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No.

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Janeiro de 2009
DA REDE DRYNET

www.dry-net.org
Boletim Drynet
Uma iniciativa global para dar um futuro
às terras secas
Drynet é um projeto de 17 organizações de vários lugares do
mundo que trabalham juntos para combater a degradação do solo.

Esta edição do Boletim Drynet foca Organizações da Sociedade Civil


CONTEÚDO nas inquietantes conseqüências em terras secas, a Drynet realizou
que o aquecimento global trará dois eventos paralelos. No primeiro
Aquecimento Global, a grande para o Nordeste, segundo cenários se debateu sobre a possibilidade
ameaça 2 divulgados no final de 2008, e na boa dos agrocombustíveis serem uma
Alertas se multiplicam 3 notícia constituída pelo lançamento oportunidade para a subsistência
do Plano Nacional sobre Mudança dos povos pastoris nômades, que
Brasil tem Plano Nacional sobre ocupam terras ditas “sem valor”;
do Clima, em dezembro, também
Mudança do Clima 4 no ano passado. Embora criticado no segundo, o fortalecimento das
Emergentes assumem liderança por suas insuficiências, é o primeiro parcerias da sociedade civil para
por novo acordo sobre o clima 5 engajamento do Governo Federal a gestão sustentável do solo e o
nessa área; uma grande mudança, monitoramento dos progressos para
Textos dos parceiros Drynet portanto. superar sua degradação.
Como funciona a Convenção das
A questão posta agora é a articulação Embora as organizações da sociedade
Nações Unidas de Combate à do PAN-Brasil com o Plano Nacional civil possam participar abertamente
Desertificação 6 sobre Mudança do Clima. A Comissão nos eventos promovidos no marco
Estará a UNCCD presa em um Nacional de Combate à Desertificação, da Convenção das Nações Unidas de
recém empossada, mas ainda sem Combate à Desertificação, a pergunta
“engarrafamento” de saberes? 8
os representantes da sociedade civil, que permanece é: Quanta influência
Declaração das Organizações da talvez tenha aí uma grande papel a elas realmente têm sobre o processo
Sociedade Civil participantes do desempenhar. de tomada de decisões? Na sua parte
CRIC7 (trechos) 8 internacional este boletim traz alguns
A seção internacional do boletim pontos de vista sobre esta questão.
foca na 7ª reunião da CRIC (Comitê
PUBLICADO POR de Revisão da Implementação da
Convenção das Nações Unidas de
Combate à Desertificação) que
aconteceu em Istambul, Turquia,
do 3 ao 14 de novembro passado,
GTCD simultaneamente com a primeira
sessão extraordinária da Comissão de
Ciência e Tecnologia (CST ).
Articulação no Semi-Árido
Brasileiro
Além de montar um stand e distribuir
Este projeto é financiado novas publicações, como um
pela União Européia Guia prático para o mapeamento Membros da Drynet durante evento paralelo
e análise do engajamento das durante a CRIC 7

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Boletim Drynet
Uma iniciativa global para dar um futuro
às terras secas

