Este documento descreve a evolução histórica da supervisão escolar no Brasil, desde suas origens até se tornar uma profissão. A função supervisora existia desde as primeiras comunidades, mas foi se tornando mais formal com o tempo, especialmente com a institucionalização da educação. No século XX, a supervisão escolar emergiu como uma categoria profissional distinta, com a criação de associações e órgãos governamentais dedicados a essa área.
Descriere originală:
Texto importante para os estudantes que desejam estudar sobre a orientação pedagógica.
Este documento descreve a evolução histórica da supervisão escolar no Brasil, desde suas origens até se tornar uma profissão. A função supervisora existia desde as primeiras comunidades, mas foi se tornando mais formal com o tempo, especialmente com a institucionalização da educação. No século XX, a supervisão escolar emergiu como uma categoria profissional distinta, com a criação de associações e órgãos governamentais dedicados a essa área.
Este documento descreve a evolução histórica da supervisão escolar no Brasil, desde suas origens até se tornar uma profissão. A função supervisora existia desde as primeiras comunidades, mas foi se tornando mais formal com o tempo, especialmente com a institucionalização da educação. No século XX, a supervisão escolar emergiu como uma categoria profissional distinta, com a criação de associações e órgãos governamentais dedicados a essa área.
Origens da superviso escolar no contexto histrico brasileiro
- Segundo Saviani, a funo supervisora acompanha a ao educativa
desde suas origens- conforme essa funo vai sendo explicitada, esboando-se no esprito a idia de superviso, abre-se o caminho para se colocar a questo da ao supervisora como profisso- como uma especialidade com contornos definidos implicando determinadas qualificaes que exigem uma formao especfica. Ela ser organizada com o status de profisso quando alm dos requisitos tericos se impe como uma tarefa que na diviso tcnica e social do trabalho requer agentes especializados. A funo supervisora - Fouqui (1971), Superviso a "ao de velar sobre alguma coisa ou sobre algum a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento ou de seu comportamento". - Mesmo nas comunidades primitivas, onde a educao se dava de forma difusa e indiferenciada, estava presente a funo supervisora, quando os homens se apropriavam coletivamente dos meios de vida fornecidos diretamente pela natureza para satisfazer suas necessidades existenciais(comunismo primitivo), eles se educavam e educavam as novas geraes. - Com a fixao do homem terra surge a propriedade privada e a diviso dos homens em classes. Com o advento da propriedade privada da terra constitui-se a classe dos proprietrios contrapondose dos no-proprietrios. - Com a diviso dos homens em classe a educao tambm se divide, diferenciando-se a educao destinada classe dominante daquela a que tem acesso a classe dominada- quando criada a escola (para os membros da classe que dispe de cio) enquanto a educao da maioria continua a coincidir com o processo de trabalho.
- Antiguidade e Idade Mdia - continua o mesmo fenmeno- nesta
escola no se pe o problema da ao supervisora, em sentido estrito. A escola constitua uma estrutura simples, limitada relao do mestre com seus discpulos (Saviani, 1994, p. 98). - Nesse contexto j havia a funo supervisora- na forma de controle, fiscalizao, coero (punies e castigo fsico). - A funo supervisora tambm pode ser encontrada: na figura do pedagogo, na Grcia; na educao dos escravos atravs da figura do intendente, na Grcia e em Roma."Desde que esta a vontade dos deuses, necessrio que vos submetais vossa desgraa. No h outra maneira de torn-la menos penosa. Sei que reis de condio livre, mas, uma vez que, agora, sois prisioneiros, fareis mais ligeira a nossa servido se vos mostrardes mais submissos vontade do amo. Um amo jamais se equivoca; at o mal que vos faz deve ser olhado como um bem" (Ponce, 1981, p. 80) A idia da superviso - Na sociedade feudal dominava a economia de subsistncia. Com o desenvolvimento da economia medieval, a gerao sistemtica de excedente foi intensificando o comrcio, o que acabou por determinar a organizao do prprio processo de produo especificamente voltado para a troca, surgindo, assim, a sociedade capitalista ou burguesa (nesta a troca que determina o consumo). O eixo do processo produtivo foi se deslocando do campo para a cidade, passando da agricultura para a indstria. - Idade Mdia- cidade (aldeia) e a indstria (artesanato) se subordinavam ao campo e agricultura. - Epoca Moderna- o campo e a agricultura passam a se subordinar, cidade e indstria.
