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Capítulo I - Neuroanatomia e Fisiologia Cerebral: base da aprendizagem.


1.1. ASPECTOS DE NEUROIMAGEM E NEUROANATOMIA. 1.2. O SISTEMA
NERVOSO. 1.3. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO. 1.4. EMBRIOLOGIA DO
SISTEMA NERVOSO. 2. O CERÉBRO HUMANO. 2. 1. O cérebro (ANEXO II). 2. 2.
Hemisfério Cerebral Esquerdo (ANEXO IV - HEMISFÉRIOS CEREBRAIS – HCE E HCD).
2. 3. Hemisfério Cerebral Direito (ANEXO IV - HEMISFÉRIOS CEREBRAIS – HCE E
HCD). 3. Base Cerebral da Aprendizagem. 3.1. Fisiologia Cerebral: memória na
aprendizagem. 3.1.1. Memória de curto prazo. 3.1.2. Memória de longo prazo. 4. CÉREBRO
E APRENDIZAGEM. 4.1. A importância dos primeiros anos. 4.2. Crescimento do Cérebro.
4.3. Conseqüências práticas. 4.4. Uso integral do cérebro. 4.5. Ondas cerebrais. 5.
Mapeamento Cerebral. 5.1. Introdução. 5.1.1. Como funciona o mapeamento cerebral. 5.1.2.
Neurônios. 5.1.2.1. Introdução. 5.1.2.2. Eletroquímica dos neurônios. 5.1.2.3. Estrutura do
Neurônio. 5.1.2.3. O Comportamento Elétrico do Neurônio. 5.1.2.4. O Neurônio de
McCulloch-Pitts. 5.1.2.5. Inibição Lateral e Processamento Sensorial. 5.1.2.6. Associação
Linear. 5.1.2.7. Reflexão. 5.1.2.8. Charles Wilson. 6. Técnica do funcionamento do
Mapeamento Cerebral. 6.1. Introdução. 6.1.1. Uso da técnica. 6.1.2. Uso da técnica em
Psicopedagógia. 6.1.3. Psicopedagogo identificando distúrbios. 6.1.3.1. Recomenda-se, pois
o seguinte: 7. Tecnologia e métodos do mapeamento cerebral. 7.1. Introdução. 7.2. Extração
de imagens cerebrais. 7.3. Exames de atividades cerebrais. 7.3.1. Conectomia. 7.3.1. O mapa
do cérebro. 7.3.2. Conectoma.
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Capítulo I
Neuroanatomia e Fisiologia Cerebral: base da aprendizagem.

1.1. ASPECTOS DE NEUROIMAGEM E NEUROANATOMIA.

Atualmente a evolução médica na radiologia tem possibilitado conclusões diagnósticas, que


podem ser utilizadas na psicopedagogia para compreensão de situações especificas aqui
tratada. Embora no primeiro momento, o uso de neuroimagem tem sido com muita ênfase
utilizada nas precisões cirúrgicas e com isso possibilitar uma melhor abordagem terapêutica.
As incidências básicas da radiografia simples de crânio são o AP (ântero-posterior) e perfil,
além da incidência de Bretton-Revershon indicada em quadros de traumatismo craniano e
quando há suspeita de alterações em mandíbula, e que é feita com os raios incidindo em
obliqüidade de 30o.

1.2. O SISTEMA NERVOSO.

O Sistema Nervoso divide-se em Sistema Nervoso Central e Periférico. O Sistema Nervoso


Central é formado pelo encéfalo e pela medula. O encéfalo divide-se em cérebro, cerebelo e
tronco encefálico. O cérebro é formado pelo telencéfalo e pelo diencéfalo. O tronco encefálico
divide-se em mesencéfalo, ponte e bulbo. O Sistema Nervoso Periférico é formado pelos
nervos espinhais e cranianos, gânglios e receptores. Os nervos são estruturas especializadas
em conduzir impulsos para o Sistema Nervoso Central (impulsos aferentes) e para o Sistema
Nervoso Periférico (impulsos eferentes).

1.3. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO.

O Sistema Nervoso controla as funções do nosso organismo. É através dele que recebemos
informações do meio, muitas vezes nos recordamos dessas informações e até mesmo
respondemos de maneira específica interagindo assim com o meio que nos envolve de forma
precisa e altamente elaborada. Os impulsos nervosos seguem através dos neurônios em
sentido anterógrado, indo no sentido do dendrito para o axônio. O axônio, por sua vez, leva
esse impulso aos dendritos do neurônio subseqüente ou a uma célula efetuadora como, por
exemplo, uma célula muscular. Entre um neurônio e outro existe um espaço denominado
sinapse. A sinapse estabelece a ligação funcional entre dois neurônios, sendo importante para
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a modulação dos impulsos que aí seguem, além de ser considerado o ponto de união entre
esses neurônios. Os neurônios sensitivos recebem informações provenientes dos receptores e
as levam aos neurônios integradores ou de associação, localizados no córtex cerebral. Os
neurônios de associação selecionam as informações sensitivas e elaboram a resposta, a qual
deve seguir pelos neurônios motores ou efetuadores. A função do sistema nervoso central
pode ser classificada de acordo com três níveis principais. São eles o nível da medula
espinhal, o nível cerebral inferior e o nível cerebral superior ou cortical. O nível da medula
espinhal está relacionado não apenas com a transmissão de impulsos do centro para a periferia
e desta para o centro, mas também com a realização de reflexos motores em resposta a um
determinado estímulo. O nível cerebral inferior está relacionado com a grande maioria das
atividades subconscientes. O nível cerebral superior armazena a grande maioria da nossa
memória e é o responsável pelos complexos processos mentais que envolvem o pensamento.
Costuma-se dizer que é o córtex que abre o mundo para nossa mente. É importante ressaltar
que o córtex não funciona por si, dependendo, por exemplo, do estímulo da formação reticular
para a manutenção do estado de vigília. O neurônio que secreta o transmissor é chamado de
neurônio pré-sináptico enquanto o neurônio sobre o qual age o transmissor é chamado de
neurônio pós-sináptico. O neurônio pré-sináptico possui terminações pré-sinápticas ou botões
pré-sinápticos que possuem em seu interior duas estruturas importantes: as vesículas de
transmissor e as mitocôndrias. A terminação pré-sináptica está separada da soma neural pós-
sináptica, o qual possui proteínas receptoras, através da fenda sináptica. Quando a onda de
despolarização que caracteriza o impulso chega à terminação pré-sináptica, esta faz com que
as vesículas transmissoras liberem o neurotransmissor na fenda sináptica, o qual irá agir sobre
as proteínas receptoras do neurônio pós-sináptico alterando a permeabilidade da membrana, o
que leva à excitação ou inibição do neurônio pós-sináptico dependendo da característica do
receptor.

1.4. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO.

O Sistema Nervoso origina-se de um espessamento do ectoderma situado acima da notocorda


denominado placa neural. A placa neural cresce e surge um sulco longitudinal, o sulco neural
ao lado do qual aparecem as duas pregas neurais que se unem para formar o tubo neural. De
cada lado do tubo neural interpondo-se entre este e o ectoderma embrionário forma-se uma
crista neural, que irá dar origem aos elementos sensitivos do Sistema Nervoso Periférico
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como os nervos cranianos, espinhais e viscerais e os gânglios autônomos, cranianos e


espinhais.

2. O CERÉBRO HUMANO.

2. 1. O cérebro (ANEXO II).

Constitui a parte mais desenvolvida e mais volumosa do encéfalo, apresentando uma


superfície rugosa onde se observam circunvoluções e compreende os dois hemisférios,
esquerdo e direito, ligado entre si pelo corpo caloso. O esquerdo é responsável pelo controlo
da metade direita do corpo e vice-versa, fenômeno fruto de um cruzamento de fibras nervosas
no bulbo raquidiano. Erradamente se afirma que o hemisfério esquerdo é de uma forma geral,
dominante em relação ao direito. Cada um dos hemisférios (ANEXO IV) é dominante para
um grupo de operações distintas, ou seja, a informação que chega a uma mesma região dos
dois lados do cérebro é sentida igualmente por ambos, sendo, no entanto interpretada de
maneira diferente em cada hemisfério. Apesar de muito estar ainda por descodificar
respectivamente à relação entre anatomia e fisiologia cerebral, atribui-se freqüentemente ao
hemisfério direito o controlo sobre as percepções artísticas e espaciais e ao esquerdo uma
maior envolvência nas tarefas de seleção de detalhes. Em cada hemisfério é possível observar
uma camada externa de substância cinzenta, o córtex cerebral, formado por neurônios e por
células glia, e uma branca, que ocupa o centro, constituída principalmente por axônios e
também por células glia. As diferentes partes do córtex cerebral estão divididas em quatro
lobos cerebrais distintos: O lobo frontal que fica localizado na região da testa; o lobo
occipital, na região da nuca; o lobo parietal, na parte superior central da cabeça; e os lobos
temporais, nas regiões laterais da cabeça (ANEXO 1). Esta distinção é feita, pois a
diferenciação celular que ocorre durante o desenvolvimento embrionário, quando parte das
células se diferenciam em células nervosas que migram para zonas específicas do sistema
nervoso, consoante a sua especialização, dá origem a regiões com funcionalidades próprias.
Aquilo que hoje se sabe acerca das funções de diferentes partes do cérebro foi retirado da
observação de lesões cerebrais e de ativações observadas durante a realização de certas
tarefas, com a recente ajuda do amital sódico, substância que quando injetado diretamente
numa artéria anula momentaneamente a função da região cerebral por ela irrigada. Esta
permitiu, por exemplo, verificar que a teoria de que a preferência pelo uso da mão direita
estava relacionada com a dominância cerebral esquerda da linguagem estava errado. Hoje se
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sabe que o hemisfério esquerdo é responsável pelos processos de linguagem na maioria dos
dextros e em mais de metade dos canhotos e ambidextros, provando-se assim que tal
associação não pode ser considerada funcional, e deriva de razões genéticas. Convém explicar
este conceito de dominância esquerda relativamente à linguagem. Em 1861, o neurologista
francês Paul Broca alertou para o fato das alterações da linguagem estar diretamente ligadas a
lesões cerebrais no hemisfério esquerdo e identificou a sua localização no cérebro, ficando
esta conhecida por área de Broca. Aliás, foi devido a esta descoberta que se considerou o
hemisfério esquerdo o dominante, já que a linguagem era a sede da razão e aquilo que
diferenciava o Homem dos outros animais. Depois da descoberta de Broca verificaram-se
diferenças anatômicas entre os dois hemisférios. Este fato deve ser realçado, pois ao contrário
do que muitos possam pensar, os hemisférios são morfológica e funcionalmente distintos,
existindo assim uma assimetria entre ambos. O desafio que se tem revelado mais difícil na
história da fisiologia cerebral tem sido a atribuição de funções aos lobos temporais. De fato,
apesar de existirem regiões mais aptas a certos tipos de função, as funções cerebrais só são
possíveis no funcionamento de todo o cérebro, sendo por isso difícil determinar
especificamente as funções de cada uma das partes. Esta separação de funções é, contudo
mais válida no caso das regiões onde ocorrem eventos ligados ao ato motor (circunvolução
frontal ascendente) e à sintetização de sensações que se traduzem numa percepção, que se
sabem presentes no córtex motor e córtex sensorial, respectivamente, como indica na figura
ANEXO 1. Com rigor se pode também afirmar que o processamento de informações
relacionadas com a visão é feita no córtex occipital e que numa determinada área do lobo
occipital, em torno do “rego calcarino” termina a via da retina que transporta essa informação
visual para ser tratada. Quanto ao lobo temporal sabe-se que dispõe de uma área relacionada
com a audição. Já ao lobo parietal é atribuída a função de receber a informação proveniente
dos receptores de sensibilidade que se encontram na pele espalhados por todo o corpo. Pode-
se ainda adiantar que a circunvolução frontal está ligada à ocorrência de fenômenos
bioelétricos relacionados com a motricidade, e a parietal com fenômenos ligados à
sensibilidade do corpo. No que diz respeito aos lobos frontais, muito resumidamente, admite-
se que nestes decorra a maior parte da atividade relacionada com a execução de tarefas
complexas, que não necessitam de integrar informação de outras partes do cérebro. Quanto ao
sistema límbico, as suas funções dizem respeito à memória e a aspectos afetivos. Vários
estudos experimentais foram realizados no sentido de atribuir funções aos lobos temporais e
dois pontos foram tomados como cientificamente corretos: o lobo frontal ativa durante o
desempenho de provas de memória (com maior envolvência da face dorso-lateral do córtex) e
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no caso de provas de atenção verifica-se a ativação da face interna dos lobos frontais. O
córtex frontal está anatomicamente dividido em córtex motor, ligado à motricidade, como já
dissemos córtex pré-motor que representa o córtex de associação motora, e córtex pré-frontal
que recebe informação do córtex sensorial de associação e que está muito ligado ao sistema
límbico, e a função deste último pode ser muito dificilmente isolada dado que os mecanismos
aqui processados são muito complexos na integração de funções. A ciência, neurobiologia e
neurofisiologia enfrentam assim o desafio de melhorar técnicas que permitam ultrapassar as
dificuldades sentidas na tipificação de mecanismos e funções. Por fim as grandes subdivisões
anatômicas no cérebro nos oferecem um mapa de suas capacidades. RESUMINDO: o cérebro
é bilateralmente simétrico, seus hemisférios direito e esquerdo conectados pelo corpo caloso e
outras conexões axonais. Sua base consiste de estruturas como o bulbo que regula as funções
autônomas incluindo respiração, circulação e digestão e o cerebelo que coordena o
movimento. Em seu interior está a estrutura que controla o comportamento emocional, a
memória e outras funções. A superfície que envolve os hemisférios cerebrais é chamada
córtex. Tem cerca de 2 milímetros de espessura e se esticado pode atingir o tamanho de 1,5
metros quadrado. A parte do córtex que si desenvolve primeiro é o sistema límbico. 0
neocórtex, que surge depois, é dividido nos lobos frontal, temporal, parietal e occipital, que
são separados por sulcos. Os impulsos nervosos que geram a percepção e o pensamento
conheceram dos como potenciais de ação, movem-se através do córtex. Algumas regiões do
cérebro com funções específicas têm sido estudadas em detalhe, como o córtex motor e o
córtex somatosensorial. ANEXO III

2. 2. Hemisfério Cerebral Esquerdo (ANEXO IV - HEMISFÉRIOS CEREBRAIS – HCE E


HCD).

O hemisfério esquerdo processa a informação seqüencialmente, passo a passo, de forma


linear. Pensa em palavras e em números, quer dizer contém a capacidade para as matemáticas
e para ler e escrever. A percepção e a geração verbal dependem do conhecimento da ordem
ou seqüência em que se produzem os sons. Conhece o tempo e o seu transcurso. Guia-se pela
lógica linear e binária (sim-não, acima - abaixo, antes - depois, mais-menos, etc.). Este
hemisfério emprega um estilo de pensamento convergente obtendo nova informação ao usar
dados já disponíveis, formando novas idéias ou dados convencionalmente aceitáveis. Aprende
da parte para o todo e absorve rapidamente os detalhes, fato e regras. Analisa a informação
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passo a passo. Quer entender os componentes um por um. O hemisfério lógico pensa em
símbolos e conceitos abstratos (ANEXOS V ao XIII).

2. 3. Hemisfério Cerebral Direito (ANEXO IV - HEMISFÉRIOS CEREBRAIS – HCE E


HCD).