BRASIL

Aquecimento Global, a grande ameaça Entenda os cenários


A2 e B2
Não dá mais, definitivamente, para de emprego levarão a uma queda
acentuada do consumo das famílias O quarto relatório de avaliação
separar a militância pela convivência
do Nordeste em comparação com as (AR4) do Painel Intergovernamental
com o semi-árido da luta contra o
demais regiões do Brasil. As estimativas de Mudanças Climáticas (IPCC),
aquecimento global. Se alguma
para 2050 mostram que apenas 93 divulgado em 2007, propôs vários
prova faltava, ela veio com o estudo
municípios nordestinos apresentarão cenários que podem ocorrer até
“Mudanças Climáticas, Migrações
consumo familiar maior do que a média 2100.
e Saúde: Cenários para o Nordeste
Brasileiro, 2000-2050”, realizado nacional
O mais pessimista é o cenário A2,
por pesquisadores do Centro de
Dentre as populações mais vulneráveis que descreve um mundo com
Desenvolvimento e Planejamento
à mudança climática destacam-se os população e emissões dos gases-
Regional (Cedeplar), da Universidade
migrantes, particularmente aqueles estufa crescendo continuamente. O
Federal de Minas Gerais e do Centro
que se dirijam às áreas urbanas. Caso modo de fazer negócios continua
de Pesquisas René Rachou - Labes, da
nada seja feito e as hipóteses usadas como sempre foi feito. Novas
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O
no estudo se confirmarem, entre 2035 tecnologias são implementadas em
estudo partiu do cenário A2, o mais
e 2050 deverá ocorrer uma perda ritmo muito lento. De acordo com
pessimista formulado pelos cientistas do
líquida da ordem de 483.000 pessoas este cenário, a temperatura média
Painel Intergovernamental de Mudanças
na região. Os municípios com perdas da Terra deve aumentar entre 2°C e
Climáticas.
populacionais mais significativas estão 5,4ºC até 2100.
As projeções são de dar calafrio. Se as localizados na fronteira agrícola do
oeste da Bahia e do Sul do Maranhão, O cenário B2 descreve um mundo
previsões do cenário A2 se cumprirem
ao longo do rio São Francisco na Bahia e que procura soluções locais para
o setor agrícola será brutalmente
no sudoeste de Pernambuco e oeste do a sustentabilidade econômica,
afetado, com perda de 79,6% das
Maranhão. O estudo também prevê uma social e ambiental. A população
terras agricultáveis do Ceará, seguido
perda populacional em quase todo o aumenta continuamente, mas em
pelo Piauí (-70,1%), Paraíba (-70,1%)
Semi-Árido e o Nordeste Setentrional. um ritmo menor que no cenário
e Pernambuco (-64,9%). Com o risco
A2. As mudanças tecnológicas não
de desertificação acelerado, a região
Outra contribuição do estudo é serão muito rápidas, porém mais
deve se tornar imprópria para a maioria
a aplicação do Índice Geral de diversificadas, o que permitirá uma
das plantas cultivadas atualmente, em
Vulnerabilidade (IGV), desenvolvido emissão menor de gases de efeito
especial mandioca e milho.
pela Fundação Oswaldo Cruz. Segundo estufa. O aumento da temperatura
esse índice, os Estados do Ceará e de deve variar entre 1,4°C e 3,8ºC em
Os impactos negativos na agricultura,
Pernambuco são os que mais sofrerão 2100.
sobretudo nos municípios de
médio porte, podem ter “efeitos de com a mudança climática, do ponto de ...
encadeamento” na indústria e nos vista dos indicadores de saúde.
O Painel Intergovernamental
serviços. Para 2050, a região como um sobre Mudanças Climáticas (IPCC,
todo perderá 11,4% do Produto Interno O estudo foi apresentado na conferência
sigla em inglês) foi estabelecido
Bruto (PIB), com impacto desigual que encerrou o II Seminário sobre
em 1988 pela organização
(Pernambuco em um extremo, -18,6% Mudanças Climáticas: Implicações
Meteorológica Mundial e o
e Sergipe no outro, com -3,6%). Pouca para o Nordeste, promovido pelo
Programa das Nações Unidas para
gente escapará, pois menos de 1% dos Ministério do Meio Ambiente em
o Meio Ambiente (PNUMA) para
municípios da região não sentirão os Fortaleza em novembro do ano
fornecer informações científicas,
efeitos econômicos das mudanças do passado. É importante salientar que
técnicas e sócio-econômicas
clima. o estudo não é uma previsão (algo
relevantes para o entendimento
que necessariamente acontecerá),
das mudanças climáticas. É um
As localidades com menor nível mas uma projeção, a partir dos
órgão intergovernamental aberto
de capital humano (mão de obra cenários construídos pelo Painel
para os países membros dos
qualificada) serão aquelas com menor Intergovernamental sobre
dois órgãos instituidores (Fonte:
ritmo de crescimento. A estagnação Mudanças Climáticas. Veja boxe ao lado.
Wikipédia).
econômica e a redução dos níveis

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Uma iniciativa global para dar um futuro
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BRASIL

