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CAPITULO 01 -Introdução à Redes

Visão Geral

Para entender o papel que os computadores exercem em um sistema de redes, considere a


Internet. A Internet é um recurso de grande importância; estar conectado a ela é essencial no
comércio, na indústria e na educação. A elaboração de uma rede que será conectada à
Internet exige um planejamento cuidadoso. Para que um computador pessoal (PC) individual
se conecte a Internet, é necessário algum planejamento e tomar algumas decisões. Os
recursos do computador precisam ser considerados para a conexão a Internet. Isto inclui o tipo
de equipamento que conecta o PC a Intenet, tal como placa de rede (NIC) ou modem.
Protocolos, ou regras, devem ser configurados antes que um computador possa se conectar a
Internet. A seleção de um navegador web apropriado também é importante.

Os alunos, ao concluírem esta lição, deverão poder:

• Entender a conexão física que precisa ser realizada para o computador conectar-se à
Internet.
• Reconhecer os componentes do computador.
• Instalar e resolver problemas com placas de interface de rede e modems.
• Configurar o conjunto de protocolos necessários a conexão Internet.
• Usar procedimentos básicos para testar a conexão à Internet.
• Demonstrar um conhecimento básico da utilização de navegadores web e seus plug-
ins.

Requisitos para uma conexão à Internet

1.1 – Fazendo uma conexão com a internet


1.1.1 – Requisitos para um conexão com a internet

A Internet é a maior rede de dados do mundo. A Internet consiste em um grande número de


redes interconectadas, incluindo redes de pequeno, médio e grande porte. Computadores
individuais são as origens e destinos da informação que atravessa a Internet. A conexão à
Internet pode ser dividida em conexão física, conexão lógica e aplicações.

A conexão física é realizada pela conexão de uma placa de expansão, como um modem ou
uma placa de rede, entre um PC e a rede. A conexão física é utilizada para transferir sinais
entre PCs dentro de uma Rede local (LAN) e para dispositivos remotos na Internet.

A conexão lógica utiliza padrões denominados protocolos. Um protocolo é uma descrição


formal de um conjunto de regras e convenções que governam a maneira de comunicação entre
os dispositivos em uma rede. As conexões na Internet podem utilizar vários protocolos. A suíte
TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) é o principal conjunto de protocolos
utilizados na Internet. O conjunto TCP/IP coopera entre si para transmitir e receber dados, ou
informações.

A última parte da conexão são os aplicativos, ou programas, que interpretam e exibem os


dados de forma inteligível. Os aplicativos trabalham em conjunto com os protocolos para enviar
e receber dados através da Internet. Um navegador Web exibe HTML como página Web.
Exemplos de navegadores Web incluem o Internet Explorer e o Netscape. O File Transfer
Protocol (FTP) é utilizado para fazer a transferência de arquivos e programas através da
Internet. Os navegadores web também utilizam aplicativos plug-in proprietários para exibir tipos
de dados especiais tais como filmes ou animações em flash.

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Esta é uma visão inicial da Internet, e poderá parecer um processo demasiadamente simples.
Ao explorarmos este tópico mais profundamente, tornar-se-á aparente que o envio de dados
através da Internet é uma tarefa complicada.

1.1.2 Conceitos básicos de um PC

Já que os computadores são elementos importantes de uma rede, é necessário poder


reconhecer e identificar os principais componentes de um PC. Muitos dispositivos de uma rede
são em si computadores com objetivos específicos, contendo muitos dos componentes
também utilizados em um PC normal.

Para poder utilizar um computador como meio confiável na obtençãode informações, tal como
o acesso a de confiança na obtenção de informação, tal como o acesso de um curso baseado
na Web, ele precisa estar em bom estado de funcionamento. Para manter um PC em bom
estado de funcionamento, será necessário ocasionalmente analisar e resolver problemas
simples com o hardware e software do computador. É portanto necessário poder reconhecer os
nomes e o propósito dos seguintes componentes de um PC:

Componentes Pequenos, Discretos

• Transistor – Um dispositivo que amplifica um sinal ou que abre e fecha um circuito.


• Circuito integrado – Um dispositivo feito de material semicondutor que contém vários
transistores e realiza uma tarefa específica.
• Resistor – Um componente elétrico que limita ou regula o fluxo de corrente elétrica em
um circuito eletrônico.
• Capacitor – Um componente eletrônico que armazena energia na forma de campo
eletrostático que consiste em duas placas de metal condutor separadas por um
material isolante.
• Conector – A parte de um cabo que se liga a uma porta ou interface.
• Diodo emissor de luz (LED-Light emitting diode) – Um dispositivo semicondutor que
emite luz ao passar por ele uma corrente elétrica.

Subsistemas de um Computador Pessoal

• Placa de circuito impresso (PCB) – Uma placa de circuito que possui trilhas
condutoras superpostas, ou impressas, em um ou nos dois lados. Também pode conter
camadas internas de sinalização ou planos de terra e voltagem. Microprocessadores,
chips e circuitos integrados e outros componentes eletrônicos são montados em uma
PCB.
• Unidade CD-ROM (Compact disk read-only memory drive) – um dispositivo que pode
ler informações de um CD-ROM.
• Unidade central de processamento (CPU) – A parte do computador que controla a
operação de todas as outras partes. Ela obtém instruções da memória e as decodifica.
Executa operações matmáticas e lógicas, e traduz e executa instruções.
• Unidade de disco flexível – Uma unidade de disco que pode ler e gravar dados em
discos plásticos cobertos de metal de 3,5 polegadas. Um disco flexível padrão pode
armazenar aproximadamente 1 MB de informação.
• Unidade de disco rígido – Um dispositivo de armazenagem que usa um conjunto de
discos revestidos magneticamente, chamados de pratos, para armazenar dados ou
programas. As unidades de discoo rígido estão disponíveis em diferentes capacidades
de armazenagem.
• Microprocessador – Um microprocessador é um processador que consiste de um chip
de silício projetado com um propósito e fisicamente muito pequeno. O
microprocessador utiliza tecnologia de circuito VLSI (Very Large-Scale Integration) para
integrar memória, lógica e controle do computador em um único chip. Um
microprocessador contém uma CPU.

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• Placa-mãe – A placa impressa principal em um microcomputador. A placa-mãe contém
o barramento, o microprocessador, e os circuitos integrados usados para controlar
quaisquer periféricos integrados, tal como teclado, display texto e gráficos, portas serial
e paralela, interfaces de joystick e de mouse.
• Barramento – Um conjunto de fios na placa-mãe através dos quais são transmitidos os
dados e sinais de temporização de uma parte do computador a outra.
• Memória de acesso aleatório (RAM) – Também conhecida como memória de Leitura-
Gravação. Nela podem ser gravados novos dados e dela podem ser lidos dados
armazenados. A RAM exige alimentação elétrica para manter os dados armazenados.
Se o computador for desligado ou se falta energia, todos os dados armazenados na
RAM serão perdidos.
• Memória apenas de leitura (ROM) – Memória de um computador na qual foram pré-
gravados dados. Uma vez que foram gravados dados no chip ROM, não podem ser
removidos e só podem ser lidos.
• Unidade do sistema (system unit) – A parte principal de um PC, que inclui o chassis,
o microprocessador, a memória principal, o barramento e as portas. A unidade do
sistema não inclui o teclado, o monitor, ou qualquer dispositivo externo ligado ao
computador.
• Slot de expansão – Um Conector na placa-mãe onde pode ser inserido uma placa de
circuitos para acrescentar novas capacidades ao computador. A Figura mostra slots de
expansão PCI (Peripheral Component Interconnect) e AGP (Accelerated Graphics
Port). PCI provê conexão rápida para placas, como NICs, modems internos, e placas
de vídeo. A porta AGP provê conexão com grande largura de banda entre dispositivos
gráficos e a memória do sistema. AGP provê conexão rápida para gráficos 3-D em
sistemas de computador.
• Fonte de alimentação – O componente que fornece energia ao computador.

Componentes de backplane

• Backplane – O backplane é uma placa de circuito eletrônico que contém circuitaria e


soquetes nos quais dispositivios eletrônicos em outras placas ou cartões podem ser
conectados adicionalmente; em um computador, geralmente é sinônimo da ou de parte
da placa-mãe.
• Placa de rede(NIC) – Uma placa de expansão inserida num computador para que este
possa ser conectado a uma rede.
• Placa de vídeo – Uma placa que é inserida em um PC para proporcionar-lhe
capacidades de exibição visual.
• Placa de áudio – Uma placa de expansão que permite que o computador manipule e
produza sons.
• Porta paralela – Uma interface com capacidade para transferir simultaneamente mais
de um bit e que é utilizada para conectar dispositivos externos tais como impressoras.
• Porta serial – Uma interface que pode ser utilizada para comunicações seriais, nas
quais é transmitido apenas 1 bit de cada vez.
• Porta USB – Um conector Universal Serial Bus. Uma porta USB conecta dispositivos
como mouse ou impressora ao computador rapidamente e facilmente.
• Firewire – Um padrão de interface de barramento serial que oferece comunicação de
alta velocidade, e serviços de dados em tempo-real isócrono.
• Porta do mouse – Uma porta destinada à conexão de um mouse ao PC.
• Cabo de alimentação – Um cabo utilizado para ligar um dispositivo elétrico a uma
tomada elétrica que fornece energia ao dispositivo.

Pense nos componentes internos de um PC como uma rede de dispositivos, todos ligados ao
barramento do sistema. De certa maneira, um PC é uma pequena rede de computador.

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1.1.3 Placa de Rede

Uma placa de rede (NIC), ou adaptador de rede, oferece capacidades de comunicações nos
dois sentidos entre a rede e um computador pessoal. Em um sistema de computação desktop,
é uma placa de circuito impresso que reside em um slot na placa-mãe e provê uma interface de
conexão ao meio de rede . Em um sistema de computação laptop, é normalmente integrada ao
laptop ou disponível em um cartão PCMCIA, que é pequeno do tamanho de um cartão de
crédito . A placa de rede utilizada precisa ser compatível com o meio físico e com os protocolos
utilizados na rede local.

A placa de rede utiliza um pedido de interrupção (IRQ-Interrupt Request), um endereço de I/O e


um espaço na memória superior para interagir com o sistema operacional. Um valor de IRQ
(requisição de interrupção) é um local designado onde o computador sabe que um dispositivo
em particular pode interrompê-lo, quando o dispositivo enviar ao computador sinais sobre sua
operação. Por exemplo, quando a impressora termina de imprimir, ela envia um sinal de
interrupção ao computador. O sinal interrompe momentaneamente o computador, de modo que
ele possa decidir o que processar a seguir. Como múltiplos sinais na mesma linha de
interrupção podem não ser entendidos pelo computador, um valor único deve ser especificado
para cada dispositivo, assim como o seu caminho para o computador.Antes de existirem
dispositivos Plug-and-Play (PnP), usuários freqüentemente tinham que configurar valores de
IRQ manualmente, ou estar a par deles, ao adicionar novos dispositivos a um computador.

Ao selecionar uma placa de rede, considere os seguintes fatores:

• Protocolos – Ethernet, Token Ring, ou FDDI


• Tipos de meios – Par trançado, coaxial, wireless, ou fibra óptica
• Tipo de barramento do sistema – PCI ou ISA

1.1.4 Instalação da placa de rede e modem

A conectividade à Internet exige uma placa adaptadora, que pode ser um modem ou uma placa
de rede.

Um modem, ou modulador-demodulador, é um dispositivo que proporciona ao computador a


conectividade através de uma linha de telefone. O modem converte (modula) os dados de um
sinal digital em sinal analógico compatível com uma linha de telefone padrão. O modem na
extremidade receptora demodula o sinal, o qual é convertido novamente em sinal digital. Os
modems podem ser instalados internamente ou ligados ao computador externamente usando
uma linha telefônica.

A instalação de uma placa de rede, que proporciona a interface de um computador com a rede
rede, é exigida para cada dispositivo que se conecta à rede. Existem placas de rede de vários
tipos conforme a configuração do dispositivo. Notebooks podem ter interfaces embutidas ou
podem utilizar um cartão PCMCIA. A Figura mostra placas de rede PCMCIA com e sem fio, e
um adaptador Ethernet USB. Desktops podem utilizar uma placa de rede interna , chamada
NIC, ou uma placa de rede externa que conecta a rede através de uma porta USB.

Situações que requerem a instalação de uma placa de rede incluem as seguintes:

• A instalação de uma placa de rede em um PC que não tem uma já instalada


• A substituição de uma placa de rede defeituosa ou danificada
• Atualização de uma placa de rede de 10-Mbps para uma placa de rede de
10/100/1000-Mbps
• A mudança para uma placa de rede diferente, como uma sem fio

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• A instalação de uma placa de rede secundária, ou backup, por razões de segurança de
redes

Para realizar a instalação de uma placa de rede ou modem, poderão ser necessários os
seguintes recursos:

• Conhecimento da configuração do adaptador, incluindo os jumpers e o software plug


and play
• A disponibilidade de ferramentas de diagnóstico
• A capacidade de resolver conflitos nos recursos de hardware

1.1.5 Visão geral da conectividade em alta velocidade e por discagem

No início da década de 60, foram introduzidos modems para proporcionar a conectividade de


terminais burros com um computador central. Muitas empresas alugavam tempo nos
computadores devido à grande despesa de possuir um sistema nas próprias instalações, o que
era economicamente inviável. A taxa de transmissão de dados era muito lenta, 300 bits por
segundo (bps), que se traduzia em aproximadamente 30 caracteres por segundo.

À medida que os PCs se tornaram mais acessíveis nos anos 70, começaram a aparecer
sistemas de quadro de avisos (BBS-Bulletin Board Systems). Estes BBSs permitiam que os
usuários se conectassem para colocar ou ler mensagens em um quadro de avisos. A
transmissão a 300 bps era aceitável, já que esta velocidade excedia a capacidade da maioria
das pessoas de ler e digitar. No início da década de 80, a utilização dos quadros de avisos
aumentou exponencialmente e a velocidade de 300 bps se tornou muito lenta para a
transferência de grandes arquivos e gráficos. Até os anos 90, os modems já rodavam a 9600
bps e até 1998, atingiram o padrão atual de 56 kbps (56.000 bps).

Inevitavelmente, os serviços de alta velocidade utilizados no ambiente corporativo, tais como


Digital Subscriber Line (DSL) e acesso por cable modem, entraram no mercado consumidor.
Estes serviços já não exigem equipamentos caros ou uma linha de telefone adicional. Estes
serviços estão "sempre conectados" permitindo um acesso instantâneo e não exigem o
estabelecimento de uma conexão para cada sessão. Isto resulta em maior confiabilidade e
flexibilidade, e acabou facilitando o compartilhamento de conexões de Internet em redes de
escritórios pequenos e domésticos.

1.1.6 Descrição e configuração TCP/IP

O Transmission Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP) é um conjunto de protocolos ou


regras desenvolvidas para a cooperação entre computadores para que compartilhem recursos
através de uma rede. Para ativar o TCP/IP em uma estação de trabalho, esta precisa ser
configurada através das ferramentas do sistema operacional. O processo é bastante
semelhante independentemente da utilização de um sistema operacional Windows ou Mac.

1.1.7 Testando a conectividade com o ping

O ping é um programa básico que verifica se um endereço IP particular existe e pode aceitar
requisições. O acrônimo de computação ping significa Packet Internet or Inter-Network Groper.
O nome foi concebido para ser comparável ao termo usado em submarinos para o som de um
pulso de sonar retornando de um objeto submerso.

O comando ping funciona enviando vários pacotes IP, chamados datagramas ICMP de
Requisição de Eco, a um destino específico. Cada pacote enviado é uma solicitação de
resposta. A resposta de saída de um ping contém a relação de sucesso e o tempo de ida e
volta ao destino. A partir destas informações, é possível determinar se existe ou não

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conectividade com um destino. O comando ping é utilizado para testar a função de
transmissão/recepção da placa de rede, a configuração do TCP/IP e a conectividade na rede.
Os seguintes tipos de testes ping podem ser emitidos:

• ping 127.0.0.1 – Como nenhum pacote é transmitido, efetuar o ping da interface


loopback testa a configuração TCP/IP basica.
• ping endereço IP do computador – Um ping para um PC host verifica a
configuração do endereço TCP/IP do computador local assim como a conectividade
com o computador.
• ping endereço IP do gateway padrão – Um ping para o gateway padrão
verifica se o roteador que conecta a rede local a outras redes pode ser alcançado.
• ping endereço IP do destino remoto – Um ping para o destino remoto
verifica a conectividade ao computador remoto

1.1.8 Navegador Web e plug-ins

Um navegador Web realiza as seguintes funções:

• Faz contato com um servidor da Web


• Solicita informações
• Recebe informações
• Exibe os resultados na tela

Um navegador Web é um software que interpreta a linguagem de marcação de hipertexto


(HTML-Hypertext Markup Language), uma das linguagens utilizadas para codificar o conteúdo
de páginas da Web. Outras linguagens de marcação com recursos mais avançados fazem
parte de tecnologias emergentes. A HTML, a linguagem de marcação mais comum, pode exibir
gráficos, tocar sons, filmes e outros arquivos de multimídia. Hiperlinks são embutidos nas
páginas da Web e proporcionam um link rápido para outro local na mesma página ou em outra
página da Web totalmente diferente.

Dois dos navegadores Web mais utilizados são o Internet Explorer (IE) e o Netscape
Communicator. Embora sejam idênticos nas tarefas que realizam, existem diferenças entre
estes dois navegadores. Certos websites talvez não suportem a utilização de um ou outro, e
poderá ser vantajoso contar com os dois programas instalados no computador.

Netscape Navigator:

• O primeiro navegador popular


• Ocupa menos espaço no disco
• Exibe arquivos HTML, realiza a transferência de e-mail e de arquivos, assim como
outras funções

Internet Explorer (IE):

• Fortemente integrado com outros produtos da Microsoft


• Ocupa mais espaço no disco
• Exibe arquivos HTML, realiza a transferência de e-mail e de arquivos, assim como
outras funções

Também existem tipos de arquivos especiais, ou proprietários, que os navegadores Web


normais não podem exibir. Para visualizar tais arquivos, o navegador precisa ser configurado
para utilizar aplicativos plug-in. Estes aplicativos trabalham em conjunto com o navegador para
iniciar o programa requerido para visualizar os seguintes tipos de arquivos:

• Flash – toca arquivos de multimídia e foi criado pelo Macromedia Flash

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• Quicktime – toca arquivos de vídeo e foi criado pela Apple
• Real Player – toca arquivos de áudio

Para instalar o plug-in do Flash, faça o seguinte:

• Vá até o website da Macromedia.


• Faça o download do programa de instalação mais recente do "Macromedia flash
player".
• Rode-o e instale-o no Netscape ou no IE.
• Verifique a instalação e correta operação, acessando o website da Cisco Academy.

Além de configurar o computador para visualizar o currículo da Cisco Academy, os


computadores realizam várias outras tarefas úteis. No comércio, os funcionários
freqüentemente utilizam um conjunto de aplicativos que se apresentam como conjunto para
escritório, por exemplo, o Microsoft Office. Os conjuntos para escritório tipicamente incluem os
seguintes:

• Software de planilha, contendo tabelas constituídas de colunas e linhas onde


freqüentemente se utilizam fórmulas para processar e analisar dados.
• Um processador de texto é um aplicativo usado para criar e editar documentos de
texto. Os processadores de texto modernos permitem que o usuário crie documentos
sofisticados, que incluem gráficos e texto com rica formatação.
• O software de gerenciamento de banco de dados é utilizado para armazenar, manter,
organizar, classificar e filtrar registros. Um registro é uma compilação de informações
identificadas por algum conceito em comum, tal como nome de cliente.
• O software de apresentação é utilizado para projetar e desenvolver apresentações a
serem exibidas em reuniões, aulas ou apresentações de vendas.
• Um gerenciador de informações pessoais inclui um utilitário de e-mail, uma lista de
contatos, um calendário e uma lista de tarefas a realizar.

Os aplicativos de escritório hoje fazem parte do trabalho diário, como era o caso da máquina
de escrever antes do advento do computador pessoal.

1.1.9 Resolução de problemas com conexões na Internet

Neste exercício de identificação e resolução de problemas, existem problemas na configuração


do hardware, do software e da rede. O objetivo, dentro de um período de tempo
predeterminado, é identificar e resolver os problemas, permitindo finalmente o acesso ao
currículo. Este exercício demonstrará a complexidade da configuração até dos processos mais
simples de acesso à Web. Isto inclui os processos e procedimentos envolvidos na resolução de
problemas no hardware do computador, no software e nos sistemas da rede.

• Definir o problema
• Juntar os fatos
• Considerar as possibilidades
• Criar um plano de ação
• Implementar o plano
• Observar os resultados
• Documentar os resultados
• Introduzir problemas e resolver

1.2 A Matemática das Redes

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1.2.1 Apresentação binária de dados

Os computadores funcionam e armazenam dados mediante a utilização de chaves eletrônicas


que são LIGADAS ou DESLIGADAS. Os computadores só entendem e utilizam dados
existentes neste formato de dois estados, ou seja binário. Os uns e zeros são utilizados para
representar os dois possíveis estados de um componente eletrônico em um computador. 1
representa um estado LIGADO, e 0 representa um estado DESLIGADO. São denominados
dígitos binários ou bits.

O American Standard Code for Information Interchange (ASCII) é o código mais


freqüentemente utilizado para representar dados alfanuméricos em um computador. O código
ASCII utiliza dígitos binários para representar os símbolos digitados no teclado. Quando os
computadores enviam estados LIGADOS/DESLIGADOS através de uma rede, as ondas de
rádio ou de luz são utilizadas para representar os 1s e 0s. Note que cada caractere possui um
conjunto singular de oito dígitos binários designado para representar o caractere.

Os computadores são desenhados para trabalharem com chaves LIGADAS/DESLIGADAS, e


portanto os dígitos binários e números binários são naturais para eles. Os seres humanos
utilizam o sistema numérico decimal, que é relativamente simples quando comparado com as
longas séries de 1s e 0s utilizados pelos computadores. Portanto, os números binários do
computador precisam ser convertidos em números decimais.

Às vezes os números binários precisam ser convertidos em números hexadecimais (hex), o


que reduz uma longa seqüência de dígitos binários em poucos caracteres hexadecimais. Estes
processos tornam os números mais fáceis de lembrar e manipular.

1.2.2 Bits e bytes

Um 0 binário pode ser representado por 0 volts de eletricidade (0 = 0 volts).

Um 1 binário pode ser representado por +5 volts de eletricidade (1 = +5 volts).

Os computadores foram concebidos para utilizarem grupos de oito bits. Este grupo de oito bits
é denominado byte. Em um computador, um byte representa um único local de
armazenamento endereçável. Estes locais de armazenamento representam um valor ou um
único caractere de dados, por exemplo, um código ASCII. O número total de combinações de
oito chaves ligadas ou desligadas é de 256. A faixa de valores de um byte é de 0 a 255.
Portanto, é importante entender o conceito do byte ao trabalhar com computadores e redes

1.2.3 Sistema numérico Base 10

Os sistemas numéricos consistem em símbolos e regras para a utilização destes símbolos. O


sistema numérico mais freqüentemente utilizado é o sistema numérico Base 10 ou decimal.
Base 10 utiliza os dez símbolos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Estes símbolos podem ser
combinados para representar todos os valores numéricos possíveis.

O sistema numérico decimal é baseado em potências de 10. Cada posição colunar de um


valor, da direita para a esquerda, é multiplicada pelo número 10, que é o número base, elevado
a uma potência, que é o exponente. A potência à qual é elevado o valor 10 depende da sua
posição à esquerda do ponto decimal. Quando um número decimal é lido da direita para a
esquerda, a primeira posição, ou a mais à direita representa 100 (1), a segunda posição
representa 101 (10 x 1 = 10). A terceira posição representa 102 (10 x 10 = 100). A sétima
posição à esquerda representa 106 (10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 = 1,000,000). Esta é a verdade
independentemente de quantas colunas sejam ocupadas pelo número.

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Exemplo:

2134 = (2 x 103) + (1 x 102) + (3 x 101) + (4 x 100)

Existe o número 4 na posição das unidades, 3 na posição das dezenas, 1 na posição das
centenas e 2 na posição dos milhares. Este exemplo parece óbvio ao usar-se o sistema
numérico decimal. É importante entender exatamente como funciona o sistema decimal porque
este conhecimento é necessário para entender dois outros sistemas numéricos, Base 2 e Base
16, hexadecimal. Estes sistemas utilizam o mesmo método do sistema decimal

1.2.4 Sistema numérico Base 2

Os computadores reconhecem e processam dados, utilizando-se o sistema numérico binário ou


Base 2. O sistema binário utiliza dois símbolos, 0 e 1, em vez dos dez símbolos utilizados no
sistema numérico decimal. A posição, ou casa, de cada algarismo da direita para a esquerda
em um número binário representa 2, o número base, elevado a uma potência ou expoente,
começando com 0. Estes valores das casas são, da direita para a esquerda, 20, 21, 22, 23, 24,
25, 26, e 27, ou 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64 e 128, respectivamente.

Exemplo:

101102 = (1 x 24 = 16) + (0 x 23 = 0) + (1 x 22 = 4) + (1 x 21 = 2) + (0 x 20 = 0) = 22 (16 + 0 + 4 +


2 + 0)

Se o número binário (101102) for lido da esquerda para a direita, estão os números 1 na
posição dos 16, 0 na posição dos 8, 1 na posição dos 4, 1 na posição dos 2 e 0 na posição das
unidades, que, quando somados, equivalem ao número decimal 22

1.2.5 Convertendo números decimais em números binários de 8 bits

Existem várias maneiras de converter números decimais em números binários. O fluxograma


na Figura descreve um dos métodos. O processo tenta descobrir quais valores da potência 2
podem ser somados para obter o número decimal que está sendo convertido em número
binário. Este método é um dos vários que podem ser utilizados. É melhor selecionar um
método e ir praticando com ele até que sempre produza a resposta correta.

Exercício de conversão
Use o exemplo a seguir para converter o número decimal 168 em número binário:

• 128 cabe dentro de 168. Portanto, o bit mais à esquerda do número binário é 1. 168 –
128 = 40.
• 64 não cabe dentro de 40. Portanto, o segundo bit da esquerda é 0.
• 32 cabe dentro de 40. Portanto, o terceiro bit da esquerda é 1. Subtraindo 40 – 32 = 8.
• 16 não cabe dentro de 8. Portanto, o segundo bit da esquerda é 0.
• 8 cabe dentro de 8. Portanto, o quinto bit da esquerda é 1. 8 – 8 = 0. Portanto todos os
bits à direita são 0.

Resultado: 168 decimal = 10101000

Para ter mais prática, tente converter 255 decimal em binário. A resposta deve ser 11111111

1.2.6 Conversão de números binários de 8 bits em números decimais

Existem duas maneiras básicas de converter números binários em números decimais. O


fluxograma na Figura mostra um exemplo.

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Os números binários também podem ser convertidos em números decimais, multiplicando os
dígitos binários pelo número base do sistema, o qual é Base 2, e elevando-os ao expoente da
sua posição.

Exemplo:

Converta o número binário 01110000 em um número decimal.

OBSERVAÇÃO:

Calcule da direita para a esquerda. Lembre-se de que qualquer número elevado à potência de
0 equivale a 1. Portanto, 20 = 1

0 x 20 = 0
0 x 21 = 0
0 x 22 = 0
0 x 23 = 0
1 x 24 = 16
1 x 25 = 32
1 x 26 = 64
+ 0 x 27 = 0
___________
= 112
OBSERVAÇÃO:

A soma das potências de 2 que possuem o número 1 na sua posição.

1.2.7 Representação decimal pontuada em quatro octetos

Atualmente, os endereços designados a computadores na Internet consistem em números


binários de 32 bits. Para facilitar a utilização destes endereços, o número binário de 32 bits é
convertido em uma série de números decimais. Para este fim, divida o número binário em
quatro grupos de oito dígitos binários. Em seguida, converta cada grupo de oito bits, também
denominado octeto, em seu equivalente decimal. Faça esta conversão exatamente conforme
indicado no tópico de conversão de binário em decimal na página anterior.

Quando escrito, o número binário completo é representado por quatro grupos de dígitos
decimais separados por pontos. Esta representação é denominada notação decimal pontuada
e provê uma maneira compacta e fácil de lembrar de referir-se aos endereços de 32 bits. Esta
representação é usada freqüentemente mais adiante neste curso, de modo que é necessário
entendê-la. Ao converter em binário de decimal pontuado, lembre-se de que cada grupo, que
consiste em entre um e três dígitos decimais, representa um grupo de oito dígitos binários. Se
o número decimal a ser convertido for inferior a 128, será necessário adicionar zeros à
esquerda do número binário equivalente até que existam um total de oito bits.

Exemplo:

Converta 200.114.6.51 em seu equivalente binário de 32 bits.

Converta 10000000 01011101 00001111 10101010 em seu equivalente decimal pontuado.

1.2.8 Hexadecimal

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Hexadecimal (hex) é freqüentemente utilizado ao trabalhar com computadores pois pode ser
usado para representar números binários em uma forma mais legível. O computador realiza
computações em binário, mas existem várias situações em que a saída binária de um
computador é expressa em hexadecimal para torná-la mais fácil de ler.

A conversão de números hexadecimais em binários e números binários em hexadecimais é


uma tarefa comum ao manejar os registros de configuração em roteadores da Cisco. Os
roteadores da Cisco possuem um registro de configuração de 16 bits. Este número binário de
16 bits pode ser representado como número hexadecimal de quatro dígitos. Por exemplo,
0010000100000010 em binário equivale a 2102 em hex. A palavra hexadecimal é
frequentemente abreviada como 0x quando utilizada com um valor, conforme aparece com o
número acima: 0x2102.

Igualmente aos sistemas binário e decimal, o sistema hexadecimal baseia-se na utilização de


símbolos, potências e posições. Os símbolos usados pelo sistema hex são 0 a 9, e A, B, C, D,
E, e F.

Todas as combinações possíveis de quatro dígitos binários podem ser representadas por um
só símbolo hexadecimal. Estes valores requerem entretanto, um ou dois simbolos decimais.
Dois digitos hexadecimais podem representar eficientemente qualquer combinação de oito
digitos binários. A representação decimal de um número binário de 8 bits irão requerer dois ou
três digitos decimais. Uma vez que um digito hexadecimal sempre representa 4 digitos binários,
simbolos hexadecimais são mais fáceis de utilizar que simbolos decimais ao operar com
números binários muito grandes. O uso da representação hexadecimal também reduz a
confusão na leitura de números binários muito grandes e a quantidade de espaço normalmente
utilizado para gravar números binários. Lembre que a representação 0x pode ser utilizada para
indicar um número hexadecimal. O número hexadecimal 5D pode ser escrito como 0x5D.

Para converter de hex em binário, simplesmente expanda cada dígito hex ao seu equivalente
binário de quatro bits

1.2.9 A lógica booleana ou binária

A lógica booleana baseia-se em circuitos digitais que aceitam uma ou duas voltagens de
entrada. Com base na voltagem de entrada, é gerada uma voltagem de saída. Para os fins dos
computadores, a diferença de voltagem é associada como dois estados, ligado ou desligado.
Por sua vez, estes dois estados são associados como 1 ou 0, equivalentes aos dois dígitos do
sistema numérico binário.

A lógica booleana é uma lógica binária que permite a comparação de dois números e a
geração de uma escolha baseada nos dois números. Estas escolhas são as operações lógicas
AND, OR e NOT. Com a exceção do NOT, as operações booleanas têm a mesma função.
Aceitam dois números, a saber, 1 ou 0, e geram um resultado baseado na regra lógica.

12
A operação NOT examina qualquer valor apresentado, 0 ou 1, e o inverte. O um se torna zero
e o zero se torna um. Lembre-se que as portas lógicas são dispositivos eletrônicos criados
especificamente para este fim. A regra lógica que seguem é que qualquer que seja a entrada, a
saída será o contrário.

A operação AND aceita dois valores de entrada. Se ambos os valores forem 1, a porta lógica
gera uma saída de 1. Caso contrário, gera uma saída de 0. Existem quatro combinações de
valores de entrada. Três destas combinações geram 0, e uma combinação gera 1.

A operação OR também aceita dois valores de entrada. Se pelo menos um dos valores de
entrada for 1, o valor de saída será 1. Mais uma vez, existem quatro combinações de valores
de entrada. Desta vez, três das combinações geram uma saída de 1 e a quarta gera uma saída
de 0.

As duas operações de redes que utilizam a lógica booleana são máscaras de sub-rede e as
máscaras coringa. As operações de máscara oferecem uma maneira de filtrar endereços. Os
endereços identificam os dispositivos na rede, permitindo que os endereços sejam agrupados
ou controlados por outras operações da rede. Estas funções serão explicadas em maiores
detalhes mais adiante no currículo.

1.2.10 Endereços IP e máscaras da rede

Os endereços binários de 32 bits utilizados na Internet são denominados endereços IP (Internet


Protocol). A relação entre os endereços IP e as máscaras da rede será considerada nesta
seção.

Quando os endereços IP são designados a computadores, alguns dos bits à esquerda do


número IP de 32 bits representam uma rede. O número de bits designados depende da classe
do endereço. Os bits restantes do endereço IP de 32 bits identificam um computador em
particular na rede. Um computador é identificado como "host". O endereço IP de um
computador consiste em uma parte para uma rede e outra parte para um host que juntos
representam um computador em particular em uma rede em particular.

Para informar um computador sobre como o endereço IP de 32 bits foi dividido, é utilizado um
segundo número de 32 bits, denominado máscara de sub-rede. Esta máscara é um gabarito
que indica como o endereço IP deve ser interpretado, identificando quantos dos bits são

13
utilizados para identificar a rede do computador. A máscara de sub-rede preenche
seqüencialmente os 1s do lado esquerdo da máscara. Uma máscara de sub-rede será
totalmente constituída de 1s até que seja identificado o endereço da rede e em seguida será
constituída totalmente de 0s daquele ponto até o bit mais à direita da máscara. Os bits na
máscara de sub-rede com valor de 0 identificam o computador ou host naquela rede. Alguns
exemplos de máscaras de sub-rede são:

11111111000000000000000000000000 escrito em decimal pontuado como 255.0.0.0

ou

11111111111111110000000000000000 escrito em decimal pontuado como 255.255.0.0

No primeiro exemplo, os primeiros oito bits da esquerda representam a porção do endereço da


rede, e os últimos 24 bits representam a porção do endereço do host. No segundo exemplo, os
primeiros 16 bits representam a porção do endereço da rede, e os últimos 16 bits representam
a porção do endereço do host.

A conversão do endereço IP 10.34.23.134 em binário resultaria em:

00001010.00100010.00010111.10000110

A operação booleana AND sobre o endereço IP 10.34.23.134 junto com a máscara de sub-rede
255.0.0.0 produz o endereço de rede deste host:

00001010.00100010.00010111.10000110
11111111.00000000.00000000.00000000
00001010.00000000.00000000.00000000
00001010.00100010.00010111.10000110
11111111.11111111.00000000.00000000
00001010.00100010.00000000.00000000

Ao converter o resultado em decimal pontuado, 10.0.0.0 será a parte do endereço IP


correspondente à rede, ao utilizar a máscara 255.0.0.0.

A operação booleana AND sobre o endereço IP 10.34.23.134 junto com a máscara de sub-rede
255.255.0.0 produz o endereço de rede deste host:

Ao converter o resultado em decimal pontuado, 10.34.0.0 será a parte do endereço IP


correspondente à rede, ao utilizar a máscara 255.255.0.0.

Esta é uma breve ilustração do efeito que tem uma máscara de rede sobre um endereço IP. A
importância das máscaras se tornará muito mais óbvia ao trabalharmos mais com os
endereços IP. Para o momento, é só importante que o conceito de máscaras seja entendido.

14
Resumo

Deve ter sido obtido um entendimento dos seguintes conceitos importantes:

• A conexão física que precisa ser realizada para que um computador seja conectado à
Internet
• Os principais componentes de um computador
• A instalação e resolução de problemas de placas de rede e/ou de modems
• Os procedimentos básicos para testar a conexão à Internet
• A seleção e configuração de um navegador Web
• O sistema numérico Base 2
• A conversão de números binários em decimais
• O sistema numérico hexadecimal
• A representação binária de endereços IP e máscaras de redes
• A representação decimal de endereços IP e máscaras de redes

15
CAPITULO 02 – Conceitos Básicos de Rede

Visão Geral

A largura de banda é um componente crucial de redes. A largura de banda é uma das decisões
mais importantes a serem tomadas quando da criação de uma rede. Este módulo estuda a
importância da largura de banda, explica como é calculada e como é medida.

As funções de rede são descritas utilizando-se modelos em camadas. Este módulo cobre os
dois modelos mais importantes, que são o modelo Open System Interconnection (OSI) e o
modelo Transmission Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP). O módulo apresenta também
as diferenças e similaridades entre os dois modelos.

Além disso, este módulo apresenta uma breve história sobre redes. Ele descreve também os
dispositivos de rede, assim como cabeamento, e as disposições físicas e lógicas. Este módulo
também define e compara LANs, MANs, WANs, SANs, e VPNs.

Os alunos, ao concluírem este módulo, deverão poder:

• Explicar a importância da largura de banda em redes.


• Usar uma analogia a partir de sua experiência para explicar a largura de banda.
• Identificar bps, Kbps, Mbps, e Gbps como sendo unidades de largura de banda.
• Explicar a diferença entre largura de banda e throughput.
• Calcular as taxas de transferência de dados.
• Explicar por que são usados os modelos em camadas para descrever a comunicação
de dados.
• Explicar o desenvolvimento do modelo Open System Interconnection (OSI).
• Listar as vantagens de uma abordagem de camadas.
• Identificar cada uma das sete camadas do modelo OSI.
• Identificar as quatro camadas do modelo TCP/IP.
• Descrever as similaridades e diferenças entre os dois modelos.
• Explicar rapidamente a história das redes.
• Identificar os dispositivos usados nas redes.
• Entender a função dos protocolos nas redes.
• Definir LAN, WAN, MAN, e SAN.
• Explicar VPNs e suas vantagens.
• Descrever as diferenças entre intranets e extranets.

2.1 Terminologia de Redes


2.1.1 Redes de dados

As redes de dados foram desenvolvidas como um resultado dos aplicativos empresariais que
foram escritos para microcomputadores. Naquela época os microcomputadores não eram
conectados da mesma maneira que os terminais de computadores mainframe, portanto não
havia uma maneira eficiente de compartilhar dados entre vários microcomputadores. Tornou-se
óbvio que o compartilhamento de dados através da utilização de disquetes não era uma
maneira eficiente e econômica de se administrar empresas. Os "Sneakernets", como este
compartilhamento era chamado, criavam várias cópias dos dados. Cada vez que um arquivo
era modificado ele teria que ser compartilhado novamente com todas as outras pessoas que
precisavam daquele arquivo. Se duas pessoas modificavam o arquivo e depois tentavam
compartilhá-lo, um dos conjuntos de modificações era perdido. As empresas precisavam de
uma solução que respondesse satisfatoriamente às três questões abaixo:

• Como evitar a duplicação de equipamentos e recursos


• Como se comunicar eficazmente
• Como configurar e gerenciar uma rede

16
As empresas perceberam que a tecnologia de rede aumentaria a produtividade enquanto lhes
economizaria dinheiro. Novas redes foram sendo criadas ou expandidas tão rapidamente
quanto surgiam novos produtos e tecnologias de rede. As redes no início dos anos 80, houve
uma grande expansão no uso de redes, apesar da desorganização na primeira fase de
desenvolvimento.

No início dos anos 80, as tecnologias de rede que surgiram tinham sido criadas usando
diferentes implementações de hardware e software. Cada empresa que criava hardware e
software para redes usava seus próprios padrões. Estes padrões individuais eram
desenvolvidos devido à competição com outras companhias. Conseqüentemente, muitas das
novas tecnologias de rede eram incompatíveis umas com as outras. Tornou-se cada vez mais
difícil para as redes que usavam especificações diferentes se comunicarem entre si.
Freqüentemente era necessário que o equipamento antigo de rede fosse removido para que
fosse implementado o novo equipamento.

Uma das primeiras soluções foi a criação de padrões de redes locais (LAN). Já que os padrões
de redes locais ofereciam um conjunto aberto de diretrizes para a criação de hardware e
software de rede, equipamentos de diferentes companhias poderiam então tornar-se
compatíveis. Isto permitiu estabilidade na implementação de redes locais.

Em um sistema de rede local, cada departamento da empresa é uma espécie de ilha


eletrônica. À medida que o uso do computador nas empresas cresceu, logo se percebeu que
até mesmo as redes locais não eram o suficiente.

Era necessário um modo de mover informações de maneira rápida e eficiente, não só dentro
da empresa, mas também de uma empresa para outra. A solução, então, foi a criação de redes
de áreas metropolitanas (MANs) e de redes de longa distância (WANs). Como as WANs
podiam conectar as redes usuárias dentro de grandes áreas geográficas, elas tornaram
possível a comunicação entre empresas ao longo de grandes distâncias. Figura resume os
tamanhos relativos de redes locais e WANs.

2.1.2 História das Redes

A história das redes de computador é complexa. Ela envolveu pessoas do mundo inteiro nos
últimos 35 anos. Apresentamos aqui uma visão simplificada de como evoluiu a Internet. Os
processos de invenção e comercialização são muito mais complicados, mas pode ser útil
examinar o desenvolvimento fundamental.

Nos anos 40, os computadores eram enormes dispositivos eletromecânicos propensos a


falhas. Em 1947, a invenção de um transistor semicondutor criou várias possibilidades para a
fabricação de computadores menores e mais confiáveis. Nos anos 50, os mainframes, que
eram acionados por programas em cartões perfurados, começaram a ser usados por grandes
instituições. No final dos anos 50, foi inventado o circuito integrado, que combinava vários,
depois muitos e agora combina milhões de transistores em uma pequena peça de
semicondutor. Durante os anos 60, o uso de mainframes com terminais era bastante comuns
assim como os circuitos integrados eram largamente utilizados.

No final dos anos 60 e 70, surgiram computadores menores, chamados de minicomputadores.


No entanto, estes minicomputadores eram ainda muito grandes para os padrões modernos. Em
1977, a Apple Computer Company apresentou o microcomputador, também conhecido como
computador pessoal. Em 1981 a IBM apresentou o seu primeiro computador pessoal. O Mac
amigável, o IBM PC de arquitetura aberta e a maior micro-miniaturização dos circuitos
integrados conduziram à difusão do uso de computadores pessoais nas casas e nos
escritórios.

Em meados dos anos 80, os usuários com computadores stand alone começaram a
compartilhar dados usando modems para fazer conexão a outros computadores. Era conhecido
como comunicação ponto-a-ponto ou dial-up. Este conceito se expandiu com a utilização de

17
computadores que operavam como o ponto central de comunicação em uma conexão dial-up.
Estes computadores eram chamados de bulletin boards (BBS). Os usuários faziam a conexão
aos BBSs, onde deixavam ou pegavam mensagens, assim como faziam upload e download de
arquivos. A desvantagem deste tipo de sistema era que havia pouquíssima comunicação direta
entre usuários e apenas com aqueles que conheciam o BBS. Uma outra limitação era que o
computador de BBS precisava de um modem para cada conexão. Se cinco pessoas quisessem
se conectar simultaneamente, seria necessário ter cinco modems conectados a cinco linhas
telefônicas separadas. Conforme foi crescendo o número de pessoas desejando usar o
sistema, este não foi capaz de atender às exigências. Por exemplo, imagine se 500 pessoas
quisessem fazer a conexão ao mesmo tempo. Tendo início nos anos 60 e continuando pelos
anos 70, 80 e 90, o Departamento de Defesa americano (DoD) desenvolveu grandes e
confiáveis redes de longa distância (WANs) por razões militares e científicas. Esta tecnologia
era diferente da comunicação ponto-a-ponto usada nos quadros de aviso. Ela permitia que
vários computadores se interconectassem usando vários caminhos diferentes. A própria rede
determinaria como mover os dados de um computador para outro. Em vez de poder comunicar
com apenas um outro computador de cada vez, muitos computadores podiam ser conectados
usando a mesma conexão. A WAN do DoD com o tempo veio a se tornar a Internet

2.1.3 Dispositivos de rede

Os equipamentos que se conectam diretamente a um segmento de rede são chamados de


dispositivos. Estes dispositivos são divididos em duas classificações. A primeira classificação é
de dispositivos de usuário final. Os dispositivos de usuário final incluem computadores,
impressoras, scanners e outros dispositivos que fornecem serviços diretamente ao usuário. A
segunda classificação é de dispositivos de rede. Dispositivos de rede incluem todos os
dispositivos que fazem a interconexão de todos os dispositivos do usuário final permitindo que
se comuniquem.

Os dispositivos de usuário final que fornecem aos usuários uma conexão à rede são também
conhecidos como hosts. Estes dispositivos permitem que os usuários compartilhem, criem e
obtenham informações. Os hosts podem existir sem uma rede, porém, sem a rede, suas
capacidades são muito limitadas. Os hosts são fisicamente conectados aos meios de rede
usando uma placa de rede (NIC). Eles usam esta conexão para realizar as tarefas de enviar de
e-mails, imprimir relatórios, digitalizar imagens ou acessar bancos de dados. Uma placa de
rede é uma placa de circuito impresso que cabe no slot de expansão de um barramento em
uma placa-mãe do computador, ou pode ser um dispositivo periférico. É também chamada
adaptador de rede. As placas de rede dos computadores laptop ou notebook geralmente são
do tamanho de uma placa PCMCIA. Cada placa de rede individual transporta um indentificador
exclusivo, denominado endereço de Controle de Acesso ao Meio (MAC - Media Access
Control). Este endereço é usado para controlar as comunicações de dados do host na rede.
Maiores detalhes sobre endereços MAC serão fornecidos mais adiante. Como o nome sugere,
a placa de rede controla o acesso do host ao meio.

Não existem símbolos padronizados para representar na indústria de rede os dispositivos de


usuário final. Eles apresentam uma aparência semelhante aos dispositivos verdadeiros para
permitir um reconhecimento rápido.

Os dispositivos de rede proporcionam transporte para os dados que precisam ser transferidos
entre os dispositivos de usuário final. Os dispositivos de rede proporcionam extensão de
conexões de cabos, concentração de conexões, conversão de formatos de dados, e
gerenciamento de transferência de dados. Exemplos de dispositivos que realizam estas
funções são: repetidores, hubs, bridges, switches e roteadores. Todos os dispositivos de rede
mencionados aqui serão explicados em maiores detalhes mais adiante neste curso. Para o
momento, será fornecida uma breve visão geral dos dispositivos de rede.

Um repetidor é um dispositivo de rede usado para regenerar um sinal. Os repetidores


regeneram os sinais analógicos e digitais que foram distorcidos por perdas na transmissão
devido à atenuação. Um repetidor não realiza decisões inteligentes sobre o encaminhamento
de pacotes como um roteador ou bridge.

18
Os hubs concentram conexões. Em outras palavras, juntam um grupo de hosts e permitem que
a rede os veja como uma única unidade. Isto é feito passivamente, sem qualquer outro efeito
na transmissão dos dados. Os hubs ativos não só concentram hosts, como também regeneram
sinais.

As bridges, ou pontes, convertem os formatos de dados transmitidos na rede assim como


realizam gerenciamento básico de transmissão de dados. As bridges, como o próprio nome
indica, proporcionam conexões entre redes locais. As bridges não só fazem conexões entre
redes locais, como também verificam os dados para determinar se devem ou não cruzar a
bridge. Isto faz com que cada parte da rede seja mais eficiente.

Os switches de grupos de trabalho (Workgroup switches) adicionam mais inteligência ao


gerenciamento da transferência de dados. Eles não só podem determinar se os dados devem
ou não permanecer em uma rede local, mas como também podem transferir os dados somente
para a conexão que necessita daqueles dados. Outra diferença entre uma bridge e um switch é
que um switch não converte os formatos dos dados transmitidos.

Os roteadores possuem todas as capacidades listadas acima. Os roteadores podem regenerar


sinais, concentrar conexões múltiplas, converter formatos dos dados transmitidos, e gerenciar
as transferências de dados. Eles também podem ser conectados a uma WAN, que lhes permite
conectar redes locais que estão separadas por longas distâncias. Nenhum outro dispositivo
pode prover este tipo de conexão

2.1.4 Topologias de rede

Topologias de rede definem a estrutura da rede. Uma parte da definição de topologia é a


topologia física, que é o layout efetivo dos fios ou meios físicos.

A outra parte é a topologia lógica, que define como os meios físicos são acessados pelos hosts
para o envio de dados. As topologias físicas que são comumente usadas são as seguintes:

• Uma topologia em barramento (bus) usa um único cabo backbone que é terminado em
ambas as extremidades. Todos os hosts são diretamente conectados a este backbone.
• Uma topologia em anel (ring) conecta um host ao próximo e o último host ao primeiro.
Isto cria um anel físico utilizando o cabo.

19
• Uma topologia em estrela (star) conecta todos os cabos a um ponto central de
concentração.
• Uma topologia em estrela estendida (extended star) une estrelas individuais ao
conectar os hubs ou switches. Esta topologia pode estender o escopo e a cobertura da
rede.
• Uma topologia hierárquica é semelhante a uma estrela estendida. Porém, ao invés de
unir os hubs ou switches, o sistema é vinculado a um computador que controla o
tráfego na topologia.
• Uma topologia em malha (mesh) é implementada para prover a maior proteção
possível contra interrupções de serviço. A utilização de uma topologia em malha nos
sistemas de controle de uma usina nuclear de energia interligados em rede seria um
excelente exemplo. Como é possível ver na figura, cada host tem suas próprias
conexões com todos os outros hosts. Apesar da Internet ter vários caminhos para
qualquer local, ela não adota a topologia em malha completa.

A topologia lógica de uma rede é a forma como os hosts se comunicam através dos meios. Os
dois tipos mais comuns de topologias lógicas são broadcast e passagem de token.

A topologia de broadcast simplesmente significa que cada host envia seus dados a todos os
outros hosts conectados ao meio físico da rede. Não existe uma ordem que deve ser seguida
pelas estações para usar a rede. A ordem é: primeiro a chegar, primeiro a usar. A Ethernet
funciona desta maneira conforme será explicado mais tarde neste curso.

A segunda topologia lógica é a passagem de token. A passagem de token controla o acesso à


rede, passando um token eletrônico seqüencialmente para cada host. Quando um host recebe
o token, significa que esse host pode enviar dados na rede. Se o host não tiver dados a serem
enviados, ele vai passar o token para o próximo host e o processo será repetido. Dois
exemplos de redes que usam passagem de token são: Token Ring e Fiber Distributed Data
Interface (FDDI). Uma variação do Token Ring e FDDI é Arcnet. Arcnet é passagem de token
em uma topologia de barramento.

20
O diagrama na Figura mostra muitas topologias diferentes conectadas pelos dispositivos de
rede. Ele mostra uma rede local de complexidade moderada que é típica de uma escola ou de
uma pequena empresa. Ele tem muitos símbolos e representa muitos conceitos de rede que
vão levar tempo para serem aprendidos.

2.1.5 Protocolos de rede

Conjuntos de protocolos (protocol suites) são coleções de protocolos que permitem a


comunicação de um host para outro através da rede. Um protocolo é uma descrição formal de
um conjunto de regras e convenções que governam a maneira de comunicação entre os
dispositivos em uma rede. Os protocolos determinam o formato, temporização, seqüência, e
controle de erros na comunicação de dados. Sem os protocolos, o computador não pode criar
ou reconstruir o fluxo de bits recebido de outro computador no seu formato original.

Os protocolos controlam todos os aspectos de comunicação de dados, que incluem o seguinte:

• Como é construída a rede física


• Como os computadores são conectados à rede
• Como são formatados os dados para serem transmitidos
• Como são enviados os dados
• Como lidar com erros

Estas regras para redes são criadas e mantidas por diferentes organizações e comitês.
Incluídos nestes grupos estão: Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE), American
National Standards Institute (ANSI), Telecommunications Industry Association (TIA), Electronic
Industries Alliance (EIA) e International Telecommunications Union (ITU), anteriormente
conhecida como Comité Consultatif International Téléphonique et Télégraphique (CCITT).

2.1.6 Redes locais (LANs)

As redes locais consistem nos seguintes componentes:

• Computadores
• Placa de Interface de Rede
• Dispositivos periféricos
• Meios de rede
• Dispositivos de rede

Redes locais possibilitam que as empresas utilizem a tecnologia para o compartilhamento


eficiente de arquivos e impressoras locais, além de possibilitar a comunicação interna. Um bom
exemplo desta tecnologia é o e-mail. Elas unem dados, comunicações locais e equipamento de
computação.

Algumas tecnologias comuns à rede local são:

• Ethernet
• Token Ring
• FDDI

2.1.7 Redes de longa distância (WANs)

As WANs interconectam as redes locais, fornecendo então acesso a computadores ou


servidores de arquivos em outros locais. Como as WANs conectam redes de usuários dentro
de uma vasta área geográfica, elas permitem que as empresas se comuniquem ao longo de
grandes distâncias. Com a utilização de WANs torna-se possível que os computadores,
impressoras e outros dispositivos em uma rede local compartilhem e sejam compartilhados
com locais distantes. As WANs proporcionam comunicações instantâneas através de grandes

21
áreas geográficas. A capacidade de enviar uma mensagem instantânea (IM) para alguém em
qualquer lugar do mundo proporciona as mesmas capacidades de comunicação que
antigamente eram possíveis somente se as pessoas estivessem no mesmo escritório físico. O
software de colaboração proporciona acesso a informações em tempo real e recursos que
permitem a realização de reuniões remotamente, ao invés de pessoalmente. Redes de longa
distância criaram também uma nova classe de trabalhadores conhecidos como
telecomutadores, que são pessoas que nunca precisam sair de casa para ir trabalhar.

As WANs são projetadas para executar as seguintes ações:

• Operar em grandes áreas separadas geograficamente.


• Permitir que os usuários tenham capacidades de comunicação em tempo real com
outros usuários
• Proporcionar que recursos remotos estejam permanentemente conectados aos
serviços locais
• Proporcionar serviços de e-mail, World Wide Web, transferência de arquivos e e-
commerce

Algumas tecnologias comuns à WAN são:

• Modems
• Integrated Services Digital Network (ISDN)
• Digital Subscriber Line (DSL )
• Frame Relay
• Hierarquias digitais T (EUA) e E (Europa): T1, E1, T3, E3
• Synchronous Optical Network (SONET)

2.1.8 Redes de áreas metropolitanas (MANs)

Uma MAN é uma rede que abrange toda a área metropolitana como uma cidade ou área
suburbana. Uma MAN geralmente consiste em duas ou mais redes locais em uma mesma área
geográfica. Por exemplo, um banco com várias sucursais pode utilizar uma MAN. Tipicamente.
um provedor de serviços está acostumado a conectar dois ou mais sites de redes locais
usando linhas privadas de comunicação ou serviços óticos. É também possível criar uma MAN
usando uma tecnologia de bridge sem fio (wireless) emitindo sinais através de áreas públicas.

2.1.9 Storage-area networks (SANs)

Uma SAN é uma rede dedicada de alto desempenho, usada para transportar dados entre
servidores e recursos de armazenamento (storage). Por ser uma rede separada e dedicada,
ela evita qualquer conflito de tráfego entre clientes e servidores.

A tecnologia SAN permite a conectividade em alta velocidade de servidor-a-área de


armazenamento, de área de armazenamento-a-área de armazenamento ou de servidor-a-
servidor. Este método usa uma infra-estrutura de rede separada que alivia qualquer problema
associado à conectividade da rede existente.

SANs oferecem os seguintes recursos:

• Desempenho: SANs permitem um acesso simultâneo de disk arrays ou tape arrays


por dois ou mais servidores em alta velocidade, oferecendo um melhor desempenho do
sistema.
• Disponibilidade: SANs já incorporam uma tolerância contra desastres, já que
permitem o espelhamento de dados usando uma SAN a distâncias de até 10
quilômetros (6,2 milhas).

22
• Escalabilidade: Como uma LAN/WAN, ela pode usar uma variedade de tecnologias.
Assim permitindo uma transferência fácil de dados de backup, operações, migração de
arquivos, e replicação de dados entre sistemas.

2.1.10 Virtual Private Network (VPN)

Uma VPN é uma rede particular que é construída dentro de uma infra-estrutura de rede pública
como a Internet global. Ao usar uma VPN, um telecomutador pode acessar a rede da matriz da
empresa através da Internet criando um túnel seguro entre o PC do telecomutador a um
roteador da VPN na matriz.

2.1.11 Vantagens das VPNs

Os produtos Cisco suportam a tecnologia VPN mais moderna. Uma VPN é um serviço que
oferece conectividade segura e confiável através de uma infra-estrutura de rede pública
compartilhada como a Internet. As VPNs mantêm as mesmas diretivas de segurança e
gerenciamento como uma rede particular. Elas apresentam o método mais econômico no
estabelecimento de uma conexão ponto-a-ponto entre usuários remotos e uma rede de clientes
empresariais.

Seguem abaixo os três tipos principais de VPNs:

• Access VPNs: Access VPNs proporcionam o acesso remoto para funcionários móveis
e para pequenos escritórios/escritórios domiciliares (SOHO) à Intranet ou Extranet da
matriz através de uma infra-estrutura compartilhada. Access VPNs utilizam tecnologias
analógicas, de discagem (dial-up), ISDN, DSL (digital subscriber line), IP móvel e de
cabo para fazerem a conexão segura dos usuários móveis, telecomutadores e filiais.
• Intranet VPNs: Intranet VPNs ligam os escritórios regionais e remotos à rede interna
da matriz através de uma infra-estrutura compartilhada com a utilização de conexões
dedicadas. Intranet VPNs diferem das Extranet VPNs dado que só permitem o acesso
aos funcionários da empresa.
• Extranet VPNs: Extranet VPNs ligam os associados empresariais à rede da matriz
através de uma infra-estrutura compartilhada com a utilização de conexões dedicadas.
Extranet VPNs diferem das Intranet VPNs dado que só permitem o acesso aos
usuários externos à empresa.

2.1.12 Intranets e extranets

Intranet é uma configuração comum de uma rede local. Os servidores Intranet da Web diferem
dos servidores públicos da Web dado que os públicos devem ter permissões e senhas corretas
para acessarem a Intranet de uma organização. Intranets são projetadas para permitir o acesso
somente de usuários que tenham privilégios de acesso à rede local interna da organização.
Dentro de uma Intranet, servidores Web são instalados na rede. A tecnologia do navegador
Web é usada como uma interface comum para acessar informações tais como dados ou
gráficos financeiros armazenadas em formato texto nesses servidores.

Extranets se referem aos aplicativos e serviços desenvolvidos para a Intranet, e através de


acesso seguro têm seu uso estendido a usuários ou empresas externas. Geralmente este
acesso é realizado através de senhas, IDs dos usuários e outros meios de segurança ao nível
do aplicativo. Portanto, uma Extranet é uma extensão de duas ou mais estratégias da Intranet
com uma interação segura entre empresas participantes e suas respectivas intranets

2.2 Largura de Banda

23
2.2.1 Importância da largura de banda

Largura de banda é definida como a quantidade de informações que flui através da conexão de
rede durante de um certo período de tempo. É extremamente importante entender o conceito
de largura de banda durante o estudo de redes devido às seguintes razões:

1. A largura de banda é finita.


Em outras palavras, independentemente dos meios usados para criar a rede, existem
limites na capacidade daquela rede de transportar informações. A largura de banda é
limitada por leis da física e pelas tecnologias usadas para colocar as informações nos
meios físicos. Por exemplo, a largura de banda de um modem convencional está
limitada a aproximadamente 56 Kbps pelas propriedades físicas dos fios de par
trançado da rede de telefonia e pela tecnologia do modem. Entretanto, as tecnologias
usadas pelo DSL também usam os mesmos fios de telefone de par trançado, e ainda
assim o DSL proporciona uma largura de banda muito maior do que a disponível com
modems convencionais. Assim, mesmo os limites impostos pelas leis da física são às
vezes difíceis de serem definidos. A fibra óptica possui o potencial físico de fornecer
largura de banda virtualmente sem limites. Mesmo assim, a largura de banda da fibra
óptica não pode ser completamente entendida até que as tecnologias sejam
desenvolvidas para aproveitar de todo o seu potencial.
2. Largura de banda não é grátis.
É possível comprar equipamentos para uma rede local que lhe oferecerá uma largura
de banda quase ilimitada durante um longo período de tempo. Para as conexões WAN
(wide-area network), é quase sempre necessário comprar largura de banda de um
provedor de serviços. Em qualquer caso, um entendimento de largura de banda e
mudanças na demanda de largura de banda durante certo período de tempo, poderá
oferecer a um indivíduo ou a uma empresa, uma grande economia de dinheiro. Um
gerente de redes precisa fazer as decisões corretas na compra dos tipos de
equipamentos e serviços.
3. A largura de banda é um fator importante na análise do desempenho da rede, na
criação de novas redes, e no entendimento da Internet.
Um profissional de rede precisa entender o grande impacto da largura de banda e do
throughput no desempenho e desenho de redes. As informações fluem como uma
seqüência de bits de computador a computador por todo o mundo. Esses bits
representam enormes quantidades de informações que fluem de um lado a outro
através do globo em segundos ou menos. De certa maneira, pode ser apropriado dizer
que a Internet é largura de banda.
4. A demanda por largura de banda está sempre crescendo.
Tão logo são criadas novas tecnologias de rede e infra-estruturas para fornecer maior
largura de banda, também são criados novos aplicativos para aproveitar da maior
capacidade. A transmissão, através da rede, de conteúdo rico em mídia, inclusive
vídeo e áudio streaming, exige quantidades enormes de largura de banda. Os sistemas
de telefonia IP agora são comumente instalados em lugar dos sistemas de voz
tradicionais, o que aumenta mais ainda a necessidade da largura de banda. O
profissional de rede eficiente deverá antecipar a necessidade de aumentar a largura de
banda e agir de acordo

2.2.2 O desktop

Largura de banda é definida como a quantidade de informações que flui através da conexão de
rede durante de um certo período de tempo. A idéia de que as informações fluem sugere duas
analogias que podem facilitar a visualização de largura de banda na rede. Já que se diz que
tanto a água como o tráfego fluem, considere as seguintes analogias:

1. A largura de banda é como o diâmetro de um cano.


Uma rede de canos traz água potável para residências e empresas e leva embora a
água do esgoto. Esta rede de água consiste em canos de vários diâmetros. Os canos
principais de água de uma cidade podem ter até dois metros de diâmetro, enquanto
que o cano para a torneira da cozinha pode ter apenas dois centímetros de diâmetro. O

24
diâmetro do cano determina a capacidade do cano levar água. Portanto, a água é
como os dados, e o diâmetro do cano é como a largura de banda. Muitos especialistas
em rede falam que precisam colocar canos maiores quando precisam aumentar a
capacidade de transmitir informações.
2. A largura de banda é como o número de pistas de uma rodovia.
Uma rede de estradas que atendem todas as cidades e municípios. As grandes
rodovias com muitas pistas são alimentadas por estradas menores com menos pistas.
Estas estradas podem conduzir a estradas menores e mais estreitas, que mais cedo ou
mais tarde chegam até a entrada da garagem das casas e das empresas. Quando
pouquíssimos carros utilizam o sistema de rodovias, cada veículo estará mais livre para
se locomover. Quando houver mais tráfego, os veículos se locomoverão mais
lentamente. Este é o caso, especialmente em estradas com menor número de pistas
para os carros se locomoverem. Mais cedo ou mais tarde, conforme o tráfego vai
aumentando no sistema rodoviário, até mesmo as rodovias com várias pistas se
tornam lentas e congestionadas. Uma rede de dados é bem semelhante ao sistema
rodoviário. Os pacotes de dados são comparáveis a automóveis, e a largura de banda
é comparável ao número de pistas na rodovia. Quando é visualizada a rede de dados
como um sistema rodoviário, torna-se mais fácil ver como as conexões de largura de
banda baixa podem causar um congestionamento através de toda a rede.

