito às partes moles, a relação
entre a densidade de prótons e a densidade de elétrons varia da ordem de apenas 10%, o que
não seria vantajoso. Felizmente, existem outras e melhores fontes de contraste em RNM. T1 e
T2 oferecem contraste em RNM definitivamente superior à TC. Isso ocorre porque muitas
substâncias com similar densidade de prótons e elétrons resultarão em diferentes sinais na
RNM devido a diferentes tempos de relaxamento em T1 e T2. Outra forma de contraste em
RNM baseia-se na susceptibilidade magnética de várias substâncias, ou seja, a maneira como
elas respondem a um campo magnético. Essa susceptibilidade é o resultado de propriedades
químicas e físicas de cada substância, e é largamente explorada na produção de materiais de
contraste usados nos exames de RNM. Como exemplo tem substâncias ditas diamagnéticas
(efeito oposto sobre o campo magnético), paramagnéticas (efeito positivo, potencializando os
efeitos do campo e melhorando a eficiência de T1 e T2) e, finalmente, substâncias
superparamagnéticas e ferromagnéticos (metais, por exemplo) que também possuem efeitos
positivos no campo magnético aplicado. O programa de computador do equipamento realiza o
armazenamento dos sinais emitidos pelos vários tecidos do corpo, sejam eles em T1, T2 ou
qualquer outra seqüência e, através de uma operação algorítmica, os transforma em imagens
digitais.
advertidos dos riscos de aproximarem-se de um magneto e apenas alguns casos, com muita
observação, podem ser permitidos. A RNM possui pouca definição na imagem de tecidos
ósseos normais, se comparada à TC, pois esses emitem pouco sinal. Na verdade, essa é uma
desvantagem relativa, já que a falta de sinal pode ser delineada em RNM como áreas negras, e
assim sendo, seria possível observar todo o curso de partes ósseas. Além disso, alterações na
densidade de prótons desses ossos, promovido por patologias como câncer seriam
prontamente acusados pela RNM.
41:86-106). Esse modelo permite testar novas hipóteses quanto às bases anatômicas dos
transtornos afetivos. Na presente monografia não irei avançar em conceitos, mais esses
argumentos aqui citados fortifica a fixação da importância do MPC na prática
Psicopedagógica, pois daí deriva se uma análise qualitativa e quantitativa. Imaginem a
importância do MPC no estudo dos transtornos afetivos primários, enfatizando as
semelhanças e diferenças encontradas entre pacientes com transtorno afetivo bipolar e
69
unipolar (Revista Brasileira de Psiquiatria. Print version ISSN 1516-4446. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.23 suppl. 1 São Paulo May 2001.
doi: 10.1590/S1516-44462001000500005).
2.2.3.1. Introdução.
2.2.6. Conclusão.
71
2.3.1. Introdução.
As imagens por Tensores de Difusão (DTI, sigla em inglês) mapeiam os neurônios que
conectam regiões cerebrais seguindo o movimento da água contida nele. Uma técnica da
Ressonância Magnética Nuclear que permite caracterizar alterações na mobilidade das
moléculas de água no interstício do parênquima cerebral. A ressonância magnética com tensor
de difusão permite a avaliação da integridade dos feixes de substância branca e fornece
informações adicionais não disponíveis com as técnicas convencionais de RM. Desde a sua
introdução há mais de duas décadas, as Imagens de Ressonância Magnética (MRI) não
somente permitiram a visualização da macroestrutura do sistema nervoso central, mas
também foram capazes de estudar múltiplos processos dinâmicos, os quais são o substrato
para as variantes atuais da técnica. Enquanto que as Imagens de Difusão Ponderada permitem
uma robusta visualização de lesões, apenas há minutos de iniciar-se a isquemia cerebral, as
Imagens de Tensores de Difusão medem a magnitude e direção da difusão, caracterizando a
integridade estrutural da substância branca (WM) cerebral (Revista Brasileira de Psiquiatria.
Print version ISSN 1516-4446).
Prof. Dr. Dráulio Barros de Araújo. Bacharel e licenciado em Física, pela Universidade de
Brasília, mestre em Física Aplicada, pela Universidade Federal do Ceará. Em 2002 conclui o
doutorado em Física Aplicada em Medicina e Biologia pela Universidade de São Paulo
(Campus de Ribeirão Preto), tendo feito parte do trabalho de tese no Departamento de Física
Médica, da Universidade de Wisconsin, EUA. Atualmente Professor Doutor MS-3 da
Universidade de São Paulo, e atuo na área de Neurociências, com ênfase em Imagem
Funcional por Ressonância Magnética (MPC). Correio Eletrônico: draulio@biomag.usp.br.
