Sunteți pe pagina 1din 2

A correspondência entre Helena, mulher representada na lírica camoniana, e Ana de

Castro Osório foi encontrada por um investigado do séc. XXI, viajante do espaço. Tendo
entrado no túnel do tempo, encontrou as cartas trocadas entre as duas mulheres.

Cortes de Coimbra, 18 de Março do anno da Graça


de 1558

Cara dona Ana de Castro Osório,

Mui aprazada venho dirigir-lhe estas palavras, agradecendo ao Senhor a


possibilidade de comunicar com vossa senhoria, acerca do meu tempo, neste
reinado de D. João III.
Como mui bem sabeis, ou podeis imaginar, nós, as mulheres, não vimos
ainda o nosso papel reconhecido na sociedade e somos pouco valorizadas. O
nosso mundo continua a limitar-se à casa e à Igreja. Todos os dias temos de
velar pelos nossos homens e rezar a Deus para nos proteger da fome e da
guerra.
O rei está velho e prepara-se a sua sucessão, mas esta não é uma
matéria sobre a qual nos possamos pronunciar.
Tenho sorte em saber ler e escrever pois meu pai é um homem
cuidadoso, que quis que sua filha tivesse algumas luzes. Mas, infelizmente sou
um caso raro pois nenhuma das minhas amigas estudou como eu. A nossa
educação retringe-se a saber tratar da casa e dos doentes.
Além disso, a autoridade dos nossos pais estende-se até ao ponto de
nos arranjarem casamento. Assim sendo, já estou apalavrada com um amigo
de minha família, mas todo meu afeito, todos os ardores do meu coração são
dirigidos para o cavaleiro Ruy de Sousa, com que nunca poderei viver.
Não tendo mais novas para vos dar, despeço-me encarecidamente
rogando-vos a atenção de me dar uma resposta.

Helena d’Abrolhos
Lisboa, 20 de Março de 1911

Cara concidadã Helena,

É com alguma mágoa que lhe respondo, pois apesar de a compreender,


nós as mulheres do século XX, apesar de termos que lidar com problemas
semelhantes aos vossos, procuramos outras soluções.
Pensámos bastante sobre este assunto e chegámos à conclusão de que
merecemos tantos direitos como os homens. Queremos direito ao voto, à
educação e a exercer profissões.
Para si pode parecer algo insano, mas para nós faz todo o sentido.
Talvez no seu tempo nunca tenham pensado nisso, mas nós evoluimos. E se
temos o direito a evoluir, como parte da espécie humana que somos, temos
também direito a fazer parte de tudo aquilo que os homens fazem.
Outro aspecto importante contra o qual lutamos, porque o achamos
bastante incorrecto, são os casamentos arranjados pelos pais. Nós
consideramos que o direito a casar por amor é um dos bens essenciais à
mulher, visto que determina toda a sua vida. Além disso, deverá a mulher deste
início do séc. XX, lutar por ser tão activa na sociedade como qualquer homem.
Agradeço a atenção e peço que medite sobre o que lhe digo nesta carta.
Atenciosamente,

Ana de Castro Osório

Autores:
Ivo Igreja, Márcia Sousa; Rui Sousa
Turma: 10º F

S-ar putea să vă placă și