2.2.3 Medição

Nos sistemas digitais, a unidade básica de largura de banda é bits por segundo (bps). A largura
de banda é a medida da quantidade de informação que pode ser transferida de um lugar para o
outro em um determinado período de tempo, ou segundos. Apesar de que a largura de banda
pode ser descrita em bits por segundo, geralmente pode-se usar algum múltiplo de bits por
segundo. Em outras palavras, a largura de banda é tipicamente descrita como milhares de bits
por segundo (Kbps), milhões de bits por segundo (Mbps), bilhões de bits por segundo (Gbps) e
trilhões de bits per segundo (Tbps). Embora os termos largura de banda e velocidade sejam
freqüentemente confundidos, não são exatamente sinônimos. Pode-se dizer, por exemplo, que
uma conexão T3 a 45Mbps opera a uma velocidade mais alta que uma conexão T1 a
1,544Mbps. No entanto, se apenas uma pequena quantidade da sua capacidade de transmitir
dados estiver sendo usada, cada um desses tipos de conexão transportará os dados com
aproximadamente a mesma velocidade. Por exemplo, uma pequena quantidade de água fluirá
à mesma taxa através de um cano fino ou através de um grosso. Portanto, é mais adequado
dizer que uma conexão T3 tem uma largura de banda maior que uma conexão T1. A razão é
que a conexão T3 é capaz de transmitir mais informações durante o mesmo período de tempo
e não porque tem uma velocidade mais alta.

2.2.4 Limitações

A largura de banda varia dependendo do tipo dos meios físicos assim como das tecnologias de
rede local e WAN utilizadas. A física dos meios explica algumas das diferenças. Os sinais são
transmitidos através de fio de cobre de par trançado, de cabo coaxial, de fibra óptica e do ar.
As diferenças físicas na maneira com que os sinais são transmitidos resultam em limitações
fundamentais na capacidade de transporte de informações de um determinado meio. Porém, a
largura de banda real de uma rede é determinada pela combinação de meios físicos e das
tecnologias escolhidas para a sinalização e a detecção de sinais de rede.

Por exemplo, o entendimento atual da física do cabo de cobre de par trançado não blindado
(UTP) coloca o limite teórico da largura de banda acima de um gigabit por segundo (Gbps). No
entanto, na realidade, a largura de banda é determinada pela utilização de Ethernet 10BASE-T,
100BASE-TX, ou 1000BASE-TX. Em outras palavras, a largura de banda real é determinada
pelos métodos de sinalização, placas de rede (NICs), e outros itens de equipamento de rede
escolhidos. Conseqüentemente, a largura de banda não é somente determinada pelas
limitações dos meios físicos.

25
2.2.5 Throughput

Largura de banda é a medição da quantidade de informações que podem ser transferidas


através da rede em certo período de tempo. Portanto, a quantidade de largura de banda
disponível é uma parte crítica da especificação da rede. Uma rede local típica poderá ser
confeccionada para fornecer 100 Mbps para cada estação de trabalho de mesa, mas isso não
quer dizer que cada usuário será capaz de transmitir centenas de megabits de dados através
da rede para cada segundo de uso. Isto só seria possível sob circunstâncias ideais. O conceito
de throughput poderá ajudar na explicação de como isto é possível.

O throughput se refere à largura de banda real medida, em uma hora do dia específica, usando
específicas rotas de Internet, e durante a transmissão de um conjunto específico de dados na
rede. Infelizmente, por muitas razões, o throughput é muito menor que a largura de banda
digital máxima possível do meio que está sendo usado. Abaixo seguem alguns dos fatores que
determinam o throughput:

• Dispositivos de interconexão
• Tipos de dados sendo transferidos
• Topologias de rede
• Número de usuários na rede
• Computador do usuário
• Computador servidor
• Condições de energia

A largura de banda teórica de uma rede é uma consideração importante na criação da rede,
pois a largura de banda de rede nunca será maior que os limites impostos pelos meios e pelas
tecnologias de rede escolhidas. No entanto, é também importante que o projetista e o
administrador de redes considerem os fatores que podem afetar o throughput real. Com a
medição constante do throughput, um administrador de redes ficará ciente das mudanças no
desempenho da rede e na mudança das necessidades dos usuários da rede. A rede poderá
então ser ajustada apropriadamente

2.2.6 Cálculo da transferência de dados

Geralmente os administradores e projetistas de redes são convidados a tomar decisões


relativas à largura de banda. Uma das decisões seria a de aumentar ou não o tamanho das
conexões de WAN para acomodar um novo banco de dados. Outra decisão seria se o
backbone atual da rede local tem ou não largura suficiente para um programa de treinamento
que utilize vídeo streaming. Nem sempre é fácil encontrar as respostas aos problemas como
esses, mas o melhor lugar por onde começar é com um simples cálculo de transferência de
dados.

26
Usando a fórmula tempo de transferência = tamanho do arquivo / largura de banda (T = S/BW)
permite que um administrador da rede faça uma estimativa de vários dos componentes
importantes do desempenho da rede. Se for conhecido o tamanho típico do arquivo para um
determinado aplicativo, a divisão do tamanho do arquivo pela largura de banda da rede resulta
em uma estimativa do tempo mais rápido no qual o arquivo pode ser transferido.

Devem ser considerados dois pontos importantes ao fazer estes cálculos.

• O resultado é apenas uma estimativa, pois o tamanho do arquivo não inclui qualquer
encargo adicionado pela encapsulação.
• É provável que o resultado seja um tempo de transferência na melhor das hipóteses,
pois a largura de banda disponível nem sempre está a um máximo teórico para o tipo
de rede utilizada. Uma estimativa mais precisa poderá ser obtida se o throughput for
substituído pela largura de banda na equação.

Apesar dos cálculos da transferência de dados serem bem simples, deve-se ter cuidado para
usar as mesmas unidades por toda a equação. Em outras palavras, se a largura de banda for
medida em megabits por segundo (Mbps), o tamanho do arquivo deverá ser em megabits (Mb),
e não megabytes (MB). Já que os tamanhos de arquivos são tipicamente dados em
megabytes, talvez seja necessário multiplicar por oito o número de megabytes para convertê-
los em megabits.

Tente responder a seguinte pergunta, usando a fórmula T=S/BW. Não se esqueça de converter
as unidades de medição conforme o necessário.

O que levaria menos tempo, enviar o conteúdo de um disquete (1,44 MB) cheio de dados por
uma linha ISDN ou enviar o conteúdo de um disco rígido de 10 GB cheio de dados por uma
linha OC-48?

2.2.7 Digital versus analógico

Até recentemente, as transmissões de rádio, televisão e telefone têm sido enviadas através do
ar e através de fios usando ondas eletromagnéticas. Essas ondas são denominadas analógicas
pois têm as mesmas formas das ondas de luz e de som que são produzidas pelos
transmissores. Conforme as ondas de luz e de som mudam de tamanho e forma, o sinal
elétrico que transporta a transmissão muda proporcionalmente. Em outras palavras, as ondas
eletromagnéticas são análogas às ondas de luz e de som.

A largura de banda analógica é medida de acordo com o quanto do espectro eletromagnético é


ocupado por cada sinal. A unidade básica da largura de banda analógica é hertz (Hz), ou ciclos
por segundo. Tipicamente, os múltiplos desta unidade básica da largura de banda são usados,
da mesma maneira que a largura de banda digital. As unidades de medição mais comumente
usadas são kilohertz (KHz), megahertz (MHz), e gigahertz (GHz). Estas são as unidades que
se usa para descrever as freqüências de telefones sem fio, que geralmente operam a 900 MHz

27
ou 2,4 GHz. Estas são também as unidades que se usa para descrever as freqüências de
redes sem fio (wireless) de 802.11a e 802.11b, que operam a 5 GHz e 2,4 GHz.

Já que os sinais analógicos são capazes de transportar uma variedade de informações, eles
possuem algumas desvantagens significativas ao serem comparados às transmissões digitais.
O sinal de vídeo analógico que requer uma ampla gama de freqüências para a transmissão não
pode ser comprimido para caber dentro de uma banda mais estreita. Portanto, se por acaso
não estiver disponível a largura de banda analógica, o sinal não poderá ser enviado.

Na sinalização digital, todas as informações são transmitidas como bits, independentemente do


tipo de informações. Voz, vídeo e dados todos se tornam fluxo de bits quando são preparados
para a transmissão através de meios digitais. Este tipo de transmissão proporciona uma
vantagem muito importante da largura de banda digital sobre a largura de banda analógica.
Podem ser enviadas quantidades ilimitadas de informações através do canal digital que tenha a
menor ou mais baixa largura de banda. Independentemente do tempo que a informação digital
leva para chegar ao seu destino e ser reagrupada, ela pode ser vista, ouvida, lida ou
processada na sua forma original.

É muito importante entender as diferenças e semelhanças entre a largura de banda analógica e


digital. Os dois tipos de largura de banda são fáceis de serem encontrados no campo da
tecnologia da informática. Porém, em função deste curso se preocupar primariamente com
redes digitais, o termo ‘largura de banda’ se refere a largura de banda digital.

2.3 Modelos de Redes

2.3.1 Usando camadas para analisar problemas em um fluxo de materiais

O conceito de camadas é usado para descrever como ocorre a comunicação de um


computador para outro. A Figura mostra um conjunto de questões que são relacionadas ao
fluxo, que é definido como um movimento de objetos físicos ou lógicos através de um sistema.
Estas questões mostram como o conceito de camadas ajuda na descrição dos detalhes do
processo de fluxo. Este processo pode ser associado a qualquer tipo de fluxo, de um fluxo de
tráfego em um sistema rodoviário até o fluxo de dados através de uma rede. A Figura mostra
vários exemplos de fluxo e maneiras em que o fluxo de informações pode ser decomposto em
detalhes ou camadas.

Uma conversação entre duas pessoas apresenta uma boa oportunidade para usar uma
abordagem de camadas para analisar o fluxo de informações. Em uma conversação, cada
pessoa que deseja comunicar-se começa por criar uma idéia. Em seguida deve-se tomar uma
decisão de como comunicar a idéia de maneira correta. Por exemplo, uma pessoa poderia
decidir falar, cantar ou gritar, e qual idioma usar. Finalmente a idéia seria entregue. Por
exemplo, a pessoa cria o som que transporta a mensagem.

28
Este processo pode ser dividido em camadas separadas que podem ser aplicadas a todas as
conversações. A camada superior é a idéia que será comunicada. A camada do meio é a
decisão de como será comunicada a idéia. A camada inferior é a criação do som para
transportar a comunicação.

O mesmo método de dividir uma tarefa em camadas explica como uma rede de computador
distribui informações a partir de uma fonte até o seu destino. Quando os computadores enviam
informações através de redes, todas as comunicações têm origem na fonte e depois trafegam
até um destino.

A informação que navega pela rede é geralmente conhecida como dados ou um pacote. Um
pacote é uma unidade de informações logicamente agrupadas que se desloca entre sistemas
de computadores. Conforme os dados são passados entre as camadas, cada camada
acrescenta informações adicionais que possibilitam uma comunicação efetiva com a camada
correspondente no outro computador.

Os modelos OSI e TCP/IP possuem camadas que explicam como os dados são comunicados
desde um computador para outro. Os modelos diferem no número e função das camadas.
Entretanto, cada modelo pode ser usado para ajudar na descrição e fornecimento de detalhes
sobre o fluxo de informação desde uma fonte até um destino.

2.3.2 Usando camadas para descrever a comunicação de dados

Para que os pacotes de dados trafeguem de uma origem até um destino, através de uma rede,
é importante que todos os dispositivos da rede usem a mesma linguagem, ou protocolo. Um
protocolo é um conjunto de regras que tornam mais eficiente a comunicação em uma rede. Por
exemplo, ao pilotarem um avião, os pilotos obedecem a regras muito específicas de
comunicação com outros aviões e com o controle de tráfego aéreo.

Um protocolo de comunicações de dados é um conjunto de regras, ou um acordo, que


determina o formato e a transmissão de dados.

A Camada 4 no computador de origem comunica com a Camada 4 no computador de destino.


As regras e convenções usadas para esta camada são conhecidas como protocolos de
Camada 4. É importante lembrar-se de que os protocolos preparam dados de uma maneira
linear. Um protocolo em uma camada realiza certos conjuntos de operações nos dados ao
preparar os dados que serão enviados através da rede. Em seguida os dados são passados
para a próxima camada onde outro protocolo realiza um conjunto diferente de operações.

Uma vez enviado o pacote até o destino, os protocolos desfazem a construção do pacote que
foi feito no lado da fonte. Isto é feito na ordem inversa. Os protocolos para cada camada no
destino devolvem as informações na sua forma original, para que o aplicativo possa ler os
dados corretamente.

2.3.3 Modelo OSI

O início do desenvolvimento de redes era desorganizado em várias maneiras. No início da


década de 80 houve um grande aumento na quantidade e no tamanho das redes. À medida
que as empresas percebiam as vantagens da utilização da tecnologia de redes, novas redes
eram criadas ou expandidas tão rapidamente quanto eram apresentadas novas tecnologias de
rede.

29
Lá pelos meados de 1980, essas empresas começaram a sentir os problemas causados pela
rápida expansão. Assim como pessoas que não falam o mesmo idioma têm dificuldade na
comunicação entre si, era difícil para as redes que usavam diferentes especificações e
implementações trocarem informações. O mesmo problema ocorreu com as empresas que
desenvolveram tecnologias de rede proprietária ou particular. Proprietário significa que uma
empresa ou um pequeno grupo de empresas controla todos os usos da tecnologia. As
tecnologias de rede que seguiam estritamente as regras proprietárias não podiam comunicar-
se com tecnologias que seguiam diferentes regras proprietárias.

Para tratar dos problemas de incompatibilidade entre as redes, a International Organization for
Standardization (ISO) realizou uma pesquisa nos modelos de redes como Digital Equipment
Corporation net (DECnet), Systems Network Architecture (SNA) e TCP/IP a fim de encontrar
um conjunto de regras aplicáveis a todas as redes. Com o resultado desta pesquisa, a ISO
criou um modelo de rede que ajuda os fabricantes na criação de redes que são compatíveis
com outras redes.

O modelo de referência da Open System Interconnection (OSI) lançado em 1984 foi o modelo
descritivo de rede que foi criado pela ISO. Ele proporcionou aos fabricantes um conjunto de
padrões que garantiam uma maior compatibilidade e interoperabilidade entre as várias
tecnologias de rede produzidas pelas companhias ao redor do mundo.

O modelo de referência OSI é o modelo fundamental para comunicações em rede. Apesar de


existirem outros modelos, a maioria dos fabricantes de redes relaciona seus produtos ao
modelo de referência OSI. Isto é especialmente verdade quando querem educar os usuários na
utilização de seus produtos. Eles o consideram a melhor ferramenta disponível para ensinar às
pessoas a enviar e receber dados através de uma rede

2.3.4 Camadas OSI

O modelo de referência OSI é uma estrutura que você pode usar para entender como as
informações trafegam através de uma rede. O modelo de referência OSI explica como os
pacotes trafegam através de várias camadas para outro dispositivo em uma rede, mesmo que
a origem e o destino tenham diferentes tipos de meios físicos de rede.

No modelo de referência OSI, existem sete camadas numeradas e cada uma ilustra uma
função particular da rede. – Dividir a rede nessas sete camadas oferece as seguintes
vantagens:

• Decompõe as comunicações de rede em partes menores e mais simples.

30
• Padroniza os componentes de rede, permitindo o desenvolvimento e o suporte por
parte de vários fabricantes.
• Possibilita a comunicação entre tipos diferentes de hardware e de software de rede
para que possam comunicar entre si.
• Evita que as mudanças em uma camada afetem outras camadas.
• Decompõe as comunicações de rede em partes menores, facilitando sua
aprendizagem e compreensão.

2.3.5 Comunicação ponto-a-ponto

Para que os pacotes de dados trafeguem da origem para o destino, cada camada do modelo
OSI na origem deve se comunicar com sua camada par no destino. Essa forma de
comunicação é chamada ponto-a-ponto. Durante este processo, os protocolos de cada camada
trocam informações, denominadas unidades de dados de protocolo (PDUs). Cada camada de
comunicação no computador de origem se comunica com uma PDU específica da camada, e
com a sua camada correspondente no computador de destino.

Pacotes de dados em uma rede são originados em uma origem e depois trafegam até um
destino. Cada camada depende da função de serviço da camada OSI abaixo dela. Para
fornecer esse serviço, a camada inferior usa o encapsulamento para colocar a PDU da camada
superior no seu campo de dados; depois, adiciona os cabeçalhos e trailers que a camada
precisa para executar sua função. A seguir, enquanto os dados descem pelas camadas do
modelo OSI, novos cabeçalhos e trailers são adicionados. Depois que as Camadas 7, 6 e 5
tiverem adicionado suas informações, a Camada 4 adiciona mais informações. Esse
agrupamento de dados, a PDU da Camada 4, é chamado segmento.

31
A camada de rede, fornece um serviço à camada de transporte, e a camada de transporte
apresenta os dados ao subsistema da internetwork. A camada de rede tem a tarefa de mover
os dados através da internetwork. Ela efetua essa tarefa encapsulando os dados e anexando
um cabeçalho, criando um pacote (a PDU da Camada 3). O cabeçalho tem as informações
necessárias para completar a transferência, como os endereços lógicos da origem e do
destino.

A camada de enlace de dados fornece um serviço à camada de rede. Ela faz o


encapsulamento das informações da camada de rede em um diagrama (a PDU da Camada 2).
O cabeçalho do quadro contém informações (por exemplo, endereços físicos) necessárias para
completar as funções de enlace de dados. A camada de enlace fornece um serviço à camada
de rede encapsulando as informações da camada de rede em um quadro.

A camada física também fornece um serviço à camada de enlace. A camada física codifica o
quadro de enlace de dados em um padrão de 1s e 0s (bits) para a transmissão no meio
(geralmente um cabo) na Camada 1.

2.3.6 Modelo TCP/IP

O padrão histórico e técnico da Internet é o modelo TCP/IP. O Departamento de Defesa dos


Estados Unidos (DoD) desenvolveu o modelo de referência TCP/IP porque queria uma rede
que pudesse sobreviver a qualquer condição, mesmo a uma guerra nuclear. Em um mundo
conectado por diferentes tipos de meios de comunicação como fios de cobre, microondas,
fibras ópticas e links de satélite, o DoD queria a transmissão de pacotes a qualquer hora e em
qualquer condição. Este problema de projeto extremamente difícil originou a criação do modelo
TCP/IP.

Ao contrário das tecnologias de rede proprietárias mencionadas anteriormente, o TCP/IP foi


projetado como um padrão aberto. Isto queria dizer que qualquer pessoa tinha a liberdade de
usar o TCP/IP. Isto ajudou muito no rápido desenvolvimento do TCP/IP como padrão.

O modelo TCP/IP tem as seguintes quatro camadas:

• A camada de Aplicação
• A camada de Transporte
• A camada de Internet.
• A camada de acesso à rede

Embora algumas das camadas no modelo TCP/IP tenham os mesmos nomes das camadas no
modelo OSI, as camadas dos dois modelos não correspondem exatamente. Mais notadamente,
a camada de aplicação tem diferentes funções em cada modelo.

Os projetistas do TCP/IP decidiram que os protocolos de mais alto nível deviam incluir os
detalhes da camada de sessão e de apresentação do OSI. Eles simplesmente criaram uma
camada de aplicação que trata de questões de representação, codificação e controle de
diálogo.

A camada de transporte lida com questões de qualidade de serviços de confiabilidade, controle


de fluxo e correção de erros. Um de seus protocolos, o Transmission Control Protocol (TCP),
fornece formas excelentes e flexíveis de se desenvolver comunicações de rede confiáveis com
baixa taxa de erros e bom fluxo.

O TCP é um protocolo orientado a conexões. Ele mantém um diálogo entre a origem e o


destino enquanto empacota informações da camada de aplicação em unidades chamadas
segmentos. O termo orientado a conexões não quer dizer que existe um circuito entre os
computadores que se comunicam. Significa que segmentos da Camada 4 trafegam entre dois
hosts para confirmar que a conexão existe logicamente durante um certo período.

32
O propósito da camada de Internet é dividir os segmentos TCP em pacotes e enviá-los a partir
de qualquer rede. Os pacotes chegam à rede de destino independente do caminho levado para
chegar até lá. O protocolo específico que governa essa camada é chamado Internet Protocol
(IP). A determinação do melhor caminho e a comutação de pacotes ocorrem nesta camada.

É muito importante a relação entre IP e TCP. Pode-se imaginar que o IP aponta o caminho
para os pacotes, enquanto que o TCP proporciona um transporte confiável.

O significado do nome da camada de acesso à rede é muito amplo e um pouco confuso. É


também conhecida como a camada host-para-rede. Esta camada lida com todos os
componentes, tanto físico como lógico, que são necessários para fazer um link físico. Isso
inclui os detalhes da tecnologia de redes, inclusive todos os detalhes nas camadas física e de
enlace do OSI.

A Figura ilustra alguns dos protocolos comuns especificados pelo modelo de referência TCP/IP.
Alguns dos protocolos da camada de aplicação incluem os seguintes:

• File Transfer Protocol (FTP)


• Hypertext Transfer Protocol (HTTP)
• Simple Mail Transfer Protocol (SMTP)
• Sistema de Nomes de Domínios (DNS)
• Trivial File Transfer Protocol (TFTP)

Os protocolos mais comuns da camada de transporte incluem:

• Transport Control Protocol (TCP)


• User Datagram Protocol (UDP)

O principal protocolo da camada de Internet é:

• Internet Protocol (IP)

A camada de acesso à rede se refere a qualquer tecnologia em particular usada em uma rede
específica.

Independentemente dos aplicativos de rede fornecidos e do protocolo de transporte utilizado,


existe apenas um protocolo de Internet que é o IP. Esta é uma decisão intencional de projeto.
O IP serve como um protocolo universal que permite que qualquer computador, em qualquer
lugar, se comunique a qualquer momento.

Uma comparação entre o modelo OSI e o modelo TCP/IP realçará algumas semelhanças e
diferenças.

Semelhanças incluem:

• Ambos têm camadas.


• Ambos têm camadas de aplicação, embora incluam serviços muito diferentes.
• Ambos têm camadas de transporte e de rede comparáveis.
• Os dois modelos precisam ser conhecidos pelos profissionais de rede.
• Ambos supõem que os pacotes sejam comutados. Isto quer dizer que os pacotes
individuais podem seguir caminhos diferentes para chegarem ao mesmo destino. Isto é
em contraste com as redes comutadas por circuitos onde todos os pacotes seguem o
mesmo caminho.

As diferenças incluem:

33
• O TCP/IP combina os aspectos das camadas de apresentação e de sessão dentro da
sua camada de aplicação.
• O TCP/IP combina as camadas física e de enlace do OSI na camada de acesso à rede.
• O TCP/IP parece ser mais simples por ter menos camadas.
• Os protocolos TCP/IP são os padrões em torno dos quais a Internet se desenvolveu,
portanto o modelo TCP/IP ganha credibilidade apenas por causa dos seus protocolos.
Ao contrário, geralmente as redes não são desenvolvidas de acordo com o protocolo
OSI, embora o modelo OSI seja usado somente como um guia.

Embora os protocolos do TCP/IP sejam os padrões com os quais a Internet cresceu, este
currículo vai usar o modelo OSI pelas seguintes razões:

• É um padrão genérico, independente de protocolos.


• Tem mais detalhes, o que o torna de maior ajuda para o ensino e a aprendizagem.
• Tem mais detalhes, o que pode ser útil na solução de problemas.

Muitos profissionais da rede têm opiniões diversas sobre que modelo usar. Devido à natureza
da indústria, é necessário familiarizar-se com ambos. Ambos os modelos OSI e TCP/IP serão
mencionados por todo o currículo. A ênfase deve ser no seguinte:

• TCP como um protocolo da Camada 4 do OSI


• TCP como um protocolo da Camada 3 do OSI
• Ethernet como uma tecnologia da Camada 2 e da Camada 1

Lembre-se de que existe uma diferença entre um modelo e um protocolo real que é usado em
redes. O modelo OSI será usado para descrever os protocolos TCP/IP.

2.3.7 Processo detalhado de encapsulamento

Todas as comunicações numa rede começam em uma origem e são enviadas a um destino. As
informações enviadas através da rede são conhecidas como dados ou pacotes de dados. Se
um computador (host A) desejar enviar dados para outro computador (host B), os dados devem
primeiro ser empacotados através de um processo chamado encapsulamento.

O encapsulamento empacota as informações de protocolo necessárias antes que trafeguem


pela rede. Assim, à medida que o pacote de dados desce pelas camadas do modelo OSI, ele

34
recebe cabeçalhos, trailers e outras informações.

Para ver como o encapsulamento ocorre, vamos examinar a forma como os dados viajam
pelas camadas. Uma vez que os dados são enviados pela origem, eles viajam através da
camada de aplicação em direção às outras camadas. O empacotamento e o fluxo dos dados
que são trocados passam por alterações à medida que as camadas executam seus serviços
para os usuários finais.As redes devem efetuar as cinco etapas de conversão a seguir para
encapsular os dados:

1. Gerar os dados.
Quando um usuário envia uma mensagem de correio eletrônico, os seus caracteres
alfanuméricos são convertidos em dados que podem trafegar na internetwork.
2. Empacotar os dados para transporte fim-a-fim.
Os dados são empacotados para transporte na internetwork. Usando segmentos, a
função de transporte assegura que os hosts da mensagem em ambas as extremidades
do sistema de correio eletrônico possam comunicar-se com confiabilidade.
3. Adicionar o endereço IP da rede ao cabeçalho.
Os dados são colocados em um pacote ou datagrama que contém um cabeçalho de
pacote contendo endereços lógicos de origem e destino. Esses endereços ajudam os
dispositivos da rede a enviar os pacotes através da rede por um caminho escolhido.
4. Adicionar o cabeçalho e o trailer da camada de enlace de dados.
Cada dispositivo da rede deve colocar o pacote dentro de um quadro. O quadro
permite a conexão com o próximo dispositivo da rede diretamente conectado no link.
Cada dispositivo no caminho de rede escolhido requer enquadramento de forma que
possa conectar-se com o próximo dispositivo.
5. Converter em bits para transmissão.
O quadro deve ser convertido em um padrão de 1s e 0s (bits) para transmissão no
meio físico. Uma função de sincronização de clock permite que os dispositivos
diferenciem esses bits à medida que trafegam no meio físico. O meio físico das redes
interconectadas pode variar ao longo do caminho usado. Por exemplo, a mensagem de
correio eletrônico pode ser originada em uma rede local, atravessar um backbone do
campus e sair por um link da WAN até alcançar seu destino em outra rede local
remota.

35
RESUMO

Deve ter sido obtido um entendimento dos seguintes conceitos importantes:

• Ao estudar redes é essencial ter um entendimento de largura de banda


• Largura de banda é finita, custa dinheiro e a demanda aumenta diariamente
• Usando a analogia como o fluxo de água e o fluxo de tráfego pode ajudar na
explicação de largura de banda
• A largura de banda é medida em bits por segundo, bps, Kbps, Mbps ou Gbps
• As limitações da largura de banda incluem o tipo de meio usado, as tecnologias de
rede local de WAN e o equipamento de rede
• O throughput se refere à medida real da largura de banda, que é afetada por fatores
que incluem o número de usuários na rede, dispositivos de rede, tipos de dados, o
computador do usuário e o servidor
• A fórmula T = S/BW (tempo de transferência = tamanho do arquivo / largura de banda)
pode ser usada para calcular o tempo que leva para fazer a transferência de dados
• Comparação entre larguras de banda analógica e digital
• Uma abordagem de camadas é eficiente ao analisar problemas
• A comunicação de rede é descrita por modelos de camadas
• Os modelos OSI e TCP/IP são os dois modelos mais importantes de comunicação de
rede
• O International Organization for Standardization criou o modelo OSI para tratar dos
problemas de incompatibilidade de redes
• As sete camadas do OSI são: aplicação, apresentação, sessão, transporte, rede,
enlace de dados e física
• As quatro camadas do TCP/IP são: aplicação, transporte, internet e acesso à rede
• Os dispositivos fundamentais de rede são: hubs, bridges, switches e roteadores
• A disposição da topologia física inclui: barramento, anel, estrela, estrela estendida,
hierárquica e malh
• Uma WAN consiste em duas ou mais redes locais abrangendo uma área geográfica em
comum
• Uma SAN oferece um melhor desempenho do sistema, é escalonável, e possui
incorporada uma tolerância contra desastres
• Uma VPN é uma rede particular que é construída dentro de uma infra-estrutura de rede
pública
• Três tipos principais de VPNs são: acesso, Intranet e Extranet
• As Intranets são projetadas para serem disponíveis aos usuários que têm privilégios de
acesso à rede interna de uma organização
• As Extranets têm a finalidade de proporcionar aplicativos e serviços baseados na
Intranet, usando um acesso seguro para estendê-las para usuários ou empresas
externas

36
CAPITULO 03 – Meios Físicos para Redes

Visão Geral

Cabos de cobre são usados em quase todas as redes locais. Estão disponíveis vários
diferentes tipos de cabos de cobre, cada tipo tem suas vantagens e desvantagens. Uma
seleção cuidadosa de cabeamento é a chave para uma operação eficiente de redes. Já que o
cobre transporta informações usando corrente elétrica, é importante entender alguns conceitos
básicos de eletricidade quando se planeja a instalação de uma rede.

A fibra óptica é o meio mais freqüentemente usado para as transmissões ponto-a-ponto a


grandes distâncias e com alta largura de banda necessárias para backbones das redes locais e
em WANs. Usando um meio óptico, usa-se luz para transmitir dados através de uma fibra fina
de vidro ou plástico. Os sinais elétricos fazem com que o trasmissor de fibra óptica gere os
sinais de luz que são enviados através da fibra. O host receptor recebe os sinais de luz e os
converte em sinais elétricos na extremidade mais distante da fibra. No entanto, não existe
eletricidade no próprio cabo de fibra óptica. Aliás, o vidro usado no cabo de fibra ópica é um
isolante muito bom.

A conectividade física permitiu um aumento na produtividade tornando possível o


compartilhamento de impressoras, servidores e software. Os sistemas de redes tradicionais
exigem que as estações de trabalho permaneçam estacionárias permitindo movimentação
apenas dentro dos limites dos meios e da área de escritórios.

A apresentação de tecnologia sem fio elimina essas restrições e oferece uma portabilidade
verdadeira ao mundo da computação. Atualmente, a tecnologia sem fio não fornece
transferências a alta velocidade, segurança ou confiabilidade no tempo de atividade nas redes
cabeadas. Portanto, a flexibilidade da tecnologia sem fio justifica o sacrifício.

Os administradores freqüentemente consideram a tecnologia sem fio ao instalarem uma nova


rede ou quando atualizam uma rede existente. Uma simples rede sem fio poderia funcionar
dentro de apenas alguns minutos após as estações de trabalho serem ligadas. A conectividade
à Internet é possível através de uma conexão em fios, roteador, cabo ou modem DSL e um
ponto de acesso sem fio que age como um hub para os nós sem fio. Em um ambiente
residencial ou pequeno escritório, estes dispositivos podem ser combinados em uma única
unidade.

Os alunos, ao concluírem esta lição, deverão poder:

• Examinar as propriedades elétricas de matéria.


• Definir voltagem, resistência, impedância, corrente e circuitos.
• Descrever as especificações e desempenho dos diferentes tipos de cabos.
• Descrever o cabo coaxial e suas vantagens e desvantagens sobre outros tipos de
cabos.
• Descrever cabos de par trançado blindado (STP) e suas utilizações.
• Descrever cabos de par trançado não blindado (UTP) e suas utilizações.
• Examinar as características dos cabos direto, cruzado e rollover e onde cada um é
usado.
• Explicar os conceitos básicos do cabo de fibra óptica.
• Descrever como as fibras podem guiar a luz para longas distâncias.
• Descrever fibra multimodo e monomodo.
• Descrever como as fibras são instaladas.
• Descrever o tipo de conectores e equipamento usado com cabos de fibra óptica.
• Explicar como são testadas as fibras para garantir que funcionarão corretamente.
• Examine as questões de segurança que tratam de fibras ópticas

37
3.1 Meios em Cobre
3.1.1 Átomos e Elétrons

Toda matéria é composta de átomos. A Tabela Periódica dos Elementos lista todos os tipos
conhecidos de átomos e suas propriedades. O átomo é constituído de:

• Elétrons – Partículas que têm uma carga negativa e ficam em órbita em torno do
núcleo
• Prótons – Partículas com uma carga positiva
• Nêutrons – Partículas sem carga (neutro)

Os prótons e nêutrons são combinados em um pequeno grupo chamado núcleo.

Para ajudá-lo a entender as propriedades elétricas dos elementos/materiais, localize o hélio


(He) na tabela periódica. Hélio tem um número atômico de 2, o que significa que tem 2 prótons
e 2 elétrons. Tem um peso atômico de 4. Subtraindo-se o número atômico (2) do peso atômico
(4), você vai saber que o hélio também tem 2 nêutrons .

O físico dinamarquês Niels Bohr desenvolveu um modelo simplificado para ilustrar os átomos.
Esta ilustração mostra o modelo para o átomo de hélio. Se os prótons e nêutrons deste átomo
tivessem o tamanho adulto de uma bola de futebol (#5), no meio de um campo de futebol, a
única coisa menor que a bola seriam os elétrons. Os elétrons seriam do tamanho de cerejas e
ficariam em órbita próximos aos assentos periféricos do estádio. Em outras palavras, o volume
total deste átomo, inclusive o caminho do elétron, seria mais ou menos do tamanho do estádio.
O núcleo do átomo onde existem os prótons e nêutrons seria do tamanho da bola de futebol.

Uma das leis da natureza, chamada Lei da Força Elétrica de Coulomb, estabelece que cargas
opostas reagem entre si com uma força que as leva a se atraírem. Cargas semelhantes
reagem entre si com uma força que as leva a se repelirem. No caso de cargas opostas ou
idênticas, a força aumenta na medida em que as cargas se aproximam. A força é inversamente
proporcional ao quadrado da distância de separação. Quando as partículas se aproximam
muito, a energia nuclear sobrepuja a força elétrica de repulsão e mantém a coesão do núcleo.
Isto explica porque o núcleo não se desintegra.

Examine o modelo de Bohr do átomo de hélio. Se a lei de Coulomb é verdadeira, e se o


modelo de Bohr descreve os átomos de hélio como estáveis, então deve haver outras leis da
natureza em ação. Como ambos podem estar certos?

• Lei de Coulomb – Cargas opostas se atraem e cargas iguais se repelem.


• Modelo de Bohr – Prótons são cargas positivas e elétrons são cargas negativas. Há
mais de 1 próton no núcleo.

Os elétrons permanecem em órbita, mesmo que os prótons atraem os elétrons. Os elétrons


têm velocidade o suficiente para orbitarem e não serem atraídos para o núcleo, da mesma
forma que a lua gira ao redor da Terra.

Os prótons não se afastam um do outro por causa de uma energia nuclear associada aos
nêutrons. A energia nuclear é uma força incrivelmente potente que age como um tipo de cola
para manter os prótons juntos.

Os prótons e nêutrons são ligados por uma força muito potente. No entanto, os elétrons são
ligados à sua órbita ao redor do núcleo por uma força mais fraca. Os elétrons em certos
átomos, tais como de metais, podem ser liberados do átomo e postos a fluir. Este mar de
elétrons, levemente ligados aos átomos, é o que torna possível a eletricidade. A eletricidade é
um fluxo livre de elétrons.

38
Os elétrons desprendidos que permanecem em um lugar, sem movimento e com carga
negativa, são chamados eletricidade estática. Se esses elétrons estáticos tiverem a
oportunidade de passar para um condutor, isso pode gerar uma descarga eletrostática (ESD).
O estudo de condutores virá mais adiante neste capítulo.

Apesar de que o ESD é geralmente inofensivo às pessoas, ele pode criar problemas sérios aos
equipamentos eletrônicos sensíveis. A descarga estática pode danificar aleatoriamente chips,
dados ou ambos. O circuito lógico dos chips do computador é extremamente sensível à
descarga eletrostática. Use cuidado ao trabalhar dentro de um computador, roteador, etc.

Átomos, ou grupos de átomos chamados moléculas, podem ser considerados materiais. Os


materiais são classificados como pertencentes a um de três grupos, dependendo de quão
facilmente a eletricidade, ou elétrons livres, fluem através deles.

A base para todos os dispositivos eletrônicos é o conhecimento sobre como os isolantes,


condutores e semicondutores controlam o fluxo de elétrons e como trabalham conjuntamente
em várias combinações.

3.1.2 Voltagem

Às vezes a voltagem é conhecida como força eletromotiva (EMF). A EMF é relacionada a uma
energia elétrica, ou pressão que ocorre quando os elétros ou prótons são separados. A força
criada empurra em direção à carga oposta e afasta em direção contrária da carga semelhante.
Isso é o que acontece em uma bateria, onde ações químicas fazem com que os elétrons se
soltem do terminal negativo da bateria. Os elétrons então passam para o terminal oposto ou
positivo através de um circuito EXTERNO. Os elétrons não passam através da própria bateria.
Lembre-se de que o fluxo de eletricidade é realmente o fluxo de elétrons. A voltagem também
pode ser criada de três maneiras. A primeira é por fricção, ou eletricidade estática. A segunda é
por magnetismo, ou gerador elétrico. E por último, a voltagem pode ser criada por luz, ou célula
solar.

A voltagem é representada pela letra V, e às vezes pela letra E, para energia eletromotiva. A
unidade de medida para voltagem é volt (V). Volt é definido como a quantidade de trabalho, por
unidade de carga, necessária para separar as cargas

3.1.3 Resistência e Impedância

Os materiais através dos quais flui a corrente oferecem graus variáveis de oposição, ou
resistência, ao movimento dos elétrons. Os materiais que oferecem pouca ou nenhuma
resistência são chamados condutores. Aqueles que não permitem o fluxo da corrente, ou o
restringem muito, são chamados isolantes. A quantidade de resistência depende da
composição química dos materiais.

Todos os materiais que conduzem eletricidade têm certa medida de resistência ao fluxo de
elétrons através deles. Esses materiais têm também outros efeitos conhecidos como
capacitância e indutância associados ao fluxo de elétrons. Estas três características constituem
a impedância, que inclui a resistência.

O termo atenuação é importante quando se estuda sobre redes. A atenuação se refere à


resistência ao fluxo de elétrons e porque um sinal se torna degradado ao mover-se através do
conduíte.

A letra R representa resistência. A unidade de medida para resistência é o ohm ( ). O símbolo


vem da letra grega ômega.

Os isolantes elétricos, ou isolantes, são materiais que permitem o fluxo de elétrons com grande
dificuldade ou não permitem tal fluxo de forma alguma. Exemplos de isolantes elétricos incluem

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plástico, vidro, ar, madeira seca, papel, borracha e o gás hélio. Esses materiais têm estruturas
químicas muito estáveis, com elétrons em órbita firmemente presos aos átomos.

Condutores elétricos, geralmente conhecidos como apenas condutores, são materiais que
permitem o fluxo de elétrons com grande facilidade. Eles fluem facilmente porque os elétrons
nas órbitas periféricas não estão fortemente ligados ao núcleo e são liberados com facilidade.
À temperatura ambiente, esses materiais têm um grande número de elétrons livres que podem
oferecer condução. A introdução da voltagem faz com que os elétrons livres se desloquem,
causando a passagem da corrente.

A tabela periódica categoriza alguns grupos de átomos, listando-os em colunas. Os átomos em


cada coluna pertencem a famílias químicas determinadas. Embora possam ter números
diferentes de prótons, nêutrons e elétrons, seus elétrons da camada externa têm órbitas
similares e comportam-se de maneira semelhante ao interagirem com outros átomos e
moléculas. Os melhores condutores são os metais, como o cobre (Cu), a prata (Ag) e o ouro
(Au), porque possuem elétrons que são liberados facilmente. Outros condutores incluem a
solda, uma mistura de chumbo (Pb) e estanho (Sn)) e a água com íons. Um íon é um átomo
que tem mais elétrons, ou menos elétrons, que o número de prótons no núcleo do átomo. O
corpo humano é composto de aproximadamente 70% de água com íons, o que significa que
ele, também, é um condutor.

Semicondutores são materiais onde a quantidade de eletricidade conduzida pode ser


controlada precisamente. Esses materiais estão listados juntos em uma coluna da tabela
periódica. Os exemplos incluem o carbono (C), germânio (Ge) e a liga arsenieto de gálio
(GaAs). O mais importante semicondutor, que faz os melhores circuitos eletrônicos
microscópicos, é o silício (Si).

O silício é muito comum e pode ser encontrado na areia, no vidro e em muitos tipos de rochas.
A região de San Jose, na Califórnia, é conhecida como Vale do Silício porque a indústria de
computação, que depende de microchips de silício, começou nessa área

3.1.4 Corrente

A corrente elétrica é o fluxo de cargas criado quando os elétrons se deslocam. Em circuitos


elétricos, a corrente é criada pelo fluxo de elétrons livres. Quando a voltagem, ou pressão
elétrica, é aplicada e há uma passagem para a corrente, os elétrons deslocam-se do terminal
negativo através da passagem até o terminal positivo. O terminal negativo repele os elétrons e
o positivo os atraem. A letra "I" representa corrente. A unidade de medida para corrente é
Ampere (A). Um ampère é definido como o número de cargas por segundo que passa por um
ponto ao longo de um caminho.

Se a amperagem ou corrente pode ser imaginada como sendo o número ou volume do tráfego
de elétrons que está fluindo, então a voltagem pode ser considerada como a velocidade do
tráfego de elétrons. A combinação de amperagem e voltagem equivale à wattagem. Os
dispositivos elétricos como lâmpadas, motores e fontes de alimentação para computadores são
classificados em termos de watts. Um watt é definido como a quantidade de energia consumida
ou produzida por um dispositivo.

É a corrente ou amperagem em um circuito elétrico que realmente faz o trabalho. Como um


exemplo, a eletricidade estática possui uma voltagem muito alta, tanto que pode pular um
espaço de 2,5 cm ou mais. No entanto, possui uma amperagem muito baixa e como resultado
pode criar um choque mas não lesões permanentes. O motor de partida em um automóvel
opera a uma voltagem relativamente baixa de 12 volts mas exige uma amperagem muito alta
para gerar energia suficiente para dar partida no motor. Raios possuem voltagem e
amperagem muito altas e podem causar danos e ferimentos gravíssimos

3.1.5 Circuitos

40
As correntes fluem em loops fechados chamados circuitos. Esses circuitos devem ser
compostos por materiais condutores e ter fontes de voltagem. A voltagem faz com que a
corrente flua, enquanto a resistência e a impedância se opõem a isso. A corrente consiste em
elétrons que se deslocam para longe dos terminais negativos e em direção aos terminais
positivos. Conhecer esses fatos permite que as pessoas controlem um fluxo de corrente.

Se houver um caminho, a eletricidade fluirá naturalmente para a terra. A corrente flui através de
caminhos que oferecem menor resistência. Se o corpo humano fornecer um caminho de menor
resistência, a corrente fluirá através dele. Quando um aparelho elétrico tem um plugue com três
pinos, um deles serve como terra, ou zero volts. O pino terra fornece um caminho de condução
para os elétrons fluírem para a terra, pois a resistência ao atravessar o corpo seria maior que a
resistência ao fluir diretamente à terra.

Terra geralmente signifca nível de zero volts, quando se faz a medição elétrica. A voltagem é
criada pela separação de cargas, o que significa que as medições de voltagem devem ser
realizadas entre dois pontos.

A analogia com a água ajuda a explicar os conceitos da eletricidade. Quanto maior o nível de
água e maior a pressão, mais a água fluirá. A corrente da água também depende do tamanho
do espaço por onde deve fluir. Da mesma forma, quanto maior a voltagem e maior a pressão
elétrica, mais corrente será produzida. A corrente elétrica, então, encontra resistência que,
como a válvula de água, reduz o fluxo. Se ela estiver em um circuito CA, a quantidade de
corrente vai depender de quanta impedância existe. Se ela estiver em um circuito CC, a
quantidade de corrente vai depender de quanta resistência existe. A bomba é como uma
bateria. Ela fornece pressão para manter o fluxo em movimento.

A relação entre voltagem, resistência e corrente é voltagem (V) = corrente (I) multiplicada pela
resistência (R). Em outras palavras, V = I*R. Esta é a lei de Ohm, designada pelo nome de um
cientista que estudava estas questões.

Os dois meios pelos quais a corrente flui são Corrente Alternada (CA) e Corrente Contínua
(CC). A corrente alternada (AC) e as voltagens variam com o tempo, mudando sua polaridade
ou direção. A CA flui em uma direção, depois inverte e flui na outra direção, e depois repete
este processo. A voltagem CA é positiva em um terminal, e negativa no outro. E depois a
voltagem CA inverte sua polaridade, para que o terminal positivo se torne negativo, e o
negativo se torne positivo. Esse processo se repete continuamente.

A corrente contínua (CC) flui sempre na mesma direção e as voltagens da CC têm sempre a
mesma polaridade. Um terminal é sempre positivo e o outro sempre negativo. Eles não se
modificam nem invertem.

Um osciloscópio é um dispositivo eletrônico usado para medir sinais elétricos relativos ao


tempo. Um osciloscópio representa em gráfico as ondas, os pulsos e os padrões elétricos. Ele
tem um eixo x que representa o tempo e um eixo y que representa a voltagem. Geralmente, há
duas entradas de voltagem no eixo y para que duas ondas possam ser observadas e medidas
ao mesmo tempo.

Os fios elétricos levam eletricidade na forma de CA pois pode ser entregue eficientemente a
longas distâncias. A CC pode ser encontrada em pilhas de lanternas, baterias de carro e como
fonte de alimentação para microchips na placa-mãe de um computador, onde só precisa ir a
uma curta distância.

Os elétrons fluem em circuitos fechados, ou loops completos. A Figura mostra um circuito


simples. O processo químico na bateria provoca o acúmulo de carga. Isto proporciona uma
voltagem, uma pressão elétrica que facilitam o fluxo dos elétrons através de vários dispositivos.
As linhas representam um condutor, geralmente um fio de cobre. Imagine um interruptor como
sendo duas extremidades de um único fio que pode ser aberto ou interrompido para impedir o
fluxo de elétrons. Quando as duas extremidades estão fechadas, fixas ou em curto, os elétrons

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são permitidos a se deslocarem. Finalmente, a lâmpada oferece resistência ao fluxo de
elétrons, fazendo com que liberem energia na forma de luz. Os circuitos envolvidos em redes
usam uma versão muito mais complexa deste circuito simplíssimo.

Nos sistemas elétricos DC e CA, o fluxo de elétrons é sempre da carga negativa para a carga
positiva. No entanto, para que haja o controle do fluxo de elétrons, é necessário um circuito
completo. A Figura mostra parte do circuito elétrico que fornece energia a uma residência ou
escritório

3.1.6 Especificações de Cabos

Os cabos possuem diferentes especificações e expectativas com relação ao seu desempenho:

• Quais são as velocidades para transmissão de dados que podem ser alcançadas
quando se usa um determinado tipo de cabo? A velocidade da transmissão de bits
através do cabo é extremamente importante. A velocidade da transmissão depende do
tipo de conduíte usado.
• Qual é o tipo de transmissão sendo considerada? As transmissões serão digitais ou
baseadas em tecnologia analógica? A transmissão digital ou de banda base, e a
transmissão baseada na tecnologia analógica ou de banda base, são as duas
escolhas.
• Qual é a distância que um sinal pode percorrer através de um certo tipo de cabo antes
que a atenuação desse sinal se torne um problema? Em outras palavras, o sinal se
tornará tão degradado que o dispositivo receptor talvez não possa receber e interpretar
corretamente o sinal ao chegar àquele dispositivo? A distância que o sinal transita no
cabo afeta diretamente a atenuação do sinal. A degradação do sinal é diretamente
relacionado à distância que o sinal transita e o tipo de cabo usado.

Alguns exemplos de especificações Ehternet relacionadas ao tipo de cabo incluem:

• 10BASE-T
• 10BASE5
• 10BASE2

A 10BASE-T se refere à velocidade de transmissão a 10 Mbps. O tipo de transmissão é banda


de base, ou interpretada digitalmente. O T significa par trançado.

A 10BASE5-T se refere à velocidade de transmissão a 10 Mbps. O tipo de transmissão é


banda de base, ou interpretada digitalmente. O 5 representa a capacidade do cabo de permitir
que o sinal transite aproximadamente 500 metros antes que a atenuação venha a interromper a
capacidade do receptor de interpretar corretamente o sinal sendo recebido. A 10BASE5 é
geralmente conhecida como Thicknet. Thicknet é um tipo de rede e 10BASE5 é a especificação
Ethernet utilizada nesta rede.

A 10BASE2 se refere à velocidade de transmissão a 10 Mbps. O tipo de transmissão é banda


de base, ou interpretada digitalmente. O 2 em 10BASE2 refere-se ao máximo comprimento
aproximado de um segmento ser 200 metros, antes que a atenuação venha a interromper a
capacidade do receptor de interpretar corretamente o sinal sendo recebido. O comprimento
máximo do segmento é de fato 185 metros. A 10BASE2 é geralmente conhecida como
Thicknet. Thinnet é um tipo de rede e 10BASE2 é a especificação Ethernet utilizada nesta rede

3.1.7 Cabo Coaxial

O cabo coaxial consiste em um condutor de cobre envolto por uma camada isolante flexível. O
condutor central também pode ser feito de um fino cabo de alumínio laminado, permitindo que
o cabo seja industrializado a baixo custo. Sobre o material isolante, há uma trança de lã de
cobre ou uma folha metálica, que age como um segundo fio no circuito e como blindagem para

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o fio interior. Esta segunda camada, ou blindagem, também reduz a quantidade de interferência
eletromagnética externa. A capa do cabo cobre esta blindagem.

O cabo coaxial oferece muitas vantagens às redes locais. Pode cobrir maiores distâncias que o
cabo de par trançado blindado (STP), cabo de par trançado não blindado (UTP), e cabo de par
trançado "screened" (ScTP) sem a necessidade de repetidores. Os repetidores geram os sinais
em uma rede para que eles possam cobrir distâncias maiores. O cabo coaxial é mais barato do
que o cabo de fibra óptica e a tecnologia é bem conhecida. Ele tem sido usado por muitos anos
em vários os tipos de comunicação de dados inclusive televisão a cabo.

Ao trabalhar com cabo, é importante considerar a sua espessura. À medida que aumenta a
espessura do cabo, aumenta também a dificuldade de se trabalhar com ele. Lembre-se de que
o cabo tem de ser puxado através de conduítes e calhas existentes que têm espessuras
limitadas. O cabo coaxial existe em diversas espessuras. O maior diâmetro foi especificado
para uso como cabo de backbone Ethernet devido a sua maior extensão de transmissão e suas
características de rejeição ao ruído. Esse tipo de cabo coaxial é freqüentemente chamado de
thicknet. Como o seu apelido sugere, esse tipo de cabo pode ser muito rígido para ser
instalado facilmente em algumas situações. Geralmente, quanto mais difícil for a instalação dos
meios de rede, mais cara será a instalação. O cabo coaxial é mais caro de se instalar do que o
cabo de par trançado. O cabo thicknet quase não é mais usado, exceto para fins de instalações
especiais.

No passado, o cabo coaxial ‘thinnet’ com um diâmetro externo de apenas 0,35 cm era usado
em redes Ethernet. Ele era especialmente útil para instalações de cabo que exigiam que o
cabo fizesse muitas curvas e voltas. Já que o thinnet era mais fácil de instalar, a instalação era
também mais econômica. Isso fez com que algumas pessoas o chamassem de cheapernet. A
malha externa de cobre ou metálica no cabo coaxial constitui metade do circuito elétrico e
deve-se ter muito cuidado para garantir uma conexão elétrica sólida em ambas as
extremidades, resultando em aterramento apropriado. Uma conexão de blindagem ruim é uma
das maiores fontes de problemas de conexão na instalação do cabo coaxial. Problemas de
conexão resultam em ruído elétrico que interfere na transmissão de sinais no meio da rede. Por
esta razão o thinnet não é mais comumente usado nem suportado pelos padrões mais
modernos (100 Mbps ou maior) para redes Ethernet

3.1.8 Cabo STP

O cabo de par trançado blindado (STP) combina as técnicas de blindagem, cancelamento e


trançamento de fios. Cada par de fios é envolvido por uma malha metálica. Os dois pares de
fios são totalmente envolvidos por uma malha ou folha metálica. Geralmente é um cabo de 150
Ohm. Conforme especificado para utilização nas instalações de rede Token Ring, o STP reduz
o ruído elétrico dentro dos cabos como ligação dos pares e diafonia. O STP reduz também
ruídos eletrônicos externos dos cabos, por exemplo a interferência eletromagnética (EMI) e
interferência da freqüência de rádio (RFI). O cabo de par trançado blindado compartilha muitas
das vantagens e desvantagens do cabo de par trançado não blindado (UTP). O STP oferece
maior proteção contra todos os tipos de interferência externa, mas é mais caro e difícil de
instalar do que o UTP.

Um novo híbrido do UTP como o STP tradicional é o Screened UTP (ScTP), também conhecido
como Foil Twisted Pair (FTP). O ScTP é basicamente o UTP envolvido em uma blindagem de
folha ou malha metálica. ScTP, como o UTP, também é um cabo de 100 Ohm. Muitos
instaladores e fabricantes de cabos podem utilizar o termo STP para descrever cabeamento
ScTP. É importante entender a maioria das referências feitas a STP hoje na verdade referem-
se a cabeamento blindado de quatro pares. É altamente improvável que o verdadeiro cabo STP
seja usado em um trabalho de instalação de cabos.

Os materiais da blindagem metálica no STP e no ScTP precisam estar aterrados nas duas
extremidades. Se o aterramento for feito incorretamente ou se houver qualquer discontinuidade
no comprimento inteiro do material blindado, o STP e o ScTP podem se tornar suscetíveis a
grandes problemas de ruído. Eles são suscetíveis porque permitem que a blindagem funcione

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como uma antena captando sinais indesejados. Entretanto, esse efeito atua nas duas direções.
A blindagem não só impede que as ondas eletromagnéticas entrantes causem ruído nos fios de
dados, mas também minimiza a saída das ondas eletromagnéticas irradiadas. Essas ondas
poderiam causar ruídos em outros dispositivos. Os cabos STP e ScTP não podem percorrer
distâncias tão longas como outros meios de rede como cabo coaxial ou fibra óptica, sem que o
sinal seja repetido. Mais isolamento e blindagem se combinam para aumentar
consideravelmente o tamanho, peso e custo do cabo. Os materiais de blindagem tornam as
terminações mais difíceis e suscetíveis a más práticas de instalação. Entretanto, o STP e o
ScTP ainda têm seu lugar, especialmente na Europa ou em instalações onde EMI e RFI são
intensos próximo ao cabeamento.

3.1.9 Cabo UTP

Cabo de par trançado não blindado (UTP) é um meio de fio de quatro pares usado em uma
variedade de redes. Cada um dos 8 fios individuais de cobre no cabo UTP é coberto por
material isolante. Além disso, cada par de fios é trançado em volta de si. Esse tipo de cabo usa
apenas o efeito de cancelamento, produzido pelos pares de fios trançados para limitar a
degradação do sinal causada por EMI e RFI. Para reduzir ainda mais a diafonia entre os pares
no cabo UTP, o número de trançamentos nos pares de fios varia. Como o cabo STP, o cabo
UTP deve seguir especificações precisas no que se refere a quantas torcidas ou trançados são
permitidos por metro de cabo.

O TIA/EIA-568-B.2 contém especificações que controlam o desempenho do cabo. Ele exige


que se passem dois cabos, um para voz e outro para dados, até cada tomada. Dos dois cabos,
o que é para voz deve ser o UTP com quatro pares. A categoria 5e atualmente é o tipo de cabo
freqüentemente recomendado e implementado em instalações de rede atuais. Contudo,
previsões de analistas e pesquisas independentes indicam que o cabo de categoria 6 vai
substituir o cabo de categoria 5e em instalações de rede. O fato de que os requisitos de enlace
e canal em categoria 6 são compatíveis com a categoria 5e faz com que seja muito fácil para
clientes escolherem categoria 6 e substituir a categoria 5e em suas redes. Aplicações que
funcionam em categoria 5e irão funcionar em categoria 6.

O cabo de par trançado não blindado tem muitas vantagens. Ele é fácil de ser instalado e mais
barato que outros tipos de meios de rede. Aliás, o UTP custa menos por metro do que qualquer
outro tipo de cabeamento de redes locais. Entretanto, a real vantagem é o tamanho. Como tem
o diâmetro externo pequeno, o UTP não enche os dutos de cabeamento tão rapidamente
quanto outros tipos de cabo. Esse pode ser um fator muito importante para se levar em conta,
particularmente quando se instala uma rede em um prédio antigo. Além disso, quando o cabo
UTP é instalado usando-se um conector RJ, fontes potenciais de ruído na rede são muito
reduzidas e uma conexão bem sólida é praticamente garantida. Há desvantagens no uso de
cabeamento de par trançado. O cabo UTP é mais propenso a ruído e a interferência elétrica do
que outros tipos de meios físicos de rede, e a distância entre amplificações dos sinais é menor
no UTP do que nos cabos coaxiais e de fibra óptica.

O cabo de par trançado já foi considerado mais lento na transmissão de dados do que outros
tipos de cabos. Isto não é mais verdade. Na realidade, hoje, o cabo de par trançado é
considerado o meio baseado em cobre mais veloz.

Para que ocorra comunicação, o sinal que é transmitido pela origem precisa ser entendido pelo
destinatário. Isto é verdade sob o ponto de vista tanto física como de software. O sinal
transmitido precisa ser recebido corretamente pela conexão do circuito projetado para receber
sinais. O pino transmissor da fonte precisa estar em última instância, conectado ao pino
receptor do destino. Abaixo seguem os tipos de conexões de cabos entre dispositivos de
internetwork.

Na Figura , um switch de rede local está conectado ao computador. O cabo que conecta da
porta do switch à porta da placa de rede é denominado um cabo direto.

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Na Figura , dois switches são conectados juntos. O cabo que conecta de uma porta do switch a
outra porta de switch é denominado um cabo cruzado.

Na Figura , o cabo que conecta o adaptador RJ-45 na porta COM do computador à porta do
console do roteador ou switch é denominado um cabo rollover.

Os cabos são definidos pelo tipo de conexões, ou pinagens, desde uma extremidade à outra do
cabo. Consulte as Figuras , e . Um técnico pode comparar as duas extremidades do mesmo
cabo ao colocá-los um ao lado do outro, contanto que o cabo não tenha sido ainda colocado
em uma parede. O técnico inspeciona as cores das duas conexões RJ-45, colocando as duas
extremidades com o clipe na mão e a parte superior das duas extrmidades do cabo apontadas
para fora. Um cabo reto deve ter as duas extremidades com padrões idênticos de cores. Ao
comparar as extremidades de um cabo cruzado, a cor dos pinos #1 e #2 aparecerá na outra
extremidade nos pinos #3 e #6, e vice versa. Isto acontece porque os pinos transmissor e
receptor estão em diferentes locais. Em um cabo rollover, a combinação de cores da esquerda
para a direita em uma extremidade deverá ser exatamente o oposto à combinação de cores na
outra extremidade

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3.2 Meio Ópticos

3.2.1 O Espectro Eletromagnético

A luz usada nas redes de fibra óptica é um tipo de energia eletromagnética. Quando uma carga
elétrica se desloca para lá e para cá, ou acelera, é produzido um tipo de energia conhecida
como energia eletromagnética. Esta energina na forma de ondas pode deslocar-se através de
um vácuo, o ar, e através de alguns materiais como vidro. Uma propriedade importante de
qualquer onda de energia é o comprimento de onda.

O rádio, as microondas, o radar, luzes visíveis, raios-x e raios gama parecem ser coisas muito
diferenntes. Entretanto, são todos tipos de energia eletromagnética. Se todos os tipos de ondas
eletromagnéticas forem arranjadas na ordem desde o maior comprimento de ondas até o
menor, será criada uma série contínua, denominada espectro eletromagnético.

O comprimento da onda de uma onda eletromagnética é determinado pela freqüência com que
a carga elétrica que gera a onda se desloca para lá e para cá. Se a carga se desloca
lentamente, o comprimento da onda que é gerada é um longo comprimento de onda. Imagine o
movimento de uma carga elétrico como sendo um pau em uma piscina. Se o pau é
movimentado lentamente de um lado a outro, serão geradas ondas na água com um
comprimento de onda longo entre os picos das ondas. Se o pau é movimentado de um lado a
outro com maior rapidez, as ondas terão um comprimento de onda mais curta.

Porque as ondas eletromagnética são todas geradas de maneira idêntica, compartilham muitas
das mesmas propriedades. Todas as ondas se deslocam a uma mesma velocidade no vácuo.
A taxa é de aproximadamente 300.000 quilômetros por segundo ou 186.283 milhas por
segundo. Esta também é a velocidade da luz.

Os olhos humanos só podem perceber a energia eletromagnética com comprimento de ondas


entre 700 e 400 nanômetros (nm). Um nanômetro é um bilionésimo de um metro (0,000000001
metro) de comprimento. A energia eletromagnética com comprimento de onda entre 700 e 400
nm é conhecida como luz visível. Os comprimentos de onda mais longos de luz de mais ou
menos 700 nm são visualizados como cor vermelha. Os comprimentos de onda mais curtos,
mais ou menos 400 nm aparecem como a cor violeta. Esta parte do espectro eletromagnético é
visto como as cores de um arco-iris.

Estes comprimentos de onda que não são visíveis aos olhos humanos são usados para
transmitir dados através de fibra óptica. Esses comprimentos de onda são levemente maiores
que a luz vermelha e são chamadas luz infravermelha. A luz infravermelha é usada em
controles remotos de TV. O comprimento de onda de luz na fibra óptica é 850 nm, 1310 nm ou
1550 nm. Esses comprimentos de onda foram selecionados pois se propagam pela fibra óptica
melhor que outros comprimentos de onda

3.2.2 A Teoria de Raios de Luz

Quando as ondas eletromagnética procedem de uma origem, elas se propagam em linhas


retas. Estas linhas retas que se projetam a partir da fonte são denominadas raios.

Imagine os raios de luz como sendo feixes de luz estreitos como aqueles produzidos por
lasers. No vácuo de espaço vazio, a luz se propaga continuamente em uma linha reta a
300.000 quilômetros por segundo. Porém, a luz se propaga a diferentes velocidades mais
lentas através de outros materiais como ar, água e vidro. Quando um raio de luz denominado
raio incidente, cruza o limite entre um material e outro, um pouco da energia da luz no raio será
refletida de volta. É por isso que você pode ver-se no vidro da janela. A luz que é refletida de
volta é denominada raio refletido.

A energia da luz no raio incidente que não é refletida entrará no vidro. O raio que entra será
desviado a um ângulo a partir de seu caminho original. Este raio é chamado raio refratado. A

46
quantidade de raio de luz incidente que é desviada depende do ângulo no qual o raio incidente
atinge a superfície do vidro e a diferentes taxas de velocidade com que a luz se propaga
através das duas substâncias.

O desvio dos raios de luz nos limites de duas substâncias é a razão porque os raios de luz são
capazes de propagar-se através de uma fibra óptica mesmo que a fibra se curve em círculo.

A densidade óptica do vidro determina o quanto que os raios de luz se desviam no vidro. A
densidade óptica se refere ao quanto que o raio de luz desacelera ao passar através de uma
substância. Quanto maior a densidade óptica de um material, mais a luz desacelera da sua
velocidade em um vácuo. O Índice de Refração é definido como a velocidade da luz no vácuo
dividida pela velocidade da luz no no meio. Portanto, a medida da densidade óptica de um
material é o índice de refração daquele material. Um material com um grande índice de
refração é mais opticamente denso e desacelera mais luz que um material com menor índice
de refração.

