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Número 3 • Fevereiro de 2010 • Mensal

Editorial
IV Jantar de Reis

Paulo Ferreira

Queria escrever um editorial sobre


o Dever e a Ética, ambas no con-
texto da política partidária actual,
acentuando a necessidade da ho-
nestidade intelectual que muitas
vezes deserta do campo de combate
político, quer a nivel interno par-
tidário, quer no plano externo. É
complicado. Apetece escrever muito Uma iniciativa que já é tradição da nossa Entre nós esteve também o escritor e
e sem a pena da ponderação ou da Secção e que este ano decorreu no passado jornalista Alexandre Honrado, que integrou
sensatez.Achei mais proveitoso dia 8 de Janeiro, no restaurante Entre-Co- a lista à freguesia de Alvalade e que apro-
deixar-vos um excerto de um texto pos e onde o secretariado do PS-Alvalade veitou a oportunidade para anunciar a sua
inédito de António de Sousa Franco organizou pela quarta vez o Jantar de Reis recente filiação à nossa secção, motivada
publicado a título póstumo muito do PS Alvalade. como disse “pela entrega e espírito de
recentemente. Resume tudo o que Como o nosso camarada Miguel Teixeira trabalho em prol das pessoas, pela postura
penso de forma muito mais bri- sintetizou, “esta é uma das boas e recentes digna e ética dos membros da lista do PS,
lhante do que aquela que eu poderia tradições que devemos manter, uma vez que do Miguel Teixeira, do Jorge Franco, do
alguma vez almejar. representa um momento alto de reunião e Paulo Ferreira, entre tantos outros. Sei que
amizade entre camaradas, que vêem tam- aqui serei feliz e espero poder continuar a
“Sem responsabilidade, cidadania bém, neste convívio a oportunidade de ajudar”. O nosso novo camarada ofereceu
e seriedade (ou honestidade) não há reencontrar amigos de longa data”, ve- ainda três das suas últimas publicações à
democracia nem desenvolvimento. nham mais encontros de salutar convívio e nossa secção, que foram entretanto sortea-
Faz-nos isso mais falta do que camaradagem como este, é também desta das durante o jantar.
alfabetização, ou modernização, ou forma que se promove e reforçam os laços Estiveram também entre nós camaradas de
eficácia económica. Ética para o que permitem uma militância mais activa outras secções, casos de Rui Paulo Figuei-
desenvolvimento e a democracia, em prol do partido redo, candidato a presidente da Concelhia
numa sociedade demasiado com- Numa noite muito fria, juntaram-se cerca de Lisboa (que publica nesta edição um
placente com os “arranjinhos”, a de 100 pessoas. Estiveram para além de artigo de opinião) e Pedro Gomes, secre-
vigarice e a aldrabice no campo muitos militantes, alguns independentes tário-coordenador da secção de Belém.
público: eis uma exigência e uma que concorreram recentemente nas listas do Para o final do jantar, estava reservada uma
urgência. Mais da mobilização dos PS às nossas freguesias. A noite foi marcada pequena lembrança que foi distribuída a
cidadãos do que das leis (embora por uma grande amizade, para além de um todos os que participaram no jantar. Um
também destas). Sem isso, nos actos momento musical. Como vem sendo hábi- gesto simbólico, mas que representa bem
e nas consciências, nunca seremos to, esta noite está também reservada à dis- os laços e a amizade que devem presidir às
um País desenvolvido e democrá- tinção de um militante. Este ano, a relações entre nós.
tico. Temos avançado mais na ins- camarada Maria Otília foi a distinguida, Um caloroso momento de convívio, uma
trução e nos mercados do que na tendo para o efeito, e nas palavras do nosso salutar tradição, mais um evento de sucesso
mentalidade e na educação. Urge secretário-coordenador, “uma longa e com a marca do PS Alvalade.
compensar este desequilíbrio. Eis aí sempre muito dedicada militância à secção,
