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relatório

2007
de atividades
Expediente
Instituto da Infância
Sumário
Relatório de Atividades 2007
Março 2008

D iretora-P residente 
Cybele Giorgi
D iretores  4 > 5 quem
Marly Batista 
José Felício Castellano 
somos
David Vieira
Conselho Fiscal 
Erica Bechara 
Patrícia Carnevalli Rinaldi
6 > 7 parques
S uperintendente E xecutiva  infantis
Luzia Torres Gerosa Laffite  

8 > 11 transição
Redação e Edição: escolar
Marta Campos de Quadros 
MTb 5111/RS

Design Gráfico:
Auracebio Pereira 12 > 13 paz
Diagramação: juvenil
PrintMaker 
print24h@gmail.com

14 > 17 gestão do
conhecimento

Rua Tiburcio Cavalcanti, 2079


18 > 19 avaliação
review
Cep 60125-100
Fortaleza Ceará Brasil
Fone/fax: + 55 85 3268.3979 / 3261.0978
ifanadm@ifan.com.br
www.ifan.com.br
Produzir e disseminar conhecimentos
inovadores sobre a infância no Nordeste do Brasil
é a missão que o Instituto da Infância construiu para
buscar contribuir no desenho de tecnologias sociais
inovadoras e fomentar novas políticas públicas vol-
tadas à infância. Desde 2005, as ações do IFAN têm
se concentrado, principalmente, no Programa Infân-
cia Rural do Nordeste, atualmente desenvolvido em
seis municípios do Ceará; e no Projeto Paz Juvenil,
implementado na periferia urbana de São Luís, no
Maranhão.
Este Relatório de Atividades foca as ações através
das quais, em 2007, o IFAN procurou consolidar o
PIRN e o Paz Juvenil como intervenções sócio-edu-
cativas que promovem o desenvolvimento integral da
criança, favorecendo a transição escolar, a vivência
da cultura da não violência, o lúdico e a participação
infantil em diferentes programas de educação não-
formal. Ele contempla primeiramente as atividades
relatório
2007
de campo dos programas Parques Infantis e Transi-
ção Escolar – inscritos no Programa Infância Rural
do Nordeste – e do Projeto Paz Juvenil, para na se-

de atividades
qüência abordar as ações do Programa Gestão do
Conhecimento e a Avaliação Review do PIRn.
quem somos

Conhecimentos sobre a infân

Desde 1999 , o Instituto da Infância busca con- novas políticas públicas na área da infância.
tribuir com o desenho de tecnologias sociais inova- As ações do IFAN – instituição de Pesquisa-Ação
doras e fomentar novas políticas públicas municipais sobre a infância – se fundamentam nos paradigmas
voltadas à infância, através da Gestão do Conheci- da Análise e Interpretação da criança com base na
mento. O IFAN é uma associação sem fins lucrativos, Sociologia da Infância e teorias afins, ECD (Early
cuja missão é produzir e disseminar conhecimentos Childhood Development) e Ecologia do Desenvolvi-
inovadores sobre a Infância no Nordeste do Brasil. mento Humano.
Atua em cinco estados da Região Nor-
deste do Brasil: Maranhão, Piauí, Ceará,
Rio Grande do Norte e Paraíba; e esta-
belece como visão tornar-se um centro
de informações em temas da Infância no
Nordeste do Brasil.
Entendendo tecnologias sociais
como todo produto, método, processo
ou técnica, criado com o propósito de
melhorar a qualidade da vida da criança,
e que atenda aos quesitos de fácil apli-
cabilidade, baixo custo e impacto social
comprovado, o IFAN procura garantir
a sustentabilidade das mesmas dissemi-
nando produtos obtidos com distintos
atores municipais, para a formulação de

Ifan: inovação
a infância com o foco na sus
4
ncia no Nordeste do Brasil.