- Sob o modo de produo capitalista as relaes deixam de ser
naturais para ser dominantemente sociais, o que faz com que a sociedade, em lugar de se organizar segundo o direito natural, como ocorria no feudalismo, passa a se organizar com base no direito positivo que estabelecido formalmente por conveno contratual e se traduz em Constituies escritas. H tambm a incorporao da cincia ao processo produtivo por meio da indstria. - A cincia e o direito positivo, se exprime por cdigos escritos, havendo a exigncia da disseminao da escrita, impulsionado pela Reforma protestante que condicionava a propagao da f leitura direta, das sagradas escrituras e viabilizado, no plano tecnolgico, pela descoberta da imprensa. - Tais transformaes exigiam a generalizao da escola, neste momento, tornando-se a forma principal e dominante de educao. O que est em causa o domnio de uma cultura intelectual cujo componente mais elementar o alfabeto. Trata-se de uma cultura que no produzida de modo espontneo, mas de forma sistemtica e deliberada requerendo formas sistemticas e deliberadas de aquisio, o que implicou a organizao da educao na forma institucionalizada. - A educao era requerida apenas pela elite dominante, ficando a educao escolar limitada a elas. - Com o processo de institucionalizao generalizada da educao j se comea a esboar a idia de superviso educacional, nos sculos XVI e XVII na educao religiosa e nos sculos XVIII e XIX nas propostas de organizao de sistemas estatais e nacionais, de orientao laica, at as amplas redes escolares institudas no sculo atua. - Descoberta do Novo Mundo.
- Com a vinda dos primeiros jesutas em 1549 d-se incio
organizao das atividades educativas em nosso pas. No Plano de Ensino formulado pelo padre Manuel da Nbrega est presente a funo supervisora, mas no se manifesta a idia de superviso. Mas no Ratio Studiorum adotado no Brasil especialmente aps a morte de Nbrega, ocorrida em 1570. J se faz presente a idia de superviso. A funo supervisora destacada (abstrada) das demais funes educativas e representada na mente como uma tarefa especfica para a qual destinado um agente, distinto do reitor e dos professores, denominado prefeito dos estudos. - Com as reformas pombalinas da instruo publica em decorrncia da expulso dos jesutas e extino de seu "sistema" de ensino, foram criadas as aulas rgias. Nessas circunstncias, ficou diludo o carter orgnico da funo supervisora concentrada na figura do prefeito dos estudos, que caracterizara a organizao do ensino jesutico. Entretanto, a idia de superviso englobava os aspectos polticoadministrativos (inspeo e direo) em nvel de sistema concentrados na figura do diretor geral, e os aspectos de direo, fiscalizao, coordenao e orientao do ensino, em nvel local, a cargo dos comissrios ou diretores dos estudos. - No Brasil independente,no Imprio, a lei de 15 de outubro de 1827 inaugura a questo da organizao autnoma da instruo pblica que determinava que os estudos se realizassem de acordo com o "Mtodo do Ensino Mtuo", no qual o professor absorvia as funes de docncia e de superviso. - Logo aparece a idia de superviso, essa funo deveria ser exercida por agentes especficos, o Inspetor de Estudos. Os relatrios da poca falavam sobre a necessidade de uma superviso permanente, supervisionar, inspeo solcita e zelosa... - Os debates que se travaram no final do perodo monrquico, desde as propostas do ministro do Imprio Paulino de Souza, em 1869, e de
Joo Alfredo, em 1871, passando pelas discusses em torno da
Reforma Lencio de Carvalho proposta em 1879 at o parecer-projeto de Rui Barbosa, de 1882, e o projeto do baro de Mamor, de 1886, convergem para um ponto comum: a necessidade de articulao de todos os servios de educao numa coordenao nacional, o que colocava em pauta a questo da organizao de um sistema nacional de educao. - Neste contexto, a idia de superviso vai ganhando contornos mais ntidos ao mesmo tempo que as condies objetivas comeavam a abrir perspectivas para se conferir a essa idia o estatuto de verdade prtica. - A organizao dos servios educacionais na forma de um sistema nacional supunha dois requisitos que impulsionavam a idia de superviso na direo indicada: - A) a organizao administrativa e pedaggica do sistema como um todo, o que implicava a criao de rgos centrais e intermedirios de formulao de diretrizes e normas pedaggicas bem como de inspeo, controle e coordenao, isto , superviso da atividades educativas; - B)a organizao das escolas na forma de grupos escolares, superando, por esse meio, a fase das cadeiras e classes isoladas, o que implicava a dosagem e graduao dos contedos distribudos por sries anuais e trabalhados por um corpo relativamente amplo de professores que se encarregavam do ensino de grande nmero de alunos, emergindo, assim, a questo da coordenao dessas atividades, isto , de um servio de superviso pedaggica no mbito das unidades escolares.