Alertas se multiplicam
Carta de Fortaleza
Mais de 50 especialistas em semi-árido podem passar a semi-áridas e as semi- capacidade de adaptação, sobretudo
reunidos durante o II Seminário sobre áridas a áridas. dos pobres, por meio da educação e da
Mudanças Climáticas: Implicações para capacitação profissional. A disseminação
o Nordeste, acontecido em Fortaleza Por conta disso, atividades econômicas de informação sobre o tema e suas
em novembro passado produziram um serão afetadas. A perda de solos e implicações também foi apontado como
forte alerta. A Carta de Fortaleza, que foi biodiversidade será acelerada. Na ausência necessária e, para isso, o envolvimento da
entregue ao Ministro Carlos Minc, aponta de esforços eficazes para a adaptação mídia foi considerado fundamental.
para a ocorrência de temperaturas mais ao novo clima, o abastecimento de água
altas na região em função das mudanças limpa sofrerá impacto significativo. O (Fonte, Assessoria de Comunicação
climáticas. Isso implicará em déficit êxodo rural para as cidades aumentará, do MMA; para ler a Carta de Fortaleza
hídrico e menor umidade do solo. As assim como a pobreza e a fome. na íntegra acessar www.mma.
secas e as enchentes, assim como os gov.br/estruturas/sedr_desertif/_
veranicos, deverão ficar mais freqüentes O documento recomenda o fomento arquivos/129_18122008124456.pd)
e intensos. Com isso, áreas hoje ao desenvolvimento sustentável
caracterizadas como "sub-úmidas secas" do Nordeste e o fortalecimento da

Alerta do IPCC
No final do mês de outubro 2008, os de carbono precisa ser de 80% até 2015. estufa", disse Nobre. De acordo com o
coordenadores do Grupo de Trabalho nº 2 Caso isso não seja feito o aumento da pesquisador, a agricultura é a segunda
do IPCC (Painel Intergovernamental sobre temperatura do globo pode chegar a 4 ºC maior atividade responsável pelas
Mudanças Climáticas) apresentaram até o final do século. emissões de gases na atmosfera. Ela
no IPEA, em Brasília, outro alarmante representa 25% dessas liberações. Os 20%
relatório sobre as mudanças climáticas. Para o pesquisador brasileiro Carlos restantes estão ligados ao tratamento
Nobre, do INPE (Instituto Nacional de resíduos e a atividades nos setores de
Segundo o cientista inglês Martin Parry, de Pesquisas Espaciais), o Brasil pode energia e indústria. Segundo Nobre, no
coordenador do GT2 – que produz os contribuir com essa meta ao acabar cenário mais pessimista a subida do nível
relatórios sobre impactos, adaptação com os desmatamentos. "Hoje o do mar pode chegar a um metro.
e vulnerabilidades ao aquecimento desmatamento é responsável por 55%
global – a redução global das emissões das nossas emissões de gases de efeito (Fonte: site do IPEA)

PROJEÇÕES
-1,1
Cenário B2 Cenário A2 -5,3 Sergipe

* variação total entre 2010 a 2050 -28,3


-29,0 Bahia
-35,9
-40,3 Maranhão
Perda de área agricultável em -38,9
-40,7 Alagoas
cada cenário climático*
-44,7
-47,2 Rio Grande do Norte
-64,9
-64,9 Pernambuco
-65,1
-66,6 Paraíba

-58,1
-70,1
Piauí

-79,0
-79,6 Ceará

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Brasil tem Plano Nacional sobre Mudança do Clima