ão para
stentabilidade
relatório
2007 5
parques infantis

Espaço de encontro e participa


O Programa Parques Infantis, in- Em 2007, o IFAN realizou duas capacitações com
tegrante do Programa Infância Rural do Nordeste, estas equipes ministradas por consultoras especia-
está presente em 6 comunidades pólos e 25 comu- lizadas, abordando o desenvolvimento infantil e o
nidades adjacentes de 5 municípios do Ceará: Ideal brincar. Duas outras capacitações, com os mesmos
(Aracoiaba); Jurema dos Vieiras e Sereno (Ocara); objetivos, foram oferecidas à equipe central.
Susto (Redenção); Itans (Itapiúna); Catolé (Mulun- As crianças das comunidades de difícil acesso ou
gu), nas quais está beneficiando diretamente 1063 distantes das comunidades pólo também são aten-
crianças. didas pelo PPI através da Carroça Lúdica – uma car-
Para o IFAN, o Parque Infantil é um espaço físico roça adaptada que leva até as escolas, os kits educa-
em zonas rurais, centrado nas crianças, para entre- tivos para que participem da metodologia lúdica do
tenimento, lazer e recreação, beneficiando também Programa, o qual trabalha com foco na Participação
jovens e adultos. Neste espaço as atividades são de- Infantil proporcionando às crianças o exercício da
senvolvidas através de kits lúdicos de Brincadeira: participação em decisões que envolvem seus inte-
Ação e Locomoção, Contação de Estórias, Faz de Conta, resses.
Jogos Educativos, Expressão Oral e Arte no Parque. Eles Através dos parques, o PPI atua de forma inte-
são utilizados nos atendimentos lúdicos às crianças grada com projetos como Hora do Jogo, progra-
de 0 a 6 anos, realizados nos próprios parques pe- ma de transição escolar que atende os irmãos das
las equipes de campo, capacitada em metodologias crianças pequenas com atividades complementares
lúdicas e desenvolvimento infantil. Adolescentes, à escola e em horários extra-aula. A escola local
adultos e idosos também são atendidos nestes es- também utiliza o parque para aulas, recreios e férias
paços com atividades de lazer, esporte e recreação escolares: um processo de interação que se dese-
através do kit Arte no Parque. O início das ativida- nha como lógica cultural de funcionamento do PPI
des deste kit chamou a atenção para aspectos tais e estratégia para a sua sustentabilidade e possibili-
como: preconceito com o corpo, questões de gêne- dade de transformação em política pública voltada
ro e ambientais. à infância rural.

Construindo
outra lógica cultural
6
ação para a comunidade.
Trilha de parques:
aprendizado não esperado
Jurema dos Vieiras, Sereno, Ideal e Sus-
to são comunidades por onde passa a trilha de par-
ques – para o IFAN um caminho em construção pela
cultura infantil na zona rural; um empreendimento
trabalhado como possibilidade de transformação do
Programa Parques Infantis em política pública voltada
à infância rural.
A partir do desenvolvimento do Programa Infân-
cia Rural do Nordeste em 2006 e 2007, foi possível
perceber uma peculiaridade ligada às características
geográficas e ambientais do Maciço do Baturité: os
municípios serranos têm menos condições de absor-
ver um parque infantil, nos moldes trabalhados pelo
IFAN, do que os sertanejos. A implementação do
parque infantil em Mulungu gerou efeito irradiador
de demanda esperado junto aos vizinhos, porém em
Aratuba e Pacoti, o PIRN não pode atuar através de
parques, mas de alternativas de projetos enfocando
Através do PPI, o IFAN tem constatado que os a transição escolar, a metodologia lúdica e a partici-
parques infantis são pontos de referência de lazer pação infantil.
para as comunidades, propiciadores da aprendiza- Contudo, o semi-árido se mostrou adequado à
gem e participação infantil. Estes ambientes lúdicos construção dos parques. Tomando o parquinho de
têm se constituído como efetiva possibilidade para Jurema dos Vieiras como ponto de irradiação foi
a promoção da transição escolar bem sucedida da possível identificar e refletir sobre como ocorreram
criança pequena. as demandas comunitárias pelos parques. Os resulta-
dos obtidos pelo PPI nesta comunidade têm causado
significativo impacto e têm feito com que outras lo-
calidades pressionem as administrações municipais.
Deste modo, Sereno, Ideal e Susto, em 2007, con-
quistaram o seu parque. Esta dinâmica de irradiação
criou uma espécie de caminho entre os parques in-
fantis: uma trilha de cultura infantil nascida no inte-
rior do semi-árido.