uma boa causa para a sociedade! que corporiza na sua atitude, forte e per-
Saúdo a luta e o apelo à razão e às severante. A Maria Otília é daquelas pes-
convicções. É por estes conceitos soas que nunca desiste, vejo nela, o espírito
que, na raiz da saúde democrática e a razão da militância. É um exemplo para
do nosso Povo, está e estará a luta todos e sobretudo para os mais novos,
contra a corrupção (em sentido como eu. Tem sido um privilégio trabalhar
amplo), a luta pela ética e pela com a Maria Otília, ela é uma verdadeira
transparência em todo o espaço escola de formação política e ideológica,
público. Em suma: a luta por uma para além de ser uma pessoa muito huma-
democracia séria e honesta!” na e solidária. Hoje, penso poder afirmá-lo,
grandes amigos”.
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Alvalade solidária
nem, tão pouco, era o estado da biblioteca que
a vexava; o problema desta senhora é que pas-
sava fome, é que não conseguia gerir o pouco
dinheiro que recebia da sua pensão, é que sua
a casa de 9 metros quadrados estava suja, in-
fectada e inabitável, o problema desta senhora
André Moz Caldas Jorge Franco é que a sua a casa de 9 metros quadrados não
tinha água nem casa de banho e isso notava-se
na imagem e no odor que ostentava.
Nós, os actuais autarcas de Alvalade, decidi-
A arte de persuadir o interlo-
O papel dos autarcas assim como o papel das mos naquele momento que ser autarca não é
cutor com a oratória – a Retórica
secções políticas locais não têm, com acautelo sê-lo apenas na Assembleia de Freguesia, ser
– se não for completamente va-
de raras e honrosas excepções, sofrido grandes autarca não é apenas defender ideologias ou
zia de conteúdo (e normalmente
alterações no que aos seus paradigmas diz res- orientações políticas, não é apenas combater
não é, ou então não persuade
peito. De facto, parece-me que o constante ar- com a oratória, para nós, ser autarca era ajudar
ninguém e não é retórica), é uma
quétipo de ambos implica e incita ao auto- aquela senhora e ajudar outros com aqueles ou
qualidade. Em política é um
enclausuramento, ao distanciamento contínuo, outros problemas, e o acto de ajudar não se tra-
instrumento poderoso e, dir-se-
prolongado e constante com aqueles que pre- duziu no mero apoio moral, de facto, nós, entre
ia, indispensável.
tende verdadeiramente servir, a população que outras coisas, contactámos prontamente a
Numa secção de quadros, como
reside nas áreas geográficas sob sua alçada. CML que passou toda uma semana a desin-
a de Alvalade, o uso da retórica
A consequência desta realidade tem tanto de fectar uma “casa” de 9 metros quadrados e a
pelos camaradas nos seus en-
maligna como de perigosa, o trabalho político abstrair de lá todo o entulho que lá assentava,
contros deve ser valorizado.
da maioria das secções locais não consegue nós inventámos sitio para a senhora dormitar
Também, a expressão da sua
ultrapassar os limites das suas sedes e o traba- durante este processo, negociámos com a res-
qualidade na escrita, no uso das
lho político da maioria dos autarcas raramente tauração local refeições regulares para a senho-
tecnologias de informação ou
sobrepuja os limites das Assembleias de Fre- ra, estivemos com ela diariamente, arregaçá-
outras, devem ser estimuladas.
guesia. Este fenómeno redunda num inevitável mos as mangas e estivemos naquela casa a
Jamais, a bem da sã convivência
resultado, atenta-se às necessidades dos mili- colocar o estuque, a pintar paredes, etc.
política, devem ser apontadas
tantes e olvida-se, esquece-se a sociedade civil. Conto-vos esta história não só por desabafo
como meras fachadas da pre-
Para um projecto político ganhar importância, mas sobretudo porque foi esta a primeira pedra