- No incio do perodo republicano essa problemtica aflora, tendo
sido a reforma da instruo pblica paulista, implementada entre 1892 e 1896, pioneira na organizao do ensino primrio na forma de grupos escolares. - Casemiro dos Reis Filho observa " a dominncia de atribuies burocrticas sobre as tcnico-pedaggicas, nas funes do inspetor. Considera que a "prpria definio de fiscalizao para suas atividades acarretava prejuzo pedaggico. Contudo essa reforma no chegou a se consolidar. - "...volta-se prtica, anterior reforma, de em cada municpio a fiscalizao das escolas estaduais ser exercida por delegados ou representantes das municipalidades, que coincide com a consolidao do domnio da oligarquia cafeeira que passa a gerir o regime republicano por meio da poltica dos governadores. - No final da Repblica Velha com a crise dos anos 1920 retomam-se as reformas estaduais da instruo pblica e recolocam-se o problema da educao como uma questo nacional. A profisso de supervisor Dcada de 1920 ( surgem os profissionais da educao, os tcnicos em escolarizao ( uma nova categoria profissional( criada a Associao brasileira de Educao em 1924( a Reforma Joo Lus Alves, de 1925, cria, pelo Decreto n 16.782-A, o Departamento Nacional do ensino e o Conselho Nacional de Ensino, em substituio ao conselho Superior do Ensino que, entre 1911 e 1925, era o nico rgo encarregado da administrao escolar. Com essas medidas so passadas para os rgos de carter tcnico, o tratamento dos assuntos educacionais. Foi um passo importante, para a criao do Ministrio da Educao e Sade Pblica, cinco anos mais tarde.
no mbito dos Estados que tal tendncia se manifesta de forma
mais clara. Foram institudos rgos prprios de administrao do ensino em substituio s Inspetorias de Instruo pblica enquanto sees das secretarias do Interior ou da Agricultura, indstria e comrcio. Essa remodelao do aparelho organizacional separa os setores tcnico-pedaggicos daqueles especificamente administrativos. A separao entre a "parte administrativa e a "parte tcnica" condio para o surgimento da figura do supervisor como distinta do diretor e tambm do inspetor. Na diviso do trabalho nas escolas, conforme Nereide Saviani, cabe ao diretor a "parte administrativa", ficando o supervisor com a "parte tcnica". quando se quer atribuir figura do inspetor um papel predominantemente de orientao pedaggica e de estmulo competncia tcnica, em lugar da fiscalizao para detectar falhas e aplicar punies, que esse profissional passa a ser chamado de supervisor. Estado de So Paulo ( supervisor - agente educativo que desempenha as funes antes atribudas ao inspetor) e coordenador pedaggico (supervisor que atua nas unidades escolares). "Manifesto dos pioneiros da educao nova", divulgado em 1932, ir formular um plano conjunto para a reconstruo educacional do pas segundo a viso dos novos profissionais da educao. Tanto para os pioneiros quanto para o iderio escolanovista de modo geral:
* A contribuio das cincias decisiva para dotar de racionalidade os
servios educacionais. A importncia da cincia incide principalmente sobre os meios que elas podem proporcionar tendo em vista a eficcia e eficincia do processo educativo. num contexto de maior valorizao dos meios na organizao dos servios educacionais, tendo em vista a racionalizao do trabalho educativo, que ganham, relevncia os tcnicos, tambm chamados de especialistas em educao, entre eles, o supervisor. Foi o desenvolvimento da sociedade brasileira num sentido capitalista que, acelerando o processo de industrializao e urbanizao, intensificou as presses sociais em torno da questo educacional, conduzindo s reforma dos anos de 1920, principalmente por iniciativa dos governos estaduais, j que o poder nacional ainda permaneceu um tanto margem desse movimento. Aps a Revoluo de 30, toda