O hemisfério direito, por outro lado, parece especializado no processo simultâneo ou de


processo em paralelo; processa a informação de maneira global, partindo do todo para
entender as distintas partes que compõem esse todo. O hemisfério holístico é intuitivo em vez
de lógico, pensa em imagens, símbolos e sentimentos. Tem capacidade imaginativa e
fantástica. Este hemisfério interessa-se pelas relações. Este método de processar tem plena
eficiência para a maioria das tarefas visuais e espaciais e para reconhecer melodias musicais,
já que estas tarefas requerem que a mente construa uma sensação do todo ao perceber um
modelo em estímulos visuais e auditivos. Este hemisfério emprega um estilo de pensamento
divergente, criando uma variedade e quantidade de idéias novas, para além dos padrões
convencionais. Aprende do todo para a parte. Para entender as partes necessita partir da
imagem global. Não analisa a informação, sintetiza-a. É relacional, não o preocupam as partes
em si, apenas saber como encaixam e se relacionam umas partes com as outras. O hemisfério
holístico pensa em exemplos concretos. Devemos explicar a matéria da aula combinando a
linguagem dos dois modos de pensamento de cada hemisfério sempre que seja possível.
Além disso, deve-se alternar as atividades dirigidas a cada hemisfério, de tal forma que todos
os conceitos chave se trabalhem desde os dois modos de pensamento. Com estudantes em que
a preponderância de um dos dois modos de pensamento seja muito marcada, devemos realizar
atividade para potenciar a utilização equilibrada dos dois hemisférios. RESUMINDO:
Podemos afirmar e ao psicopedagogo é dever saber, que alegria, tristeza, medo, prazer e raiva
são exemplos do fenômeno da emoção. Para seu estudo, costuma-se distinguir um
componente central, subjetivo, e um componente periférico, o comportamento emocional. O
componente periférico é a maneira como a emoção se expressa e envolve padrões de atividade
motora, somática e visceral, que são característicos de cada tipo de emoção e de cada espécie.
Assim por exemplo, a raiva manifesta-se de maneira muito diferente no homem, no gato ou
em um galo garnisé. A alegria no homem se expressa pelo riso, no cachorro pelo abanar da
cauda. O choro é uma expressão da tristeza, característica do homem (para um estudo
comparativo sobre a expressão das emoções, veja o clássico e ainda atual livro de Charles
Darwin “The expression of the emotions in man and animals, London, John Murray, 1872). A
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distinção entre o componente interno, subjetivo, e o componente externo, expressivo da


emoção, é, pois, importante para seu estudo. Ela fica mais clara se lembrarmos que um bom
ator pode simular perfeitamente todos os padrões motores ligados à expressão de determinada
emoção, sem que sinta emoção nenhuma. Durante muito tempo acreditou-se que os
fenômenos emocionais estariam na dependência de todo o cérebro. Coube a Hess, prêmio
Nobel de medicina há cerca de 50 anos, demonstrar que esses fenômenos estão relacionados
com áreas específicas do cérebro. Este cientista implantou eletrodos em diferentes regiões do
hipotálamo do gato e observou as mais variadas manifestações de comportamento emocional,
quando estas áreas eram estimuladas eletricamente em animais livres e acordados. Sabe-se
hoje que as áreas relacionadas com os processos emocionais ocupam territórios bastante
grandes do encéfalo, destacando-se entre elas o hipotálamo, a área pré-frontal e o sistema
límbico. O interessante é que a maioria dessas áreas está relacionada também com a
motivação, em especial com os processos motivacionais primários, ou seja, aqueles estados de
necessidade ou de desejo essenciais à sobrevivência da espécie ou do indivíduo, tais como
fome, sede e sexo. Por outro lado, as áreas encefálicas ligadas ao comportamento emocional
também controlam o sistema nervoso autônomo, o que é fácil de entender, tendo em vista a
importância da participação desse sistema na expressão das emoções. Essas áreas são bastante
estudadas pela biologia e neurociências afins. Assim, os dois hemisférios cerebrais detêm
funções especificas. ANEXO XIV

3. Base Cerebral da Aprendizagem.

Através da História, vários pesquisadores se perguntavam como o homem aprendia e como o


cérebro funcionava para aprender. Para Aristóteles, o cérebro só servia para resfriar o sangue.
Os egípcios guardavam em vasos as vísceras e jogavam o cérebro fora, pois não tinha
serventia. Os assírios acreditavam que o centro do pensamento estava no fígado. Então,
Hipócrates surge com a demonstração de que o cérebro se dividia em dois hemisférios e que
neles estavam todas as funções biológicas e da mente. Surge assim a Medicina Moderna. Mais
tarde, com os experimentos de Luria e outros, chegou-se ao Paradigma do Cérebro em Ação.
O ponto de mutação se encontra no fato de que, antes, os dois – Homem e Cérebro – estariam
dissociados e, agora, não mais: integram-se dinamicamente, constituindo o sistema funcional
do ser Humano em ação para aprender, interagir e se relacionar com o meio que o cerca. A
necessidade de conhecimento sobre o sistema nervoso cresceu fantasticamente nas últimas
décadas. Esta demanda levou a OMS há eleger os anos 90 como a Década do Cérebro.
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A aprendizagem é um processo que se pode definir de forma sintética como o modo como os
seres humanos adquirem novos conhecimentos e habilidades, e forma de desenvolver
competências que mudam comportamentos. Contudo, a complexidade desse processo não
pode ser explicada apenas através de definições globais. Por outro lado, qualquer definição
está, invariavelmente, impregnada de pressupostos político-ideológicos, relacionados com a
visão de homem, sociedade e saber. Segundo Johnson & Myklebust o cérebro funciona de forma
semi – autônoma, ou seja, um sistema pode funcionar sozinho; pode funcionar com dois ou mais
sistemas; ou pode funcionar de forma integrada (todos os sistemas funcionando ao mesmo tempo).

3.1. Fisiologia Cerebral: memória na aprendizagem.

Independente da escola de pensamento seguida, sabe-se que o indivíduo desde o nascimento,


utilizando seu campo perceptual, vai ampliando seu repertório e construindo conceitos, em
função do meio que o cerca. Estes conceitos são regidos por mecanismos de memória onde as
imagens dos sentidos são fixadas e relembradas por associação a cada nova experiência. Os
efeitos da aprendizagem são retidos na memória, onde este processo é reversível até um certo
tempo, pois depende do estímulo ou necessidade de fixação, podendo depois ser sucedido por
uma mudança neural duradoura.

3.1.1. Memória de curto prazo.

A memória de curto prazo é reversível e temporária, acredita-se que decorra de um


mecanismo fisiológico, como por exemplo um impulso eletro-químico gerando um impulso
sináptico, que pode manter vivo um traço da memória por um período de tempo limitado, isto
é, depois de passado certo período, acredita-se que esta informação desvanesce-se. Logo a
memória de curto prazo pouco importa para a aprendizagem.

3.1.2. Memória de longo prazo.

A memória permanente, ou memória de longo prazo, depende de transformações na estrutura


química ou física dos neurônios. Aparentemente as mudanças sinápticas têm uma importância
primordial nos estímulos que levam aos mecanismos de lembranças como imagens, odores,
sons, etc, que, avulsos parecem ter uma localização definida, parecendo ser de certa forma
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blocos desconexos, que ao serem ativados montam a lembrança do evento que é novamente
sentida pelo indivíduo, como por exemplo, a lembrança da escola e dos amigos pela
associação da lembrança de um determinado conjunto de sentimentos e valores. Como já é
notório existem Existem três formas de aprendizagem. 1)Aprendizagem Intra –
Neurosensorial. 2) Aprendizagem Inter- Neurosensorial. 3)Aprendizagem Integrativa. A
educação é uma arte em permanente construção. Tem seu primeiro degrau no olhar sobre a
criança de 0 a 6 anos, em creches e pré-escolas, que cresce em importância à medida que a
formação desses sujeitos, antes majoritariamente a cargo das famílias, é cada vez mais
institucionalizada em creches e pré-escolas. Contudo, a educação é o feixe central da
interdisciplinaridade que engloba aspectos antropológicos, filosóficos, biológicos e
psicológicos da espécie humana. Transpondo essa colocação para o foco desta pesquisa, pode-
se dizer que o cérebro desempenha o papel deste feixe na formação do intelecto humano,
através de conexões neurais que são a polarização dos opostos em busca de caminhos para o
aprendizado. Por entender a importância do cérebro no processo de aprendizagem,
consideram-se, aqui, as contribuições da Neurociência para a formação de professores, com o
objetivo de oferecer aos educadores um aprofundamento a esse respeito, para que se
obtenham melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem, especialmente, na
educação básica.

4. CÉREBRO E APRENDIZAGEM.

A pesquisa médica atesta que o período mais rápido de desenvolvimento do cérebro ocorre
nos primeiros anos de vida. Assim, as experiências da infância afetam de forma duradoura a
capacidade posterior de aprendizagem do indivíduo.

4.1. A importância dos primeiros anos.

O desenvolvimento cerebral que ocorre antes do nascimento e no primeiro ano de vida é mais
rápido, extenso e muito mais vulnerável às influências ambientais do que acreditávamos. A
ambiente afeta não só o número de células cerebrais e conexões entre elas, mas também a
forma com que essas conexões são realizadas. O desenvolvimento sadio do cérebro atua
diretamente sobre a capacidade cognitiva. Desse modo, o estresse nos primeiros anos de vida
tem um impacto negativo sobre o desenvolvimento do cérebro. Uma nutrição inadequada
antes do nascimento e nos primeiros anos de vida pode interferir significativamente no
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desenvolvimento cerebral provocando distúrbios neurológicos e de comportamento, dentre


eles, as dificuldades de aprendizagem (Carnegie Corporation, 1994). O cérebro de um recém-
nascido é composto de trilhões de neurônios, alguns já integrados ao circuito intricado da
mente e trilhões e trilhões com potencial quase infinito, de acordo com Begley (1996). A
experiência da infância o assegura, determinam, dentre os neurônios que ligam os circuitos do
cérebro, quais os que serão utilizados. Os que não forem, podem morrer. Assim, as
experiências da infância determinam se uma criança "será um adulto inteligente ou não,
medroso ou confiante, articulado ou não". Tais descobertas sugerem que há "períodos
cruciais" no desenvolvimento, quando o ambiente pode influenciar a maneira como o cérebro
é "ativado" para funções como a linguagem, a matemática, a arte, música, ou a atividade
física. Se tais oportunidades forem perdidas será mais difícil, porém não impossível, que
possa se reativar futuramente. Segundo Rutter e Rutter (1993), um estrabismo não corrigido
na infância resultará em perda permanente da visão binocular e a perda temporária de audição
devida a infecções na infância leva à deterioração parcial do desenvolvimento da linguagem,
fatos que comprovam a importância desses períodos. Os períodos cruciais da infância são:
controle emocional, 0-2 anos; visão, 0-2 anos; vinculação social, 0-2 anos; vocabulário, 0-3
anos; segunda língua, 0-10 anos; matemática e lógica, 1-4 anos; música, 3-10 anos (Begley,
1996). O cérebro atinge metade de seu peso final já aos seis meses e 90% de seu peso final
aos oito anos, tornando-se, em alguns aspectos, mais sujeito a danos durante esse período de
rápido crescimento de acordo com Rutter e Rutter (1993). Os danos ocorridos antes do
nascimento ou nos primeiros meses de vida têm menos probabilidade de causar déficits
específicos, porém maior probabilidade de levar a uma redução geral da capacidade
intelectual e escolar. É possível ainda que os efeitos de um dano ocorrido nos primeiros
meses, tais como baixo peso, se manifeste mais tarde, acarretando dificuldades escolares, de
acordo com pesquisas do mesmo autor.

4.2. Crescimento do Cérebro.

Os neurocientistas acreditavam, até há pouco tempo, que uma vez completado seu
desenvolvimento, o cérebro seria incapaz de mudar, principalmente no que diz respeito aos
neurônios. Entendiam que estes não podiam se auto-reproduzir ou sofrer mudanças
significativas quanto às suas estruturas de conexão com os outros neurônios.
Conseqüentemente, as partes lesionadas do cérebro seriam incapazes de crescer novamente e
recuperar, mesmo que parcialmente, suas funções. De modo similar, a experiência e o
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aprendizado poderiam alterar a funcionalidade do cérebro, porém não sua anatomia. As


pesquisas dos últimos 10 anos têm revelado um quadro muito diferente. Descobriu-se que
sempre que se aprende algo ou uma nova experiência é vivenciada as células cerebrais se
modificam e essa modificação se reflete no comportamento. Nenhum ambiente enriquecedor
satisfará a todos os aprendizes igualmente, uma vez que não existem dois cérebros humanos
idênticos. Entretanto, o que realmente importa é o desafio que o ambiente considerado pode
oferecer às células nervosas. Sabe-se que a observação passiva não é suficiente; é necessário
que o indivíduo interaja com o ambiente. Diante disso, uma forma de garantir o crescimento
contínuo é manter a curiosidade acesa, através da estimulação adequada. Quando dizemos
que as crianças possuem uma grande plasticidade diante de situações novas, estamos nos
referindo na realidade às alterações celulares resultantes do aprendizado e da memória. Isso
está relacionado às alterações na eficiência das sinapses que podem aumentar a transmissão
dos impulsos nervosos, modulando assim o comportamento. Em resposta aos jogos,
estimulações e experiências, o cérebro exibe o crescimento de conexões neuronais.
Experiências realizadas com ratos pela neuroanatomista americana Dra. Marian Diamond
demonstram que os animais criados em uma gaiola cheia de brinquedos e dispositivos tais
como bolas, rodas, escadas, rampas, entre outros, desenvolveram um córtex cerebral
consideravelmente mais espesso do que aqueles criados isoladamente ou em um ambientes
limitados. O aumento da espessura do córtex deve-se a um maior número de células nervosas,
mas também a um aumento expressivo de ramificação dos dendritos e das interconexões com
outras células. Parece que esse crescimento acontece também nos seres humanos, embora
ainda não existam evidências diretas, como nos experimentos com ratos. Sabe-se, no entanto,
que as tarefas de ativação mental são acompanhadas de mudanças, por exemplo, no
metabolismo cerebral tais como o consumo de glucose por células cerebrais, o aumento do
fluxo e temperatura do sangue, observadas diretamente através de ressonância magnética
funcional e de tomografia computadorizada.

4.3. Conseqüências práticas.

A educação de crianças em um ambiente enriquecedor desde a mais tenra idade pode ter um
forte impacto sobre suas capacidades cognitivas e de memória futuras. A diversidade de
sensações, a presença de cor, de música, a variedade de interações sociais, dos contatos e
exercícios corporais e mentais podem ser benéficos, desde que não sejam excessivos. Pessoas
que sofreram lesões em partes de seu cérebro podem recuperar parcialmente as funções
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perdidas e submetendo-se a uma estimulação mental intensa, e diversificada, de maneira


similar à fisioterapia para músculos debilitados. Alimentos ou drogas artificiais que
aumentem a ramificação dos dendritos, o crescimento dos neurônios e seu aumento de volume
podem ajudar na melhora do desempenho mental e memória nas pessoas normais ou em
pacientes com doenças degenerativas do cérebro. Recentes pesquisas científicas demonstram
que as experiências dos 3 primeiros anos de vida têm uma força singular no desenvolvimento
do cérebro humano. Crianças que têm pouco estímulo nesta fase inicial da vida deixam de
formar certos circuitos neuronais, comprometendo sua capacidade de aprender a falar, ler,
cantar, tocar instrumentos, dançar, dominar outros idiomas, etc. Quanto mais a criança for
exposta à linguagem falada, escrita, cantada, maior será seu repertório e suas possibilidades
de administrar com adequação suas emoções na relação com o ambiente. Até os 10 anos, o
cérebro está formando os circuitos da linguagem, razão pela qual se deve começar a aprender
uma língua estrangeira antes disso. A criança se incumbe do seu papel de aprender quando o
ambiente é estruturado, afetivo e estimulante; não é necessário forçá-la, basta ter bom senso e
ser sensível à sua natural curiosidade.

4.4. Uso integral do cérebro.

Ao utilizarmos mais o hemisfério esquerdo, considerado racional, deixamos de usufruir dos


benefícios contidos no hemisfério direito, tais como a imaginação criativa, a serenidade, a
visão global, a capacidade de síntese e a facilidade de memorizar, dentre outros. Através de
técnicas variadas poderemos estimular o lado direito do cérebro e buscar a integração entre os
dois hemisférios, equilibrando o uso de nossas potencialidades. Uma das técnicas sugeridas
consiste em fazer determinados desenhos, de forma não convencional, de modo que o
hemisfério esquerdo ache a tarefa enfadonha e desista de exercer o controle total, entregando
o cargo ao hemisfério direito, que se delicia com o exercício. O uso de música apropriada que
diminui o ritmo cerebral, também contribui para que haja equilíbrio no uso dos hemisférios
cerebrais. Alguns pesquisadores sugerem que se recorra à música barroca, especialmente o
movimento “largo”, que causa as condições propícias para o aprendizado. Segundo
informam, ela possui a mesma freqüência que um feto escuta e nos remete ao lado direito do
cérebro, fazendo com que as informações sejam gravadas na memória de longo prazo.

4.5. Ondas cerebrais.


37

Nossa mente regula suas atividades através de ondas elétricas que são registradas no cérebro,
emitindo minúsculos impulsos eletroquímicos de variadas freqüências, podendo ser
registradas pelo eletroencefalograma. Essas ondas cerebrais são conhecidas como: Beta, Alfa,
Teta e Delta.