tensa vacuidade dos camaradas.
interesse, utilidade, montra, relevância, para num bonito projecto que a partir daí brotou, é
Contudo, a menorização destas
poder crescer, para ganhar mais influência na que este caso enterneceu e comoveu, com igual
capacidades, a par da desconsi-
sociedade civil e também para conquistar os profundidade, todos os membros do secreta-
deração dos mais jovens, apenas
votos tem, necessária e impreterivelmente que riado do PS Alvalade e inspirou-nos a criar o
por serem mais jovens, colando-
combater o estigma supracitado, arregaçando projecto Alvalade Solidária. Através deste pro-
lhes o rótulo de meros artifícios,
mangas e indo voluntariosamente para o cam- jecto temos identificado outros casos, em tudo
não é aceitável. Essa atitude re-
po, para a rua onde estão os outros, os residen- semelhantes ao caso que vos reportei e temos
vela duas características de
tes, os eleitores, os cidadãos a quem temos que imputado a nós próprios parte da responsabili-
quem a pratica: a primeira, que
demonstrar o que representa o ideário socialista dade pela resolução dos problemas identifica-
não dispõe de capacidade equi-
e evidenciar aquilo que de bom podemos fazer dos, accionando todos os mecanismos compe-
valente, para ir com honestidade
e a competência, altruísmo e voluntarismo com tentes, acompanhando presencialmente as
intelectual a terreiro; segunda,
que o fazemos. É assim que pensamos no PS pessoas em causa, oferecendo palavras amigas
revela que o elogio e a crítica
Alvalade e é assim que agimos em Alvalade, e trabalhando fisicamente no campo.
flutuam ao ritmo das conveniên-
Campo Grande, São João de Brito e São João É assim que se combate o paradigma que iden-
cias individuais.
de Deus. tifiquei no princípio deste artigo, esta é uma
Por isso, respeitem-se os cama-
Gostaria agora de concretizar tudo o que até excelente via de contacto com o que está para
radas entre si, nas diferentes for-
agora discorri com o exemplo de um projecto além da nossa “casa” institucional, da nossa
mas de expressarem o seu pen-
que idealizámos, gostaria de começar a fazê- “sede”, este é um excelente mecanismo de
samento e actividade política,
lo através do relato uma experiência pessoal. conluio entre a força política local, que somos
sob pena de esvaziarmos o Par-
Aquando da nossa campanha autárquica em nós, e a sociedade civil a que servimos politica
tido dos tais quadros. Deixemos
Alvalade, encontrámos uma senhora idosa, e civicamente.
trabalhar e intervir, quem o pre-
conversámos com ela, como fizemos, aliás, É com reforçado orgulho que milito numa sec-
tende, sem nos exasperarmos
com inúmeros eleitores, tentando descortinar ção onde um projecto desta tipologia recebe
sempre que discordamos.
quais as suas preocupações, quais as suas tanta dedicação e empenho, é com robusto brio
Tão pouca democracia prati-
prioridades e que carências sentia no bairro, a que me apresento como membro deste secre-
cam, tantos pregadores dela.
réplica que recebemos tocou-nos, a todos, tariado e com vigoroso pundonor que ostento
Mesmo quando o fazem de for-
profundamente, esta senhora, desprovida de o rótulo de autarca de Alvalade.
ma encantadora. Não nos esque-
família, de companhia e de qualquer apoio, não Termino com uma dupla chamada, com um
çamos que os mais famosos
tinha como preocupação lamentos compará- duplo desafio, um desafio a todos para que nos
encantadores são os de serpen-
veis com as queixas dos seus vizinhos, não era ajudem a ajudar e para que connosco coadju-
tes.
o estado do jardim que a inquietava, nem a vem quem na área geográfica sob nossa alçada
Ao trabalho, camaradas!
falta de estacionamento que a atormentava política carece de auxílio.
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Ambição Política e Mercado