relatório
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transição escolar

O êxito da transição escolar d


prontidão da criança, da famíli

O Programa Hora do Jogo atende pela prefeitura local, auxiliares de desenvolvimento


crianças de 7 a 10 anos no contra-turno escolar, as- infantil e pelo coordenador local de cada município,
sim como crianças que ficam ociosas no período en- com o apoio técnico operacional do IFAN.
tre a chegada na localidade com o transporte escolar As atividades do Hora do Jogo são baseadas em
e o início das aulas. É interessante destacar que as temáticas da aprendizagem escolar, conforme os Kits
crianças atendidas pelo Programa Hora do Jogo nas de Brincadeira Linguagem, Raciocínio Lógico-Matemáti-
localidades onde existem os Parques Infantis são ir- co, Arte e Cidadania. O Programa tem tido, além de
mãs das crianças pequenas do PPI. Em razão dos re- boa acolhida pelas comunidades, considerável influ-
sultados obtidos – maior motivação das crianças para ência nas práticas escolares. Suas atividades aconte-
freqüentar a escola e melhoria na aprendizagem em cem nas escolas, no espaço dos parques infantis e em
relação à leitura, escrita e matemática –, no período salas próximas aos pontos de apoio do IFAN. Nas
de 2006/2007 o Programa foi ampliado através de adjacências, o Hora do Jogo chega através da Car-
parceria com o Programa Criança Esperança (Rede roça Lúdica, aumentando sua abrangência de aten-
Globo/UNESCO), passando a atender 1225 crianças, dimento e favorecendo as crianças mais excluídas
em 18 comunidades de 6 municípios cearenses: Aca- das possibilidades de acesso a novos conhecimentos
rape, Itapajé, Itapiúna, Mulungu, Ocara e Redenção. e aprendizados. No município de Redenção, desde
Com o objetivo favorecer o processo de transição agosto de 2007, a Carroça Lúdica se transformou no
e melhorar o aprendizado escolar da criança de 7 a ônibus “Brincando e Aprendendo” em razão da ca-
10 anos da zona rural, através do fortalecimento dos racterística geográfica serrana.
seus aspectos sócio-afetivos, culturais e cognitivos, Para garantir o cumprimento dos objetivos do
utiliza como metodologia o lúdico e a participação Programa, é realizado o monitoramento de ativida-
infantil. O Programa é desenvolvido no campo por des, custos, impacto das atividades no desenvolvi-
equipes formadas por professores municipais cedidos mento cognitivo das crianças e resultados. A docu-

Tá na Hora do
8
depende da
lia e da escola.

mentação do monitoramento serve para alimentar


as três avaliações planejadas previstas no Programa.
Neste sentido, em agosto e setembro de 2007,
o IFAN realizou avaliação junto a crianças de 7 e 10
anos, atendidas pelo Hora do Jogo nos municípios
de Acarape, Itapajé, Ocara e Redenção, com o obje-
tivo de diagnosticar a situação de aprendizagem em
relação à linguagem e raciocínio lógico matemático.
A partir desse diagnóstico será feito um comparati-
vo entre o período inicial e final do Programa para
análise da sua efetiva contribuição. Os resultados da
avaliação diagnóstica também foram devolvidos à co-
munidade escolar parceira do IFAN no PIRN, para
que a mesma pudesse conhecer e avaliar as deficiên-
cias no trabalho desenvolvido para melhorar/mudar
metodologias que não estavam adequadas.