Beta - as ondas betas são emitidas quando estamos com a mente


consciente, alerta ou nos sentimos agitados, tensos, com medo,
variando a freqüência de 13 a 60 pulsações por segundo na
escala Hertz;

Alfa - ondas emitidas quando nos encontramos em estado de


relaxamento físico e mental, embora conscientes do que ocorre
à nossa volta, sendo a freqüência em torno de 7 a 13 pulsações
por segundo;

Teta - ondas de mais ou menos 4 a 7 pulsações caracterizando


um estado de sonolência com reduzida consciência;

Delta - quando há inconsciência, sono profundo ou catalepsia,


emitindo entre 0,1 e 4 ciclos por segundo.

As duas últimas freqüências de onda são consideradas patológicas. Geralmente costumamos


usar o ritmo cerebral Beta. Quando diminuímos o ritmo cerebral para alfa, nos colocamos na
condição ideal para aprender, guardarmos fatos, dados, elaborarmos trabalhos difíceis,
aprendermos idiomas, analisarmos situações complexas. A meditação, os exercícios de
relaxamento e as atividades que favorecem a sensação de calma também proporcionam esse
estado alfa. De acordo com neurocientistas o relaxamento atento ou o profundo, produzem
aumentos significativos de beta-endorfina, noroepinefrina e dopamina, ligados a sentimentos
de clareza mental ampliada e de formação de lembranças, que duram horas e até mesmo dias.
É um estado ideal para o pensamento sintético e a criatividade, funções exercidas pelo
hemisfério direito. Uma vez que é fácil para este hemisfério criar imagens, visualizar, fazer
associações, lidar com desenhos, diagramas e emoções, além do uso do bom humor e do
prazer, o aprendizado será mais bem absorvido se estes elementos forem acrescentados à
forma de se estudar. O ideal é que nos utilizemos de todo o potencial do cérebro. Quando
38

levamos uma vida inteira exercitando quase que só as funções do hemisfério esquerdo, ou só
o lado direito ocorre às doenças cerebrais degenerativas, como o mal de Alzheimer.
Necessitamos, portanto, estimular as diversas áreas do nosso cérebro, ajudando os neurônios a
fazerem novas conexões, diversificando nossos campos de interesse e de ação.

5. Mapeamento Cerebral.

5.1. Introdução.

5.1.1. Como funciona o mapeamento cerebral.

O cérebro humano é uma complexa via eletro-fisiológico. Estimada em aproximadamente


100(cem) bilhões de neurônios e células auxiliares. Teoricamente se pode armazenar uma
vida inteira de vivencias memorial neste emaranhado celular. Neste contexto se desenvolve
de tal forma que nele pode ficar um arquivo completo de milhões de sonetos e idéias
matemáticas de como se construir aviões. Tamanho é claro, não é o documento fundamental,
não é a identidade fisiológica primordial. O cérebro de um elefante é indiscutivelmente
fisicamente maior, contém mais quilos, e é mais pesado e contém mais neurônios, porém não
possuem as mesmas capacidades que o cérebro humano. Conclui-se, pois, dizendo, que estas
razões levam aos cientistas desenvolverem esforços visando mapearem o cérebro humano,
que é na prática um projeto substancial que pode levar décadas para ser finalizado. O
mapeamento cerebral tenta relacionar a estrutura do cérebro com a sua função ou descobrir
quais são as partes que nos dão certas habilidades. Por exemplo, que aspecto desse órgão nos
permite sermos criativos ou lógicos. Isso é chamado de localização de função.

5.1.2. Neurônios.

5.1.2.1. Introdução.

O Neurônio é a estrutura básica do sistema nervoso, comum à maioria dos vertebrados, é a


mesma da totalidade dos mamíferos.

Os cérebros ou redes neuronais formais não podem resolver certos problemas, mas apenas
encontrar soluções que podem ser razoáveis ou aproximadas da solução, para classes
39

limitadas, mas importantes de problemas. As cifras são estimadas, o cérebro humano possui
entre 10.000.000.000 e 100.000.000.000 neurônios, estes vão cooperando entre si interagindo
uns com os outros, pois cada neurônio do cérebro humano está ligado a centenas ou milhares
de outros neurônios. Assim, estima-se que existem 100.000.000.000.000 e
1.000.000.000.000.000 de conexões entre os neurônios. Este número é muito inferior ao
número estimado para que o conexionismo no cérebro seja total. ANEXO XVI Nos
mamíferos o sistema nervoso é protegido por um crânio e por uma coluna vertebral. Para que
o tecido nervoso não venha a ser danificado quando em contacto com o osso. Existe entre eles
um fluído cerebrospinal que faz com que o sistema cerebral se encontre em suspensão
hidráulica. O sistema nervoso vai consumir 25% de energia do seu corpo, devido à
eletroquímica dos neurônios. Este elevado metabolismo faz com que os tecidos
metabolicamente ativos sejam sensíveis a venenos e a falhas de combustível. Para que isto
não aconteça o cérebro é regulado através de uma barreira sangue-cérebro que é um
mecanismo de filtragem, desempenhado principalmente pela glia, que permite a passagem de
um espectro estreito de moléculas. Os neurônios dos mamíferos têm a particularidade de
pouco após o seu nascimento, não se dividirem mais. Não existe a substituição de neurônios
logo após a sua morte. Alguns sistemas neuronais têm a particularidade de existir uma
competição para estabelecer conexões entre neurônios e, se os contactos funcionais não forem
apropriados, a célula morre.

5.1.2.2. Eletroquímica dos neurônios.

Entendemos como eletroquímica: “Parte da Química que estuda os fenômenos químicos nos
quais a eletricidade desempenha papel preponderante” – Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa - http://www.priberam.pt/DLPO/Default. aspx Assim, é racional definir que a
eletroquímica dos neurônios se compõe do processamento de funcionalidade da aprendizagem
pela condutibilidade de informações sinápticas. Os neurônios são à base de toda a estrutura de
processamento de informações e procedimentos do cérebro. De suas conexões depende a
percepção do mundo, o aprendizado, o desenvolvimento das paixões, a raiva e o altruísmo.
Uma vez estimulado, um neurônio repassa a informação a outro neurônio por meio de um
processo eletroquímico. Os sinais elétricos se propagam como ondas pelos axônios, algo
como longo tentáculos do neurônio

5.1.2.3. Estrutura do Neurônio.


40

O neurônio é constituído por uma célula principal (cell body), por dendrites, por um axônio e
na sua extremidade existem estruturas designadas por sinapses. As dendrites têm como função
fazer o processamento e integrar as correntes sendo o resultado da computação propagado ao
longo do axônio até as sinapses, em que as correntes de saída são as correntes de entrada de
outros neurônios. As sinapses fazem com que a célula influencie a atividade das outras
células. Existe a crença por parte dos cientistas de que a eficiência das sinapses pode variar e
estas eficiências são a chave do entendimento da natureza da computação neuronal.

5.1.2.3. O Comportamento Elétrico do Neurônio.

Para considerar o potencial da membrana tem que se pensar também nos desequilíbrios
iônicos no neurônio. As concentrações de dois íons designados por Sódio e Potássio são
desiguais dentro e fora da célula, sendo a concentração de Na+ maior fora da célula enquanto
que a concentração de K+ é maior no interior da célula. Sendo a membrana da célula
permeável, a ativação do neurônio provoca perda de potássio e a introdução de sódio na célula
provoca o ativamento da bomba sódio-potássio que mantêm a concentração destes íons
constante dentro e fora da célula. Os dois estados da célula quanto ao potencial da sua
membrana são dois; a célula diz-se hiperpolarizada quando o potencial da membrana é mais
negativo ou diz-se despolarizada quando se torna menos negativo. Foram feitas experiências
sobre o potencial de ação e conclui-se que este não altera a sua forma com o aumento de
corrente. Este aspecto é designado por tudo ou nada, um passo sutil de verdadeiro-falso dado
por McCulloch e Pitts. O estudo da natureza do potencial de ação vai dar origem à
neurofisiologia. Foi então estudado, em primeiro lugar por Hodgkin e Huxley, no axônio
gigante da lula, Loligo Vulgaris, que tinha a particularidade da sua espessura ter cerca de
meio milímetro ou mais de diâmetro. O mecanismo que faz com que exista potencial de ação
é um processo de retroação regenerativa envolvendo alterações nas condutâncias da
membrana relativamente aos íons, sódio e potássio. Conclui-se então que existem duas
diferenças entre o interior e o exterior de uma célula nervosa; a primeira é que o interior da
célula está carregado negativamente relativamente ao exterior e as composições iônicas do
interior e do exterior são diferentes.

5.1.2.4. O Neurônio de McCulloch-Pitts.


41

O neurônio de McCulloch-Pitts é o primeiro arquétipo do funcionamento do sistema nervoso


baseado em neurônios abstratos e nas suas interligações. É uma máquina caracterizada por um
limiar de excitabilidade e acionada por sinapses de igual eficiência e interação linear, em que
se pressupõe a existência de um relógio discreto interno. As sinapses inibitórias têm um papel
fundamental porque a sua ação é absoluta, isto é, quando uma sinapse inibitória se encontra
ativa o neurônio se inativa. Durante um quantum, ou seja, a abstração do atraso sináptico
existe uma resposta do neurônio à atividade das suas sinapses e estas refletem os estados das
células pré-sinápticas. McCulloch e Pitts escreveram: "A lei do tudo ou nada da atividade
nervosa é suficiente para assegurar que a atividade de um neurônio pode ser denotada por uma
proposição. As relações fisiológicas que existem entre aditividades nervosas correspondem,
então, às relações entre proposições, isto é, uma rede de conexões entre proposições simples
pode originar proposições complexas." ANEXO XVII. O resultado central do papel de 1943
foi muito importante, pois se chegaram à conclusão que toda a expressão lógica pode ser
processada, executada por uma rede de neurônios, os de McCulloch e Pitts. Assim este
resultado vai ser importante relativamente à época em que se insere, a admirável conclusão foi
que os elementos simples quando conectados em rede possuíam um poder computacional
muito grande. Através dos trabalhos destes dois cientistas fizeram foi de tal maneia grandioso
que se fundou uma tradição na atividade cientifica, em que o cérebro é observado como um
processador que executa operações lógicas e simbólicas, equivalente a um computador digital.
Mas o impacto não se fez sentir na neurociência, mas sim na computação.

5.1.2.5. Inibição Lateral e Processamento Sensorial.

O Limulus polyphemos, tem o sistema nervoso mais bem estudado e o qual proporcionou a
revelação do poder computacional de um sistema distribuído. A arquitetura do sistema visual
deste ser foi muito influente na investigação de arquiteturas de neurônios formados. O olho do
Limulus encontra-se dividido em 800 ommatidia, física e opticamente separado uns dos
outros. Cada ommatidium é constituído por unidades próprias de recepção de luz e de
transdução neural e ainda por paredes opacas que os separam dos vizinhos. Os cones
transparentes possuem índices de refração graduais que focam a luz nos foto sensores. Cada
ommatidium cobre um ângulo medido em estereo-radianos e o campo de visão de um olho é
cerca de um hemisfério. As células fotossensíveis de um ommatidium respondem à
iluminação com pequeno potencial receptor. A célula excêntrica converte esta voltagem em
freqüências de potencias de ação, o que faz com que exista uma relação de linearidade notável
42

entre o gerador do potencial e a freqüência de disparo da célula. Podemos agora equacionar o


comportamento de um ommatidium, através da equação do Limulus: (...) n f[i] =  a [i, j] f[j]
+ e [i] J=1. Quando foi tecnicamente possível ser registrado em simultâneo a atividade dos
grupos de ommatidia descobriu-se que estes estão interconectados de modo que a atividade de
cada um ommatidium iniba a atividade dos outros ommatidia. Podemos agora equacionar o
comportamento de um ommatidium, através da equação do Limulus. Assim, numa região de
uma rede de neurônios formais e nas circunstâncias em que não mais de um neurônio deve
encontrar-se ativo, há que enriquecer a arquitetura com uma estrutura adicional que iniba
todos os neurônios processadores da região na presença de um neurônio dominante.

5.1.2.6. Associação Linear.

A memória de um sistema é auto-regulação que resulta da experiência. A parte substancial da


memória humana é associativa, pois um acontecimento está relacionado a outro e ao
recordarmo-nos somos levados a recordar de um segundo. Existem dois tipos de memória a
STM (memória em curto prazo) e a LTM (memória em longo prazo). A STM manifesta-se
por períodos de segundos, minutos, talvez horas. Tem, portanto um limite a um pequeno
número de itens. Existe um número mágico o número sete, mais ou menos dois, que foi
caracterizado por George Miller. Apesar de a capacidade de três ou quatro itens serem as mais
típicas. O que é importante saber sobre a LTM é que esta é de longo prazo, pois a sua
duração é superior a um dia e existem indícios de que são quase permanentes. A capacidade
desta última memória encontra-se entre 1.000.000.000 e 10.000.000.000 bits. A maioria dos
neurocientistas crê desde há décadas que o mecanismo físico que suporta a memória está
relacionado com a plasticidade das sinapses. O primeiro cientista a propor a regra da
aprendizagem foi Donald Hebb, em 1949, num grandioso livro de título, Organization of
Behaviour, onde defende que a coincidência entre a excitação das células pré-sináptica e pós-
sináptica é o fator crítico da aprendizagem: "Quando o axônio da célula A excita a célula B e,
repetidamente ou persistentemente, é responsável pela atividade da célula B, ocorre um
processo de crescimento, ou uma alteração metabólica, tal que a eficiência da célula A entre
as células que disparam B é incrementada." Apesar de idéia de aprendizagem por conjunção
do estímulo é muito mais antiga, pois uma regra similar fora formulada por William James no
seu livro, Psychology: Briefer Course, de 1892. A lei de Hebb da aprendizagem refere-se
apenas à conjunção de excitação. Como sabemos que a inibição é igualmente importante, a
três outras conjunções possíveis: a excitação pré-sináptica com a inibição pós-sináptica, a
43

inibição pré-sináptica com a excitação pós-sináptica e as inibições pré-sinápticas. Existe uma


parte do córtex cerebral, designada hipocampo que aproveita a investigação dos mecanismos
envolvidos na aprendizagem hebbiana. Este órgão desempenha um papel fundamental, mas
ainda não esclarecido, na memória, em particular, uma lesão do hipocampo pode afeta
severamente a memória.

5.1.2.7. Reflexão.

No ANEXO XIV, ver-se uns Neurônios do cérebro humano enquanto trocam


informações entre eles.

Até há pouco tempo, os neurocientistas acreditavam que, uma vez completado seu
desenvolvimento, o cérebro era incapaz de mudar, particularmente em relação às células
nervosas, ou neurônios. Aceitava-se o dogma segundo o qual os neurônios não podiam se
auto-reproduzir ou sofrer mudanças significativas quanto às suas estruturas de conexão com
os outros neurônios. As conseqüências práticas dessas crenças implicavam em que: a) as
partes lesionadas do cérebro, tais como aquelas apresentadas por vítimas de tumores ou
derrames, eram incapazes de crescer novamente e recuperar, pelo menos parcialmente, suas
funções e b) a experiência e o aprendizado podem alterar a funcionalidade do cérebro, porém
não sua anatomia. Parece que os neurocientistas estavam errados em ambos os casos. As
pesquisas dos últimos 10 anos têm revelado um quadro inteiramente diferente. Em resposta
aos jogos, estimulações e experiências, o cérebro exibe o crescimento de conexões neuronais.
Embora os pioneiros da pesquisa em comportamento biológico, tais como Donald Hebb, do
Canadá e Jersy Konorski, da Polônia, acreditassem que a memória implicava em mudanças
estruturais nos circuitos neurais, ainda não se dispunha de evidências experimentais que
comprovassem essa noção. O crescimento neuronal e a regeneração enquanto resposta a
fatores ambientais já não parece impossível, devido ao que a neurociência já tem revelado em
experiências com animais e seres humanos. Este conhecimento, de par com a descoberta dos
mecanismos que tornam isso possível constituirá um portão para um futuro fantástico para a
humanidade; um futuro onde talvez possamos manipular e influenciar nossas próprias
capacidades mentais de um modo inteiramente imprevisível. Isso tem constituído o sonho
duradouro tanto da ciência como da ficção científica e talvez estejamos situados no limiar de
sua realização (ANEXO XV – Exame de MAPEAMENTO CEREBRAL durante uma tarefa
de matemática).
44

5.1.2.8. Charles Wilson.

Os neurônios é que são mapeados e interpretados e que dão ao neurocientista uma


identificação, para avaliações de ações e parâmetros. No mapeamento das funções cerebrais,
os cientistas utilizam recursos de imagem para observarem o seu funcionamento em várias
tarefas. Charles Wilson, um neurobiologista da Universidade do Texas, em San Antonio,
explica a localização de função da seguinte maneira:

Existe uma parte do cérebro que tem a ver principalmente com


a visão e outras partes têm a ver principalmente com a audição.
Agora, nós podemos observar o setor da visão e dizermos:
existe um pedaço específico do cérebro que detecta objetos
vermelhos e outro que localiza objetos verdes? Ou a mesma
área detecta objetos de ambas as cores?