Para uma substância como vidro, o Índice de Refração, ou densidade óptica, pode ser
aumentada ao adicionar-se materiais químicos ao vidro. Purificando bem o vidro pode reduzir o
índice de refração. As próximas lições apresentarão maiores informações sobre reflexão e
refração, e sua relação ao design e função da fibra óptica

3.2.3 Reflexão

Quando um raio de luz (o raio incidente) atinge a superfície brilhante de um pedaço de vidro
plano, um pouco da energia da luz no raio é refletida. O ângulo entre o raio incidente e uma
linha perpendicular à superfície do vidro no ponto onde o raio incidente atinge o vidro é
denominado ângulo de incidência. A linha perpendicular é chamada normal. Não é o raio de luz
mas sim a ferramenta que permite as medições de ângulos. O ângulo entre o raio refletido e a
normal é chamado ângulo de reflexão. A Lei da Reflexão declara que o ângulo de reflexão de
um raio de luz é igual ao ângulo de incidência. Em outras palavras, o ângulo onde o raio de luz
atinge uma superfície refletiva determina o ângulo que o raio se refletirá da superfície

3.2.4 Refração

Quando uma luz atinge a interface entre dois materiais transparentes, a luz divide em duas
partes. Uma parte do raio de luz é refletido de volta na primeira substância, com o ângulo de
reflexão igual ao ângulo de incidência. A energia restante no raio de luz cruza a interface e
entra na segunda substância.

Se o raio incidente atinge a superfície do vidro a um ângulo exato de 90 graus, o raio entra
direto no vidro. O raio não é desviado. No entanto, se o raio incidente não estiver a um ângulo
exato de 90 graus com relação à superfície, então o raio transmitido que entra no vidro será
desviado. O desvio do raio entrante é chamado refração. A quantidade do raio que é refratado
depende do índice de refração de dois materiais transparentes. Se o raio de luz se propaga de
uma substância cujo índice de refração é menor, até uma substância onde o índice de refração
é maior, o raio refratado é desviado em direção ao normal. Se o raio de luz se propaga de uma
substância cujo índice de refração é maio, até uma substância onde o índice de refração é
menor, o raio refratado é desviado para longe do normal.

Considere um raio de luz se propagando a um ângulo diferente de 90 graus através do limite


entre vidro e um diamante. O vidro tem um índice de refração de aproximadamente 1,523. O
diamante tem um índice de refração de aproximadamente 2,419. Portanto, o raio que continua
para dentro do diamante será desviado em direção ao normal. Quando aquele raio de luz cruza
os limites entre o diamante e o ar a um ângulo diferente de 90 graus, ele será desviado para
longe do normal. A razão para isso é que o ar tem um índice de refração menor,
aproximadamente 1,000 vezes menor que o índice de refração do diamante

47
3.2.5 Reflexão Interna Total

Um raio de luz que é ligado e desligado para enviar dados (1s e 0s) a uma fibra óptica deverá
permanecer dentro da fibra até que chegue à extremidade distante. O raio não deve refratar no
material que envolve a fibra. A refração causaria a perda de parte da energia da luz do raio.
Deve ser realizado um design para a fibra de modo que a superfície externa da fibra aja como
espelho para o raio de luz que se propaga pela fibra. Se qualquer raio de luz que tenta sair pelo
lado da fibra for refletido de volta na fibra a um ângulo que o envia em direção à extremidade
distante da fibra, isto seria um bom "duto" ou "guia de ondas" para as ondas de luz.

As leis da reflexão e da refração ilustram como desenhar uma fibra que guia as ondas de luz
através da fibra com uma perda mínima de energia. As duas condições abaixo precisam ser
satisfeitas para que os raios de luz em uma fibra possam ser refletidos de volta para dentro da
fibra sem nenhuma perda causada pela refração.

• O núcleo da fibra óptica precisa ter um índice maior de refração (n) que o material que
o envolve. O material que envolve o núcleo da fibra óptica é chamado revestimento
interno.
• O ângulo de incidência do raio de luz é maior que o ângulo crítico para o núcleo e seu
revestimento interno.

Quando estas duas condições são satisfeitas, a inteira luz incidente na fibra será refletida de
volta para dentro da fibra. Isto é conhecido como reflexão interna total, que é a fundação sobre
a qual a fibra óptica é construída. A reflexão interna total faz com que os raios de luz na fibra
reflitam no limite do revestimento interno do núcleo e continuem o seu percurso em direção à
extremidade distante da fibra. A luz seguirá um caminho de zigzag através do núcleo da fibra.

A fibra que satisfaz a primeira condição pode ser facilmente criada. Além disso, o ângulo de
incidência dos raios de luz que entram no núcleo podem ser controlados. A restrinção dos
seguintes fatores controlam o ângulo de incidência:

• A abertura numérica da fibra – A abertura numérica de um núcleo é a faixa de


ângulos de incidência de raios que entram na fibra que serão refletidos completamente.
• Modos – Os caminhos que podem ser seguidos pelo raio de luz ao propagar-se
através da fibra.

Com o controle das duas condições, o lance de fibra óptica possuirá uma reflexão interna total.
Isto proporciona um guia para a onda de luz que poderá ser usada para comunicações de
dados

3.2.6 Fibra Multímodo

A parte de uma fibra óptica através da qual os raios de luz se propagam é camada núcleo da
fibra. Os raios de luz só podem entrar no núcleo se seus ângulos estiverem dentro da abertura
numérica da fibra. Da mesma maneira, uma vez que os raios tenham entrado no núcleo da
fibra, existe um número limitado de caminhos ópticos que podem ser seguidos pelo raio de luz
através da fibra. Estes caminhos ópticos são chamados modos. Se o diâmetro do núcleo da
fibra for suficientemente grande para que hajam muitos caminhos por onde a luz pode se
propagar através da fibra, a fibra é chamada fibra "multimodo". A fibra monomodo possui um
núcleo muito menor que só permite que os raios de luz se propaguem em um modo dentro da
fibra.

Cada cabo de fibra óptica usado para redes consistem em duas fibras de vidro em
revestimentos separados. Uma fibra transporta dados transmitidos do dispositivo A até o
dispositivo B. A segunda fibra transporta dados do dispositivo B ao dispositivo A. As fibras são
semelhantes a duas ruas ruas de mão única indo em direções opostas. Isso proporciona um
link de comunicação full-duplex. O par trançado de cobre usa um par de fios para transmitir e
um par de fios para receber. Os circuitos de fibra ótica usam uma única fibra para transmitir e

48
uma para receber. Tipicamente, estes dois cabos de fibra estarão em um único revestimento
externo até que cheguem ao ponto onde estão ligados os conectores.

Até que os conectores sejam ligados, não existe a necessidade de blindagem, pois nenhuma
luz se escapa quando está dentro de uma fibra. Isto quer dizer que não existe questões de
diafonia quando se trata de fibras. É bem comum ver pares de fibras múltiplas revestidos no
mesmo cabo. Isto permite que um único cabo seja lançado entre closets de dados, andares ou
edifícios. Um cabo pode conter de 2 a 48 ou mais fibras separadas. Com cobre, um cabo UTP
teria que ser puxado para cada circuito. A fibra pode transportar muito mais bits por segundo e
transportá-los muito além do que pode o cobre.

Geralmente cada cabo de fibra óptica é composto de 5 partes. As partes são: o núcleo, o
revestimento interno, um buffer, um material reforçante, e uma capa externa.

O núcleo é o elemento de transmissão de luz no centro da fibra óptica. Todos os sinais de luz
se propagam através do núcleo. Tipicamente um núcleo é feito de vidro com uma combinação
de dióxido de silício (sílica) e outros elementos. O multimodo usa um tipo de vidro para seu
núcleo, chamado vidro de índice gradual. Este vidro tem um índice menor de refração em
direção à camada externa do núcleo. Portanto, a área externa do núcleo é opticamente menos
densa que o centro e a luz pode propagar-se mais rapidamente na parte externa do núcleo.
Este desenho é usado porque um raio de luz que segue um modo que vai diretamente ao
centro do núcleo não precisa propagar-se longe como um raio que segue um modo que
repercute na fibra. Todos os raios devem chegar juntos na extremidade da fibra. Depois o
receptor na extremidade da fibra recebe um forte lampejo de luz ao invés de um pulso longo e
fraco.

Ao redor do núcleo está o revestimento interno. O revestimento interno é também feito de sílica
mas com um índice menor de refração que o núcleo. Os raios de luz que se propagam através
do núcleo da fibra refletem na interface entre o núcleo e o revestimento interno ao propagar-se
através da fibra pela reflexão interna total. O cabo de fibra óptica multimodo padrão é o tipo
mais comum de cabo de fibra óptica usado em redes locais. Um cabo de fibra óptica multimodo
padrão usa fibra óptica com um núcleo de 62,5 ou 50 microns e um revestimento interno de
125 microns de diâmetro. Esta é comumente designada como fibra óptica de 62,5/125 ou
50/125 microns. Um micron é um milionésimo de um metro (1µ).

Envolvendo o revestimento interno existe um material de buffer que geralmente é plástico. O


material de buffer ajuda a proteger o núcleo e o revestimento interno contra danos. Existem
dois tipos básicos de desenhos de cabos. Eles são os desenhos de cabos tipo tubo solto e
tight-buffered. A fibra mais usada em redes locais é o cabo multimodo tipo tight-buffered. Os
cabos tight-buffered possuem o material de buffer que envolve o revestimento interno em direto
contato com ele. A mais prática diferença entre os dois desenhos é as aplicações para as quais
são usados. O cabo tubo solto é usado primariamente para instalações do lado externo dos
edifícios, enquanto que o cabo tight buffered é usado dentro dos edifícios.

O material reforçante envolve o buffer, impedindo que o cabo da fibra seja esticado quando os
instaladores o puxem. O material freqüentemente usado é Kevlar, o mesmo material usado
para produtir coletes a prova de balas.

O elemento final é a capa externa. A capa externa envolve o cabo para proteger a fibra contra
abrasão, solventes e outros contaminantes. A cor da capa externa da fibra multimodo é
geralmente alaranjada, mas de vez em quando é de outra cor.

Os Diodos Emissores de Luz (LEDs) infravermelha ou Laser de Emissão Superficial com


Cavidade Vertical (VCSELs) são dois tipos de fonte de luz geralmente usados com fibra
multimodo. Use um ou outro. Os LEDs são um pouco mais baratos para fabricar e não exigem
tanta preocupação com a segurança quanto os lasers. Porém, os LEDs não podem transmitir a
luz através dos cabos a tanta distância quanto os lasers. A fibra multimodo (62,5/125) pode
transportar dados a distâncias de até 2000 metros (6.560 ft).

49
3.2.7 Fibra Monomodov

A fibra monomodo consiste nas mesmas partes que o multimodo. A capa externa da fibra
monomodo é geralmente amarela. A maior diferença entre a fibra multimodo e monomodo é
que a monomodo permite que somente um modo de luz se propague através do núcleo menor
da fibra óptica. O núcleo do monomodo é de oito a dez microns em diâmetro. Os núcleos mais
comuns são os de nove microns. Uma marcação 9/125 no revestimento da fibra monomodo
indica que a fibra do núcleo tem um diâmetro de 9 microns e o revestimento interno é de 125
microns em diâmetro.

Um laser infravermelho é usado como fonte de luz em uma fibra monomodo. O raio de luz que
ele gera entra no núcleo a um ângulo de 90 graus. Como resultado, os pulsos dos raios de luz
que transportam dados em uma fibra monomodo são essencialmente transmitidos em linha
reta direto pelo meio do núcleo. Isto aumenta em muito a velocidade e a distância que os
dados podem ser transmitidos.

Devido a este desenho, a fibra monomodo é capaz de taxas mais altas de transmissão de
dados (largura de banda) e maiores distâncias de lances de cabo que a fibra multimodo. A fibra
monomodo pode transportar dados de rede local até 3000 metros. Apesar de esta distância ser
considerada um padrão, novas tecnologias aumentaram esta distância e serão discutidas em
um módulo futuro. A multimodo é capaz de transportar só até 2000 metros. As fibras laser e
monomodo são mais caras que as fibras multimodo e LEDs. Devido a essas características, a
fibra monomodo é freqüentemente usada para conectividade dentro dos edifícios.

ADVERTÊNCIA:

A luz laser usada com monomodo possui um maior comprimento de onda que pode ser vista.
O laser é tão forte que pode causar sérios danos aos olhos. Jamais olhe na extremidade
próxima de uma fibra que está ligada a um dispositivo na extremidade distante. Jamais olhe
na porta de transmissão na placa de rede, switch ou roteador. Lembre-se de manter capas
protetoras nas extremidades da fibra e inseridas nas portas da fibra óptica dos switches e
roteadores. Tenha muita cautela.

A Figura compara os tamanhos relativos do núcleo e do revestimento interno para os dois tipos
de fibra óptica em diferentes vistas em secção. O núcleo da fibra menor e mais refinado em
uma fibra monomodo é a razão porque a monomodo possui uma largura de banda e um lance
de distância do cabo maior que a fibra multimodo. No entretanto, isto significa maiores custos
de fabricação.

3.2.8 Outros componentes ópticos

Muitos dos dados enviados através de rede local são na forma de sinais elétricos. Porém, os
links de fibra óptica usam luz para enviar dados. É necessária alguma coisa para converter a
eletricidade em luz e na outra extremidade da fibra converter a luz de volta em eletricidade. Isto
significa que são necessários um transmissor e um receptor.

O transmissor recebe os dados a serem transmitidos a partir de switches e roteadores. Estes


dados são na forma de sinais elétricos. O transmissor converte os sinais eletrônicos em pulsos
de luz equivalentes. Existem dois tipos de fontes de luz usados para codificar e transmitir os
dados através de cabo:

• Um diodo emissor de luz (LED) produzindo luz infravermelha com comprimentos de


onda de 850 nm ou 1310 nm. Estes são usados com fibras multimodo nas redes locais.
As lentes são usadas para focalizar a luz infravermelha na extremidade da fibra.
• Light Amplification by Stimulated Emission Radiation (LASER) é uma fonte de luz que
produz um feixe fino de luz infravermelha intensa geralmente com comprimentos de

50
ondas de 1310 nm ou 1550 nm. Os lasers são usados com fibras monomodo para
longas distâncias involvidas em WANs ou backbones de campus. Deve-se ter muito
cuidado para evitar ferimentos às vistas.

Cada uma dessas fontes de luz podem ser iluminadas e escurecidas muito rapidamente para
enviar dados (1s e 0s) a um grande número de bits por segundo.

Na outra extremidade da fibra óptica do transmissor está o receptor. O receptor funciona mais
ou menos como uma célula fotoelétrica em uma calculadora que usa energia solar. Quando a
luz atinge o receptor, ele produz eletricidade. A primeira tarefa do receptor é detectar um pulso
de luz que vem da fibra. Depois o receptor converte o pulso de luz de volta ao seu sinal elétrico
original que entrou primeiro no transmissor na extremidade distante da fibra. Agora o sinal está
de volta na forma de alterações de voltagem. O sinal está pronto para ser enviado através do
fio de cobre a qualquer dispositivo eletrônico receptor como um computador, switch ou
roteador. Os dispositivos semicondutores que são geralmente usados como receptores com
links de fibra óptica são chamados diodos p-intrínseco-n (fotodiodos PIN ).

Os fotodiodos PIN são fabricados para ter sensibilidade a 850, 1310 ou 1550 nm de luz que
são geradas pelo transmissor na extremidade distante da fibra. Quando atingido por um pulso
de luz ao comprimento de onda correto, o fotodiodo PIN produz rapidamente uma corrente
elétrica da voltagem correta para a rede. Ele imediatamente pára de produzir a voltagem assim
que a luz atinge o fotodiodo PIN. Assim é gerada uma alteração de voltagem que representa os
dados 1s e 0s no cabo de cobre.

Os conectores são ligados às extremidades da fibra para que as fibras possam ser conectadas
às portas no transmissor e receptor. O tipo de conector mais comumente usado com a fibra
monomodo é o SC (Conector de Assinante). Na fibra monomodo, o conector ST (Straight Tip) é
usado freqüentemente.

Além de transmissores, receptores, conectores e fibras que são sempre necessárias em uma
rede óptica, repetidores e fibras patch panel são vistas com freqüência.

Os repetidores são amplificadores ópticos que recebem pulsos de luz atenuados que são
propagados a longas distâncias e que os restauram às suas formas, intensidades e
temporizações originais. Os sinais restaurados podem então ser enviados até o receptor na
extremidade distante da fibra.

As fibras patch panels são semelhantes aos patch panels usados com o cabo de cobre. Esses
painéis aumentam a flexibilidade de uma rede óptica ao permitir alterações rápidas na conexão
dos dispositivos como switches ou roteadores com vários lances de fibra disponíveis, ou links
de cabos

3.2.9 Sinais e Ruídos em Fibras Ópticas

O cabo de fibra óptica não é afetado pela fonte de ruído externo que causa problemas nos
meios de cobre porque a luz externa não pode entrar na fibra exceto na extremidade do
transmissor. O revestimento interno é coberto por um buffer e um revestimento externo, que
impedem que a luz entre ou saia do cabo.

Além disso, a transmissão da luz em uma fibra em um cabo não gera interferência que afeta a
transmissão em qualquer outra fibra. Isto quer dizer que a fibra não tem problema com diafonia
o que ocorre com meios de cobre. Aliás, a qualidade dos links de fibra óptica é tão boa que os
padrões recentes para gigabit e dez gigabit Ethernet especificam a distância de transmissão
que ultrapassa o alcance tradicional de dois quilômetros da Ethernet original. A transmissão de
fibra óptica permite que o protocolo Ethernet possa ser usado nas Redes de Áreas
Metropolitanas (MANs) e Redes de Longa Distância (WANs).

51
Apesar de que a fibra é a melhor de todos os meios de transmissão no transporte de grandes
quantidades de dados por longas distâncias, a fibra não está isenta de problemas. Quando a
luz se propaga através da fibra, alguma da energia da luz é perdida. Quanto mais longe o sinal
de luz se propaga através da fibra, mais é perdida a intensidade do sinal. Esta atenuação do
sinal ocorre devido a vários fatores relacionados à natureza da fibra propriamente dita. O fator
mais importante é a dispersão. A dispersão da luz na fibra é causada pela falta de uniformidade
microscópica (distorções) na fibra que reflete e dispersa um pouco da energia da luz.

A absorção é outra casa da perda de energia da luz. Quando um raio de luz atinge algum tipo
de impureza química em uma fibra, as impurezas absorvem parte da energia. Esta energia da
luz é convertida em pequenas quantidades de energia térmica. A absorção faz com que o sinal
da luz perca um pouco da sua intensidade.

Outro fator que causa a atenuação do sinal da luz são irregularidades de fabricação ou
aspereza no limite entre o núcleo e o revestimento interno. Certa intensidade do sinal da luz é
perdida devido à reflexão interna total imperfeita naquela área áspera da fibra. Quaisquer
imperfeições microscópicas na espessura ou simetria da fibra diminuirão a reflexão interna total
e o revestimento interno absorverá um pouco da energia da luz.

A dispersão de um lampejo de luz também limita as distâncias de transmissão em uma fibra.


Dispersão é o termo técnico para a dissipação de pulsos de luz ao se propagarem através da
fibra.

A fibra muldimodo de índice gradual é desenhada para compensar pelas diferentes distâncias
que vários modos de luz precisam se propagar no núcleo de diâmetro grande. A fibra
monomodo não tem problemas de caminhos múltiplos que o sinal da luz pode seguir.
Entretanto, a dispersão cromática é uma característica de ambas as fibras multimodo e
monomodo. A dispersão é causada quando comprimentos de ondas de luz se propagam a
velocidades um pouco diferentes de outros comprimentos de ondas através de vidro. Isto é
porque um prisma separa os comprimentos de ondas da luz. Idealmente, uma fonte de luz LED
ou Laser emitiria luz de uma só freqüência. Então a dispersão cromática não seria um
problema.

Infelizmente, os lasers, e especialmente os LEDs geram uma faixa de comprimentos de onda


que faz com que a dispersão cromática limite a distância que pode ser transmitida em uma
fibra. Se um sinal é transmitido para muito longe, o que começou como um pulso brilhante de
energia da luz será espalhado, separado e diminuído ao chegar até o receptor. O receptor não
será capaz de distinguir a diferença entre um um e um zero.

3.2.10 Instalação, Cuidados e Testes de Fibras Ópticas

A maior causa de muita atenuação no cabo de fibra óptica é instalação incorreta. Se a fibra for
esticada ou curvada demais, poderá causar pequenas rachaduras no núcleo o que fará com
que os raios de luz se espalhem. O ato de dobrar a fibra em curva muito fechada poderá alterar
a incidência dos raios de luz atingindo o limite entre o núcleo e o revestimento interno. Então o
ângulo de incidência do raio se tornará menos que o ângulo crítico para a reflexão interna total.
Em vez de refletir ao redor da curva, alguns dos raios de luz serão refratados no revestimento
interno e serão perdidos.

Para evitar que as curvas da fibra sejam muito fechadas, a fibra geralmente é puxada através
de um tipo de duto instalado chamado interducting. O interducting é muito mais rígido que a
fibra e não pode ser dobrado tanto que a fibra dentro dele tenha uma curva muito fechada. O
interducting protege a fibra, facilita o puxamento da fibra, e garante que o raio de curvatura
(limite de curva) da fibra não seja excedida.

Depois de puxada a fibra, as extremidades da fibra devem ser clivadas (cortadas) e


corretamente polidas para garantir que as extremidades estejam lisas. Um microscópio ou
instrumento de teste com uma lente de aumento incorporada é usado para examinar a

52
extremidade da fibra e verificar se está corretamente polida e formada. Depois então o
conector é ligado cuidadosamente à extremidade da fibra. Os conectores incorretamente
instalados, incorretamente emendados ou a emenda de dois cabos com diferentes tamanhos
de núcleo reduzirá dramaticamente a luminosidade do sinal da luz.

Uma vez instalados os conectores e o cabo de fibra óptica, os conectores e as extremidades


das fibras devem ser mantidas impecavelmente limpas. As extremidades das fibras deverão ser
cobertas com capas protetoras para evitar danos às extremidades da fibra. Quando essas
capas são removidas antes da conexão da fibra a uma porta no switch ou roteador, as
extremidades da fibra deverão ser limpadas. Limpe as extremidades da fibra com papel de
limpar lentes que não solte fiapo umedecido com álcool isopropil. As portas da fibra em um
switch ou roteador deverão também ser mantidas cobertas quando não estiverem sendo
usadas e devem ser limpadas com papel de limpar lentes e álcool isopropil antes de se fazer a
conexão. Extremidades sujas na fibra causarão uma grande queda na quantidade de luz que
chega até o receptor.

A difusão, a absorção, a dispersão, instalações incorretas e extremidades de fibra sujas


diminuem a intensidade do sinal da luz e são conhecidas como ruído da fibra. Antes de usar
um cabo de fibra óptica, ele deve ser testado para garantir que luz suficiente na realidade
chega até o receptor para que possa detectar os zeros e uns no sinal.

Quando se planeja um link de fibra óptica, deve-se calcular o nível de perda de potência do
sinal que pode ser tolerado. Isto é conhecido como budget de perda de link óptico. Imagine um
orçamento financeiro mensal. Depois que todas as despesas foram subtraídas da renda inicial,
deve-se deixar dinheiro suficiente para se sobreviver durante o restante do mês.

O decibel (dB) é a unidade usada para medir o nível de perda de potência. Ele indica qual a
percentagem de potência que sai do transmissor na realidade entra no receptor.

Fazer testes de links de fibras é extremamente importante e deve-se manter um registro dos
resultados de tais testes. São utilizados vários tipos de equipamentos de teste de fibra óptica.
Dois dos instrumentos mais importantes são Medidores de Perda Óptica e Reflectômetros
Ópticos no Domínio do Tempo (OTDRs).

Estes dois medidores testam o cabo óptico para garantir que os cabos satisfazem os padrões
TIA para fibras. Eles também testam para verificar que a perda de potência não caia abaixo do
budget de perda de link óptico. Os OTDRs podem oferecer maiores informações detalhadas de
diagnóstico sobre um link de fibra. Quando surgirem problemas de link, eles poderão ser
usados para solucioná-los

3.3 Meios Sem Fios

3.3.1 Padrões e Organizações de Redes Locais Sem-fio

Um entendimento dos regulamentos e padrões que se aplicam à tecnologia sem-fio garantirá


que as redes implantadas serão interoperáveis e em conformidade com padrões. Da mesma
forma que em redes cabeadas, IEEE é o principal originador dos padrões para redes sem-fio.
Os padrões foram criados dentro do quadro de regulamentações criadas pela Federal
Communications Commission (FCC).

Uma tecnologia chave contida dentro do padrão 802.11 é Direct Sequence Spread Spectrum
(DSSS). O DSSS se aplica aos dispositivos sem-fio operando dentro da faixa de 1 a 2 Mbps.
Um sistema DSSS pode operar a até 11 Mbps mas não será considerado em cumprimento
acima de 2 Mbps. O próximo padrão aprovado foi o 802.11b, que aumentou as capacidades de
transmissão para 11 Mbp. Apesar de que as WLANs DSSS eram capazes de interoperar com
as WLANs Frequency Hopping Spread Spectrum (FHSS), surgiram problemas que motivaram
modificações no design pelos fabricantes. Neste caso, a tarefa do IEEE era simplesmente criar
um padrão que coincidisse com a solução do fabricante.

53
O 802.11b pode também ser chamado Wi-Fi™ ou sem-fio de alta velocidade e se refere aos
sistemas DSSS que operam a 1, 2, 5.5 e 11 Mbps. Todos os sistemas 802.11b são retro-
compatíveis, dado que também suportam 802.11 para as taxas de dados de 1 e 2 Mbps só
para DSSS. Esta retro-compatibilidade é extremamente importante pois permite a atualização
da rede sem-fio sem precisar repor as placas de rede ou pontos de acesso.

Os dispositivos 802.11b podem alcançar uma alta taxa de throughput de dados ao usar uma
técnica de codificação diferente do 802.11, permitindo que uma maior quantidade de dados
seja transferida durante o mesmo período de tempo. A grande maioria dos dispositivos de
802.11b ainda não chega ao throughput de 11 Mbps e geralmente funciona na faixa de 2 a 4
Mbps.

802.11a cobre os dispositivos WLAN que operam na banda de transmissão 5 GHZ A utilização
da faixa de 5 GHZ impede a interoperabilidade dos dispositivos 802.11b, dado que operam
dentro de 2,4 GHZ. O 802.11a é capaz de fornecer throughput de dados de 54 Mbps e com a
tecnologia proprietária conhecida como "velocidade dupla" alcançou 108 Mbps. Nas redes
práticas, um regime mais padrão é de 20 a 26 Mbps.

802.11g oferece a mesma largura de banda que a tecnologia 802.11a mas mantém a
compatibilidade com dispositivos 802.11b, usa a tecnologia de modulação Orthogonal
Frequency Division Multiplexing (OFDM) e opera na faixa de frequência de 2.4 GHZ. Cisco
desenvolveu um ponto de acesso que permite que os dispositivos 802.11b e 802.11a
coexistam na mesma WLAN. O ponto de acesso fornece serviços de gateway permitindo que
esses dispositivos, normalmente incompatíveis, se comuniquem

3.3.2 Topologias e Dispositivos Sem-fio

Uma rede sem-fio pode consistir em um mínimo de dois dispositivos. – Os nós podem ser
simplesmente estações de trabalho desktop ou computadores notebook. Com a disponibilidade
de placas de rede sem-fio, uma rede improvisada poderia ser estabelecida que competisse
com qualquer rede ponto-a-ponto cabeada. Ambos os dispositivos agem como servidores e
clientes neste ambiente. Embora ele proporcione conectividade, a segurança é mínima, como é
o caso também do throughput. Outro problema com este tipo de rede é a compatibilidade.
Muitas vezes as placas de redes de diferentes fabricantes não são compatíveis.

Para resolver o problema de compatibilidade, um ponto de acesso (AP) é comumente instalado


para agir como hub central para o modo de infra-estrutura da WLAN. O AP é ligado através de
fios à rede local cabeada para fornecer acesso à Internet e conectividade à rede cabeada. Os
APs são equipados com antenas e fornecem conectividade sem-fio através de uma
determinada área conhecida como célula. Dependendo da composição estrutural do local onde
é instalado o AP e o tamanho e o ganho da antena, o tamanho da célula poderá variar em
muito. Na maioria dos casos, a faixa será entre 91,44 a 152,4 metros (300 a 500 pés). Para
atender maiores áreas, podem ser instalados múltiplos pontos de acesso com um certo grau de
sobreposição. A sobreposição permite roaming entre as células. Isto é bem semelhante aos
serviços fornecidos pelas companhias de telefones celulares. A sobreposição, em redes AP
múltiplas, é crítica para permitir o movimento dos dispositivos dentro da WLAN. Apesar de não
estar mencionado nos padrões IEEE, uma sobreposição de 20 a 30% é desejável. Essa taxa
de sobreposição permitirá o roaming entre as células, possibilita a atividade de desconexão e
reconexão transparente sem nenhuma interrupção nos serviços.

Quando um cliente é ativado dentro da WLAN, será iniciada uma "escuta" por um dispositivo
compatível com o qual se "associar". Isto é conhecido como varredura e pode ser ativo ou
passivo.

A varredura ativa faz com que uma solicitação de sonda seja enviada do nó sem-fio que
procura ligar-se à rede. A solicitaçào de sonda conterá o Service Set Identifier (SSID) da rede à
qual deseja ligar-se. Quando é encontrado um AP com o mesmo SSID, o AP publicará uma
resposta à sonda. Estão concluídas as etapas de autenticação e associação.

54
Os nós passivos de varredura procuram quadros de gerenciamento de beacon (beacons), os
quais são transmitidos pelo AP (modo infra-estrutura) ou por nós de ponto (improvisados).
Quando um nó recebe um beacon que contém o SSID da rede à qual está tentando ligar-se, é
feita uma tentativa para a ligação à rede. A varredura passiva é um processo contínuo e os nós
podem se associar ou desassociar com APs cnforme vai mudando a instensidade do sinal

3.3.3 Como as Redes Locais Sem-fio se Comunicam

Depois de estabelecer a conectividade a WLAN, um nó passará quadros da mesma maneira


como em qualquer outra rede 802.x. As WLANs não utilizam um quadro padrão 802.3. Desta
maneira, usar o termo Ethernet sem-fio dá a impressão errada. Existem três tipos de quadros:
de controle, de gerenciamento e de dados. Somente o tipo de quadro de dados é semelhante
aos quadros 802.3. O payload dos quadros sem-fio e 802.3 é 1500 bytes; porém, um quadro
Ethernet não pode exceder 1518 bytes enquanto que um quadro sem-fio pode chegar até 2346
bytes. Geralmente o tamanho do quadro da WLAN será limitado a 1518 bytes pois na maioria
dos casos é conectado a uma rede Ethernet cabeada.

Já que a radiofreqüência (RF) é um meio compartilhado, podem ocorrer colisões da mesma


maneira que acontece nos meios compartilhados cabeados. A diferença maior é que não há
nenhum método pelo qual o nó da fonte seja capaz de detectar que ocorreu uma colisão. Por
esta razão as WLANs usam a Detecção de Portadora para Múltiplo Acesso com Prevenção de
Colisões (CSMA/CA). Isto é mais ou menos como a CSMA/CD do Ethernet.

Quando um nó da fonte envia um quadro, o nó receptor retorna uma confirmação positiva


(ACK). Isto pode causar um consumo de 50% da largura de banda disponível. Estes custos
adicionais, quando combinados com os custos adicionais do protocolo de prevenção de
colisões, reduzem o throughput efetivo de dados até um máximo de entre 5,0 e 5,5 Mbps numa
rede local sem-fio 802.11b com regime de 11 Mbps.

O desempenho na rede será afetado também pela intensidade do sinal e pela degradação da
qualidade do sinal devido à distância ou interferência. À medida que o sinal se enfraqueça,
poderá ser invocada a ARS (Adaptive Rate Selection). A unidade transmissora reduzirá a
velocidade dos dados de 11 Mbps até 5,5 Mbps, de 5,5 Mbps até 2 Mbps ou de 2 Mbps até 1
Mbps.

3.3.4 Autenticação e associação

A autenticação na WLAN ocorre na Camada 2. Este é um processo de autenticação do


dispositivo e não do usuário. É crítico lembrar-se disso ao considerar a segurança, a resolução
de problemas e o gerenciamento geral de uma WLAN.

A autenticação pode ser até um processo nulo, como é o caso de um novo AP e placa de rede
com a configuração padrão estabelecida. O cliente enviará um quadro de pedido de
autenticação até o AP e o quadro será aceito ou rejeitado pelo AP. O cliente é notificado sobre
a resposta por meio de um quadro de resposta de autenticação. O AP também poderá ser
configurado para fazer o handoff da tarefa de autenticação a um servidor de autenticação, que
realizaria um processo mais pormenorizado do credenciamento.

A associação, realizada após a autenticação, é a condição que permite que um cliente use os
serviços do AP para transferir dados.

Tipos de Autenticação e Associação

• Não autenticado e não associado


• O nó está desconectado da rede e não associado a um ponto de acesso.
• Autenticado e não associado
• O nó foi autenticado na rede mas ainda não foi associado a um ponto de acesso.
• Autenticado e associado

55
• O nó está conectado à rede e permitido a transmitir e receber dados através de um
ponto de acesso.

Métodos de autenticação
IEEE 802.11 admite dois tipos de processos de autenticação

O primeiro processo de autenticação é o sistema aberto. Este é um padrão de conectividade


aberta no qual é só necessário que o SSID corresponda. Pode ser utilizado num ambiente
seguro ou não seguro embora seja alta a capacidade dos "sniffers" de baixo nível na rede de
descobrir a SSID da WLAN.

O segundo processo é a chave compartilhada. Este processo exige o uso de criptografia WEP
(Wired Equivalent Privacy). A criptografia WEP é um algoritmo relativamente simples usando
chaves de 64 e 128 bits. O AP é configurado com uma chave criptografada e os nós que
tentam acessar a rede através do AP precisam ter uma chave correspondente. Chaves WEP
estaticamente designadas providenciam um nível mais alto de segurança que os sistemas
abertos mas certamente não são "imunes aos hackers".

O problema da entrada não autorizada nas WLANs está sendo abordado por várias novas
tecnologias de soluções de segurança

3.3.5 Os espectros de radiofreqüência e de microondas

Os computadores enviam sinais de dados eletronicamente. As transmissoras de rádio


convertem estes sinais elétricos em ondas de rádio. As alterações da corrente na antena de
uma transmissora gera ondas de rádio. Estas ondas de rádio irradiam em linhas retas da
antena. No entanto, as ondas de rádio são atenuadas à medida que vão se afastando da
antena de transmissão. Numa WLAN, os sinais de rádio, medidos a uma distância de apenas
10 metros (30 pés) da antena de transmissão teriam somente um centésimo da sua
intensidade original. Como a luz, as ondas de rádio podem ser absovidas por certos materiais e
refletidas por outros. Ao passarem de uma substância, como o ar, para outra substância, como
uma parede de alvenaria, as ondas de rádio são refratadas. As ondas de rádio também são
espalhadas e absorvidas por gotículas de água no ar.

É importante lembrar-se destas qualidades das ondas de rádio ao planejar uma WLAN para um
edifício ou cidade universitária. O processo de avaliação de um local para a instalação de uma
WLAN é conhecido como Pesquisa do Local.

Porque os sinais de rádio se enfraquecem à medida que se desloquem da transmissora, o


receptor também precisa estar munido de antena. Quando as ondas de rádio intersectam a
antena do receptor, minúsculas correntes são geradas nessa antena. Estas correntes elétricas,
causadas pelas ondas de rádio recebidas, são iguais às correntes que originalmente geraram
as ondas de rádio na antena da transmissora. O receptor amplifica a intensidade destes
minúsculos sinais elétricos.

Numa transmissora, os sinais elétricos (de dados) de um computador ou rede local não são
enviados diretamente à antena da transmissora. Antes, estes sinais de dados são usados para
alterar um segundo sinal mais forte, denominado sinal portador.

O processo de alterar o sinal portador que irá entrar na antena de uma transmissora chama-se
modulação. Há basicamente três maneiras em que um sinal portador pode ser modulado. Por
exemplo, as estações de rádio de Amplitude Modulada (AM) modulam a altura (amplitude) do
sinal portador. As estações de rádio de Freqüência Modulada (FM) modulam a freqüência do
sinal portador, conforme determinado pelo sinal elétrico proveniente do microfone. Nas WLANs,
um terceiro tipo de modulação, denominada fase modulada, é utilizado para sobrepor o sinal de
dados no sinal portador que por sua vez é transmitido pela transmissora.

Neste tipo de modulação, os bits de dados do sinal elétrico modificam a fase do sinal portador.

56
Um receptor desmodula o sinal portador que chega da antena. O receptor interpreta as
mudanças de fase do sinal portador e reconstrói dele o sinal elétrico original dos dados

3.3.6 Sinais e ruído em uma WLAN

Em uma rede Ethernet cabeada, é normalmente um processo simples diagnosticar a causa de


interferências. Ao utilizar a tecnologia de radiofreqüência, vários tipos de interferência precisam
ser considerados.

A interferência de banda estreita é o contrário da tecnologia de espectro espalhado. Como o


nome implica, a interferência de banda estreita não afeta todo o espectro de freqüências do
sinal sem-fio. Uma solução para um problema de interferência de banda estreita é
simplesmente mudar de canal sendo usado pelo AP. O efetivo diagnóstico da causa de uma
interferência de banda estreita pode ser uma experiência muito cara e demorada. A
identificação da fonte exige um analizador de espectro e mesmo um modelo econômico é
relativamente caro.

A interferência em todas as bandas afeta todo o espectro. As tecnologias da Bluetooth™ pula


de ponta a ponta dos 2,4 GHz muitas vezes cada segundo e pode causar um altíssimo nível de
interferência em uma rede 802.11b. Não é raro ver letreiros nas instalações que usam redes
sem-fio pedindo que todos os dispositivos Bluetooth™ sejam desligados antes de entrar. Nas
casas e nos escritórios, um dispositivo freqüentemente esquecido como fonte de interferência é
o forno de microondas comum. Um vazamento de microondas a um nível de um só watt no
espectro de radiofreqüência pode causar graves problemas na rede. Os telefones sem-fio que
operam no espectro de 2,4 GHz também podem causar distúrbios na rede.

Geralmente, o sinal RF não será afetado mesmo pelas condição climáticas mais violentas. No
entanto, a neblina ou condições de umidade muito alta podem afetar, e de fato afetam, as
redes sem-fio. Os relâmpagos podem alterar a atmosfera e alterar o caminho de um sinal
transmitido.

A primeira e mais obvia fonte de problemas com os sinais é a estação transmissora e o tipo de
antena. Uma estação com maior potência de saída transmitirá o sinal mais longe e uma antena
parabólica que concentra o sinal aumentará o alcance da transmissão.

Em um ambiente de escritório pequeno ou domiciliar (SOHO), a maioria dos pontos de acesso


utiliza antenas onidirecionais geminadas que transmitem os sinais em todas as direções,
reduzindo assim o alcance das comunicações

3.3.7 Segurança para Sem-fio

Como já foi estudado neste capítulo, a segurança pode ser difícil de conseguir em um sistema
sem-fio. Onde existem redes sem-fio, há pouca segurança. Isto vem sendo um problema desde
os primeiros dias das WLANs. Atualmente, muitos administradores estão falhos na
implementação de práticas eficazes de segurança.

Vão surgindo várias novas soluções e protocolos de segurança, tais como Virtual Private
Networking (VPN) e Extensible Authorization Protocol (EAP). Com o EAP, o ponto de acesso
não proporciona autenticação ao cliente, mas passa esta tarefa para um dispositivo mais
sofisticado, possivelmente um servidor dedicado e projetado para esse propósito. A utilização
de uma tecnologia VPN de servidor integrado cria um túnel por cima de um protocolo já
existente, tal como IP. Esta é uma conexão de Camada 3 e não uma conexão de Camada 2
entre o AP e o nó emissor.

• EAP-MD5-Challenge – O Extensible Authentication Protocol é o tipo mais antigo de


autenticação, que é muito semelhante à proteção CHAP por senha em uma rede
cabeada.

57
• LEAP (Cisco) – O Lightweight Extensible Authentication Protocol é o tipo mais
universalmente usado nos pontos de acesso WLAN da Cisco. O LEAP oferece
segurança durante a troca de credenciais, criptografia com chaves WEP dinâmicas, e
suporte à autenticação mútua.
• Autenticação dos usuários – Este permite que só os usuários autorizados façam
conexão, enviem e recebam dados sobre a rede sem-fio.
• Criptografia – Esta oferece serviços de criptografia para proteger ainda mais os dados
contra intrusos.
• Autenticação de dados – Esta garante a integridade dos dados ao autenticar tanto o
dispositivo de origem como o de destino.

A tecnologia VPN efetivamente fecha a rede sem-fio já que uma WLAN irrestrita irá
automaticamente encaminhar o tráfego entre nós que parecem estar na mesma rede sem-fio.
As WLANs freqüentemente estendem além dos perímetros da casa ou escritório em que estão
instaladas e, sem segurança, os intrusos podem infiltrar na rede com pouco esforço. Por outro
lado, um mínimo de esforço por parte do administrador da rede poderá providenciar para a
WLAN uma segurança de baixo nível

Resumo

Deve ter sido obtido um entendimento dos seguintes conceitos importantes:

• Toda matéria é composta de átomos, e as três partes principais dos átomos são:
prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons e nêutrons encontram-se na parte central
(núcleo) do átomo.
• A descarga eletrostática (ESD) pode criar graves problemas para os equipamentos
eletrônicos sensíveis.
• A atenuação se refere à resistência ao fluxo de elétrons e porque um sinal se torna
degradado ao propagar-se.
• A corrente flui em laços fechados denominados circuitos, os quais precisam ser
compostos de material condutor e precisam de uma fonte de voltagem.
• Um multímetro é usado para medir voltagem, corrente, resistência e outras
quantidades expressas de forma numérica.
• Três tipos de cabos de cobre utilizados nas redes são: direto, cruzado e rollover
• O cabo coaxial consiste em um condutor cilíndrico externo, oco, que circunda um só fio
condutor interno.
• O cabo UTP é um meio de quatro pares de fios usado em uma variedade de redes.
• O cabo STP combina as técnicas de blindagem, cancelamento e trançamento de fios.
• A fibra óptica é um meio de transmissão muito bom quando corretamente instalada,
testada e mantida.
• A energia da luz, um tipo de onda de energia eletromagnética, é usada para transmitir
grandes quantidades de dados de maneira segura a distâncias relativamente grandes.
• O sinal de luz, transmitido por uma fibra, é produzida por uma transmissora que
converte um sinal elétrico em sinal de luz.
• A luz que chega à extremidade distante do cabo é convertida novamente pelo receptor
no sinal elétrico original.
• As fibras são usadas em pares para providenciar comunicações full duplex.
• Os raios de luz obedecem às leis de reflexão e refração ao propagar-se através da
fibra de vidro, fato que permite a fabricação de fibras com a propriedade de reflexão
interna total.
• A reflexão interna total faz com que os sinais de luz permaneçam dentro da fibra,
mesmo que esta não esteja em linha reta.
• A atenuação de um sinal de luz se torna problemática em cabos longos, especialmente
se seções do cabo são conectadas em patch panels ou emendadas.
• Os cabos e conectores precisam ser corretamente instalados e completamente
testados com equipamentos de testes ópticos de alta qualidade antes de serem
utilizados.

58
• Os links de cabos precisam ser testados periodicamente com instrumentos de testes
ópticos de alta qualidade para determinar se o link tenha de alguma maneira
deteriorado.
• Sempre se deve tomar cuidado para proteger os olhos quando da utilização de fontes
de luz forte como lasers.
• Um entendimento dos regulamentos e padrões que se aplicam à tecnologia sem-fio
garantirá que as redes implantadas serão interoperáveis e em cumprimento dos
padrões.
• Problemas de compatibilidade das placas de rede são resolvidos pela instalação de um
ponto de acesso (AP) para agir como hub central da WLAN.
• Três tipos de quadros são usados nas comunicações sem-fio: de controle, de
gerenciamento e de dados.
• As WLANs usam a Detecção de Portadora para Múltiplo Acesso com Prevenção de
Colisões (CSMA/CA).
• A autenticação em WLAN é um processo que autentica o dispositivo e não o usuário

CAPITULO 04 – Teste de Cabos

Visão Geral

Os meios físicos de uma rede são literalmente a espinha dorsal dela. A qualidade inferior de
cabeamento de rede causa falhas na rede e desempenho não confiável. Os meios físicos de
uma rede de cobre, de fibra ótica e wireless exigem testes para garantir que eles estão de
acordo com as orientações específicas estritas. Estes testes envolvem certos conceitos
matemáticos e elétricos e termos como sinal, onda, freqüência e ruído. É útil entender este
vocabulário quando estiver estudando sobre redes, cabeamento e testes de cabos.

A meta desta primeira lição neste módulo é fornecer algumas definições para que os conceitos
de testes de cabos sejam melhor entendidos quando forem apresentados na segunda lição.

A segunda lição deste módulo descreve as questões relacionadas aos meios de testes usados
para a conectividade de camada física nas redes locais (LANs). Para que a rede local possa
funcionar corretamente, o meio da camada física deve satisfazer as especificações padrão da
indústria.

A atenuação, que é a deteriorização do sinal, e o ruído, que é a interferência no sinal, podem


causar problemas nas redes pois os dados enviados podem ser interpretados incorretamente
ou não serem reconhecidos ao serem recebidos. A terminação apropriada dos conectores de
cabos e a instalação correta dos cabos são fatores importantes. Se forem seguidos os padrões
durante instalações, reparos e mudanças, a atenuação e os níveis de ruído deveriam ser
minimizados.

Depois de terminada a instalação do cabo, um testador de certificação de cabo pode verificar


se a instalação está de acordo as especificações TIA/EIA. Este módulo descreve também os
vários testes importantes que são realizados.

Os alunos, ao concluírem esta lição, deverão poder:

• Diferenciar entre ondas senoidais e ondas quadradas.


• Definir e calcular expoentes e logaritmos.
• Definir e calcular decibéis.
• Definir a terminologia básica com relação ao tempo, freqüência e ruído.
• Diferenciar entre a largura de banda digital e a analógica.
• Comparar e contrastar os níveis de ruído em vários tipos de cabeamento.
• Definir e descrever os efeitos da atenuação e da diferença (mismatch) de impedância.
• Definir diafonia, diafonia próxima, diafonia distante, e soma das potências da diafonia
próxima (PSNEXT).

59
• Descrever como os pares trançados ajudam na redução de ruídos.
• Descrever os dez testes de cabos de cobre definidos em TIA/EIA-568-b.
• Descrever as diferenças entre cabos Categoria 5 e cabos Categoria 6.

4.1 Fundamentos para o Estudo de Testes de Cabos Baseados em Freqüências


4.1.1 Ondas

Uma onda é energia que se propaga de um lugar para outro. Existem vários tipos de ondas,
mas todos podem ser descritos com um vocabulário semelhante.

Pode ajudar se pensamos em ondas como sendo distúrbios. Um balde de água que está
completamente parado não tem ondas, porque não existem distúrbios. Por outro lado, o
oceano sempre tem algumas ondas detectáveis devido a distúrbios como o vento e a maré.

As ondas do oceano podem ser descritas em termos de sua altura ou amplitude, que pode ser
medida em metros. Elas podem também ser descritas em termos de quão freqüentemente
chegam até a praia, usando período e freqüência. O período das ondas é o período de tempo
entre cada onda, medido em segundos. A freqüência é o número de ondas que chegam até a
praia cada segundo, medida em Hertz. Um Hertz equivale a uma onda por Segundo, ou um
ciclo por segundo.

Os profissionais de rede estão especificamente interessados nas ondas de voltagem nos meios
de cobre, ondas de luz em fibras óticas, e campos magnéticos e elétricos alternados
conhecidos como ondas eletromagnéticas. A amplitude de um sinal elétrico ainda representa
altura, mas é medida em volts (V) em vez de metros (M). O período é o período de tempo para
completar um ciclo, medido em segundos. A freqüência é o número de ciclos completos por
segundo, medidos em Hertz.

Se um distúrbio é causado de propósito, e involve uma duração prevista e fixa, é conhecido


como um pulso. Os pulsos são uma parte importante dos sinais elétricos pois eles são a base
da transmissão digital. O padrão dos pulsos representam o valor dos dados sendo transmitidos.

4.1.2 Ondas Senoidais e Ondas Quadradas

As ondas senoidais, ou sinusóides, são gráficos de funções matemáticas. As ondas senoidais


possuem certas características. As ondas senoidais são periódicas, o que quer dizer que
reptem o mesmo padrão em intervalos regulares. As ondas variam continuamente, o que quer
dizer que dois pontos adjacentes no gráfico nunca terão o mesmo valor.

As ondas senoidais são representações gráficas de muitas ocorrências naturais que variam
regularmente através do tempo. Alguns exemplos dessas ocorrências são a distância da terra
até o sol, a distância do chão enquanto girando em uma roda gigante, e a hora do dia quando
nasce o sol. Já que as ondas senoidais variam continuamente, elas são exemplos de ondas
analógicas.

As ondas quadradas, como as ondas senoidais, são periódicas. No entanto, os gráficos das
ondas quadradas não variam continuamente com o tempo. A onda mantém um valor durante
algum tempo, e depois muda repentinamente para um valor diferente. Este valor é mantido por
algum tempo, e depois muda rapidamente de volta ao valor original. As ondas quadradas
representam sinais digitais, ou pulsos. Da mesma maneira que todas as ondas, as ondas
quadradas podem ser descritas em termos de amplitude, período e freqüência

4.1.3 Exponentes e Logaritmos

Em redes, existem três sistemas numéricos importantes:

• Base 2: binário

60
• Base 10: decimal
• Base 16: hexadecimal

Lembre-se de que a base de um sistema numérico se refere ao número de símbolos diferentes


que podem ocupar uma posição. Por exemplo, os números binários têm apenas dois
marcadores de lugar diferentes 0 e 1. Os números decimais têm 10 marcadores de lugar
diferentes, os números 0 a 9. Os números hexadecimais possuem 16 marcadores de lugar
diferentes, os números 0 a 9 e as letras A a F.

Lembre-se de que 10x10 pode ser escrito como 102.102 significa dez ao quadrado ou dez
elevado à segunda potência. Quando escrito desta maneira, diz-se que 10 é a base do número
e 2 é o expoente do número. 10x10x10 pode ser escrito como 103. 103 significa dez ao cubo ou
dez elevado à terceira potência. A base ainda é 10, mas o expoente agora é 3. Use a Atividade
de Mídia abaixo para praticar o cálculo de expoentes. Digite x, e y será calculado, ou digite y, e
x será calculado.

A base do sistema numérico também se refere ao valor de cada dígito. O dígito menos
significante tem um valor de base0, ou um. O próximo dígito tem um valor de base1. Isto é igual
a 2 para números binários, 10 para números decimais e 16 para números hexadecimais.

Os números com expoentes são usados para representar facilmente números muito grandes
ou muito pequenos. É muito mais fácil e menos susceptível a erro representar um bilhão
numericamente como 109 do que como 1000000000. Muitos cálculos envolvidos em testes de
cabos envolvem números que são muito grandes, por isso a utilização de expoentes é o
formato de preferência. Os expoentes podem ser explorados na atividade em flash.

Uma maneira de se trabalhar com números muito grandes e muito pequenos que ocorrem nas
redes é transformá-los de acordo com a regra, ou função matemática, conhecida como
logaritmo. Logaritmo é abreviado como "log". Qualquer número pode ser usado como base em
um sistema de logaritmos. Porém a base 10 tem muitas vantagens não obtidas cálculos
comuns com outras bases. A base 10 é usada quase que exclusivamente para cálculos
comuns. Logaritmos com base 10 são chamados de logaritmos comuns. Não é possível obter o
logaritmo de um número negativo.

Para obter o "log" de um número, use uma calculadora ou a atividade em flash. Por exemplo, o
log (109) = 9. Pode-se também obter o logaritmo de números que não são expoentes de 10,
mas não se pode obter o logaritmo de um número negativo. O estudo de logaritmos esta além
do escopo deste curso. Entretanto, a terminologia é usada freqüentemente no cálculo de
decibéis e nas medidas de intensidade do sinal em meios de cobre, óticos e wireless.

4.1.4 Decibéis

O decibel (dB) é uma unidade de medida importante na descrição de sinais nas redes. O
decibel é relacionado aos expoentes e logaritmos descritos nas seções anteriores. Existem
duas fórmulas para se calcular decibéis:

dB = 10 log10 (Pfinal / Pref)

dB = 20 log10 (Vfinal / Vref)

As variáveis representam os seguintes valores:

dB mede a perda ou ganho da potência de uma onda. Os decibéis podem ser números
negativos, o que representa uma perda na potência da onda ao se propagar, ou números
positivos, o que representa um ganho na potência se o sinal for amplificado.

61
log10 sugere que o número entre parênteses será transformado usando-se a regra de logaritmo
de base 10.

Pfinal é a potência entregue, medida em Watts.

Pref é a potência original, medida em Watts.

Vfinal é a voltagem entregue, medida em Volts.

Vreference é a voltagem original, medida em Volts.

A primeira formula descreve os decibéis em termos de potência (P), e a segunda em termos de


voltagem (V). Tipicamente, as ondas de luz em fibra ótica e as ondas de rádio no ar são
medidas usando-se a fórmula de potência. As ondas eletromagnéticas em cabos de cobre são
medidas usando-se a fórmula de voltagem. Essas formulas têm várias coisas em comum.

Na fórmula dB = 10 log10 (Pfinal / Pref), entre os valores para dB e Pref para descobrir a potência
entregue. Esta fórmula poderia ser usada para se ver o quanto da potência resta em uma onda
de rádio depois de propagar-se a uma certa distância através de diferentes materiais, e através
de vários estágios de sistemas eletrônicos como um rádio. Para estudar ainda mais sobre
decibéis, experimente com os seguintes exemplos usando as atividades em flash.

Se Pfinal é um microWatt (1 x 10-6 Watts) e Pref é um milliWatt (1 x 10-3 Watts), qual é o ganho ou
a perda em decibéis? Este valor é positivo ou negativo? O valor representa um ganho ou perda
na potência?

Se a perda total de um link de fibra é 84 dB, e se a potência da fonte do laser original (Pref) é
um milliWatt (1 x 10-3 Watts), quanta potência é entregue?

Se dois microVolts (2 x 10-6 Volts) são medidos na extremidade de um cabo e a voltagem da


fonte era um volt, qual é o ganho ou perda em decibéis? Este valor é positivo ou negativo? O
valor representa um ganho ou perda na potência?

4.1.5 Visualizando Sinais em Tempo e Freqüência

Um dos fatos mais importante da era da informação é que os caracteres que simbolizam os
dados, palavras, fotografias, vídeo ou música podem ser representados eletronicamente por
padrões de voltagem nos fios e em dispositivos eletrônicos. Os dados representados por esses
padrões de voltagem podem ser convertidos em ondas de luz ou de rádio, e depois de volta em
ondas de voltagem. Considere o exemplo de um telefone analógico. As ondas sonoras da voz
do chamador entram num microfone no telefone. O microfone converte os padrões da energia
sonora em padrões de voltagem de energia elétrica que representam a voz.

Se os padrões de voltagem fossem colocados em um gráfico através do tempo, os padrões


distintos representando a voz seriam exibidos. Um osciloscópio é um dispositivo eletrônico
importante usado para visualizar sinais elétricos como as ondas e pulsos de voltagem. O eixo x
no gráfico representa tempo, e o eixo y representa voltagem ou corrente. Geralmente, há duas
entradas no eixo y para que duas ondas possam ser observadas e medidas ao mesmo tempo.

Analisar os sinais usando um osciloscópio é conhecido como análise de domínio de tempo,


pois o eixo x ou domínio da função matemática representa o tempo. Os engenheiros quando
estudam os sinais também usam a análise de domínio de freqüência. Na análise de domínio de
freqüência, o eixo x representa freqüência. Um dispositivo eletrônico conhecido como
analisador de espectro cria gráficos para análise de domínio de freqüência.

Os sinais eletromagnéticos usam diferentes freqüências para a transmissão para que os


diferentes sinais não interfiram uns com os outros. Os sinais de rádio de Freqüência Modulada

62
(FM) usam freqüências que são diferentes dos sinais de televisão ou de satélite. Quando os
ouvintes mudam a estação de um rádio, estão mudando a freqüência que o rádio está
recebendo

4.1.6 Sinais Digitais e Analógicos em Tempo e Freqüência Sinais Digitais e Analógicos

Para poder entender as complexidades dos sinais de redes e testes de cabos, examine como
os sinais analógicos variam com o tempo e com a freqüência. Primeiro, considere uma onda
senoidal elétrica de uma só freqüência, cuja freqüência pode ser detectada pelo ouvido
humano. Se este sinal for transmitido a um alto-falante, um tom poderá ser ouvido.

Depois imagine a combinação de várias ondas senoidais. A onda resultante é mais complexa
que a onda senoidal pura. Podem ser ouvidos vários tons. O gráfico de vários tons mostra
várias linhas individuais correspondentes às freqüências de cada tom. Finalmente, imagine um
sinal complexo, como uma voz ou um instrumento musical. Se estiverem presentes vários tons
diferentes, um espectro contínuo de tons individuais seria representado.

4.1.7 Ruído em Tempo e Freqüênciaem Tempo e Freqüência

O ruído é um conceito importante em sistemas de comunicações, inclusive redes locais. Já que


o ruído geralmente se refere aos sons indesejáveis, os ruídos relacionados às comunicações
são conhecidos como sinais indesejáveis. Os ruídos podem ser originados em fontes
tecnológicas e naturais, e são acrescentados aos sinais de dados nos sistemas de
comunicações.

Todos os sistemas de comunicações têm um certo grau de ruído. Embora o ruído não possa
ser eliminado, seus efeitos podem ser minimizados se forem entendidas as fontes do ruído.
Existem muitas possíveis fontes de ruídos:

• Cabos nas proximidades transportam sinais de dados


• A interferência de radiofreqüência (RFI) que é o ruído vindo de outros sinais sendo
transmitidos nas proximidades
• A interferência eletromagnética (EMI), que é o ruído vindo de fontes nas proximidades
como motores e luzes
• O ruído laser no transmissor ou receptor de um sinal ótico

O ruído que afeta igualmente todas as freqüências de transmissão é conhecido como ruído
branco. O ruído que afeta somente pequenas faixas de freqüências é conhecido como
interferência de banda estreita. Ao serem detectados em um receptor de rádio, o ruído branco
interferiria com todas as estações de rádio. A interferência de banda estreita afetaria somente
poucas estações cujas freqüências estão próximas umas às outras. Ao ser detectado em uma
rede local, o ruído branco poderia afetar todas as transmissões de dados, mas a interferência
de banda estreita poderá afetar apenas certos sinais.

63
4.1.8 Largura de Banda

A largura de banda é um conceito extremamente importante nos sistemas de comunicações.


Para o estudo das redes locais, há duas principais maneiras de considerar a largura de banda:
largura de banda analógica e largura de banda digital.

Tipicamente a largura de banda analógica se refere à faixa de freqüências de um sistema


eletrônico. A largura de banda analógica poderia ser usada para descrever a faixa de
freqüências transmitida por uma estação de rádio ou um amplificador eletrônico. A unidade de
medida para a largura de banda analógica é Hertz (Hz), mesma unidade de freqüência.

A largura de banda digital mede a quantidade de informação que pode ser transferida de um
lugar para o outro em um determinado período de tempo. A unidade fundamental de medida
para a largura de banda digital é bits por segundo (bps). Já que as redes locais são capazes de
sustentar velocidades de milhares ou milhões de bits por segundo, a medida é expressa em
Kbps ou Mbps. O meios físicos, as tecnologias atuais, e as leis da física limitam a largura de
banda.

Durante o teste de cabos, usa-se a largura de banda analógica para determinar a largura de
banda digital de um cabo de cobre. As formas de onda digitais são compostas de muitos ondas
senoidais (ondas analógicas). As freqüências analógicas são transmitidas de uma extremidade
e recebidas na extremidade oposta. O dois sinais são então comparados, e é calculado o nível
de atenuação do sinal. Em geral, o meio que suportará maiores larguras de banda analógicas
sem alto grau de atenuação suportarão também maiores larguras de banda digitais.

4.2 Sinais e Ruído

4.2.1 Sinalização Através de Cabeamento de Cobre e de Fibra Ótica

Em cabo de cobre, os sinais de dados são representados por níveis de voltagem que
representam uns e zeros binários. Os níveis de voltagem são medidos com respeito a um nível
de referência de zero volts tanto na transmissora quanto no receptor. Esse nível de referência é
conhecido como terra do sinal. É importante que tanto o dispositivo de transmissão como de
recepção se refira ao mesmo ponto de referência de zero volt. Quando este for o caso, diz-se
que estão adequadamente aterrados.

Para que a rede local possa operar adequadamente, o dispositivo receptor deve ser capaz de
interpretar precisamente os uns e zeros binários transmitidos como níveis de voltagem. Já que
a tecnologia Ethernet atual sustenta faixas de dados de bilhões de bits por segundo, cada bit
precisa ser reconhecido, mesmo que a duração do bit seja bem pequena. Isto quer dizer que o
máximo possível da intensidade do sinal original precisa ser retido, conforme o sinal se
propaga pelo cabo e passa através dos conectores. Em antecipação de protocolos Ethernet
cada vez mais rápidos, as novas instalações de cabos devem ser feitas com os melhores
cabos, conectores e dispositivos de interconexão disponíveis como blocos punchdown e patch
panels.

Existem dois tipos básicos de cabos de cobre: blindado e não blindado. No cabo blindado, o
material de blindagem protege o sinal de dados contra fontes externas de ruído e contra o ruído
gerado por sinais elétricos dentro do cabo.

O cabo coaxial é um tipo de cabo blindado. Ele consiste em um condutor de cobre sólido
envolto por material isolante, e depois por blindagem condutiva em malha. Em aplicações de
redes locais, a blindagem de malha é eletricamente aterrada para proteger a parte interna do
condutor contra ruídos elétricos externos. A blindagem também ajuda na eliminação da perda
de sinais e mantém os sinais transmitidos confinados ao cabo. Isto faz com que os cabos
coaxiais tenham menos ruídos que outros tipos de cabeamento de cobre, mas também os
torna muito mais caros. A necessidade de se aterrar a blindagem e grande tamanho dos cabos
coaxiais dificultam mais a instalação do que outro cabeamento de cobre.

64
Existem dois tipos de cabos de cobre de par trançado: par trançado blindado (STP) e par
trançado não blindado (UTP).

O cabo STP contém uma capa externa condutiva que é eletricamente aterrada para isolar os
sinais contra qualquer ruído elétrico externo. O STP também usa blindagens metálicas internas
para proteger cada par de fios contra ruídos gerados pelos outros pares. O cabo STP às vezes
é chamado par trançado isolado (ScTP) erradamente. ScTP geralmente refere-se ao
cabeamento de par trançado Categoria 5 ou Categoria 5e, enquanto STP refere-se a um cabo
específico da IBM que contém somente dois pares de condutores. O cabo ScTP é mais caro,
mais difícil de instalar e menos freqüentemente usado que o UTP. O UTP não contém
blindagem e é mais susceptível aos ruídos externos, mas é mais freqüentemente usado pois é
mais barato e mais fácil de se instalar.

O cabo de fibra ótica é usado para transmitir sinais de dados por meio de aumentar e abaixar a
intensidade da luz para representar uns e zeros binários. A intensidade de um sinal de luz
não diminui tanto quanto a intensidade de um sinal elétrico transmitido através de uma
distância idêntica. Os sinais óticos não são afetados pelo ruído elétrico, e a fibra ótica não
precisa ser aterrada a menos que a capa contenha um metal ou um mebro de resistência
metálica. Portanto, as fibras óticas são freqüentemente usadas entre edifícios e entre andares
dentro do edifício. Conforme vão se abaixando os custos e vai aumentando a demanda pela
velocidade, as fibras óticas poderão tornar-se os meios mais usadas em redes locais.