O presidente Lula assinou dia 1º de O Plano Nacional sobre Mudança do (isto é, equiparar desmatamento e
dezembro passado, o Plano Nacional Clima foca principalmente na redução do reflorestamento). Para tanto, fixa a meta
sobre Mudança do Clima. O Plano foi desmatamento, que é responsável por de dobrar a área de florestas plantadas
lançado nesse mesmo mês pelo Ministro 75% das emissões brasileiras de gases passando para 11 milhões de ha em 2020
Carlos Minc na 14ª Conferência sobre de efeito estufa. Na Amazônia, o governo (sendo, porém apenas 2 milhões de ha com
Mudanças Climáticas da ONU, realizada se comprometeu a reluzi-lo de maneira espécies nativas, o resto principalmente
em Poznan (Polônia). eucalipto). Há, ainda, o propósito de
recuperar os mais de 100 milhões de ha
A iniciativa é muito importante em de pastagens degradadas, o seqüestro de
diversos sentidos. Internamente o Mesmo que as metas do carbono via integração lavoura-pecuária,
Plano constitui o primeiro engajamento Plano sejam cumpridas, sistemas agro-florestais ou agro-silvo-
oficial do governo na luta contra o pastoris; a adoção do plantio direto e a
aquecimento global, que terá dramáticas 70 mil km² devem redução do uso de fertilizantes, o aumento
conseqüências para o Brasil em geral, e ser desmatados nos da produção de bio-combustíveis (com a
para o Nordeste em particular. possível antecipação para 2010 da meta
próximos nove anos. de adicionar 5% de biodiesel ao diesel) e o
Por outro lado, não menos importante, o aumento do consumo do carvão vegetal
plano se inscreve dentro do abandono sustentável, dentre outros.
voluntário, por parte das nações
emergentes, do discurso que atribuía o escalonada. Até o final de 2009 deverá ser O plano foi criticado por membros do
peso da luta contra o aquecimento global 40% menos que a média de 1996 e 2005. comitê de mudança do clima. “Nós estamos
aos países ricos. Esse discurso servia Até 2013 a meta é reduzir em mais 30%, longe de ter um plano que atenda à
para que grandes nações geradoras de comparados com a média de 2006 a 2009 e, dimensão do problema que enfrentamos”,
gases de efeito estufa, como o Brasil, até 2017, mais 30% menos que a média de afirmou Roberto Smeraldi, diretor da ONG
Índia e China, simplesmente lavassem 2010 a 2013. Amigos da Terra. O próprio ministro do
as mãos, o que, por sua vez, gerava Meio Ambiente admitiu que poderia ter
resistências de países ricos, os Estados De um modo geral, o plano se propõe havido avanço maior: “Temos metas. Elas
Unidos em primeiro lugar, para assumir eliminar a perda liquida da área de são tímidas ainda, mas podemos melhorá-
compromissos maiores. cobertura florestal no Brasil até 2015 las”, disse Minc.

Gráfico 1 - Emissões per capita Gráfico 2 - Emissões por Área


(1994) (1994)
2
tCO2 / hab. tCO2 / km
17,9
2,967

8,9
8,1

925

2,2 509
1,5 278 242
0,9 121

Brasil China India Japão EUA CE Brasil China India Japão EUA CE
Fonte: Elaboração a partir de dados das Comunicações das Partes à CONUMC

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BRASIL

Emergentes assumem liderança por novo


Recursos contra
acordo sobre o clima Desertificação
As negociações que resultaram no durante a Conferência, pelo Ministro
relatório final da 14ª Conferência do Carlos Minc. Brasília se comprometeu, “Reconhecemos a importância da
Clima das Nações Unidas, na Polônia, em pela primeira vez, com metas de redução Amazônia para o País. Porém, o
dezembro passado, mostraram uma nova de emissões de CO2. Ministério do Meio Ambiente não
liderança, formada por países como o é de uma moeda só. O combate à
Brasil, China, Índia, México e África do Sul. Embora criticado por ONGs internamente, desertificação, a preservação da
o plano fez sucesso nos corredores de caatinga, dos recursos hídricos
A nova configuração de forças nasceu da Poznan, onde as palavras de apreço aos e o Nordeste são prioridade”. A
conjunção de três fatores. Um deles foi a emergentes se multiplicaram. Yvo de declaração foi proferida pelo ministro
transição de poder nos Estados Unidos, Boer, secretário-executivo do Painel do do Meio Ambiente, Carlos Minc,
que reduziu à discrição total a delegação Clima da Organização das Nações (ONU), na I Conferência Regional sobre
enviada por George W. Bush. O outro martelou todos os dias que esses países Mudanças Climáticas: Implicações
foi o impasse na União Européia, cujos haviam assumido suas responsabilidades. para o Nordeste, realizada em
líderes se dividiram. O último fator foi o A cobrança, argumentava, recairia sobre Fortaleza em novembro passado.
abandono, por parte dos emergentes, do as nações mais ricas. Uma lista de
discurso da "responsabilidade histórica". prêmios Nobel – como o coordenador do O Ministro anunciou ainda que foi
Esse argumento atribuía aos países Painel Intergovernamental de Mudanças aprovada uma emenda ao orçamento
desenvolvidos a responsabilidade pelo Climáticas (IPCC), Rajendra Pachauri, e o que garante R$ 80 milhões para
aquecimento global, e desobrigava os economista Wangari Maathai – também o combate à desertificação, e que
mais pobres de também empreenderem enalteceram os novos protagonistas. foi enviada a Congresso Nacional
ações fortes de mitigação. O abandono Richard Worthington, um dos líderes do uma emenda que cria o Fundo de
desse discurso permitiu que países como Greenpeace, reconheceu o novo cenário: Mudanças Climáticas, formado por
o Brasil assumissem, ao longo do último "Países em desenvolvimento como o royalties da indústria do petróleo. Os
ano, uma ação mais proativa no cenário Brasil, que criou o Fundo da Amazônia recursos desse fundo seriam no valor
internacional, desarmando o argumento e já tem US$ 1 bilhão para enfrentar o de R$ 300 milhões por ano, cabendo,
dos EUA, que condicionava suas atitudes desmatamento, o México, a África do sempre segundo o Ministro, entre
à fixação de metas por emergentes. Sul, a China dão sinais. Mas não vemos 60% e 70% desse total ao Nordeste.
avanços dos países ricos." Ele não descarta a possibilidade de,
A nova conduta do governo brasileiro no futuro, ser criado um fundo para
foi explicitada na apresentação do Plano (Com base em Andrei Netto, O Estado de a Caatinga, nos moldes do Fundo
Nacional sobre Mudanças Climáticas SP 14/12) Amazônia.