Bolsista
Oresultado nas últimas eleições autárquicas, com Existe a ideia, fundamentada nas ideologias de
uma grande vitória do Partido Socialista na cida- cada cor política, que é sob o domínio gover-
de de Lisboa, criou um momento político que nativo dos partidos mais à direita que as bolsas
pela sua extraordinária importância, não pode ser florescem, definhando sempre que o espectro
desperdiçado. assume um pendor mais à esquerda. O padrão
Foi confirmada a opinião dos lisboetas, ainda de governativo das últimas décadas em Portugal
uma forma mais esclarecedora, do que a que oscilou sobretudo entre o rosa e laranja, pon-
Rui Paulo Figueiredo André Bernardo
tinha sido dois anos antes, nas eleições interca- tuado aqui e ali por outros tons ditados pelas
lares. Esta opinião é clara: face à perca de quali- alianças no poder.
dade de vida, e a Lisboa ter andado associada a Recuando até à Aliança Democrática - que
episódios lamentáveis, provocados por uma gestão desastrosa, os juntou o PPD/PSD, o CDS e o Partido Popular Monárquico sob a
lisboetas quiseram dizer basta e optaram por uma linha de rigor e liderança de Sá Carneiro em 1980, a bolsa portuguesa subiu em média
competência. 20% ao ano durante os governos laranja e 14,9% nos governos rosa,
Ao analisarmos a forma como a campanha correu, é fácil perceber que recuando até ao bloco central de 1983 a 1985 dirigido por Mário
o factor decisivo para alcançar este resultado foi a abertura à sociedade Soares. A diferença entre o centro mais à direita e o centro mais à
civicamente participativa, através do diálogo profícuo encetado por esquerda não é, afinal, tão significativa como se poderia pensar, pelo
António Costa com diversos grupos de cidadãos. As eleições autár- menos, no que toca à bolsa.
quicas fazem parte do passado, mas para o presente ficou uma equipa É preciso notar, contudo, que a praça portuguesa só nos anos mais
experiente, com uma liderança forte, uma maioria na Câmara recentes ganhou a maturidade, robustez e a fiabilidade de qualquer
Municipal de Lisboa, e sobretudo, o surgimento de um quadro político bolsa desenvolvida. Antes da Revolução dos Cravos, era prática
de oportunidade, que permite mais ambição para a cidade e para o comum a negociação dos títulos em plena rua, para os lados do
Partido Socialista. Martinho da Arcada, perto do torreão oriental do Terreiro do Paço,
Este quadro político facilita muito o caminho da cidade de Lisboa, em onde a bolsa oficial operava. O caos imperava, não existiam registos
direcção ao topo dos índices de desenvolvimento sustentável, às boas da maioria das transacções. Mas o número de empresas cotadas, cerca
práticas de governação e a uma maior qualidade de vida. Importa ao de 140 entre as nacionais e ultramarinas, faz inveja à bolsa sofisticada
mesmo tempo que se percorre este caminho, ter em conta a identidade dos nossos dias, que não vai além das 56 empresas.
de Lisboa, única, ao comungar a tradição com a modernidade. Com a Revolução de Abril, foi decretado o encerramento da bolsa. E
Ao PS, nomeadamente à Concelhia de Lisboa, exige-se que esteja à o processo de nacionalizações, iniciado em Março de 1975, esvaziou
altura da história da cidade. Este objectivo, que é em si mesmo um a praça portuguesa de mais de 100 empresas. O mercado accionista
desafio, só é possível de ser concretizado se as nossas acções estiverem só voltaria a reabrir em Março de 1977, mas apenas com 35 cotadas,
ao nível daquilo que de melhor se faz na Europa e no mundo. É por restando, das gigantes de antigamente, apenas a Marconi.
isso que defendo um estreitar de relações, com as estruturas partidárias Do período democrático, é no primeiro mandato de Cavaco Silva
que fazem parte da Internacional Socialista, e que dão o suporte como primeiro-ministro que a bolsa mais se valoriza, subindo mais
político a bons exemplos de governação ao nível municipal, por esse de 562%. Não foi mérito do governante social-democrata, foi antes
mundo fora. um movimento impulsionado pela euforia que se vivia nas praças
Da mesma forma, estou ciente da importância que representa a língua internacionais. As acções disparavam diariamente e foi o passa-
portuguesa, enquanto herança cultural que se encontra difundida pelos palavra de histórias de quem enriquecia de um dia para o outro que