4.2.2 Atenuação e Perda por Inserção em Meios de Cobre

A atenuação é a redução da amplitude do sinal ao longo de um link. Longos comprimentos de


cabos e altas freqüências de sinais contribuem para uma maior atenuação dos sinais. Desta
maneira, a atenuação em um cabo é medida por um testador de cabos usando as mais altas
freqüências indicadas para o regime do cabo. A atenuação é expressa em decibéis (dB)
usando números negativos. Os valores dB negativos menores indicam um desempenho melhor
do link.

Existem vários fatores que contribuem para a atenuação. A resistência do cabo de cobre
converte em calor um pouco da energia elétrica do sinal. A energia do sinal é também perdida
quando vaza pelo isolamento do cabo e pela impedância causada por conectores defeituosos.

Impedância é a medição da resistência do cabo à corrente alternada (CA) e é medida em


ohms. A impedância normal, ou característica, de um cabo Cat5 é de 100 ohms. Se um
conector for instalado incorretamente no Cat5, ele terá um valor de impedância diferente que o
do cabo. Isto se chama descontinuidade de impedância ou uma diferença (mismatch) de
impedância.

As descontinuidades de impedância causam a atenuação pois uma parte de um sinal


transmitido será refletida de volta ao dispositivo transmissor ao invés de continuar até o
receptor, o que é bem semelhante a um eco. Este efeito é intensificado se houver várias
descontinuidades causando com que porções adicionais do sinal restante sejam refletidas de
volta à transmissora. Quando esta reflexão volta e atinge a primeira descontinuidade, um
pouco do sinal reflete em direção ao sinal original, criando múltiplos efeitos de ecos. Os ecos
atingem o receptor a diferentes intervalos tornando difícil o receptor detectar precisamente os
valores dos dados no sinal. Isto é chamado atraso do sincronismo e resulta em erros nos
dados.

A combinação dos efeitos da atenuação do sinal e as descontinuidades de impedância em um


link de comunicações é conhecido como perda por inserção. Uma operação adequada de rede
depende de uma impedância característica constante em todos os cabos e conectores, sem
descontinuidades de impedância em todo o sistema de cabos.

4.2.3 Fontes de Ruído nos Meios de Cobre

65
ruído é qualquer energia elétrica no cabo de transmissão que torna difícil ao receptor a
interpretação dos dados enviados pelo transmissor. A certificação TIA/EIA-568-B de um cabo
agora exige testes para uma variedade de tipos de ruídos.

A diafonia envolve a transmissão de sinais de um fio até outro fio nas imediações. A energia
eletromagnética é gerada quando as voltagens mudam em um fio. Esta energia é irradiada
para fora desde o fio transmissor como é o caso do sinal de rádio de uma transmissora. Os fios
adjacentes no cabo funcionam como antenas, recebendo a energia transmitida, que interfere
com os dados naqueles fios. A diafonia também pode ser causada pelos sinais em cabos
separados nas imediações. Quando a diafonia é causada por um sinal em outro cabo, é
conhecida como diafonia alheia. A diafonia é mais destrutiva a freqüências mais altas de
transmissão.

Os instrumentos de testes de cabos medem a diafonia com a aplicação de um sinal de teste a


um par de fios. O testador de cabos então mede a amplitude dos sinais da diafonia não
desejada induzidos nos outros pares de fios no cabo.

O cabo de par trançado é desenhado para aproveitar-se dos efeitos da diafonia a fim de
minimizar o ruído. Em um cabo de par trançado, um par de fios é usado para transmitir um
sinal. O par de fios é trançado para que cada fio sofra diafonia similar. Já que um sinal de ruído
em um fio aparenta ser idêntico ao do outro fio, o ruído poderá ser facilmente detectado e
filtrado no receptor.

A trança de um par de fios em um cabo também ajuda na redução da diafonia dos dados ou
sinais de ruído vindos de um par adjacente de fios. As categorias mais altas de UTP exigem
mais torções em cada par de fios no cabo para minimizar a diafonia a altas freqüências de
transmissão. Quando se liga os conectores às extremidades do cabo UTP, o destrançamento
dos pares de fios deve ser mantido ao mínimo absoluto para garantir comunicações de redes
locais confiáveis

4.2.4 Tipos de Diafonia

Existem três tipos distintos de diafonia:

• Diafonia Próxima (NEXT – Near-end Crosstalk)


• Diafonia Distante (FEXT – Far-end Crosstalk)
• Diafonia Próxima por Soma de Potências (PSNEXT – Power Sum Near-end Crosstalk)

A diafonia próxima (NEXT) é calculada como a razão das amplitudes de voltagem entre o sinal
de teste e o sinal de diafonia quando medidas na mesma extremidade do link. Essa diferença é
expressa em um valor negativo de decibéis (dB). Os números negativos menores indicam mais
ruído, assim como baixas temperaturas negativas indicam mais calor. Por tradição, os
testadores de cabos não mostram o sinal negativo indicando os valores NEXT negativos. Uma
leitura de 30 dB de NEXT (que na verdade indica –30 dB) indica menos ruído, e
conseqüentemente um sinal mais limpo, do que aquele que dá uma leitura de 10 dB de NEXT.

A NEXT precisa ser medida entre cada par e cada outro par em um link de UTP, e nas duas
extremidades do link. Para diminuir o tempo dos testes, alguns instrumentos de teste de cabos
permitem que o usuário teste o desempenho de NEXT de um link usando maiores intervalos
entre freqüências do que o especificado pelo padrão TIA/EIA. As medições resultantes podem
não atender aos padrões TIA/EIA-568-B e podem ignorar falhas do link. Para verificar o
desempenho adequado do link, a NEXT deverá ser medida das duas extremidades do link com
um instrumento de testes de alta qualidade. Isto é também um requisito para o cumprimento
total das especificações dos cabos de alta velocidade.

Devido à atenuação, a diafonia que ocorre longe do transmissor cria menos ruído em um cabo
do que a NEXT. Isto é conhecido como diafonia mais distante, ou FEXT. O ruído causado pela

66
FEXT ainda se propaga de volta à fonte, mas é atenuado na sua volta. Desta maneira, a FEXT
não é um problema tão sério quanto a NEXT.

A NEXT por Soma de Potências (PSNEXT) mede o efeito cumulativo da NEXT de todos os
pares de fios no cabo. A PSNEXT é computada para cada par de fios baseada nos efeitos da
NEXT dos outros três pares. O efeito combinado da diafonia de múltiplas fontes simultâneas de
transmissão pode ser muito prejudicial ao sinal. A certificação TIA/EIA-568-B agora exige este
teste da PSNEXT.

Alguns padrões Ethernet como 10BASE-T e 100BASE-TX recebem dados de apenas um par
de fios em cada direção. No entretanto, para as novas tecnologias como é o caso do
1000BASE-T que recebe dados simultaneamente de vários pares na mesma direção, as
medições de soma de potências são testes muito importantes

4.2.5 Procedimentos para Testar Cabos

O padrão TIA/EIA-568-B especifica dez testes que o cabo de cobre deve passar antes que
possa ser usado em redes locais Ethernet de alta velocidade. Todos os links de cabos deverão
ser testados até a capacidade máxima que é aplicada à categoria do cabo sendo instalado.

Os dez parâmetros de testes primários que devem ser verificados para que um link de cabo
possa satisfazer os padrões TIA/EIA são:

• Mapa de fios
• Perda por inserção
• Diafonia próxima (NEXT – Near-end crosstalk)
• Diafonia próxima por soma de potências (PSNEXT – Power sum near-end crosstalk)
• Diafonia distante de mesmo nível (ELFEXT – Equal-level far-end crosstalk)
• Diafonia distante por soma de potência de mesmo nível (PSELFEXT – Power sum
equal-level far-end crosstalk)
• Perda de retorno
• Atraso de propagação
• Comprimento do cabo
• Desvio de atraso

O padrão Ethernet especifica que cada um dos pinos em um conector RJ-45 tenha um
determinado propósito.

67
Uma placa de rede transmite sinais nos pinos 1 e 2, e recebe sinais nos pinos 3 e 6. Os fios do
cabo UTP precisam estar conectados aos pinos corretos de cada extremidade de um cabo. O
teste de mapa de fios garante que não existe nenhum circuito aberto ou curto no cabo. Um
circuito aberto ocorre se o fio não for ligado corretamente ao conector. Um curto circuito ocorre
se dois fios forem ligados um ao outro.

O teste de mapa de fios também verifica se todos os oito fios foram conectados aos pinos
corretos nas duas extremidades do cabo. Existem várias falhas diferentes de cabeamento que
o teste de mapa de fios pode detectar. A falha de par invertido ocorre quando um par de fios
é instalado corretamente em um conector, mas invertido no outro conector. Se o fio listrado
branco/alaranjado estiver terminado no pino 1 e o fio estiver terminado alaranjado no pino 2 em
uma extremidade, mas invertido na outra extremidade, então o cabo possui uma falha de par
invertido. Este exemplo é exibido no gráfico.

Uma falha de cabeamento de par dividido ocorre quando um fio de um par é trocadoo com um
fio de um par diferente. Esta mistura engana o processo de cancelamento e torna o cabo mais
suscetível a diafonia e interferência. Observe cuidadosamente os números dos pinos no gráfico
para detectar a falha no cabeamento. Um par dividido cria dois pares de transmissão ou de
recepção, cada par com fios que não estão trançados juntos.

As falhas de cabeamento de pares transpostos ocorrem quando um par de fios for conectado
aos pinos completamente diferentes nas duas extremidades. Compare isto com um par
invertido, onde o mesmo par de pinos é usado nas duas extremidades.

4.2.6 Outros Parâmetros de Testes

A combinação dos efeitos da atenuação do sinal e as descontinuidades de impedância em um


link de comunicações é conhecido como perda por inserção. A perda por inserção é medida em
decibéis na extremidade mais distante do cabo. O padrão TIA/EIA exige que um cabo e seus
conectores passem por um teste de perda por inserção antes que possam ser usados como
link de comunicações em uma rede local.

A diafonia é medida em quatro testes separados. Um testador de cabos mede a NEXT


aplicando um sinal de teste a um par de cabos e medindo a amplitude dos sinais de diafonia
recebidos pelos outros pares de cabos. O valor de NEXT, expresso em decibéis, é computado
como uma diferença de amplitude entre o sinal de teste e o sinal de diafonia medidos na
mesma extremidade do cabo. Lembre-se, já que o número de decibéis que o testador exibe é
um número negativo, quanto maior o número, menor a NEXT no par de fios. Conforme
mencionado antes, o teste da PSNEXT é na realidade um cálculo baseado nos efeitos
combinados de NEXT.

O teste da diafonia distante de mesmo nível (ELFEXT) mede a FEXT. A ELFEXT de par a par é
expressa em dB como a diferença entre a FEXT medida e a perda por inserção do par de fios
cujo sinal é afetado pela FEXT. A ELFEXT é uma medição importante nas redes Ethernet que
usam as tecnologias 1000BASE-T. A diafonia distante por soma de potências (PSELFEXT) é o
efeito combinado da ELFEXT de todos os pares de fios.

A perda de retorno é uma medida em decibéis de reflexões que são causadas pelas
descontinuidades de impedância em todos os locais ao longo do link. Lembre-se de que o
impacto principal da perda de retorno não está na perda da intensidade do sinal. O problema
mais significativo é que os ecos de sinais causados pelas reflexões das descontinuidades de
impedância atingirão o receptor a diferentes intervalos causando o atraso de sincronismo do
sinal.

4.2.7 Parâmetros Baseados em Tempo

O atraso de propagação é uma medição simples para se saber quanto tempo leva para um
sinal propagar-se ao longo do cabo sendo testado. O atraso em um par de fios depende do seu

68
comprimento, taxa de torcimento e propriedades elétricas. Os atrasos são medidos em
centésimos de nanosegundos. Um nanosegundo é um biolionésimo de um segundo, ou
0.000000001 segundo. Os padrões TIA/EIA-568-B estabelecem um limite para o atraso da
propagação para várias categorias de UTP.

As medições de atraso de propagação são a base da medição do comprimento do cabo. O


padrão TIA/EIA-568-B.1 especifica que o comprimento físico do link será calculado usando-se
o par de fios com o menor atraso elétrico. Os testadores medem o comprimento do fio
baseando-se no atraso elétrico conforme medido por um teste de TDR (Reflectometria de
Domínio de Tempo), e não pelo comprimento físico da capa do cabo. Já que os fios dentro do
cabo são trançados, os sinais na verdade se propagam muito mais longe do que o
comprimento físico do cabo. Quando um testador de cabos faz uma medição TDR, ele envia
um sinal de pulso ao longo do par de fios e mede o tempo exigido para que o pulse volte ao
mesmo par de fios.

O teste TDR é usado não somente para determinar comprimento, mas também para identificar
a distância até as falhas de cabeamento como curtos e abertos. Quando o pulso se depara
com uma conexão aberta, em curto ou defeituosa, toda ou parte da energia do pulso é refletida
de volta ao testador. Isto pode ser usado para calcular a distância aproximada até a falha de
cabeamento. A distância aproximada poderá ser útil ao localizar-se o ponto da conexão
defeituosa ao longo de um lance de cabo, como um conector de parede.

Os atrasos de propagação de diferentes pares de fios em um único cabo podem ser


ligeiramente diferentes devido às diferenças no número de tranças e propriedades elétricas de
cada par de fios. A diferença de atraso entre pares é conhecida como desvio de atraso. O
desvio de atraso é um parâmetro crítico para redes de alta velocidade nas quais os dados são
simultaneamente transmitidos através de pares de fios múltiplos, como 1000BASE-T Ethernet.
Se o desvio de atraso entre os pares for muito grande, os bits chegam a diferentes tempos e os
dados não podem ser reagrupados adequadamente. Apesar de que um link de cabo não tenha
sido projetado para este tipo de transmissão de dados, o teste de desvio de atraso ajudará a
garantir que o link suportará atualizações futuras para redes de alta velocidade.

Todos os links de cabos em uma rede local precisam passar em todos os testes mencionados
anteriormente conforme especificados no padrão TIA/EIA-568-B para serem considerados de
acordo com o padrão. Um testador de certificação deve ser usado para garantir que todos os
testes foram aprovados para serem considerados de acordo com o padrão. Esses testes
garantem que os links de cabos funcionarão de forma confiável a altas velocidades e
freqüências. Os testes de cabos deverão ser realizados quando o cabo for instalado e depois
regularmente para garantir que o cabeamento das redes locais satisfaça os padrões da
indústria. Os instrumentos de testes de cabos de alta qualidade deverão ser corretamente
utilizados para garantir que os testes são precisos. Os resultados deverão também ser
cuidadosamente documentados.

4.2.8 Testando Fibras Óticas

Um link de fibra consiste em duas fibras de vidro separadas funcionando como caminhos de
dados independentes. Uma fibra leva sinais transmitidos em uma direção, enquanto a segunda
leva sinais na direção oposta. Cada fibra de vidro é envolta por uma camada que impede que a
luz a atravesse, portanto não há problemas com diafonia em cabo de fibra ótica. A interferência
eletromagnética externa ou ruído não afetam o cabeamento de fibras. A atenuação ocorre nos
links de fibras, mas a um nível bem menor que aquele no cabeamento de cobre.

Os links de fibras estão sujeitos ao equivalente ótico de descontinuidades de impedância de


UTP. Quando a luz encontra uma descontinuidade ótica, como uma impureza no vidro ou
uma micro-fratura, um pouco do sinas de luz é refletido de volta na direção oposta. Isto
significa que apenas uma fração do sinal de luz original continuando ao longo da fibra em
direção ao receptor. Isso resulta na redução da quantidade de energia que chega até o
receptor, tornando difícil o reconhecimento do sinal. Da mesma maneira que com o cabo UTP,

69
os conectores instalados incorretamente são a principal causa da reflexão da luz e perda da
intensidade do sinal na fibra ótica.

Já que o ruído não é problema quando se transmite em fibra ótica, a maior preocupação com o
link de fibra é a intensidade do sinal de luz que chega até o receptor. Se a atenuação
enfraquece o sinal de luz no receptor, então erros nos dados resultarão. O teste de cabo de
fibra ótica envolve principalmente a projeção de uma luz através da fibra e a medição para
verificar se chega até o receptor uma intensidade suficiente da luz.

Em um link de fibra ótica, precisa ser calculado o nível aceitável de perda de potência do sinal
que pode ocorrer sem cair abaixo dos requisitos do receptor. Este cálculo é conhecido como
optical link loss budget (orçamento de perda de enlace ótico). Um instrumento de teste de fibra,
conhecido como testador de potência e fonte de luz, verifica se o optical link loss budget
(orçamento de perda de enlace ótico) foi excedido. Se a fibra não passar no teste, um outro
instrumento de teste de cabo pode ser usado para indicar onde ocorrem as descontinuidades
óticas ao longo do comprimento do link de cabo. Um TDR ótico, conhecido como OTDR, é
capaz de localizar estas discontinuidades. Geralmente, o problema é um ou mais conectores
ligados incorretamente. O OTDR indicará o local das conexões defeituosas que precisam ser
substituídas. Depois de corrigidas as falhas, o cabo deverá ser testado novamente

4.2.9 Um Novo Padrão

Em 20 de junho de 2002, foi publicada a emenda ao padrão TIA-568 para a Categoria 6 (ou
Cat 6). O título oficial do padrão é ANSI/TIA/EIA-568-B.2-1. Este novo padrão especifica o
conjunto original de parâmetros de desempenho que precisam ser testados para cabeamento
Ethernet, assim como os valores mínimos para aprovação em cada um destes testes. Os cabos
certificados como cabos Cat 6 precisam passar todos os dez testes.

Apesar dos testes para Cat 6 serem essencialmente os mesmos daqueles especificados para o
padrão de Cat 5, o cabo Cat 6 precisa passar os testes com resultados mais altos para ser
certificado. O cabo Cat 6 precisa ser capaz de levar freqüências de até 250 MHz e precisa ter
menores níveis de diafonia e perda de retorno.

Um testador de cabo de qualidade semelhante à série Fluke DSP-4000 ou Fluke


OMNIScanner2 pode realizar todas as medições de testes exigidos para a certificação dos
cabos Cat 5, Cat 5e e Cat 6 tanto dos links permanentes como dos links de canais. A Figura
mostra o analisador de cabo Fluke DSP-4100 com um DSP-LIA013 adaptador de canal/tráfego
para Cat 5e.

RESUMO

Deve ter sido obtido um entendimento dos seguintes conceitos importantes:

• As ondas são energia que se propaga de um lugar a outro, e são criadas por distúrbios.
Todas as ondas têm atributos similares como amplitude, período e freqüência.
• As ondas senoidais são funções periódicas, variando continuamente. Os sinais
analógicos se parecem com as ondas senoidais.
• As ondas quadradas são funções periódicas cujos valores permanecem constantes por
um período de tempo e depois mudam repentinamente. Os sinais digitais se parecem
com as ondas quadradas.
• Os expoentes são usados para representar números muito grandes ou muito
pequenos. A base de um número elevado a um expoente positivo é igual à base
multiplicada por si mesma o número de vezes indicado pelo expoente. Por exemplo,
103 = 10 x 10 x 10 = 1000.
• Os logaritmos são semelhantes aos expoentes. Um logaritmo na base 10 de um
número equivale ao expoente ao qual 10 teria que ser elevado para obter o número.
Por exemplo, log10 1000 = 3 porque 103 = 1000.

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• Os decibéis são medições de um ganho ou perda na energia de um sinal. Os valores
negativos representam perdas e os positivos representam ganhos.
• A análise de domínio de tempo é a elaboração de gráficos de voltagem ou de corrente
com respeito ao tempo, utilizando um osciloscópio. A análise de domínio de freqüência
é a elaboração de gráficos de voltagem ou de energia com respeito à freqüência,
utilizando um analisador de espectro.
• Os sinais indesejáveis em um sistema de comunicações são conhecidos como ruídos.
O ruído é originado de outros cabos, RFI e EMI. O ruído branco afeta todas as
freqüências, enquanto a interferência de banda estreita afeta apenas um certo
subgrupo de freqüências.
• A largura de banda analógica é a faixa de freqüência que é associada a certas
transmissões analógicas, como televisão ou rádio FM.
• A largura de banda digital mede a quantidade de informações que pode ser transferida
de um lugar para outro em um determinado período de tempo. As suas unidades são
vários múltiplos de bits por segundo.
• A maioria dos problemas de rede local ocorre na camada física. A única maneira de
prevenir ou solucionar muitos destes problemas é pela utilização de testadores de
cabos.
• A instalação correta de cabos e de acordo com os padrões aumenta a confiabilidade e
desempenho da rede local.
• Os meios de cobre são disponíveis nos formatos blindado e não blindado. O cabo não
blindado é mais susceptível a ruídos.
• A degradação do sinal é devido a vários fatores como ruído, atenuação, diferença
(mismatch) de impedância e vários tipos de diafonia. Esses fatores causam um
desempenho reduzido da rede.
• O padrão TIA/EIA-568-B especifica dez testes que um cabo de cobre deve passar
antes que possa ser usado em redes locais Ethernet modernas de alta velocidade.
• A fibra ótica também precisa ser testada de acordo com os padrões das redes.
• Os cabos Categoria 6 precisam satisfazer padrões de testes de freqüência mais
rigorosos que o cabo Categoria 5.

CAPITULO 05 – Cabeamento Redes Locais e WANS

Visão Geral

Mesmo que cada rede local seja única, existem muitos aspectos no desenvolvimento de
projetos que são comuns a todas as redes locais. Por exemplo, grande parte das redes locais
segue os mesmos padrões e os mesmos componentes. Este módulo apresenta informações
sobre os elementos que compõem as redes locais Ethernet e sobre os dispositivos mais
usados em redes locais.

Estão disponíveis várias opções de conexão a redes de longa distância (WAN). Elas variam
desde o acesso dial-up até o acesso de banda larga e diferem na largura de banda, no custo e
nos equipamentos necessários. Este módulo apresenta informações sobre os vários tipos de
conexões WAN.

• Os alunos, ao concluírem este módulo, serão capazes de:


• Identificar as características das redes Ethernet.
• Identificar os cabos direto, cruzado e rollover.
• Descrever a função, as vantagens e desvantagens dos repetidores, hubs, bridges,
comutadores e componentes de rede sem-fio.
• Descrever a função das redes ponto-a-ponto.
• Descrever a função, vantagens e desvantagens das redes cliente-servidor.

71
• Descrever e diferenciar os tipos de conexões para WAN entre serial, Integrated
Services Digital Network (ISDN), Digital Subscriber Line (DSL) e cable modem.
• Identificar portas seriais de roteador, cabos e conectores.
• Identificar e descrever o posicionamento dos equipamentos usados em várias
configurações de WAN.

5.1 Cabeamento de LAN


5.1.1 Camada física de rede local

Vários símbolos são usados para representar os tipos de meios. O Token Ring é representado
por um círculo. Fiber Distributed Data Interface (FDDI) é representado por dois círculos
concêntricos e o símbolo Ethernet é representado por uma linha reta. As conexões seriais são
representadas por um raio.

Uma rede de computador pode ser montada utilizando vários tipos de meios físicos. A função
dos meios é transportar um fluxo de informações através de uma rede local. As redes locais
sem-fio usam a atmosfera, ou o espaço, como o meio. Outro meio de rede limita os sinais de
rede a um fio, cabo ou fibra. Os meios de rede são considerados componentes da Camada 1,
ou camada física, das redes locais.

Todos os meios têm vantagens e desvantagens. Algumas comparações entre vantagens e


desvantagens estão relacionadas a:

• Comprimento do cabo
• Custo
• Facilidade de instalação
• Suscetibilidade à interferência

O cabo coaxial, a fibra óptica e mesmo o espaço podem transportar sinais de rede. No entanto,
o meio principal que será estudado é o cabo do tipo par trançado não blindado Categoria 5 (Cat
5 UTP) que inclui a família Cat 5e de cabos.

Várias topologias podem ser empregadas em redes locais, assim como vários meios
físicos diferentes.

5.1.2 Ethernet no Campus

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A Ethernet é a tecnologia mais usada em redes locais. A Ethernet foi implementada
inicialmente pelo grupo Digital, Intel e Xerox, conhecido como DIX. O grupo DIX criou e
implementou a primeira especificação para redes locais Ethernet, que foi usada como base
para a especificação 802.3 IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers, lançada em
1980. Mais tarde, o IEEE estendeu a 802.3 a três novos comitês conhecidos como 802.3u
(Fast Ethernet), 802.3z (Gigabit Ethernet através de Fibra Ótica), e 802.3ab (Gigabit Ethernet
através da UTP).

Os requisitos de rede podem exigir que seja realizada uma atualização para uma das
tecnologias Ethernet mais rápidas. A maior parte das redes Ethernet suportam velocidades de
10 Mbps e 100 Mbps.

A nova geração de produtos multimídia, de processamento de imagens e de banco de dados,


pode facilmente sobrecarregar uma rede Ethernet que opera a velocidades tradicionais de 10 e
100 Mbps. Os administradores de rede podem considerar a possibilidade de utilizarem Gigabit
Ethernet desde o backbone até o usuário final. Os custos para a instalação de novo
cabeamento e adaptadores podem ser proibitivos. O Gigabit Ethernet para a área de trabalho
não é uma instalação padrão atualmente.

Geralmente as tecnologias Ethernet podem ser usadas de várias maneiras na rede de um


campus:

• Uma velocidade Ethernet de 10 Mbps pode ser usada no nível do usuário para
proporcionar um bom desempenho. Os clientes ou servidores que exijam mais largura
de banda podem usar Ethernet de 100 Mbps.
• A Fast Ethernet é usada como a ligação entre os dispositivos dos usuários e da rede.
Ela pode suportar a combinação de todo o tráfego de todos os segmentos Ethernet.
• Para aprimorar o desempenho cliente-servidor através da rede do campus e evitar
gargalos (estrangulamentos), pode-se usar Fast Ethernet para conectar os servidores
empresariais.
• Fast Ethernet ou Gigabit Ethernet são acessíveis e devem ser implementadas entre os
dispositivos de backbone

5.1.3 Meios Ethernet e requisitos de conectores

Antes de se selecionar uma implementação Ethernet, considere os requisitos dos meios e


conectores para cada implementação. Considere também o nível de desempenho que a rede
necessita.

As especificações dos cabos e conectores usados para suportar as implementações Ethernet


se originam dos padrões da Electronic Industries Association e da Telecommunications
Industry Association (EIA/TIA). As categorias de cabeamento definidas para Ethernet se
originam nos padrões EIA/TIA-568 (SP-2840) Commercial Building Telecommunications Wiring
Standards.

É muito importante observar a diferença entre os meios usados para a Ethernet de 10 Mbps e a
Ethernet de 100 Mbps. As redes com uma combinação de tráfego de 10 e 100 Mbps usam UTP
Categoria 5 para suportar a Fast Ethernet.

5.1.4 Meios de conexão

O jack e conector RJ-45 (registered jack) são os mais comuns. Os conectores RJ-45 são
estudados em maiores detalhes na próxima seção.

73
Em alguns casos o tipo de conector de uma placa de rede (NIC) não corresponde aos meios
com os quais ele precisa conectar-se. Pode haver uma interface com o conector AUI
(Attachment Unit Interface) de 15 pinos. O conector AUI permite conexão a diferentes meios
físicos quando são usados com o transceiver apropriado. Um transceiver é um adaptador que
converte um tipo de conexão em outra. Tipicamente, um transceiver converte um AUI em um
conector RJ-45,em coaxial ou em um conector de fibra óptica. Na Ethernet 10BASE5, ou
Thicknet, é usado um pequeno cabo para conectar o AUI com um transceiver instalado no cabo
principal.

5.1.5 Implementação de UTP

Os padrões EIA/TIA especificam o uso de um conector RJ-45 para cabos UTP. As letras RJ
representam Registered Jack, e o número 45 se refere a uma seqüência específica de
cabeamento. Um conector transparente RJ-45 mostra oito fios coloridos. Quatro desses fios
transportam a voltagem e são denominados "TIP" (T1 a T4). Os outro quatro fios são aterrados
e são conhecidos como "RING" (R1 a R4). Tip e Ring são termos originários dos primórdios da
telefonia. Atualmente, estes termos se referem ao positivo e o negativo em um par de fios . Os
fios no primeiro par de um cabo ou conector são designados como T1 e R1. O segundo par é
T2 e R2 e assim por diante.

O conector RJ-45 é o componente macho, crimpado na extremidade do cabo. Quando se olha


o conector macho de frente, os locais dos pinos são numerados de 1 a 8, da direita para a
esquerda.

Para que a eletricidade possa fluir entre a tomada e o conector, a ordem dos fios deve seguir o
código de cores T568A ou T568B encontrado nos padrões EIA/TIA-568-B.1. Para identificar a
categoria EIA/TIA correta do cabo a ser usado para conectar um equipamento, olhe a
documentação do equipamento ou procure uma etiqueta próxima ao conector. Se não houver
documentação ou etiqueta disponíveis, use um cabo Categoria 5E ou superior já que
categorias mais altas podem ser usadas no lugar das mais baixas. Então determine se deve-se
usar um cabo direto ou crossover.

Se os dois conectores RJ-45 de um cabo forem mantidos lado a lado na mesma direção, os
fios coloridos serão vistos em cada um deles. Se a ordem dos fios coloridos for a mesma em
cada extremidade, então o cabo é direto conforme ilustrado na Figura.

Com o cruzado, os conectores RJ-45 em ambas as extremidades mostram que alguns dos fios
em um lado do cabo são cruzados para um pino diferente no outro lado do cabo. A Figura
mostra que os pinos 1 e 2 em um conector se conectam aos pinos 3 e 6 no outro conector,
respectivamente.

74
A Figura ilustra as diretrizes do tipo de cabo que deve ser usado quando se faz a interconexão
de dispositivos Cisco.

Use cabos diretos para o seguinte cabeamento:

• Comutador ao roteador
• Comutador para o PC ou servidor
• Hub para PC ou servidor

Use cabos cruzados para os seguintes cabeamentos:

• Comutador para comutador


• Comutador para hub
• Hub para hub
• Roteador para roteador
• PC para PC
• Roteador para PC

5.1.6 Repetidores

75
O termo repetidor tem sua origem nos primeiros tempos das comunicações a longa distância. O
termo descreve a situação onde uma pessoa em uma colina repetia o sinal que acabara de
receber de uma pessoa na colina anterior. O processo se repetia até que a mensagem
chegasse ao seu destino. As comunicações por telégrafo, telefone, microondas e ópticas usam
repetidores para fortalecer os sinais enviados a longa distância.

Um repetidor recebe um sinal, restaura esse sinal e o passa adiante. Ele pode restaurar e
retemporizar os sinais de rede ao nível de bit para permitir que trafeguem uma distância maior
nos meios. Ethernet e IEEE 802.3 implementa uma regra, conhecida como a regra 5-4-3, para
o número de repetidores e segmentos em backbones de acesso compartilhado Ethernet em um
topologia em árvore. A regra 5-4-3 divide a regra em dois tipos de segmentos físicos:
segmentados populados (usuário), e segmentos não-populados (link). Segmentos de usuários
tem usuários de sistemas conectados a eles. Segmentos de link são usados para conectar os
repetidores da rede juntos. A regra dita que entre quaisquer dois nós na rede podem existir o
máximo de cinco segmentos, conectados através de quatro repetidores, ou concentradores, e
somente três dos cinco segmentos podem conter conexões de usuários.

O protocolo Ethernet requer que o sinal enviado a LAN alcance todas as partes da rede dentro
de um tamanho de tempo especificado. A regra 5-4-3 garante isto. Cada repetidor pelo qual um
sinal passa adiciona uma pequena quantidade de tempo para processar, de modo que a regra
é projetada para minimizar o tempo de transmissão dos sinais. Muita latência na LAN aumenta
o número de colisões tardias e faz com que a LAN seja menos eficiente.

5.1.7 Hubs

Os hubs são na realidade repetidores multiporta. Em muitos casos, a diferença entre os dois
dispositivos é o número de portas que cada um oferece. Enquanto um repetidor típico possui
apenas duas portas, um hub geralmente possui de quatro a vinte e quatro portas. Os hubs
são mais comumente usados em redes Ethernet 10BASE-T ou 100BASE-T, embora existam
outras arquiteturas de redes que também os utilizam.

A utilização de um hub modifica a topologia da rede de um barramento linear, onde cada


dispositivo se liga diretamente a um fio, em uma topologia em estrela. Com os hubs, os dados
que chegam através de cabos a uma porta do hub, são repetidos eletricamente em todas as
outras portas conectadas ao mesmo segmento da rede, com exceção da porta na qual os
dados foram enviados.

Os hubs vêm em três tipos básicos:

• Passivo: Um hub passivo serve apenas de ponto de conexão física. Ele não manipula
ou verifica o tráfego que o cruza. Não reforça ou limpa o sinal. Um hub passivo é usado
somente para compartilhar os meios físicos. Desta maneira, o hub passivo não
necessita de energia elétrica.
• Ativo: Um hub ativo precisa estar ligado a uma tomada elétrica, pois necessita de
energia para amplificar o sinal que chega a uma porta antes de passá-lo para as outras
portas.
• Inteligente: Os hubs inteligentes às vezes são chamados smart hubs. Esses
dispositivos basicamente funcionam como hubs ativos, mas incluem também um chip
microprocessador e capacidade de diagnóstico. Os hubs inteligentes são mais caros
que os ativos, mas são mais úteis nas situações de resolução de problemas.

Os dispositivos que estão ligados ao hub recebem todo o tráfego que passa pelo hub. Quanto
mais dispositivos estiverem ligados ao hub, maior será a possibilidade de ocorrerem colisões.
Uma colisão ocorre quando duas ou mais estações de trabalho enviam dados através do fio da
rede ao mesmo tempo. Quando isso ocorrer, todos os dados serão corrompidos. Todos os
dispositivos conectados ao mesmo segmento de rede são conhecidos como membros de um
domínio de colisão.

76
Às vezes os hubs são chamados de concentradores, pois servem como um ponto central de
conexão para uma rede local Ethernet

5.1.8 Sem-fio

Uma rede sem-fio pode ser criada com muito menos cabeamento que outras redes. Os sinais
sem-fio são ondas eletromagnéticas que se propagam através do ar. As redes sem-fio usam
radiofreqüências (RF), laser, infravermelho (IR) ou satélite/microondas para transportar os
sinais de um computador a outro sem uma conexão permanente por cabos. O único
cabeamento permanente pode ser para os pontos de acesso da rede (access points). As
estações de trabalho dentro da faixa da rede sem-fio podem ser movidas facilmente sem
conectar e reconectar o cabeamento da rede.

Uma aplicação comum de comunicações de dados sem-fio é para uso de usuários móveis.
Alguns exemplos de usuário móvel incluem viajantes, aviões, satélites, sondas espaciais
remotas, estações e ônibus espaciais.

No núcleo das comunicações sem-fio se encontram dispositivos conhecidos como


transmissores e receptores. O transmissor converte dados de origem em ondas
eletromagnéticas (EM) que são transmitidas para o receptor. O receptor então converte essas
ondas eletromagnéticas novamente em dados para o destino. Para comunicações de mão
dupla, cada dispositivo exige um transmissor e um receptor. Muitos fabricantes de dispositivos
para redes confeccionam o transmissor e o receptor em uma só unidade conhecida como
transceiver ou placa de rede sem-fio. Todos os dispositivos em redes locais sem-fio (WLANs)
precisam ter instalada a placa de rede sem-fio apropriada.

As duas tecnologias sem-fio mais comumente usadas para redes são IR e RF. A tecnologia IR
tem seus pontos fracos. As estações de trabalho e os dispositivos digitais precisam estar na
linha de visão do transmissor para que possam operar. Uma rede baseada em infravermelho é
própria para ambientes onde todos os dispositivos digitais que exigem conectividade de rede
estejam em uma só sala. A tecnologia de rede IR pode ser rapidamente instalada, mas os
sinais de dados podem ser atenuados ou obstruídos pela umidade do ar ou por pessoas que
andam pela sala. Há, porém, novas tecnologias IR sendo desenvolvidas que podem funcionar
fora da linha de visão.

A tecnologia de radiofreqüência permite que os dispositivos estejam em salas ou mesmo em


edifícios diferentes. A faixa limitada dos sinais de rádio restringe o uso deste tipo de rede. A
tecnologia RF pode utilizar apenas uma ou múltiplas.freqüências. Uma radiofreqüência simples
está sujeita à interferência externa e obstruções geográficas. Além do mais, uma freqüência
simples é mais fácil de ser monitorada por outros, o que torna a transmissão de dados menos
segura. A tecnologia de espectro espalhado evita problemas de segurança na a transmissão de
dados ao usar freqüências múltiplas para aumentar a imunidade ao ruído e para dificultar a
interceptação de transmissões de dados por pessoas estranhas.

Dois métodos atualmente sendo considerados para implementar a tecnologia de espectro


espalhado para transmissões WLAN são Frequency Hopping Spread Spectrum (FHSS) e Direct
Sequence Spread Spectrum (DSSS). Os detalhes técnicos de como essas tecnologias
funcionam estão além do escopo deste curso

5.1.9 Bridges

Às vezes é necessário dividir uma rede local grande em segmentos menores e mais fáceis de
serem gerenciados. Isso diminui o tráfego em uma única rede local e pode estender a rea
geográfica além do que uma única rede local pode suportar. Os dispositivos usados para
conectar os segmentos de uma rede incluem bridges, comutadores, roteadores e gateways. Os
switches e bridges operam na camada de Link de Dados do modelo OSI. A função da bridge é
tomar decisões inteligentes sobre repassar ou não os sinais para o próximo segmento de uma
rede.

77
Quando uma bridge recebe um quadro da rede, o endereço MAC de destino é procurado na
tabela da bridge para determinar se deve ou não filtrar, passar adiante ou copiar o quadro para
o outro segmento. Este processo de decisão ocorre da seguinte maneira:

• Se o dispositivo de destino estiver no mesmo segmento que o quadro, a bridge impede


que o quadro siga para outros segmentos. Este processo é conhecido como filtragem.
• Se o dispositivo de destino estiver em um segmento diferente, a bridge encaminhará o
quadro ao segmento apropriado.
• Se o endereço de destino for desconhecido para a bridge, a bridge encaminha o
quadro a todos os segmentos com exceção daquele de onde foi recebido. Este
processo é conhecido como inundação (flooding).
• Se for colocada estrategicamente, uma bridge pode aumentar em muito o desempenho
da rede

5.1.10 Comutadores

Um comutador às vezes é descrito como uma bridge multiporta. Enquanto que uma bridge
típica poderá ter apenas duas portas ligando os segmentos da rede, o comutador pode ter
várias portas dependendo de quantos segmentos de rede deverão ser ligados. Como as
bridges, os comutadores aprendem certas informações sobre os pacotes de dados que são
recebidos de vários computadores na rede. Os comutadores usam essas informações para
fazer tabelas de encaminhamento para determinar o destino dos dados que estão sendo
enviados por um computador a outro dentro da rede.

Embora haja algumas semelhanças entre os dois, o comutador é um dispositivo mais complexo
que a bridge. Uma bridge determina se o quadro deveria ser encaminhado ao outro segmento
de rede baseado no endereço MAC de destino. Um comutador tem muitas portas com muitos
segmentos de redes conectados a ele. Um comutador escolhe a porta à qual o dispositivo de
destino ou estação de trabalho será conectado. Os comutadores Ethernet estão se tornando
soluções populares de conectividade porque, como as bridges, eles aprimoram o desempenho
da rede ao melhorar a velocidade e largura de banda.

A comutação é uma tecnologia que alivia o congestionamento nas redes locais Ethernet,
reduzindo o tráfego e aumentando a largura de banda. Os comutadores podem facilmente
substituir os hubs pois funcionam com a infra-estrutura de cabos já existente. Isso melhora o
desempenho com um mínimo de invasão na rede já existente.

Nas comunicações de dados hoje, todo o equipamento de comutação realiza duas operações
básicas. A primeira operação é conhecida como comutação de quadros de dados (frames). A
comutação de quadros de dados é o processo pelo qual um quadro é recebido em um meio de
entrada e depois transmitido a um meio de saída. A segunda é a manutenção das operações
de comutação onde os comutadores criam e mantêm tabelas de comutação e procuram por
loops.

Os comutadores operam em velocidades muito mais altas que as bridges e podem suportar
novas funcionalidades, como redes locais virtuais (Virtual LAN).

Um comutador Ethernet oferece muitas vantagens. Uma vantagem é que um comutador


Ethernet permite que muitos usuários se comuniquem em paralelo através da utilização de
circuitos virtuais e segmentos dedicados de rede em um ambiente virtualmente livre de
colisões. Isso maximiza a largura de banda disponível no meio compartilhado. Outra vantagem
é que mudar para um ambiente de rede local comutada é muito econômico porque o
cabeamento e o hardware existentes podem ser reutilizados

5.1.11 Conectividade do Host

A função de uma placa de rede é conectar um dispositivo host ao meio de rede. Uma placa de
rede é uma placa de circuito impresso que cabe no slot de expansão na placa mãe ou

78
dispositivo periférico a ser inserido em um computador. A placa de rede é também conhecida
como adaptador de rede. Nos computadores laptop ou notebooks uma placa de rede é do
tamanho de um cartão de crédito.

As placas de redes são consideradas dispositivos de Camada 2, pois cada uma delas contém
um código particular chamado endereço MAC. Este endereço é usado para controlar as
comunicações de dados para o host na rede. Mais adiante você vai saber mais sobre o
endereço MAC. Como o nome sugere, a placa de interface de rede controla o acesso do host
ao meio.

Em alguns casos o tipo de conector na placa de rede não corresponde ao meio físico ao qual
deve ser conectado. Um bom exemplo é um roteador Cisco 2500. No roteador é visto um
conector AUI. O conector AUI precisa ser conectado a um cabo UTP Cat 5 Ethernet. Para fazer
isso, um transmissor/receptor, também conhecido como transceiver, é usado. Um transceiver
converte um tipo de sinal ou conector em outro. Por exemplo, um transceiver não pode
conectar uma interface AUI de 15 pinos a um conector RJ-45. Ele é considerado um dispositivo
da Camada 1, porque só considera os bits e não as informações de endereço ou protocolos de
níveis superiores.

As placas de rede não têm nenhum símbolo padronizado. Subentende-se que, quando os
dispositivos de rede são conectados aos meios de rede, está presente uma placa de rede ou
um dispositivo similar a uma placa de rede. Sempre que se vê um ponto no mapa de topologia,
ele representa ou uma placa de rede ou uma porta, que funciona como uma placa de rede.

5.1.12 Comunicação Ponto-a-Ponto

Com a utilização das tecnologias de redes locais e WAN, vários computadores são interligados
para oferecer serviços aos seus usuários. Para realizar isso, os computadores interligados
assumem diferentes papéis ou funç es em relação aos outros. Alguns tipos de aplicações
exigem que os computadores funcionem como parceiros iguais. Outros tipos de aplicações
distribuem suas tarefas para que um computador funcione para servir vários outros em uma
relação de desigualdade. Em qualquer um dos casos, dois computadores tipicamente se
comunicam usando protocolos de pedido/resposta (request/response). Um computador emite
um pedido para um serviço e o segundo computador recebe e responde àquele pedido. O
requisitante assume o papel de um cliente e o que responde assume o papel de um servidor.

Em uma rede ponto-a-ponto, os computadores interconectados agem como parceiros iguais,


ou pares. Como pares, cada computador pode assumir a função de cliente ou a função de
servidor. Em um momento, o computador A pode requisitar um arquivo do computador B, o
qual responde enviando o arquivo ao computador A. O Computador A funciona como cliente,
enquanto que o B funciona como servidor. E mais tarde, os computadores A e B podem
inverter os papéis.

Em uma rede ponto-a-ponto, usuários individuais controlam seus próprios recursos. Os


usuários podem decidir compartilhar determinados arquivos com outros usuários. Os usuários
podem também requisitar senhas antes de permitir que outros acessem seus recursos. Já que
os usuários individuais tomam essas decisões, não existe um ponto central de controle ou
administração na rede. Além disso, os usuários individuais precisam fazer backup dos seus
próprios sistemas para poderem recuperar a perda de dados em caso de falhas. Quando um
computador atua como servidor, o usuário daquela máquina poderá sofrer uma redução de
desempenho enquanto a máquina atende aos requisitos feitos por outros sistemas.

As redes ponto-a-ponto são relativamente fáceis de instalar e operar. Não é necessário


nenhum equipamento adicional além de um sistema operacional apropriado instalado em cada
computador. Já que os usuários controlam seus próprios recursos, não são necessários
administradores dedicados.

79
Com o crescimento das redes, as relações ponto-a-ponto se tornam cada vez mais difíceis de
coordenar. Uma rede ponto-a-ponto funciona bem com até 10 computadores. Já que as redes
ponto-a-ponto não se adaptam bem a seu crescimento, a sua eficiência diminui rapidamente
conforme for aumentando o número de computadores na rede. Também, os usuários
individuais controlam o acesso aos recursos em seus computadores, o que significa que
poderá ser difícil manter a segurança. O modelo de rede cliente/servidor pode ser usado para
superar as limitações da rede ponto-a-ponto

5.1.13 Cliente/Servidor

Em uma configuração cliente/servidor, os serviços de redes estão localizados em um


computador dedicado denominado servidor. O servidor responde às solicitações de clientes. O
servidor é um computador central que est disponível continuamente para atender às
solicitações de clientes para arquivos, impressão, aplicativos e outros serviços. A maior parte
dos sistemas operacionais de redes adotam o formato de relação cliente/servidor. Tipicamente,
os computadores de mesa funcionam como clientes e um ou mais computadores com maior
capacidade de processamento e memória além de softwares especializados funcionam como
servidores.

Os servidores são projetados para processarem simultaneamente solicitações de vários


clientes. Antes que um cliente possa acessar os recursos do servidor, ele precisa ser
identificado e autorizado a usá-los. Isto é possível quando se dá a cada cliente um nome de
conta e senha que é verificada por um serviço de autenticação. O serviço de autenticação age
como uma sentinela para guardar o acesso à rede. Com a centralização das contas, da
segurança e do controle de acesso do usuário, as redes baseadas em servidor simplificam a
administração de grandes redes.

A concentração de recursos de rede como arquivos, impressoras e aplicativos nos servidores


também torna mais fácil o back-up e a manutenção dos dados gerados. Ao invés de se ter
esses recursos espalhados em máquinas individuais, eles podem ser localizados em
servidores especializados e dedicados para um acesso mais fácil. A maior parte dos sistemas
cliente/servidor também incluem instalações para aprimorar a rede com a adição de novos
serviços que ampliam a utilidade da rede.

A distribuição das funções nas redes cliente/servidor trazem consideráveis vantagens, mas
também acarretam alguns custos. Embora a agregação de recursos aos sistemas de servidor
traga maior segurança, um acesso mais simples e controle coordenado, o servidor apresenta
um único ponto falho à rede. Sem um servidor operacional, a rede não pode funcionar de
maneira alguma. Os servidores exigem pessoal treinado e experiente para administrá-los e
mantê-los. Isso aumenta as despesas de operação da rede. Os sistemas de servidor exigem
hardware adicional e softwares especializados, o que aumenta o custo

80
5.2 Cabeamento de WANs

5.2.1 Camada física de WAN

As implementações da camada física variam dependendo da distância entre o equipamento e


os serviços, da velocidade e do próprio tipo de serviço.

As conexões seriais são usadas para acomodar os serviços WAN tais como linhas dedicadas
alugadas sobre as quais é utilizado o Point-to-Point Protocol (PPP) ou Frame Relay. A
velocidade dessas conexões varia dos 2400 bits por segundo (bps) aos serviços T1 a 1,544
megabits por segundo (Mbps) e E1 que opera a 2,048 megabits por segundo (Mbps).

ISDN oferece conexões de discagem por demanda ou serviços de dial backup. Uma Basic
Rate Interface (BRI) ISDN é composta de dois canais bearer de 64 kbps (canais B) para dados
e um canal delta (canal D) a 16 kbps usado para sinalização e tarefas de gerenciamento de
links. PPP é normalmente usado para transportar dados através dos canais B.

Com a crescente demanda para serviços residenciais de banda larga de alta velocidade, as
conexões DSL e cable modem estão se tornando as mais populares. Por exemplo, um serviço
residencial DSL típico pode alcançar velocidades T1/E1 através da linha telefônica já existente.
Os serviços de cabos usam as linhas de cabo coaxial para TV já existentes. Uma linha de cabo
coaxial proporciona uma conectividade de alta velocidade que corresponde ou excede a de

81
DSL. Os serviços DSL e cable modem serão estudados em maiores detalhes em um módulo
futuro

5.2.2 Conexões seriais de WAN

Para comunicações de longa distância, as WANs usam transmissões seriais. Este é um


processo pelo qual os bits de dados são enviados através de um único canal. Este processo
proporciona uma comunicação de longa distância confiável e a utilização de uma faixa
específica de freqüência óptica ou eletromagnética.

As freqüências são medidas em termos de ciclos por segundo e expressas em Hertz (Hz). Os
sinais transmitidos através de linhas telefônicas a nível de voz usam 4 kilohertz (kHz). O
tamanho da faixa de freqüência é conhecido como largura de banda. Em cabeamento de
redes, a largura de banda é a medida de bits por segundo que são transmitidos.

Para um roteador Cisco, a conectividade física na instalação do cliente é proporcionada por um


dos dois tipos possíveis de conexões seriais. O primeiro tipo de conexão serial é um conector
de 60 pinos. O segundo é um conector ‘smart serial’ mais compacto. O conector com o
provedor de serviço varia conforme o tipo de equipamento de conexão fornecido.

Se a conexão for feita diretamente em um provedor de serviços, ou um dispositivo que


proporcione sinal de sincronismo (clock) como uma CSU/DSU (Chanel/Data Service Unit), o
roteador será um DTE (equipamento de terminal de dados) e usará um cabo serial DTE.
Normalmente este é o caso. Porém, há ocasiões onde é necessário que o roteador local
forneça o clock e portanto utilizará um cabo DCE (equipamento de comunicação de dados).
Nos testes de curso dos roteadores, será necessário que um dos roteadores conectados tenha
a função de fornecer o clock. Portanto, a conexão consistirá em um cabo DTE e de um DCE.

5.2.3 Roteadores e Conexões Seriais

Os roteadores são responsáveis pelo roteamento de pacotes de dados desde a origem até o
destino dentro da rede local e pelo fornecimento de conectividade à WAN. Dentro de um
ambiente de rede local o roteador bloqueia os broadcasts, fornece serviços de resolução de
endereços locais, como ARP e RARP e pode segmentar a rede usando uma estrutura de sub-
redes. A fim de proporcionar esses serviços, o roteador precisa estar conectado à rede local e
à WAN.

82
Além de determinar o tipo de cabo, é necessário determinar se é necessário ter os conectores
DTE ou DCE. O DTE é a terminação do dispositivo do usuário no link com a WAN. O DCE é
tipicamente o ponto onde a responsabilidade para a entrega de dados passa às mãos do
provedor de serviços.

Quando conectado diretamente a um provedor de serviços, ou a um dispositivo como uma


CSU/DSU que manterá o sincronismo (clocking) de sinal, o roteador é um DTE e necessita de
um cabo serial DTE.

Isso é o caso típico no uso de roteadores. No entanto, há casos onde o roteador precisará ser
o DCE. Ao realizar uma experiência com roteador back-to-back em um ambiente de teste, um
dos roteadores será um DTE e o outro DCE.

Ao fazer-se o cabeamento para conectividade serial, os roteadores poderão ter portas fixas ou
portas modulares. O tipo de porta que estiver sendo usada afetará a sintaxe usada mais tarde
para configurar cada interface.

As interfaces nos roteadores com portas seriais fixas são etiquetadas por tipo de porta e
número de porta.

As interfaces nos roteadores com portas seriais modulares são etiquetadas por tipo de porta,
slot e número de porta. O slot é a localização do módulo. Para configurar uma porta em uma
placa modular, é necessário especificar a interface usando a sintaxe "port type slot number/port
number". Use a etiqueta "serial 1/0," quando a interface for serial, o número do slot onde o
módulo estará instalado é 1, e a porta que está sendo referenciada é porta 0.

5.2.4 Roteadores e Conexões ISDN BRI

Com ISDN BRI, podem ser usados dois tipos de interfaces, BRI S/T e BRI U. Determinar quem
está fornecendo o dispositivo NT1 (Network Termination 1) a fim de determinar qual o tipo de
interface é necessária.

Um NT1 é um dispositivo intermediário localizado entre o roteador e o comutador ISDN


provedor de serviços. O NT1 é usado para conectar o cabeamento de quatro fios do assinante
ao loop local de dois fios convencional. Na América do Norte, o cliente normalmente fornece o
NT1, enquanto no resto do mundo o provedor de serviços fornece o dispositivo NT1.

Talvez seja necessário fornecer um NT1 externo se o dispositivo já não estiver integrado ao
roteador. Analisar as etiquetas das interfaces dos roteadores é geralmente a maneira mais fácil
de determinar se o roteador tem um NT1 integrado. Uma interface BRI com um NT1 integrado
é etiquetada BRI U. Uma interface BRI sem um NT1 integrado é etiquetada BRI S/T. Já que os
roteadores podem ter vários tipos de interfaces ISDN, determinar qual interface é necessária
quando o roteador é comprado. O tipo da interface BRI pode ser determinado verificando-se a

83
etiqueta da porta. Para interconectar a porta ISDN BRI ao dispositivo do provedor de
serviços, use um cabo direto UTP Categoria 5.

CUIDADO:

É importante inserir o cabo que sai da porta ISDN BRI somente a um conector ou comutador
ISDN. O ISDN BRI usa voltagens que podem danificar gravemente os dispositivos que não
são ISDN.

5.2.5 Roteadores e Conexões DSL

O roteador Cisco 827 ADSL possui uma interface ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line).
Para conectar uma linha ADSL à porta ADSL no roteador, faça o seguinte:

• Conecte o cabo telefônico à porta ADSL no roteador.


• Conecte a outra extremidade do cabo telefônico ao conector de telefone.

Para conectar um roteador ao serviço DSL, use um cabo telefônico com conectores RJ-11. O
DSL funciona através de linhas telefônicas padrão usando os pinos 3 e 4 em um conector RJ-
11 padrão

5.2.6 Roteadores e Conexões de Cabos

O roteador de acesso a cabo Cisco uBR905 fornece acesso de alta velocidade à rede através
do sistema de televisão a cabo de assinantes residenciais, e empresas de pequeno porte e
escritórios domiciliares (SOHO). O roteador uBR905 possui um cabo coaxial, ou conector F,
interface que conecta diretamente ao sistema de cabos. Um cabo coaxial e um conector F são
usados para conectar o roteador e o sistema de cabos.

Siga os seguintes passos para conectar o roteador de acesso por cabo Cisco uBR905 ao
sistema de cabos:

• Confirme que o roteador não esteja conectado à energia.


• Localize o cabo coaxial RF que vem da tomada de cabo coaxial (TV) na parede.
• Instale um divisor de sinais/acoplador direcional, caso necessário, para separar os
sinais para utilização da TV e do computador. Caso necessário, instale também um
filtro passa-alta para evitar a interferência entre sinais da TV e os do computador.
• Conecte o cabo coaxial ao conector F do roteador. Aperte o conector com a mão,
certificando-se de que esteja o mais firme possível e depois gire-o 60 graus com um
alicate.
• Certifique-se de que todos os outros conectores de cabos coaxiais, todos os
separadores intermediários, acopladores ou blocos de aterramento estejam firmemente
apertados desde o quadro de distribuição até o roteador Cisco uBR905.

CUIDADO:

Não aperte o conector excessivamente. Apertar demais pode quebrá-lo. Jamais use uma
chave de torque devido ao perigo de apertar o conector mais do que os 60 graus
recomendados depois de apertá-lo firmemente.

5.2.7 Instalando Conexões de Console

84
Para realizar a configuração inicial de um dispositivo Cisco, uma conexão de gerenciamento
deve estar ligada diretamente ao dispositivo. Para o equipamento Cisco esta conexão de
gerenciamento é denominada porta de console. A porta de console permite a monitoração e
configuração de um hub, comutador ou roteador Cisco.

O cabo usado entre um terminal e uma porta de console é um cabo rollover, com conectores
RJ-45. O cabo rollover, também conhecido como cabo de console, possui uma pinagem
diferente daquela encontrada nos cabos RJ-45 diretos ou cruzados usados com Ethernet ou
ISDN BRI. A pinagem para um rollover é a seguinte:

1a8
2a7
3a6
4a5
5a4
6a3
7a2
8a1

Para instalar uma conexão entre o terminal e a porta de console Cisco, realize duas etapas.
Primeiro, faça a conexão dos dispositivos usando um cabo rollover de uma porta de console do
roteador à porta serial da estação de trabalho. Um adaptador RJ-45-para-DB-9 ou um RJ-45-
para-DB-25 pode ser necessário para o PC ou terminal. Em seguida, configure a aplicação da
emulação do terminal com as seguintes configurações de porta serial (COM): 9600 bps, 8 bits
de dados, sem paridade, 1 bit de parada, sem controle de fluxo.

A porta AUX é usada para fornecer gerenciamento out-of-band através de um modem. A porta
AUX deve ser configurada através da porta de console antes que possa ser usada. A porta
AUX também usa as configurações de 9600 bps, 8 bits de dados, sem paridade, 1 bit de
parada, sem controle de fluxo.

Resumo

Deve ter sido obtido um entendimento dos seguintes conceitos chave:

• Uma placa de rede (NIC) fornece recursos de comunicação entre a rede e um PC e


vice-versa.
• Usar um cabo cruzado para fazer a conexão entre dois dispositivos semelhantes, como
comutadores, roteadores, PCs e hubs.
• Usar um cabo direto para fazer a conexão entre dispositivos diferentes, como conexões
entre um comutador e um roteador, um comutador e um PC ou um hub e um roteador.
• Existem dois tipos principais de redes locais, ponto-a-ponto e cliente/servidor.
• WANs usam transmissão serial de dados. Os tipos de conexões WAN incluem ISDN,
DSL e cable modems.
• Um roteador é geralmente o DTE e precisa de um cabo serial para conectar-se a um
dispositivo DCE como uma CSU/DSU.
• O ISDN BRI possui dois tipos de interfaces, S/T e U. Para interconectar a porta ISDN
BRI ao dispositivo do provedor de serviços, é usado um cabo direto UTP Categoria 5.
• Um cabo telefônico e um conector RJ-11 são usados para conectar um roteador para
serviço DSL.
• Um cabo coaxial e um conector BNC são usados para conectar um roteador ao serviço
de cabo.
• O cabo rollover é usado para conectar um terminal e a porta de console de um
dispositivo inter-redes.

85
CAPITULO 06 – Conceitos Básicos de Ethernet

Visão Geral

A Ethernet é atualmente a tecnologia dominante de redes locais do mundo. A Ethernet não é


uma tecnologia, mas uma família de tecnologias de redes locais e pode ser melhor entendida
considerando-se o modelo de referência OSI. Todas as redes locais precisam lidar com as
questões básicas de como as estações individuais (nós) são nomeadas, e a Ethernet não é
nenhuma exceção. As especificações da Ethernet suportam diferentes meios físicos, larguras
de banda e outras variações das camadas 1 e 2. Porém, o formato básico dos quadros e o
esquema de endereçamento é idêntico para todas as variedades de Ethernet.

Para que várias estações possam obter acesso aos meios físicos e outros dispositivos das
redes, têm sido elaboradas várias estratégias de controle de acesso aos meios físicos. É
essencial ter um entendimento de como os dispositivos de rede obtêm acesso aos meios
físicos da rede para poder entender e resolver problemas na operação de toda a rede.

Os alunos, ao concluírem este módulo, deverão estar aptos a:

• Descrever a tecnologia básica da Ethernet.


• Explicar as regras de nomenclatura da tecnologia Ethernet.
• Definir como a Ethernet e o modelo OSI interagem.
• Descrever o processo de enquadramento e a estrutura de quadros Ethernet.
• Enumerar os nomes e propósitos dos campos dos quadros Ethernet.
• Identificar as características do CSMA/CD.
• Descrever os aspectos principais da temporização, espaçamento entre quadros e
backoff após uma colisão de Ethernet.
• Definir erros e colisões de Ethernet.
• Explicar os conceitos de autonegociação com relação a velocidade e modo de
operação.

6.1 Conceitos Básicos de Ethernet


6.1.1 Introdução à Ethernet

A maior parte do tráfego na Internet origina-se e termina com conexões Ethernet. Desde seu
início nos anos 70, a Ethernet evoluiu para acomodar o grande aumento na demanda de redes
locais de alta velocidade. Quando foram produzidos novos meios físicos, como a fibra ótica, a
Ethernet adaptou-se para aproveitar a largura de banda superior e a baixa taxa de erros que as
fibras oferecem. Atualmente, o mesmo protocolo que transportava dados a 3 Mbps em 1973
está transportando dados a 10 Gbps.

Esse sucesso da Ethernet deve-se aos seguintes fatores:

• Simplicidade e facilidade de manutenção


• Capacidade de introdução de novas tecnologias
• Confiabilidade
• Instalação e atualização econômicas

Com a introdução da Gigabit Ethernet, aquilo que começou como uma tecnologia de redes
locais, agora se estende a distâncias que fazem da Ethernet um padrão para MAN (Rede
Metropolitana) e para WAN (Rede de longa distância). A idéia original para Ethernet surgiu de
problemas de permitir que dois ou mais hosts usem o mesmo meio físico e de evitar que sinais
interfiram um com o outro. Esse problema de acesso de vários usuários a um meio físico
compartilhado foi estudado no início dos anos 1970 na University of Hawaii. FFFoi Foi
desenvolvido um sistema denominado Alohanet para permitir o acesso estruturado de várias
estações nas Ilhas do Havaí à banda compartilhada de radiofreqüência na atmosfera. Esse
trabalho veio a formar a base para o método de acesso Ethernet conhecido como CSMA/CD.

86
A primeira rede local do mundo foi a versão original da Ethernet. Robert Metcalfe e seus
colegas na Xerox fizeram o seu projeto há mais de trinta anos. O primeiro padrão Ethernet foi
publicado em 1980 por um consórcio entre a Digital Equipment Company, a Intel, e a Xerox
(DIX). Metcalfe quis que a Ethernet fosse um padrão compartilhado que beneficiasse a todos e
foi então lançada como padrão aberto. Os primeiros produtos desenvolvidos que usavam o
padrão Ethernet foram vendidos durante o início dos anos 80. A Ethernet transmitia até 10
Mbps através de cabo coaxial grosso a uma distância de até 2 quilômetros. Esse tipo de cabo
coaxial era conhecido como thicknet e era da espessura de um pequeno dedo.

Em 1985, o comitê de padronização de Redes Locais e Metropolitanas do Institute of Electrical


and Electronics Engineers (IEEE) publicou padrões para redes locais. Esses padrões começam
com o número 802. O padrão para Ethernet é 802.3. O IEEE procurou assegurar que os
padrões fossem compatíveis com o modelo da International Standards Organization (ISO)/OSI.
Para fazer isso, o padrão IEEE 802.3 teria que satisfazer às necessidades da camada 1 e da
parte inferior da camada 2 do modelo OSI. Como resultado, no 802.3, foram feitas algumas
pequenas modificações em relação ao padrão Ethernet original.

As diferenças entre os dois padrões eram tão insignificantes que qualquer placa de rede
Ethernet (NIC) poderia transmitir e receber quadros tanto Ethernet como 802.3.
Essencialmente, Ethernet e IEEE 802.3 são padrões idênticos.