Comissão Nacional de Combate à Desertificação


Estão definidos os critérios para escolha Municipais de Meio Ambiente), deter- Durante a primeira reunião da
dos representantes da sociedade civil minaram que essa escolha acontecerá Comissão foi discutida uma mudança
na Comissão Nacional de Combate à através de assembléia pública em cada no Decreto que cria a CNCD, formu-
Desertificação, empossada no dia 26 de estado. lando-se uma recomendação para que
novembro pelo Ministro Carlos Minc, se abra uma vaga para uma represen-
durante a I Conferência Regional Sobre A realização dessas Assembléias terá tação regional da sociedade civil.
Mudanças Climáticas (Fortaleza). o apoio da Coordenação de Combate
à Desertificação (Secretaria de Os pontos de vista da ASA foram
Os representantes governamentais (11 Desenvolvimento Rural e Extrativismo/ defendidos nessa reunião por Paulo
de diversos ministérios e 6 de órgãos MMA). Os interessados em concorrer à Pedro Carvalho, Ponto Focal Nacional
de Administração Indireta, além de vaga terão de fazer um cadastro junto a da Sociedade Civil no Combate à
representantes dos estados afetados essa Coordenação, que está organizando Desertificação, e Felipe Pinheiro, da
e da Associação Nacional de Órgãos o processo. Coordenação Executiva da ASA.

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Como funciona a Convenção das Nações Entrevista com


Unidas de Combate à Desertificação Mark Winslow
A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD) é um dos COORDENADOR DO CONSORCIO
frutos da famosa Eco-92, a Conferencia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e PARA O DESENVOLVIMENTO DA
o Desenvolvimento, que reuniu chefes de estado de quase todo o mundo no Rio de CIENCIA DAS TERRAS SECAS (DSD)
Janeiro, em 1992. Nessa conferência, os países presentes instruíram as Nações Unidas
para atualizar os acordos internacionais de combate a desertificação, um processo que
culminou em Paris em junho de 1994. A nova Convenção passou a valer em dezembro
Mark Winslow trabalha para o ICRISAT
de 1996, noventa dias depois da adesão do 50ª estado. Atualmente 193 países já
(Instituto Internacional de Pesquisa
aderiram (UNCCD (www.unccd.int do 16.12.2008).
das culturas para o trópico Semi-
árido), um centro de investigação
agrícola, que procura melhorar o
A Convenção tem diferentes estruturas de governança e de tomada de decisões.
manejo sustentável dos solos nas
áreas secas tropicais
COP - A Conferência das Partes. Foi instituída pela Convenção como o órgão
da África e da Ásia.
supremo de decisão; ela compreende governos e organizações regionais de
integração econômica, tais como a União Européia. Uma das principais funções
Conheci Mark em uma sexta-feira
da COP é revisar relatórios apresentados pelas Partes, detalhando como elas
à tarde, no sossego da sala de
estão levando a cabo seus compromissos; a COP faz recomendações com base
reuniões do CCT (Comitê de Ciência
nestes relatórios. Ela também tem o poder de fazer emendas à Convenção,
e Tecnologia), no hotel Cevahir,
podendo desta forma, guiar a convenção à medida que as circunstâncias globais
durante a última semana do CRIC7
e as necessidades nacionais se modificam.
em Istambul. Lá fora nos corredores

