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Aprisionados na imagem, como projeo do vivido sobre as
probabilidades de sua repetio, somos igualmente prisioneiros de um
esquema perceptivo, mas tambm da moldura cultural que ele efetua na
relao com um regime imagtico. Operando nessa clausura, a educao
e tambm a geografia so to somente funes formalizadas com relao
aos dispositivos escolar e comunicacional, ocupando-se do que deve
ser visto, dito, sentido, percebido, produzindo concretamente sobre os
corpos as marcas das ideaes curriculares e de governo.
Assim, a produo demente de imagens gera montanhas de
lixo perceptivo e cognitivo que, descolado das existncias concretas e
singulares, adere sensibilidade como uma craca, lastreando a imaginao.
Essa poluio de equivalncias, semelhanas e contiguidades tem por
efeito a soldadura do invisvel, desse campo virtual que atravessa as
coisas e por meio do qual se produzem mundos outros, inditos (Pelbart,
1993).
Essa soldadura apresenta-se como impossibilidade de bifurcao,
de abrir outras vias para a imaginao (aprisionada na ideia de trabalho,
crescimento, competncia, autonomia, felicidade, satisfao), como
impossibilidade de fazer flutuar a ateno, cujo foco se fecha no
conjunto recursivo de privaes afetivas midiaticamente gerenciadas
(desemprego, estagnao, insuficincia, dependncia). Imobilizada
pelo medo, a imaginao encolhe-se sob uma memria que a recobre,
e a sensibilidade gira num eixo de demandas e temas com os quais no
consegue fazer corpo: o efeito ttico da inflao da expresso, de sua
saturao e reabsorvimento comunicacional, a depresso (Bifo, 2009).
Um rebaixamento da vitalidade por desgaste, desenhando o relevo do
modo de existncia contemporneo.
A cultura social da depresso, em relao qual a depresso indi
vidual um sintoma coletivo, encontraria assim sua dinmica em imagens
excessivamente preenchidas pelos hbitos e pelos costumes.
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