O mapeamento cerebral também observa o lado de fora. Ele examina como o nosso ambiente
modifica a estrutura do cérebro, estudando, por exemplo, como ele se transforma fisicamente
através da aprendizagem e dos processos de envelhecimento. O mapeamento também
examina o que há de errado fisicamente no órgão em doenças mentais e outras doenças
cerebrais. E finalmente, o mapeamento cerebral tem o objetivo de nos fornecer um quadro
geral da estrutura do cérebro. Podemos utilizar alguns exemplos, optamos pelo exemplo do O
Google Earth que nos mostra imagens de satélite do nosso planeta e as aproximam de
continentes, países, estados, cidades, estradas, ruas e prédios. O mapa estrutural completo do
nosso cérebro pode parecer com isso. Ele pode nos mostrar todo o nosso cérebro, todas as
regiões, lobos funcionais, centros especializados, conjuntos de neurônios, partes do órgão que
se conectam, circuitos de neurônios, neurônios únicos, junções entre os neurônios e suas
partes. Os cientistas ainda estão desenvolvendo pesquisas para melhor compreender os
elementos que formam esse gigantesco mapa. O mapeamento cerebral é um conjunto de
ferramentas diversificadas. Os pesquisadores coletam imagens do cérebro, para transformá-las
em dados e então, utilizá-las para analisarem o que acontece nesse órgão durante o seu
desenvolvimento.
45

6. Técnica do funcionamento do Mapeamento Cerebral.

6.1. Introdução.

Os cientistas dentro do mapeamento cerebral conseguiram desenvolver e é possível hoje,


vermos um diagrama de como todos os neurônios se conectam. Como Jeff Lichtman coloca:
"muito do nosso pensamento sobre o cérebro está baseado no conhecimento limitado sobre o
que realmente está contido nele. Então, nós gostaríamos de ver o que realmente há nele.". O
diagrama elétrico do cérebro pode nos ajudar a compreendermos melhor como aprender e nos
adaptamos, diz Lichtman. "Nós iniciamos nossas vidas muito menos adaptados ao nosso
ambiente do que qualquer outro animal. Quando amadurecemos, podemos utilizar ferramentas
que a nossa herança genética provavelmente não teria ensinado aos nossos neurônios, como
os ipods. Nenhum outro animal consegue fazer isso. Durante o nosso desenvolvimento, nós
devemos nos conectar para [sermos capazes de] utilizar tais máquinas", esse processo é
aprendizagem.

6.1.1. Uso da técnica.

Médicos e cientistas aprenderam mais com o mapeamento cerebral do que esta monografia
consegue cobrir Podemos citar alguns destaques:

•Sarcasmo: nós detectamos o sarcasmo a partir de uma região


do cérebro chamada de giro parahipocampal direito. Os
pesquisadores descobriram isso utilizando o MPC através da
ressonância magnética funcional em pacientes com deterioração
naquela região e que são irônicos com freqüência (fonte: Hurley
- em inglês)

•Consciência: de acordo com Rodolfo Linas, da Universidade


de Nova Iorque, nós podemos dividir o cérebro em um centro
de sincronização de localização mais interna e em giros
cerebrais responsáveis pelo pensamento mais complexo. Nós
nos sentimos conscientes quando o centro mantém os giros
funcionando em harmonia. Mas quando qualquer parte é
46

danificada, podemos perder um pouco ou toda a consciência,


diz Nicholas Schiff da Faculdade Weill Medical da
Universidade Cornell. Isso pode explicar por que pacientes sem
nenhum sinal de consciência durante anos podem ter uma
atividade cerebral completamente normal em resposta a uma
voz familiar. Eles possuem giros funcionando isoladamente,
como as redes neurais que processam a fala (fonte: Zimmer)

O mapeamento cerebral também é muito prático para os médicos. Neurocirurgiões utilizam


esse mapa para planejarem cirurgias com mais segurança. Um tratamento para epilepsia, por
exemplo, remove a área afetada do cérebro. Utilizando a ressonância magnética funcional e a
eletroencefalografia os cirurgiões conseguem localizar o centro de convulsão no cérebro do
paciente, assim como as áreas ativadas durante a fala e o movimento com precisão
milimétrica. Essas imagens mostram aos médicos o que eles devem deixar e o que devem
cortar. O mapeamento cerebral não é somente utilizado para tratamentos. Também é usado
para diagnosticar doenças neurodegenerativas, como o Mal de Parkinson e a doença de
Alzheimer. Utilizando técnicas de catalogação como a tomografia por emissão de pósitrons
(PET, sigla em inglês), os médicos procuram pela diminuição de certas substâncias químicas
do cérebro. Além disso, podem utilizar a ressonância magnética para examinarem a
diminuição do tamanho em áreas que mostram perda de tecidos. Com o tempo, os
especialistas conseguem mapear a aparência do cérebro enquanto a doença progride ou
quando os tratamentos funcionam.

6.1.2. Uso da técnica em Psicopedagógia.

Recomenda-se após passar pela Clínica da Psicopedagogia, avaliando-se a suspeita de


dificuldades de aprendizagem por problemas somáticos, devemos fazer o encaminhamento
para uma clínica especializada. Sem o caráter intervencionista o psicopedagogo pode
recomendar a realização exames a serem feitos por uma equipe multidisciplinar, com
profissionais das áreas, dependendo da suspeita: fonoaudiologia, psicologia neurologia e
clinica especializada, e outras. A sugestão deve sem passar pela realização de exames
médicos com suporte em exames de radiologia, entre estes o MAPEAMENTO CEREBRAL.
47

De volta a psicopedagogia, quando o transtorno é identificado, são criadas estratégias de


estimulação adequadas ao cérebro. "A terapia serve para ensinar como lidar com as
dificuldades. Mas não é para ser uma muleta para sempre", deve-se afirmar nesta posição o
psicopedagogo. Identificando se o resultado poderá ter benefícios para o aprendente do tipo:
reeducação cerebral para adaptação ao processo de aprendizagem. Porém atenção depende de
cada caso. No MPC poderemos ter informes para encaminhar soluções em outros transtornos
comuns que são o déficit de atenção e hiperatividade. A dificuldade de concentração. A
criança com déficit de atenção se distrai facilmente, enquanto a hiperativa fica agitada. Há
ainda a disgrafia (letra feia), problema em que a criança tem dificuldade transformar a
informação do plano vertical para o horizontal, como copiar textos da lousa. E também a
discalculia: dificuldade com números.

6.1.3. Psicopedagogo identificando distúrbios.

O ato médico é privativo do médico habilitado junto ao Conselho Regional de Medicina de


seu estado. Porém nada impede que o Psicopedagogo avalie e recomende a outros
profissionais a realização de exames para avaliação de um todo do processo que leva as
dificuldades de aprendizagem.

6.1.3.1. Recomendações anteriores a indicação do MPC.

Recomenda-se, pois o seguinte:



Check-up: Verifique primeiro as condições de saúde da
criança. Exames de sangue e de tiróide identificam
anemias e distúrbios hormonais que podem provocar
desânimo e reduzir a atenção. Crianças que respiram pela
boca também podem apresentar distúrbios de
aprendizagem por falta de oxigenação no cérebro.

Visão e audição: Exames oftalmológicos e auditivos
devem ser feitos anualmente, de preferência antes do
período letivo. Em seis meses, a criança pode apresentar a
dificuldade e não sabe identificar sozinha que aquilo não
48

é normal. Há casos de inflamação nos ouvidos que não


apresentam dor, a criança apenas sente como se estivesse
com um tampão.

Aspectos emocionais: Segundo a psicopedagoga Raquel
Caruso, a pergunta que os pais devem se fazer é: a criança
sempre foi assim ou é algo do momento? Às vezes, um
fato específico, como a troca de uma babá, a perda de um
parente ou separação dos pais também podem afetar na
aprendizagem.

Má adaptação: Há escolas com diferentes métodos de
aprendizagem. Quando a escolha não é adequada, a auto-
estima da criança cai e ela passa a não querer freqüentar
as aulas. O Psicopedagogo deve procurar conhecer o
perfil de aprendizagem ideal para o cliente e viabilizar
troca de informações com os professores do
cliente/discente, a escola tem de se posturar dentro de
valores honrados que possibilitem esta atuação em prol
do interesse da aprendizagem. Se o método for
inadequado, o recomendável é matriculá-lo em outra
instituição.

Agenda superlotada: Se a criança cumpre uma série de


atividades extracurriculares, como natação, inglês, balé,
futebol, música, ela não tem tempo para brincar e pode
apresentar transtorno de aprendizagem funcional. Nesses
casos, o recomendável é que se opte por apenas uma
atividade. O ideal é que a criança tenha um período para
descansar, digerir e absorver o que aprendeu na escola.

Clínica especializada: Se os problemas citados estão
eliminados e a criança permanece com dificuldades, deve
se recomendar o MAPEAMENTO CEREBRAL a ser
49

feito em clínica especializada para que ela passe por


exames feitos por uma equipe multidisciplinar.

7. Tecnologia e métodos do mapeamento cerebral.

7.1. Introdução.

Os neurocientistas utilizam diversos e variados métodos para estudarem a estrutura e a função


do cérebro. Aplicam-se procedimentos com fins de gerar imagens de órgãos saudáveis e as
comparam com os que estão em supostos estados patológicos. Inclui-se ai exames cerebrais
em humanos, primatas e pequenos mamíferos para se compreender ou tentar entender como
funciona o pequeno sistema nervoso dos invertebrados. Também se procede a exames em
nível microscópico, examinam-se os neurônios. ANEXO XVIII.

7.2. Extração de imagens cerebrais.

No MAPEAMENTO CEREBRAL se utiliza algumas ferramentas. As técnicas seguintes


extraem imagens do cérebro:

• A tomografia axial computadorizada (TAC) faz um


raio-x de muitos ângulos do cérebro e mostra
anormalidades estruturais.
• A ressonância magnética estrutural usa a água do
cérebro para gerar imagens com resoluções melhores do
que um exame de TAC.
• As imagens por Tensores de Difusão (DTI, sigla em
inglês) mapeiam os neurônios que conectam regiões
cerebrais seguindo o movimento da água contida nele.

7.3. Exames de atividades cerebrais.


50

As técnicas abaixo examinam a atividade cerebral:

• A eletroencefalografia (EEG, sigla em inglês) indica


locais eletricamente ativos do cérebro utilizando detectores
implantados no órgão ou utilizados sobre a cabeça.
• A tomografia por emissão de pósitrons (PET, sigla
em inglês) gera imagens de marcadores radioativos no
cérebro.
• A ressonância magnética funcional mostra imagens
da atividade cerebral enquanto as cobaias realizam várias
tarefas.
• A ressonância magnética funcional farmacológica
mostra a atividade do cérebro durante a administração de
medicamentos.
• A estimulação magnética transcraniana (EMT) não-
invasiva estimula partes do cérebro para despertar certos
comportamentos.

Novos métodos permitem aos pesquisadores observarem todas as conexões entre os neurônios
em um cérebro intacto. Essa ramificação do estudo é chamada de conectomia e conectoma.

Lichtman, um biólogo de Harvard que liderou o grupo que desenvolveu algumas das novas
técnicas, afirmou: "Nós podíamos observar células individuais, mas nunca todas de uma só
vez", completa, a fala de outro pesquisador, JEFF, que diz: “Até recentemente, não
esperávamos obter esses diagramas elétricos," JEFF se posicionou assim quando descreveu o
DIAGRAMA ELETRICO, chamado de conectoma. Outra técnica conhecida no MPC é a
Técnica de Brainbow que cataloga cada neurônio de um animal vivo com uma cor diferente.
Com a geração de imagens, os cientistas podem ver onde e como os neurônios se conectam
entre eles. Enquanto o animal cresce e envelhece, eles também podem ver como os neurônios
modificam essas conexões. Outra técnica utiliza o ATLUM, ou ultra micrótomo
automático de torno para coleta. Essa máquina lê o diagrama elétrico cerebral. "Fazemos
algo semelhante a perfurar uma maçã," explica Lichtman. "Basicamente, fazemos um corte
em espiral enquanto giramos o cérebro sobre um torno e colocamos esse tecido sobre uma
51

fita. Eventualmente, temos uma fita bastante comprida que é, essencialmente, todo o cérebro.
Utilizando um microscópio eletrônico, nós capturamos isso para observarmos a estrutura do
diagrama", diz o biólogo. Até agora, o Brainbow e o ATLUM são utilizados somente para o
propósito de estudar animais com cérebros relativamente pequenos, como os ratos.

7.3.1. Conectomia.

7.3.1. O mapa do cérebro.

A elaboração de um de um diagrama de como o cérebro humano funciona, passando pelo


auxílio da engenharia genética denomina-se como uma experiência chamada de conectomia,
elaborada por Jeff Lichtman, de Harvard. O estudo se desenvolve de forma a montar um
diagrama completo de como o cérebro humano funciona, e se constitui em uma tarefa extensa,
principalmente porque este é composto por bilhões de neurônios e com trilhões de sinapses. A
conectomia divide o cérebro em fatias que são então estudadas e identificadas por diferentes
cores que apontam o funcionamento de cada um dos axônios, terminações nervosa que levam
informação de um neurônio a outro. Os mapas depois de concluídos podem auxiliar na
detecção do início de desenvolvimento de problemas como autismo e esquizofrenia. A
tecnologia de Lichtman permite a visualização das células nervosas em aproximadamente 100
cores, que permitem aos cientistas ver para onde cada axônio leva os dados e, assim,
compreender como a informação é processada e transferida entre diferentes partes do
encéfalo. Para criar esta ampla paleta foram testados métodos de engenharia genética em
ratos, que receberam múltiplas cópias de genes de três proteínas que são iluminadas em
diferentes cores - amarelo vermelho ou ciano. Os ratos também receberam códigos DNA de
uma enzima que reorganiza aleatoriamente estes genes para que células individuais produzam
combinações arbitrárias das proteínas fluorescentes, criando novas cores que foram
observadas em microscópio. Têm-se notícias que o grupo de Lichtman usou a tecnologia para
mapear as conexões num pequeno pedaço do cerebelo, parte do cérebro que controla o
equilíbrio e o movimento. Outros cientistas já demonstraram interesse em usar a tecnologia
para estudar conexões neurais na retina, no córtex e no nervo olfativo. Esta experiência se
apresenta como de relevância e importância para o mundo, uma vez que, pode ajudar a
decifrar doenças. O conhecimento do cérebro ainda não é muito evidente e com certeza esta
experiência pode ajudar em muitos aspectos. É de notar a importância e a criatividade da
52

experiência. Samuel Wang é um cientista que em seu laboratório na Universidade de


Princeton procura por informações básicas sobre como funcionam os cérebros dos seres
humanos e dos cachorros. Wang, é professor associado na universidade, também dedica seu
tempo a divulgar os avanços da neurociência.

7.3.2. Conectoma.

O cérebro humano é normalmente dividido em várias centenas de pequenas áreas que


são dadas funções altamente especializadas. Visto ao microscópio, muitas destas
áreas, que têm uma largura de polegadas, têm padrões de células são claramente
visíveis. Cada uma destas áreas está ligada por milhões de projeções neurais em
forma de fio, chamado axônio, que correm em paralelo, rolou para formar o que se
parece com um grosso cabo de fibra óptica. O cérebro funciona com base em
processos e estes processos ocorrem porque há conexões entre essas áreas
especializadas.
53

Capítulo II - Exames Complementares.