Crianças de 7 a 10 anos
atendidas em 2007
496
Crianças atendidas

do Jogo
280
263

100
56
30

Acarapé Itapajé Itapiúna Mulungu Ocara Redenção

relatório
2007 9
transição escolar

Estação do Brincar: experiênci


O Estação do Brincar – projeto-piloto educação infantil rural. Implementado nas escolas
do Programa de Transição Escolar do PIRN – ori- de Barra Nova e Brenhas, onde atende 185 crianças
ginou-se da constatação de que as crianças de 2 a 6 em espaço físico adequado às necessidades infantis, o
anos das áreas rurais do município de Redenção não Projeto objetiva testar uma proposta curricular não
freqüentavam a escola e as que freqüentavam não formal, com foco na participação da criança rural de
aprendiam. A partir daquele cenário, o IFAN e a Se- 2 a 6 anos no período de transição escolar. O Estação
cretaria Municipal de Educação vem desenvolvendo do Brincar contempla também estratégias voltadas à
este projeto de educação infantil não formal como qualificação da formação do professor visando a ope-
possibilidade de tecnologia social que visa melhorar racionalização do projeto e a articulação de ações
a qualidade da vida da criança rural em fase de tran- sócio-educativas junto à criança, à escola e à família
sição escolar. buscando estabelecer vínculos efetivos.
Em março de 2007, foram realizadas visitas de Esta proposta utiliza a metodologia lúdica centra-
observação às escolas da localidade de Barra Nova, da nas crianças. Seu aspecto não formal está funda-
sendo constatado que 100% das crianças nas ati- mentado no princípio estético da sensibilidade, da
vidades diárias de sala de aula apresentavam baixa criatividade, da ludicidade e da diversidade de mani-
concentração; e 70% das crianças apresentavam de- festações artísticas e culturais das crianças rurais em
sinteresse em finalizar as atividades. Na ocasião foi fase de transição escolar. Com base nos indicadores
desenvolvida atividade lúdica em tempo adequado e do Programa Infância Rural do Nordeste de auto-
as crianças demonstraram criatividade, participação, nomia, auto-estima, linguagem, criatividade, humor e
envolvimento, concentração e bom desenvolvimento socialização, tal proposta curricular está organizada
perceptivo. O IFAN considerou o problema perti- sobre áreas obrigatórias – formação pessoal e social
nente e significante para a participação infantil. Suas e conhecimento de mundo – e áreas diversificas de
causas poderiam estar relacionadas a aspectos orga- desenvolvimento.
nizacionais e didáticos. O Projeto-piloto foi previsto para ocorrer em
Neste primeiro ano de atuação, o Estação do duas etapas: implementação e a avaliação das ações
Brincar tem se mostrado uma ação inovativa em de campo. Na primeira etapa, o Estação do Brincar

Inovação
em educação infantil rural
10
cia em Transição Escolar.
busca atender 100% das crianças com idades entre 2 escolar. O monitoramento destas ações feito pelo
e 6 anos e melhorar em 20% o nível de concentração IFAN durante 2007 possibilitará a descrição do perfil
em sala de aula destas crianças. Os atendimentos lú- da criança no âmbito da participação infantil na fase
dicos ocorrem em períodos diários de 120 min, nos de transição escolar.
turnos manhã e tarde, junto a turmas de crianças de Considerando a fase de implementação do Esta-
4-5 anos e de 5-6 anos, consideradas as diferentes ção do Brincar, é possível tecer algumas considera-
características de desenvolvimento. Cada período ções sobre a experiência. As comunidades envolvidas
está organizado com foco em 14 kis de aprendizagem acolheram bem o Projeto e percebem que quando a
não formal e sua distribuição no tempo de aula está criança é trabalhada considerando o lúdico, há um
sendo negociada entre crianças, professores e ADIs. resgate da cultura local o trabalho com o aspecto
Na segunda etapa do Estação do Brincar será ve- cognitivo; os gestores municipais reconhecem a im-
rificada a sua eficácia, através da avaliação das ações portância da presença das metodologias lúdicas na
junto às crianças de 4 anos das comunidades traba- sala de aula; e é perceptível a mudança no comporta-
lhadas, para a disseminação e formulação de novas mento e nas rotinas das crianças. Elas permanecem
estratégias e metodologias de atuação do IFAN, ofe- no ambiente escolar, participam e concluem as ativi-
recendo subsídios ao PIRN na temática da transição dades propostas e desenvolvendo a expressão oral.