Renata Ferranti Leoni. Estudante de doutorado (2006– presente). Estudo a vaso reatividade
cerebral induzida por hipercapnia utilizando o sinal BOLD, em voluntários sadios e em
pacientes com estenose carotídea. Bacharel em Física Médica, formada pela Universidade de
São Paulo (USP – Ribeirão Preto) e, durante a iniciação científica, estudou a localização e a
lateralização da linguagem utilizando ressonância magnética funcional (Fmri/MPC).
renata@biomag.usp.br
Khallil Taverna Chaim. Estudante de mestrado (2006– presente). Seu estudo está focado no
sistema límbico, com especial interesse na região hipocampal, avaliando os processos de
lateralização de memória. Utilizando duas técnicas: a ressonância magnética funcional (fMRI)
e imagens por tensor de difusão (DTI). Objetivo é desenvolver métodos capazes de
disponibilizar essas duas informações conjuntamente como auxílio à avaliação de pacientes
com epilepsia de difícil controle. É pesquisadora bacharel em Física Médica pela
Universidade de São Paulo. khallil@biomag.usp.br
Ms. Tiago Arruda Sanchez. Estudante de doutorado (2005– presente). Estuda a influência de
estímulos emocionais sobre o processamento neural, tanto no sistema nervoso central quanto
sobre o autônomo. Possui interesse na investigação da natureza do processamento emocional
através da medida da resposta visceral autonômica (por ex. freqüência cardíaca) concomitante
ao processamento cerebral e ainda, demonstrar o efeito de drogas moduladoras do humor (por
ex. ansiolíticos e antidepressivos) sobre a atividade neural. Em suas pesquisas, utiliza
ressonância magnética funcional (fMRI), eletrodos para as medidas periféricas do sistema
autônomo e análises comportamentais. É formado em Física (Licenciatura) pela Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) e fez o mestrado em ciências (Física Médica), com
Ressonância Magnética, na USP de Ribeirão Preto. Tiago@biomag.usp.br.
73
Ms. Marcio Junior Sturzbecher. Estudante de doutorado (2006– presente). Estuda métodos
alternativos de análise para a localização de sinais interictais de pacientes epilépticos
refratários. Tem interesse na integração entre dados obtidos a partir da ressonância magnética
funcional (IRMf) e da eletroencefalografia (EEG). Em sua pesquisa, utiliza a aquisição
combinada de fMRI-EEG para as medidas de sinais interictais de pacientes epilépticos. É
licenciado em Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e fez o mestrado
em ciências (Física aplicada à Medicina e Biologia) na USP-RP. Marcio@biomag.usp.br.
Ms. Mara Pereira Jorge. Estudante de doutorado (2006– presente). Durante seu doutorado
estuda a reorganização cortical de pacientes com deficiência auditiva, observada através das
imagens funcionais por ressonância magnética. Tem por objetivo observar eventuais padrões
de reorganização e ou regeneração de áreas corticais auditivas. Mais especificamente procura
observar se a reabilitação concomitante ao uso de aparelhos auditivos induz mudanças nas
propriedades de resposta de certos neurônios. Formada em fonoaudiologia pela Universidade
do Sagrado Coração USC-Bauru. Especialização em Distúrbios da Comunicação Humana
pela Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP- Escola Paulista de Medicina. Fez
mestrado na Universidade de São Paulo- USP- Ribeirão Preto pelo Departamento de
Neurologia - Neurociências. marajorge@usp.br
74
Kelley Cristine Mazzetto Betti. Estudante de mestrado (2006– presente). Estuda a reatividade
cerebrovascular em condição de hipercapnia (inalação de CO2) utilizando estímulo auditivo
em voluntários sadios. Em sua pesquisa, utiliza ressonância magnética funcional (fMRI).
Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de
São Paulo. Kelley_betti@yahoo.com.br
3.1.1. Introdução.
eletroencefalografia tradicional. A topografia cerebral oferecida pelo EEG foi possível devido
ao grande número de eletrodos colocados na cabeça e da resolutividade dos computadores. O
mapeamento cerebral colorido gerado pelos computadores e pelas impressoras coloridas
avalia a quantidade da atividade elétrica de uma determinada região através das diversas
tonalidades de cor. Nesse método as cores roxas e pretas representam baixa amplitude das
ondas elétricas, enquanto o vermelho e o amarelo podem representar amplitudes maiores. O
EEG Quantitativo proporciona uma avaliação mais precisa da atividade cerebral, dando uma
visão gráfica mais acurada da localização de alterações elétricas. A informática também
proporciona animações dinâmicas das imagens cerebrais, facilitando o estudo da função
cerebral e do cérebro em ação. Atualmente as principais indicações do EEG Quantitativo é
determinar localização precisa de tumores cerebrais, bem como a localização precisa de
doenças focais do cérebro, incluindo entre elas a epilepsia, as alterações vasculares e
derrames. Também e principalmente em psiquiatria, o EEG Quantitativo tem sido usado para
diagnosticar hiperatividade e distúrbios da atenção em crianças.
