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Lia Toms
Recentemente, Vladimir Safatle publicou este artigo na FSP, o qual
gerou grande polmica. A partir da leitura do texto, desenvolva um
ensaio de no mximo 02 pginas, problematizando as ideias
apresentadas pelo autor.
Vale lembrar que mesmo que o texto enfoque a produo a msica
popular brasileira, a sua crtica pode voltar-se para a produo da
msica erudita, no sendo essa necessariamente aquela realizada no
Brasil.
Realizar o trabalho em dupla e entreg-lo impresso no dia 01
de dezembro.
Mas algo de peculiar ocorre a partir dos anos 1990, chegando a seu
pice neste ltimo decnio. A partir de certo momento, impera o
movimento que vai do o Tchan, da era FHC, ao funk e sertanejo
universitrio do lulismo.
A despeito de experincias musicais inovadoras nestas ltimas
dcadas, certo que elas conseguiram ser deslocadas para as
margens, deixando o centro da circulao completamente tomado por
uma produo que louva a simplicidade formal, a estereotipia dos
afetos, a segurana do j visto, isso quando no a pura louvao da
insero social conformada e conformista. A msica brasileira foi
paulatinamente perdendo sua relevncia, para se transformar apenas
na trilha de fundo da literalizao de nossos horizontes.
Ultimamente, todas as vezes que se levanta a regresso da qual a
msica brasileira objeto se acusado de elitista. Afinal, tais msicas
teriam vindo dos estratos mais pobres da populao brasileira. O que
se chora seria, na verdade, o fim da dominncia cultural da classe
mdia urbana e o advento das classes populares e das classes do
"Brasil profundo".
Como se fosse o caso de aplicar um esquema tosco de luta de classes
ao campo da cultura. Para esses que escondem sua covardia crtica
por meio de tal exerccio, lembraria da necessidade de desconstruir a
farsa de um "popular" que no traz problema algum para o
dominante. Lembraria de como no h arte proletria, cultura
proletria, religio proletria, moral proletria, Estado proletrio, pois,
como dizia Marx, os proletrios so aqueles que no tm religio,
Estado, moral (e acrescentaria msica, cultura). Por isso, eles so a
indicao do que ainda no tem forma nem imagem. Sendo assim,
em vez de aplicar esquemas sociolgicos primrios, melhor seria
ouvirmos de fato o que se produz e nos perguntarmos por que
chegamos a esse ponto.