Capacitações e Seminários: qualificação para o trabalho


O Instituto da Infância visando aperfeiçoar o A Primeira Infância e o Brincar. Os eventos foram
trabalho desenvolvido pelas equipes central e de ministrados por profissionais de referência nas
campo em seus programas, promoveu e participou áreas em que atuam: Mariza Nadolny, Psicóloga
em 2007 de capacitações e seminários. Clínica que abordou a temática do Desenvolvi-
Entre os meses de abril e novembro, o IFAN mento Infantil, e Adriana Friedmann, doutoranda
realizou capacitações com o objetivo de selecionar em Antropologia e Pedagoga, autora de várias pu-
e qualificar as equipes de campo do Programa Infân- blicações sobre o lúdico. É importante ressaltar
cia Rural do Nordeste – PIRN: Programas Parques que o Seminário contou com a participação não
Infantis, Hora do Jogo e Estação do Brincar. Em ju- apenas das equipes central e de campo do IFAN,
nho e agosto, aconteceram capacitações da área de mas também de profissionais da área de educação
Gestão do Conhecimento, que visaram capacitar como educadores e secretários municipais.
pesquisadores para a realização da Linha de Base, Além disso, o IFAN promoveu o seu 2o Semi-
bem como preparar a equipe para operacionaliza- nário Interno, no intuito de construir novos para-
ção do Sistema de Monitoramento On line. digmas para os programas, e participou de Con-
No mês de novembro, tivemos como destaque gressos a nível nacional (Rio Grande do Norte) e
a promoção do Seminário e Capacitações sobre internacional (Chile e México).

relatório
2007 11
paz juvenil

Cuidado e defesa da vida, princí


Trajetórias de vida com envolvimento em A partir da Educação de pares – metodologia em
gangues e em situações de violência; sem perspectivas que a aprendizagem se dá através do processo contí-
de emprego e renda; de continuidade de estudos e de nuo de interiorização do conhecimento presente nas
apoio social. Estes são aspectos que caracterizam os interações com seus iguais –, o Projeto incentiva a
1483 jovens maranhenses de ambos os sexos, com ida- autonomia, a auto-estima, o respeito à diferença, o
des entre 12 e 25 anos, beneficiados diretos pelo Pro- convívio com a diversidade e o cuidado e a defesa da
jeto Paz Juvenil, desenvolvido no bairro Coroadinho, vida como princípio maior de toda a convivência.
região da periferia urbana de São Luís (MA) em uma O Paz Juvenil, em 2007, realizou curso de dança
parceria técnico-financeira pelo IFAN e UNICEF. contemporânea, visando a criação de iniciativas em-
Com o objetivo de reduzir em 80% os conflitos preendedoras, a utilização do corpo como instru-
entre gangues registrados em 2004, o Projeto, en- mento expressivo e a montagem de espetáculo para
tre 2005 e 2007, se constitui em uma intervenção apresentação pública, incluindo intercâmbio com
social através de ações sócio-educativas. A atuação profissionais de arte. Os integrantes do curso apre-
do Paz Juvenil – que desde julho de 2007 abrange os sentaram, em outubro, a coreografia Coroadinho:
bairros Liberdade e Coroadinho a partir de convênio uma ópera HOP no encerramento da Conferência
com a Secretaria de Desenvolvimento do Maranhão Estadual de Assistência Social do Maranhão. O Pro-
– está ancorada em três estratégias básicas: a im- jeto também desenvolveu oficinas de dança de rua
plementação do ateliê de escrita para a capacitação e marionetes – demanda dos jovens participantes
dos jovens, nas aprendizagens básicas da convivência que acreditam poder utilizar as habilidades de tea-
interpessoal e comunitária e da trabalhabilidade, com tro e dança como instrumentos de aproximação com
foco na vivência da cultura da não-violência; o fo- as crianças e de difusão de conhecimentos. Ainda na
mento à implementação da Associação de Jovens Vo- terceira etapa, capacitação em música e percussão foi
luntários da Paz visando capacitá-los para a mediação oferecida, objetivando a geração de renda, a utilização
dos conflitos, na área do Projeto; e a estimulação da da música como elemento conscientizador e trans-
criação de uma rede de apoio social, para a inclusão, formador e a construção de instrumentos através de
de 50%, destes jovens em políticas sociais. materiais reciclados e sementes. Como resultado das

Auto-estima
para jovens da periferia urbana
12
ípio de toda a convivência.