1.1. Introdução. 1.1.1. Anamnese. 1.1.2. Exame Físico. 1.1.3. Diagnóstico. 2. Exames que
extraem imagens do cérebro. 2.1. A tomografia axial computadorizada (TAC). 2.1.1. Sinopse
conceitual. 2.1.2. Princípios físicos. 2.1.3. Procedimento. 2.1.4. Características das imagens
tomográficas. 2.1.5. Vantagens do TC/MPC. 2.1.6. Desvantagens do TC/MPC. 2.1.6.1. TC e
Corpo Humano. 2.1.6.2. TC e Mutações Genéticas. 2.1.6.3. TC e lesões celulares por
irradiação. 2.1.7. Realização do exame. 2.1.8. Conclusão. 2.2.. Ressonância Nuclear
Magnética. 2.2.1. Conceito. 2.2.1.1. A estrutura do átomo. 2.2.1.2. Propriedades magnéticas
do Átomo. 2.2.1.3. Ressonância do Núcleo. 2.2.1.4. A Imagem Em Ressonância Magnética.
2.2.1.5. Desvantagens Da Ressonância Magnética. 2.2.2. Prática da Ressonância magnética
estrutural nos transtornos afetivos. 2.2.2.1. Introdução a justificativa prática. 2.2.3. Prática do
MPC e Ressonância magnética em psicóticos. 2.2.3.1. Introdução. 2.2.4. Prática do MPC
aplicado a Saúde Mental. 2.2.4.1. A Universidade de São Paulo é referencia. 2.2.5. Prática do
MPC aplicado a Saúde Mental Parte II. 2.2.5.1. Pesquisas Acadêmicas em Portugal em MPC.
2.2.6. Conclusão. 2.3. As imagens por tensores de Difusão DTI. 2.3.1. Introdução. 2.3.2.
Pesquisas para aplicações práticas em MPC. 3. Exames de atividades cerebrais. 3.1 A técnica
da eletroencefalografia indicador de atividade elétrica. 3.1.1. Introdução. 3.1.2.
Eletroencefalograma e Psicopedagogia, viabilidade de uso na interpretação de dados. 3.1.3.
Conclusão. 3.2 A técnica da tomografia por emissão de pósitrons com fins de gerar. 3.2.1.
Introdução. 3.2.2. Processamento do exame. 3.2.3. Mapeamento Cerebral via PET. 3.2.3.1.
PET cerebral. 3.2.3.2. PET oncológico. 3.2.3.3. PET cardiológico. 3.2.3.4. Conclusão. 3.3 A
técnica da ressonância magnética funcional. 3.3 1. Fundamentos da Ressonância Magnética
Nuclear. 3.4 A técnica da ressonância magnética funcional farmacológica. 3. 5. A técnica
da estimulação magnética transcraniana (EMT).
54

Capítulo II
Exames Complementares.

1.1. Introdução.

Nas ciências da saúde, são denominados exames complementares aqueles exames


(laboratoriais, de imagem, etc.) que complementam aos dados da anamnese e do exame físico
para a confirmação das hipóteses diagnósticas e tratamento. São solicitadas por diversos
profissionais, como médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, educadores físicos,
nutricionistas, psicopedagogos, etc. Os teóricos afirmam que o diagnóstico, para o terapeuta,
deve ter a mesma função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará
suporte ao psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário. É um processo
que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não
confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e teóricos.
Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de intervenções e da
“... escuta Psicopedagógica...", para que “... se possam decifrar os processos que dão sentido
ao observado e norteiam a intervenção". (BOSSA, 2000, p. 24). Na Epistemologia
Convergente todo o processo diagnóstico é estruturado para que se possa observar a dinâmica
de interação entre o cognitivo e o afetivo de onde resulta o funcionamento do sujeito (BOSSE,
1995, p. 80)

1.1.1. Anamnese.

A Psicopedagogia faz uso da técnica da Anamnese, que significa em grego antigo ἀνάμνησις
= lembrança, reminiscência; e literalmente perda do esquecimento, é um termo mais utilizado
medicina, filosofia, psicanálise psicopedagogia e religião e pode referir-se a:

Anamnese - entrevista realizada pelo médico ao seu paciente, que


tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma
doença. É a Anamnese - na filosofia, Platão utiliza o termo
anamnese (Anamnesis) na teoria epistemológica e psicológica
que ele desenvolve em seus diálogos Mênon e Fédon, e faz uma
alusão em Fedro.
55

1.1.2. Exame Físico.

A Psicopedagogia não faz uso da técnica do exame físico mais se faz necessário ter uma visão
desta natureza de exame avaliativo. O exame físico ou exame clínico é o conjunto de técnicas
e manobras de alguns profissionais de saúde com o intuito de diagnosticar uma doença ou
problemas de funcionalidade, entre outros. Os profissionais de saúde que se utilizam desse
instrumento visam a detecção de anormalidades para possíveis intervenções e para prevenção
do agravamento do estado do paciente. Quase sempre realizado depois de uma anamnese, o
exame físico pode utilizar aparelhos, tais como: estetoscópio, esfigmomanômetro,
termômetro, entre outros, com o objetivo de melhor avaliar um órgão ou sistema na busca de
mudanças anatômicas ou funcionais que são resultantes da doença. Além disso, serve para a
constatação do bom funcionamento dos sistemas. O exame físico pode ser geral ou focal e se
divide em quatro etapas: inspeção, ausculta, palpação e percussão. O exame clínico tem o
céfalo-podálico(indo da cabeça para os pés). Inspeção: exige a utilização do sentido da visão.
Tem como objetivos detectar dismorfias, distúrbios do desenvolvimento, lesões cutâneas,
presença de catéteres e tubos ou outros dispositivos. Palpação: obtenção do dado através do
tato e da pressão (para regiões mais profundas do corpo). Identifica modificações na estrutura,
espessura, consistência, volume e dureza. Percussão: através de pequenos golpes, é possível
escutar sons. Cada estrutura tem um som característico. Os sons obtidos podem ser: maciço
(onde o local tocado é "duro", pode indicar hemorragia interna ou presença de secreções),
timpânico (indica presença de ar), som claro pulmonar (indica presença de ar nos alvéolos)
Ausculta: procedimento que detecta sons do organismo, só que diferente da percussão, esse
procedimento usa aparelhos para auxílio, por exemplo o estetoscópio.

1.1.3. Diagnóstico.

A Psicopedagogia precisa ter uma visão para compreensão das técnicas de diagnóstico para
poder compreender a leitura de um MAPEAMENTO CEREBRAL. Faz-se ter necessário ter
uma visão de caráter avaliativo do diagnóstico. Diagnóstico vem do grego original
διαγηοστικόη, pelo latim diagnosticu = dia= através de, durante, por meio de+ gnosticu =
alusivo ao conhecimento de, lato sensu, vem a ser:

1.Conhecimento (efetivo ou em confirmação) sobre algo, ao


momento do seu exame; ou
56

2.Descrição minuciosa de algo, feita pelo examinador,


classificador ou pesquisador; ou
3.Juízo declarado ou proferido sobre a característica, a
composição, o comportamento, a natureza etc. de algo, com
base nos dados e/ou informações deste obtidos por meio de
exame.
Também se costuma dizer (sinonímia) diagnose, com o mesmo
significado. Todavia, a bem do rigor etimológico e gramatical-
taxononômico no vernáculo, deve-se anotar que a forma
diagnose, como substantivo originário, é preferível àqueloutra
— diagnóstico — que tem natureza originária de adjetivo,
vindo, a posteriori, com o uso, a adquirir feição de adjetivo
substantivado, assim, pois, substantivo autônomo, a ponto tal
de ganhar primazia de uso sobre a primordial, quer no
significado genérico, quer nos específicos. Exemplo imediato é
o uso em Medicina.

Em compreensão ampla (lato sensu), diagnóstico (diagnose) é complemento lógico de


prognóstico (prognose), seu conexo lógico, e pode referir-se a qualquer uma das modalidades
das áreas avaliadas pela psicopedagogia.

2. Exames que extraem imagens do cérebro.

Os exames complementares que se recomenda no MAPEAMENTO CEREBRAL são: A


tomografia axial computadorizada (TAC) faz um raio-x de muitos ângulos do cérebro e
mostra anormalidades estruturais. A ressonância magnética estrutural usa a água do
cérebro para gerar imagens com resoluções melhores do que um exame de TAC. As imagens
por Tensores de Difusão (DTI, sigla em inglês) mapeiam os neurônios que conectam regiões
cerebrais seguindo o movimento da água contida nele. As técnicas citadas extraem imagens
do cérebro.

2.1. A tomografia axial computadorizada (TAC).


57

2.1.1. Sinopse conceitual.

A história registra que a construção da primeira máquina de tomografia ocorreu em 1972 no


"THORN EMI Central Research Laboratories", em Inglaterra, por Godfrey Newbold
Hounsfield. Uma grande parte da pesquisa foi suportada graças à contribuição da banda The
Beatles, sendo considerado um dos seus maiores legados, o par com a sua música. A
tomografia computadorizada ou computorizada (TC), originalmente apelidada tomografia
axial computadorizada/computorizada (TAC), é um exame complementar de diagnóstico por
imagem, que consiste numa imagem que representa uma secção ou fatia do organismo
corporal. É obtida através do processamento por computador de informação recolhida após
expor o corpo a uma sucessão de raios X.

2.1.2. Princípios físicos.

Interior de um tomógrafoA TC baseia-se nos mesmos princípios que a radiografia


convencional, segundo os quais tecidos com diferentes composições absorvem a radiação X
de forma diferente. Ao serem atravessados por raios X, tecidos mais densos (como o fígado)
ou com elementos mais pesados (como o cálcio presente nos ossos), absorvem mais radiação
que tecidos menos densos (como o pulmão, que está cheio de ar). Assim, uma TC indica a
quantidade de radiação absorvida por cada parte do corpo analisada (radiodensidade), e traduz
essas variações numa escala de cinzentos, produzindo uma imagem. Cada pixel da imagem
corresponde à média da absorção dos tecidos nessa zona, expresso em unidades de Hounsfield
(em homenagem ao criador da primeira máquina de TC).

2.1.3. Procedimento.

Para obter uma TC, o paciente é colocado numa mesa que se desloca para o interior de um
anel de cerca de 70 cm de diâmetro. À volta deste encontra-se uma ampola de Raios-X, num
suporte circular designado gantry. Do lado oposto à ampola encontra-se o detector
responsável por captar a radiação e transmitir essa informação ao computador ao qual está
conectado. Nas máquinas sequenciais ou de terceira geração, durante o exame, o “gantry”
descreve uma volta completa (360º) em torno do paciente, com a ampola a emitir raios X, que
após atravessar o corpo do paciente são captados na outra extremidade pelo detector. Esses
58

dados são então processados pelo computador, que analisa as variações de absorção ao longo
da secção observada, e reconstrói esses dados sob a forma de uma imagem. A “mesa” avança
então mais um pouco, repetindo-se o processo para obter uma nova imagem, alguns
milímetros ou centímetros mais abaixo. Os equipamentos designados “helicoidais”, ou de
quarta geração, descrevem uma hélice em torno do corpo do paciente, em vez de uma
sucessão de círculos completo. Desta forma é obtida informação de uma forma contínua,
permitindo, dentro de certos limites, reconstruir imagens de qualquer secção analisada, não se
limitando portanto aos "círculos" obtidos com as máquinas convencionais. Permitem também
a utilização de doses menores de radiação, além de serem muito mais rápidas. A hélice é
possível porque a mesa de pacientes, ao invés de ficar parada durante a aquisição, durante o
corte, tal como ocorre na tomografia convencional, avança continuamente durante a
realização dos cortes. Na tomografia convencional a mesa anda e pára a cada novo corte. Na
helicoidal a mesa avança enquanto os cortes são realizados. Atualmente também é possível
encontrar equipamentos denominados DUOSLICE, e MULTISLICE, ou seja multicorte, que,
após um disparo da ampola de raios x, fornecem múltiplas imagens. Podem possuir 2, 8, 16,
64 e até 128 canais, representando maior agilidade na execução do exame diagnostico. Há um
modelo, inclusive, que conta com dois tubos de raios-x e dois detectores de 64 canais cada, o
que se traduz em maior agilidade para aquisição de imagens cardíacas, de modo que não é
necessário o uso de beta-bloqueadores. Permite também aquisições diferenciais, com tensões
diferentes em cada um dos emissores, de modo a se obter, por subtração, realce de estruturas
anatômicas. Com essa nova tecnologia é possível prover reconstruções 3D, MPR
(MultiPlanarReconstrucion) ou até mesmo mensurar perfusões sanguíneas.

2.1.4. Características das imagens tomográficas.

Entre as características das imagens tomográficas destacam-se os pixeis, a matriz, o campo de


visão (ou fov, “field of view”), a escala de cinza e as janelas. O pixel é o menor ponto da
imagem que pode ser obtido. Assim uma imagem é formada por uma certa quantidade de
pixeis. O conjunto de pixeis está distribuído em colunas e linhas que formam a matriz. Quanto
maior o número de pixeis numa matriz melhor é a sua resolução espacial, o que permite um
melhor diferenciação espacial entre as estruturas. E apos processos de reconstrução
matemática, obtemos o Voxel (unidade 3D) capaz de designar profundidade na imagem
radiológica. O campo de visão (FOV) representa o tamanho máximo do objeto em estudo que
59

ocupa a matriz, por exemplo, uma matriz pode ter 512 pixeis em colunas e 512 pixeis em
linhas, e se o campo de visão for de 12 cm, cada pixel vai representar cerca de 0,023 cm (12
cm/512). Assim para o estudo de estruturas delicadas como o ouvido interno o campo de
visão é pequeno, como visto acima enquanto para o estudo do abdômen o campo de visão é
maior, 50 cm (se tiver uma matriz de 512 x 512, então o tamanho da região que cada pixel
representa vai ser cerca de quatro vezes maior, ou próximo de 1 mm). Não devemos esquecer
que FOV grande representa perda de foco, e consequentemente radiação x secundaria. Em
relação às imagens, existe uma convenção para traduzir os valores de voltagem detectados em
unidades digitais. Dessa forma, temos valores que variam de –1000, onde nenhuma voltagem
é detectada: o objeto não absorveu praticamente nenhum dos fótons de Rx, e se comporta
como o ar; ou um valor muito alto, algo como +1000 ou mais, caso poucos fótons cheguem ao
detector: o objeto absorveu quase todos os fótons de RX. Essa escala onde –1000 é mais
escuro, 0 é um cinza médio e +1000 (ou mais) é bem claro. Dessa forma quanto mais RX o
objeto absorver, mais claro ele é na imagem. Outra vantagem é que esses valores são
ajustados de acordo com os tecidos biológicos. A escala de cinza é formada por um grande
espectro de representações de tonalidades entre branco, cinza e o preto. A escala de cinzas é
que é responsável pelo brilho de imagem. Uma escala de cinzas foi criada especialmente para
a tomografia computadorizada e sua unidade foi chamada de unidade Hounsfield (HU), em
homenagem ao cientista que desenvolveu a tomografia computadorizada. Nesta escala temos
o seguinte:

zero unidades Housfield (0 HU) é a água,


ar -1000 (HU),
osso de 300 a 350 HU;
gordura de –120 a -80 HU;
músculo de 50 a 55 HU.

As janelas são recursos computacionais que permitem que após a obtenção das imagens a
escala de cinzas possa ser estreitada facilitando a diferenciação entre certas estruturas
conforme a necessidade. Isto porque o olho humano tem a capacidade de diferenciar uma
escala de cinzas de 10 a 60 tons (a maioria das pessoas distingue 20 diferentes tons), enquanto
na tomografia no mínimo, como visto acima há 2000 tons. Entretanto, podem ser obtidos até
65536 tons – o que seria inútil se tivéssemos que apresentá-los ao mesmo tempo na imagem,
já que não poderíamos distingui-los. A janela é na verdade uma forma de mostrar apenas uma
60

faixa de tons de cinza que nos interessa, de forma a adaptar a nossa capacidade de visão aos
dados obtidos pelo tomógrafo. Numa janela define-se a abertura da mesma ou seja qual será o
número máximo de tons de cinza entre o valor numérico em HU do branco e qual será o do
preto. O nível é definido como o valor (em HU) da média da janela. O uso de diferentes
janelas em tomografia permite por exemplo o estudo dos ossos com distinção entre a cortical
e a medular óssea ou o estudo de partes moles com a distinção, por exemplo, no cérebro entre
a substância branca e a cinzenta. A mesma imagem pode ser mostrada com diferentes ajustes
da janela, de modo a mostrar diferentes estruturas de cada vez. Não é possível usar um só
ajuste da janela para ver, por exemplo, detalhes ósseos e de tecido adiposo ao mesmo tempo.
As imagens tomográficas podem ser obtidas em dois planos básicos: o plano axial
(perpendicular ao maior eixo do corpo) e o plano coronal (paralelo a sutura coronal do crânio
ou seja é uma visão frontal). Após obtidas as imagens, recursos computacionais podem
permitir reconstruções no plano sagital (paralelo a sutura sagital do crânio) ou reconstruções
tri-dimensionais. Como na radiografia convencional o que está sendo analisado são diferenças
de densidade, que podem ser medidas em unidades Hounsfield. Para descrever diferenças de
densidades entre dois tecidos é utilizada uma nomenclatura semelhante à utilizada na
ultrassonografia: isoatenuante, hipoatenuante ou hiperatenuante. Isoatenuante é utilizada para
atenuações tomográficas semelhantes. Hipoatenuantes para atenuações menores do que o
tecido considerado padrão e hiperatenuante para atenuações maiores que o tecido padrão
(geralmente o órgão que contém a lesão é considerado o tecido padrão, ou quando isto não se
aplica, o centro da janela é considerado isoatenuante).