quatro cantos do globo, pelo que à semelhança das relações de pro- voltaram a colocar a bolsa sob os holofotes dos portugueses.
ximidade que defendo em relação aos bons exemplos, também É, também, sob o comando de Cavaco Silva, mas no segundo manda-
considero pertinente aproximar o PS Lisboa da ampla comunidade to, que a praça portuguesa vive a sua maior queda, de mais de 31%
que se expressa em português. entre 1987 e 1991. Foi o efeito do “crash” da Bolsa de Nova Iorque,
Estar à altura de Lisboa é a maior responsabilidade para o Partido em Outubro de 1987, reconhecem os profissionais da bolsa. Mas entre
Socialista. Neste sentido, há que saber trazer até nós, aquilo que de os investidores ficou célebre a chamada de atenção do primeiro-
melhor existe na cidade, que são as suas gentes. No universo de mili- ministro, que dias antes da queda abrupta da bolsa, alertava: “os
tantes do nosso Partido, existe um número de quadros de inques- portugueses estão a comprar gato por lebre”.
tionável valor. Agora parece-me claro, que uma abertura à sociedade, Em 1989 iniciam-se as primeiras privatizações, com a Unicer, Banco
às suas mais-valias, e mais concretamente, ao conhecimento que daí Totta & Açores, Aliança Seguradora e Tranquilidade a entrarem na
provém, permitirá um enraizamento sólido no seu seio. E é este bolsa. Mas é em 1991 que se dá a grande viragem no sentido da
enraizamento, tão útil para sentir e escutar a população de Lisboa, os regulação do mercado, com a publicação da Lei Sapateiro, o primeiro
seus desejos, anseios e problemas, que fará com que o PS esteja código de valores que veio regular o mercado. É aos poucos, com as
sempre na vanguarda, quando se falar na cidade de Lisboa em todas primeiras fases de privatização da Portugal Telecom e, já sob a
as suas dimensões. governação do socialista António Guterres, da EDP em 1997, que o
Bem sei que este é um caminho de enraizamento na comunidade é mercado ganha profundidade, liquidez e sofisticação.
marcado por grande ambição. E que só será possível de ser atingido, Apesar de a história da bolsa portuguesa ser indissociável da evolução
se o conjunto de militantes que compõem o PS Lisboa, para além de política, hoje, tal como no passado, são sobretudo os movimentos
se identificarem com o mesmo, tiverem na sua posse, as ferramentas bolsistas do exterior, sobretudo de Wall Street, que determinam as
para o poderem fazer com qualidade. grandes tendências da Euronext Lisbon. Uma bolsa que hoje já não
Ferramentas para receber e enviar conteúdos. Para conhecerem o que é só portuguesa, mas também europeia, norte-americana e mais
fazem os seus representantes eleitos, que projectos desenvolvem e recentemente angolana.
pelos quais lutam. De possuírem argumentos sólidos e de formação No gráfico que a seguir se apresenta verifica-se o comportamento da
regular para poderem ser eles próprios embaixadores do Partido Bolsa Portuguesa durante os vários períodos em que tanto PS e PSD
Socialista, e defenderem em todas as ocasiões os seus autarcas, os seus foram Governo.
governantes, o seu Partido, e acima de tudo, a sua cidade de Lisboa. Fonte: Jornal de Negócios e pesquisa na Internet
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Os novos e os velhos
to. Faço, porém, esta omissão com o maior à presidência da República. E Cavaco Silva,
respeito crítico pelos eleitores – o indivíduo que foi Presidente por acaso e que depois
escolhe o que escolhe porque sabe o que do caso das escutas é um Presidente do
quer, e está disposto a pagar o preço, apesar acaso, estremece com a ideia. Marcelo sai
de neste caso o preço ser muito alto: o País da RTP, onde nunca devia ter entrado, pois
está numa instabilidade assustadora, com as a televisão pública devia fazer serviço pú-
Alexandre Honrado oposições a procurarem pela chantagem e blico e não propaganda pessoal e partidária.
pela difamação, pelo facilitismo e pela Alegre volta a entrar na corrida presiden-
demagogia, os resultados que, para sua cial, onde já esteve sem que o nosso Partido
amargura, não tiveram nas urnas. Falar dos - infelizmente - soubesse ser Partido sufi-
novos políticos e das alternativas que se ciente para apoiar os portugueses, permi-
á uma nova geração de políticos desejam é que me conduz ao verdadeiro tindo a vitória do Professor Silva. Agora,