capacitações, estão em processo de organização os etapa, desenvolveu o curso Noções básicas sobre negó-
grupos culturais de dança, música, percussão e rádio cios – com foco na criação de iniciativas empreendedo-
comunicação envolvendo 53 jovens. ras – e realizou 36 sessões de assessoramento técnico
Especificamente para homens jovens foram im- incluindo metodologias de trabalho e operacionalização
plementadas as Oficinas H abordando entre outros do planejamento e atividades da Associação. A rede de
temas os custos da masculinidade tradicional, sob a apoio social, REDESOL, encontra-se em fase de imple-
ótica da transversalidade, a importância da mediação mentação sob a coordenação do IFAN. No período
nas situações de conflito, as relações afetivas e o cui- Agosto/Dezembro de 2007 foram investidas 242 horas
dado com a saúde reprodutiva. em reuniões com representantes de 45 entidades da
No que se refere à implementação da Associação de sociedade civil e órgãos governamentais que executam
Jovens Voluntários da Paz, o Paz Juvenil, nesta terceira ações com foco na juventude, parceiras do Projeto.

Jovens e Crianças Beneficiados pelo Projeto Paz Juvenil por etapa de implementação 2005/2007
Beneficiários Etapas de Implementação Nº de participantes %
Jovens com trajetória em gangues 95 360 112 567 38,24
Jovens em situação de vulnerabilidade social - 329 79 408 27,51
Crianças - 508 - 508 34,25
Total Geral 95 1197 191 1483 100
Fonte: Relatórios de Atividades – IFAN - 2007

relatório
2007 13
gestão do conhecimento

Otimização de dados propiciand


A Linha de Base, na perspectiva do IFAN, suem três focos de análise:
vem sendo trabalhada como ferramenta estratégica • Elaboração de uma base de dados descritiva,
que objetiva apreender e fornecer insumos quantita- na qual se compreende a realidade e se elabo-
tivos e qualitativos de diferentes percepções, práticas ram hipóteses;
e experiências acumuladas. A otimização dos dados • Construção de uma base de dados que possi-
tem fornecido subsídios para os processos de diag- bilite a avaliação dos programas; e
nóstico, monitoramento e avaliação de resultados • Criação de uma base de dados para avaliar
dos programas desenvolvidos pelo Instituto em rela- mudanças a partir dos processos de trabalho
ção às metas pactuadas, propiciando novas interven- e intervenções realizadas nos locais de atua-
ções com alcances em curto, médio e longo prazos. ção do IFAN.
Nesse sentido, a Linha de Base alimenta e realimenta Dois projetos foram trabalhados em 2007 e estão
os programas do IFAN num processo contínuo, dis- voltados para avaliações e pesquisas de caráter descri-
seminando conhecimentos e experiências existentes tivo e analítico: a caracterização das famílias e crianças
e produzindo conhecimentos inovadores e criativos atendidas pelo PIRN e o levantamento e análise da
para a atenção integral à infância. situação da infância na região de abrangência do IFAN
Tendo como núcleo de ação especificamente a in- (nordeste do Brasil) – este último constituído pela co-
fância rural do Nordeste, a Linha de Base do IFAN leta de dados quantitativos e dados qualitativos.
está sustentada a partir dos paradigmas e pressupos- Dentro do PIRN, a Linha de Base desde a sua pri-
tos das quatro dimensões da Sociologia da Infância meira versão produzida em 2005/2006 se apresenta
(relação entre gerações, relação entre pares, grupo na forma de um banco de dados sobre a criança rural
etário e formas institucionais), com ênfase na partici- de 0 a 6 anos do Maciço do Baturité, região onde o
pação infantil, na visão integrada do desenvolvimento Programa vem se desenvolvendo. Inicialmente a Li-
infantil e nas determinações das condições de pobre- nha de Base consolidou informações para análise de
za e exclusão social das famílias rurais. conteúdos teóricos e práticos do Programa Parques
As estratégias utilizadas pela Linha de Base pos- Infantis, focando principalmente o desenvolvimento