A largura de banda de10 Mbps da Ethernet era mais do que o suficiente para os computadores
pessoais lentos (PCs) dos anos 80. No princípios dos anos 90, os PCs tornaram-se mais
rápidos, os tamanhos dos arquivos aumentaram e ocorreram gargalos no fluxo de dados. A
principal causa era a baixa disponibilidade de largura de banda. Em 1995, o IEEE anunciou um
padrão para 100 Mbps Ethernet. A esse, seguiram-se padrões para Ethernet de gigabit por
segundo (Gbps, 1 bilhão de bits por segundo) em 1998 e 1999.

Todos esses padrões são essencialmente compatíveis com o padrão Ethernet original. Um
quadro Ethernet podia sair de uma placa de rede Ethernet de cabo coaxial mais antiga de 10
Mbps instalada em um PC, ser colocado em um link de fibra Ethernet de 10 Gbps e ter seu
destino em uma placa de rede de 100 Mbps. Contanto que o pacote permaneça em redes
Ethernet, não será modificado. Por essa razão, a Ethernet é considera bem escalável. A
largura de banda da rede poderia ser aumentada muitas vezes sem modificar a tecnologia
Ethernet subjacente.

O padrão Ethernet original tem sido atualizado várias vezes com a finalidade de acomodar
novos meios físicos e taxas mais altas de transmissão. Essas atualizações proporcionam
padrões para as tecnologias emergentes e mantêm compatibilidade entre as variações da
Ethernet.

6.1.2 Regras de nomenclatura da Ethernet IEEE

A Ethernet não é apenas uma tecnologia, mas uma família de tecnologias de redes que
incluem a Ethernet Legada, Fast Ethernet e Gigabit Ethernet. As velocidades Ethernet podem
ser 10, 100, 1000, ou 10.000 Mbps. O formato básico dos quadros e as subcamadas IEEE das
camadas 1 e 2 do modelo OSI permanecem consistentes através de todas as formas de
Ethernet.

Quando a Ethernet precisa ser expandida para acrescentar um novo meio físico ou
capacidade, o IEEE publica um novo suplemento para o padrão 802.3. Os novos suplementos
recebem uma ou duas letras de designação, como 802.3u. Uma descrição abreviada
(denominada identificador) também é designada para o suplemento.

A descrição abreviada consiste em:

• Um número indicando o número de Mbps transmitido.


• A palavra base, indicando que foi usada a sinalização banda base (baseband).

87
• Uma ou mais letras do alfabeto, indicando o tipo do meio físico usado (F = cabo de
fibra ótica, T = par trançado de cobre não blindado).

A Ethernet se vale da sinalização banda base (baseband), que usa toda a largura de banda
disponível no meio físico de transmissão. O sinal de dados é transmitido diretamente através
do meio físico de transmissão.

Na sinalização de banda larga (broadband), o sinal de dados jamais é colocado diretamente no


meio físico. Um sinal analógico, a portadora, é modulado pelo sinal de dados e o sinal da
portadora modulado é então transmitido no meio físico. As transmissões de rádio e TV a cabo
usam a sinalização de banda larga (broadband). A Ethernet utiliza a sinalização de banda larga
(broadband) no padrão 10BROAD36. 10BROAD36 é o padrão IEEE para redes Ethernet
operando a 10Mbps que usa transmissão de banda larga (broadband) em cabo coaxial grosso.
Atualmente, o padrão 10BROAD36 está obsoleto.

O IEEE não pode forçar os fabricantes de equipamentos de redes a cumprirem completamente


todas as particularidades de qualquer padrão. O IEEE espera alcançar o seguinte:

• Fornecer informações de engenharia necessárias para a fabricação de dispositivos que


cumpram os padrões Ethernet.
• Promover inovações feitas pelos fabricantes

6.1.3 Ethernet e o modelo OSI

A Ethernet opera em duas áreas do modelo OSI, a metade inferior da camada de enlace de
dados, conhecida como subcamada MAC, e a camada física.

Para mover dados entre uma estação Ethernet e outra, os dados freqüentemente passam
através de um repetidor. As demais estações no mesmo domínio de colisão vêem o tráfego
que passa através de um repetidor. Um domínio de colisão é, portanto, um recurso
compartilhado. Quaisquer problemas originados em uma parte do domínio de colisão
geralmente afetam o domínio de colisão inteiro.

Um repetidor é responsável pelo encaminhamento de todo o tráfego a todas as outras portas.


O tráfego recebido por um repetidor jamais será enviado à porta de origem. Qualquer sinal
detectado por um repetidor será encaminhado. Se o sinal for degradado pela atenuação ou
pelo ruído, o repetidor tentará reconstruir e regenerar o sinal.

Os padrões garantem um mínimo de largura de banda e operacionalidade, ao especificar o


número máximo de estações, o comprimento máximo do segmento, o número máximo de
repetidores entre estações, etc. As estações que são separadas por repetidores estão dentro
do mesmo domínio de colisão. As estações separadas por bridges ou roteadores estão em
domínios de colisão diferentes.

88
A Figura mapeia uma variedade de tecnologias Ethernet para a metade inferior da camada 2
do modelo OSI e toda a camada 1. A camada 1 da Ethernet envolve as interfaces entre meios
físicos, sinais, fluxo de bits que se propagam nos meios físicos, componentes que colocam
sinais nos meios e várias topologias. A camada 1 da Ethernet realiza um papel importante na
comunicação que ocorre entre dispositivos, mas cada uma de suas funções tem limitações. A
camada 2 trata dessas limitações.

As subcamadas de enlace de dados contribuem significativamente para a compatibilidade da


tecnologia e a comunicação entre computadores. A subcamada MAC trata dos componentes
físicos que serão usados para comunicar as informações. A camada LLC (Logical Link Control)
permanece relativamente independente do equipamento físico que será usado para o processo
de comunicação.

A Figura mapeia uma variedade de tecnologias Ethernet para a metade inferior da camada 2
e para toda a camada 1do modelo OSI . Já que existem outras variedades de Ethernet,
aquelas exibidas aqui são as mais universalmente usadas.

6.1.4 Nomenclatura

Para permitir uma entrega local de quadros na Ethernet, deverá existir um sistema de
endereçamento, uma maneira exclusiva de identificação de computadores e interfaces. A
Ethernet usa endereços MAC que têm 48 bits de comprimento e são expressos como doze
dígitos hexadecimais. Os primeiros seis dígitos hexadecimais, que são administrados pelo
IEEE, identificam o fabricante ou o fornecedor. Esta parte do endereço MAC é conhecida como
OUI (Organizational Unique Identifier). Os seis dígitos hexadecimais restantes representam o
número de série da interface ou outro valor administrado pelo fabricante do equipamento
específico. Os endereços MAC às vezes são conhecidos como burned-in addresses (BIA),
porque são gravados na memória apenas de leitura (ROM) e são copiados na memória de
acesso aleatório (RAM) quando a placa de rede é inicializada.

Na camada de enlace de dados, cabeçalhos e trailers MAC são adicionados aos dados da
camada superior. O cabeçalho e o trailer contêm informações de controle destinadas à camada
de enlace de dados no sistema de destino. Os dados das camadas superiores são
encapsulados dentro do quadro da camada de enlace de dados, entre o cabeçalho e o trailer,
que é então transmitido na rede.

As placas de rede usam o endereço MAC para avaliar se a mensagem deve ser passada para
as camadas superiores do modelo OSI. A placa de rede faz essa avaliação sem usar o tempo
de processamento da CPU, proporcionando melhores tempos de comunicações na rede
Ethernet.

89
Em uma rede Ethernet, quando um dispositivo quer enviar dados, ele pode abrir um caminho
de comunicação com o outro dispositivo, usando o endereço MAC de destino. O dispositivo de
origem insere um cabeçalho com o endereço MAC do destino pretendido e envia os dados
para a rede. Como esses dados trafegam pelos meios físicos da rede, a placa de rede em cada
dispositivo na rede verifica se o seu endereço MAC corresponde ao endereço de destino físico
carregado pelo quadro de dados. Se não houver correspondência, a placa de rede descartará o
quadro de dados. Quando os dados chegam ao seu nó de destino, a placa de rede faz uma
cópia e passa o quadro adiante pelas camadas OSI. Em uma rede Ethernet, todos os nós
precisam examinar o cabeçalho MAC, mesmo que os nós de comunicação estejam lado a lado.

Todos os dispositivos conectados à rede local Ethernet têm interfaces endereçadas, inclusive
estações de trabalho, impressoras, roteadores e switches

6.1.5 Quadros da camada 2

Os fluxos de bits codificados (dados) em meios físicos representam uma grande realização
tecnológica, mas eles, sozinhos, não são suficientes para fazer com que a comunicação
ocorra. O enquadramento ajuda a obter as informações essenciais que não poderiam, de outra
forma, ser obtidas apenas com fluxos de bit codificados. Exemplos dessas informações são:

• Quais computadores estão se comunicando entre si


• Quando a comunicação entre computadores individuais começa e quando termina
• Providencia um método para a detecção de erros que ocorreram durante a
comunicação
• De quem é a vez de "falar" em uma "conversa" entre computadores

Enquadramento é o processo de encapsulamento da camada 2. Um quadro é uma unidade de


dados de protocolo da camada 2.

Um gráfico de tensão em relação ao tempo pode ser usado para visualizar bits. No entanto, ao
se lidar com unidades de dados maiores e informações de endereçamento e de controle, um
gráfico de tensão X tempo pode se tornar muito grande e confuso. Outro tipo de diagrama que
pode ser usado é o diagrama de formatode quadro, baseado em gráficos de tensão em relação
ao tempo. Diagramas de formato de quadros são lidos da esquerda para a direita, como um
gráfico de osciloscópio. O diagrama de formato de quadros exibe diferentes agrupamentos de
bits (campos) que executam outras funções.

Há muitos tipos diferentes de quadros descritos por diversos padrões. Um único quadro
genérico tem seções chamadas de campos e cada campo é composto de bytes. Os nomes
dos campos são os seguintes:

• Campo de início de quadro


• Campo de endereço
• Campo de comprimento/tipo
• Campo de dados
• Campo de seqüência de verificação de quadro

Quando os computadores estão conectados a um meio físico, deve haver alguma forma de
informar aos outros computadores quando eles estão a ponto de transmitir um quadro.
Tecnologias diversas têm formas diferentes de fazer isso, mas todos os quadros,
independentemente da tecnologia, têm uma seqüência de bytes para a sinalização do início de
quadro.

Todos os quadros contêm informações de identificação, como o nome do nó de origem


(endereço MAC) e o nome do nó de destino (endereço MAC).

90
A maioria dos quadros tem alguns campos especializados. Em algumas tecnologias, um campo
de comprimento especifica o comprimento exato de um quadro em bytes. Alguns quadros têm
um campo de tipo, que especifica que o protocolo da camada 3 está fazendo o pedido de
envio.

A finalidade do envio de quadros é a transferência de dados de camadas superiores,


essencialmente os dados de aplicativos do usuário, da origem para o destino. O pacote de
dados inclui a mensagem a ser transmitida, ou seja, os dados do aplicativo do usuário. Os
bytes de enchimento podem ser acrescentados para que os quadros possam ter um
comprimento mínimo para fins de temporização. Os bytes do LLC (Logical Link Control)
também estão incluídos no campo de dados nos quadros padrão IEEE. A subcamadas LLC
pega os dados do protocolo de rede, um pacote IP e adiciona mais informações de controle
para ajudar a entregar esse pacote IP ao nó de destino. A camada 2 comunica-se com as
camadas de nível superior através do LLC.

Todos os quadros e os bits, bytes e campos neles contidos, são susceptíveis a erros de uma
variedade de origens. O campo FCS (Frame Check Sequence) contém um número calculado
pelo nó de origem baseado nos dados do quadro. Esse FCS é, então, adicionado ao final do
quadro que está sendo enviado. Quando o nó de destino recebe o quadro, o número FCS é
recalculado e comparado ao número FCS incluído no quadro. Se os dois números são
diferentes, conclui-se que há um erro, o quadro é então descartado.

Em função da origem não ter como detectar que o quadro foi descartado, a retransmissão tem
que ser iniciada pelas camadas superiores por meio de protocolos orientados a conexão que
provêem um controle no fluxo de dados.

Existem três formas principais de calcular o número Frame Check Sequence:

• CRC (Verificação de Redundância Cíclica): realiza cálculos nos dados.


• Paridade bidimensional: coloca bytes individuais em uma matriz bidimensional, sobre
a qual é realizada uma verificação horizontal e vertical, criando um byte extra para que
se tenha um número par ou ímpar de 1s binários.
• Internet checksum: adiciona os valores de todos os bits de dados para obter uma
soma

O nó que transmite os dados deve obter atenção de outros dispositivos, para iniciar um quadro
e para concluir o quadro. O campo tamanho indica o fim do quadro, e o quadro é considerado
concluído depois do FCS. Algumas vezes, há uma seqüência formal de bytes chamada de
delimitadora de fim de quadro.

6.1.6 Estrutura do quadro Ethernet

Na camada de enlace de dados, a estrutura do quadro é quase idêntica para todas as


velocidades da Ethernet, desde 10 Mbps até 10.000 Mbps. No entanto, na camada física,
quase todas as versões de Ethernet são substancialmente diferentes umas das outras, com
cada velocidade tendo um diferente conjunto de regras de projeto de arquitetura.

Na versão da Ethernet que foi desenvolvida por DIX antes da adoção da versão IEEE 802.3 da
Ethernet, o Preâmbulo e o SFD (Start Frame Delimiter) foram combinados em um único campo,
apesar do padrão binário ser idêntico. O campo denominado Comprimento/Tipo foi identificado
apenas como Comprimento nas primeiras versões do IEEE e apenas como Tipo na versão
DIX. Esses dois usos do campo foram oficialmente combinados em uma versão mais recente
do IEEE, pois os dois usos do campo são comuns por toda a indústria.

91
O campo Tipo da Ethernet II está incorporado na definição de um quadro no padrão 802.3
atual. O nó receptor precisa determinar qual é o protocolo de camada superior que está
presente em um quadro de entrada, examinando o campo Comprimento/Tipo. Se o valor dos
dois octetos é igual ou maior que 0x0600 (hexadecimal), 1536 em decimal, então o conteúdo
do campo de dados (data field) do quadro é decodificado de acordo com o protocolo indicado.

6.1.7 Campos de um quadro Ethernet

Alguns dos campos permitidos ou exigidos em um Quadro Ethernet 802.3 são:

• Preâmbulo
• Delimitador de Início de Quadro
• Endereço de Destino
• Endereço de Origem
• Comprimento/Tipo
• Dados e Enchimento
• FCS
• Extensão

O Preâmbulo é um padrão de uns e zeros alternantes usado para a sincronização da


temporização em Ethernet assíncrona de 10 Mbps e em implementações mais lentas. As
versões mais rápidas da Ethernet são síncronas, e essa informação de temporização é
redundante mas mantida para fins de compatibilidade.

Um Delimitador de Início de Quadro consiste em um campo de um octeto que marca o final das
informações de temporização e contém a seqüência de bits 10101011.

O campo Endereço de Destino contém um endereço de destino MAC. O endereço de destino


pode ser unicast, multicast ou broadcast.

O campo Endereço de Origem contém um endereço de origem MAC. O endereço de origem é


geralmente o endereço unicast do nó Ethernet que está transmitindo. Existe, contudo, um
crescente número de protocolos virtuais em uso que utiliza, e às vezes, compartilha um
endereço MAC de origem específico para identificar a entidade virtual.

O campo Comprimento/Tipo suporta dois usos diferentes. Se o valor for inferior a 1536
decimal, 0x600 (hexadecimal), então o valor indica o comprimento. A interpretação do
comprimento é usada onde a Camada LLC proporciona a identificação do protocolo. O valor do
tipo especifica o protocolo da camada superior que recebe os dados depois que o

92
processamento da Ethernet estiver concluído. O tamanho indica o número de bytes de dados
que vêm depois desse campo.

O campo Dados e o enchimento (padding), se necessário, pode ser de qualquer tamanho que
não faça com que o quadro exceda o tamanho máximo permitido para o quadro A MTU
(Unidade de Transmissão Máxima) para Ethernet é de 1500 octetos. Portanto, os dados não
devem exceder esse tamanho. O conteúdo desse campo não é especificado. Um enchimento
não especificado será inserido imediatamente após os dados do usuário quando não houver
dados de usuário suficientes para que o quadro satisfaça o comprimento mínimo para o
quadro. A Ethernet exige que o quadro tenha entre 64 e 1518 octetos.

Uma FCS contém um valor CRC de 4 bytes que é criado pelo dispositivo emissor e recalculado
pelo dispositivo receptor para verificar se há quadros danificados. Já que a corrupção de um
único bit em qualquer lugar desde o início do Endereço de Destino até o final do campo FCS
fará com que o checksum seja diferente, o cálculo do FCS inclui o próprio campo FCS. Não é
possível distinguir entre a corrupção do próprio FCS e a corrupção de qualquer outro campo
usado no cálculo

6.2 Operação da Ethernet


6.2.1 Media Access Control (MAC)

MAC refere-se aos protocolos que determinam qual dos computadores em um ambiente de
meios físicos compartilhados, ou domínio de colisão, tem permissão para transmitir os dados.
O MAC, com o LLC, compreende a versão IEEE da Camada 2 do OSI. O MAC e o LLC são
subcamadas da Camada 2. Há duas abrangentes categorias de Controle de Acesso aos Meios,
determinístico (revezamento) e não determinístico (primeiro a chegar, primeiro a usar).

Exemplos de protocolos determinísticos incluem Token Ring e FDDI. Em uma rede Token Ring,
os hosts individuais são organizados em um anel e um token especial de dados circula ao
redor do anel, chegando a cada host seqüencialmente. Quando um host quer transmitir, ele
captura o token, transmite os dados durante um tempo limitado e depois encaminha o token até
o próximo host no anel. O Token Ring é um ambiente sem colisões pois apenas um host é
capaz de transmitir em qualquer dado momento.

Os protocolos MAC não-determinísticos usam uma abordagem primeiro a chegar, primeiro a


usar. O CSMA/CD é um sistema simples. A placa de rede observa se há ausência de sinal nos
meios físicos e começa a transmitir. Se dois nós transmitirem simultaneamente, ocorrerá uma
colisão e nenhum dos nós poderá transmitir.

Três tecnologias comuns da camada 2 são Token Ring, FDDI e Ethernet. Todas as três
especificam questões relativas à camada 2, LLC, nomeação, enquadramento e MAC, assim
como componentes de sinalização da Camada 1 e questões dos meios físicos. As tecnologias
específicas de cada uma delas são as seguintes:

• Ethernet: topologia de barramento lógico (o fluxo de informações acontece em um


barramento linear) e estrela física ou estrela estendida (cabeada como uma estrela)
• Token Ring: topologia lógica em anel (em outras palavras, o fluxo de informações é
controlado em um anel) e uma topologia física em estrela (em outras palavras, é
cabeada como uma estrela)
• FDDI: topologia em anel lógico (o fluxo de informações é controlado em um anel) e
topologia em anel duplo (cabeado como um anel duplo)

6.2.2 Regras MAC e detecção de colisões/backoff

A Ethernet é uma tecnologia de broadcast de meios físicos compartilhados. O método de


acesso CSMA/CD usado na Ethernet executa três funções:

93
• Transmitir e receber pacotes de dados
• Decodificar pacotes de dados e verificar se os endereços são válidos, antes de passá-
los às camadas superiores do modelo OSI
• Detectar erros dentro dos pacotes de dados ou na rede

No método de acesso CSMA/CD, os dispositivos de rede com dados a serem transmitidos


funcionam em modalidade de "escutar antes de transmitir". Isso significa que, quando um nó
deseja enviar dados, ele deve verificar primeiramente se os meios da rede estão ocupados. Se
o nó determinar que a rede está ocupada, o nó aguardará um tempo aleatório antes de tentar
novamente. Se o nó determinar que os meios físicos da rede não estão ocupados, o nó
começará a transmitir e a escutar. O nó escuta para garantir que nenhuma outra estação esteja
transmitindo ao mesmo tempo. Depois de completar a transmissão dos dados, o dispositivo
retornará ao modo de escuta.

Os dispositivos de rede detectam a ocorrência de uma colisão pelo aumento da amplitude do


sinal nos meios físicos da rede. Quando ocorre uma colisão, cada um dos nós que está
transmitindo continuará a transmitir por um curto espaço de tempo, para garantir que todos os
dispositivos identifiquem a colisão. Depois que todos os dispositivos detectaram a colisão, um
algoritmo de recuo (backoff) será invocado e a transmissão será interrompida. Os nós param
então de transmitir durante um tempo aleatório determinado pelo algoritmo de backoff. Quando
este período expirar, cada um dos nós envolvidos poderá tentar obter acesso aos meios físicos
da rede. Os dispositivos envolvidos na colisão não terão prioridade na transmissão

6.2.3 Temporização Ethernet

As regras e especificações básicas para a operação apropriada da Ethernet não são


particularmente complicadas, embora algumas implementações mais rápidas das camadas
físicas caminhem neste sentido. Apesar da simplicidade básica, quando surge um problema na
Ethernet é freqüentemente bem difícil identificar a origem. Devido à arquitetura de barramento
comum da Ethernet, também descrita como um único ponto distribuído de falhas, o escopo do

94
problema geralmente engloba todos os dispositivos dentro do domínio de colisão. Em situações
onde são usados repetidores, podem-se incluir dispositivos até quatro segmentos distantes.

Qualquer estação em uma rede Ethernet que deseje transmitir uma mensagem, primeiro
"escuta" para garantir que nenhuma outra estação esteja atualmente transmitindo. Se o cabo
estiver silencioso, a estação começará imediatamente a transmitir. O sinal elétrico demora um
pouco para trafegar pelo cabo (atraso) e cada repetidor subseqüente introduz um pouco de
latência no encaminhamento do quadro de uma porta até a próxima. Devido ao atraso e à
latência, é possível que mais de uma estação comece a transmissão no mesmo, ou quase no
mesmo momento. Isso resulta em uma colisão.

Se a estação conectada estiver operando em full-duplex, a estação poderá enviar e receber


simultaneamente e não deverão ocorrer colisões. A operação full-duplex também muda as
considerações de temporização e elimina o conceito de slot time (tempo de espera). A
operação full-duplex acomoda projetos de arquitetura de redes maiores já que é removida a
restrição de temporização para detecção de colisões.

Em half-duplex, contanto que não ocorra uma colisão, a estação emissora transmitirá 64 bits de
informações de sincronização de temporização, conhecidos como preâmbulo. A estação
emissora então transmitirá as seguintes informações:

• Informações de endereçamento MAC de destino e origem


• Outras informações de cabeçalho
• O próprio payload de dados
• Checksum (FCS) usado para garantir que a mensagem não foi corrompida ao longo do
caminho

As estações que recebem o quadro recalculam o FCS para determinar se a mensagem


recebida é válida e depois passam as mensagens válidas para a camada superior na pilha de
protocolos.

As versões de 10 Mbps e mais lentas da Ethernet são assíncronas. Assíncrona significa que
cada estação receptora usará os oito octetos de informações de temporização para sincronizar
o circuito receptor aos dados recebidos para depois descartá-las. As implementações de 100
Mbps e mais rápidas são síncronas. Síncrona significa que as informações de temporização
não são necessárias, porém por razões de compatibilidade o Preâmbulo e o Delimitador de
Inicio de Quadro (Start Frame Delimiter – SFD) permanecem presentes.

Para todas as velocidades de transmissão Ethernet a 1000 Mbps ou inferiores, o padrão


descreve como uma transmissão não pode ser menor que o slot time. O slot time para Ethernet
de 10 e 100 Mbps é de 512 tempos de bit, ou 64 octetos. O slot time para 1000 Mbps Ethernet
é de 4096 tempos de bit, ou 512 octetos. O slot time é calculado considerando comprimentos
máximos de cabo na maior arquitetura permitida para as redes. Todos os tempos de atraso da
propagação do hardware estão ao máximo permitido e o sinal de bloqueio (jam signal) de 32
bits é usado quando são detectadas colisões.

O slot time real calculado é um pouco maior que o tempo teórico exigido para transitar entre os
pontos mais distantes do domínio de colisão, colidir com outra transmissão no último instante
possível e depois enviar de volta os fragmentos da colisão à estação emissora para então ser
detectada. Para que o sistema funcione, a primeira estação precisa saber sobre a colisão antes
de terminar de enviar um quadro de tamanho mínimo permitido. Para permitir que uma 1000-
Mbps Ethernet opere em half-duplex, foi adicionado o campo Extensão ao enviar pequenos
fragmentos meramente para manter o transmissor ocupado durante um tempo suficiente para a
volta do fragmento da colisão. Esse campo está presente apenas em links half-duplex de 1000
Mbps e permite que os quadros de tamanho mínimo sejam de tamanho suficiente para
satisfazer os requisitos do slot time. Os bits do campo Extensão são descartados pela estação
receptora.

95
Na Ethernet de 10 Mbps, um bit na camada MAC exige 100 nanossegundos (ns) para
transmitir. A 100 Mbps aquele mesmo bit exige 10 ns para transmitir e a 1000 Mbps, leva
apenas 1 ns. Como estimativa aproximada, 20,3 cm (8 pol.) por nanossegundo é
freqüentemente usado para o cálculo do atraso de propagação ao longo do cabo UTP. Para
100 metros de UTP, significa que leva um pouco menos de 5 tempos de bit para um sinal
10BASE-T transitar todo o comprimento do cabo.

Para que a CSMA/CD Ethernet possa operar, a estação emissora deve estar ciente de uma
colisão antes de completar a transmissão de um quadro de tamanho mínimo. A 100 Mbps, a
temporização do sistema mal pode acomodar 100 metros de cabos. A 1000 Mbps, são exigidos
ajustes especiais, já que quase um quadro inteiro de tamanho mínimo seria transmitido antes
que o primeiro bit atravessasse os primeiros 100 metros no cabo UTP. Por essa razão half-
duplex não é permitido em 10-Gigabit Ethernet.

6.2.4 Espaçamento entre quadros (Interframe spacing) e backoff

O espaçamento mínimo entre dois quadros que não colidem é também conhecido como
espaçamento entre quadros (interframe spacing). A medida é feita desde o último bit do campo
FCS do primeiro quadro até o primeiro bit do preâmbulo do segundo quadro.

Depois de enviado um quadro, todas as estações na 10-Mbps Ethernet devem esperar um


mínimo de 96 tempos de bit (9,6 microssegundos) antes que qualquer estação possa ter
permissão para transmitir o próximo quadro. Nas versões mais rápidas de Ethernet o
espaçamento (spacing gap) permanece igual, 96 tempos de bit, mas o tempo exigido para
aquele intervalo vai diminuindo proporcionalmente. Esse intervalo é conhecido como intervalo
de espaçamento. O intervalo tem a finalidade de permitir que as estações mais lentas tenham
tempo para processar o quadro anterior e preparar para o próximo quadro.

É esperado que o repetidor regenere as informações completas de temporização de 64 bits,


que são o preâmbulo e o SFD, no início de cada quadro. Esse é o caso apesar da potencial
perda de alguns bits iniciais do preâmbulo devido à sincronização lenta. Devido a essa
reintrodução forçada de bits de temporização, uma pequena redução do intervalo entre
quadros não é somente possível, mas o esperado. Alguns chipsets Ethernet não se acomodam
à redução do espaçamento entre quadros e começam a deixar de ver os quadros à medida que
o intervalo seja reduzido. Com o aumento da potência de processamento nos dispositivos
desktop, seria muito fácil um computador pessoal saturar um segmento Ethernet com tráfego e
começar a transmitir novamente antes que fosse satisfeito o tempo de atraso do espaçamento
entre quadros.

Depois de ocorrer uma colisão e todas as estações permitirem que o cabo se torne inativo
(cada um espera o espaçamento completo entre quadros), as estações que colidiram então
precisam esperar outro período de tempo, que possivelmente aumentará ainda mais, antes que
tentem retransmitir o quadro que colidiu. O período de espera é intencionalmente definido
como aleatório para que duas estações não atrasem por um período de tempo idêntico antes
da retransmissão, resultando em mais colisões. Isso se realiza em parte mediante a expansão
do intervalo do qual o tempo da retransmissão aleatória é selecionado em cada tentativa de
retransmissão. O período de espera é medido em incrementos do slot time do parâmetro.

Se a camada MAC for incapaz de enviar o quadro após dezesseis tentativas, ela desiste e gera
um erro para a camada da rede. Tal ocorrência é comparativamente rara e só acontece sob
cargas de rede extremamente pesadas, ou quando existe um problema físico na rede.

6.2.5 Tratamento de erros

A condição de erro mais comum em redes Ethernet é a colisão. As colisões representam o


mecanismo para resolver a competição para o acesso à rede. A existência de algumas colisões
proporciona uma maneira elegante, simples e econômica dos nós da rede arbitrarem a

96
competição pelos recursos da rede. Quando a competição para a rede se torna excessiva, as
colisões podem se tornar um impedimento significativo para a operação útil da rede.

As colisões resultam em perda de largura de banda na rede igual à transmissão inicial e o sinal
de bloqueio (jam signal) da colisão. Isso é um atraso de consumo e afeta todos os nós de rede
e possivelmente causa uma redução significativa no throughput da rede.

A grande maioria de colisões ocorre bem no início do quadro, geralmente antes do SFD. As
colisões que ocorrerem antes do SFD geralmente não serão relatadas às camadas mais altas,
como se a colisão nunca tivesse ocorrido. Assim que uma colisão for detectada, as estações
emissoras transmitirão um sinal de "bloqueio" de 32 bits que cuidará da colisão. Isso é feito
para que quaisquer dados sendo transmitidos sejam completamente corrompidos e todas as
estações tenham a oportunidade de detectar a colisão.

Duas estações escutam para garantir que o cabo esteja inativo e depois transmitem. A estação
1 conseguiu transmitir uma boa porcentagem do quadro antes que o sinal chegasse ao último
segmento de cabo. A estação 2 não havia recebido o primeiro bit de transmissão antes do
início de sua própria transmissão e só conseguiu enviar poucos bits antes que a placa de rede
detectasse a colisão. A estação 2 imediatamente interrompeu a transmissão em andamento,
substituiu o sinal de bloqueio (jam signal) de 32 bits e interrompeu todas as transmissões.
Durante o evento de colisão e bloqueio que a Estação 2 experimentava, os fragmentos da
colisão estavam no seu caminho de volta através do domínio repetido de colisão em direção à
Estação 1. A Estação 2 completou a transmissão do sinal de bloqueio (jam signal) de 32 bits e
ficou silenciosa antes que a colisão se propagasse de volta à Estação 1, que ainda não sabia
da colisão e continuava a transmitir. Quando os fragmentos de colisão finalmente chegaram a
Estação 1, a transmissão atual foi interrompida e substituída por um sinal de bloqueio (jam
signal) de 32 bits em lugar do restante do quadro que estava sendo transmitido. Depois de
enviar o sinal de bloqueio (jam signal) de 32 bits a Estação 1 interrompeu todas as
transmissões.

Um sinal de bloqueio (jam signal) pode ser composto de quaisquer dados binários desde que
não formem um checksum apropriado para a porção do quadro já transmitido. O padrão de
dados mais universalmente observado para um sinal de bloqueio (jam signal) é simplesmente
uma repetição de um, zero, um, zero, o mesmo que o Preâmbulo. Quando observado por um
analisador de protocolos, esse padrão se parece como uma seqüência de repetição
hexadecimal 5 ou A. As mensagens corrompidas e parcialmente transmitidas são conhecidas
como fragmentos de colisão ou "runts". As colisões normais têm um comprimento inferior a 64
octetos e por isso falham no teste de comprimento mínimo e no teste de checksum FCS

6.2.6 Tipos de colisão

As colisões geralmente acontecem quando duas ou mais estações Ethernet transmitem


simultaneamente dentro de um domínio de colisão. Uma colisão simples é uma colisão que foi
detectada enquanto se tentava transmitir um quadro, mas que, na próxima tentativa, o quadro
foi transmitido com êxito. Colisões múltiplas indicam que o mesmo quadro colidiu
repetidamente antes de ser transmitido com êxito. Os resultados de colisões, fragmentos de
colisões, são quadros parciais ou corrompidos inferiores a 64 octetos e que têm um FCS
inválido. Os três tipos de colisão são:

• Local
• Remota
• Tardia

Para ser criada uma colisão local no cabo coaxial (10BASE2 e 10BASE5), o sinal se propaga
ao longo do cabo até encontrar um sinal de outra estação. As formas de onda então se
sobrepõem, cancelando algumas partes do sinal e reforçando ou duplicando outras partes. A
duplicação do sinal impele o nível de tensão do sinal além do máximo permitido. Esta condição

97
de sobretensão é então detectada por todas as estações no segmento do cabo local como uma
colisão.

No começo, a forma de onda representa dados codificados Manchester normais. Alguns ciclos
à frente na amostra, a amplitude da onda é duplicada. Esse é o começo da colisão, onde as
duas formas de onda estão se sobrepondo. Um pouco antes do final da amostra, a amplitude
retorna ao normal. Isto acontece quando a primeira estação a detectar a colisão interrompe a
transmissão e o sinal de bloqueio da segunda estação de colisão ainda é observado.

Em um cabo UTP, como 10BASE-T, 100BASE-TX e 1000BASE-T, uma colisão é detectada no


segmento local somente quando uma estação detecta um sinal no par RX ao mesmo tempo
que está transmitindo através do par TX. Como os dois sinais estão em pares diferentes, não
há nenhuma mudança característica no sinal. As colisões são reconhecidas em UTP somente
quando a estação está operando em half-duplex. A única diferença funcional entre a operação
half e full-duplex a esse respeito é se os pares de transmissão e recepção podem ou não ser
usados simultaneamente. Se a estação não estiver realizando uma transmissão, ela não
poderá detectar uma colisão local. Inversamente, uma falha no cabo, tal como um excesso de
diafonia, pode fazer com que a estação interprete a sua própria transmissão como uma colisão
local.

Uma colisão remota se caracteriza por um quadro de comprimento inferior ao mínimo, que
tenha um checksum FCS inválido, mas que não demonstre os sintomas de sobretensão ou
atividade RX/TX simultânea, indicativos de uma colisão local. Este tipo de colisão normalmente
resulta de colisões que ocorrem na extremidade remota de uma conexão repetida. Um
repetidor não transfere um estado de sobretensão e não pode ser a causa de uma estação ter
o par TX e o par RX ativos simultaneamente. A estação teria que estar transmitindo para ter os
dois pares ativos e isso constituiria uma colisão local. Nas redes com UTP, este é o tipo de
colisão mais freqüentemente observada.

Não existe mais possibilidade de uma colisão normal ou válido depois que os primeiros 64
octetos de dados tenham sido transmitidos pelas estações emissoras. As colisões que ocorrem
depois dos primeiros 64 octetos são chamadas "colisões tardias". A diferença mais significativa
entre colisões tardias e colisões que ocorrem antes da transmissão dos primeiros 64 octetos é
que a placa de rede Ethernet retransmite automaticamente os quadros que colidiram
normalmente, mas não retransmite automaticamente um quadro que colidiu mais tarde. Sob o
ponto de vista da placa de rede tudo saiu bem, e são as camadas superiores da pilha de
protocolos que devem determinar que o quadro foi perdido. Com exceção da retransmissão,
uma estação que detecta uma colisão tardia a trata de maneira idêntica a uma colisão normal

6.2.7 Erros da Ethernet

É inestimável o conhecimento dos erros típicos para entender tanto a operação quanto a
solução de problemas das redes Ethernet.

A seguir, temos as origens de erros de Ethernet:

• Colisão ou "runt": Transmissão simultânea que ocorre antes que tenha decorrido o
slot time.
• Colisão tardia: Transmissão simultânea que ocorre após ter decorrido o slot time.
• Jabber, erros de quadros longos (long frames) e de tamanho (range error):
Transmissão excessivamente longa ou de comprimento proibido
• Quadro pequeno (short frame), fragmento de colisão ou "runt": Transmissão muito
curta
• Erro de FCS: Transmissão corrompida
• Erro de alinhamento: Número insuficiente ou excessivo de bits transmitidos
• Erro de tamanho (range error): O número real e o número relatado de octetos no
quadro não são idênticos
• Fantasma ou jabber: Um preâmbulo anormalmente longo ou evento de bloqueio

98
Enquanto as colisões locais e remotas são consideradas como parte normal das operações da
Ethernet, as colisões tardias são consideradas erros. A presença de erros em uma rede
sempre indica que uma investigação mais detalhada é recomendável. A gravidade do problema
é uma indicação da urgência na solução dos erros detectados. Alguns erros detectados ao
longo de vários minutos ou horas seriam considerados uma baixa prioridade. Milhares de erros
detectados durante poucos minutos indicam que uma atenção urgente é recomendável.

O Jabber é definido em vários lugares no padrão 802.3 como sendo uma transmissão com uma
duração de pelo menos 20.000 a 50.000 tempos de bits. No entanto, a maioria das ferramentas
de diagnóstico relata o jabber sempre que é detectada uma transmissão que excede o
tamanho de quadro máximo permitido, o que é consideravelmente inferior a 20.000 a 50.000
tempos de bits. A maioria das referências ao jabber pode ser mais corretamente denominadas
quadros compridos (long frames).

Um quadro comprido (long frame) é maior que o tamanho máximo permitido, considerando se o
quadro foi marcado ou não. Não se considera se o quadro tem ou não um checksum FCS
válido. Este erro normalmente significa que foi detectado jabber na rede.

Um quadro pequeno é um quadro de tamanho inferior ao máximo permitido de 64 octetos, com


uma boa seqüência de verificação de quadro (FCS). Alguns analisadores de protocolos e
monitores de redes chamam tais quadros de "runts" (cotocos). Em geral, a presença de
quadros pequenos (short frames) não é nenhuma garantia de que a rede está falhando.

O termo "runt" é geralmente um termo impreciso da gíria que significa algo menor que um
quadro de tamanho permitido. Pode referir-se a quadros pequenos (short frames) com
checksums FCS válidos, embora, geralmente, refere-se a fragmentos de colisões

6.2.8 FCS e além

Um quadro recebido que tenha uma seqüência de verificação de quadro (FCS) defeituoso,
também conhecido como erro de Checksum ou erro de CRC, difere da transmissão original em
pelo menos um bit. Em um quadro de erro de FCS, as informações do cabeçalho
provavelmente estão corretas, mas o checksum calculado pela estação receptora não é igual
ao checksum incluído no final do quadro pela estação transmissora. O quadro é, então,
descartado.

Um grande número de erros FCS originados de uma única estação geralmente indica uma
placa de rede defeituosa e/ou softwares de drivers corrompidos ou, ainda, um defeito no cabo
que liga essa estação à rede. Se os erros de FCS forem associados a várias estações, então
eles geralmente podem ser atribuídos a defeitos no cabeamento, uma versão defeituosa do
driver das placas de rede, um defeito da porta de um hub ou um ruído derivado do sistema de
cabeamento.

Uma mensagem que não termina em um limite de octeto é conhecida como erro de
alinhamento. Em vez de existir um número correto de bits na formação dos grupos de octetos,
existem bits adicionais ou restantes (menos de oito). Tal tipo de quadro é truncado até o limite
de octeto mais próximo e, se o checksum FCS falhar, é relatado um erro de alinhamento. Em
muitos casos, este tipo de erro é causado por defeitos no software de drivers ou por colisões e,
freqüentemente, é acompanhado por falhas do checksum FCS.

Um quadro com valor válido no campo Length (Comprimento), mas que não possui o número
correto de octetos contados no campo de dados do quadro recebido, é conhecido como erro de
tamanho (range error). Este erro também aparece quando o valor no campo de comprimento é
inferior ao tamanho mínimo permitido sem enchimento adicional do campo de dados. Um erro
semelhante, Fora da Faixa (out of range), é relatado quando o valor no campo Length
(Comprimento) indica dados com tamanho superior ao limite permitido.

99
A Fluke Networks criou o termo "ghost" (fantasma) para significar energia (ruído) detectado no
cabo que parece ser um quadro, mas ao qual falta um SFD válido. Para ser qualificado como
fantasma, um quadro precisa ter um comprimento mínimo de 72 octetos, incluído o preâmbulo.
Caso contrário, é classificado como uma colisão remota. Devido à natureza peculiar dos
fantasmas, é importante notar que os resultados dos testes dependem em grande parte de
onde é realizada a medição no segmento.

Loops de terra e outros problemas de fiação são geralmente a causa dos quadros fantasmas. A
maioria das ferramentas de monitoração de redes não reconhece a existência de fantasmas
pela mesma razão que não reconhece colisões de preâmbulo. Essas ferramentas baseiam-se
totalmente nas informações fornecidas pelo chipset. Os analisadores de protocolo somente por
software, muitos analisadores baseados em hardware, ferramentas portáteis de diagnóstico,
assim como a maioria das pontas de prova RMON (de monitoração remota), não relatam tais
eventos.

6.2.9 Autonegociação da Ethernet

Com o crescimento da Ethernet de 10 a 100 e até 1000 Mbps, uma exigência era possibilitar a
interoperabilidade de cada uma destas tecnologias, a ponto de permitir a conexão direta entre
as interfaces de 10, 100 e 1000. Foi elaborado um processo denominado Autonegociação de
velocidades em half-duplex ou full-duplex. Especificamente, por ocasião da introdução da Fast
Ethernet, o padrão incluía um método de configurar automaticamente uma dada interface para
coincidir com a velocidade e capacidade do parceiro interligado. Este processo define como
dois parceiros de interligação podem negociar automaticamente a sua configuração para
oferecer o melhor nível de desempenho conjunto. O processo ainda possui a vantagem de
envolver somente a parte mais baixa da camada física.

10BASE-T exigia que cada estação emitisse um link pulse a cada 16 milissegundos,
aproximadamente, enquanto a estação não estivesse ocupada com a transmissão de uma
mensagem. A autonegociação adotou este sinal e deu-lhe o novo nome de Normal Link Pulse
(NLP). Quando é enviada uma série de NLPs em um grupo para fins de Autonegociação, o
grupo é denominado rajada de Fast Link Pulse (FLP). Cada rajada de FLP é enviada num
intervalo de temporização idêntico ao de um NLP e tem a finalidade de permitir que os
dispositivos 10BASE-T mais antigos operem normalmente no caso de receberem uma rajada
de FLP.

A Autonegociação é realizada pela transmissão de uma rajada de Link Pulses 10BASE-T de


cada um dos parceiros interligados. A rajada comunica as capacidades da estação
transmissora ao seu parceiro interligado. Após ambas as estações interpretarem o que a outra
parte está oferecendo, cada uma alterna para a configuração de desempenho conjunto mais
alto e estabelecem um link naquela velocidade. Se algo interromper as comunicações e o link
for perdido, os dois parceiros primeiro tentarão restabelecer o link à velocidade anteriormente
negociada. Se isso falhar, ou se tiver decorrido muito tempo desde a perda do link, o processo
de Autonegociação irá recomeçar. O link pode ser perdido devido a influências externas, como
falha do cabo, ou pela emissão de um reset por um dos parceiros

6.2.10 Estabelecimento de um link, full duplex e half duplex

Os parceiros interligados podem dispensar a oferta de configurações dentro da sua


capacidade. Isto permite que o administrador da rede force certas portas a uma velocidade
selecionada e a uma configuração de duplex predeterminada, sem desativar a Autonegociação.

A Autonegociação é opcional para a maioria das implementações de Ethernet. Gigabit Ethernet


exige a sua implementação, embora o usuário possa desativá-la. A Autonegociação foi
originalmente definida para implementações UTP de Ethernet e foi estendida para funcionar
com outras implementações em fibra ótica.

100
Quando uma estação em Autonegociação está tentando completar um link, ela deve ativar
100BASE-TX para tentar estabelecer imediatamente uma ligação. Se estiver presente a
sinalização 100BASE-TX e se a estação suportar 100BASE-TX, ela tentará estabelecer um link
sem negociação. Se qualquer sinalização produzir um link ou se forem recebidas rajadas de
FLP, a estação prosseguirá com essa tecnologia. Se um dos parceiros não oferecer uma
rajada FLP, mas oferecer NLPs no seu lugar, o dispositivo será automaticamente considerado
uma estação 10BASE-T. Durante este intervalo inicial de testes, procurando outras tecnologias,
o trajeto de transmissão está enviando rajadas de FLP. O padrão não permite a detecção em
paralelo de qualquer outra tecnologia.

Se for estabelecido um link através de detecção paralela, ele será forçosamente half-duplex.
Existem apenas dois métodos de se obter um link full-duplex. Um método é através de um ciclo
completo de Autonegociação e o outro é pela imposição da execução do full-duplex em ambos
os parceiros do link. Se um dos parceiros do link for forçado a full-duplex, mas o outro tentar a
Autonegociação, com certeza haverá uma incompatibilidade (mismatch) no modo de operaçào.
Isto resultará em colisões e erros nesse link. Além disso, se uma extremidade é forçada a full-
duplex, a outra também precisa ser forçada. A exceção a esta regra é a 10-Gigabit Ethernet,
que não suporta half-duplex.

Muitos fornecedores implementam o hardware de modo que ele alterne continuamente entre os
vários estados possíveis. Transmite rajadas de FLP para a Autonegociação durante certo
período e, em seguida, configura-se para Fast Ethernet, tenta um link durante certo período e
depois só escuta. Alguns fornecedores não oferecem qualquer tentativa de link até que a
interface ouça uma rajada de FLP ou algum outro esquema de sinalização.

Existem dois modos de operação, half e full duplex. Para meios compartilhados, o modo half-
duplex é obrigatório. Todas as implementações por cabo coaxial são half-duplex por natureza e
não podem operar em full-duplex. As implementações em UTP e em fibra podem ser operadas
em half-duplex. As implementações de 10-Gbps são especificadas exclusivamente para full-
duplex.

No modo half-duplex, só uma estação pode transmitir de cada vez. Para implementações por
cabo coaxial, uma segunda estação transmitindo ao mesmo tempo causa uma sobreposição de
sinais que se tornam corrompidos. Dado que UTP e fibra geralmente transmitem em pares
separados, os sinais não têm oportunidade de se sobreporem e se tornarem corrompidos.
Ethernet possui regras para arbitrar conflitos que surgem em ocasiões em que mais de uma
estação tenta transmitir de uma só vez. A ambas as estações em uma ligação full-duplex
ponto-a-ponto é permitido transmitir a qualquer momento, independentemente da outra estação
estar transmitindo ou não.

A Autonegociação evita a maioria das situações onde uma estação de uma ligação ponto-a-
ponto esteja transmitindo sob as regras de half-duplex e a outra esteja transmitindo sob as
regras de full-duplex.

Na situação em que os parceiros do link são capazes de compartilhar mais de uma tecnologia
conjunta. Esta lista é usada para determinar qual tecnologia deverá ser escolhida dentre as
configurações oferecidas.

As implementações de Ethernet de fibra ótica não são incluídas nesta lista de resolução de
prioridades porque os circuitos eletrônicos e óticos das interfaces não permitem uma
reconfiguração simples entre implementações. Presume-se que a configuração da interface
seja fixa. Se as duas interfaces são capazes de realizar a Autonegociação, então já estão
utilizando a mesma implementação de Ethernet. Entretanto, ainda existem várias opções de
configuração tais como a duplexação ou qual das estações servirá como Mestre para fins de
temporização, que precisa ser determinada

101
Resumo

Deve ter sido obtido um entendimento dos seguintes conceitos chave:

• Os conceitos básicos da tecnologia Ethernet


• As regras de nomenclatura da tecnologia Ethernet
• Como a Ethernet e o modelo OSI interagem
• O processo de enquadramento e a estrutura dos quadros
• Os nomes e a finalidade dos campos dos quadros Ethernet
• As características e funções do CSMA/CD
• Temporização Ethernet
• Espaçamento entre quadros
• Algoritmo e tempo de backoff após uma colisão
• Erros e colisões de Ethernet
• A Autonegociação em relação à velocidade e ao modo de operação

CAPITULO 07 – Tecnologias Ethernet


Visão Geral

A Ethernet tem sido a tecnologia de rede local de maior sucesso especialmente devido à
simplicidade de implementação se comparada com outras tecnologias. Uma outra razão do
sucesso da Ethernet é a flexibilidade da tecnologia que tem evoluído para atender às
exigências do meio físico. Este módulo apresenta as especificações dos tipos mais importantes
de Ethernet. O objetivo não é mostrar todos os detalhes sobre cada tipo de Ethernet, mas sim,
desenvolver um senso do que é comum em todas as formas de Ethernet.

As mudanças na Ethernet têm resultado em grandes melhoramentos na Ethernet 10-Mbps que


era utilizada no início dos anos 80. O padrão da Ethernet 10-Mbps permaneceu literalmente
inalterado até 1995, quando o IEEE anunciou um padrão para Fast Ethernet de 100 Mbps. Em
anos mais recentes, um crescimento ainda mais rápido na velocidade dos meios de
comunicação levou à transição de Fast Ethernet para Gigabit Ethernet. Os padrões para
Gigabit Ethernet surgiram em apenas três anos. Uma versão ainda mais rápida, a 10 Gigabit
Ethernet, já está disponível e estão sendo desenvolvidas versões ainda mais rápidas.

102
Nessas versões mais rápidas de Ethernet, o endereçamento MAC, o CSMA/CD e o formato de
quadros não foram modificados em relação aos utilizados nas primeiras versões de Ethernet.
No entanto, outros aspectos da sub-camada MAC, da camada física e dos meios de
comunicação foram alterados. Placas de rede (NICs) utilizando meio de cobre e capazes de
operar a 10/100/1000 são bastante comuns atualmente. Portas Gigabit para switches e para
roteadores estão se tornando o padrão nos wiring closets. A fibra óptica capaz de suportar o
Gigabit Ethernet é considerada um modelo para o cabeamento de backbone na maioria das
novas instalações.

Os alunos, ao concluírem este módulo, deverão poder:

• Descrever as diferenças e semelhanças entre Ethernet 10BASE5, 10BASE2 e


10BASE-T.
• Definir a codificação Manchester.
• Enumerar os fatores que afetam os limites de temporização da Ethernet.
• Enumerar os parâmetros de cabeamento 10BASE-T.
• Descrever as características principais e as variedades de Ethernet 100 Mbps.
• Descrever a evolução da Ethernet.
• Explicar os métodos MAC, os formatos de quadros e o processo de transmissão de
Gigabit Ethernet.
• Descrever a utilização de meios físicos e de codificação específicos para Ethernet
Gigabit.
• Identificar as pinagens e a fiação típica para as várias implementações de Ethernet
Gigabit.
• Descrever as semelhanças e as diferenças entre Gigabit e Ethernet Gigabit 10.
• Descrever as considerações básicas da arquitetura Gigabit e 10 Gigabit Ethernet

7.1 - Ethernet 10 Mbps e 100 Mbps

7.1.1 – Ethernet 10 Mbps

Ethernet 10BASE5, 10BASE2 e 10BASE-T são consideradas Ethernet Legadas (Antigas). As


quatro características comuns em todos os tipos de Ethernet legadas são os parâmetros de
temporização, o formato de quadros, o processo de transmissão e as regras básicas de
projeto.

103
A figura apresenta os parâmetros de operação da tecnologia Ethernet 10-Mbps. A Ethernet 10-
Mbps e versões mais lentas de Ethernet são assíncronas. Cada estação receptora usa 8
octetos de informação de temporização para sincronizar seus circuitos de recepção em relação
aos dados que chegam. 10BASE5, 10BASE2, e 10BASE-T compartilham os mesmos
parâmetros de temporização, conforme mostra a Figura (1 tempo de bit a 10 Mbps = 100
nanosegundos = 0,1 microsegundo = 10- milionésimos de um segundo). Isto significa que em
uma rede Ethernet 10-Mbps, 1 bit leva 100 ns para ser transmitido pela subcamada MAC.

Em todas as variações de Ethernet com taxas de transmissão de 1000Mbps ou inferiores, o


tempo de transmissão de um quadro não pode ser inferior a um slot time. Slot time é o tempo
exatamente acima ao tempo que leva, teoricamente, para ir de um extremo ao outro do maior
domínio de colisão Ethernet permitido, colidir com outra transmissão no último instante
possível, e detectar os fragmentos da colisão que retornaram à estação transmissora.

10BASE5, 10BASE2 e 10BASE-T também utilizam o mesmo formato de quadro.

Ethernet legada é idêntica até a parte mais baixa da camada física do modelo OSI. Quando o
quadro passa da subcamada MAC à camada física, processos adicionais ocorrem antes que os
bits sejam transferidos da camada física para o meio físico. Um processo importante é o sinal
SQE (Signal Quality Error). O SQE é uma transmissão enviada por um transceiver de volta à
controladora para que esta possa saber que o circuito de colisão está funcionando
corretamente. O SQE também é chamado de heartbeat (batimento cardíaco). O sinal SQE foi
projetado para corrigir o problema de versões mais antigas de Ethernet onde um host não
sabia se o transceiver estava conectado. Em half-duplex, o SQE é sempre usado. O SQE pode
ser usado em operações full-duplex mas não é imprescindível. O SQE é ativado nas seguintes
condições:

• Dentro de 4 a 8 microssegundos depois de uma transmissão normal, para indicar se o


quadro de saída foi transmitido com êxito.
• Sempre que houver uma colisão no meio físico.
• Sempre que houver um sinal inadequado no meio físico, como jabber ou reflexões que
resultem de um curto no cabo.
• Sempre que uma transmissão for interrompida.

104
Todas as formas de Ethernet 10 Mbps usam os octetos recebidos de uma subcamada MAC e
realizam um processo conhecido como codificação da linha. A codificação da linha descreve
exatamente como os bits são sinalizados no fio. As codificações mais simples têm
características elétricas e de temporização indesejáveis. Portanto, os códigos de linha foram
elaborados para que tenham propriedades de transmissão desejáveis. Esta forma de
codificação usada nos sistemas de 10-Mbps é conhecida como codificação Manchester.

A codificação Manchester se baseia no sentido da transição da borda do sinal no meio da


janela de tempo do bit, de forma a determinar o valor binário para aquele bit. A forma de onda
superior tem uma borda descendente de modo que é interpretada como 0 binário. A segunda
forma de onda apresenta uma borda ascendente que é interpretada como 1 binário. Na terceira
forma de onda existe uma seqüência binária alternada. Com os dados binários alternados não
há necessidade de voltar ao nível de voltagem anterior. Como se pode ver pela terceira e
quarta formas de onda no gráfico, os valores binários de bits são indicados pelo sentido da
mudança durante qualquer período de bits apresentado. Os níveis de voltagem da forma de
onda, no início ou no fim de qualquer período, não são fatores determinantes de valores
binários.

Todos os tipos de Ethernet legada possuem características comuns de arquitetura. Geralmente


as redes contêm vários tipos de meios físicos. O padrão garante que seja mantida a
interoperabilidade. O projeto completo é extremamente importante quando se implementa uma
rede utilizando diferentes meios. Conforme a rede vai crescendo, torna-se mais fácil a violação
dos limites máximos de atraso. Os limites de temporização são baseados em parâmetros, tais
como:

• O comprimento do cabo e seu atraso de propagação


• O atraso dos repetidores
• O atraso dos transceivers
• A redução do espaço entre quadros
• Atrasos dentro da estação

A Ethernet 10-Mbps opera dentro dos limites de temporização oferecidos por uma série de, no
máximo, cinco segmentos separados por até quatro repetidores, no máximo. Isto é conhecido
como a regra 5-4-3. Um máximo de quatro repetidores podem ser conectados em série entre

105
duas estações distantes. Pode haver no máximo três segmentos povoados entre duas
estações distantes

7.1.2 10BASE5

O produto original Ethernet 10BASE5 de 1980 transmitia 10 Mbps através de um único


barramento de cabo coaxial grosso. O 10BASE5 é importante pois foi o primeiro meio físico
usado pela Ethernet. 10BASE5 fazia parte do padrão 802.3 original. A principal vantagem de
10BASE5 era o comprimento. Hoje pode ser encontrado em instalações antigas, mas não seria
recomendado para novas instalações. Os sistemas 10BASE5 são econômicos e não exigem
configuração, mas os componentes básicos, como placas de rede, são muito difíceis de se
encontrar por serem sensíveis às reflexões de sinais no cabo. Os sistemas 10BASE5
representam também, um único ponto de falha.

10BASE5 usa codificação Manchester. Possui um condutor central sólido. Cada um dos (no
máximo) cinco segmentos de coaxial grosso pode ter até 500 m (1640,4 pés) de comprimento.
O cabo é grande, pesado e difícil de se instalar. No entanto, os limites de distância foram
favoráveis e isso prolongou a sua utilização em certas aplicações.

Já que o meio físico é composto de um único cabo coaxial, apenas uma estação pode
transmitir de cada vez, caso contrário, ocorrerá uma colisão. Portanto, 10BASE5 só funciona
em half-duplex, resultando num máximo de 10 Mbps de transferência de dados.

7.1.3 10BASE2

10BASE2 foi introduzido em 1985. A instalação era mais fácil porque o cabo era menor, mais
leve e mais flexível. Esta tecnologia ainda existe em redes antigas. Como o 10BASE5,
atualmente não é recomendado para novas instalações. É econômico e não necessita de hubs.
Da mesma forma, placas de rede para este meio também são difíceis de obter.

10BASE2 usa codificação Manchester. Os computadores de rede local eram ligados um ao


outro por uma série de lances de cabos coaxiais ininterruptos. Estes lances de cabo eram
ligados por conectores BNC a um conector em formato de T na placa de rede.

O meio físico em 10BASE2 utiliza um condutor central retorcido. Cada um dos cinco
segmentos de cabo coaxial fino permitidos entre estações pode ter um comprimento de até 185
metros, e cada estação é conectada diretamente ao conector BNC tipo “T” no cabo coaxial.

Apenas uma estação pode transmitir por vez, caso contrário ocorrerá uma colisão. 10BASE2
também usa half-duplex. A taxa máxima de transmissão de 10BASE2 é de 10 Mbps.

Podem haver até 30 estações em qualquer segmento 10BASE2. Dentre os cinco segmentos
consecutivos em série, entre quaisquer duas estações distantes, apenas três podem ter
estações ligadas a eles

7.1.4 10BASE-T

10BASE-T foi introduzido em 1990. 10BASE-T usava cabos de cobre de par trançado, não
blindado (UTP), que era mais barato e mais fácil de instalar que o cabo coaxial. O cabo era
plugado a um dispositivo central de conexão que continha o barramento compartilhado. Esse
dispositivo era um hub. Ele se localizava no centro de um conjunto de cabos que eram
distribuídos aos PCs como os raios de uma roda. Isto é conhecido como topologia estrela. As
distâncias que os cabos podiam ter até o hub, e a maneira pela qual o UTP era instalado,
levavam cada vez mais à utilização de estrelas compostas de estrelas, em uma topologia
chamada de estrela estendida. Originalmente, o 10BASE-T era um protocolo half-duplex, mas
a funcionalidade de full-duplex foi adicionada posteriormente. A explosão da popularidade da

106
Ethernet entre meados e fins dos anos 90 foi quando a Ethernet passou a dominar a tecnologia
de redes locais.

10BASE-T também usa codificação Manchester. Um cabo UTP 10BASE-T tem um condutor
sólido para cada fio nos 90 metros (no máximo) de cabo horizontal. O cabo UTP usa
conectores RJ-45 de oito pinos. Embora o cabo Categoria 3 seja adequado para utilização nas
redes 10BASE-T, recomenda-se enfaticamente que qualquer instalação nova de cabos seja
feita com Categoria 5 ou melhor. Todos os quatro pares de fios deverão ser usados conforme
os padrões de pinagem T568-A ou T568-B. Com os cabos instalados desta forma, é suportada
a utilização de vários protocolos sem que a fiação precise ser alterada. A Figura ilustra a
disposição da pinagem para uma conexão 10BASE-T. O par transmissor na extremidade
receptora é conectado ao par receptor no dispositivo conectado.

A utilização de half-duplex ou full-duplex é uma escolha de configuração. 10BASE-T transporta


10 Mbps de tráfego no modo half-duplex e 20 Mbps no modo full-duplex

7.1.5 Cabeamento e arquitetura do 10BASE-T

Os links 10BASE-T geralmente consistem numa conexão entre a estação e um hub ou switch.
Os hubs são repetidores multiportas e contam como parte do limite de repetidores permitidos
entre estações distantes. Os hubs não dividem os segmentos de rede em domínios de colisão
separados. Já que os hubs ou repetidores apenas estendem o comprimento de um segmento
de rede dentro de um único domínio de colisão, existe um limite do número de hubs que podem
ser usados naquele segmento. Os bridges e switches dividem um segmento em domínios de
colisão separados, deixando apenas as limitações dos meios físicos para determinar a
distância entre os switches. 10BASE-T limita a distância entre os switches em 100 m (328 pés).

Embora os hubs possam ser interligados, é melhor evitar esta configuração. Isto evita exceder
o limite do atraso máximo entre estações distantes. Quando houver a necessidade de vários
hubs, será melhor configurá-los em uma ordem hierárquica de maneira a criar uma estrutura de
árvore. O desempenho será melhorado se as estações forem separadas por poucos
repetidores

São aceitáveis todas as distâncias entre estações. Porém, a distância total de uma
extremidade da rede à outra, coloca a arquitetura em seu limite máximo. O aspecto mais
importante a ser considerado é como manter ao mínimo o atraso entre as estações distantes,
independente da arquitetura e dos tipos de meios envolvidos. Um atraso máximo menor
proporcionará um melhor desempenho global.

Os links 10BASE-T podem ter distâncias sem repetição de até 100 m. Embora isto possa
parecer uma grande distância, tipicamente será consumida totalmente quando se faz o
cabeamento de um edifício. Os hubs podem resolver as questões de distância mas permitirão a
propagação de colisões. A vasta introdução de switches tornou menos importante a limitação
de distâncias. Contando que as estações de trabalho estejam localizadas dentro de 100 m de
um switch, a distância de 100 m começa novamente no switch

107
7.1.6 Ethernet 100-Mbps

A Ethernet 100 Mbps é também conhecida como Fast Ethernet. As duas tecnologias que se
destacaram foram a 100BASE-TX, que utiliza um meio físico de cabo de cobre UTP e a
100BASE-FX que utiliza um meio físico de fibra ótica multimodo.

100BASE-TX e 100BASE-FX têm três características em comum: parâmetros de temporização,


formato de quadros e partes do processo de transmissão. 100BASE-TX e 100-BASE-FX
compartilham os parâmetros de sincronismo. Note que um tempo de bit em Ethernet 100 Mbps
é de 10 nseg = 0,01 microssegundos = 1 centésimo-milionésimo de um segundo.

O formato de quadro 100-Mbps é o mesmo do quadro 10-Mbps.

Fast Ethernet representa um aumento de dez vezes sobre a velocidade de 10BASE-T. Devido
ao aumento na velocidade, deve-se ter um cuidado adicional, pois os bits enviados diminuem
sua duração e ocorrem mais freqüentemente. Estes sinais de freqüência mais alta são mais
sensíveis a ruídos. Como resposta a essas questões, a Ethernet 100 Mbps usa duas etapas
separadas de codificação. A primeira parte da codificação usa uma técnica denominada 4B/5B,
a segunda parte da codificação é a codificação de linha específica para cobre ou fibra.

7.1.7 100BASE-TX

Em 1995, o 100BASE-TX era o padrão, usando cabo UTP Cat 5, que se tornou um sucesso
comercial.

O cabo coaxial Ethernet original usava transmissão half-duplex e apenas um dispositivo podia
transmitir de cada vez. Porém, em 1997, a Ethernet foi expandida para incluir a capacidade de
incluir full-duplex permitindo que mais de um PC em uma rede pudesse transmitir ao mesmo
tempo. Pouco a pouco os switches substituíram os hubs. Esses switches ou comutadores
tinham a capacidade de full-duplex e de manipular rapidamente quadros Ethernet.