essa mobilizao ganha expresso nacional, passando a ser coordenada pelo poder central. As reformas Francisco Campos em 1931, e as reformas Capanema, de 1942 a 1946, do seqncia, em mbito nacional, ao processo de estruturao/reestruturao do ensino brasileiro que ir desembocar na Lei de diretrizes e bases da Educao Nacional promulgada em 20 de dezembro de 1961. O referido processo se desenvolveu em duas direes reciprocamente dependentes entre si: de um lado, trata-se da organizao da burocracia estatal no mbito da educao envolvendo a criao e implantao do Ministrio da Educao e das Secretarias Estaduais de Educao assim como dos rgos federais e estaduais. De outro lado, tratava-se da formao dos agentes para operar essa cada vez mais extensa e complexa mquina burocrtica. Para atender a essa Segunda exigncia
instituiu-se, no mbito das reformas Francisco Campos, pelo
Decreto n 19.851, de 11 de abril de 1931. O Estatuto das Universidades Brasileiras que previa a implantao de Faculdades de Educao, Cincias e Letras que, ao serem implementadas, acabou por prevalecer a denominao filosofia, Cincias e Letras. A essa faculdade coube a tarefa de formar os professores das diferentes disciplinas das escolas secundrias, criando-se, em seu interior, o curso de Pedagogia, com a incumbncia de formar professores das disciplinas especficas do Curso Normal bem como os "tcnicos de educao". A categoria "tcnicos de educao" tinha, a, um sentido genrico. Os cursos de Pedagogia formavam pedagogos, e estes eram os tcnicos ou especialistas em educao. O significado de "tcnico da educao" coincidia, ento, com o "pedagogo generalista", e assim permaneceu at o final da fase acima referida, isto , at os anos 60. Final da dcada de 1960, j no perodo militar decorrente da ruptura poltica consumada com o golpe de 1964, buscou-se ajustar a educao nova situao por intermdio de novas reformas do ensino. Nesse contexto aprovado pelo ento Conselho Federal de Educao o Parecer n 252 de 1969 que reformulou os cursos de Pedagogia. Atravs dele em lugar de formar o "tcnico em educao" com vrias funes, sendo que nenhuma delas era claramente definida, como vinha ocorrendo, pretendeu-se especializar o educador numa funo particular, sem se preocupar com a sua insero no quadro mais amplo do processo educativo. Tais funes foram denominadas "habilitaes". O curso de Pedagogia foi, ento, organizado na forma de habilitaes, que, aps um ncleo comum centrado nas disciplinas
de fundamentos da educao, ministradas de forma bastante
sumria, deveriam garantir uma formao diversificada numa funo especfica da ao educativa. Foram previstas quatro habilitaes centradas nas reas tcnicas, individualizadas por funo, a saber: administrao, inspeo, superviso e orientao; previu-se tambm, como uma habilitao passvel de ser cursada concomitantemente com uma dentre aquelas da rea tcnica, o magistrio de disciplinas profissionalizantes dos cursos normais. A habilitao correspondente ao Planejamento Educacional foi reservada para o nvel de ps-graduao (mestrado). com este parecer que se d a tentativa mais radical de se profissionalizar a funo do supervisor educacional. A introduo das habilitaes nos cursos de Pedagogia se d no mbito da concepo de "pedagogia tecnicista" (Saviani, 1997) que, a partir de 1969, foi assumida oficialmente pelo aparelho de Estado brasileiro visando sua implementao em todo o pas. No limite, anseio da pedagogia tecnicista era garantir a eficincia e a produtividade do processo educativo. E isso seria obtido por meio da racionalizao que envolvia o planejamento do processo sob o controle de tcnicos supostamente habilitados, passando os professores a plano secundrio, isto , subordinando-os organizao "racional" dos meios. Buscou-se aplicar a "taylorizao" ao trabalho pedaggico visando sua objetivao por meio da diviso tcnica do trabalho e parcelamento das tarefas. curso de Pedagogia, organizado na forma das habilitaes, teria o papel de formar os tcnicos requeridos pelo processo de objetivao do trabalho pedaggico em vias de implantao. Abria-se o caminho para o reconhecimento profissional da atividade do supervisor no sistema de ensino