H que emerge, preparando-se para o


futuro. Ainda não a cerrar fileiras,
pois o tempo não o exige, mas a dar-se a
raciocínio, à intenção do que aqui escrevo. Cavaco não sai de Belém, mas só por agora,

entender com sintomas de vitalidade conta-


giante. Apostamos nela, nessa nova
geração, para a reciclagem de um País onde
uma boa fatia política não passa de um pneu
velho e incapaz de pisos exigentes. Falo de
gente que cresceu em partidos políticos
como o Partido Socialista e o Partido Social
Democrata e de pessoas como António José
Seguro e Pedro Passos Coelho (subtraindo
nomes de menor ribalta). Omito proposi-
tadamente os não partidos, a saber: o Par-
tido Comunista, que é menos do que um
Partido Político e mais uma tradição – está
para a política como a Festa dos Tabuleiros
está para Tomar, ou a Senhora da Serra está
para Rebordãos nos arredores de Bragança.
Claro que o PCP – um baluarte digníssimo
da resistência antifascista, hoje quase
irreconhecível na sua forma de estar e de
viver a Democracia - faz falta no mosaico
do calendário das ideias, mas evoluiu tão
pouco, mesmo tendo trocado o megafone
pelo amplificador nos seus eventos, Festa
do Avante à cabeça, que não conta nesta
análise; depois, o CDS/PP, que evidente-
mente não é um partido, mas o parque de
estacionamento narcísico de Paulo Portas, As últimas notícias políticas são perniciosas não sejamos pessimistas. Marcelo irá usar
um feudo, uma empresa em nome indivi- e enchem os comentários. E mais do que os esta transferência em seu proveito. E os que
dual, onde o conservadorismo se manifesta efeitos, penso nas causas ( “as causas” es- ainda o ouvem, cada vez em menor núme-
pelo apego ao poder, por uma demagogia creveu Paul Veyne, ”são os diversos epi- ro, irão procurá-lo entre o Perfeito Coração
atirada para bancas de feira e centros de dia sódios da intriga”). Porque falei dos novos, e o Você na TV para reconhecer as suas es-
- e pela incapacidade de legar; ou também falo dos velhos, os que são notícia: Marcelo colhas. Cavaco nada dirá, mesmo que diga.
o Bloco de Esquerda, puzzle curioso cujos Rebelo de Sousa, Manuel Alegre e Cavaco E Alegre irá propor-nos a reflexão: será que
tiques actuais são a contradição da sua Silva. Marcelo Rebelo de Sousa – o último quem votou nele há uns anos está na dis-
própria origem, definição e natureza, com- pin vivo do Estado Novo que se equilibra posição de voltar a fazê-lo? Será o Partido
portando-se como mais um Partido ávido na lapela da Democracia com uma digni- que o viu nascer capaz de apoiá-lo na hora
de autoridade e menos como uma frente (ou dade louvável, tendo em cultura o que das escolhas? Será ele capaz de apoiar o
bloco) competente para congregar em muitos emblemas não têm, evidentemente – partido que o viu nascer com as suas esco-
acção propostas renovadoras ou mesmo, sai da RTP, para voltar à TVI. Manuel lhas? Adia-se a hora dos novos e exige-se
quem - sabe? - Revolucionárias. Aliás, o Alegre, para muitos o bígamo mais famoso ponderar os velhos que nos surgem. Por-
CDS/PP e o Bloco provaram nas últimas da política (pois tantas vezes parece amar tugal paga o preço de uma população
eleições que não passam dos parques de avidamente a sua mulher e trair despudora- envelhecida. Eu, no que me toca, não estou
campismo dos eleitores em hora de protes- damente a sua amante) volta a candidatar-se para isso - portanto voltarei ao tema...
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Presidenciais 2011:
Estamos disponíveis para esse combate?
do eleitorado de Esquerda e dos militantes Secretário-Geral no comício de Coimbra
do próprio partido uma confiança inequí- das Legislativas de 2009 ou nas reu-
voca de que mais uma vez a direita não niões/comícios de fóruns de esquerdas no
ganhasse as Presidenciais em Portugal. segundo semestre de 2008.
É por isso que agora é a vez do Partido So- Uma coisa é certa, quem apoia Manuel
cialista, através dos seus Órgãos nacionais, Alegre, realiza-o convictamente, sem pre-
tomar no devido tempo da melhor decisão cisar de grandes mobilizações. Apoiar
Duarte Alcântara
possível, tendente não só a uma vitória Manuel Alegre é apoiar a forma mais
socialista, mas essencialmente, que una em genuína de estar na política, de participar
seu redor também o pleno da Esquerda no em eventos de campanha (antigamente
momento da verdade, permitindo assim a eram comícios; hoje são jantares e arruadas
e nenhum facto extraordinário ocor-