100BASE-TX usa codificação 4B/5B, que é então embaralhada e convertida em níveis MLT-3
(multi-level transmit-3). Na figura, a janela destacada exibe quatro exemplos de forma de onda.
A forma de onda superior não possui transição no centro da janela de tempo de bit. A falta de
transição indica que um 0 binário está presente. A segunda forma de onda mostra uma
transição no centro da janela de timing. Um 1 binário é representado por uma transição. A
terceira forma de onda mostra uma seqüência binária alternada. A ausência de transição
binária indica um 0 binário, e a presença de transição indica um 1 binário. Uma borda
ascendente ou descendente indica um 1. Uma variação muito repentina no sinal indica um 1.
Qualquer linha horizontal detectada no sinal indica um 0.

A Figura exibe a pinagem para uma conexão 100BASE-TX. Observe que existem dois
caminhos separados de transmissão/recepção. Isto é idêntico à configuração 10BASE-T.

100BASE-TX transporta 100 Mbps de tráfego no modo half-duplex. No modo full-duplex,


100BASE-TX pode trocar 200 Mbps de tráfego. O conceito de full-duplex torna-se cada vez
mais importante conforme vai aumentando a velocidade da Ethernet.

7.1.8 100BASE-FX

Na época em que a Fast Ethernet baseada em cobre foi introduzida, foi também necessária
uma versão para fibra ótica. Uma versão para fibra ótica poderia ser usada para aplicações de
backbone, conexões entre andares e edifícios onde o cobre é menos desejável e também em
ambientes com muito ruído. 100BASE-FX foi criado para satisfazer essa necessidade. Porém,
100BASE-FX nunca foi adotado com êxito. Isto ocorreu devido à conveniente introdução dos
padrões Gigabit Ethernet em cobre e fibra. Os padrões Gigabit Ethernet são agora a tecnologia

108
dominante para as instalações de backbone, conexões cruzadas de alta velocidade e
necessidades de infra-estrutura geral.

A temporização, o formato de quadro e a transmissão são as mesmas nas versões em cobre e


em fibra ótica de Fast Ethernet 100 Mbps. 100BASE-FX, entretanto, usa a codificação NRZI, a
qual é apresentada na Figura . Na primeira forma de onda não há transição no sinal, o que
indica um 0 binário. A segunda forma de onda mostra uma transição no centro da janela de
timing. Um 1 binário é representado por uma transição. Na terceira forma de onda, existe uma
seqüência binária alternada. Neste exemplo, é mais óbvio que a falta de transição indica um 0
binário e a presença de transição indica um 1 binário

Caminhos separados de Transmissão (TX) e Recepção (RX) na fibra óptica 100BASE-FX


permitem uma transmissão a 200 Mbps.

7.1.9 Arquitetura Fast Ethernet

Os links Fast Ethernet geralmente consistem numa conexão entre uma estação e um hub ou
switch. Os hubs são considerados repetidores multiportas e os switches são considerados
bridges multiportas. Estão sujeitos ao limite de distância dos meios físicos UTP de 100 m.

Um repetidor Classe I pode introduzir até 140 tempos de bit de latência. Qualquer repetidor que
mude entre uma implementação Ethernet e outra é um repetidor Classe I. Repetidor classe II é
limitado a atrasos menores, 92 tempos de bit, porque ele repete imediatamente o sinal que
chega para todas as outras portas, sem que este passe por um processo de conversão. Para
obter um atraso menor, repetidores classe II podem conectar somente segmentos que utilizem
a mesma sinalização.

Como no caso das versões de 10 Mbps, é possível modificar algumas das regras de
arquitetura para as versões 100 Mbps. Porém, virtualmente não existe tolerância alguma para
atraso adicional. A modificação das regras de arquitetura é enfaticamente desencorajada para
100BASE-TX. O cabo 100BASE-TX entre os repetidores Classe II não pode exceder a 5
metros. Não é raro encontrar links operando em half-duplex em Fast Ethernet. No entretanto,
não é aconselhável usar half-duplex, pois o esquema de sinalização é basicamente para full-
duplex.

A Figura exibe as distâncias permitidas de cabos para cada configuração utilizada. Os links
100BASE-TX podem ter distâncias sem repetição de até 100 m. A introdução universal de
switches diminuiu a importância deste limite. Já que a maior parte de Fast Ethernet é
comutada, estes são os limites práticos entre dispositivos

7.2 Gigabit Ethernet e 10 Gigabit Ethernet


7.2.1 Ethernet 1000-Mbps

Os padrões para Ethernet 1000-Mbps ou Gigabit Ethernet representam transmissões usando


meios físicos tanto de fibra como de cobre. O padrão 1000BASE-X, IEEE 802.3z, especifica 1
Gbps full duplex sobre fibra óptica. O padrão 1000BASE-T, IEEE 802.3ab, usa cabo de par
trançado balanceado categoria 5, ou maior.

1000BASE-TX, 1000BASE-SX e 1000BASE-LX usam os mesmos parâmetros de


temporização, conforme exibido na Figura . Eles usam um tempo de bit de 1 nanossegundo
(0,000000001 segundo) ou 1 bilionésimo de segundo . O quadro Gigabit Ethernet possui o
mesmo formato usado para Ethernet 10 e 100-Mbps. Dependendo da implementação, a
Gigabit Ethernet pode usar diferentes processos para converter quadros em bits no cabo. A
Figura ilustra os formatos de quadro Ethernet.

109
As diferenças entre o padrão Ethernet, Fast Ethernet e Gigabit Ethernet ocorre na camada
física. Devido às velocidades aumentadas desses novos padrões, os tempos de bit de duração
mais curta necessitam de considerações especiais. Já que os bits são introduzidos nos meios
físicos por um tempo reduzido e com uma freqüência mais alta, a temporização é crítica. Esta
transmissão de alta velocidade exige freqüências próximas aos limites de largura de banda dos
meios de cobre. Isto faz com que os bits se tornem mais sensíveis ao ruído em meios de cobre.

Essas questões exigem que a Gigabit Ethernet use duas etapas separadas de codificação. A
transmissão de dados é agilizada com a utilização de códigos para representar o fluxo binário
de bits. Os dados codificados proporcionam características de sincronização, uso eficiente de
largura de banda e uma melhor relação Sinal/Ruído.

Na camada física, os padrões de bits da camada MAC são convertidos em símbolos. Os


símbolos podem também controlar informações como início e fim de quadro, e condições de
meio inativo. O quadro é codificado em símbolos de controle e de dados para aumentar o
throughput da rede.

Gigabit Ethernet (1000BASE-X) baseada em fibra usa codificação 8B/10B, que é semelhante
ao conceito 4B/5B. Isto é seguido pelo uso da codificação NRZ (Non-Return to Zero) da luz na
fibra óptica. Este processo mais simples de codificação é possível porque o meio físico da fibra
pode transportar sinais de maior largura de banda

7.2.2 1000BASE-T

Ao ser instalada a Fast Ethernet para aumentar a largura de banda das estações de trabalho,
começaram a aparecer gargalos nos troncos da rede. 1000BASE-T (IEEE 802.3ab) foi
desenvolvido para proporcionar largura de banda adicional para ajudar a aliviar tais gargalos.
Isto proporcionou mais throughput para dispositivos como backbones entre edifícios, links entre
switches, server farms e outras aplicações de wiring closet, assim como conexões para
estações de trabalho de alto desempenho. Fast Ethernet foi projetada para funcionar através
de cabos de cobre Cat 5 que foram terminados corretamente e que conseguissem passar nos
testes de certificação de cabos 5e. A maioria dos cabos Cat 5 que foram instalados conseguem
passar nos testes de certificação de cabos 5e. Um dos atributos mais importantes do padrão
1000BASE-T é que seja mutuamente operável com 10BASE-T e 100BASE-TX.

Já que o cabo Cat 5e pode transportar com confiabilidade até 125 Mbps de tráfego, conseguir
1000 Mbps (Gigabit) de largura de banda foi um desafio para o projeto. A primeira etapa para
viabilizar o 1000BASE-T é usar todos os quatro pares de fios, ao invés dos dois pares
tradicionais de fios usados para 10BASE-T e 100BASE-TX Isto é feito usando-se circuitos
complexos para permitir transmissões full-duplex no mesmo par de fios. Isto proporciona 250
Mbps por par. Com todos os pares de quatro fios, isto proporciona os 1000 Mbps desejados. Já
que as informações se propagam simultaneamente através dos quatro caminhos, os circuitos
precisam dividir quadros no transmissor e reorganizá-los no receptor.

A codificação 1000BASE-T com codificação de linha 4D-PAM5 é usada em cabos UTP Cat 5e,
ou melhores. Isto significa que a transmissão e recepção de dados ocorrem em ambos os
sentidos, no mesmo fio e ao mesmo tempo. Pode-se esperar que isso resulte em uma colisão
permanente nos pares de fios. Essas colisões resultam em padrões complexos de voltagens.
Com circuitos integrados complexos e usando técnicas tais como cancelamento de eco, FEC
da Camada 1 (Forward Error Correction) e a prudente seleção dos níveis de voltagem, o
sistema consegue um throughput de 1 Gigabit.

Em períodos de inatividade, existem nove níveis de voltagem encontrados no cabo e, durante


períodos de transmissão de dados, podem ser encontrados 17 níveis de voltagem no cabo.

110
Com este grande número de estados e com os efeitos de ruído, o sinal no fio parece mais
analógico que digital. Como é o caso de um sistema analógico, este sistema é mais sensível a
ruídos oriundos de problemas nos cabos e nas terminações.

Os dados vindos da estação emissora são cuidadosamente divididos em quatro fluxos


paralelos, codificados, transmitidos e detectados em paralelo e depois reorganizados e
recebidos em um só fluxo de bits. A Figura representa full-duplex simultâneo em pares de
quatro fios. 1000BASE-T suporta uma operação tanto em half-duplex como em full-duplex.
1000BASE-T full-duplex é amplamente utilizado.

7.2.3 1000BASE-SX e LX

O padrão IEEE 802.3 recomenda que a Gigabit Ethernet através de fibra seja a tecnologia
adequada para o backbone.

A temporização, o formato de quadros e a transmissão são iguais para todas as versões de


1000 Mbps. Dois esquemas de codificação de sinal são definidos na camada física. O
esquema 8B/10B é usado para fibra óptica e meios de cobre blindado, e a modulação de
amplitude de pulso 5 (PAM5) é usada para UTP.

1000BASE-X usa a codificação 8B/10B convertida em codificação de linha NRZ (Non-Return to


Zero). A codificação NRZ baseia-se no nível de sinal encontrado na janela de tempo de bit para
determinar o valor binário desse bit. Ao contrário de muitos dos outros esquemas de
codificação, este sistema é determinado pelo nível e não pela borda. Isto é, a determinação de
um bit representar 0 ou 1 é feita pelo nível do sinal e não quando o sinal muda de nível.

Os sinais NRZ são então inseridos na forma de pulsos para dentro da fibra usando fontes de
luz com comprimento de onda curta ou longa. As de comprimento de onda curta usam como
fonte um laser de 850 nm ou um LED em fibra óptica multimodo (1000BASE-SX). É a mais
econômica entre as opções, mas é limitada por distâncias mais reduzidas. As de comprimento
de onda longa (1310 nm) originadas por laser usam fibra óptica monomodo ou multimodo

111
(1000BASE-LX). Laser usado com fibra monomodo pode alcançar distâncias de até 5000
metros. Devido ao curto tempo necessário para ligar e desligar totalmente o LED ou o laser, a
luz é pulsada na fibra usando potência baixa e alta. Um 0 lógico é representado por uma luz de
baixa potência e um 1 por uma de alta potência.

O método de Controle de Acesso ao Meio trata o link como ponto-a-ponto. Já que fibras
separadas são usadas para transmissão (Tx) e recepção (Rx) a conexão é inerentemente full-
duplex. A Gigabit Ethernet permite um único repetidor entre duas estações. A Figura é um
gráfico de comparação dos meios físicos utilizados em Ethernet 1000BASE

7.2.4 Arquitetura Gigabit Ethernet

As limitações de distância dos links full-duplex são apenas definidas pelo meio físico e não pelo
atraso de ida e volta. Já que a maioria das Gigabit Ethernet é comutada, os valores nas Figuras
e são os limites práticos entre os dispositivos. São permitidas todas as topologias em cascata,
de estrela e de estrela estendida. A questão então passa a ser de topologia lógica e de fluxo de
dados, e não de temporização ou de limitações de distância.

Um cabo 1000BASE-T UTP é idêntico aos cabos 10BASE-T e 100BASE-TX, exceto que o
desempenho dos links precisa satisfazer os requisitos de qualidade mais altos de Categoria 5e
ou ISO Classe D (2000).

A modificação das regras definidas na arquitetura 1000BASE-T é totalmente desencorajada. A


100 metros, 1000BASE-T está operando perto do limite da capacidade do hardware em
recuperar o sinal transmitido. Quaisquer problemas de cabeamento ou ruído ambiental poderia
tornar inoperante um cabo normalmente compatível, mesmo a distâncias dentro das
especificações.

É recomendado que todos os links entre uma estação e um hub ou switch sejam configurados
para a Auto Negociação, de forma a permitir o mais alto desempenho comum a todos. Isto
evitará que seja realizada por acidente uma configuração errada dos outros parâmetros
exigidos para uma operação adequada do Gigabit Ethernet

7.2.5 Ethernet 10 Gigabit

IEEE 802.3ae foi adaptado para incluir transmissões 10 Gbps full-duplex através de cabos de
fibra óptica. As semelhanças básicas entre 802.3ae e 802.3, a Ethernet original, são
impressionantes. Esta 10-Gigabit Ethernet (10GbE) está evoluindo não só para redes locais
mas também para MANs e WANs.

Com o formato de quadros e outras especificações Ethernet da Camada 2, compatíveis com


padrões anteriores, 10GbE pode fornecer o aumento necessário na largura de banda para que
seja mutuamente operável com a infra-estrutura das redes já existentes.

Uma mudança conceitual importante para Ethernet está surgindo com 10GbE. Ethernet é
tradicionalmente considerada uma tecnologia para redes locais, mas os padrões da camada
física de 10GbE permitem uma extensão da distância de até 40 km sobre fibra monomodo e
compatibilidade com redes SONET (Synchronous Optical Network) e com a SDH (Synchronous
Digital Hierarchy). Uma operação a 40 km de distância torna a 10GbE uma tecnologia viável
para MAN. A compatibilidade com as redes SONET/SDH operando a velocidades de até OC-
192 (9,584640 Gbps) torna a 10GbE uma tecnologia viável para WAN. 10GbE pode também
competir com ATM para certas aplicações.

Em resumo, como se compara 10GbE com outras variedades de Ethernet?

112
• O formato dos quadros é idêntico, permitindo a sua mútua operabilidade com todas as
variedades de Ethernet legada, fast, gigabit e 10 Gigabit sem conversões de quadros
ou de protocolos.
• O tempo de bit agora é de 0,1 nanossegundo. As demais variáveis de tempo são
ajustadas apropriadamente.
• Não é necessário o CSMA/CD, já que são usadas apenas conexões de fibra full-
duplex.
• As subcamadas de IEEE 802.3, dentro das Camadas 1 e 2 do modelo OSI, na sua
maioria são preservadas, com algumas adições para acomodar 40 km de links de fibra
e a mútua operabilidade com as tecnologias SONET/SDH.
• Torna-se possível a criação de redes Ethernet flexíveis, eficientes, confiáveis e de
custo relativamente baixo do começo ao fim.
• O TCP/IP pode rodar sobre redes locais, MANs e WANs com um só método de
Transporte de Camada 2

O padrão básico que governa o CSMA/CD é IEEE 802.3. Um suplemento do IEEE 802.3,
conhecido como 802.3ae, regula a família 10GbE. Como é típico para novas tecnologias, uma
série de implementações estão sendo consideradas

• 10GBASE-SR: Destinado a curtas distâncias através de fibras multimodo já instaladas,


suporta uma distância entre 26 m e 82 m
• 10GBASE-LX4: utiliza WDM (Wavelength Division Multiplexing), suporta distâncias de
240 m a 300 m através das fibras multimodo já instaladas, e 10 km através de fibras
monomodo
• 10GBASE-LR e 10GBASE-ER: Suporta de 10 km a 40 km através de fibra monomodo
• 10GBASE-SW, 10GBASE-LW e 10GBASE-EW: Conhecidos de forma genérica como
10GBASE-W são destinados a funcionar com equipamentos OC-192 STM
(synchronous transport module) SONET/SDH para WAN

A Força Tarefa IEEE 802.3ae e a Ethernet Alliance 10-Gigabit (10 GEA) estão trabalhando
para padronizar essas tecnologias emergentes.

A Ethernet 10-Gbps (IEEE 802.3ae) foi padronizada em junho de 2002. É um protocolo full-
duplex que usa fibra ótica como meio de transmissão. A distância máxima de transmissão
depende do tipo de fibra a ser usada. Quando se usa fibra monomodo como o meio de
transmissão, a distância máxima de transmissão é de 40 quilômetros (25 milhas). Algumas
discussões entre os membros do IEEE sugerem a possibilidade de padrões para 40, 80 e
mesmo 100-Gbps Ethernet

7.2.6 Arquiteturas 10 Gigabit Ethernet

Semelhante ao desenvolvimento da Gigabit Ethernet, o aumento da velocidade é


acompanhado por requisitos adicionais. A reduzida duração do tempo de bit, devido ao
aumento da velocidade, requer considerações especiais. Para transmissões 10 GbE, cada
duração de bit de dados é 0,1 nanossegundo. Isto significa que poderá haver 1.000 bits de
dados GbE, no mesmo tempo de bit de um só bit de dados de um fluxo de dados Ethernet 10-
Mbps. Devido à curta duração do bit de dados 10 GbE, às vezes é difícil distinguir entre um bit
de dados e ruído. A transmissão de dados 10 GbE conta com a precisão na temporização dos
bits para separar os dados dos efeitos do ruído na camada física. Este é o propósito da
sincronização.

Como resposta a estas questões de sincronização, largura de banda e Relação Sinal/Ruído, o


10 Gigabit Ethernet usa duas etapas separadas de codificação. A transmissão se torna mais
eficiente com a utilização de códigos que representam os dados do usuário. Os dados
codificados proporcionam características como sincronização, uso eficiente de largura de
banda e uma melhoria na relação Sinal/Ruído.

113
Fluxos de bits seriais complexos são usados para todas as versões de 10GbE, exceto para
10GBASE-LX4, que usa (WWDM) (Wide Wavelength Division Multiplex) para multiplexar quatro
fluxos de bits simultâneos, como quatro feixes de luz de diferentes comprimentos de onda,
projetados simultaneamente na fibra.

A Figura representa o caso particular da utilização de quatro fontes de luz com comprimentos
de onda ligeiramente diferentes. Ao ser recebido pelo meio, o sinal ótico é demultiplexado em
quatro fluxos óticos separados. Os quatro fluxos óticos são então convertidos de volta em
quatro fluxos de bits, enquanto passam por processo reverso semelhante através das
subcamadas da camada MAC.

Atualmente, a maioria dos produtos 10GbE está na forma de módulos, ou placas (line cards),
para serem incorporados em switches e roteadores de alto desempenho. Conforme as
tecnologias 10GbE vão evoluindo, é de se esperar um aumento na diversidade de
componentes de sinalização. Conforme as tecnologias óticas vão evoluindo, são incorporados
nesses produtos transmissores e receptores melhorados, valendo-se cada vez mais da
modularidade. Todas as variedades de 10GbE usam meios de fibra ótica. Os tipos de fibras
incluem fibra monomodo 10µ e 50µ e fibras multimodo 62.5µ. É suportada uma série de fibras
com diferentes características de atenuação e dispersão, o que limita as distâncias de
operação.

Embora o suporte seja limitado aos meios de fibras ópticas, alguns dos comprimentos máximos
de cabo são surpreendentemente curtos. Não há repetidor definido para 10-Gigabit Ethernet já
que o half-duplex não é explicitamente suportado.

Como é o caso das versões 10 Mbps, 100 Mbps e 1000 Mbps, é possível modificar
ligeiramente algumas das regras da arquitetura. Possíveis ajustes na arquitetura são
relacionados à perda de sinais e distorção ao longo do meio físico. Devido à dispersão do sinal
e outras questões, o pulso de luz se torna indecifrável a partir de certas distâncias

7.2.7 Futuro da Ethernet

A Ethernet tem passado por uma evolução: tecnologias Ethernet legada Fast ? Gigabit?
MultiGigabit. Enquanto outras tecnologias de redes locais ainda podem ser encontradas em
funcionamento (instalações antigas), a Ethernet domina as novas instalações de redes locais.
Tanto é que algumas se referem a Ethernet como o "tom de discagem" da rede local. Ethernet

114
agora é o padrão para conexões horizontais, verticais e entre edifícios. As versões de Ethernet
recentemente desenvolvidas estão tornando confusas as distinções entre redes locais, MANs e
WANs.

Enquanto há atualmente uma ampla disponibilidade de produtos 1-Gigabit Ethernet e os de 10


Gigabit estão se tornando mais acessíveis, o IEEE e o Ethernet Alliance estão trabalhando com
padrões de 40, 100 ou mesmo 160 Gbps. As tecnologias que serão adotadas dependem de
vários fatores, inclusive da taxa de maturação das tecnologias e padrões, da taxa de adoção no
mercado, e custos.

Já têm sido feitas outras propostas de esquemas de arbitramento Ethernet além do CSMA/CD.
O problema de colisões existente nas topologias físicas de barramentos do 10BASE5 e do
10BASE2 e nos hubs 10BASE-T e 100BASE-TX já não são tão comuns. O uso de cabos UTP
e de fibra ótica com caminhos separados de Tx e Rx, e a redução nos custos de switches
tornam muito menos importantes as conexões em um único meio físico compartilhado e half-
duplex.

O futuro dos meios físicos de rede engloba três fatores:

1. Cobre (até 1000 Mbps, talvez mais)


2. Wireless (sem-fio) (aproximadamente 100 Mbps, talvez mais)
3. Fibra óptica (atualmente até 10.000 Mbps e em breve será mais)

Os meios de cobre e wireless têm certas limitações físicas e práticas nos sinais das
freqüências mais altas que podem ser transmitidos. Este não é um fator limitador para a fibra
ótica num futuro próximo. As limitações de largura de banda da fibra óptica são extremamente
grandes e ainda não estão sendo ameaçadas. Nos sistemas de fibra, é a tecnologia eletrônica
(como emissores e detectores) e o processo de manufatura de fibras que mais limitam a
velocidade. Futuros desenvolvimentos na Ethernet provavelmente envolverão fontes de luz
Laser e fibra óptica monomodo mais do que qualquer outra tecnologia.

Quando a Ethernet era mais lenta, half-duplex, sujeita a colisões e a um processo


"democrático" para priorização, não era considerada como tendo capacidades de QoS
(Qualidade de Serviço) necessárias para lidar com certos tipos de tráfego. Isto incluía telefonia
IP e vídeo multicast.

As tecnologias Ethernet para full-duplex em alta velocidade, que agora dominam o mercado,
estão se mostrando suficientes para suportar mesmo as aplicações que fazem uso intensivo de
QoS. Isto torna a gama de aplicações potenciais em redes Ethernet ainda mais ampla. É
irônico que a capacidade de QoS fim-a-fim ajudou a impulsionar o uso de ATM no ambiente
dos desktops e na WAN em meados dos anos 90, mas agora é a Ethernet e não o ATM que
está alcançando esta meta

Resumo

Deve ter sido alcançada a compreensão dos seguintes conceitos importantes:

• As diferenças e semelhanças entre Ethernet 10BASE5, 10BASE2 e 10BASE-T


• Codificação Manchester
• Os fatores que afetam os limites de temporização Ethernet
• Os parâmetros de fiação 10BASE-T
• As características principais e as variedades de Ethernet 100-Mbps
• A evolução da Ethernet
• Os métodos MAC, os formatos de quadros e o processo de transmissão de Gigabit
Ethernet
• A utilização meios específicos e de codificação em Gigabit Ethernet
• As pinagens e a fiação típica para as várias implementações de Gigabit Ethernet

115
• As semelhanças e as diferenças entre Gigabit e 10 Gigabit Ethernet
• As considerações básicas das arquiteturas Ethernet Gigabit e 10 Gigabit

CAPITULO 08 – Comutação Ethernet


Visão Geral

A Ethernet compartilhada funciona extremamente bem sob condições ideais. Quando o número
de dispositivos que tentam acessar a rede é baixo, o número de colisões permanece bem
dentro dos limites aceitáveis. No entanto, quando aumenta o número de usuários na rede, o
aumento do número de colisões pode causar um desempenho inaceitavelmente baixo. O uso
de bridges foi elaborado para ajudar a amenizar os problemas de desempenho que surgiram
devido ao aumento das colisões. A comutação evoluiu a partir do bridging para tornar-se a
tecnologia principal nas modernas redes locais Ethernet.

As colisões e broadcasts são eventos esperados nas redes modernas. Aliás, são elaborados
como parte integrante do projeto de Ethernet e das tecnologias de camadas superiores. Porém,
quando as colisões e broadcasts ocorrem em número acima do aceitável, o desempenho da
rede é afetada. O conceito de domínios de colisão e de broadcast trata de como as redes
podem ser projetadas para limitarem os efeitos negativos das colisões e broadcasts. Este
módulo explora os efeitos de colisões e broadcasts sobre o tráfego da rede e depois descreve
como as bridges e roteadores são usados para segmentar as redes para obter-se um melhor
desempenho.

Os alunos, ao concluírem este módulo, deverão poder:

• Definir bridging e comutação.


• Definir e descrever a tabela CAM (content-addressable memory).
• Definir a latência.
• Descrever os modos armazenar e encaminhar e comutação cut-through.
• Explicar o protocolo STP (Spanning-Tree Protocol).
• Definir colisões, broadcasts, domínios de colisão e domínios de broadcast.
• Identificar os dispositivos de Camada 1, 2 e 3 usados para criar domínios de colisão e
domínios de broadcast.
• Discutir fluxo de dados e problemas com broadcasts.
• Explicar a segmentação de redes e relatar os dispositivos usados para criar segmentos

8.1 Comutação Ethernet


8.1.1 Bridging da Camada 2

Conforme vão sendo adicionados nós a um segmento físico Ethernet, vai aumentando a
competição para os meios. Ethernet significa meios compartilhados, o que quer dizer que
somente um nó de cada vez pode transmitir dados. O acréscimo de mais nós aumenta a
demanda sobre a largura de banda disponível e coloca cargas adicionais nos meios físicos.
Com o aumento do número de nós em um único segmento, aumenta a probabilidade de
colisões, o que resulta em mais retransmissões. A solução deste problema é dividir os grandes
segmentos em partes e separá-las em domínios de colisão isolados.

Para que isso seja feito, uma bridge mantém uma tabela de endereços MAC e as portas a eles
associadas. A bridge então encaminha ou descarta os quadros baseados nas entradas da
tabela. As seguintes etapas ilustram a operação de uma bridge.

116
• A bridge acaba de ser iniciada de modo que a tabela da bridge está vazia. A bridge só
espera o tráfego no segmento. Quando o tráfego é detectado, ele é processado pela
bridge.
• O Host A está fazendo ping ao Host B. Já que os dados são transmitidos no segmento
inteiro do domínio de colisão, tanto a bridge como o Host B processam o pacote.
• A bridge acrescenta o endereço de origem do quadro à sua tabela de bridge. Já que o
endereço estava no campo endereço de origem e o quadro foi recebido na porta 1, o
quadro precisa estar associado com a porta 1 na tabela.
• O endereço de destino do quadro é comparado com a tabela da bridge. Já que o
endereço não está na tabela, apesar de estar no mesmo domínio de colisão, o quadro
é encaminhado ao outro segmento. O endereço do Host B ainda não foi registrado
porque somente o endereço de origem de um quadro é registrado.
• O Host B processa a solicitação de ping e transmite uma resposta de ping de volta ao
Host A. Os dados são transmitidos através de todo o domínio de colisão. Tanto o Host
A como a bridge recebem o quadro e o processam.
• A bridge acrescenta o endereço de origem do quadro à sua tabela de bridge. Já que o
endereço de origem não estava na tabela da bridge e foi recebido na porta 1, o
endereço de origem do quadro precisa ser associado à porta 1 na tabela. O endereço
de destino do quadro é comparado com a tabela da bridge para ver se a entrada
consta. Já que o endereço está na tabela, a designação da porta é verificada. O
endereço do Host A é associado à porta pela qual o quadro entrou, de modo que o
quadro não é encaminhado.
• O Host A agora vai fazer ping ao Host C. Já que os dados são transmitidos no
segmento inteiro do domínio de colisão, tanto a bridge como o Host B processam o
quadro. O Host B descarta o quadro porque não era o destino pretendido.
• A bridge acrescenta o endereço de origem do quadro à sua tabela de bridge. Já que o
endereço já está registrado na tabela de bridge a entrada é apenas renovada.
• O endereço de destino do quadro é comparado com a tabela de bridge para ver se a
entrada consta. Já que o endereço não consta da tabela, o quadro é encaminhado ao
outro segmento. O endereço do Host C ainda não foi registrado porque somente o
endereço de origem de um quadro é registrado.
• O Host C processa a solicitação de ping e transmite uma resposta de ping de volta ao
Host A. Os dados são transmitidos através de todo o domínio de colisão. Tanto o Host
D como a bridge recebem o quadro e o processam. O Host D descarta o quadro
porque não era o destino pretendido.
• A bridge acrescenta o endereço de origem do quadro à sua tabela de bridge. Já que o
endereço estava no campo de endereços de origem e o quadro foi recebido na porta 2,
o quadro precisa estar associado à porta 2 na tabela.
• O endereço de destino do quadro é comparado com a tabela da bridge para ver se a
entrada consta. O endereço consta da tabela mas está associado à porta 1, por isso, o
quadro é encaminhado ao outro segmento.

117
• Quando o Host D transmite dados, o seu endereço MAC também é registrado na tabela
da bridge. É assim que a bridge controla o tráfego entre os domínios de colisão.

Estas são as etapas que a bridge usa para encaminhar e descartar quadros recebidos em
qualquer uma de suas portas

8.1.2 Comutação da Camada 2

Geralmente, uma bridge possui apenas duas portas e divide o domínio de colisão em duas
partes. Todas as decisões feitas por uma bridge são baseadas no endereçamento MAC ou da
Camada 2 e não afetam o endereçamento lógico ou da Camada 3. Assim, uma bridge divide
um domínio de colisão mas não tem efeito nenhum no domínio lógico ou de broadcast. Não
importa quantas bridges existam em uma rede, a não ser que haja um dispositivo como um
roteador que funcione com o endereçamento da Camada 3, a rede inteira compartilhará o
mesmo espaço de endereço lógico de broadcast. Uma bridge criará mais domínios de colisão
mas não adicionará domínios de broadcast.

Um switch é essencialmente uma bridge rápida multiportas, que pode conter dezenas de
portas. Em vez de criar dois domínios de colisão, cada porta cria seu próprio domínio de
colisão. Em uma rede de vinte nós, podem existir vinte domínios de colisão se cada nó for
ligado em sua própria porta no switch. Se estiver incluída uma porta uplink, um switch criará
vinte e um domínios de colisão com um único nó. Um switch dinamicamente constrói e mantém
uma tabela CAM (Content-Addressable Memory), mantendo todas as informações MAC
necessárias para cada porta

8.1.3 Switch operation

Um switch é simplesmente uma bridge com muitas portas. Quando apenas um nó está
conectado a uma porta do switch, o domínio de colisão nos meios compartilhados contém
apenas dois nós. Os dois nós neste pequeno segmento, ou domínio de colisão, consistem na
porta do switch e o host conectado a ela. Estes pequenos segmentos físicos são conhecidos
como microssegmentos. Outra capacidade se revela quando apenas dois nós são conectados.
Em uma rede que usa cabeamento de par trançado, um par é usado para transportar o sinal
transmitido de um nó para outro. Um segundo par é usado para o sinal de retorno ou sinal
recebido. É possível a passagem simultânea dos sinais através de ambos os pares. A
capacidade da comunicação nos dois sentidos ao mesmo tempo é conhecida como full duplex.
A maior parte dos switches é capaz de suportar full duplex, como é o caso das placas de rede
(NICs). No modo full duplex, não existe competição para os meios. Assim, um domínio de
colisão não mais existe. Teoricamente, a largura de banda é o dobro quando o full duplex é
usado.

Além de microprocessadores e memória mais rápidas, dois outros avanços na tecnologia


possibilitaram a existência de switches. A CAM (Content-addressable memory) é uma memória
que funciona de maneira contrária, comparada à memória convencional. A introdução de dados
na memória retornará o endereço associado. A utilização da CAM permite que um switch
encontre diretamente a porta associada ao endereço MAC sem usar algoritmos de procura. Um
ASIC (application-specific integrated circuit) é um dispositivo que consiste de gates lógicos não
dedicados que podem ser programados para realizar funções a velocidades de própria lógica.
As operações antes realizadas no software agora podem ser realizadas no hardware, usando-
se um ASIC. A utilização destas tecnologias reduz imensamente os atrasos causados pelo
processamento de software e permite que um switch acompanhe as exigências de dados dos
vários microssegmentos e da taxa alta de bits

118
8.1.4 Latência

A latência é o atraso entre o tempo que o quadro primeiro começa a sair do dispositivo de
origem e o tempo que a primeira parte do quadro chega ao seu destino. Uma grande variedade
de condições pode causar atrasos a medida que o quadro se propaga desde a origem até o
destino:

1. Atrasos do meio físico causados pela velocidade finita em que os sinais podem se
propagar através do meio físico.
2. Atrasos de circuito causados pelos circuitos eletrônicos que processam o sinal ao longo
do caminho.
3. Atrasos de software causados pelas decisões que o software precisa tomar para
implementar a comutação e os protocolos.
4. Atrasos causados pelo conteúdo do quadro e onde na comutação do quadro poderão
ser feitas as decisões de comutação. Por exemplo, um dispositivo não pode rotear um
quadro para um destino até que o endereço MAC de destino tenha sido lido

8.1.5 Modos de um switch

A maneira pela qual um quadro é comutado à sua porta de destino é uma concessão entre
latência e confiabilidade. Um switch poderá começar a transferir o quadro assim que o
endereço MAC de destino for recebido. A comutação feita neste ponto é conhecida como
comutação cut-through e resulta na latência mais baixa através do switch. No entanto, não
oferece nenhuma verificação de erros. Por outro lado, o switch pode receber um quadro
completo antes de enviá-lo à porta de destino. Isso dá ao software do switch a oportunidade de
verificar o FCS (Frame Check Sequence) para garantir que o quadro foi recebido com
integridade antes de enviá-lo ao destino. Se o quadro for identificado como inválido, ele será
descartado nesse switch e não no destino final. Já que o quadro inteiro é armazenado antes de
ser encaminhado, este modo é conhecido como armazenar e encaminhar. Uma solução
intermediária entre os modos cut-through e armazenar e encaminhar é o modo livre de
fragmentos. O modo livre de fragmentos lê os primeiros 64 bytes, que incluem o cabeçalho do
quadro, e a comutação se inicia antes que sejam lidos todo o campo de dados e o checksum.
Este modo verifica a confiabilidade das informações do endereçamento e do protocolo LLC
(Logical Link Control) para garantir que o destino e o tratamento dos dados estejam corretos.

Quando se usa os métodos de comutação cut-through, tanto a porta de origem como a de


destino precisam operar à mesma taxa de bits a fim de manter a integridade do quadro. Isto é
conhecido como comutação simétrica. Se as taxas de bits não forem iguais, o quadro precisará
ser armazenado com uma taxa de bits antes de ser enviado com outra taxa de bits. Isso é
conhecido como comutação assimétrica. O modo Store-and-Forward precisa ser usado em
comutação assímétrica.

A comutação assimétrica proporciona conexões comutadas entre portas com larguras de


banda desiguais, como por exemplo uma combinação de 100 Mbps e 1000 Mbps. A comutação
assimétrica é otimizada para os fluxos de tráfego cliente/servidor no qual vários clientes se
comunicam simultaneamente com um servidor, exigindo mais largura de banda dedicada à
porta do servidor para evitar um gargalo naquela porta

8.1.6 Spanning-Tree Protocol (Protocolo Spanning-Tree)

Quando os switches são organizados em uma simples árvore hierárquica, é difícil que ocorram
loops de comutação. Porém, as redes comutadas são freqüentemente projetadas com
caminhos redundantes para proporcionar confiabilidade e tolerância a falhas. Embora os
caminhos redundantes sejam desejáveis, eles podem ter efeitos colaterais indesejáveis. Os
loops de comutação representam um desses efeitos colaterais. Os loops de comutação podem
ocorrer de propósito ou por acidente, e podem resultar em tempestades de broadcast que
podem rapidamente dominar a rede. Para neutralizar a possibilidade de loops, os switches vêm
munidos de um protocolo baseado em padrões denominado STP (Spanning-Tree Protocol).

119
Cada switch em uma rede local que usa STP envia mensagens especiais denominadas BPDUs
(Bridge Protocol Data Units) a todas as suas portas para informar aos outros switches da sua
existência e para eleger uma bridge raiz para a rede. Os switches então usam o STA
(Spanning-Tree Algorithm) para resolver e suspender caminhos redundantes.

Cada porta em um switch que estiver usando um Protocolo Spanning-Tree existe em um dos
seguintes estados:

• Bloqueio
• Escuta
• Aprendizado
• Encaminhamento
• Desativado

Uma porta passa através destes cinco estados na seguinte ordem:

• Desde a inicialização até o bloqueio


• Desde o bloqueio até a escuta ou até desativado
• Desde a escuta até o aprendizado ou até desativado
• Desde o aprendizado até o encaminhamento ou até desativado
• Desde o encaminhamento até desativado

O resultado da resolução e eliminação de loops com a utilização de STP é a criação de uma


árvore hierárquica lógica sem loops. No entanto, os caminhos alternativos ainda estarão
disponíveis caso sejam necessários

8.2 Domínios de Colisão e Domínios de Broadcast


8.2.1 Ambiente de meios compartilhados

Para poder entender os domínios de colisão é preciso entender o que são colisões e como são
causadas. Para ajudar a explicar colisões, as topologias e meios físicos da Camada 1 são
apresentados aqui.

Algumas redes são diretamente conectadas e todos os hosts compartilham a Camada 1. Veja
abaixo alguns exemplos:

• Ambiente de meios compartilhados: Isto ocorre quando vários hosts obtêm acesso
ao mesmo meio. Por exemplo, se vários PCs estiverem conectados ao mesmo fio físico
ou à mesma fibra ótica, todos eles compartilharão o mesmo ambiente de meios
compartilhados.
• Ambiente estendido de meios compartilhados: Este é um tipo especial de ambiente
de meios compartilhados no qual os dispositivos de rede podem estender o ambiente
para que possa acomodar múltiplos acessos ou distâncias de cabos mais longas.
• Ambiente de rede ponto-a-ponto: Amplamente usado em conexões de redes dial-up
é o mais conhecido pelo usuário domiciliar. É um ambiente de rede compartilhado onde
um dispositivo está conectado a apenas um outro dispositivo, como a conexão de um
computador ao provedor de serviços de Internet através de modem e uma linha
telefônica.

É muito importante poder identificar um ambiente de meios compartilhados, pois só em


ambientes compartilhados ocorrem as colisões. Um sistema de rodovias é um exemplo de um
ambiente compartilhado no qual podem ocorrer colisões porque vários veículos estão usando
as mesmas pistas. Conforme mais veículos entram no sistema, maior se torna a probabilidade
de colisões. Uma rede de dados compartilhada é semelhante a uma rodovia. Existem regras
para determinar quem tem acesso aos meios da rede, às vezes, no entanto, as regras
simplesmente não podem acomodar a carga do tráfego e consequentemente ocorrem colisões.

120
8.2.2 Domínios de colisão

Os domínios de colisão são os segmentos físicos conectados da rede onde podem ocorrer
colisões. As colisões fazem com que a rede se torne ineficiente. Cada vez que ocorre uma
colisão em uma rede, todas as transmissões são interrompidas por um período de tempo. A
duração deste período de tempo sem transmissões varia e é determinado por um algoritmo de
backoff (recuo) para cada dispositivo da rede.

Os tipos de dispositivos que interconectam os segmentos dos meios definem os domínios de


colisão. Estes dispositivos têm sido classificados como dispositivos da Camada 1, 2 ou 3 do
modelo OSI. Os dispositivos da Camada 1 não dividem os domínios de colisão; os dispositivos
da Camada 2 e Camada 3 dividem domínios de colisão. A divisão ou aumento no número de
domínios de colisão pelos dispositivos das Camadas 2 e 3 é também conhecida como
segmentação.

Os dispositivos da Camada 1, como repetidores e hubs, atendem a função principal de


estender os segmentos de cabos Ethernet. Mais hosts podem ser adicionados quando as redes
são estendidas. No entanto, cada host adicionado aumenta o potencial de tráfego na rede. Já
que os dispositivos da Camada 1 passam adiante tudo que é enviado sobre os meios, quanto
maior o tráfego transmitido dentro de um domínio de colisão, maiores são as chances de
colisões. O resultado final será uma diminuição no desempenho da rede, que será mais
pronunciada se todos os computadores naquela rede estiverem solicitando um alto nível de
largura de banda. Em palavras mais claras, os dispositivos da Camada 1 estendem os
domínios de colisão, mas o comprimento de uma rede local também pode ser estendido
demais e causar outros problemas de colisão.

A regra de quatro repetidores na Ethernet declara que podem existir, no máximo, quatro
repetidores ou hubs de repetição entre dois computadores na rede. Para garantir que uma rede
10BASE-T com repetidores funcione corretamente, o cálculo do atraso de ida e volta deverá
permanecer dentro de certos limites, caso contrário, nem todas as estações de trabalho
poderão escutar todas as colisões na rede. A latência dos repetidores, o atraso da propagação
e a latência das placas de rede contribuem para a regra de quatro repetidores. Exceder a regra
de quatro repetidores pode levar à violação do limite máximo de atraso. Quando for excedido
este limite de atraso, o número de colisões tardias aumentará consideravelmente. Uma colisão
tardia, é quando ocorre uma colisão depois que os primeiros 64 bytes do quadro tenham sido
transmitidos. Os chipsets (conjuntos de chips) nas placas de rede não são obrigados a
retransmitir automaticamente com a ocorrência de uma colisão tardia. Estes quadros de colisão
retardada adicionam um atraso conhecido como atraso de consumo. À medida que aumenta o
atraso de consumo e a latência, vai diminuindo o desempenho da rede.

A regra 5-4-3-2-1 também oferece diretrizes para manter o tempo de atraso da ida e volta em
uma rede compartilhada dentro dos limites aceitáveis:

• Cinco segmentos de meios de rede


• Quatro repetidores ou hubs
• Três segmentos de host da rede
• Duas seções de links (sem hosts)
• Um domínio grande de colisão

A regra 5-4-3-2-1 também oferece diretrizes para marcar o tempo de atraso da ida e volta em
uma rede compartilhada dentro dos limites aceitáveis.

8.2.3 Segmentação

A história de como a Ethernet lida colisões e domínios de colisão data do ano de 1970 em
pesquisas na University of Hawaii. Enquanto tentavam desenvolver um sistema de
comunicação sem-fio para as ilhas do Havaí, os pesquisadores da universidade desenvolveram

121
um protocolo conhecido como Aloha. O protocolo Ethernet é na realidade baseado no protocolo
Aloha.

Uma habilidade importante para um profissional de rede é a capacidade de reconhecer os


domínios de colisão. A conexão de vários computadores a um único meio de acesso
compartilhado que não possui nenhum outro dispositivo de rede conectado cria um domínio de
colisão. Esta situação limita o número de computadores que podem usar os meios, também
conhecido como segmento. Os dispositivos da Camada 1 estendem mas não controlam os
domínios de colisão.

Os dispositivos da Camada 2 segmentam ou dividem os domínios de colisão.

O controle da propagação do quadro usando um endereço MAC designado a cada dispositivo


Ethernet realiza essa função. Os dispositivos da Camada 2, as bridges e os switches, rastreiam
os endereços MAC e os segmentos nos quais se encontram. Ao fazerem isso, estes
dispositivos podem controlar o fluxo do tráfego ao nível da Camada 2. Esta função aumenta a
eficiência das redes ao permitir que os dados sejam transmitidos em diferentes segmentos da
rede local simultaneamente sem a colisão dos quadros. Com a utilização de bridges e
switches, o domínio de colisão é dividido em partes menores, cada um deles se tornando seu
próprio domínio de colisão.

Estes domínios de colisão menores terão menos hosts e menos tráfego que o domínio original.
Quanto menos hosts existirem em um domínio de colisão, maior será a probabilidade de que
os meios estejam disponíveis. Contanto que não haja muito tráfego entre os segmentos
interligados via bridge, uma rede com bridges funciona perfeitamente. Caso contrário, o
dispositivo da Camada 2 poderá até retardar a comunicação e também transformar-se em
gargalo.

Os dispositivos da Camada 3, da mesma maneira que os dispositivos da Camada 2, não


encaminham colisões. Por esta razão, a utilização dos dispositivos da Camada 3 em uma rede
tem o efeito de dividir os domínios de colisão em domínios menores.

Os dispositivos da Camada 3 realizam mais funções do que apenas dividir um domínio de


colisão. Os dispositivos da Camada 3 e suas funções serão estudadas em maiores detalhes na
seção sobre domínios de broadcast.

122
8.2.4 Broadcasts da Camada 2

Para a comunicação com todos os domínios de colisão, os protocolos usam os quadros


broadcast e multicast na Camada 2 do modelo OSI. Quando um nó precisa comunicar-se com
todos os hosts na rede, ele envia um quadro de broadcast com um endereço MAC de destino
0xFFFFFFFFFFFF. Este é um endereço ao qual a placa de rede (NIC) de cada host precisa
responder.

Os dispositivos da Camada 2 precisam propagar todo o tráfego de broadcast e multicast. O


acúmulo de tráfego broadcast e multicast de cada dispositivo na rede é conhecido como
radiação de broadcast. Em alguns casos, a circulação da radiação de broadcast poderá saturar
a rede de maneira que não sobre largura de banda para os dados das aplicações. Neste caso,
novas conexões de rede não podem ser estabelecidas e as conexões existentes podem ser
descartadas, uma situação conhecida como tempestade de broadcast. A probabilidade de
tempestades de broadcast aumenta com o crescimento da rede comutada.

Já que a placa de rede precisa interromper a CPU para processar cada grupo de broadcast ou
multicast a que pertence, a radiação de broadcast afeta o desempenho do host na rede. A
Figura mostra os resultados dos testes que a Cisco realizou sobre o efeito da radiação de
broadcast no desempenho da CPU de uma Sun SPARCstation 2 com uma placa Ethernet
padrão incorporada. Conforme indicado pelos resultados mostrados, uma estação de trabalho
IP pode ser virtualmente paralisada por uma inundação de broadcasts na rede. Embora seja
um exemplo extremo, picos de broadcasts em milhares de broadcasts por segundo têm sido
observados durante tempestades de broadcast. Os testes feitos sob condições controladas
com uma variedade de broadcasts e multicasts na rede mostram considerável degradação do
sistema até com 100 broadcasts ou multicasts por segundo.

Mais freqüentemente, o host não se beneficia do processamento do broadcast, pois não é o


destino almejado. O host não se preocupa com o serviço que está sendo anunciado, ou já sabe
sobre o serviço. Altos níveis de radiação de broadcast podem degradar consideravelmente o
desempenho do host. As três fontes de broadcasts e multicasts em redes IP são estações de
trabalho, roteadores e aplicações multicast.

As estações de trabalho fazem broadcast de uma solicitação ARP (Address Resolution


Protocol) todas as vezes que precisam localizar um endereço MAC que não se encontra na
tabela ARP. Embora os números na figura possam parecer baixos, representam em média,
uma rede IP média bem planejada. Quando o tráfego de broadcast e multicast chegam a um
pico devido a uma condição de tempestade, as perdas de nível mais alto na CPU podem atingir
ordens de magnitude acima da média. As tempestades de broadcast podem ser causadas por
um dispositivo solicitando informações de uma rede que já está extremamente grande. Tantas
respostas são enviadas à solicitação original que o dispositivo não pode processá-las, ou a
primeira solicitação dispara solicitações semelhantes de outros dispositivos que virtualmente
bloqueiam o fluxo do tráfego normal na rede.

Como exemplo, o comando telnet mumble.com se traduz em endereço IP através de uma


procura no DNS (Domain Name System). Para localizar o endereço MAC correspondente, a
solicitação ARP é transmitida usando broadcast. Geralmente, as estações de trabalho IP
mantêm em cache entre 10 e 100 endereços nas suas tabelas ARP durante mais ou menos
duas horas. A taxa ARP para uma estação de trabalho típica deve ser de mais ou menos 50
endereços a cada duas horas ou 0,007 ARPs por segundo. Desta maneira, 2000 estações IP
finais produzem mais ou menos 14 ARPs por segundo.

Os protocolos de roteamento que estão configurados em uma rede podem aumentar


consideravelmente o tráfego de broadcast. Alguns administradores configuram todas as
estações de trabalho para que executem o RIP (Routing Information Protocol) por regra de
redundância e alcance. Cada 30 segundos, o RIPv1 usa broadcasts para retransmitir a tabela
inteira de roteamento RIP para outros roteadores RIP. Se 2000 estações de trabalho estiverem
configuradas para executar o RIP e, na média, são exigidos 50 pacotes para transmitir a tabela
de roteamento, as estações de trabalho gerariam 3333 broadcasts por segundo. A maioria dos

123
administradores configura apenas um pequeno número de roteadores, geralmente de cinco a
dez para executar o RIP. Para uma tabela de roteamento que tenha um tamanho de 50
pacotes, 10 roteadores RIP gerariam mais ou menos 16 broadcasts por segundo.

As aplicações multicast IP podem afetar adversamente o desempenho das redes grandes,


escalonadas e comutadas. Embora o multicasting seja uma maneira eficiente de se enviar um
fluxo de dados de multimídia a vários usuários em um hub de meios compartilhados, ele afeta
cada um dos usuários em uma rede linear comutada. Uma determinada aplicação de pacotes
de vídeo pode gerar um fluxo de sete megabytes (MB) de dados multicast que, em uma rede
comutada, seria enviado a cada segmento, resultando em um grave congestionamento.

8.2.5 Domínios de broadcast

Um domínio de broadcast é um agrupamento de domínios de colisão que estão conectados por


dispositivos da Camada 2.

A divisão de uma rede local em vários domínios de colisão aumenta a oportunidade para que
cada host na rede ganhe acesso aos meios. Isto efetivamente reduz as chances de colisões e
aumenta a disponibilidade de largura de banda para cada host. Mas os broadcasts são
encaminhados pelos dispositivos da Camada 2 e se excessivos, poderão reduzir a eficiência de
toda a rede local. Os broadcasts precisam ser controlados nos dispositivos na Camada 3, pois
os dispositivos da Camada 2 e da Camada 1 não possuem recursos para controlá-los. O
tamanho total de um domínio de broadcast pode ser identificado ao examinarmos todos os
domínios de colisão que são processados pelo mesmo quadro de broadcast. Em outras
palavras, todos os nós que fazem parte daquele segmento de rede ligado por um dispositivo de
camada três. Os domínios de broadcast são controlados na Camada 3 pois os roteadores não
encaminham broadcasts. Os roteadores na realidade funcionam nas Camadas 1, 2, e 3. Eles,
como todos os dispositivos de Camada 1, possuem uma conexão física aos meios físicos e
transmitem dados através deles. Eles possuem um encapsulamento da Camada 2 em todas as
interfaces e funcionam como qualquer outro dispositivo da Camada 2. É a Camada 3 que
permite que o roteador segmente os domínios de broadcast.

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Para que um pacote possa ser encaminhado através de um roteador, ele precisa já ter sido
processado pelo dispositivo da Camada 2 e ter as informações do quadro removidas. O
encaminhamento da Camada 3 é baseado no endereço IP de destino e não no endereço MAC.
Para que um pacote possa ser encaminhado, ele precisa conter um endereço IP que esteja
fora da faixa de endereços designados à rede local e o roteador precisa ter na sua tabela de
roteamento um destino para onde enviar o pacote específico.

8.2.6 Introdução a fluxo de dados

O conceito de fluxo de dados no contexto dos domínios de colisão e broadcast se concentra


em como os quadros de dados se propagam através de uma rede. Ele se refere ao movimento
dos dados através dos dispositivos das Camadas 1, 2 e 3 e como os dados precisam ser
encapsulados para fazerem o percurso com eficácia. Lembre-se de que os dados são
encapsulados na Camada da rede com um endereço IP de origem e de destino, e na Camada
de enlace com um endereço MAC de origem e de destino.

Uma boa regra a ser seguida é que um dispositivo de Camada 1 sempre encaminha o quadro,
enquanto que o dispositivo de Camada 2 quer encaminhar o quadro. Em outras palavras, um
dispositivo de Camada 2 encaminhará o quadro a não ser que alguma coisa o impeça de fazê-
lo. Um dispositivo de Camada 3 não encaminhará o quadro a não ser que seja obrigado. A
utilização desta regra ajudará a identificar como os dados fluem através de uma rede.

Os dispositivos de Camada 1 não fazem filtragem, de modo que tudo que é recebido é passado
adiante ao próximo segmento. O quadro é simplesmente regenerado e retemporizado e assim
restaurado à sua qualidade original de transmissão. Quaisquer segmentos conectados pelos
dispositivos de Camada 1 fazem parte do mesmo domínio, isto é, de colisão e de broadcast.

Os dispositivos de Camada 2 filtram os quadros de dados baseados no endereço MAC de


destino. Um quadro é encaminhado se for para um destino desconhecido fora do domínio de
colisão. O quadro será também encaminhado se for um broadcast, multicast ou unicast indo
para fora do domínio de colisão local. A única situação em que um quadro não é encaminhado
é quando o dispositivo de Camada 2 descobre que o host de envio e o host de recepção estão
no mesmo domínio de colisão. Um dispositivo de Camada 2, como uma bridge, cria vários
domínios de colisão mas mantém apenas um domínio de broadcast.

Os dispositivos de Camada 3 filtram os pacotes de dados baseados no endereço IP de destino.


A única maneira de um pacote ser encaminhado é se o seu endereço IP estiver fora do
domínio de broadcast e se o roteador tiver um local identificado para onde mandar o pacote.
Um dispositivo de Camada 3 cria vários domínios de colisão e de broadcast.

O fluxo de dados através de uma rede roteada baseada em IP, envolve dados que passam
através de dispositivos de gerenciamento de tráfego nas Camadas 1, 2 e 3 do modelo OSI. A
Camada 1 é usada para a transmissão através de meios físicos, a Camada 2 para
gerenciamento de domínios de colisão e a Camada 3 para gerenciamento de domínios de
broadcast.

8.2.7 O que é um segmento de rede?

Como é o caso de muitos termos e siglas, a palavra segmento possui vários significados. A
definição do termo no dicionário é a seguinte:

• Uma porção de um todo


• Uma das partes nas quais uma entidade ou quantidade é dividida ou pela qual é
delineada como se por marcos naturais

No contexto das comunicações de dados, as seguintes definições são usadas:

125
• Uma seção de uma rede que é ligada por bridges, roteadores ou switches.
• Em uma rede local usando uma topologia de barramento, um segmento é um circuito
elétrico contínuo que é freqüentemente conectado a outros tantos segmentos com
repetidores.
• Um termo usado na especificação do TCP para descrever uma unidade de informação
da camada de transporte. Os termos datagrama, quadro, mensagem e pacote são
também usados para descrever agrupamentos lógicos de informações em várias
camadas do modelo OSI de referência e em vários círculos tecnológicos.

Para definir adequadamente o termo segmento, o contexto da sua utilização precisa ser
apresentado juntamente com a palavra. Um termo usado na especificação do TCP para
descrever uma unidade de informação da camada de transporte. Se o termo segmento estiver
sendo usado no contexto de meios físicos de rede em uma rede roteada, será visto como uma
das partes ou seções de uma rede total

Resumo

Deverá ter sido obtido um entendimento dos seguintes conceitos importantes:

• Evolução de bridging e comutação


• CAM (Content-addressable memory)
• Latência de bridging
• Modos de comutação armazenar e encaminhar e cut-through
• STP (Spanning-Tree Protocol)
• Colisões, broadcasts, domínios de colisão e domínios de broadcast
• Os dispositivos das Camadas 1, 2 e 3 usados para criar domínios de colisão e
domínios de broadcast
• Fluxo de dados e problemas com broadcasts
• Segmentação de redes e os dispositivos usados para criar segmentos

CAPITULO 09 – Conjunto de Protocolos TCP/IP e endereçamento IP


Visão Geral

A Internet foi desenvolvida para oferecer uma rede de comunicação que pudesse continuar
funcionando em tempos de guerra. Embora tenha evoluído de maneira bem diferente daquela
imaginada por seus idealizadores, ela ainda é baseada no conjunto de protocolos TCP/IP. O
projeto do TCP/IP é ideal para uma rede descentralizada e robusta como é a Internet. Muitos
protocolos usados hoje em dia foram criados usando o modelo TCP/IP de quatro camadas.

É útil conhecer os dois modelos de rede TCP/IP e OSI. Cada modelo oferece sua própria
estrutura para explicar como uma rede funciona, mas há muita sobreposição entre eles. Sem
conhecer os dois, é possível que um administrador de rede não tenha uma percepção
suficientemente clara sobre as razões pelas quais uma rede funciona da maneira que funciona.

Qualquer dispositivo da Internet que queira comunicar-se com outros dispositivos da Internet
precisa ter um identificador exclusivo. Esse identificador é conhecido como endereço IP,
porque os roteadores usam um protocolo da camada três, o protocolo IP, para encontrar o
melhor caminho até esse dispositivo. O IPv4, versão atual do IP, foi concebido antes que
houvesse uma grande demanda por endereços. O crescimento explosivo da Internet tem
ameaçado esgotar o estoque de endereços IP. As sub-redes, a tradução de endereços de rede
(NAT, Network Address Translation) e o endereçamento privado são usados para expandir o
endereçamento IP sem que esse estoque termine. Uma outra versão do IP, conhecida como
IPv6, apresenta melhorias em relação à versão atual, oferecendo um espaço de
endereçamento muito maior, integrando ou eliminando os métodos usados para lidar com as
deficiências do IPv4.

126
Para fazer parte da Internet, além do endereço MAC físico, cada computador precisa de um
endereço IP exclusivo, às vezes chamado de endereço lógico. Há vários métodos para atribuir
um endereço IP a um dispositivo. Alguns dispositivos têm sempre um endereço estático,
enquanto outros têm um endereço temporário atribuído a eles toda vez que se conectam à
rede. Quando é necessário um endereço IP atribuído dinamicamente, o dispositivo pode obtê-
lo por meio de vários métodos.

Para que ocorra um roteamento eficiente entre os dispositivos, outras questões precisam ser
resolvidas. Por exemplo, endereços IP duplicados podem impedir o roteamento eficiente dos
dados.

Os alunos que concluírem esta lição deverão ser capazes de:

Explicar por que a Internet foi desenvolvida e como o TCP/IP se situa no projeto da Internet.

• Relacionar as 4 camadas do modelo TCP/IP.


• Descrever as funções de cada camada do modelo TCP/IP.
• Comparar o modelo OSI e o modelo TCP/IP.
• Descrever a função e a estrutura dos endereços IP.
• Entender por que as sub-redes são necessárias.
• Explicar a diferença entre os endereçamentos público e privado.
• Entender a função dos endereços IP reservados.
• Explicar o uso de endereçamento estático e dinâmico para um dispositivo.
• Entender como o endereçamento dinâmico pode ser feito usando RARP, BootP e
DHCP.
• Usar ARP para obter o endereço MAC e enviar um pacote para outro dispositivo.
• Entender as questões relacionadas ao endereçamento entre redes.

9.1 Introdução ao TCP/IP

9.1.1 História e futuro do TCP/IP

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) criou o modelo de referência TCP/IP
porque queria uma rede que pudesse sobreviver a qualquer condições. Para ilustrar, imagine
um mundo atravessado por muitos cabos, fios, microondas, fibras óticas e conexões de
satélite. Imagine também a necessidade de transmitir dados independentemente da condição
de um determinado nó ou rede. O DoD exigia transmissão confiável de dados para qualquer
destino da rede sob quaisquer circunstâncias. A criação do modelo TCP/IP ajudou a resolver
esse difícil problema de projeto. Desde então, o modelo TCP/IP tornou-se o padrão no qual a
Internet se baseia.

127
Ao ler sobre as camadas do modelo TCP/IP, tenha em mente a intenção original da Internet.
Lembrando-se disso, haverá menos confusão. O modelo TCP/IP tem quatro camadas: a
camada de aplicação, a camada de transporte, a camada de Internet e a camada de acesso à
rede. Algumas das camadas do modelo TCP/IP têm o mesmo nome das camadas do modelo
OSI. É essencial não confundir as funções das camadas dos dois modelos, pois as camadas
contêm diferentes funções em cada modelo.

A versão atual do TCP/IP foi padronizada em setembro de 1981

9.1.2 Camada de aplicação

A camada de aplicação do modelo TCP/IP trata de protocolos de alto nível, questões de


representação, codificação e controle de diálogos. O conjunto de protocolos TCP/IP combina
todas as questões relacionadas às aplicações em uma única camada e garante que esses
dados são empacotados corretamente antes de passá-los adiante para a próxima camada. O
TCP/IP inclui não somente especificações da camada de Internet e transporte, tais como IP e
TCP, mas também especificações para aplicações comuns. O TCP/IP tem protocolos que
suportam transferência de arquivos, correio eletrônico e login remoto, em adição aos seguintes:

• FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Arquivos) – O FTP é


um serviço confiável, orientado a conexões, que usa o TCP para transferir arquivos
entre sistemas que suportam o FTP. Este protocolo suporta transferências bidirecionais
de arquivos binários e ASCII.
• TFTP (Trivial File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Arquivos
Simples) – O TFTP é um serviço sem conexão que usa o UDP (User Datagram
Protocol – Protocolo de Datagrama de Usário). Esse protocolo é usado no roteador
para transferir arquivos de configuração e imagens IOS da Cisco e para transferir
arquivos entre sistemas que suportam TFTP. É útil em algumas redes locais porque
opera mais rápido do que o FTP em um ambiente estável.
• NFS (Network File System – Sistema de Arquivos de Rede) – O NFS é um conjunto
de protocolos de sistema de arquivos distribuído, desenvolvido pela Sun Microsystems,
que permite acesso a arquivos de um dispositivo de armazenamento remoto, como um
disco rígido, através da rede.
• SMTP (Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo Simples de Transferência de
Correio) – O SMTP administra a transmissão de correio eletrônico através de redes de
computadores. Ele não oferece suporte à transmissão de dados que não sejam em
texto simples.
• Telnet (Terminal emulation – Emulação de terminal) – O Telnet permite o acesso
remoto a outro computador. Ele permite que um usuário efetue logon em um host da
Internet e execute comandos. Um cliente Telnet é chamado host local. Um servidor
Telnet é chamado host remoto.

128
• SNMP (Simple Network Management Protocol – Protocolo Simples de
Gerenciamento de Rede) – O SNMP é um protocolo que oferece uma forma de
monitorar e controlar dispositivos de rede e de gerenciar configurações, coleta de
dados estatísticos, desempenho e segurança.
• DNS (Domain Name System – Sistema de Nomes de Domínio) – O DNS é um
sistema usado na Internet para converter Os nomes de donmínios e seus respectivos
nós de rede divulgados publicamentede em endereços IP.

9.1.3 Camada de TransporteCamada de transporte

A camada de transporte oferece serviços de transporte desde o host de origem até o host de
destino. Ela forma uma conexão lógica entre dois pontos da rede, o host emissor e o host
receptor. Os protocolos de transporte segmentam e remontam os dados das aplicações de
camada superior enviados dentro do mesmo fluxo de dados, ou conexão lógica, entre os dois
pontos. O fluxo de dados da camada de transporte oferece serviços de transporte ponta-a-
ponta.