A Constituio de 1934, de inspirao social - democrata, j se
referia regulamentao do exerccio de todas as profisses. Embora as Constituies posteriores no tenham mantido esse dispositivo, esse princpio veio sendo aplicado desde 1930 at recentemente, quando o clima neoliberal advoga a liberdade de exerccio profissional com a desregulamentao das profisses, o que acabou por se firmar na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei n9394, de 20/12/1996). A nova estrutura do curso de Pedagogia decorrente do Parecer n 252/69 abria a perspectiva de profissionalizao da superviso educacional na esteira da orientao educacional, cuja profisso j havia sido regulamentada por meio da Lei n 5564/68. Estavam assim, preenchidos dois requisitos bsicos para se constituir uma atividade com o status de profisso: a necessidade social. E, tambm, um mercado de trabalho permanente representado por uma burocracia estatal de grande porte gerindo uma ampla rede de escolas; a especificao das caractersticas da profisso ordenadas em torno de um mecanismo, tambm permanente, de preparo dos novos profissionais, o que se traduziu no curso de Pedagogia reaparelhado para formar, entre os vrios especialistas, o supervisor educacional. Outro requisito, pressuposto dos dois acima referidos, para se caracterizar uma atividade como profisso, a questo de uma identidade prpria, um conjunto de caractersticas exclusivas dela e que a distinguem das demais atividades profissionais. Este aspecto foi e continua sendo objeto de controvrsia. Enquanto os cursos de Pedagogia eram reestruturados nos termos do Parecer n 252/69, foram surgindo questionamentos a esta estrutura no sentido
de desmascarar a pretensa neutralidade com que se pretendia
justificar o carter eminentemente tcnico da educao e das habilitaes pedaggicas assim como da atuao dos especialistas em detrimento de sua dimenso poltica.
Saviani(1979), afirmou que em termos conservadores, dos
interesses dominantes, dos interesses da elite que controla a sociedade, a superviso cumpre tanto mais eficazmente a sua funo poltica quanto menos esta funo explicitada. Quanto mais ela se apresenta sob a roupagem de procedimentos tcnicos, tanto mais ele eficaz na defesa dos interesses socialmente dominantes. Para se colocar a servio dos interesses da populao, dos dominados, necessitam assumir o seu papel poltico.
Nereide Saviani (1981), em sua dissertao de mestrado observou
que: nem sempre o Supervisor se d conta de que cumpre uma funo poltica, tampouco tem conscincia de qual funo essa e nem sabe explicit-la e, possvel dizer que a funo poltica que os Supervisores (em sua maioria) desempenham no a que gostariam de estar desempenhando. Ao mesmo tempo que se questionava a funo poltica do supervisor, que se ocultava sob a nfase em seu carter tcnico, desenvolveu-se tambm a crtica no que se refere especificidade das habilitaes,e da superviso em particular. O argumento foi o de que as habilitaes pedaggicas careciam de especificidade tanto em termos tericos 9 a teoria da superviso era uma rranjo de conceitos que integravam as reas bsicas como Sociologia da Educao, Filosofia da Educao, Psicologia da Educao, Histria da educao ou Didtica) como em termos prticos (os diferentes "profissionais" ocupavam os postos da burocracia educacional independentemente do tipo de habilitao constante de seus diplomas, era importante a formao em educao obtida no curso de Pedagogia, a habilitao no era to relevante).