Linha de bas
gestão estratégica da infor
14
do intervenções.
infantil (Early Child Development) e sua relação com
a participação infantil.
No período de 2006/2007, a Linha de Base do
PIRN foi reconstruída. Buscando produzir indicado-
res gerais para todos os programas e projetos do
IFAN e indicadores específicos voltados para os pro-
gramas do PIRN. Esta segunda versão da Linha de
Base agrega indicadores sobre a pobreza familiar e a
pobreza infantil a partir dos dados de cerca de 1000
famílias e 1600 crianças atendidas diretamente pelo
PIRN, entendendo pobreza e exclusão social como
temas de influência transversal, que não estão ligados
a renda como único fator de privação, pois outros
recursos – econômicos, sociais, físicos, ambientais,
culturais e políticos – estão associados e interferem
diretamente no desenvolvimento dos potenciais e, Os dados consolidados a partir da Linha de Base
conseqüentemente, no grau de pobreza de pessoas, 2007 serão devolvidos à equipe do PIRN e à comu-
famílias e comunidades. nidade em momentos diferentes. Os aspectos mais
Para a construção da segunda versão da Linha relevantes para a continuidade e sustentabilidade do
de Base do PIRN, o IFAN trabalhou uma nova PIRN serão submetidos à discussão com segmentos
formatação do banco de dados e elaborou dois específicos das comunidades dos municípios parcei-
questionários: um referente às famílias das crian- ros, através de grupos focais, para aprofundamento.
ças participantes dos programas e outro referente Na ocasião da devolução dos resultados às comuni-
à caracterização das crianças dos programas; ambos dades, O IFAN promoverá a discussão de alternati-
questionários foram respondidos pelas famílias vas para as questões levantadas.

se:
mação
* Para o IFAN, a infância deve ser compreendida em sua totalidade –
histórica, temporal, relacional – uma categoria social dinâmica, diversa
e permanente. As definições relacionadas à Infância e a infância rural do
nordeste brasileiro são baseadas nas concepções da Sociologia da In-
fância e Desenvolvimento Infantil, conforme o documento matriz Linha
de Base 2007, produzido pelo Instituto da Infância.

relatório
2007 15
gestão do conhecimento

Co-responsabilidade na construç
O monitoramento em um modelo de denadores locais; registro em fichas de acompanha-
participação infantil torna a equipe de campo con- mento das atividades dos ADIs; reuniões semanais
tribuinte na construção e deliberação das decisões. de planejamento entre coordenação local e ADIs; e
Assim, o IFAN a partir da segunda etapa do PIRN, visitas do técnico operacional ao campo para acom-
em 2007, aprofundou os instrumentos utilizados panhamento de atividades práticas e supervisão do
na operacionalização das atividades do Programa e planejamento e realinhamento de atividades opera-
desenvolveu um plano de monitoramento informa- cionais e financeiras.
tizado que foi implementado no mês de agosto, no A partir da implementação do monitoramento
campo de atuação. on line, o IFAN espera que características como a
O plano de monitoramento on line articula os ele- gestão participativa das informações favoreçam as
mentos de sustentabilidade do PIRN com o cumpri- estratégias de melhoria das propostas de ações e
mento das atividades planejadas, grau de avanço de atividades do Programa; e dinamizem o alcance das
projetos e programas relativamente a seus objetivos metas e dos resultados esperados pelo PIRN em um
e estratégias, e identificação e soluções de dificul- menor tempo possível.
dades apresentadas e realinhamento do Programa.
Também é característica deste monitoramento a im-
pessoalidade do controle de resultados, onde o pa-
pel dos profissionais do PIRN é alimentar o sistema
mensalmente com os dados relativos às atividades
realizadas em campo pertinentes às questões que es-
tejam focadas na criança, na metodologia lúdica e na
participação infantil.
Entre janeiro de 2006 e julho de 2007, a equi-
pe do PIRN monitorou as ações dos integrantes da
equipe de campo através de acompanhamento diário
das atividades lúdicas nas comunidades pelos coor-