Geralmente, a Internet é representada por uma nuvem. A camada de transporte envia pacotes
de dados da origem para o destino receptor através dessa nuvem. O controle ponta-a-ponta,
fornecido pelas janelas móveis e pela confiabilidade dos números de seqüenciamento e das
confirmações, é a principal tarefa da camada de transporte quando se usa o TCP. A camada
de transporte também define a conectividade ponta-a-ponta entre as aplicações do host. Os
serviços de transporte incluem todos os serviços abaixo:

TCP e UDP

• Segmentação de dados das aplicações da camadas superiores


• Envio de segmentos de um dispositivo em uma ponta para um dispositivo em outra
ponta

Somente TCP

• Estabelecimento de operações ponta-a-ponta


• Controle de fluxo proporcionado pelas janelas móveis
• Confiabilidade proporcionada pelos números de seqüência e confirmações

Geralmente, a Internet é representada por uma nuvem. A camada de transporte envia pacotes
de dados da origem para o destino receptor através dessa nuvem. Essa nuvem trata de
questões como "Qual dos vários caminhos é o melhor para uma rota especificada?"

9.1.4 Camada de Internet

A finalidade da camada de Internet é escolher o melhor caminho para os pacotes viajarem


através da rede. O principal protocolo que funciona nessa camada é o IP (Internet Protocol). A
determinação do melhor caminho e a comutação de pacotes ocorrem nesta camada.

Os seguintes protocolos operam na camada de Internet TCP/IP:

129
• O IP oferece roteamento de pacotes sem conexão, e uma entrega de melhor esforço.
Ele não se preocupa com o conteúdo dos pacotes, apenas procura um caminho até o
destino.
• O ICMP (Internet Control Message Protocol – Protocolo de Mensagens de Controle da
Internet) oferece recursos de controle e de mensagens.
• O ARP (Address Resolution Protocol – Protocolo de Resolução de Endereços)
determina o endereço da camada de enlace (-o endereço MAC),ara os endereços IP
conhecidos.
• O RARP (Reverse Address Resolution Protocol – Protocolo de Resolução Reversa de
Endereços) determina os endereços IP quando o endereço MAC é conhecido.

O IP realiza as seguintes operações:

• Define um pacote e um esquema de endereçamento


• Transfere dados entre a camada de Internet e as camadas de acesso à rede
• Roteia os pacotes para os hosts remotos

Finalmente, como esclarecimento sobre a tecnologia, o IP às vezes é considerado um


protocolo não-confiável. Isso não significa que o IP não entregue os dados de maneira precisa
através de uma rede. Chamá-lo de protocolo não-confiável significa simplesmente que o IP não
realiza a verificação e correção de erros. Essa função é realizada pelos protocolos de camadas
superiores, as camadas de transporte ou de aplicação

9.1.5 Camada de acesso à rede

A camada de acesso à rede é também denominada camada host-to-network. A camada de


acesso à rede é a camada que cuida de todas as questões necessárias para que um pacote IP
estabeleça efetivamente um link físico com os meios físicos da rede. Isso inclui detalhes de
tecnologia de redes locais e de WANs e todos os detalhes contidos nas camadas física e de
enlace de dados do modelo OSI.

Drivers de aplicativos, de placas de modem e de outros dispositivoss operam na camada de


acesso à rede. A camada de acesso à rede define os procedimentos para estabelecer uma
interface com o hardware de rede e para acessar o meio de transmissão. Padrões de
protocolos conhecidos é detectada são instalados for mais como o SLIP (Serial Line Internet
Protocol – Protocolo de Internet de Linha Serial) e o PPP (Point-to-Point Protocol – Protocolo
Ponto a Ponto) oferecem acesso à rede através de uma conexão com modem. Devido a uma
complexa interação entre as especificações de hardware, software e meios de transmissão, há
muitos protocolos em operação nesta camada. Isso pode causar confusão para os usuários. A
maioria dos protocolos reconhecíveis opera nas camadas de transporte e de Internet do
modelo TCP/IP.

As funções da camada de acesso à rede incluem o mapeamento de endereços IP para


endereços físicos de hardware e o encapsulamento de pacotes IP em quadros. Com base no
tipo de hardware e na interface de rede, a camada de acesso à rede define a conexão com os
meios físicos da rede.

130
Um bom exemplo de configuração da camada de acesso à rede seria a de um sistema
Windows usando uma placa de rede de terceiros. Conforme a versão do Windows, a placa de
rede seria detectada automaticamente pelo sistema operacional e os drivers adequados seriam
instalados. Se a versão do Windows fosse mais antiga, o usuário precisa especificar o driver da
placa de rede. O fabricante da placa fornece esses drivers em discos ou CD-ROMs

9.1.6 Comparação modelo OSI com o modelo TCP/IP

A seguir, veremos uma comparação entre o modelo OSI e o modelo TCP/IP, observando suas
semelhanças e diferenças:

Semelhanças entre os modelos OSI e TCP/IP:

• Ambos são divididos em camadas .


• A camada de transporte do TCP/IP ao ultilizar o protocolo UDP.
• Ambos são divididos em camadas de transporte e de rede equivalentes.
• A tecnologia de comutação de pacotes (e não de comutação de circuitos) é presumida
por ambos.
• Os profissionais de rede precisam conhecer ambos os modelos.

Diferenças entre os modelos OSI e TCP/IP:

• O TCP/IP combina as camadas de apresentação e de sessão dentro da sua camada


de aplicação.
• O TCP/IP combina as camadas física e de enlace do modelo OSI em uma única
camada.
• O TCP/IP parece ser mais simples por ter menos camadas.
• A camada de transporte do TCP/IP, que utiliza o UDP, nem sempre garante a entrega
confiável dos pacotes, ao contrário da camada de transporte do modelo OSI.

A Internet se desenvolve com o uso does padrões de protocolos TCP/IP. O modelo TCP/IP
ganha credibilidade graças a seus protocolos. Por outro lado, aRede normalmente não são
implementadas sobre o protocolo do modelo OSI. O modelo OSI é usado como guia para o
entendimento do processo de comunicação.

9.1.7 Arquitetura da Internet

Embora a Internet seja complexa, há algumas idéias básicas relacionadas à sua operação.
Nesta seção, examinaremos a arquitetura básica da Internet. A Internet é uma idéia que

131
aparenta simples que, quando repetida em grande escala, permite a comunicação de dados
quase instantânea ao redor do mundo entre quaisquer pessoas, em qualquer lugar, a qualquer
momento.

As redes locais são redes menores, limitadas a uma área geográfica. Muitas redes locais
conectadas entre si possibilitam o funcionamento da Internet. Mas as redes locais têm
limitações de escala. Embora tenham havidoavanços tecnológicos que melhoraram a
velocidade das comunicações, com o Ethernet Metro Optical, Gigabit e 10 Gigabits, a distância
ainda representa um problema.

Focar na comunicação no nível da camada de aplicação entre os computadores de origem e


destino e os computadores intemediários é uma forma de ter uma visão geral da arquitetura da
Interet. Colocar instâncias idênticas de um aplicativo em todos os computadores da rede
poderia facilitar a entrega de mensagens através da grande rede. Entretanto, isso apresenta
problemas de escala. Para que um novo software funcione corretamente, é necessário que os
novos aplicativos sejam instalados em todos os computadores da rede. Para que um novo
hardware funcione corretamente, é necessário modificar o software. Qualquer falha de um
computador intermediário ou de um aplicativo do computador causaria uma ruptura na cadeia
de mensagens sendo transmitidas.

A Internet usa o princípio da interconexão de camadas de rede. Usando o modelo OSI como
exemplo, o objetivo é construir a funcionalidade da rede em módulos independentes. Isso
permite uma diversidade de tecnologias de LAN nas camadas 1 e 2 e uma diversidade de
aplicações funcionando nas camadas 5, 6 e 7. O modelo OSI oferece um mecanismo no qual
os detalhes das camadas inferiores e superiores estão separados. Isso permite que os
dispositivos de rede intermediários "comutem" o tráfego sem ter que se preocupar com os
detalhes da LAN.

Isso leva ao conceito de internetworking, ou construção de redes compostas de redes. Uma


rede de redes é chamada de internet (com "i" minúsculo). Quando falamos das redes que se
desenvolveram a partir do Departamento de Defesa dos EUA, nas quais funciona a World Wide
Web (www) ou rede mundial, usamos o "I" maiúsculo, Internet. As internets devem ser
escalonáveis com relação à quantidade de redes e computadores conectados. A interconexão
de redes deve ser capaz de lidar com o transporte de dados através de enormes distâncias.
Deve ser flexível para dar conta das constantes inovações tecnológicas. Deve ser capaz de se
ajustar às condições dinâmicas da rede. E as internets devem ser econômicas. Por fim, as
internets devem ser projetadas para permitir comunicações de dados para qualquer pessoa, a
qualquer momento, em qualquer lugar.

O roteador é necessário decisões sobre os caminhos a serem para cuidar das decisões sobre
os caminhos a serem ultilizados para que ocorra a comunicação entre duas redes. São
necessários muitos roteadores para manejar grandes volumes de tráfego de rede.

Os roteadores tomam decisões complexas para permitir que todos os usuários em todas as
redes se comuniquem. Nem todas as redes estão diretamente conectadas entre si. O roteador
precisa de algum método para lidar com essa situação.

Uma opção é que o roteador mantenha uma lista de todos os computadores e de todos os
caminhos até eles. Assim, o roteador decidiria como encaminhar os pacotes de dados com
base nessa tabela de referência. O encaminhamento é baseado no endereço IP do computador
de destino. Essa opção ficaria difícil conforme fosse aumentando a quantidade de usuários. A
escalabilidade é introduzida quando o roteador mantém uma lista de todas as redes, mas deixa
os detalhes da entrega local para as redes físicas locais. Nesta situação, os roteadores passam
mensagens para os outros roteadores. Cada roteador compartilha informações sobre quais
redes estão conectadas a ele. Isso cria a tabela de roteamento.

Mesmo assim, as estruturas física e lógica dentro da nuvem da Internet podem ser
extremamente complexas. A Internet tem crescido rapidamente para aceitar cada vez mais

132
usuários. O fato da Internet ter-se tornado tão grande, com mais de 90.000 rotas centrais e
300.000.000 de usuários finais, é uma prova da solidez da sua arquitetura.

Dois computadores, em qualquer parte do mundo, seguindo certas especificações de


hardware, software e protocolo, podem comunicar-se de maneira confiável. A padronização
das práticas e dos procedimentos para movimentação de dados através das redes tornou a
Internet possível.

9.2 Endereços de Internet


9.2.1 Endereçamento IP
Para que dois sistemas quaisquer comuniquem-se, eles precisam ser capazes de se identificar
e localizar um ao outro.

Um computador pode estar conectado a mais de uma rede. Nesta situação, o sistema deve
receber mais de um endereço. Cada endereço identificará a conexão do computador a uma
rede diferente. Não se fala que um dispositivo tem um endereço, mas que cada um dos pontos
de conexão (-ou interfaces), daquele dispositivo tem um endereço para uma rede.Isso permite
que os outros computadores localizem o dispositivo nessa rede específica. A combinação de
letra (endereço da rede) e número (endereço do host) cria um endereço exclusivo para cada
dispositivo da rede. Cada computador em uma rede TCP/IP deve receber um identificador
exclusivo, ou endereço IP. Esse endereço, operando na camada 3, permite que um
computador localize outro computador na rede. Todos os computadores também têm um
endereço físico exclusivo, conhecido como endereço MAC. Esse endereço é atribuído pelo
fabricante da placa de interface de rede. Os endereços MAC operam na camada 2 do modelo
OSI.

Um endereço IP é uma seqüência de 32 bits de 1s e 0s.

A figura mostra um exemplo de um número de 32 bits. Para facilitar a utilização do endereço


IP, geralmente ele é escrito como quatro números decimais separados por pontos. Por
exemplo, o endereço IP de um computador é 192.168.1.2. Outro computador pode ter o
endereço 128.10.2.1. Essa maneira de escrever o endereço é chamada de formato decimal
pontuado. Nesta notação, cada endereço IP é escrito em quatro partes separada por pontos.
Cada parte do endereço é denominada octeto, já que é formada de oito dígitos binários. Por
exemplo, o endereço IP 192.168.1.8 seria 11000000.10101000.00000001.00001000 em
notação binária. A notação decimal separada por ponots é um método mais fácil de entender
do que o método que utiliza od dígitos binários um e zero. Essa notação decimal separada por
ponots também evita a grande quantidade de erros de transposição que ocorreriam se fosse
usada somente a numeração binária.

A utilização da notação decimal separada por ponots permite que os padrões numéricos sejam
mais facilmente entendidos.

Tanto os números binários quanto os decimais na figura representam os mesmos valores, mas
é mais fácil de se entender a notação decimal separada por ponots. Este é um dos problemas
comuns quando se trabalha diretamente com números binários. As longas cadeias de uns e
zeros repetidos aumentam a probabilidade de erros de transposição e omissão.

133
É fácil ver a relação entre os números 192.168.1.8 e 192.168.1.9, enquanto que não é tão fácil
reconhecer a relação entre 11000000.10101000.00000001.00001000 e
11000000.10101000.00000001.00001001. Observando os números binários, é quase
impossível ver que são números consecutivos.

9.2.2 Conversão decimal/binário

Há várias maneiras de se resolver um problema. Também existem várias maneiras de se


converter números decimais em números binários. Aqui apresentamos um método, embora
não seja o único. O aluno pode achar outro método mais fácil. É uma questão de preferência
pessoal.

Ao converter um número decimal em binário, é preciso determinar a maior potência de 2 que


se encaixará no número decimal. Se esse processo deve funcionar com computadores, o lugar
mais lógico para se começar é com os maiores valores que se encaixam em um byte ou dois
bytes. Conforme mencionado anteriormente, o agrupamento mais comum de bits é o de oito
bits, equivalente a um byte. Às vezes, porém, o maior valor que pode um byte pode comportar
não é suficientemente grande para os valores necessários. Para acomodar isso, bytes são
combinados. Em vez de dois números de 8 bits, cria-se um número de 16 bits. Em vez de três
números de 8 bits, cria-se um número de 24 bits. Aplicam-se as mesmas regras dos números
de 8 bits. Multiplique o valor da posição anterior por 2 para obter o valor da coluna atual.

Em computação, como geralmente se fala em bytes, é mais fácil começar pelas fronteiras dos
bytes e calcular a partir daí. Comece calculando alguns exemplos. O primeiro será 6.783.
Como esse número é maior que 255, o maior valor possível em um único byte, usaremos dois
bytes. Comece calculando a partir de 215. O equivalente binário de 6.783 é 00011010
01111111.

O segundo exemplo é 104. Como esse número é menor que 255, ele pode ser representado
por um único byte. O equivalente binário de 104 é 01101000.

Esse método funciona para qualquer número decimal. Considere o número decimal um milhão.
Como um milhão é maior que o maior valor que pode ser guardado em dois bytes, 65.535,
serão necessários pelo menos três bytes. Multiplicando-se por dois até alcançar 24 bits (3
bytes), o valor será 16.777.215. Isso significa que o maior valor que pode ser guardado em 24
bits é 16.777.215. Portanto, começando do bit 24, continue o processo até alcançar zero.
Continuando com o procedimento descrito, determina-se que o número decimal 1.000.000 é
igual ao número binário 00001111 01000010 01000000.

A conversão de binário para decimal é simplesmente o inverso. Basta colocar o binário na


tabela e, se houver um 1 na posição de uma coluna, adicionar esse valor ao total. Converta
00000100 00011101 para decimal. A resposta é 1053.

9.2.3 Endereçamento IPv4

Um roteador encaminha pacotes da rede de origem para a rede de destino usando o protocolo
IP. Os pacotes devem incluir um identificador tanto para a rede de origem quanto para a de
destino. Usando o endereço IP da rede de destino, um roteador pode entregar um pacote para
a rede correta. Quando o pacote chega a um roteador conectado à rede de destino, esse
roteador usa o endereço IP para localizar o computador específico conectado a essa rede.
Esse sistema funciona de maneira muito parecida com o sistema dos correios. Quando uma
correspondência é roteada, primeiro ela deve ser entregue à agência dos correios na cidade de
destino usando-se o CEP. Em seguida, essa agência deve localizar o destino final nessa
cidade usando-se o nome da rua. É um processo em duas etapas.

134
Da mesma maneira, todo endereço IP tem duas partes. Uma parte identifica a rede à qual o
sistema está conectado; a outra parte identifica o sistema específico na rede. Cada um dos
octetos divide-se em 256 subgrupos, que se dividem em outros 256 subgrupos com 256
endereços em cada um deles. Ao se referir ao endereço do grupo diretamente acima de um
grupo na hierarquia, todos os grupos que se ramificam desse endereço podem ser
mencionados como uma única unidade.

Esse tipo de endereço é chamado de endereço hierárquico, porque contém diferentes níveis.
Um endereço IP combina esses dois identificadores em um único número. Esse número deve
ser exclusivo, já que endereços duplicados tornariam o roteamento impossível. A primeira parte
identifica o endereço de rede do sistema. A segunda parte, chamada de parte do host,
identifica qual é a máquina específica na rede.

Os endereços IP são divididos em classes, para definir redes pequenas, médias e grandes. Os
endereços de classe A são atribuídos a redes maiores. Os endereços de classe B são usados
para redes de porte médio e os de classe C para redes pequenas.

A primeira etapa para determinar qual parte do endereço identifica a rede e qual parte
identifica o host é identificar a classe do endereço IP.

9.2.4 Endereços IP classes A, B, C, D e E

Para acomodar redes de diferentes tamanhos e ajudar na classificação dessas redes, os


endereços IP são divididos em grupos chamados classes. Isto é conhecido por enderçamento
classful. Cada endereço IP completo de 32 bits é dividido em uma parte da rede e uma parte
do host. Um bit ou uma seqüência de bits no início de cada endereço determina a classe do
endereço. Há cinco classes de endereços IP, conforme mostrado na figura .

135
O endereço de classe A foi criado para suportar redes extremamente grandes, com mais de 16
milhões de endereços de host disponíveis. Os endereços IP de classe A usam somente o
primeiro octeto para indicar o endereço de rede. Os três octetos restantes são responsáveis
pelos endereços de rede.

O primeiro bit de um endereço de classe A é sempre 0. Como esse primeiro bit é 0, o menor
número que pode ser representado é 00000000, que também é o 0 decimal. O maior número
que pode ser representado é 01111111, equivalente a 127 em decimal. Os números 0 e 127
são reservados e não podem ser usados como endereços de rede. Qualquer endereço que
comece com um valor entre 1 e 126 no primeiro octeto é um endereço de classe A.

A rede 127.0.0.0 é reservada para testes de loopback. Os roteadores ou as máquinas locais


podem usar esse endereço para enviar pacotes para si mesmos. Por isso, esse número não
pode ser atribuído a nenhuma rede.

O endereço classe B foi criado para dar conta das necessidades de redes de porte médio a
grande. Um endereço IP de classe B usa os dois primeiros octetos para indicar o endereço da
rede. Os outros dois octetos especificam os endereços dos hosts.

Os dois primeiros bits do primeiro octeto de um endereço classe B são sempre 10. Os seis bits
restantes podem ser preenchidos com 1s ou 0s. Portanto, o menor número que pode ser
representado por um endereço classe B é 10000000, equivalente a 128 em decimal. O maior
número que pode ser representado é 10111111, equivalente a 191 em decimal. Qualquer
endereço que comece com um valor no intervalo de 128 a 191 no primeiro octeto é um
endereço classe B.

Das classes de endereços originais, o espaço de endereços de classe C é o mais usado. Esse
espaço de endereços tinha como objetivo suportar redes pequenas com no máximo 254 hosts.

Um endereço classe C começa com o binário 110. Assim, o menor número que pode ser
representado é 11000000, equivalente a 192 em decimal. O maior número que pode ser
representado é 11011111, equivalente a 223 em decimal. Se um endereço contém um número
entre 192 e 223 no primeiro octeto, é um endereço classe C.

O endereço classe D foi criado para permitir multicasting em um endereço IP. Um endereço de
multicast é um endereço de rede exclusivo que direciona os pacotes com esse endereço de
destino para grupos predefinidos de endereços IP. Assim, uma única estação pode transmitir
simultaneamente um único fluxo de dados para vários destinatários.

136
O espaço de endereços de classe D, de forma muito semelhante aos outros espaços de
endereços, é limitadomatematicamente. Os primeiros quatro bits de um endereço classe D
devem ser 1110. Assim, o intervalo de valores no primeiro octeto dos endereços de classe D
vai de 11100000 a 11101111, ou de 224 a 239 em decimal. Um endereço IP que comece com
um valor no intervalo de 224 a 239 no primeiro octeto é um endereço classe D.

Também foi definido um endereço classe E. Entretanto, a IETF (Internet Engineering Task
Force) reserva esses endereços para suas próprias pesquisas. Dessa forma, nenhum
endereço classe E foi liberado para uso na Internet. Os primeiros quatro bits de um endereço
classe E são sempre definidos como 1s. Assim, o intervalo de valores no primeiro octeto dos
endereços de classe E vai de 11110000 a 11111111, ou de 240 a 255 em decimal.

A figura mostra o intervalo de endereços IP do primeiro octeto, tanto em decimal quanto em


binário, para cada classe de endereços IP.

9.2.5 Endereços IP reservados

Alguns endereços de host são reservados e não podem ser atribuídos a dispositivos em uma
rede. Esses endereços de host reservados incluem o seguinte:

• Endereço de rede: Usado para identificar a própria rede

Na figura , a seção identificada pela caixa superior representa a rede 198.150.11.0. Os dados
que são enviados para qualquer host dessa rede (198.150.11.1- 198.150.11.254) serão vistos
para fora da rede local como 198.159.11.0. O único momento em que os números dos hosts

137
têm importância é quando os dados estão na rede local. A LAN que está contida na caixa
inferior é tratada da mesma maneira que a LAN superior, com a diferença de que seu número
de rede é 198.150.12.0.

• Endereço de broadcast: Usado para realizar broadcast de pacotes para todos os


dispositivos de uma rede

Na figura , a seção identificada pela caixa superior representa o endereço de broadcast


198.150.11.255. Os dados enviados para o endereço de broadcast são lidos por todos os hosts
dessa rede (198.150.11.1- 198.150.11.254). A LAN que está contida na caixa inferior é tratada
da mesma maneira que a LAN superior, com a diferença de que seu endereço de broadcast é
198.150.12.255.

Um endereço IP com 0s binários em todas as posições de bits dos hosts é reservado para o
endereço de rede. Em um exemplo de rede de classe A, 113.0.0.0 é o endereço IP da rede
(conhecido como ID da rede) que contém o host 113.1.2.3. Um roteador usa o endereço IP da
rede ao encaminhar dados na Internet. Em um exemplo de rede de classe B, o endereço
176.10.0.0 é um endereço de rede, conforme mostrado na figura .

Em um endereço de rede classe B, os dois primeiros octetos são designados como a parte da
rede. Os dois últimos octetos contêm 0s porque esses 16 bits são para os números de host e
são usados para identificar os dispositivos conectados à rede. O endereço IP 176.10.0.0 é um
exemplo de endereço de rede. Esse endereço nunca é atribuído como endereço de host. O
endereço de host de um dispositivo da rede 176.10.0.0 poderia ser 176.10.16.1. Neste
exemplo, "176.10" é a parte da rede e "16.1" é a parte do host.

Para enviar dados a todos os dispositivos de uma rede, é necessário um endereço de


broadcast. Um broadcast acontece quando uma origem envia dados a todos os dispositivos de
uma rede. Para garantir que todos os outros dispositivos da rede processem o broadcast, o
remetente deve usar um endereço IP de destino que eles possam reconhecer e processar. Os
endereços IP de broadcast ultilizam bits 1s em toda a parte do endereço reservada para a
identificação de host.

No exemplo da rede 176.10.0.0, os 16 últimos bits formam o campo de hosts ou parte do host
do endereço. Um broadcast enviado a todos os dispositivos dessa rede incluiria um endereço
de destino 176.10.255.255. Isso porque 255 é o valor decimal de um octeto que contém
11111111.

9.2.6 Endereços IP públicos e privados

A estabilidade da Internet depende diretamente da exclusividade dos endereços de rede


usados publicamente.

138
Na figura , há um problema no esquema de endereçamento da rede. Observando as redes,
vemos que ambas tem o endereço de rede 198.150.11.0. O roteador nessa ilustração não será
capaz de encaminhar os pacotes de dados corretamente. Endereços IP de rede duplicados
impedem que o roteador realize sua função de selecionar o melhor caminho. Para cada
dispositivo de uma rede, é necessário um endereço exclusivo.

Foi necessário criar um procedimento que garantisse que os endereços fossem realmente
exclusivos. Inicialmente, uma organização conhecida como InterNIC (Internet Network
Information Center – Centro de Informações da Rede Internet) cuidou desse procedimento. A
InterNIC não existe mais e foi substituída pela IANA (Internet Assigned Numbers Authority). A
IANA gerencia cuidadosamente o estoque de endereços IP para garantir que não haja
duplicidade de endereços usados publicamente. A duplicidade causaria instabilidade na
Internet e comprometeria sua capacidade de entregar datagramas para as redes.

Os endereços IP públicos são exclusivos. Nunca pode haver mais de uma máquina que se
conecte a uma rede pública com o mesmo endereço IP, pois os endereços IP públicos são
globais e padronizados. Todas as máquinas conectadas à Internet concordam em obedecer a
esse sistema. Os endereços IP públicos precisam ser obtidos de um provedor de serviços de
Internet ou através de registro a um certo custo.

Com o rápido crescimento da Internet, os endereços IP públicos começaram a escassear. Para


ajudar a solucionar o problema, foram desenvolvidos novos esquemas de endereçamento,
como o CIDR (classless interdomain routing – roteamento sem classes entre domínios) e o
IPv6. O CIDR e o IPv6 serão discutidos mais adiante neste curso.

Os endereços IP privados são outra solução para o problema da escassez iminente dos
endereços IP públicos. Como foi dito, as redes públicas exigem que os hosts tenham
endereços IP exclusivos. Entretanto, as redes privadas que não estão conectadas à Internet
podem usar quaisquer endereços de host, contanto que cada host dentro da rede privada seja
exclusivo. Muitas redes privadas existem em paralelo com as redes públicas. Porém, não é
recomendável que uma rede privada use um endereço qualquer, pois essa rede pode ser
conectada à Internet algum dia. O RFC 1918 reserva três blocos de endereços IP para uso
interno e privado.

139
Esses três blocos consistem de um endereço de classe A, um intervalo de endereços de
classe B e um intervalo de endereços de classe C. Os endereços dentro desses intervalos não
são roteados no backbone da Internet. Os roteadores da Internet descartam imediatamente os
endereços privados. Para endereçar uma intranet não-pública, um laboratório de testes ou uma
rede doméstica, pode-se usar esses endereços privados no lugar dos endereços globalmente
exclusivos. Os endereços IP privados podem ser combinados, conforme mostrado no gráfico,
com os endereços públicos. Isso poupará a quantidade de endereços usados para as
conexões internas.

Conectar uma rede que usa endereços privados à Internet exige a conversão dos endereços
privados em endereços públicos. Esse processo de conversão é chamado de NAT (Network
Address Translation – Conversão de Endereços de Rede). Geralmente, o roteador é o
dispositivo que realiza a NAT. A NAT, juntamente com o CIDR e o IPv6, é tratada em maior
profundidade mais adiante no curso.

9.2.7 Introdução às sub-redes

O uso de sub-redes é um método usado para gerenciar endereços IP, como mostrado no
exemplo , a rede 131.108.0.0 é subdividida nas sub-redes 131.108.1.0, 131.108.2.0 e
131.108.3.0. Esse método de dividir classes inteiras de endereços de redes em pedaços
menores impediu o esgotamento completo dos endereços IP. É impossível abordar o TCP/IP
sem mencionar as sub-redes. Como administrador de sistemas, é importante compreender a
utilização de sub-redes como uma forma de dividir e identificar redes independentes através da
LAN. Nem sempre é necessário dividir uma rede pequena em sub-redes. Entretanto, para
redes grandes ou extremamente grandes, a divisão em sub-redes é necessária. Dividir uma
rede em sub-redes significa usar a máscara de sub-rede para dividir a rede em segmentos
menores, ou sub-redes, mais eficientes e mais fáceis de gerenciar. Um exemplo semelhante
seria o sistema telefônico brasileiro, que é dividido em códigos DDD, prefixos e números locais.

O administrador do sistema precisa resolver essas questões ao adicionar e expandir a rede. É


importante saber quantas sub-redes ou redes são necessárias e quantos hosts serão
necessários em cada rede. Com as sub-redes, a rede não fica limitada às máscaras de rede
padrão de classes A, B ou C, e há maior flexibilidade no projeto da rede.

Os endereços de sub-rede incluem a parte da rede, mais um campo de sub-rede e um campo


do host. O campo da sub-rede e o campo do host são criados a partir da parte do host original
para toda a rede. A possibilidade de decidir como dibidir a parte reservada originalmente ao
endereço de host em novos campos para a identificação de sub-rede e host, provendo para o
administrador da rede uma maior flexibilidade no endereçamento.

Para criar um endereço de sub-rede, um administrador de rede toma emprestados alguns bits
do campo do host e os designa como o campo da sub-rede.

140
A quantidade mínima de bits que podem ser emprestados é 2. Se criássemos uma sub-rede
tomando somente um bit emprestado, o número da rede seria .0. O número de broadcast seria
.255. A quantidade máxima de bits que podem ser emprestados é qualquer valor que deixe
pelo menos 2 bits sobrando para o número do host.

9.2.8 IPv4 X IPv6

Quando o TCP/IP foi adotado, na década de 80, ele se baseava em um esquema de


endereçamento em dois níveis. Na época, isso oferecia uma escalabilidade adequada.
Infelizmente, os idealizadores do TCP/IP não poderiam prever que esse protocolo acabaria
sustentando uma rede global de informações, comércio e entretenimento. Há mais de vinte
anos, o IP versão 4 (IPv4) ofereceu uma estratégia de endereçamento que, embora fosse
escalonável durante certo tempo, resultou em uma alocação ineficiente dos endereços.

Os endereços classe A e B representam 75% do espaço de endereços do IPv4, embora menos


de 17.000 organizações possam receber um número de rede classes A ou B. Os endereços de
rede de classe C são muito mais numerosos do que os de classes A e B, embora representem
somente 12,5% dos 4 bilhões de possíveis endereços IP.

Infelizmente, os endereços de classe C estão limitados a 254 hosts utilizáveis. Isso não atende
ás necessidades de organizações maiores, que não podem adquirir um endereço de classes A
ou B. Mesmo se houvesse mais endereços classe A, B ou C, um excesso de endereços de
rede faria com que os roteadores da Internet viessem a parar sob o peso do enorme tamanho
das tabelas de roteamento necessárias para armazenar as rotas para alcançar cada rede.

Já em 1992, a IETF (Internet Engineering Task Force – Força-Tarefa de Engenharia da


Internet) identificou as duas seguintes preocupações específicas:

• Esgotamento dos endereços de rede IPv4 restantes, não atribuídos. Naquela época, o
espaço de classe B estava prestes a se esgotar.
• Ocorreu um crescimento forte e rápido do tamanho das tabelas de roteamento da
Internet quando mais redes de classe C ficaram on-line. A inundação de novas
informações de rede daí resultante ameaçou a capacidade dos roteadores de Internet
de reagir de maneira eficiente.

Durante as duas últimas décadas, foram desenvolvidas diversas extensões do IPv4. Essas
extensões foram projetadas especificamente para melhorar a eficiência de utilização do espaço
de endereços de 32 bits. Duas das mais importantes extensões são as máscaras de sub-rede e
o roteamento inderdomínios classless (CIDR), que serão discutidos em maior profundidade em
lições posteriores.

Nesse meio tempo, foi definida e desenvolvida uma versão ainda mais extensível e escalonável
do IP, o IP versão 6 (IPv6). O IPv6 usa 128 bits em vez dos 32 bits usados atualmente no IPv4.
O IPv6 usa números hexadecimais para representar os 128 bits. Ele oferece 640 sextilhões de
endereços. Essa versão do IP deve oferecer endereços suficientes para as futuras
necessidades das comunicações.

141
A figura mostra um endereço IPv4 e um endereço IPv6. Endereços IPv4 têm 32 bits de
comprimento, são escritos em formato decimal e separados por pontos. Endereços IPv6 têm
128 bits de comprimento e são utilizados para identificar interfaces individuais ou conjuntos de
interfaces. Endereços IPv6 são atribuídos a interfaces, não aos nós. Uma vez que cada
interface pertence a um único nó, qualquer endereço unicast atribuído às interfaces de um nó
podem ser utilizadas como um identificador deste nó. Endereços IPv6 são escritos em formato
hexadecimal e separados por dois pontos. Os campos do IPv6 têm 16 bits de comprimento.
Para facilitar a leitura dos endereços, os zeros à esquerda podem ser omitidos em todos os
campos. O campo :0003: é escrito como :3:. A representação abreviada do IPv6 para os 128
bits usa oito números de 16 bits, mostrados como quatro dígitos hexadecimais.

Após anos de planejamento e desenvolvimento, o IPv6 está sendo implementado lentamente


em algumas redes. No futuro, o IPv6 pode vir a substituir o IPv4 como protocolo Internet
dominante.

9.3 Obter um endereço IP


9.3.1 Obtendo um endereço da Internet

Um host de rede precisa obter um endereço único para operar na Internet. O endereço físico
ou MAC de um host só é significativo localmente, identificando o host dentro da rede local.
Como esse endereço é de camada 2, o roteador não o utiliza para encaminhamento fora da
LAN.

Os endereços IP são os endereços mais usados para as comunicações na Internet. Esse


protocolo é um esquema de endereçamento hierárquico que permite que os endereços
individuais sejam associados entre si e tratados como grupos. Esses grupos de endereços
permitem uma transferência eficiente de dados através da Internet.

Os administradores de rede usam dois métodos para atribuir endereços IP. Esses métodos
são: estático e dinâmico. Mais adiante nesta lição, abordaremos o endereçamento estático e
três variações do endereçamento dinâmico. Independentemente do esquema de
endereçamento escolhido, duas interfaces não podem ter o mesmo endereço IP. Dois hosts
que tenham o mesmo endereço IP poderiam gerar um conflito, fazendo com que os dois hosts
envolvidos não funcionassem corretamente. O hosts têm um endereço físico, atribuído à placa
de interface de rede que permite a conexão ao meio físico.

9.3.2 Atribuição estática do endereço IP

A atribuição estática funciona bem em redes pequenas, que mudam pouco. O administrador do
sistema atribui e rastreia manualmente os endereços IP de cada computador, impressora ou
servidor da intranet. Uma boa manutenção de registros é essencial para evitar problemas
relacionados a endereços IP duplicados. Isso só é possível quando há uma quantidade
pequena de dispositivos para rastrear.

142
Os servidores devem receber um endereço IP estático, para que as estações de trabalho e os
outros dispositivos sempre saibam como acessar os serviços necessários. Imagine a
dificuldade que seria telefonar para uma empresa que mudasse de número de telefone todos
os dias.

Outros dispositivos que devem receber endereços IP estáticos são as impressoras de rede, os
servidores de aplicativos e os roteadores.

9.3.3 Atribuição de endereço IP utilizando RARP

O RARP (Reverse Address Resolution Protocol – Protocolo de Resolução Reversa de


Endereços) associa um endereço MAC conhecido a um endereço IP. Essa associação permite
que os dispositivos de rede encapsulem os dados antes de enviá-los à rede. Um dispositivo de
rede, como uma estação de trabalho sem disco, por exemplo, pode conhecer seu endereço
MAC, mas não seu endereço IP. O RARP permite que o dispositivo faça uma solicitação para
saber seu endereço IP. Os dispositivos que usam o RARP exigem que haja um servidor RARP
presente na rede para responder às solicitações RARP.

Suponha uma situação em que um dispositivo de origem queira enviar dados a outro
dispositivo. Nesse caso, o dispositivo de origem sabe seu próprio endereço MAC, mas não
consegue localizar seu endereço IP na tabela ARP. O dispositivo de origem deve incluir tanto
seu endereço MAC quanto seu endereço IP para que o dispositivo de destino recupere os
dados, passe-os às camadas superiores do modelo OSI e responda ao dispositivo de origem.
Assim, a origem inicia um processo chamado de solicitação RARP. Essa solicitação ajuda o
dispositivo de origem a detectar seu próprio endereço IP. As solicitações RARP são enviadas
por broadcast para a LAN e são respondidas pelo servidor RARP, que geralmente é um
roteador.

O RARP usa o mesmo formato de pacote do ARP, mas, em uma solicitação RARP, os
cabeçalhos MAC e o "código de operação"(operation code) são diferentes dos de uma
solicitação ARP. O formato do pacote RARP contém espaços para os endereços MAC dos
dispositivos de destino e de origem. O campo de endereço IP de origem é vazio. O broadcast
vai para todos os dispositivos da rede. Portanto, o endereço MAC de destino será definido
como FF:FF:FF:FF:FF:FF. As estações de trabalho que executam o RARP têm códigos na
ROM que as instruem a iniciar o processo RARP.

9.3.4 Atribuição de endereço IP BOOTP

O protocolo bootstrap (BOOTP) opera em um ambiente cliente-servidor e exige a troca de


apenas um pacote para obter informações de IP. Entretanto, diferentemente do RARP, os
pacotes BOOTP podem incluir o endereço IP, assim como o endereço de um roteador, de um
servidor e informações específicas do fabricante.

Um problema do BOOTP, contudo, é não ter sido projetado para fornecer atribuição dinâmica
de endereços. Com o BOOTP, um administrador de rede cria um arquivo de configuração que

143
especifica os parâmetros de cada dispositivo. O administrador precisa adicionar hosts e manter
o banco de dados do BOOTP. Mesmo que os endereços sejam atribuídos dinamicamente,
continua havendo uma relação de um para um entre a quantidade de endereços IP e a
quantidade de hosts. Isso significa que para cada host da rede deve haver um perfil BOOTP
com uma atribuição de endereço IP dentro dele. Não pode haver dois perfis com o mesmo
endereço IP. Esses perfis poderiam ser usados ao mesmo tempo, o que corresponderia a dois
hosts com o mesmo endereço IP.

Um dispositivo usa o BOOTP para obter um endereço IP durante a inicialização. O BOOTP usa
o UDP para transportar as mensagens. A mensagem UDP é encapsulada em um pacote IP. O
computador usa o BOOTP para enviar um pacote IP de broadcast usando um endereço IP de
destino somente com 1s, equivalente a 255.255.255.255 na notação decimal com pontos. O
servidor BOOTP recebe o broadcast e depois o envia de volta. O cliente recebe um quadro e
verifica o endereço MAC. Se o cliente encontrar seu próprio endereço MAC no campo do
endereço de destino e um broadcast no campo de destino do IP, ele obtém e armazena o
endereço IP e as outras informações fornecidas pela mensagem de resposta do BOOTP.

9.3.5 Gerenciamento de Endereços IP com uso de DHCP

O DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol) é o sucessor do BOOTP. Diferentemente do


BOOTP, o DHCP permite que um host obtenha um endereço IP dinamicamente sem que o
administrador da rede tenha que configurar um perfil individual para cada dispositivo. Tudo o
que é necessário ao usar o DHCP é um intervalo de endereços IP definido IP em um servidor
DHCP. À medida que ficam online, os hosts entram em contato com o servidor DHCP e
solicitam um endereço. O servidor DHCP escolhe um endereço e o concede a esse host. Com
o DHCP, toda a configuração de rede de um computador pode ser obtida em uma única
mensagem. Isso inclui todos os dados fornecidos pela mensagem BOOTP mais um endereço
IP concedido e uma máscara de sub-rede.

A principal vantagem do DHCP em relação ao BOOTP é permitir a mobilidade dos usuários.


Essa mobilidade possibilita que os usuários mudem as conexões da rede de um local para
outro. Assim, deixa de ser necessário manter um perfil fixo para cada dispositivo conectado à
rede, como acontecia com o sistema BOOTP. A importância desse avanço do DHCP é a sua
capacidade de conceder um endereço IP a um dispositivo e, em seguida, recuperar esse
endereço para outro usuário, depois que o primeiro usuário o tiver liberado. Isso significa que o
DHCP oferece uma relação de endereços IP de um para vários e que um endereço está
disponível para qualquer um que se conectar à rede.

9.3.6 Problemas de resolução de endereços

Um dos principais problemas dos sistemas em rede é como se comunicar com os outros
dispositivos da rede. Nas comunicações por TCP/IP, um datagrama em uma rede local deve
conter um endereço MAC de destino e um endereço IP de destino. Esses endereços devem
estar corretos e coincidir com os endereços MAC e IP de destino do dispositivo host. Se não
coincidirem, o datagrama será rejeitado pelo host de destino. As comunicações dentro de um
segmento de LAN requerem dois endereços. Deve haver uma maneira de mapear
automaticamente os endereços IP para endereços MAC. O usuário gastaria muito tempo se
tivesse que criar os mapas manualmente. O TCP/IP tem um protocolo chamado ARP (Address
Resolution Protocol – Protocolo de Resolução de Endereços), que pode obter automaticamente
os endereços MAC para transmissão local. Surgem outros problemas quando os dados são
enviados para fora da rede local.

144
As comunicações entre dois segmentos de LAN têm uma tarefa adicional. Tanto o endereço IP
quanto o endereço MAC são necessários para o host de destino e para o dispositivo de
roteamento intermediário. O TCP/IP tem uma variação do ARP chamada Proxy ARP, que
fornece o endereço MAC de um dispositivo intermediário para transmissão fora da LAN para
outro segmento da rede.

9.3.7 Protocolo de Resolução de Endereços (ARP)

Em redes TCP/IP , um pacote de dados deve conter tanto um endereço MAC de destino
quanto um endereço IP de destino. Se um dos dois estiver faltando, os dados não passarão da
camada 3 para as camadas superiores. Dessa forma, os endereços MAC e os endereços IP
agem como verificadores e balanceadores entre si. Depois de determinarem os endereços IP
dos dispositivos de destino, os dispositivos podem adicionar os endereços MAC de destino aos
pacotes de dados.

Alguns dispositivos mantêm tabelas que contêm os endereços MAC e os endereços IP de


outros dispositivos conectados à mesma LAN. Elas são chamadas de tabelas ARP. As tabelas
ARP são armazenadas na memória RAM, onde as informações sobre cada um dos dispositivos
são mantidas automaticamente em cache. É muito raro que o usuário tenha que criar uma
entrada na tabela ARP manualmente. Cada dispositivo em uma rede mantém sua própria
tabela ARP. Quando um dispositivo da rede quer enviar dados através dela, ele usa as
informações fornecidas pela tabela ARP.

Quando uma origem determina o endereço IP de um destino, ela consulta a tabela ARP a fim
de localizar o endereço MAC do destino. Se a origem localizar uma entrada na sua tabela
(endereço IP de destino para o endereço MAC de destino), ela associa o endereço IP ao
endereço MAC e o utiliza para encapsular os dados. Então, o pacote de dados é enviado pelos
meios físicos da rede para ser capturado pelo dispositivo de destino.

Os dispositivos podem usar duas formas de obter os endereços MAC que eles precisam para
adicionar aos dados encapsulados. A primeira maneira é monitorar o tráfego que ocorre no
segmento local da rede. Todas as estações de uma rede Ethernet analisarão todo o tráfego
para determinar se os dados são para elas. Parte desse processo é gravar os endereços IP e
MAC de origem do datagrama em uma tabela ARP. Conforme os dados são transmitidos pela
rede, os pares de endereços preenchem a tabela ARP. A outra maneira de obter um par de
endereços para transmissão dos dados é enviar uma solicitação ARP broadcast.

O computador que requer um par de endereços IP e MAC envia uma solicitação ARP
broadcast. Todos os outros dispositivos da rede local analisam essa solicitação. Se um dos

145
dispositivos locais corresponder ao endereço IP da solicitação, ele devolve uma resposta ARP
que contém seu par IP-MAC. Se o endereço IP for para a rede local e o computador não existir
ou estiver desligado, não haverá resposta à solicitação ARP. Nesta situação, o dispositivo de
origem relata um erro. Se a solicitação for para uma rede com outro IP, há outro processo que
pode ser usado.

Os roteadores não encaminham pacotes de broadcast. Se este recurso estiver ativado, o


roteador realiza um Proxy ARP. O Proxy ARP é uma variação do protocolo ARP. Nesta
variação, um roteador envia ao host solicitante uma resposta ARP com o endereço MAC da
interface na qual a solicitação foi recebida. O roteador responde com os endereços MAC às
solicitações cujo endereço IP não esteja no intervalo de endereços da sub-rede local.

Outro método para enviar dados ao endereço de um dispositivo que está em outro segmento
da rede é configurar um gateway padrão. O gateway padrão é uma opção de host em que o
endereço IP da interface do roteador é armazenado na configuração de rede do host. O host de
origem compara o endereço IP de destino com o seu próprio endereço IP para determinar se
os dois endereços IP estão localizados no mesmo segmento. Se o host receptor não estiver no
mesmo segmento, o host de origem envia os dados usando o endereço IP real do destino e o
endereço MAC do roteador. O endereço MAC do roteador foi obtido da tabela ARP, usando o
endereço IP desse roteador.

Se o gateway padrão no host e o recurso de Proxy ARP no roteador não estiverem


configurados, nenhum tráfego poderá sair da rede local. Um dos dois precisa estar configurado
para que haja uma conexão para fora da rede local.

Resumo

Deve ter sido obtido um entendimento dos principais conceitos a seguir: texto

• Por que a Internet foi desenvolvida e como o TCP/IP situa-se no projeto da Internet.
• As 4 camadas do modelo TCP/IP.
• As funções de cada camada do modelo TCP/IP.
• O modelo OSI comparado ao modelo TCP/IP.
• O endereçamento IP dá a cada dispositivo na Internet um identificador exclusivo.
• As classes de endereços IP são divisões lógicas do espaço de endereços usadas para
atender às necessidades de vários tamanhos de redes.
• As sub-redes são usadas para dividir uma rede em redes menores.
• Os endereços reservados desempenham um papel especial no endereçamento IP e
não podem ser usados para nenhuma outra finalidade.
• Os endereços privados não podem ser roteados na Internet pública.
• A função de uma máscara de sub-rede é mapear as partes de um endereço IP que
correspondem à rede e ao host.
• Algum dia, o IPv4 estará totalmente obsoleto e a versão usada comumente será a
IPv6.
• Um computador precisa ter um endereço IP para se comunicar na Internet.
• Um endereço IP pode ser configurado estaticamente ou dinamicamente.
• Um endereço IP dinâmico pode ser alocado usando-se o RARP, BOOTP ou DHCP.
• O DHCP fornece mais informações a um cliente do que o BOOTP.
• O DHCP permite que os computadores sejam móveis, possibilitando a conexão a
várias redes diferentes.
• O ARP e o Proxy ARP podem ser usados para solucionar problemas de resolução de
endereços.

CAPITULO 10 - Conceitos Básicos de Roteamento e de Sub-redes

Visão Geral

146
Internet Protocol (IP) é o principal protocolo roteado da Internet. O endereçamento IP permite o
roteamento de pacotes da origem ao destino usando o melhor caminho disponível. A
propagação de pacotes, as alterações de encapsulamento e os protocolos orientados para
conexões e sem conexão também são críticos para assegurar a transmissão correta dos dados
ao seu destino. Este módulo fornecerá uma visão geral de cada um desses tópicos.

A diferença entre protocolos de roteamento e roteados é uma fonte comum de confusão para
quem está aprendendo sobre redes. Essas duas palavras são parecidas, mas seu sentido é
bastante diferente. Este módulo também apresenta protocolos de roteamento que permitem
que os roteadores construam tabelas das quais pode-se determinar o melhor caminho para um
host na Internet.

Não há duas organizações idênticas no mundo. Na verdade, nem todas as organizações


podem enquadrar-se no sistema de três classes de endereços A, B, e C. No entanto, há
flexibilidade no sistema de endereçamento por classes e esta flexibilidade chama-se divisão
em sub-redes. A divisão em sub-redes permite que os administradores de rede determinem o
tamanho dos componentes da rede com a qual trabalharão. Uma vez determinado como
segmentar a rede, eles podem usar a máscara de sub-rede para determinar em que parte da
rede está cada dispositivo.

Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de:

• Descrever protocolos roteados (roteáveis).


• Relacionar as etapas do encapsulamento de dados em uma internetwork à medida que
esses dados são roteados para um ou mais dispositivos da camadas 3.
• Descrever os tipos de entrega sem conexão e orientada a conexão.
• Citar os campos de pacotes IP.
• Descrever o processo de roteamento.
• Comparar e diferenciar tipos de protocolos de roteamento.
• Relacionar e descrever várias métricas usadas por protocolos de roteamento.
• Relacionar várias utilizações para a divisão em sub-redes.
• Determinar a máscara de sub-rede para uma determinada situação.
• Utilizar uma máscara de sub-rede para determinar a ID da sub-rede.

10.1 Protocolo roteado


10.1.1 Protocolos roteáveis e roteados

Um protocolo é um conjunto de regras que determina como os computadores comunicam-se


uns com os outros através de redes. Os computadores comunicam-se uns com os outros
trocando mensagens de dados. Para aceitar e atuar com base nessas mensagens, os
computadores devem ter definições para sua interpretação. Os exemplos de mensagens
incluem aquelas que estabelecem conexão com uma máquina remota, mensagens de e-mail e
arquivos transferidos via rede.

Um protocolo descreve:

• O formato que deve ser adotado por uma mensagem

147
• O modo como os computadores devem trocar uma mensagem no contexto de uma
atividade em particular

Um protocolo roteado permite que o roteador encaminhe dados entre nós de diferentes redes.
Para um protocolo ser roteável, ele deve propiciar a capacidade de atribuir um número de rede
e um número de host a cada dispositivo individual. Alguns protocolos, como o IPX, exigem
apenas um número de rede, porque usam um endereço MAC de host para o número do host.
Outros protocolos, como o IP, exigem um endereço completo, que consiste em uma parte da
rede e uma parte do host. Esses protocolos também exigem uma máscara de rede para
diferenciar os dois números. O endereço de rede é obtido pela operação AND do endereço
com a máscara de rede.

A razão para a utilização de uma máscara de rede é permitir que grupos de endereços IP
seqüenciais sejam tratados como uma única unidade. Se esse agrupamento não fosse
permitido, cada host precisaria ser mapeado individualmente para o roteamento. Isto seria
impossível, porque de acordo com o Internet Software Consortium existem atualmente
aproximadamente 233.101.500 hosts na Internet.

10.1.2 IP como protocolo roteado

O Internet Protocol (IP) é a implementação mais utilizada de um esquema de endereçamento


de rede hierárquico. O IP é um protocolo sem conexão, de melhor entrega possível e, não
confiável. O termo "sem conexão" significa que não há conexão com circuito dedicado
estabelecida antes da transmissão, como ocorre quando é feita uma ligação telefônica. O IP
determina a rota mais eficiente para os dados com base no protocolo de roteamento. Os
termos "não confiável" e "melhor entrega" não implicam que o sistema não seja confiável e que
não funcione bem, mas que o IP não verifica se os dados chegaram ao destino. Se necessário,
a verificação é controlada pelos protocolos da camada superior.

À medida que as informações fluem pelas camadas do modelo OSI, os dados são processados
em cada camada. Na camada de rede, os dados são encapsulados em pacotes (também
conhecidos como datagramas). O IP determina o conteúdo do cabeçalho do pacote IP, que
inclui informações sobre endereçamento e outras informações de controle, mas não trata dos
dados em si. O IP aceita quaisquer dados que lhe forem passados das camadas superiores.

10.1.3 Propagação de pacotes e comutação em um roteador

148
À medida que um pacote trafega em uma internetwork até seu destino final, os cabeçalhos e
trailers de quadros da camada 2 são removidos e substituídos em cada dispositivo da camada
3. Isso ocorre porque as unidades de dados, da camada 2 (quadros) destinam-se ao
endereçamento local. As unidades de dados, da camada 3 (pacotes) destinam-se ao
endereçamento fim-a-fim.

Os quadros Ethernet foram criados para operar em um domínio de broadcast usando o


endereço MAC incorporado ao dispositivo físico. Outros tipos de quadros da camada 2 incluem
links seriais do Point-to-Point Protocol (PPP) e conexões Frame Relay, que usam diferentes
esquemas de endereçamento da camada 2. Independentemente do tipo de endereçamento da
camada 2 utilizado, os quadros foram criados para operar em um domínio de broadcast da
camada 2; à medida que os dados atravessam um dispositivo da camada 3 , as informações da
camada 2 mudam.

À medida que um quadro é recebido em um roteador ou em uma interface de roteador, o


endereço MAC de destino é extraído. O endereço é analisado para verificar se o quadro é
endereçado diretamente à interface do roteador ou se é um broadcast. Em qualquer um desses
dois casos, o quadro é aceito. Caso contrário, é descartado, já que destina-se a outro
dispositivo no domínio de colisão. O quadro aceito tem as informações de Cyclic Redundancy
Check (CRC) extraídas do trailer do quadro e calculadas, para verificar se os dados do quadro
não contêm erro. Se a verificação falhar, o quadro é descartado. Se a verificação for válida, o
cabeçalho e o trailer do quadro são removidos e o pacote passa à camada 3. Ele é, então,
analisado para verificar se realmente destina-se ao roteador ou se deve ser roteado para outro
dispositivo da internetwork. Se o endereço IP de destino coincidir com uma das portas do
roteador, o cabeçalho da camada 3 é removido e os dados passam à camada 4. Se o pacote
for roteado, o endereço IP de destino será comparado à tabela de roteamento. Se houver
coincidência ou se houver uma rota padrão, o pacote será enviado à interface especificada na
instrução da tabela de roteamento coincidente. Quando o pacote é comutado para a interface
de saída, um novo valor de CRC é adicionado como trailer de quadro e o cabeçalho de quadro
correto é adicionado ao pacote. O quadro é, então, transmitido ao próximo domínio de
broadcast em seu trajeto até o destino final.

10.1.4 Internet Protocol (IP)

Dois tipos de serviços de entrega são: sem conexão e orientados a conexões. Esses dois
serviços fornecem a entrega real de dados fim-a-fim em uma internetwork.

A maioria dos serviços de rede usa um sistema de entrega sem conexão. Pacotes diferentes
podem seguir caminhos diferentes para atravessar a rede, mas são reagrupados após
chegarem ao destino. Em um sistema sem conexão, o destino não é contatado antes de o
pacote ser enviado. Uma boa comparação para um sistema sem conexão é o sistema postal. O
destinatário não é contatado antes do envio para verificar se aceitará a carta. Além disso, o
remetente nunca sabe se a carta chegou ao destino.

Em sistemas orientados a conexão, é estabelecida uma conexão entre o remetente e o


destinatário antes que qualquer dado seja transferido. Um exemplo de rede orientada a
conexão é o sistema telefônico. O autor da chamada faz uma ligação, é estabelecida uma
conexão e ocorre a comunicação.

Os processos de rede não orientados a conexão são normalmente conhecidos como


comutados por pacote (packet-switched). À medida que os pacotes trafegam da origem para o
destino, os mesmos podem ser comutados por caminhos diferentes e, possivelmente, chegar
fora de ordem. Cada pacote contem as instruções, como por exemplo o endereço de destino e
sua ordem dentro da mensagem, que coordenam sua chegada com a chegada dos outros
pacotes associados. Os pacotes são colocados na seqüência correta quando chegam ao
destino. Os dispositivos determinam os caminhos para cada pacote com base em diversos
critérios. Alguns deles, como por exemplo, largura de banda disponível, podem diferir de
pacote para pacote.

149
Os processos de rede orientados a conexão (conection-oriented) são freqüentemente
conhecidos como comutados por circuito. Inicialmente é estabelecida uma conexão dedicada
com o receptor e, em seguida, começa a transferência dos dados. Todos os pacotes trafegam
seqüencialmente pelo mesmo circuito, físico ou virtual, em um fluxo contínuo.

A Internet é uma rede gigantesca não orientada a conexão na qual a maioria das entregas de
pacotes é feita através de IP. O TCP adiciona serviços de confiabilidade próprios da Camada 4,
orientada a conexão, às comunicações não orientadas a conexão feitas sobre IP.

10.1.5 Anatomia de um pacote IP

Os pacotes IP consistem dos dados das camadas superiores somados a um cabeçalho IP. O
cabeçalho IP consiste de:

• Versão – Especifica o formato do cabeçalho do pacote IP. O campo versão (4-bits)


contém o valor 4 se este for um pacote IPv4 e 6 se este for um pacote IPv6. Entretanto,
este campo não é utilizado para distinguir pacotes IPv4 e IPv6. O campo "Tipo de
protocolo" no cabeçalho da camada 2 é usado para isto.
• Tamanho do cabeçalho IP (HLEN) – Indica o tamanho do cabeçalho do datagrama
em palavras de 32 bits. Esse é o tamanho total de todas as informações do cabeçalho,
correspondentes aos dois campos de cabeçalho de tamanhos variáveis.
• Tipo de serviço(TOS) – Especifica o nível de importância atribuído por um
determinado protocolo de camada superior; oito bits.
• Extensão total – Especifica o tamanho total do pacote em bytes, inclusive dados e
cabeçalho; 16 bits. Para obter o tamanho do payload dos dados, subtraia o HLEN do
tamanho total.
• Identificação – Contém um número inteiro que identifica o datagrama atual; 16 bits.
Esse é o número de seqüência.
• Flags – Um campo de três bits em que os dois bits de ordem inferior controlam a
fragmentação. Um bit especifica se o pacote pode ser fragmentado; o outro, se este é o
último fragmento de uma série de pacotes fragmentados.
• Deslocamento de fragmento – Usado para ajudar a juntar fragmentos de datagramas;
13 bits. Este campo permite que o anterior termine em um limite de 16 bits.
• Time-to-live (TTL) – Um campo que especifica o número de saltos pelos quais um
pacote pode trafegar. Este número diminui em um à medida que o pacote trafega por
um roteador. Quando o contador chega a zero, o pacote é descartado. Isso impede que
os pacotes permaneçam infinitamente em loop.
• Protocol – Indica que protocolo de camada superior, por exemplo, TCP ou UDP,
receberá os pacotes de entrada após a conclusão do processamento IP; oito bits.
• Checksum do cabeçalho – Ajuda a assegurar a integridade do cabeçalho IP; 16 bits.
• Endereço de origem – Especifica o endereço IP do nó de envio; 32 bits.
• Endereço de destino – Especifica o endereço IP do nó de recebimento; 32 bits.
• Opções – Permite que o IP suporte várias opções, como segurança; tamanho variável.
• Enchimento – Zeros adicionais são adicionados a este campo para assegurar que o
cabeçalho IP seja sempre um múltiplo de 32 bits.
• Dados – Contêm informações da camada superior; tamanho variável, máximo de 64
Kb.

150
Embora os endereços IP de origem e de destino sejam importantes, os outros campos do
cabeçalho têm feito do IP um protocolo bastante flexível. Os campos do cabeçalho apresentam
informações sobre os endereços da origem e destino do pacote e geralmente indicam o
tamanho da mensagem de dados. A informação de roteamento da mensagem também está
contida no cabeçalho do IP, a qual pode longa e complexa.

10.2 Protocolos de roteamento IP


10.2.1 Visão geral de roteamento

O roteamento é uma função OSI da camada 3. Roteamento é um esquema hierárquico de


organização que permite o agrupamento de endereços individuais. Esses endereços individuais
são tratados como uma única unidade até que o endereço de destino seja necessário para a
entrega final dos dados. O roteamento é o processo de localizar o caminho mais eficiente
entre dois dispositivos. O dispositivo primário que executa o processo de roteamento é o
roteador.

Veja a seguir as duas funções-chave de um roteador:

• Os roteadores devem manter tabelas de roteamento e verificar se os outros roteadores


conhecem as alterações na topologia da rede. Esta função é executada com o uso de
um protocolo de roteamento para comunicar informações de rede a outros roteadores.
• Quando os pacotes chegam a uma interface, o roteador deve usar a tabela de
roteamento para determinar para onde enviá-los. O roteador comuta os pacotes para a
interface apropriada, adiciona as informações de enquadramento necessárias à
interface e transmite o quadro.

Um roteador é um dispositivo de camada de rede que usa uma ou mais métricas para
determinar o caminho ideal pelo qual o tráfego da rede deve ser encaminhado. Métricas de
roteamento são valores usados para determinar a vantagem de uma rota sobre a outra. Os
protocolos de roteamento usam várias combinações de métricas para determinar o melhor
caminho para os dados.

Os roteadores interconectam segmentos de rede ou redes inteiras. Eles passam quadros de


dados entre as redes com base nas informações da camada 3. Os roteadores tomam decisões
lógicas relativas ao melhor caminho para a entrega de dados. Em seguida, direcionam os
pacotes para a porta de saída apropriada, para que sejam encapsulados para transmissão. O
processo de encapsulamento e de desencapsulamento ocorre cada vez que um pacote trafega
através de um roteador. O roteador precisa desemcapsular o quadro de camada 2 para ter
acesso e examinar os endereços da camada 3. Como mostra a Figura 4, o processo completo
de envio de dados de um dispositivo ao outro envolve o processo de encapsulamento e
desencapsulamento em todas as setes camadas OSI. Este processo fragmenta o fluxo de
dados em segmentos, adiciona os cabeçalhos e trailers apropriados e transmite os dados. O
processo de desencapsulamento é o oposto, removendo os cabeçalhos e trailers e
recombinando os dados em um fluxo contínuo.

151
Este curso enfoca o protocolo roteável mais comum, o Internet Protocol (IP). Outros exemplos
de protocolos roteáveis incluem IPX/SPX e AppleTalk. Esses protocolos fornecem suportem à
camada 3. Os protocolos não-roteáveis não fornecem esse suporte. O protocolo não-roteável
mais comum é o NetBEUI. O NetBEUI é um protocolo pequeno, rápido e eficiente, cuja entrega
de quadros limita-se a um segmento

10.2.2 Roteamento X comutação

É freqüente a comparação entre roteamento e comutação. Roteamento e comutação podem,


aparentemente, aos olhos de um observador inexperiente, executar a mesma função. A
principal diferença é que a comutação ocorre na camada 2, a camada de enlace do modelo
OSI e o roteamento ocorre na camada 3. Esta distinção significa que roteamento e comutação
usam informações diferentes no processo de mover dados da origem até o destino.

A relação entre comutação e roteamento é comparável àquela das ligações telefônicas locais e
de longa distância. Quando é feita uma ligação telefônica para um número no mesmo código
de área, ela é tratada por um comutador local. No entanto, esse comutador pode rastrear
apenas seus próprios números locais. Ele não pode lidar com todos os números de telefone do
mundo. Quando o comutador recebe uma solicitação de ligação fora do seu código de área,
passa essa ligação ao comutador de nível mais alto, que reconhece códigos de área. Esse
comutador, em seguida, passa a ligação, de modo que ela chegue ao comutador local relativo
ao código de área discado.

O roteador executa uma função parecida com aquela do comutador de nível mais alto no
exemplo do telefone. A Figura mostra as tabelas ARP para o endereços MAC da camada 2 e
as tabelas de roteamento para o endereços IP da camada 3. Cada interface de computador e
de roteador mantém uma tabela ARP para a comunicação da camada 2. A tabela ARP tem
efeito somente sobre o domínio de broadcast ao qual está conectada. O roteador também
mantém uma tabela de roteamento que lhe permite rotear dados para fora do domínio de
broadcast. Cada entrada na tabela ARP contém um par de endereços IP-MAC. As tabelas de
roteamento também rastreiam como a rota foi aprendida (nesse caso, conectada diretamente
[C] ou aprendida por RIP [R]), o endereço IP da rede para redes alcançáveis, a contagem de
saltos ou a distância até essas redes e a interface à qual os dados devem ser enviados para
chegar à rede de destino.

O switch de camada 2 monta a sua tabela de encaminhamento (forwarding table) utilizando


endereços MAC. Quando um host tem dados para um endereço IP não-local, envia o quadro
ao roteador mais próximo. O host usa o endereço MAC do roteador como o endereço MAC de
destino.