2.1.5. Vantagens do TC/MPC.

A principal vantagem da TC é que permite o estudo de "fatias" ou secções transversais do


corpo humano vivo, ao contrário do que é dado pela radiologia convencional, que consiste na
representação de todas as estruturas do corpo sobrepostas. É assim obtida uma imagem em
que a percepção espacial é mais nítida. Outra vantagem consiste na maior distinção entre dois
tecidos. A TC permite distinguir diferenças de densidade da ordem 0,5% entre tecidos, ao
passo que na radiologia convencional este limiar situa-se nos 5%. Desta forma, é possível a
detecção ou o estudo de anomalias que não seria possível senão através de métodos invasivos,
sendo assim um exame complementar de diagnóstico de grande valor.

2.1.6. Desvantagens do TC/MPC.


61

Uma das principais desvantagens da TC é devida ao fato de utilizar radiação X. Esta tem um
efeito negativo sobre o corpo humano, sobretudo pela capacidade de causar mutações
genéticas, visível sobretudo em células que se multiplicam rapidamente. Embora o risco de se
desenvolverem anomalias seja baixo, é desaconselhada a realização de TCs em grávidas e em
crianças, devendo ser ponderado com cuidado os riscos e os benefícios. Apesar da radiação
ionizante X, o exame torna-se com o passar dos anos o principal método de diagnóstico por
imagem, para avaliação de estruturas anatômicas com densidade significativa. O custo do
exame nao é tao caro como outrora, se comparado ao raios x convencional. Oferecendo ao
profissional médico um diagnóstico rápido e cada vez mais confiável

2.1.6.1. TC e Corpo Humano.

O corpo humano é uma estrutura total e material do organismo humano. A desvantagem


principal da TC é devida a utilização de radiação X impactante no Corpo Humano. Radiações
são ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam com uma determinada velocidade.
Contém energia, carga elétrica e magnética. Podem ser geradas por fontes naturais ou por
dispositivos construídos pelo homem. Possuem energia variável desde valores pequenos até
muito elevados. As radiações eletromagnéticas mais conhecidas são: luz, microondas, ondas
de rádio, radar, laser, raios X e radiação gama. As radiações sob a forma de partículas, com
massa, carga elétrica, carga magnéticas mais comuns são os feixes de elétrons, os feixes de
prótons, radiação beta, radiação alfa.

2.1.6.2. TC e Mutações Genéticas.

Em Biologia, mutações são mudanças na seqüência dos nucleotídeos do material genético de


um organismo. Mutações podem ser causadas por erros de copia do material durante a divisão
celular, por exposição à radiação ultravioleta ou ionizante, mutagênicos químicos, ou vírus. A
célula pode também causar mutações deliberadamente durante processos conhecidos como
hipermutação. Em organismos multicelulares, as mutações podem ser divididas entre mutação
de linhagem germinativa, que pode ser passada aos descendentes, e mutações somáticas, que
não são transmitidas aos descendentes em animais. Em alguns casos, plantas podem transmitir
mutações somáticas aos seus descendentes, de forma assexuada ou sexuada (em casos em que
as gemas de flores se desenvolvam numa parte que sofreu mutação somática. Assim, essa
62

classificação é pouco eficiente para plantas, se ajustando melhor a animais. Uma nova
mutação que não foi herdada de nenhum dos pais é chamada de mutação de novo. A fonte da
mutação não se relaciona com seus efeitos, apesar de seus efeitos estarem relacionados com
quais células são afetadas pela mutação.

2.1.6.3. TC e lesões celulares por irradiação.

A célula representa a menor porção de matéria viva. São as unidades estruturais e funcionais
dos organismos vivos. A nível estrutural podem ser comparadas aos tijolos de uma casa, a
nível funcional podem ser comparadas aos aparelhos e electrodomésticos que tornam uma
casa habitável. Cada tijolo ou aparelho seria como uma célula. Alguns organismos, tais como
as bactérias, são unicelulares (consistem em uma única célula). Outros organismos, tais como
os seres humanos, são pluricelulares. O corpo humano é constituído por 10 trilhões de células
mais 90 trilhões de células de microrganismos que vivem em simbiose com o nosso
organismo; um tamanho de célula típico é o de 10 µm; uma massa típica da célula é 1
nanograma.

2.1.7. Realização do exame.

O aparelho tem a forma de um círculo (parecido a um donut) aberto, onde se encontra o


aparelho de raios X e do lado contrário o detector que capta a quantidade de radiação
absorvida pelo tecido, e transmite a informação ao computador do sistema do exame. À frente
deste círculo existe uma maca onde é deitada a pessoa. Esta maca desliza ao longo do
tomógrafo e fica fixa na zona a estudar, para aí ser emitida a radiação. Durante o exame não
se pode mexer e é orientado pelos técnicos ao longo do exame, através de um
intercomunicador. A duração depende da zona a estudar. O aparelho a funcionar emite ruídos
normais ao funcionamento. Preparação para o exame: Deve estar com jejum de pelo menos 4
horas. Levar exames já realizados. Não necessita de preparação ou dieta em casa. Não
necessita de internamento. Pode trabalhar após o exame. Informar o médico se está grávida e
medicação que toma. Deve retirar todos os objetos metálicos, pessoais e próteses. Pode ser
necessário vestir uma bata. Consoante o local a observar, ou para se visualizar melhor pode
ser necessário produto de contraste. Este pode ser bebido ou administrado na veia. A TAC
permite imagens mais nítidas e com mais pormenor do que o RX. A TAC usa radiações e as
imagens são mostradas como se o corpo fosse cortado em fatias horizontais. A ressonância
63

magnética tem imagens em três planos do espaço e não usa radiações. São complementares
umas das outras, mas cada tem as suas indicações de realização. O médico radiologista faz um
relatório do exame, que será levantado posteriormente.

2.1.8. Conclusão.

Conclui-se afirmando que a tomografia axial computorizada (TAC) é um exame


complementar de diagnóstico, pode ser efetuada a qualquer parte do corpo e é realizada com
raios X. A radiação é emitida para o local em estudo e a imagem é formada consoante a
capacidade de absorção dos tecidos. Durante a TAC são efetuadas várias imagens dos
tecidos, visualizando-se o seu interior e exterior, como se estes fossem cortados em fatias
horizontais. Este exame permite detectar tumores, hemorragias, fraturas do crânio, alterações
de órgãos, etc.

2.2.. Ressonância Nuclear Magnética.

2.2.1. Conceito.

Ressonância magnética é uma técnica que permite determinar propriedades de uma substância
através do correlacionamento da energia absorvida contra a freqüência, na faixa de megahertz
(MHz) do espectromagnético, caracterizando-se como sendo uma espectroscopia. Usa as
transições entre níveis de energia rotacionais dos núcleos componentes das espécies (átomos
ou íons) contidas na amostra. Isso se dá necessariamente sob a influência de um campo
magnético e sob a concomitante irradiação de ondas de rádio na faixa de freqüências acima
citada. Os princípios da RNM são bastante complexos e envolvem conhecimentos em diversas
áreas das ciências exatas. A grande vantagem da RNM reside na sua segurança, já que não usa
radiação ionizante, nas diversas capacidades em promover cortes tomográficos em muitos e
diferentes planos, dando uma visão panorâmica da área do corpo de interesse e, finalmente, na
capacidade de mostrar características dos diferentes tecidos do corpo.

2.2.1.1. A estrutura do átomo.

Da estrutura básica do átomo, é sabido que uma nuvem de elétrons (partículas negativamente
carregadas) orbita em torno de uma massa nuclear, formada de prótons (positivamente
64

carregados) e nêutrons (eletricamente neutros). Diferentemente das imagens de Raios-X,


relacionadas com elétrons orbitais, o sinal da RNM surge a partir do centro do átomo, ou
núcleo. Embora as propriedades químicas de um átomo dependam da estrutura de seus
elétrons, as propriedades físicas dependem largamente do seu núcleo, que é responsável por
quase a totalidade da massa do átomo. Embora prótons nucleares e elétrons orbitais possuam
cargas opostas e de mesma intensidade, a fim de manter neutralidade elétrica do átomo, o
número de prótons e nêutrons é freqüentemente desigual. Esse principio de desigualdade no
núcleo do átomo invoca uma definição em física, chamada de momento angular do núcleo. Se
no núcleo contem desigual número de prótons e nêutrons então, ele possui um momento
angular ou uma resultante angular. Se não existe desigualdade entre o número de prótons e
nêutrons, o momento é zero. Qualquer outra combinação terá uma resultante diferente de
zero. Somente aqueles átomos que possuem número impar de prótons e/ou nêutrons serão
capazes de produzir um sinal em RNM. Embora uma variedade de mais de 300 diferentes
tipos de núcleos possuam momento angular, apenas um seleto grupo tem utilidade em
medicina. Dentre esses: Hidrogênio, Carbono, Sódio, Fósforo, Flúor. De todos os átomos, o
Hidrogênio é o mais simples, pois ele possui apenas um próton. Ele é o mais importante
átomo para a RNM, sobretudo porque em humanos, ele corresponde a mais de dois terços do
número de átomos encontrados em nosso corpo. Além de sua abundância nos sistemas
biológicos, o hidrogênio é altamente magnético, o que o torna extremamente sensível a RNM.
Outros núcleos também podem gerar imagens em RM, mas, porém possuem imagens mais
pobres comparadas às do Hidrogênio.

2.2.1.2. Propriedades magnéticas do Átomo.

O núcleo do átomo de Hidrogênio é formado por um próton, que é uma pequena partícula
positivamente carregada associada a um momento angular (ou spin). A situação representada
leva a formação de uma estrutura imaginária semelhante a uma barra magnética com dois
pólos orientados (norte e sul). Todo o núcleo tem essa propriedade. Pensemos nos átomos
como setas apontando em uma direção. Na ausência de um campo magnético, as setas estarão
apontando aleatoriamente no espaço. A fim de produzir uma imagem em RNM, o paciente é
exposto a um poderoso e uniforme campo magnético. Os campos magnéticos são medidos em
unidades de Tesla (T). Na maioria dos sistemas médicos em uso atualmente esses campos
variam de 0,2 T a 2,0 T de intensidade. Para comparar, o campo magnético do planeta Terra é
de aproximadamente 0, 00005 T, com pequenas variações em torno da Linha do Equador e
65

dos Pólos Glaciais. Quando submetidos a um campo magnético, esses prótons (setas) tendem
a alinharem-se contra ou a favor desse campo. Na verdade, aproximadamente metade desses
prótons alinha-se contra e metade a favor do campo magnético, com discreta predominância
de prótons na mesma direção do campo. A diferença depende do campo magnético aplicado,
mas é mínima em qualquer circunstância. Embora incrivelmente pequena essa diferença seja
suficiente para produzir um sinal em RNM. Deveremos sempre ter em mente o número de
prótons existentes, que é da ordem de bilhões e bilhões, 10 elevado a 23ª potência em um cm3
de água, para ser mais exato. A somatória de todos esses momentos (setas) resultará em uma
única seta, também chamada de vetor resultante. Como a discreta maioria da população de
prótons submetida a um campo magnético tende a seguir a direção do campo aplicado, o vetor
resultante também estará com essa orientação.

2.2.1.3. Ressonância do Núcleo.

A ressonância é um fenômeno comum na natureza. Para entendê-la, é necessário discutir outra


característica dos prótons. Além de terem um momento, também chamado de spin, esses
prótons transladam em torno do eixo do campo magnético, seja o do campo magnético da
Terra no nosso dia a dia, seja o do campo magnético aplicado para produzir uma imagem,
como ocorre com a lua em volta da Terra, como a Terra em volta do sol. A ressonância, na
verdade, é a freqüência com que o próton gira em torno desse eixo, e foi matematicamente
definido por um físico britânico chamado Joseph Larmor. A freqüência, segundo Larmor, é
proporcional ao campo aplicado e a cada núcleo usado. Cada aparelho de RM, terá, dessa
forma, uma freqüência característica, baseada apenas na intensidade de seu campo magnético,
já que praticamente usamos sempre o mesmo núcleo (Hidrogênio). No espectro
eletromagnético temos radiações ionizantes de alta energia e alta freqüência, que incluem
Raios-X e várias outras formas, usados para imagem médica, pois podem atravessar o
organismo. A desvantagem desse tipo de radiação está no dano que pode causar as células do
corpo por seus efeitos ionizantes. Seguem-se no espectro, radiações de baixa freqüência e
baixa energia, que incluem a luz visível, a luz infravermelha e a ultravioleta. São
potencialmente mais seguras que as radiações ionizantes, mas não tem muita utilidade em
medicina, já que o corpo humano não é transparente a elas. Finalmente, mais baixa
freqüência, mais baixa energia, na variação das ondas de rádio, por exemplo, o corpo humano
uma vez mais se torna transparente e é essa janela no espectro eletromagnético que é usada
em RNM. Para se produzir um sinal em RNM e então uma imagem, o vetor resultante,
66

orientado de acordo com o campo magnético aplicado, deverá ser deslocado dessa posição e
induzir a formação de uma corrente elétrica em uma bobina especialmente preparada para
perceber a mudança de posição. Em outras palavras, seria como atingir uma bola de sinuca em
movimento com outra bola e então registrar a mudança que ocorre na orientação da primeira.
Para mudar a direção do vetor resultante de sua orientação básica usa-se uma onda de Radio
Freqüência (RF) da janela do espectro eletromagnético. A RF deverá estar em sintonia com a
freqüência de ressonância do sistema. A amplitude e a duração da RF poderão ser controladas
para se produzir uma variedade de angulações e mudanças do vetor resultante. Para
tradicionais imagens de RNM usa-se uma RF que varia o angulo de 90 a 180 graus. Existem
muitas outras variações com ângulos menores e que são usados em condições especiais, como
para diminuir o tempo de aquisição das imagens, por exemplo. Após cada pulso de RF
aplicado, o sistema representado pelo vetor resultante inicia o que se chama relaxamento,
retornando ao equilíbrio anterior a RF após um determinado lapso de tempo, chamado de
tempo de relaxamento. Em RNM, esse tempo de relaxamento depende de vários fatores, como
a intensidade da RF e do campo magnético usados, da uniformidade desses campos
magnéticos, do tipo de tecido orgânico, da interação entre prótons, entre outros. Primeiro,
após a RF, o vetor resultante tende a perder a orientação no plano para o qual fora desviado.
Isso resulta da falta de homogeneidade do campo magnético mesmo um campo magnético
pode ter pequenas variações em seu curso. Essa perda natural que ocorre com todos os
aparelhos de RM é chamada de Tempo 2* de relaxamento ou T2* (leia-se tempo 2 asterisco
ou tempo 2 estrelas). Esse tipo de relaxamento é danoso e deve ser corrigido para que não
interfira na produção da imagem. Para isso, a cada determinado intervalo de tempo, outro
pulso de RF é aplicado e novamente os prótons tendem a alinharem-se no plano desviado.
Esse tempo decorrente chama-se de echo time (do inglês echo = eco; time = tempo), ou ET.
Cada próton tem seu próprio campo magnético, que começa a se desorganizar e a afetar
núcleos vizinhos em uma reação simultânea, após cada pulso de RF, transferindo energia
entre si e conseqüentemente saindo de fase. Essa relação próton-próton (ou spin-spin) é
também chamada de Tempo 2 de relaxamento ou simplesmente T2. A Aplicação de pulsos de
RF adiciona energia ao sistema e faz com que os prótons mudem para um estado de maior
excitação ou de maior energia. O processo de dissipação dessa energia, no ambiente
magnético desses prótons, e o seu retorno ao estado de mais baixa energia, são chamados de
Tempo 1 de relaxamento ou T1. Como para se formar uma imagem em RNM vários pulsos de
RF são necessários, é imperativo que se aguarde certo tempo de relaxamento para que o
próximo pulso de RF seja eficiente, ou seja, deve-se aguardar um determinado T1.
67

2.2.1.4. A Imagem Em Ressonância Magnética.

O Contraste da imagem em RNM é baseado nas diferenças de sinal entre distintas áreas ou
estruturas que comporão a imagem. A RNM tem um contraste superior a Tomografia
Computadorizada (TC) na resolução de tecidos ou partes moles. Na TC, a atenuação de
Raios-X pelo paciente é a maior fonte de contraste. Desta forma, a quantidade de atenuação
reflete a densidade do elétron do paciente. Por outro lado, o contraste em RNM é o resultado
da interação de diferentes fatores, incluindo a densidade dos prótons, T1, T2, a suscetibilidade
magnética e o fluxo dos líquidos corporais. Se apenas a densidade dos prótons fosse à fonte
de contraste em RNM, talvez, então, ela não fosse melhor que a TC em termos de resolução e
contraste. A RNM tem vantagens em outras áreas, mas com respeito às partes moles, a relação
entre a densidade de prótons e a densidade de elétrons varia da ordem de apenas 10%, o que
não seria vantajoso. Felizmente, existem outras e melhores fontes de contraste em RNM. T1 e
T2 oferecem contraste em RNM definitivamente superior à TC. Isso ocorre porque muitas
substâncias com similar densidade de prótons e elétrons resultarão em diferentes sinais na
RNM devido a diferentes tempos de relaxamento em T1 e T2. Outra forma de contraste em
RNM baseia-se na susceptibilidade magnética de várias substâncias, ou seja, a maneira como
elas respondem a um campo magnético. Essa susceptibilidade é o resultado de propriedades
químicas e físicas de cada substância, e é largamente explorada na produção de materiais de
contraste usados nos exames de RNM. Como exemplo tem substâncias ditas diamagnéticas
(efeito oposto sobre o campo magnético), paramagnéticas (efeito positivo, potencializando os
efeitos do campo e melhorando a eficiência de T1 e T2) e, finalmente, substâncias
superparamagnéticas e ferromagnéticos (metais, por exemplo) que também possuem efeitos
positivos no campo magnético aplicado. O programa de computador do equipamento realiza o
armazenamento dos sinais emitidos pelos vários tecidos do corpo, sejam eles em T1, T2 ou
qualquer outra seqüência e, através de uma operação algorítmica, os transforma em imagens
digitais.