3.1.3. Conclusão.
3.2.1. Introdução.
informam acerca do estado funcional dos órgãos e não tanto do seu estado morfológico como
as técnicas da radiologia propriamente dita. A PET pode gerar imagens em 3D ou imagens de
"fatia" semelhantes à Tomografia computadorizada.
A imagem da PET é formada pela localização da emissão dos pósitrons pelos radionuclídeos
fixados nos órgãos do paciente. Contudo como o positron é a partícula de antimatéria do
electrão, ele rapidamente se aniquila com um dos inúmeros electrões das moléculas do
paciente imediatamente adjacentes à emissão, não chegando a percorrer nenhuma distância
significativa. É assim impossível detectar os positrões directamente com o equipamento.
Contudo, a aniquilação positrão-electrão gera dois raios gama com direcções opostas e cuja
direcção e comprimento de onda podem ser convertidos na posição, direcção e energia do
positrão que os originou, de acordo com as leis da Física. No exame PET detectores de raios
gama (câmera gama) são colocados em redor do paciente. Os cálculos são efectuados com um
computador, e com a ajuda de algoritmos semelhantes aos da TAC, o computador reconstroi
os locais de emissão de positrões a partir das energias e direcções de cada par de raios gama,
gerando imagens tridimensionais (que normalmente são observadas pelo médico enquanto
série de fotos de fatias do órgão, cada uma separada por 5mm da seguinte). Os PETs e TACs
da mesma área são frequentemente lidos em simultâneo para correlacionar informações
fisiológicas com alterações morfológicas.
PET do cérebro: é usado Oxigénio-15. Usado para avaliar perfusão sanguínea e actividade
(consumo de oxigénio) de diferentes regiões do cérebro. A F18-DOPA está em estudo
enquanto análogo do precursor de neurotransmissor DOPA.
PET cardíaco: FDG-F18 usado para detectar áreas isquémicas e fibrosadas, mas o seu
benefício-custo em comparação com a técnica de SPECT Cintigrafia de Perfusão (discutida
em medicina nuclear) é duvidoso. Também são usados PET em investigação em
farmacologia. O fármaco é marcado com radionuclídeo de modo a estudar a sua absorção,
fixação e eliminação.
3.2.3.4. Conclusão.
PET é uma técnica intensiva apenas practicada nos hospitais centrais. Historicamente o PET
foi desenvolvido por Edward Hoffman e Michael E.Phelps em 1973 na Universidade de
Washington em St. Louis, EUA. O exame PET ficou limitado a usos de investigação médica
até cerca de 1990. Hoje em dia é frequente a combinação dos exames PET e TAC do mesmo
órgão. Existem equipamentos que permitem efectuar ambos os exames simultaneamente,
inventados por David Townsend e Ron Nutt. O exame de É necessário um ciclotrão para
produzir continuamente o Flúor-18, que tem uma semi-vida curta de apenas algumas horas.
Em Portugal (em Março de 2009) existem dois ciclotrões para produção de radionuclídeos,
um privado, propriedade da HPP Medicina Molecular SA, no Porto[1][2], e outro, público, no
ICNAS (Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde) da Universidade de Coimbra[3].
Existem neste momento (Março de 2009), em Portugal, oito tomógrafos PET e PET-CT em
operação.No Brasil funcionam ciclotrons nos institutos de pesquisa da Comissão Nacional de
Energia Nuclear, CNEN. Dois deles (IBA Cyclone 30 e IBA Cyclone 18/18) em São Paulo no
IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, dois (TCC CV-28 e SIEMENS RDS
111) no Rio de Janeiro no IEN - Instituto de Engenharia Nuclear, um GE PETTracer 18 MeV
em Belo Horizonte no CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear e um IBA
Cyclone 18/9 em Recife no CRCN - Centro Regional de Ciências Nucleares. Estão tambem
em operação dois outros ciclotrons nas empresas privadas em Brasília (SIEMENS RDS 111)
e Porto Alegre na R2 (IBA Cyclon2 18/9). Existem (Junho de 2007) em operação 11
tomógrafos PET e PET-CT no Brasil, sendo 4 em São Paulo, 3 no Rio de Janeiro, 2 em
79