Um switch conecta segmentos pertencentes à mesma rede ou sub-rede lógica. Para hosts não
locais, o switch encaminha o quadro para o roteador com base no endereço MAC do destino. O
roteador examina o endereço de destino da camada 3 do pacote para decidir o
encaminhamento. O Host X conhece o endereço IP do roteador porque a configuração IP do
host inclui o endereço IP do gateway padrão (default gateway).

Assim como o switch mantém uma tabela de endereços MAC conhecidos, o roteador mantém
uma tabela de endereços IP conhecida como tabela de roteamento. Há uma diferença entre
esses dois tipos de endereços. Os endereços MAC não são organizados logicamente, mas os
endereços IP são organizados de forma hierárquica. Um switch pode lidar com um número
razoável de endereços MAC não-organizados, pois só precisará pesquisar sua tabela para
verificar aqueles endereços contidos no seu segmento. Os roteadores precisam lidar com um
volume maior de endereços. Assim, eles precisam de um sistema de endereçamento
organizado, capaz de agrupar endereços semelhantes e tratá-los como uma única unidade de
rede até que os dados atinjam o segmento de destino. Se os endereços IP não fossem
organizados, a Internet simplesmente não funcionaria. Um exemplo seria uma biblioteca com
milhões de páginas individuais de material impresso colocadas em uma grande pilha. Esse
material é inútil, pois é impossível localizar ali um documento individual. Se as páginas foram

152
organizadas em livros com cada página individualmente identificada e se os livros também
forem catalogados, fica muito mais fácil localizar e usar os dados.

Outra diferença entre redes comutadas e roteadas é que as redes comutadas não bloqueiam
os broadcasts. Como resultado, os comutadores podem ficar sobrecarregados por
tempestades de broadcast. Os roteadores bloqueiam broadcasts de rede local ; assim, uma
tempestade de broadcast afeta apenas o domínio de broadcast que a originou. Como os
roteadores bloqueiam broadcasts, também fornecem um nível de segurança e de controle de
largura de banda superior ao dos comutadores.

10.2.3 Roteado X roteamento

Os protocolos usados na camada de rede que transferem dados de um host para outro através
de um roteador são chamados protocolos roteados ou roteáveis. Os protocolos roteados
transportam dados através de uma rede. Os protocolos de roteamento permitem que os
roteadores escolham o melhor caminho para os dados, da origem ao destino.

As funções de um protocolo roteado abrangem:

• Incluir qualquer conjunto de protocolos de rede que forneça informações suficientes em


seu endereço de camada de rede para que um roteador o encaminhe ao próximo
dispositivo e, por fim, ao seu destino.
• Definir o formato e o uso dos campos em um pacote

O Internet Protocol (IP) e o Internetwork Packet Exchange (IPX) da Novell são exemplos de
protocolos roteados. Outros exemplos incluem DECnet, AppleTalk, Banyan VINES e Xerox
Network Systems (XNS).

Os roteadores usam protocolos de roteamento para trocar tabelas de roteamento e


compartilhar informações de roteamento. Em outras palavras, os protocolos de roteamento
permitem que os roteadores direcionem protocolos roteados.

As funções de um protocolo de roteamento incluem:

• Fornecer processos para o compartilhamento de informações de rota


• Permitir que os roteadores comuniquem-se uns com os outros para atualizar e manter
as tabelas de roteamento

Exemplos de protocolos de roteamento que suportam o protocolo roteado IP incluem Routing


Information Protocol (RIP), Interior Gateway Routing Protocol (IGRP), Open Shortest Path First
(OSPF), Border Gateway Protocol (BGP) e Enhanced IGRP (EIGRP).

10.2.4 Determinação do caminho

A determinação do caminho ocorre na camada de rede. A determinação do caminho permite


que um roteador compare o endereço de destino às rotas disponíveis em sua tabela de
roteamento e selecione o melhor caminho. O roteador aprende essas rotas disponíveis através

153
de roteamento estático ou dinâmico. As rotas configuradas manualmente pelo administrador da
rede são estáticas. As rotas aprendidas por outros roteadores com o uso de um protocolo de
roteamento são dinâmicas.

O roteador usa a determinação do caminho para decidir por que porta um pacote de entrada
deve sair para continuar seu tráfego até o destino. Este processo também é conhecido como
roteamento do pacote. Cada roteador que o pacote encontra em seu caminho é chamado salto.
A contagem de saltos é a distância percorrida. A determinação do caminho pode ser
comparada a uma pessoa que dirige um carro de um local a outro em uma cidade. O motorista
tem um mapa que mostra as ruas que podem ser percorridas para chegar ao destino,
exatamente como um roteador usa uma tabela de roteamento. O motorista trafega de um
cruzamento ao outro, como o pacote trafega de um roteador ao outro em cada salto. Em
qualquer cruzamento, o motorista pode orientar-se optando por virar à esquerda, à direita ou
seguir em frente. Do mesmo modo, um roteador decide a que porta de saída o pacote deve ser
enviado.

As decisões de um motorista são influenciadas por fatores como o volume de tráfego em uma
estrada, seu limite de velocidade e número de pistas, se há pedágio nessa estrada e se ela
está sempre aberta ao tráfego. Às vezes, é mais rápido adotar uma rota mais longa, usando
uma rua menor, menos movimentada, em vez de uma estrada com tráfego muito intenso. De
forma semelhante, os roteadores podem decidir com base em fatores como carga, largura de
banda, atraso, custo e confiabilidade de um link de rede.

O processo a seguir é usado durante uma determinação do caminho para cada pacote roteado:

• O roteador compara o endereço IP do pacote que ele recebeu com as tabelas IP que
tem.
• A máscara da primeira entrada da tabela de roteamento é aplicada ao endereço de
destino.
• O destino com a máscara é comparado à tabela de roteamento.
• Se houver correspondência, o pacote é encaminhado à porta associada a essa entrada
da tabela.
• Caso contrário, é verificada a próxima entrada da tabela.
• Se o pacote não corresponder a nenhuma entrada da tabela, o roteador verifica se foi
definida uma rota padrão.
• Em caso afirmativo, o pacote é encaminhado à porta associada. Uma rota padrão é
aquela configurada pelo administrador da rede como a rota a ser usada caso não haja
correspondências na tabela de roteamento.
• Se não houver rota padrão, o pacote é descartado. Normalmente, uma mensagem é
enviada de volta ao dispositivo de envio, com a indicação de que o destino não pôde
ser alcançado.

10.2.5 Tabelas de roteamento

Os roteadores usam protocolos de roteamento para construir e manter tabelas de roteamento


que contêm informações de rota. Isso auxilia o processo de determinação do caminho. Os
protocolos de roteamento preenchem tabelas de roteamento com diversas informações de rota.
Essas informações variam, dependendo do protocolo de roteamento usado. As tabelas de
roteamento contêm as informações necessárias para encaminhar pacotes de dados através de
redes conectadas. Os dispositivos de camada 3 interconectam domínios de broadcast ou
LANs. É necessário um esquema de endereçamento hierárquico para que ocorra a
transferência de dados.

Os roteadores rastreiam informações importantes em suas tabelas de roteamento, inclusive:

• Tipo de protocolo – O tipo de protocolo de roteamento que criou a entrada da tabela


de roteamento

154
• Associações com destino/próximo salto – Essas associações informam a um
roteador se um destino específico está diretamente conectado ao roteador ou se pode
ser alcançado com o uso de um outro, chamado "próximo salto" no trajeto até o destino
final. Quando um roteador recebe um pacote, verifica o endereço de destino e tenta
fazer a correspondência entre esse endereço e uma entrada da tabela de roteamento.
• Métrica de roteamento – Protocolos de roteamento diferentes usam métricas de
roteamento diferentes. As métricas de roteamento são usadas para determinar se uma
rota é interessante. Por exemplo, o Routing Information Protocol (RIP) usa a contagem
de saltos como única métrica de roteamento. O Interior Gateway Routing Protocol
(IGRP) usa uma combinação de métricas de largura de banda, carga, atraso e
confiabilidade para criar um valor de métrica composto.
• Interface de saída – A interface na qual os dados devem ser enviados, para que
cheguem ao destino final.

Os roteadores comunicam-se uns com os outros para manter suas tabelas de roteamento
através da transmissão de mensagens de atualização de roteamento. Alguns protocolos de
roteamento transmitem mensagens de atualização periodicamente; outros as enviam somente
quando há alterações na topologia da rede. Alguns protocolos transmitem toda a tabela de
roteamento em cada mensagem de atualização; outros transmitem somente as rotas que
sofreram alteração. Analisando as atualizações de roteamento dos roteadores vizinhos, um
roteador constrói e mantém sua tabela de roteamento.

10.2.6 Algoritmos e métricas de roteamento

Um algoritmo é uma solução detalhada para um problema. No caso de pacotes de roteamento,


protocolos de roteamento diferentes usam algoritmos diferentes para decidir a que porta um
pacote recebido deve ser enviado. Para tomar decisões, os algoritmos de roteamento
dependem de métricas.

Os protocolos de roteamento freqüentemente têm um ou mais dos objetivos de projeto a


seguir:

• Otimização – A otimização descreve a capacidade do algoritmo de roteamento de


selecionar a melhor rota. A rota dependerá das métricas e dos pesos dessas métricas
usados no cálculo. Por exemplo, um algoritmo pode usar métricas de contagem de
saltos e de atraso, mas considerar as métricas de atraso mais importantes no cálculo.
• Simplicidade e economia – Quanto mais simples o algoritmo, mais eficientemente ele
será processado pela CPU e pela memória no roteador. Isso é importante para o
dimensionamento da rede em grandes proporções como, por exemplo, a Internet.
• Robustez e estabilidade – Um algoritmo de roteamento deve funcionar corretamente
caso enfrente circunstâncias incomuns ou imprevistas, como, por exemplo, falhas de
hardware, condições de cargas elevadas e erros de implementação.
• Flexibilidade – Um algoritmo de roteamento deve adaptar-se rapidamente a diversas
alterações da rede. Essas alterações incluem disponibilidade e memória do roteador,
alterações na largura de banda e atraso da rede.
• Convergência rápida – Convergência é o processo de concordância de todos os
roteadores em rotas disponíveis. Quando um evento de rede altera a disponibilidade de
um roteador, são necessárias atualizações para restabelecer a conectividade da rede.
Algoritmos de roteamento com conversão lenta podem impedir a entrega dos dados.

Os algoritmos de roteamento usam diferentes métricas para determinar a melhor rota. Cada
algoritmo de roteamento interpreta a melhor opção segundo seu próprio julgamento. O
algoritmo de roteamento gera um número, chamado valor de métrica, para cada caminho na
rede. Algoritmos de roteamento sofisticados baseiam a seleção de rotas em várias métricas,
combinando-as em um único valor composto de métrica. Normalmente, valores de métrica
menores indicam caminhos preferidos.

155
As métricas podem basear-se em uma única característica de um caminho ou podem ser
calculadas com base em várias características. Veja a seguir as métricas mais comumente
usadas por protocolos de roteamento:

• Largura de banda – A capacidade de dados de um link. Normalmente, um link


Ethernet de 10 Mbps é preferível a uma linha alugada de 64 kbps.
• Atraso – O tempo necessário para mover um pacote em cada link da origem até o
destino. O atraso depende da largura de banda de links intermediários, do volume de
dados que podem ser armazenados temporariamente em cada roteador, do
congestionamento na rede e da distância física.
• Carga – O volume de atividade em um recurso de rede, como, por exemplo, um
roteador ou um link.
• Confiabilidade – Normalmente, uma referência à taxa de erros de cada link da rede.
• Contagem de saltos – O número de roteadores pelos quais um pacote deve trafegar
antes de chegar ao destino. Cada roteador pelo qual os dados devem passar é igual a
um salto. Um caminho que tem contagem de saltos quatro indica que os dados que
trafegam por esse caminho devem passar por quatro roteadores antes de chegar ao
seu destino final. Se vários caminhos estiverem disponíveis para um destino, o
preferido será aquele com o menor número de saltos.
• Ticks – O atraso em um link de dados que usa clock ticks (pulsos do relógio) do PC
IBM. Um tick corresponde a aproximadamente 1/18 de segundo.
• Custo – Um valor arbitrário, normalmente baseado em largura de banda, despesa ou
em outra medida, atribuído por um administrador de rede.

10.2.7 IGP e EGP

Um sistema autônomo é uma rede ou um conjunto de redes sob controle administrativo


comum, como o domínio cisco.com. Um sistema autônomo consiste de roteadores que
apresentam uma visão consistente de roteamento para o mundo exterior.

Duas famílias de protocolos de roteamento são Interior Gateway Protocols (IGPs) e Exterior
Gateway Protocols (EGPs).

Os IGPs roteiam dados em um sistema autônomo.

• Routing Information Protocol (RIP) e (RIPv2)


• Interior Gateway Routing Protocol (IGRP)
• Enhanced Interior Gateway Routing Protocol (EIGRP)
• Open Shortest Path First (OSPF)
• Protocolo Intermediate System-to-Intermediate System (IS-IS)

Os EGPs roteiam dados entre sistemas autônomos. Um exemplo de EGP é o Border Gateway
Protocol (BGP).

10.2.8 Vetor de estado do link e de distância

156
Os protocolos de roteamento podem ser classificados como IGPs ou EGPs, o que descreve se
um grupo de roteadores está ou não sob uma única administração. Os IGPs podem ser mais
detalhadamente categorizados como protocolos de vetor de distância ou de estado de link.

A abordagem de roteamento pelo vetor de distância determina a distância e a direção (,-vetor),


para qualquer link na internetwork. A distância pode ser a contagem de saltos até o link. Os
roteadores que usam algoritmos de vetor de distância enviam periodicamente todas ou parte
das suas entradas da tabela de roteamento para roteadores adjacentes. Isso acontece mesmo
que não haja alterações na rede. Recebendo uma atualização do roteamento, um roteador
pode verificar todas as rotas conhecidas e alterar sua tabela de roteamento. Esse processo
também é conhecido como roteamento por "rumor". A compreensão que um roteador tem da
rede baseia-se na perspectiva do roteador adjacente na topologia da rede.

Exemplos de protocolos de vetor de distâncias incluem:

• Routing Information Protocol (RIP) – O IGP mais comum na Internet, o RIP usa a
contagem de saltos como única métrica de roteamento.
• Interior Gateway Routing Protocol (IGRP) – Este IGP foi criado pela Cisco para
atacar problemas associados ao roteamento em redes grandes e, heterogêneas.
• Enhanced IGRP (EIGRP) – Este IGP exclusivo da Cisco inclui muitos dos recursos de
um protocolo de roteamento de estado de link. Por isso, ele recebeu o nome de
protocolo híbrido balanceado mas é, na verdade, um protocolo avançado de
roteamento de vetor de distância.

Os protocolos de roteamento de estado de link foram criados para superar as limitações dos
protocolos de roteamento de vetor de distância. Os protocolos de roteamento de estado de link
respondem rapidamente a alterações da rede, enviando atualizações de disparo somente
quando ocorre uma dessas alterações. Os protocolos de roteamento de estado de link enviam
atualizações periódicas, conhecidas como atualizações de estado de link em intervalos
maiores, como, por exemplo, a cada 30 minutos.

Quando uma rota ou um link muda, o dispositivo que detectou a alteração cria um link-state
advertisement (LSA, anúncio de estado de link) relativo a esse link. O LSA é, então, transmitido
a todos os dispositivos vizinhos. Cada dispositivo de roteamento pega uma cópia do LSA,
atualiza seu banco de dados de estados de link e encaminha esse LSA a todos os dispositivos
vizinhos. Essa inundação de LSAs é necessária para garantir que todos os dispositivos de
roteamento criem bancos de dados que reflitam exatamente a topologia da rede antes de
atualizar suas tabelas de roteamento.

Os algoritmos de estado de link normalmente usam seus bancos de dados para criar entradas
de tabelas de roteamento que preferem o caminho mais curto. Exemplos de protocolos de
estado de link incluem Open Shortest Path First (OSPF) e Intermediate System-to-Intermediate
System (IS-IS).

10.2.9 Protocolos de roteamento

O RIP é um protocolo de roteamento de vetor de distância que usa a contagem de saltos como
métrica para determinar a direção e a distância até qualquer link na internetwork. Se houver
vários caminhos até um destino, o RIP seleciona aquele com o menor número de saltos. No
entanto, como a contagem de saltos é a única métrica de roteamento usada pelo RIP, ele nem
sempre seleciona o caminho mais rápido até um destino. Além disso, o RIP não pode rotear
um pacote além de 15 saltos. O RIP versão 1 (RIPv1) exige que todos os dispositivos na rede
usem a mesma máscara de sub-rede, pois ele não inclui informações sobre essas máscaras
nas atualizações de roteamento. Esse processo também é conhecido como roteamento
classful (por classes).

O RIP versão 2 (RIPv2) fornece roteamento de prefixo e envia informações sobre máscaras de
sub-rede nas atualizações de roteamento. Esse processo também é conhecido como

157
roteamento classless (sem classes) Com os protocolos de roteamento classless, sub-redes
diferentes dentro da mesma rede podem ter máscaras de sub-rede diferentes. O uso de
diferentes máscaras de sub-rede na mesma rede é citado como variable-length subnet masking
(VLSM - mascaramento de sub-redes com tamanho variável).

O IGRP é um protocolo de roteamento de vetor de distância desenvolvido pela Cisco. O IGRP


foi criado especificamente para atacar problemas associados ao roteamento em redes de
grande porte que estavam além do alcance de protocolos como o RIP. O IGRP pode selecionar
o caminho mais rápido disponível com base no atraso, na carga e na confiabilidade. O IGRP
também tem um limite máximo para a contagem de saltos mais alto do que o RIP. O IGRP
utiliza somente roteamento classful.

O OSPF é um protocolo de roteamento de estado de link desenvolvido pela Internet


Engineering Task Force (IETF) em 1988. O OSPF foi escrito para atender às necessidades de
internetworks de grande porte e, dimensionáveis, o que não podia ser feito pelo RIP.

O Intermediate System-to-Intermediate System (IS-IS) é um protocolo de roteamento de estado


de link usado para protocolos roteados diferentes do IP. O Integrated IS-IS é uma
implementação expandida do IS-IS que suporta vários protocolos roteados, inclusive IP.

Como o IGRP, o EIGRP é um protocolo exclusivo da Cisco. O EIGRP é uma versão avançada
do IGRP. Especificamente, o EIGRP oferece eficiência operacional superior, como, por
exemplo, convergência rápida e baixa largura de banda de overhead (espaço sem dados). O
EIGRP é um protocolo avançado de vetor de distância que também usa funções de protocolo
de estado de link. Assim, o EIGRP é, às vezes, categorizado como protocolo de roteamento
híbrido.

Um exemplo de External Gateway Protocol (EGP) é o Border Gateway Protocol (BGP). O BGP
troca informações de roteamento entre sistemas autônomos, ao mesmo tempo que garante a
seleção de caminhos livre de loops. O BGP é o principal protocolo de anúncio de rota usado
pelas maiores empresas e ISPs (provedores de serviços de Internet) na Internet. O BGP4 é a
primeira versão do BGP que suporta roteamento entre domínios (CIDR) e agregação de rotas.
Ao contrário dos protocolos Internal Gateway Protocols (IGPs) comuns, como o RIP, OSPF e
EIGRP, o BGP não usa métricas como a contagem de saltos, largura de banda ou atraso. Em
vez disso, o BGP toma decisões de roteamento com base em políticas de rede ou em regras
que usam vários atributos de caminhos do BGP.

10.3 As mecânicas da divisão em sub-redes


10.3.1 Classes de endereços IP de rede

As classes de endereços IP oferecem uma faixa de 256 a 16,8 milhões de hosts, conforme já
foi discutido anteriormente neste módulo. Para que se gerencie com eficiência um grupo
limitado de endereços IP, todas as classes podem ser subdivididas em sub-redes menores.

10.3.2 Introdução e razão para a divisão em sub-redes

Para criar a estrutura de sub-redes, os bits do host devem ser reatribuídos como bits da sub-
rede. Esse processo é freqüentemente chamado “’pedir emprestado”’ bits. No entanto, um
termo mais preciso seria “’emprestar”’ bits. O ponto de partida para este processo é sempre o
bit do host mais à esquerda, aquele mais próximo ao último octeto da rede.

158
Os endereços de sub-rede incluem a parte da rede de classe A, classe B e classe C, mais um
campo de sub-rede e um campo de host. O campo da sub-rede e o campo do host são criados
da parte original do host do endereço IP principal. Isso é feito com a atribuição de bits da parte
do host à parte de rede original do endereço. A capacidade de dividir a parte do host original
do endereço nos novos campos de sub-rede e de host proporciona flexibilidade de
endereçamento ao administrador da rede.

Além da necessidade de gerenciabilidade, a divisão em sub-redes permite que o administrador


da rede ofereça contenção de broadcast e segurança nos níveis inferiores na rede local. Ela
proporciona alguma segurança, pois o acesso a outras sub-redes está disponível somente
através dos serviços de um roteador. Além disso, a segurança de acesso pode ser
proporcionada com o uso de listas de acesso. Essas listas podem permitir ou negar acesso a
uma sub-rede com base em diversos critérios, proporcionando, assim, mais segurança. As
listas de acesso serão estudadas adiante no curso. Alguns proprietários de redes das classes
A e B também descobriram que a divisão em sub-redes cria uma fonte de lucros para a
organização através do aluguel ou da venda de endereços IP não usados anteriormente.

A divisão em sub-redes é um função interna à rede. Para fora da rede, uma LAN é vista como
uma única rede sem que sejam apresentados detalhes da estrutura da rede interna. Esta visão
da rede mantém as tabelas de roteamento pequenas e eficientes. Dado o endereço do nó local
147.10.43.14, pertencente à sub-rede 147.10.43.0, o mundo externo à LAN vê apenas o
número anunciado da rede principal 147.10.0.0. A razão para isso é que o endereço da sub-
rede 147.10.43.0 é utilizado apenas dentro da LAN à qual a sub-rede pertence.

10.3.3 Estabelecimento do endereço da máscara de sub-rede

A seleção do número de bits a serem usados no processo de sub-redes dependerá do número


máximo de hosts exigido por sub-rede. É necessária alguma compreensão de números
binários e de valores de posição dos bits em cada octeto ao calcular o número de sub-redes e
de hosts criados quando esse bit foi tomado por empréstimo.

159
Os dois últimos bits do último octeto, independentemente da classe de endereço IP, jamais
poderão ser atribuídos à sub-rede. Eles são chamados de os últimos dois bits significativos.

O uso de todos os bits disponíveis para criar sub-redes, exceto esses dois últimos, resultará
em sub-redes com apenas dois hosts utilizáveis. Esse é um método prático de conservação de
endereços para o endereçamento de links de roteadores seriais. No entanto, para uma rede
local em funcionamento, ele resultaria em custos proibitivos de equipamento.

A máscara de sub-rede fornece ao roteador as informações necessárias para determinar em


que rede e sub-rede um host específico reside. A máscara de sub-rede é criada com o uso de
1s binários nas posições dos bits relativos à rede. Os bits da sub-rede são determinados com a
adição do valor às posições dos bits tomados por empréstimo. Se tivessem sido tomados três
bits, a máscara para um endereço de classe C seria 255.255.255.224.

Essa máscara também pode ser representada, no formato de barras, como /27. O número
após a barra é o total de bits usados para a parte da rede e da sub-rede.

Para determinar o número de bits a serem usados, o projetista da rede precisa calcular quantos
hosts a maior sub-rede requer e o número necessário de sub-redes. Por exemplo, a rede
precisa de 6 sub-redes com 25 hosts cada. Uma maneira de determinar a quantidade de bits
que devem ser emprestados é através da tabela de sub-redes. Consultando a linha "Sub-redes
Utilizáveis", a tabela indica que para ter seis sub-redes são necessários 3 bits adicionais na
máscara de sub-rede. A tabela mostra que desta forma são criados 30 hosts utilizáveis por
sub-rede, o que irá satisfazer os requisitos deste esquema. A diferença entre hosts utilizáveis e
total de hosts resulta do uso do primeiro endereço disponível como ID e do último endereço
disponível como broadcast para cada sub-rede. Tomar emprestado o número apropriado de
bits para acomodar o número necessário de sub-redes e de hosts por sub-rede pode ser
resultado de um ato de balanceamento, que pode resultar em endereços de host não utilizados
em múltiplas sub-redes.

160
A habilidade de usar estes endereços não é provida em roteamento classful. De qualquer
maneira,o roteamento classless, que será visto mais tarde no curso, pode recuperar muitos
destes endereços desperdiçados.

O método usado para criar a tabela de sub-redes pode ser usado para resolver todos os
problemas da divisão em sub-redes. Esse método usa a seguinte fórmula:

Número de sub-redes utilizáveis= dois elevado ao número de bits de sub-rede atribuídos ou


tomados por empréstimo, menos dois. O menos dois é dos endereços reservados para ID da
rede e de broadcast da rede.

(2 núm. de bits emprestados) – 2 = sub-redes utilizáveis


(23) –2=6

Número de hosts utilizáveis = dois elevado ao número de bits restantes menos dois (endereços
reservados para ID da sub-rede e broadcast da sub-rede)

(2 núm. de bits restantes) – 2 = hosts utilizáveis


(25) – 2 = 30

10.3.4 Aplicação da máscara de sub-rede

Uma vez estabelecida a máscara de sub-rede, ela pode ser usada para criar o esquema de
sub-redes.

161
A tabela mostrada na figura é um exemplo das sub-redes e endereços criados pela atribuição
de três bits ao campo de sub-rede. Isso criará oito sub-redes com 32 hosts por sub-rede. Ao
numerar sub-redes, comece com zero (0). A primeira sub-rede é sempre chamada sub-rede
zero.

Quando se preenche a tabela de sub-redes, três dos campos são automáticos; os outros
exigem cálculos. A ID da sub-rede zero é igual ao número da rede principal, sendo, neste caso,
192.168.10.0. A ID de broadcast para toda a rede é o maior número possível, sendo, neste
caso, 192.168.10.255. O terceiro número fornecido é a ID de sub-rede para a sub-rede número
sete. Esse número reflete os três octetos da rede com o número da máscara de rede inserido
na quarta posição do octeto. Foram atribuídos três bits ao campo de sub-rede com valor
cumulativo 224. A ID para a sub-rede sete é 192.168.10.224. Com a inserção desses
números, foram estabelecidos pontos de verificação, que verificarão a precisão quando a
tabela for concluída.

Consultando-se a tabela de divisão em sub-redes ou utilizando-se a fórmula, os três bits


atribuídos ao campo de sub-rede resultarão no total de 32 hosts atribuídos a cada sub-rede.
Essas informações fornecem a contagem de etapas para cada ID de sub-rede. Adicionando-se
32 a cada número precedente, começando com a sub-rede zero, é estabelecida a ID para cada
sub-rede. Observe que a ID de sub-rede tem todos os 0s binários na parte do host.

O campo de broadcast é o último número em cada sub-rede e tem todos os uns binários na
parte do host. Esse endereço pode fazer broadcast somente para os membros de uma única
sub-rede. Como a ID de sub-rede para a sub-rede zero é 192.168.10.0 e há um total de 32
hosts, a ID de broadcast será 192.168.10.31. Começando em zero, o 32o número seqüencial
será 31. É importante lembrar que zero (0) é um número real no mundo das redes.

O equilíbrio da coluna de ID de broadcast pode ser obtido com o mesmo processo usado na
coluna de ID de sub-rede. Simplesmente, adicione 32 à ID de broadcast precedente da sub-
rede. Outra opção é começar na parte inferior e preencher até o alto da coluna, subtraindo um
da ID de sub-rede precedente.

10.3.5 Divisão de redes das classes A e B em sub-redes

O procedimento de divisão em sub-redes das classes A e B é idêntico ao da classe C, exceto


que pode envolver um número significativamente maior de bits. O número de bits disponíveis
para atribuição ao campo de sub-rede em um endereço de Classe A é 22, enquanto um
endereço de classe B tem 14 bits.

A atribuição de 12 bits de um endereço de classe B ao campo de sub-rede cria uma máscara


de sub-rede 255.255.255.240, ou /28. Todos os oito bits foram atribuídos no terceiro octeto,
resultando em 255, valor total dos oito bits. Quatro bits foram atribuídos no quarto octeto,
resultando em 240. Lembre-se que, a máscara com barra é a soma total dos bits atribuídos à
sub-rede mais os bits fixos da rede.

162
A atribuição de 20 de um endereço de classe A ao campo de sub-rede cria uma máscara de
sub-rede 255.255.255.240, ou /28. Todos os oito bits dos segundo e terceiro octetos foram
atribuídos ao campo de sub-rede e quatro bits do quarto octeto.

Nessa situação, é visível que a máscara de sub-rede para os endereços das classes A e B
parece idêntica. A menos que a máscara esteja relacionada a um endereço de rede, não é
possível saber quantos bits foram atribuídos ao campo de sub-rede.

Qualquer que seja a classe de endereço a ser dividida em sub-redes, as regras a seguir são as
mesmas:

Total de sub-redes = 2elevado ao número de bits tomados por empréstimo

Total de hosts= 2elevado ao número de bits restantes

Sub-redes utilizáveis = 2elevado ao número de bits tomados por empréstimomenos 2

Hosts utilizáveis= 2elevado ao número de bits restantesmenos 2

10.3.6 Cálculo da sub-rede residente através do ANDing

Os roteadores usam máscaras de sub-rede para determinar a sub-rede de origem para nós
individuais. Esse processo é chamado ANDing lógico. O ANDing é um processo binário pelo
qual o roteador calcula a ID de sub-rede para um pacote enviado. O ANDing é semelhante à
multiplicação.

Esse processo é controlado no nível binário. Assim, é necessário visualizar o endereço IP e a


máscara em binários. Os endereços IP e de sub-rede são ANDed (operação lógica AND) e o
resultado é a ID de sub-rede. Em seguida, o roteador usa essas informações para encaminhar
o pacote pela interface correta.

A divisão em sub-redes é uma habilidade que se aprende. Serão necessárias muitas horas de
exercícios práticos para que se domine o desenvolvimento de esquemas flexíveis e funcionais.
Diversas calculadoras para sub-redes estão disponíveis na Web. No entanto, um administrador
de redes deve saber calcular sub-redes manualmente, para que possa projetar o esquema da
rede com eficiência e garantir a validade dos resultados de uma calculadora. A calculadora de

163
sub-redes não fornecerá o esquema inicial, mas apenas o endereçamento final. Além disso,
não são permitidas calculadoras, de nenhum tipo, durante a prova de certificação.

Resumo

Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir:

• As características de protocolos roteados ou roteáveis


• As etapas do encapsulamento de dados em uma internetwork, à medida que esses
dados são roteados para um ou mais dispositivos da camadas 3
• AA entrega sem conexão e orientada a conexão
• Os campos do pacote IP
• Os roteadores operam na camada de rede. Inicialmente, o roteador recebe um quadro
da camada 2 com um pacote da camada 3 encapsulado. Ele deve desmembrar o
quadro da camada 2 e examinar o pacote da camada 3. Quando estiver pronto para
transmitir o pacote, deverá encapsular o pacote da camada 3 em um novo quadro da
camada 2.
• Os protocolos roteados definem o formato e o uso dos campos em um pacote. Os
pacotes geralmente são transmitidos de um sistema final a outro.
• O LAN switching ocorre na camada 2 do modelo de referência OSI e o roteamento
ocorre na camada 3.
• Os protocolos de roteamento são usados entre roteadores para determinar caminhos e
manter tabelas de roteamento. Os protocolos roteados são usados para direcionar o
tráfego do usuário.
• O roteamento envolve duas atividades básicas: determinar os melhores caminhos e
transportar pacotes em uma internetwork.
• Os algoritmos de roteamento processam as atualizações e preenchem a tabela de
roteamento com as melhores rotas.
• As tabelas de roteamento contêm as melhores rotas para todas as redes conhecidas.
Essas rotas podem ser estáticas, que são inseridas manualmente, ou dinâmicas, que
são aprendidas via protocolos de roteamento.
• A convergência descreve a velocidade com que todos os roteadores decidem sobre
uma alteração na rede.
• Os protocolos de roteamento interno roteiam dados dentro de sistemas autônomos; os
protocolos de roteamento externo roteiam dados entre sistemas autônomos.
• Os roteadores que usam protocolos de roteamento de vetor de distância enviam
periodicamente atualizações de roteamento, que consistem na sua tabela de
roteamento completa ou parcial. Os roteadores que usam protocolos de estado de link
usam link-state advertisements (LSAs, anúncios de estado de links) para enviar
atualizações somente quando ocorrem mudanças na topologia da rede, e enviam
tabelas completas de roteamento com muito menos freqüência.
• As utilidades da divisão em sub-redes
• Como determinar a máscara de sub-rede apropriada para uma determinada situação
• Como dividir redes das classes A, B e C em sub-redes
• Como utilizar uma máscara de sub-rede para determinar a ID da sub-rede

CAPITULO 11 - Camada de Transporte TCP/IP e de Aplicação

164
Visão Geral

Conforme o nome sugere, a camada de transporte TCP/IP transporta dados entre aplicativos
em dispositivos de destino. Para a compreensão das redes de dados modernas, é essencial
um entendimento completo da operação da camada de transporte. Este módulo descreverá as
funções e serviços desta camada crítica do modelo de rede TCP/IP.

Muitas das aplicações de rede encontradas na camada de aplicação TCP/IP são familiares até
mesmo aos usuários ocasionais de redes. HTTP, FTP e SMTP, por exemplo, são acrônimos
comumente vistos por usuários de navegadores Web e clientes de correio eletrônico. Este
módulo também descreve a função desses e de outros aplicativos, usando como base o
modelo de redes TCP/IP.

Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de:

• Descrever as funções da camada de transporte TCP/IP.


• Descrever o controle de fluxo.
• Descrever os processos de estabelecimento de conexão entre sistemas pares.
• Descrever o processo de janelamento.
• Descrever o processo de confirmação.
• Identificar e descrever protocolos da camada de transporte.
• Descrever formatos de cabeçalho TCP e UDP.
• Descrever números de porta TCP e UDP.
• Relacionar os principais protocolos da camada de aplicação TCP/IP.
• Descrever resumidamente os recursos e a operação de aplicações TCP/IP conhecidas.

11.1 Camada de Transporte TCP/IP


11.1.1 Introdução à camada de transporte

As responsabilidades principais da camada de transporte, camada 4 do modelo OSI, são


transportar e regular o fluxo de informações da origem até o destino, de forma confiável e
precisa. Controle fim-a fim e confiabilidade são proporcionados por janelas deslizantes,
números de seqüência e confirmações.

Para compreender a confiabilidade e o controle de fluxo, imagine alguém que estuda um


idioma estrangeiro durante um ano e, então, visita o país onde esse idioma é usado. Na
conversação, as palavras devem ser repetidas para que haja confiabilidade e deve-se falar
lentamente para que o sentido da conversa não se perca; isso é controle de fluxo.

A camada de transporte fornece serviços de transporte do host ao host origem de destino. Ela
estabelece uma conexão lógica entre as extremidades da rede. Protocolos na camada de
transporte segmentam e remontam os dados que são enviados por várias aplicações de
camada superior no mesmo fluxo de dados da camada de transporte. Esses dados da camada
de transporte fornecem serviços de transporte fim-a-fim.

165
O fluxo de dados da camada de transporte é uma conexão lógica entre as extremidades de
uma rede. Suas responsabilidades principais são transportar e regular o fluxo de informações
da origem ao destino de forma confiável e precisa. A responsabilidade principal da camada 4 é
fornecer controle fim-a-fim usando janelas móveis e oferecer confiabilidade nos números de
seqüência e nas confirmações. A camada de transporte define a conectividade fim-a-fim entre
aplicações de host. Os serviços de transporte incluem os seguintes serviços básicos:

• Segmentação de dados de aplicações de camada superior


• Estabelecimento de operações fim-a-fim
• Transporte de segmentos de um host final ao outro
• Controle de fluxo proporcionado por janelas móveis
• Confiabilidade proporcionada por números de seqüência e por confirmações

O TCP/IP é uma combinação de dois protocolos individuais. O IP opera na camada 3 e é um


protocolo sem conexão, que oferece um servirço de entrega de melhor esforço (best effort) em
uma rede. O TCP opera na camada 4 e é um serviço orientada à conex ão que oferece
controle de fluxo e confiabilidade. Esses protocolos juntos fornecem uma ampla variadade de
servi ços e são a base de todo um conjunto de protocolos, chamado TCP/IP. A Internet foi
construída com base nesse conjunto de protocolos.

11.1.2 Controle de fluxo


À medida que a camada de transporte envia segmentos de dados, ela procura garantir que
eles não sejam perdidos. Um host receptor que não consiga processar dados com a mesma
rapidez com que chegam pode causar perda de dados. O host receptor é, então, forçado a
descartá-los. O controle de fluxo evita que um host transmissor sobrecarregue os buffers de um
host receptor. O TCP fornece o mecanismo para controle de fluxo, permitindo a comunicação
entre os hosts de envio e de recepção. Os dois hosts, então, estabelecem uma taxa de
transferência de dados satisfatória para ambos

11.1.3 Visão geral de estabelecimento, manutenção e término de sessões

Várias aplicações podem compartilhar a mesma conexão de transporte no modelo de


referência OSI. Esse processo é chamado de multiplexação de conversas de camada superior.
Várias conversas simultâneas da camada superior podem ser multiplexadas sobre uma única
conexão. A funcionalidade de transporte é realizada segmento-por-segmento. Em outras
palavras, diferentes aplicações podem enviar segmentos de dados de acordo com a política
primeiro a chegar, primeiro a ser servido (First-come, first-served). O segmento que chegar
primeiro será servido primeiro. Esses segmentos podem então ser roteados para o mesmo
destino, ou para diferentes destinos.

Uma função da camada de transporte é estabelecer uma sessão orientada à conexão entre
dispositivos similares na camada de aplicação. Para que a transferência de dados comece, as
aplicações de envio e de recebimento informam aos respectivos sistemas operacionais que
será iniciada uma conexão. Um nó inicia uma conexão que deverá ser aceita pelo outro. Os
módulos do software de protocolo nos dois sistemas operacionais comunicam-se enviando
mensagens pela rede, para verificar se a transferência está autorizada e se ambos os lados
estão prontos.

A conexão é estabelecida e a transferência de dados começa após ter ocorrido toda a


sincronização. Durante a transferência, as duas máquinas continuam a se comunicar com seu
software de protocolo, para verificar se os dados estão sendo recebidos corretamente.

166
A Figura mostra uma conexão típica entre os sistemas de envio e de recebimento. O primeiro
handshake solicita sincronização. O segundo e o terceiro confirmam a solicitação de
sincronização inicial e também sincronizam os parâmetros de conexão na direção oposta. O
segmento de handshake final é uma confirmação usada para informar ao destino que ambos
os lados concordam que foi estabelecida uma conexão. Após o estabelecimento da conexão,
começa a transferência de dados.

Congestionamento durante a transferência de dados podem ocorrer por dois motivos:

• Primeiro, um computador com alta velocidade pode gerar tráfego mais rapidamente do
que uma rede pode ser capaz de transferir.
• Segundo, se muitos computadores precisarem enviar datagramas simultaneamente a
um único destino, esse destino pode sofrer congestionamento, embora o problema não
tenha uma origem única.

Quando os datagramas chegam muito rapidamente para que um host ou gateway os processe,
eles são armazenados temporariamente na memória. Se o tráfego prosseguir, o host ou
gateway, por fim, esgotará sua memória e deverá descartar os datagramas adicionais que
chegarem.

167
Em vez de permitir que os dados sejam perdidos, o processo TCP na máquina que está
recebendo os dados pode emitir um indicador de “não-pronto” (not-ready) para o remetente.
Atuando como uma placa de “Pare”, esse indicador sinaliza para que o remetente pare de
enviar dados. Quando o receptor puder lidar com mais dados, ele enviará um indicador de
transporte de “pronto” (Ready). Quando esse indicador é recebido, o remetente retoma a
transmissão de segmentos.

Ao final da transferência de dados, o host transmissor envia um sinal que indica o final da
transmissão. O host receptor na extremidade da seqüência de dados confirma o fim da
transmissão e a conexão é encerrada.

11.1.4 Handshake triplo

O TCP é um protocolo orientado à conexões. Ele requer o estabelecimento de uma conexão


antes do começo da transferência de dados. Para que uma conexão seja estabelecida ou
inicializada, os dois hosts devem sincronizar seus Initial Sequence Numbers (ISNs). A
sincronização é feita através da troca de segmentos de estabelecimento de conexão que
transportam um bit de controle chamado SYN, para a sincronização, e os ISNs. Os segmentos
que transportam o bit SYN também são chamados "SYNs". Essa solução requer um
mecanismo adequado para a obtenção de um número de seqüência inicial e um handshake
simples para a troca de ISNs.

A sincronização requer que cada um dos lados envie seu número de seqüência inicial (ISN) e
que receba uma confirmação dessa troca através de um acknowledgment (ACK) enviado pelo
outro lado. Cada um dos lados também deve receber o ISN do outro lado e enviar um ACK de
confirmação. A seqüência é:

1. O host (A) inicia uma conexão enviando um pacote SYN para o host (B) indicando que
o seu ISN = X:

A —> B SYN, seq de A = X

2. B recebe o pacote, grava que a seq de A = X, responde com um ACK de X + 1, e indica


que seu ISN = Y. O ACK de X + 1 significa que o host B já recebeu todos os bytes até
ao byte X e que o próximo byte esperado é o X + 1:

B —> A ACK, seq de A = X, SYN seq de B = Y, ACK = X + 1

3. A recebe o pacote de B, fica sabendo que a sequência de B = Y, e responde com um


ACK de Y + 1, que finaliza o processo de estabelecimento da conexão:

A —> B ACK, seq de B = Y, ACK = Y + 1

Essa troca é chamada handshake triplo.

168
Um handshake triplo é necessário porque os números de seqüência não são vinculados a um
relógio global na rede e os protocolos TCP podem ter mecanismos diferentes para captar o
ISN. O receptor do primeiro SYN não tem meios para saber se este é um segmento antigo
atrasado, a menos que tenha registrado o último número de seqüência usado na conexão.
Nem sempre é possível lembrar esse número. Assim, o receptor deve pedir ao remetente que
verifique esse SYN

11.1.5 Janelamento

Os pacotes de dados devem ser enviados ao receptor na mesma ordem em que foram
transmitidos, para que haja uma transferência de dados confiável, orientada à conexão. O
protocolo falha se algum pacote for perdido, danificado, duplicado ou recebido em ordem
diferente. Uma solução fácil é fazer com que o receptor confirme o recebimento de cada pacote
antes do envio do pacote seguinte.

Se o remetente precisar esperar uma confirmação após enviar cada pacote, o throughput será
lento. Por isso, a maioria dos protocolos confiáveis, orientados à conexão, permite mais de um
pacote trafegando na rede por vez. Como há tempo disponível após o encerramento da
transmissão de dados pelo remetente e antes que o receptor termine o processamento de

169
qualquer confirmação recebida, esse intervalo é usado para transmitir mais dados. O número
de pacotes de dados restantes que o emissor tem permissão para ter sem ter recebido uma
confirmação é conhecido como tamanho da janela ou janela.

O TCP usa confirmações esperadas. A expressão "confirmações esperadas" significa que o


número da confirmação refere-se ao pacote esperado em seguida. A expressão "janelamento"
refere-se ao fato de o tamanho da janela ser negociado dinamicamente durante a sessão do
TCP. O janelamento é um mecanismo de controle de fluxo. O janelamento exige que o
dispositivo de origem receba uma confirmação do destino depois de transmitir uma
determinada quantidade de dados. O processo de recebimento TCP informa uma "janela" ao
TCP de envio. Essa janela especifica o número de pacotes, começando com o número da
confirmação, que o processo TCP receptor está preparado para receber no momento.

Com um tamanho de janela três, o dispositivo de origem pode enviar três bytes ao destino. O
dispositivo de origem deve, então, aguardar uma confirmação. Se o destino receber os três
bytes, ele enviará uma confirmação ao dispositivo origem, que poderá então transmitir mais
três bytes. Se o destino não receber os três bytes, devido a sobrecarga nos buffers, não
enviará a confirmação. Por não receber a confirmação, a origem saberá que os bytes deverão
ser retransmitidos e que a taxa de transmissão deverá ser diminuída.

Os tamanhos de janela do TCP são variáveis durante todo o tempo de vida de uma conexão.
Cada confirmação contém um anúncio de janela que indica o número de bytes que o receptor
pode aceitar. O TCP também mantém uma janela de controle de congestionamento. Essa
janela tem, normalmente, tamanho igual ao da janela do receptor. No entanto, ela é reduzida à
metade quando um pacote se perde, talvez como resultado de congestionamento na rede.
Essa técnica permite que a janela seja expandida ou reduzida conforme necessário, para
gerenciar o espaço no buffer e o processamento. Um tamanho de janela maior permite o
processamento de mais dados.

Conforme mostra a Figura , o remetente envia três pacotes antes de esperar por um ACK. Se o
receptor puder lidar com um tamanho de janela de dois pacotes apenas, a janela descarta o
pacote três, especifica três como o próximo pacote e dois como novo tamanho de janela. O
remetente envia os próximos dois pacotes, mas ainda especifica três como tamanho de janela.
Isso significa que o remetente ainda esperará uma conformação de três pacotes do receptor. O
receptor responde solicitando o pacote cinco, novamente especificando dois como tamanho de
janela.

170
11.1.6 Confirmação

A entrega confiável garante que um fluxo de dados enviado de um dispositivo seja, através de
um enlace de dados, entregue a outro dispositivo, sem duplicação ou perda de dados. A
confirmação positiva com retransmissão é uma técnica que garante a entrega confiável de
dados. Ela exige que um receptor se conunique com a origem e retorne uma mensagem de
confirmação quando os dados são recebidos. O remetente mantém registro de cada pacote de
dados (segmento TCP) enviado e espera uma confirmação. Ele também aciona um timer
quando envia um segmento e retransmitirá um segmento se o timer expirar antes que chegue
uma confirmação.

A Figura mostra o remetente transmitindo os pacotes de dados 1, 2 e 3. O receptor confirma o


recebimento dos pacotes, solicitando o pacote 4. Ao receber a confirmação, o remetente envia
os pacotes 4, 5 e 6. Se o pacote 5 não chegar ao destino, o receptor confirma solicitando o
reenvio do pacote 5. O remetente reenvia o pacote 5 e recebe uma confirmação para
prosseguir com a transmissão do pacote 7.

O TCP fornece a seqüência de segmentos com uma confirmação de referência de


encaminhamento. Cada segmento é numerado antes da transmissão. Na estação receptora, o
TCP reagrupa os segmentos em uma mensagem completa. Se um número de seqüência
estiver faltando na série, aquele segmento será retransmitido. Os segmentos não confirmados
dentro de um determinado período serão retransmitidos.

11.1.7 Protocolo de Controle de Transmissão (TCP)

O Protocolo de Controle de Transmissão (Transmission Control Protocol TCP) é um protocolo


da camada 4 orientado a conexão que fornece transmissão de dados full duplex confiável. O
TCP faz parteda pilha de protocolos TCP/IP. Em um ambiente de conexão orientada à
conexão, é estabelecida uma conexão entre as extremidades antes do início da transferência
de informações. O TCP é responsável por decompor mensagens em segmentos, reagrupá-los
na estação de destino, reenviar qualquer item não recebido e reagrupar essas mensagens com
base nos segmentos. O TCP proporciona um circuito virtual entre aplicações do usuário final.

Os protocolos que usam o TCP incluem:

• FTP (File Transfer Protocol)


• HTTP (Hypertext Transfer Protocol)
• SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)
• Telnet

171
Veja a seguir as definições dos campos no segmento TCP:

• Porta de origem: Número da porta chamadora


• Porta de destino: Número da porta chamada
• Número de seqüência: Número usado para garantir a seqüência correta dos dados
que estão chegando
• Número de confirmação: Próximo octeto TCP esperado
• HLEN: Número de palavras de 32 bits no cabeçalho
• Reservado: Definido como zero
• Bits de código: Funções de controle, como a configuração e término de uma sessão
• Janela: Número de octetos que o remetente está disposto a aceitar
• Checksum: Uma càlculo de verificação (checksum) feito a partir de campos do
cabeçalho e dos dados
• Urgent Pointer (Ponteiro de Urgência): Indica o final de dados urgentes
• Opção: Uma opção atualmente definida, tamanho máximo do segmento TCP
• Dados: Dados de protocolo de camada superior

11.1.8 Protocolo de Datagrama de Usuário (UDP)

O Protocolo de Datagramade Usário (User Datagram Protocol UDP) é o protocolo de transporte


sem conexão da pilha de protocolos TCP/IP. O UDP é um protocolo simples que troca
datagramas, sem confirmações ou entrega garantida. O processamento de erros e a
retransmissão devem ser tratados por protocolos de camada superior.

O UDP não usa janelamento nem confirmações; assim, a confiabilidade, se necessária, é


fornecida por protocolos da camada de aplicação. O UDP é projetado para aplicações que não
precisam juntar seqüências de segmentos.

Os protocolos que ultilizam o UDP incluem:

• TFTP (Trivial File Transfer Protocol)


• SNMP (Simple Network Management Protocol)
• DHCP (Dynamic Host Control Protocol)
• DNS (Sistema de Nomes de Domínio)

Veja a seguir as definições dos campos no segmento UDP:

• Porta de origem: Número da porta chamadora.


• Porta de destino: Número da porta chamada
• Comprimento: Número de bytes que inclui cabeçalho e dados
• Checksum: Um cálculo de verificação (checksum) feito a partir de campos do
cabeçalho e dos dados
• Dados: Dados de protocolo de camada superior

11.1.9 Números de porta TCP e UDP

Tanto o TCP quanto o UDP usam números de porta (soquete) para passar as informações às
camadas superiores. Os números de porta são usados para manter registro de diferentes
conversações que cruzam a rede ao mesmo tempo.

172
Os desenvolvedores de aplicações de software concordaram em usar números de porta
bastante conhecidos, emitidos pelo órgão Internet Assigned Numbers Authority (IANA). Toda
conversação destinada à aplicação FTP usa os números de porta padrão 20 e 21. A porta 20 é
usada para a parte de dados; a porta 21 é usada para controle. As conversações que não
envolvem uma aplicação com número de porta conhecido recebem números de porta
aleatórios em um intervalo específico acima de 1023. Algumas portas são reservadas no TCP e
no UDP, embora possa haver aplicações que não os suportem. Os números de portas têm os
seguintes intervalos atribuídos:

• Números abaixo de 1024 são considerados números de porta conhecidos.


• Números acima de 1023 recebem números de porta atribuídos dinamicamente.
• Números de porta registrados são aqueles registrados para aplicações específicas de
fabricantes. A maioria desses números é superior a 1024.

Os sistemas finais usam números de portas para selecionar a aplicação correta. O host origem
atribui dinamicamente números de porta de origem gerados na própia origem. Esses números
são sempre superiores a 1023.

11.2 A Camada de Aplicação


11.2.1 Introdução à camada de aplicação TCP/IP

Quando o modelo TCP/IP foi criado, as camadas de sessão e de apresentação do modelo OSI
foram agrupadas na camada de aplicação do modelo TCP. Isso significa que as questões de
representação, codificação e controle de diálogo são tratadas na camada de aplicação e não
em camadas inferiores separadas, como ocorre no modelo OSI. O projeto garante que o
modelo TCP/IP forneça máxima flexibilidade na camada de aplicação para desenvolvedores de
software.

Os protocolos TCP/IP que suportam transferência de arquivos, e-mail e logo remoto são,
provavelmente, os mais familiares aos usuários da Internet. Esses protocolos incluem as
seguintes aplicações:

• Sistema de Nomes de Domínios (DNS)


• File Transfer Protocol (FTP)
• Hypertext Transfer Protocol (HTTP)
• Simple Mail Transfer Protocol (SMTP)
• Simple Network Management Protocol (SNMP)
• Telnet

173
11.2.2 DNS

A Internet foi construída com base em um esquema de endereçamento hierárquico. Esse


esquema permite que o roteamento tenha por base classes de endereços, e não endereços
individuais. O problema que isso cria para o usuário é a associação do endereço correto ao site
da Internet. É muito fácil esquecer um endereço IP de um determinado site, porque não há
nada que permita a associação do conteúdo do site ao seu endereço. Imagine a dificuldade de
lembrar os endereços IP de dezenas, centenas ou até mesmo milhares de sites na Internet.

Um sistema de nomes de domínio foi desenvolvido para associar o conteúdo do site ao seu
endereço. O Domain Name System (DNS) é um sistema usado na Internet para converter
nomes de domínios e seus nós de rede anunciados publicamente em endereços IP. Um
domínio é um grupo de computadores associados por sua localização geográfica ou pelo seu
tipo de negócio. Um nome de domínio é uma cadeia de caracteres, números ou ambos.
Normalmente, um nome ou uma abreviação que represente o endereço numérico de um site na
Internet formará o nome do domínio. Existem mais de 200 domínios de nível superior na
Internet, cujos exemplos incluem:

.us: Estados Unidos


.uk: Reino Unido

Há também nomes genéricos, cujos exemplos incluem:

.edu: sites educacionais


.com: sites comerciais
.gov: sites governamentais
.org: sites não-profissionais
.net: serviço de rede

11.2.3 FTP

O FTP é um serviço confiável, orientado a conexão, que usa TCP para transferir arquivos entre
sistemas que suportam FTP. A finalidade principal do FTP é transferir arquivos de um
computador para outro, copiando e movendo arquivos dos servidores para os clientes e vice-
versa. Quando os arquivos são copiados de um servidor, o FTP primeiramente estabelece uma
conexão de controle entre o cliente e o servidor. Em seguida, é estabelecida uma segunda
conexão, que é um link entre os computadores através dos quais os dados são transferidos. A
transferência de dados pode ocorrer em modo ASCII ou binário. Esses modos determinam a
codificação usada para arquivos de dados que, no modelo OSI, é uma tarefa da camada de
apresentação. Quando a transferência é concluída, a conexão dos dados é finalizada
automaticamente. Quando toda a sessão de cópia e movimentação de arquivos é concluída, o
link de comandos é fechado quando o usuário efetua logoff e encerra a sessão.

O TFTP é um serviço sem conexão que usa o User Datagram Protocol (UDP). O TFTP é usado
no roteador para transferir arquivos de configuração e imagens Cisco IOS e para transferir
arquivos entre sistemas que suportam TFTP. O TFTP foi criado para ser pequeno e de fácil
implementação. Assim, não possui a maioria dos recursos do FTP. O protocolo TFTP pode ler
ou gravar arquivos de ou para um servidor remoto, respectivamente, mas ele não pode listar
diretórios e atualmente não inclue mecanismos para autenticar os usuários. Ele é util em
algumas LANs porque elel opera mais rápido que o FTP e funciona bem em uma rede estável.

11.2.4 HTTP

O HyperText Transfer Protocol (HTTP) opera na World Wide Web, que é a parte da Internet
que tem crescido mais rapidamente e a mais usada. Uma das razões principais do
extraordinário crescimento da Web é a facilidade com que ela permite acesso às informações.
Um navegador da Web é uma aplicação cliente, o que significa que, para funcionar, exige um
componente de cliente e um copontente servidor. Um navegador da Web apresenta os dados

174
em formatos multimídia nas páginas Web que usam texto, figuras, som e vídeo. As páginas
Web são criadas com uma linguagem de formato chamada Linguagem de marcação de
hipertexto (HTML). A HTML direciona um navegador da Web em uma determinada página da
Web a produzir a aparência da página de uma maneira específica. Além disso, a HTML
especifica locais para a colocação de textos, arquivos e objetos que serão transferidos do
servidor Web para o navegador da Web.

Os hiperlinks facilitam a navegação na World Wide Web. Um hiperlink é um objeto, palavra,


frase ou figura em uma página da Web. Quando esse hiperlink é clicado, direciona o navegador
para uma nova página da Web. A página da Web contém, freqüentemente oculta em sua
descrição HTML, um local de endereço conhecido como Localizador Uniforme de Recursos
(URL).

No URL http://www.cisco.com/edu/, a parte "http://" informa ao navegador que protocolo deve


ser usado. A segunda parte, "www", é o nome do host ou o nome de uma máquina específica
em um endereço IP específico. A última parte, /edu/, identifica o local específico na pasta do
servidor que contém a página da Web padrão.

Um navegador da Web normalmente abre uma página inicial ou "home page". O URL da home
page já foi armazenado na área de configuração do navegador da Web e pode ser alterado a
qualquer momento. Na página inicial pode-se clicar em um dos hiperlinks da página Web ou de
digitar uma URL na barra de endereços do navegador. O navegador da Web examina o
protocolo para determinar se ele precisa abrir outro programa e determina o endereço IP do
servidor Web usando DNS. Em seguida, as camadas de transporte, de rede, de enlace e física
trabalham em conjunto para iniciar uma sessão com o servidor Web. Os dados transferidos
para o servidor HTTP contêm o nome da pasta do local da página da Web. Os dados também
podem conter um nome de arquivo específico de uma página HTML. Se menhum nome for
fornecido, deve ser usado o nome default conforme especificado na configuração do servidor.

O servidor responde à solicitação enviando ao cliente da Web todos os arquivos de texto,


áudio, vídeo e de figuras especificados nas instruções HTML. O navegador cliente reagrupa
todos os arquivos para criar uma visualização da página da Web e, depois, termina a sessão.
Se outra página localizada no mesmo servidor ou em outro for clicada, o mesmo processo será
executado novamente

11.2.5 SMTP

Os servidores de correio electrôico comunicam-se usando o Simple Mail Transfer Protocol


(SMTP) para enviar e receber correspondência. O protocolo SMTP transporta mensagens de e-
mail em formato ASCII usando o TCP.

Quando um servidor de correio eletrônico recebe uma mensagem destinada a um cliente local,
armazena-a e espera que ela seja coletada pelo cliente. Os clientes podem coletar sua
correspondência de várias formas. Podem usar programas que acessam os arquivos do
servidor de correio diretamente ou coletar sua correspondência usando um dos muitos
protocolos de rede existentes. Os mais populares protocolos de correio para clientes são o
POP3 e o IMAP4, que usam o TCP para transportar dados. Embora os clientes de correio
usem esses protocolos especiais para coletar correspondência, eles quase sempre usam
SMTP para enviá-la. Como são usados dois protocolos diferentes e, possivelmente, dois
servidores diferentes, para enviar e receber correspondência, é possível que os clientes de
correio possam executar uma tarefa mas não a outra. Assim, normalmente é uma boa idéia
resolver separadamente os problemas de envio e de recepção de e-mail.

Ao examinar a configuração de um cliente de correio, verifique se as configurações de SMTP e


de POP ou IMAP estão corretas. Um bom modo para testar se um servidor de correio pode ser
alcançado é executar oTelnet na porta SMTP (25) ou na porta POP3 (110). O seguinte formato
de comando é usado na linha de comando do Windows para testar a capacidade de alcançar o
serviço SMTP no servidor de correio no endereço IP 192.168.10.5:

175
C:\>telnet 192.168.10.5 25

O protocolo SMTP não oferece muito em termos de segurança e não exige autenticação. Os
administradores freqüentemente não permitem que os hosts que não compõem sua rede usem
seu servidor SMTP para enviar ou retransmitir correspondência. impedir que usuários não
autorizados usem seus servidores como retransmissores de correspondência.

11.2.6 SNMP

O Protocolo de Genenciamento de Rede Simples (SNMP) é um protocolo de camada de


aplicação que facilita a troca de informações de gerenciamento entre dispositivos de rede. O
SNMP permite que os administradores de rede gerenciem o desempenho, encontrem e
solucionem problemas e planejem o crescimento de redes. O SNMP usa o UDP como
protocolo da amada de transporte.

Uma rede administrada SNMP consiste os três componentes a seguir:

• Management Protocol (NMS sistema de gerenciamento de rede): O NMS executa


aplicações que monitoram e controlam dispositivos gerenciados. O conjunto de
recursos de processamento e de memória exigido para o gerenciamento de uma rede é
fornecido pelo NMS. Deve haver um ou mais NMSs em qualquer rede administrada.
• Dispositivos gerenciados: Dispositivos gerenciados são nós de rede que contêm um
agente SNMP e que residem em uma rede administrada. Os dispositivos gerenciados
coletam e armazenam informações de gerenciamento, disponibilizando-as para os
NMSs que usam o SNMP. Os dispositivos gerenciados, às vezes chamados elementos
da rede, podem ser roteadores, servidores de acesso, comutadoers, bridges, hubs,
computadores hosts ou impressoras.
• Agentes: Agentes são módulos de software de gerenciamento de rede que residem
em dispositivos gerenciados. Um agente tem conhecimento local de informações de
gerenciamento e as converte para uma forma compatível com o SNMP

176
11.2.7 Telnet

O software cliente Telnet permite efetuar logoin em um host remoto da Internet que esteja
executando uma aplicação de servidor Telnet e, em seguida, executar comandos usando a
linha de comando. Um cliente Telnet é chamado host local. Um servidor Telnet, que usa um
software especial chamado daemon, recebe o nome de host remoto.

Para fazer conexão usando um cliente Telnet, deve ser selecionada a opção de conexão. Uma
caixa de diálogo normalmente solicita um nome de host e um tipo de terminal. O nome de host
é o endereço IP ou nome de DNS do computador remoto. O tipo de terminal descreve o tipo de
emulação de terminal que o cliente Telnet deverá realizar. O telnet não utiliza qualquer recurso
de processamento do computador que está transmitindo. O que ele faz é trnsmitir as teclas
digitadas localmente ao host remoto e enviar a saída na tela de volta ao monitor local. Todo o
processamento e o armazenamento ocorrem no computador remoto.

O Telnet atua na camada de aplicação do modelo TCP/IP. Assim, ele atua nas três camadas
mais altas do modelo OSI. A camada de aplicação lida com comandos. A camada de
apresentação lida com formatação, normalmente ASCII. A camada de sessão transmite. No
modelo TCP/IP, todas essas funções são consideradas parte da camada de aplicação.

Resumo

Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir: texto

• As funções da camada de transporte TCP/IP


• Controle de fluxo
• Os processos de estabelecimento de conexão entre sistemas pares.
• Janelamento
• Confirmação
• Protocolos da camada de transporte
• Formatos de cabeçalho TCP e UDP.
• Números de porta TCP e UDP
• Os processos e protocolos na camada de aplicação TCP/IP.
• Serviços de nome de domínio
• Protocolos de transferência de arquivos
• Simple Mail Transfer
• Protocol Simple Network
• Telnet

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Estudo de Caso: Cabeamento estruturado

Estudo de Caso de Cabeamento Estruturado e Projeto de Instalacão

Experiência em cabeamento estruturado é essencial a profissionais da área de redes. O


cabeamento estruturado cria uma topologia física onde o cabeamento de telecomunicações é
organizado em terminações hierárquicas e estruturas de interconexão, de acordo com padrões.
A palavra telecomunicações é utilizada para expressar a necessidade de se lidar com cabos de
alimentação elétrica, cabos coaxiais de televisão a cabo, além de meios de cobre e de fibra
ótica.

O cabeamento estruturado é uma questão da Camada 1 do Modelo OSI. Sem a conectividade


da Camada 1, os processos de comutação da Camada 2 e de roteamento da Camada 3, que
possibilitam a transferência de dados através de grandes redes, não poderiam ocorrer. Muitas
das tarfas do dia-a-dia envolvem cabeamento estruturado, especialmente para pessoas com
pouca experiência em redes.

Muitos padrões diferentes são utilizados para definir as regras de cabeamento estruturado.
Esses padrões variam em diferentes partes do mundo. Três padrões de suma importância para
o cabeamento estruturado são o ANSI TIA/EIA-T568-B, o ISO/IEC 11801 e o IEEE 802.x.

O instrutor providenciará os materiais para o estudo de caso de cabeamento estruturado e para


o projeto de instalação apropriados para a sua região do mundo. É recomendado que se
realize tanto um estudo de caso de cabeamento estruturado em papel como um projeto prático
de instalação de cabeamento estruturado. Entender cabeamento estruturado é essencial para
administradores, técnicos e engenheiros de redes.

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