S rer as próximas eleições em Portugal,


serão já no ano que vem, em 2011, e
serão eleições Presidenciais. É um a facto
reposição do verdadeiro quadro ideológico
do nosso país, um Portugal que se quer
próspero e desenvolvido, mas ao mesmo
com fanfarra) sem ser mobilizado em
massa dentro de um autocarro, ou em redor
de uma mesa de um suposto repasto com a
que o Partido Socialista não estará directa-
mente envolvido, mas cumpre-lhe evitar o
que se passou nas últimas para o mesmo
cargo em 2006.
Se é verdade que não se deve dividir a so-
ciedade e a consciência dos Portugueses em
“de Esquerda” e “de Direita”, até porque a
faixa de eleitorado indeciso inclusivamente
nessa vertente, se mantém nos 30 %, tam-
bém é verdade que se há momento propício
para que isso aconteça é a escolha da mais
alta figura do Estado Português. E se fizer-
mos uma breve análise histórica verifica-
mos que, até há 3 anos atrás, nunca
nenhuma força política ou personagem da
direita tinha auferido mais de metade dos
votos expressos, em Portugal e em conse-
quência, nunca tinha o nosso País tido um
Presidente de direita desde o 25 de Abril.
Claramente que três factores essenciais
contribuíram para isso, em primeiro lugar a
curta memória dos portugueses que rapida-
mente se esqueceram das razões pelas quais
o ex Primeiro-Ministro português, entre
1985 e 1995, não soube governar os nossos
destinos demonstrando clara inabilidade tempo justo e solidário. Houve uma pessoa habitual carne assada (em que quanto maior
para as questões sociais, nos aumentos que se manifestou recentemente disponível for o diâmetro da mesa mais efeito visual
desmedidos das portagens, ou no ensino para esse combate. Manuel Alegre é essa produz para a comunicação social).
tanto com o estudantes como com os pro- pessoa. O tempo corre em seu favor; que o Apoiar Manuel Alegre é algo verdadeiro e
fessores, como na fácil e leviana utilização apoio do Partido Socialista nele se reflicta consciente onde a saudosa forma de fazer
das forças de segurança para a repressão a no melhor momento, seja ele quando quer política, no papel de militantes de base,
manifestações de rua. Em segundo lugar no que ocorra, mas que aconteça de facto. ressurge sem hesitações. Por ele próprio,
inteligente trabalho táctico de preparação de Manuel Alegre nos últimos 3 anos tem pelo PS, pela política genuína, deixemos o
toda a máquina de campanha envolvida sabido gerir o manancial de um milhão de tempo correr, deixemos o Orçamento de
num secretismo total, que nunca deixou votos obtidos na 1.ª volta das eleições de Estado de 2010 desanuviar as agendas de
transparecer a dimensão de tal projecto, até 2006, conquistados, recorde-se sem qual- quem decide, mas concretizemos uma
ao momento do anúncio da sua candidatura, quer apoio partidário e com óbvias dificul- candidatura ganhadora, contra ventos e
apanhando todos os possíveis adversários e dades em ter uma máquina oleada por trás. marés, quer haja ou não a recandidatura do
eleitores de surpresa; no fundo foram 8 anos Essa gestão ocorreu com um hábil posicio- actual Presidente, mas a favor de um sonho.
de preparação. E finalmente, em terceira namento político nos mais variados contex- O sonho de voltar a ter uma voz dos cida-
ordem de razões: o grande erro estratégico tos, como são o exemplo o seu apoio ao dãos no lugar certo. .
do Partido Socialista ao possibilitar que a
Esquerda fosse a votos totalmente dividida Jornal Oficial da Secção de Alvalade do Partido Socialista
sem um candidato que merecesse por parte Director: Paulo Ferreira • Sub-director: André Moz Caldas
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A Missão
parece prevalecer o orgulho pessoal ou a Não se pode deixar morrer a alma deste
vitória de um partido. Povo. É urgente uma revolução de mentali-
Faço um apelo a todos os intervenientes da dades por forma a que as nossas crianças, o
nossa sociedade. A todas as forças vivas nosso Futuro, cresçam tão livremente de
para que a discussão do orçamento de esta- modo a que tenham a capacidade de sonhar,
do se centre nos verdadeiros interesses do inovar, impulsionar.
Cidadão, da População, do País. Só assim venceremos neste mundo cada
Igor Marmota Balaluka
É urgente, não só mas também, um verda- vez mais global, onde muitas vezes tem que
deiro impulso à iniciativa privada. se lutar contra uma concorrência desleal de
Ouvi uma entrevista na rádio TSF de dois outros países.
jovens desempregados, empreendedores, Assim, devemos nós, responsáveis pelas
om imensa honra escrevo para este que pretendiam criar a sua empresa. Diri- nossas crianças, o nosso Futuro, lutar, con-