2.2.1.5. Desvantagens Da Ressonância Magnética.

O campo magnético de altíssima magnitude é potencialmente perigoso para aqueles pacientes


que possuem implantes metálicos em seus organismos, sejam marca passos, pinos ósseos de
sustentação, clipes vasculares e etc. Esses pacientes devem ser minuciosamente interrogados e
68

advertidos dos riscos de aproximarem-se de um magneto e apenas alguns casos, com muita
observação, podem ser permitidos. A RNM possui pouca definição na imagem de tecidos
ósseos normais, se comparada à TC, pois esses emitem pouco sinal. Na verdade, essa é uma
desvantagem relativa, já que a falta de sinal pode ser delineada em RNM como áreas negras, e
assim sendo, seria possível observar todo o curso de partes ósseas. Além disso, alterações na
densidade de prótons desses ossos, promovido por patologias como câncer seriam
prontamente acusados pela RNM.

2.2.2. Prática da Ressonância magnética estrutural nos transtornos afetivos.

2.2.2.1. Introdução a justificativa prática.

A busca de um substrato anatômico para os transtornos afetivos avançou consideravelmente


nas últimas duas décadas graças a técnicas mais precisas e refinadas de novas metodologias
de neuroimagem. Mais recentemente, a ressonância magnética nuclear (RMN) suplantou o
uso da tomografia computadorizada (TC) nos estudos em psiquiatria, por não envolver
radiação ionizante, gerar imagens de alta resolução anatômica e permitir medidas
volumétricas mais acuradas de diversas regiões e estruturas do sistema nervoso central. Em
anos recentes, estudos comparando medidas anatômicas cerebrais entre grupos de voluntários
normais e pacientes com transtornos afetivos primários têm demonstrado algumas alterações
significativas de potencial relevância para a patofisiologia desses transtornos, tanto regionais
quanto generalizadas, questionando a clássica divisão entre doenças psiquiátricas funcionais e
orgânicas. Baseando-se nesses achados preliminares, pode-se postular um modelo para os
circuitos neuronais responsáveis pela expressão e pela regulação das emoções, que podem
possivelmente estar envolvidos nos transtornos afetivos, abrangendo conexões entre o córtex
pré-frontal, o tálamo, o complexo amígdala-hipocampo, os gânglios da base e, possivelmente,
o cerebelo (Soares JC, Mann JJ. The anatomy of mood disorders - Review of structural neuroimaging studies. Biol Psychiatry 1997;

41:86-106). Esse modelo permite testar novas hipóteses quanto às bases anatômicas dos
transtornos afetivos. Na presente monografia não irei avançar em conceitos, mais esses
argumentos aqui citados fortifica a fixação da importância do MPC na prática
Psicopedagógica, pois daí deriva se uma análise qualitativa e quantitativa. Imaginem a
importância do MPC no estudo dos transtornos afetivos primários, enfatizando as
semelhanças e diferenças encontradas entre pacientes com transtorno afetivo bipolar e
69

unipolar (Revista Brasileira de Psiquiatria. Print version ISSN 1516-4446. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.23 suppl. 1 São Paulo May 2001.
doi: 10.1590/S1516-44462001000500005).

2.2.3. Prática do MPC e Ressonância magnética em psicóticos.

2.2.3.1. Introdução.

Novamente se justifica a relevância do estudo do MPC na psicopedagogia, pois o MPC e


ressonância têm sido utilizados em pacientes com transtorno afetivo com características
psicóticas avaliados no primeiro contato com serviço de saúde mental. Os transtornos afetivos
são altamente prevalentes dentre os transtornos mentais, principalmente Transtorno Afetivo
Bipolar (TAB) e Depressão Maior Unipolar (DMU), apresentando altas taxas de morbi-
mortalidade. Estudos prévios de Ressonância Magnética (RM) têm identificado
anormalidades estruturais cerebrais em indivíduos com TAB e DMU quando comparados a
controles normais. Entretanto, nenhum destes estudos foi realizado a partir da comparação
direta entre pacientes com DMU e TAB de início recente, nem comparou separadamente tais
grupos com amostras representativas de controles assintomáticos provenientes de mesma
região geográfica.

2.2.4. Prática do MPC aplicado a Saúde Mental.

2.2.4.1. A Universidade de São Paulo é referencia.

Tese de Doutorado desenvolveu o uso da MPC e situações que se requisitou o mapeamento


cerebral o (...) estudo, definiu a priori que regiões do circuito córtico-límbico-talâmico-
estriatal estariam alteradas quando comparados indivíduos com TAB, DMU e controles
normais diretamente entre si, em amostra de pacientes com quadros graves de sintomatologia
psicótica e pareada com controles normais selecionados na mesma área geográfica dos
pacientes. Foram selecionados 46 pacientes (20 com DMU e 26 com TAB) que tiveram
contato pela primeira vez com serviço de saúde mental após início de sintomas psicóticos e 62
controles normais. Tanto pacientes quanto controles foram submetidos à RM em aparelho de
1,5 Teslas. Os diagnósticos foram baseados no DSM-IV e confirmados após 1 ano da
realização da RM. As imagens foram analisadas pelo método automatizado de processamento
denominado morfometria baseada no voxel (voxel-based morphometry). A comparação entre
70

os grupos mostrou redução significativa de substância cinzenta regional em pacientes com


DMU comparados aos controles (p<0,05, corrigido para comparações múltiplas) em duas
regiões cerebrais selecionadas a priori: córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL) bilateralmente
e giro parahipocampal posterior esquerdo. Na comparação direta entre pacientes com DMU e
TAB encontramos uma redução de substância cinzenta de CPFDL direito em pacientes com
DMU, como tendência a significância estatística (p<0,10, corrigido para comparações
múltiplas). Nossos achados mostram que anormalidades volumétricas de CPFDL e região
temporal medial estão presentes em pacientes com DMU em primeiro episódio psicótico, mas
não em pacientes com TAB com gravidade de sintomas semelhante (Dra. Périco, Cintia de
Azevedo Marques – USP)

2.2.5. Prática do MPC aplicado a Saúde Mental Parte II.

2.2.5.1. Pesquisas Acadêmicas em Portugal em MPC.

Mapeamento de áreas visuais em cérebros sujeitos a reconstrução plana, usando ressonância


magnética estrutural e funcional. O principal objetivo é, através destas técnicas, a obtenção de
mapas funcionais detalhados do cérebro, nomeadamente, mapas de áreas visuais cerebrais:
áreas retinotópicas e áreas MT, FFA, PPA e LOC. A Universidade desenvolve pesquisas nesta
área e a primeira aqui citada estar publicada na rede mundial de computadores. Assim estar
formatada: O relatório da pesquisa está estruturado em onze capítulos: no primeiro capítulo é
feita uma breve introdução ao trabalho. No capítulo II são abordados os princípios de
ressonância magnética nuclear e no capítulo III os princípios de formação de imagem. O
capítulo IV introduz alguns fundamentos de ressonância magnética funcional. No capítulo V é
feita uma abordagem à organização funcional do córtex visual. No capítulo VI são
apresentados os procedimentos para a obtenção de mapas funcionais do córtex cerebral. Nos
capítulos seguintes é abordado o mapeamento retinotópico (capítulo VII) e de outras áreas
visuais (capítulo VIII). O capítulo IX refere-se ao tratamento dos dados adquiridos (pré-
processamento dos dados funcionais e processamento dos dados anatômicos). No capítulo X
são abordadas as ferramentas de análise estatística utilizadas. Por fim, no capítulo XI são
apresentados a análise e os resultados obtidos (Estudo Geral - Universidade de Coimbra,
Góis, Joana Rita Antunes Gonçalves Madeira e)

2.2.6. Conclusão.
71

A definição do que se considera como distúrbio, transtorno, dificuldade e/ou problema


orgânicos quê levam as dificuldades de aprendizagem é uma das mais inquietantes
problemáticas para aqueles que se atuam no diagnóstico, prevenção e reabilitação do processo
de aprendizagem, pois envolve uma vasta literatura fundamentada em concepções nem
sempre coincidentes ou convergentes. Assim o MPC em particular a RNM oferece
informações que podem dar ao psicopedagogo a segurança na intervenção para assegurar a
execução de conduta no trato do problema clínico apresentado.

2.3. As imagens por tensores de Difusão DTI.

2.3.1. Introdução.

As imagens por Tensores de Difusão (DTI, sigla em inglês) mapeiam os neurônios que
conectam regiões cerebrais seguindo o movimento da água contida nele. Uma técnica da
Ressonância Magnética Nuclear que permite caracterizar alterações na mobilidade das
moléculas de água no interstício do parênquima cerebral. A ressonância magnética com tensor
de difusão permite a avaliação da integridade dos feixes de substância branca e fornece
informações adicionais não disponíveis com as técnicas convencionais de RM. Desde a sua
introdução há mais de duas décadas, as Imagens de Ressonância Magnética (MRI) não
somente permitiram a visualização da macroestrutura do sistema nervoso central, mas
também foram capazes de estudar múltiplos processos dinâmicos, os quais são o substrato
para as variantes atuais da técnica. Enquanto que as Imagens de Difusão Ponderada permitem
uma robusta visualização de lesões, apenas há minutos de iniciar-se a isquemia cerebral, as
Imagens de Tensores de Difusão medem a magnitude e direção da difusão, caracterizando a
integridade estrutural da substância branca (WM) cerebral (Revista Brasileira de Psiquiatria.
Print version ISSN 1516-4446).

2.3.2. Pesquisas para aplicações práticas em MPC.

No Brasil encontram-se endamento grupos de pesquisas desenvolvendo ações para o exercício


prático das atividades de MAPEAMENTO CEREBRAL. Citaremos alguns exemplos:
72

Prof. Dr. Dráulio Barros de Araújo. Bacharel e licenciado em Física, pela Universidade de
Brasília, mestre em Física Aplicada, pela Universidade Federal do Ceará. Em 2002 conclui o
doutorado em Física Aplicada em Medicina e Biologia pela Universidade de São Paulo
(Campus de Ribeirão Preto), tendo feito parte do trabalho de tese no Departamento de Física
Médica, da Universidade de Wisconsin, EUA. Atualmente Professor Doutor MS-3 da
Universidade de São Paulo, e atuo na área de Neurociências, com ênfase em Imagem
Funcional por Ressonância Magnética (MPC). Correio Eletrônico: draulio@biomag.usp.br.

Renata Ferranti Leoni. Estudante de doutorado (2006– presente). Estudo a vaso reatividade
cerebral induzida por hipercapnia utilizando o sinal BOLD, em voluntários sadios e em
pacientes com estenose carotídea. Bacharel em Física Médica, formada pela Universidade de
São Paulo (USP – Ribeirão Preto) e, durante a iniciação científica, estudou a localização e a
lateralização da linguagem utilizando ressonância magnética funcional (Fmri/MPC).
renata@biomag.usp.br

Khallil Taverna Chaim. Estudante de mestrado (2006– presente). Seu estudo está focado no
sistema límbico, com especial interesse na região hipocampal, avaliando os processos de
lateralização de memória. Utilizando duas técnicas: a ressonância magnética funcional (fMRI)
e imagens por tensor de difusão (DTI). Objetivo é desenvolver métodos capazes de
disponibilizar essas duas informações conjuntamente como auxílio à avaliação de pacientes
com epilepsia de difícil controle. É pesquisadora bacharel em Física Médica pela
Universidade de São Paulo. khallil@biomag.usp.br

Ms. Tiago Arruda Sanchez. Estudante de doutorado (2005– presente). Estuda a influência de
estímulos emocionais sobre o processamento neural, tanto no sistema nervoso central quanto
sobre o autônomo. Possui interesse na investigação da natureza do processamento emocional
através da medida da resposta visceral autonômica (por ex. freqüência cardíaca) concomitante
ao processamento cerebral e ainda, demonstrar o efeito de drogas moduladoras do humor (por
ex. ansiolíticos e antidepressivos) sobre a atividade neural. Em suas pesquisas, utiliza
ressonância magnética funcional (fMRI), eletrodos para as medidas periféricas do sistema
autônomo e análises comportamentais. É formado em Física (Licenciatura) pela Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) e fez o mestrado em ciências (Física Médica), com
Ressonância Magnética, na USP de Ribeirão Preto. Tiago@biomag.usp.br.
73

Ms. Fabiana Mesquita Carvalho. Estudante de doutorado (2006 – presente). Estuda a


influência das expectativas temporal e espacial no direcionamento da atenção utilizando
estímulos realísticos com movimento, em voluntários sadios e em pacientes com doença de
Alzheimer. Além disso, possui interesse na investigação da natureza da percepção da seta
temporal. Em minha pesquisa, utiliza ressonância magnética funcional (fMRI) e métodos
comportamentais. É bacharel em Ciências Biológicas (Bioquímica) e fez o mestrado em
Neuroquímica na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Fabiana@biomag.usp.br

Ms. Marcio Junior Sturzbecher. Estudante de doutorado (2006– presente). Estuda métodos
alternativos de análise para a localização de sinais interictais de pacientes epilépticos
refratários. Tem interesse na integração entre dados obtidos a partir da ressonância magnética
funcional (IRMf) e da eletroencefalografia (EEG). Em sua pesquisa, utiliza a aquisição
combinada de fMRI-EEG para as medidas de sinais interictais de pacientes epilépticos. É
licenciado em Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e fez o mestrado
em ciências (Física aplicada à Medicina e Biologia) na USP-RP. Marcio@biomag.usp.br.