Monitorame
on-line: tecnologia para a p
16
ução e deliberação das decisões.
Conhecimento e parcerias
para sustentabilidade
A sustentabilidade é para o IFAN um proces-
so que se dá durante todo o desenrolar dos programas
e através da constante negociação entre os parceiros
envolvidos e que contempla três dimensões: político-
social, técnico-operacional e financeira.
Nesta perspectiva, a renovação de convênios com
os municípios de Ocara e Redenção; as novas parce-
rias com o Programa Criança Esperança (Rede Globo/
UNESCO) e Secretaria de Desenvolvimento do Es-
tado do Maranhão; bem como aquelas estabelecidas
com os municípios de Mulungu, Itapiúna, Itapajé, Ara-
coiaba e Acarape; e com o Observatório da Infância,
Fundação Bernard van Leer, Instituto Alcoa e UNICEF
são destacadas como importantes para a sustentabili-
dade do IFAN.
Outro elemento de sustentabilidade relevante são
as capacitações das equipes que trabalham junto ao
IFAN. Em 2007, no âmbito do PIRn, foram realizadas 12
capacitações objetivando a qualificação da equipe cen-
tral, das equipes de campo e professores municipais.
Ressalta-se ainda a realização do Seminário “A Primeira
Infância e o brincar”, abordando e discutindo o Desen-
volvimento Infantil e o brincar na Primeira Infância.
A complexidade da concepção dos programas e
projetos do IFAN como um caminho possível na garan-
tia do desenvolvimento integral da criança tem alcança-
do visibilidade na mídia local e nacional através de re-

ento
portagens veiculadas pela televisão – Jornais Bom Dia
Brasil e do Meio Dia –, sites e jornais – Associação dos
Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará e Curso de
Comunicação Social da UNIFOR. Também no campo
acadêmico o IFAN tem estado presente, compartilhan-
participação do experiências e reafirmando sua missão.

relatório
2007 17
avaliação review

Existe um lugar em que a infânc


É sempre possível aprender com a tonomia, criatividade, socialização e participação da
própria experiência e a partir deste aprendizado maioria das crianças; a dotação de espaços mais segu-
direcionar ações futuras. Dentro desta lógica, em ros e lúdicos para o seu desenvolvimento e encontro
2007, o IFAN e a Fundação Bernard van Leer realiza- com seus pares; a melhoria das relações familiares; o
ram a avaliação review do Programa Infância Rural do comprometimento e interesse das equipes central e
Nordeste, iniciado em 2005 e com término previsto de campo; e disseminação das experiências em even-
para 2010. O objetivo da avaliação foi posicionar o tos e através da mídia. O informe sugere a intensifica-
Programa para os próximos dois anos a partir dos ção e o aprofundamento de capacitações com a fina-
resultados positivos obtidos, bem como questionar lidade de ampliar os conhecimentos e competências
obstáculos a sua eficácia e orientar ajustes aos pro- demandadas pela educação não formal para crianças
gramas que pudessem ser transformados em política e jovens no âmbito rural; consolidação de conheci-
pública voltada à infância rural, sobre a temática da mentos e experiências transferíveis a outras reali-
transição escolar exitosa. dades similares; a realização de futuros estudos que
O processo de avaliação review, levando em con- permitam novos conhecimentos; e o estabelecimento
sideração o objetivo do Programa, contemplou a aná- de parcerias com instituições de formação e pesquisa
lise de documentos, reuniões com a equipe central, para dar conta das novas demandas assinaladas.
as equipes locais, dirigentes municipais e a comunida- A avaliação review chama a atenção ainda para o
de; além de visitas de campo. Estes encontros foram fato dos êxitos obtidos pelo PIRN em distintos níveis
momentos de troca de experiências, de compartilha- e âmbitos não cobrirem a totalidade do espectro ne-
mento de apreciações e de sugestões com a finalidade cessidades das comunidades, e salienta que os mes-
de buscar maior eficácia, efetividade e sustentabilida- mos deveriam ser considerados para a formulação de
de para as estratégias e ações do PIRN. uma política pública em educação não formal que as-
Neste sentido a avaliação ressalta que as ações segure a sua manutenção no tempo e projeção para
efetivadas e geradas pelo IFAN levaram a mudanças novas gerações. Tais considerações no seu conjunto
positivas muito importantes. Destaca, entre outros constituem desafios a serem vencidos na próxima
resultados, o desenvolvimento da auto-estima, au- etapa do PIRN pelo IFAN e seus parceiros.

PIRN avalia
experiências para projetar
18
ncia é mais que brincadeira.

o futuro
relatório
2007 19
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