Administrao, orientao, superviso etc. seriam tarefas
educativas que integram a lista de atribuies de um mesmo profissional: o educador. nesse contexto que ganhou corpo a tese de que o curso de Pedagogia deveria, sobre a base de uma boa fundamentao terica centrada nos fundamentos da educao, formar o profissional da educao capaz de exercer as diferentes atribuies requeridas pelos sistemas de ensino e unidades escolares, tendo em vista o seu adequado funcionamento. A questo da identidade do supervisor educacional continua em discusso. Concluso: a situao atual da superviso Estamos vivendo aquilo que pode ser chamado de nova Revoluo Industrial ou Revoluo da Automao, de base microeletrnica. Em decorrncia da primeira Revoluo Industrial, ocorreu a transferncia de funes manuais para as mquinas, o que hoje est ocorrendo a transferncia das prprias operaes intelectuais para as mquinas. Em consequncia tambm as qualificaes intelectuais especficas tendem a desaparecer, o que traz como contrapartida a elevao do patamar de qualificao geral.
A universalizao de uma escola unitria que desenvolva ao
mximo as potencialidades dos indivduos, conduzindo-os ao desabrochar pleno de suas faculdades espirituais e intelectuais, estaria deixando o terreno da utopia e da mera aspirao ideolgica, moral ou romntica para se converter numa exigncia posta pelo prprio desenvolvimento do processo produtivo.
na escola unitria universalizada que a superviso, entendida
como concepo e controle das atividades dos agentes educativos, poder tornar-se uma ao coletiva desses mesmos agentes que, assim, se apropriam plenamente do mundo objetivo, aprendendo, por esse caminho, a controlar suas prprias aes e, por elas, assumindo o controle do complexo de instrumentos que o prprio homem criou e colocou em funcionamento a servio de suas necessidades, objetivos e aspiraes. As mquinas, como extenso dos braos e agora tambm do crebro humano, no so mais do que instrumentos pelos quais o homem realiza aquela atividade, ainda que se trate de instrumentos capazes de pr em movimento operaes complexas, mltiplas, amplas e por tempo prolongado. Portanto, o criador desse processo, aquele que o domina plenamente e que o controla em ltima instncia, continua sendo o homem. Continua sendo um trabalhador. Seu trabalho consiste agora em comandar e controlar (supervisionar) todo o complexo das suas prprias criaturas, mantendo-as ajustadas s suas necessidades e desenvolvendo-as na medida das novas necessidades que se forem manifestando. Portanto, o trabalho dominante do homem coincidir com a funo supervisora. Hoje, o desafio fundamental que se pem para a Superviso Educacional, extrapola a esfera especificamente pedaggica, situando-se na contradio central da sociedade moderna que, por um lado, desenvolve numa escala sem precedentes as foras produtivas humanas e, por outro, lana na misria mais abjeta contingentes cada vez mais numerosos de seres humanos. Ao mesmo tempo em que desenvolve as premissas que situam a humanidade no limiar da libertao de todas as suas
necessidades, subtrai maioria dos homens o acesso aos meios
indispensveis para a satisfao de suas mais elementares necessidades. O aguamento dessa contradio vai tornando cada vez mais evidente que a sociedade capitalista est pondo continuamente, para si mesma, problemas que no capaz de resolver. A soluo desses problemas implica, pois, a transformao das relaes sociais vigentes. A luta pela superao do capitalismo coincide com a luta em defesa da humanidade em seu conjunto. Para tanto, a conscincia da situao, embora no suficiente, uma condio prvia, necessria e indispensvel. E o desenvolvimento dessa conscincia implica um trabalho educativo sem o qual resultar impossvel a mobilizao da populao para a realizao das transformaes necessrias. Eis a, em suma, o grande desafio que se coloca para a superviso no campo da educao.
134 - Rita - de - Cassia - P Colégio de Aplicação e A Instituição de Uma Nova Lógica de Formação de Professores Um Estudo Histórico No Colégio de Aplicação Da Universidade Do Brasil