Ms. Bruno Fraccini Pastorello. Estudante de doutorado (2007 – presente). É bacharel em


física medica pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto – Universidade
de São Paulo, é mestre em Ciências na área de Física Aplicada à Medicina e Biologia, mas
especificamente na área de dosimetria Gel pela mesma faculdade e atualmente estar
estudando características da resposta BOLD em pacientes com doenças de má formação
cortical utilizando ressonância magnética funcional (fMRI) e eletroencefalografia (EEG).
bruno@biomag.usp.com

Ms. Mara Pereira Jorge. Estudante de doutorado (2006– presente). Durante seu doutorado
estuda a reorganização cortical de pacientes com deficiência auditiva, observada através das
imagens funcionais por ressonância magnética. Tem por objetivo observar eventuais padrões
de reorganização e ou regeneração de áreas corticais auditivas. Mais especificamente procura
observar se a reabilitação concomitante ao uso de aparelhos auditivos induz mudanças nas
propriedades de resposta de certos neurônios. Formada em fonoaudiologia pela Universidade
do Sagrado Coração USC-Bauru. Especialização em Distúrbios da Comunicação Humana
pela Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP- Escola Paulista de Medicina. Fez
mestrado na Universidade de São Paulo- USP- Ribeirão Preto pelo Departamento de
Neurologia - Neurociências. marajorge@usp.br
74

Kelley Cristine Mazzetto Betti. Estudante de mestrado (2006– presente). Estuda a reatividade
cerebrovascular em condição de hipercapnia (inalação de CO2) utilizando estímulo auditivo
em voluntários sadios. Em sua pesquisa, utiliza ressonância magnética funcional (fMRI).
Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de
São Paulo. Kelley_betti@yahoo.com.br

3. Exames de atividades cerebrais.

As técnicas que examinam a atividade cerebral são: eletroencefalografia indicador de


atividade elétrica ativas no cérebro utilizando detectores implantados no órgão ou utilizados
sobre a cabeça; . a tomografia por emissão de pósitrons com fins de gerar imagens de
marcadores radioativos no cérebro; a ressonância magnética funcional que demonstra
imagens da atividade cerebral enquanto asse desenvolve várias tarefas; a ressonância
magnética funcional farmacológica mostra a atividade do cérebro durante a administração
de medicamentos e a estimulação magnética transcraniana (EMT) não-invasiva estimula
partes do cérebro para despertar certos comportamentos.

3.1 A técnica da eletroencefalografia indicador de atividade elétrica.

3.1.1. Introdução.

Eletroencefalografia (EEG) é o estudo do registro gráfico das correntes elétricas


desenvolvidas no encéfalo, realizado através de eletrodos aplicados no couro cabeludo, na
superfície encefálica, ou até mesmo dentro da substância encefálica. A maioria dos sinais
cerebrais observados situam-se entre os 1 e 20Hz.

3.1.2. Eletroencefalograma e Psicopedagogia, viabilidade de uso na interpretação de dados.


75

Em psicopedagogia o EEG/Q Qquantitativo pode e deve ser utilizado pelo psicopedagogo


como dado avaliativo visando estabelecer diferenças entre vários diagnósticos, tais como a
hiperatividade e os distúrbios da atenção em crianças, as demências senis ou não, a atrofia
cerebral, a esquizofrenia, e até alguns casos de depressão. Em psiquiatria e neurologia o EEG
Quantitativo, além dos focos epilépticos, é útil na monitoração da abstinência de drogas, em
infecções do cérebro, nos estados de coma, de narcolepsia e no acompanhamento pós-
operatório de pacientes que foram submetidos à cirurgia cerebral. O Eletroencefalograma
(EEG) é uma técnica de exame cerebral usada desde 1929, depois da descoberta do psiquiatra
alemão Hans Berger de que o cérebro gerava uma atividade elétrica capaz de ser registrada.
Na prática o Eletroencefalograma é realizado através da colocação de eletrodos na pele da
cabeça do paciente que são conectados à um poderoso amplificador de corrente elétrica. Esse
amplificador aumenta a amplitude do sinal elétrico gerado pelo cérebro milhares de vezes e,
através de um dispositivo chamado galvanômetro, as oscilações para mais ou para menos
dessa corrente elétrica são desenhadas numa tira de papel sob a forma de ondas. Os
eletroencefalógrafos mais modernos permitem o registro simultâneo de até 40 canais
(eletrodos). Fisiologicamente sabe-se que as características das ondas elétricas cerebrais
variam conforme o funcionamento (situação funcional) do órgão. As maiores variações se
observam entre os estados de vigilância, ou seja, entre o estar acordado, dormindo, sonolento,
em coma, etc. O eletroencefalograma é usado em neurologia e psiquiatria, principalmente
para auxiliar no diagnóstico de doenças do cérebro, tais como as epilepsia, as desordens do
sono e alguns tipos de tumores cerebrais. De 1930 até bem pouco tempo atrás, a
eletroencefalografia esteve quase estagnada e com aplicação médica perdendo terreno
seguidamente para outros métodos de diagnóstico e de exames. Nas últimas décadas,
entretanto, a informática foi acoplada ao método eletroencefalográfico e novos horizontes se
descortinaram. Uma dessas novas aplicações do EEG é tentar localizar com exatidão os focos
epilépticos ou tumores cerebrais. Os focos epilépticos são pequenas regiões no cérebro onde a
atividade elétrica se apresenta anormal. Pela observação neurologista que interpreta o EEG é
capaz de deduzir em onde exatamente esta anormalidade está situada. Entretanto, a
interpretação pessoal dos traçados é muito difícil quando o número de canais é grande ou a
natureza da anomalia é complexa. Vem daí a necessidade de se acoplar ao processo os
requintes da informática. Com isso foi possível a elaboração de um mapeamento cerebral
eletricamente determinado. A informática, através de softwares próprios e de cálculos
matemáticos complexos tem sido usada para realizar mapeamentos cerebrais coloridos. Este
tipo de exame é chamado de EEG Quantitativo, em contrapartida da avaliação qualitativa da
76

eletroencefalografia tradicional. A topografia cerebral oferecida pelo EEG foi possível devido
ao grande número de eletrodos colocados na cabeça e da resolutividade dos computadores. O
mapeamento cerebral colorido gerado pelos computadores e pelas impressoras coloridas
avalia a quantidade da atividade elétrica de uma determinada região através das diversas
tonalidades de cor. Nesse método as cores roxas e pretas representam baixa amplitude das
ondas elétricas, enquanto o vermelho e o amarelo podem representar amplitudes maiores. O
EEG Quantitativo proporciona uma avaliação mais precisa da atividade cerebral, dando uma
visão gráfica mais acurada da localização de alterações elétricas. A informática também
proporciona animações dinâmicas das imagens cerebrais, facilitando o estudo da função
cerebral e do cérebro em ação. Atualmente as principais indicações do EEG Quantitativo é
determinar localização precisa de tumores cerebrais, bem como a localização precisa de
doenças focais do cérebro, incluindo entre elas a epilepsia, as alterações vasculares e
derrames. Também e principalmente em psiquiatria, o EEG Quantitativo tem sido usado para
diagnosticar hiperatividade e distúrbios da atenção em crianças.

3.1.3. Conclusão.

O futuro do EEG Quantitativo será proporcional ao futuro acoplamento de métodos digitais


de análise de sinais e de processamento de imagens pelos computadores futuros, sob pena de
perder sua eficácia, porém seu uso pela psicopedagogia se constitue em parceria com o
médico um instrumento valioso de diagnóstico.

3.2 A técnica da tomografia por emissão de pósitrons com fins de gerar.

3.2.1. Introdução.

A tomografia por emissão de pósitrões ou tomografia por emissão de pósitrons, também


conhecida pela sigla PET, é um exame imagiológico da medicina nuclear que utiliza
radionuclídeos que emitem um positrão aquando da sua desintegração, o qual é detectado para
formar as imagens do exame. Utiliza-se glicose ligada a um elemento radioativo
(normalmente Fluor radioativo) e injeta-se no paciente. As regiões que estão metabolizando
essa glicose em excesso, tais como tumores ou regiões do cérebro em intensa atividade
aparecerão em vermelho na imagem criada pelo computador. Um exemplo de um grande
utilizador de glicose é o músculo cardíaco - miocárdio. Um computador produz uma imagem
tridimensional da área, revelando quão ativamente as diferentes regiões do miocárdio estão
utilizando o nutriente marcado. A tomografia por emissão de pósitrões produz imagens mais
nítidas que os demais estudos de medicina nuclear. A PET é um método de obter imagens que
77

informam acerca do estado funcional dos órgãos e não tanto do seu estado morfológico como
as técnicas da radiologia propriamente dita. A PET pode gerar imagens em 3D ou imagens de
"fatia" semelhantes à Tomografia computadorizada.

3.2.2. Processamento do exame.

A imagem da PET é formada pela localização da emissão dos pósitrons pelos radionuclídeos
fixados nos órgãos do paciente. Contudo como o positron é a partícula de antimatéria do
electrão, ele rapidamente se aniquila com um dos inúmeros electrões das moléculas do
paciente imediatamente adjacentes à emissão, não chegando a percorrer nenhuma distância
significativa. É assim impossível detectar os positrões directamente com o equipamento.
Contudo, a aniquilação positrão-electrão gera dois raios gama com direcções opostas e cuja
direcção e comprimento de onda podem ser convertidos na posição, direcção e energia do
positrão que os originou, de acordo com as leis da Física. No exame PET detectores de raios
gama (câmera gama) são colocados em redor do paciente. Os cálculos são efectuados com um
computador, e com a ajuda de algoritmos semelhantes aos da TAC, o computador reconstroi
os locais de emissão de positrões a partir das energias e direcções de cada par de raios gama,
gerando imagens tridimensionais (que normalmente são observadas pelo médico enquanto
série de fotos de fatias do órgão, cada uma separada por 5mm da seguinte). Os PETs e TACs
da mesma área são frequentemente lidos em simultâneo para correlacionar informações
fisiológicas com alterações morfológicas.

3.2.3. Mapeamento Cerebral via PET.

3.2.3.1. PET cerebral.

PET do cérebro: é usado Oxigénio-15. Usado para avaliar perfusão sanguínea e actividade
(consumo de oxigénio) de diferentes regiões do cérebro. A F18-DOPA está em estudo
enquanto análogo do precursor de neurotransmissor DOPA.

3.2.3.2. PET oncológico.

PET oncológico: É injectado FDG com Flúor-18 no sangue do paciente. O F18-FDG, um


análogo da Glicose, é transportado para dentro das células pelo mesmo transportador na
membrana celular do açúcar, contudo dentro da célula ele não é completamente metabolizado
mas é transformado em uma forma que é conservada (fixada) no interior da célula. Assim ele
pode ser utilizado para detectar células com alto consumo de glicose e que portanto
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contenham muitos transportadores membranares (hiperexpressão destes genes), como


acontece nas células dos tumores de crescimento rápido, os quais são frequentemente
malignos (cancro). É usado para distinguir (estadiar) massas benignas de malignas no pulmão,
cólon, mama, linfomas e outras neoplasias, e na detecção de metástases. Esta técnica constitui
90% dos PET feitos actualmente.

3.2.3.3. PET cardiológico.

PET cardíaco: FDG-F18 usado para detectar áreas isquémicas e fibrosadas, mas o seu
benefício-custo em comparação com a técnica de SPECT Cintigrafia de Perfusão (discutida
em medicina nuclear) é duvidoso. Também são usados PET em investigação em
farmacologia. O fármaco é marcado com radionuclídeo de modo a estudar a sua absorção,
fixação e eliminação.

3.2.3.4. Conclusão.

PET é uma técnica intensiva apenas practicada nos hospitais centrais. Historicamente o PET
foi desenvolvido por Edward Hoffman e Michael E.Phelps em 1973 na Universidade de
Washington em St. Louis, EUA. O exame PET ficou limitado a usos de investigação médica
até cerca de 1990. Hoje em dia é frequente a combinação dos exames PET e TAC do mesmo
órgão. Existem equipamentos que permitem efectuar ambos os exames simultaneamente,
inventados por David Townsend e Ron Nutt. O exame de É necessário um ciclotrão para
produzir continuamente o Flúor-18, que tem uma semi-vida curta de apenas algumas horas.
Em Portugal (em Março de 2009) existem dois ciclotrões para produção de radionuclídeos,
um privado, propriedade da HPP Medicina Molecular SA, no Porto[1][2], e outro, público, no
ICNAS (Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde) da Universidade de Coimbra[3].
Existem neste momento (Março de 2009), em Portugal, oito tomógrafos PET e PET-CT em
operação.No Brasil funcionam ciclotrons nos institutos de pesquisa da Comissão Nacional de
Energia Nuclear, CNEN. Dois deles (IBA Cyclone 30 e IBA Cyclone 18/18) em São Paulo no
IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, dois (TCC CV-28 e SIEMENS RDS
111) no Rio de Janeiro no IEN - Instituto de Engenharia Nuclear, um GE PETTracer 18 MeV
em Belo Horizonte no CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear e um IBA
Cyclone 18/9 em Recife no CRCN - Centro Regional de Ciências Nucleares. Estão tambem
em operação dois outros ciclotrons nas empresas privadas em Brasília (SIEMENS RDS 111)
e Porto Alegre na R2 (IBA Cyclon2 18/9). Existem (Junho de 2007) em operação 11
tomógrafos PET e PET-CT no Brasil, sendo 4 em São Paulo, 3 no Rio de Janeiro, 2 em
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Brasília e 1 em Curitiba e 1 em Salvador. Estudos realizados nos EUA, em 1994,


demostraram que, mesmo sendo um exame caro, o exame PET é vantajoso quando incluído
nos protocolos para diagnósticos de diversas enfermidades, principalmente em oncologia.
Como pode substituir vários outros exames, o PET ao final se torna mais barato. Além de ser
uma das mais modernas e eficazes técnicas de diagnóstico por imagem, seu custo-benefício
pode ser também ressaltado quando evita processos invasivos, como biópsias, eliminando
assim os riscos inerentes a estes procedimentos.

3.3 A técnica da ressonância magnética funcional.

3.3 1. Fundamentos da Ressonância Magnética Nuclear.

A imagem por ressonância magnética (IRM) é o resultado de sinais de freqüência de rádio


liberados por núcleos de peso atômico par quando voltam ao seu estado de repouso depois de
serem alinhados por um pulso magnético forte e homogêneo. No cérebro, o núcleo do átomo
de hidrogênio da água é a principal fonte de sinal na IRM. A leitura do sinal em momentos
distintos permite visualizar diferencialmente substância cinzenta de substância branca e de
fluido cerebrospinal. Ossos densos, que contém pouca água, são invisíveis em tais imagens.
Nos últimos cinco anos a evolução dos magnetos supercondutores usados para a ressonância
magnética (RM), das bobinas e das seqüências de pulso com capacidade de gerar altos
gradientes com excelente homogeneidade de campo nos três planos, permitiu que a
Ressonância Magnética Funcional (RMF) se estabelecesse como uma das ferramentas mais
poderosas, rápidas e eficazes no campo da Neurociência. O aparecimento recente do
mapeamento funcional por ressonância magnética através da manipulação do contraste
intrínseco representado pelas propriedades magnéticas da hemoglobina (Fig.6b) permite a
detecção de alterações hemodinâmicas locais relacionadas a eventos neurais. A atividade
neural acarreta elevação do fluxo sanguineo local por mecanismos que envolvem a liberação
de oxido nítrico, um gás vasodilatador difusível (Fig.6c). Como o aumento do aporte de
sangue arterial nessa região supera em muito a discreta elevação da extração de oxigênio,pelo
tendo que está mais ativada, no balanço final, há um aumento da concentração local de
oxihemoglobina, que é diamagnética, em detrimento da redução da concentração de desoxi-
hemoglobina. A desoxi-hemoglobina tem propriedade paramagnética, por possuir dois
elétrons não pareados, o que gera grande susceptibilidade magnética local, levando a perda de
sinal na IMR. O efeito final na imagem consiste em aumento da intensidade do sinal nas áreas
ativas, quando as imagens de ativação são subtraídas das de repouso. A magnitude dessa
diferença de sinal é pequena, na faixa de 1-5%, e só pode ser determinada após cálculo
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estatístico da correlação da variação da intensidade do sinal nas fases de controle e


estimulação. Essa técnica, BOLD (por ressonância magnética funcional) é a base da maioria
das investigações em neurociência. feitas com RMF.

3.4 A técnica da ressonância magnética funcional farmacológica.

A ressonância magnética funcional farmacológica mostra a atividade do cérebro durante a


administração de medicamentos. Os resultados apresentados ao psicopedagogo dar-lhe-á
condições de avaliação e indicação terapêutica educacional correspondente.

3. 5. A técnica da estimulação magnética transcraniana (EMT).

A Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva EMTr (repetitive Transcranial Magnetic


Stimulation — rTMS) é uma nova técnica de abordagem e tratamento de desordens
neuropsiquiátricas que permite a exploração, ativação ou inibição das funções cerebrais, de
maneira segura, específica, não invasiva e indolor. O método consiste em atingir o cérebro de
forma dirigida, através de pulsos magnéticos sobre o crânio, os quais, atravessando os tecidos,
geram uma fraca corrente elétrica capaz de provocar alterações na atividade das células
nervosas. A técnica é aprovada para uso clínico em diversos países, inclusive no Brasil,
mostrando-se muito útil no tratamento da depressão.

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