C jornal denominado de Ética e Liber-


dade.
Assumo a enorme responsabilidade destes
jiram-se a uma associação de jovens em-
presários para os ajudar a formalizar o
tribuir, para que o nosso País esteja em
condições de receber uma Missão.

dois conceitos. Aliás, como sempre assumo


todas as responsabilidades em tudo na
minha vida.
Tentarei honrar o espírito da Ética e Li-
berdade sem pretender desvirtuar ou ferir
quer os conceitos como os ilustres leitores.
Encaro a Ética como modo de ser, carácter,
numa vertente filosófica onde significa o
que é bom para o indivíduo e para a socie-
dade, sem qualquer pretensão de moral.
Quanto à Liberdade, talvez a mais nobre
aspiração do Homem, encaro-a como es-
sencial ao Ser Humano para que possa ser
Independente, Autónomo, com Consciência
Crítica, de responsabilidade perante os de-
safios que nos apresentam, pelo bem que
fazemos e pelo mal que podemos fazer ao
não agirmos perante as situações que nos
surgem. projecto e avançaram junto do centro de E uma das bases para uma possível Missão
Quando escrevo estas palavras, não só mas emprego. reside no papel fulcral que a Educação tem
também de poeta à solta que cada um de Qual foi o espanto que receberam a indi- no nosso País.
nós transporta dentro do nosso ser mais cação de que necessitavam de se inscrever Louvo a iniciativa do projecto E.Escola que
íntimo, está a ser decidido, o nosso futuro na segurança social, pagando a contribuição possibilita uma revolução de mentalidades
próximo em matérias económico-financei- mínima, para receberem os necessários de tal modo que tudo será diferente nas pró-
ras, sociais, entre tantas outras. apoios. ximas gerações. As empresas nunca mais
O orçamento de estado como instrumento Como as instalações da empresa precisa- serão as mesmas, o Estado nunca mais será
de gestão numa lógica de planeamento eco- vam de obras, tiveram que pagar as neces- o mesmo.
nómico e social, de orientação estratégica sárias contribuições à segurança social até à Louvo o papel de todos os professores que
da política de desenvolvimento. conclusão das benfeitorias, cerca de dois aderiram, que compreendem, que se adap-
Mas como será que nos vemos, a nós pró- anos após o início de todo o processo buro- taram a este projecto revolucionário.
prios, nesta Europa, neste Mundo? O que crático. Será esta a forma correcta de se Projecto que terá que evoluir e nunca
aspiramos para o nosso futuro? Qual a apoiar quem apresenta projectos viáveis? estimular o facilitismo mas sim o espírito
nossa Missão? Será assim que se estimula este Povo em- crítico e o saber.
Sem resposta para estas questões não exis- preendedor que se notabilizou nos Desco- Professores que também são guardiões da
tem grandes opções de plano que resistam, brimentos? Que surpreende no estrangeiro? possibilidade de se construir uma Nação.
pois falta a energia interior de uma Nação Que também vence em grande empresas Termino com um apelo, pois atravessamos
para fazer nascer um propósito. multinacionais? momentos das últimas oportunidades: que
Oiço nos noticiários, os actores que inter- Este grande Povo que sempre se notabilizou sejam lançadas as sementes da compreen-
vêm nas negociações do orçamento de es- no acto de comerciar, no contacto com os são e da união. Que sejam lançadas as
tado, a falarem em cedências. Ceder numa outros, de paixões, de tolerância. energias para um mútuo entendimento, uma
determinada matéria para que se aprove Obviamente que também existem defeitos. verdadeira fraternidade de forma a que se
outra. Assisto a debates onde por vezes Mas para se ultrapassar um grave momento encaminhe este País, esta Nação, este Povo
julgo estar noutro país, a declarações de de crise temos que impulsionar o melhor que iniciou a globalização, e que ainda tem
vitórias em determinadas matérias, onde que existe em Portugal, os Portugueses. uma Missão a cumprir.

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