o zum zum zum das conversas
Para auxiliar a COP, a Convenção prevê órgãos subsidiários e permite a criação
informais e o eco das sessões oficiais
de órgãos suplementares se necessário.
em curso. O CCT estava encerrando
sua sessão e apresentando à
CRICs - Comitê para a Revisão da Implementação da Convenção. Auxilia a
Convenção das Nações Unidas para
COP em rever periodicamente a execução da Convenção. O processo de revisão,
o Combate à Desertificação (UNCCD,
levando em conta os níveis sub-regionais e regionais, permite a elaboração de
sigla em inglês) suas conclusões,
conclusões e a proposição ao COP de recomendações concretas sobre novos
incluindo a sua decisão de encarregar
passos na implementação da convenção. A revisão deve ser conduzida ao longo
o Dryland Science for Development
das linhas microclimáticas decididas pela COP, com o devido respeito às dimen-
Consortium (DSD) com o mandato
sões geográficas.
de prestar apoio à organização da
COP9, que acontecerá em 2009. Isto
PAN – Programa de Ação nacional. As organizações e governos vinculados
se refere a uma decisão tomada
a UNCCD desenvolvem os seus próprios programas de ação nacionais (PAN),
na COP8 (Madrid, 2007) relativa ao
instrumentos essenciais para a implementação da Convenção. Os Programas de
Plano Estratégico de 10 anos, pela
ação nacional devem ser desenvolvidos através de uma abordagem participa-
qual se recomenda ao Comitê de
tiva, envolvendo as comunidades locais. Espera-se, através deste enfoque local,
Ciência e Tecnologia que conduza
que sejam elaboradas medidas práticas para o combate a desertificação em
as sessões futuras dentro de um
cada ecossistema específico. O PAN Brasil foi criado em 2004, após amplo proc-
perfil predominantemente técnico e
esso participativo que envolveu a sociedade civil e poderes públicos.
cientifico.
CST - Comitê de Ciência e Tecnologia. Órgão subsidiário da COP, que fornece
informações e aconselhamento sobre os aspectos científicos e tecnológicos rel-
ativos ao combate à desertificação e a mitigação dos efeitos da seca, utilizando
SB: Em primeiro lugar, por que razão
os mais atualizados conhecimentos científicos. Ele é multidisciplinar, aberto à
esta necessidade de mudança?
participação das Partes e composto por representantes governamentais com
competências relevantes.
MW: A Convenção solicitou ao
>>

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Agenda 2009
CCT aumentar a circulação de Cientistas, educ ados de maneira
conhecim e nto c i e ntífico, de for ma mais clá ssic a, muitas vezes n ão são Internacional
ú ti l , p oi s usuár ios de ter ra, desta for ma, eles
a Co nve n ç ã o é com p o st a cor rem o r isco de olhar para as 12 - 16 Janeiro 2009 - 5 ª EGU -
p o r a q u i l o q u e é c hamado coisas de uma for ma deter minada
Conferência Internacional Alexander
"Co n fe r ê n c i a d a s Pa r tes", qu e são e deixar passar asp ec tos que são
rep res e nt a nte s d a a dminist ração imp or tantes. Vamos trabalhar Von Humboldt , a ser realizada em Cape
p o l í ti c a d e q u a s e to do s o s p aíses com OSC e ONGs para acrescentar Town, África do Sul. Mudanças climáticas
d o m u n d o. E s te s representantes esses o utros p ontos de vista e e sistemas terrestres africanos - passado,
q u e re m f a ze r u s o da ciência para p ersp ec tivas, para que n os aj udem
presente e Futuro.
pro p o r p ol í t i c a s p ara a redu ç ão a compreender como colo cá-los
d o s o f r i m e nto, d a queda da de fo r ma c ientífic a, identific an do www.humboldt5.uct.ac.za/
pro dut i vi d a d e e d o s elevado s as lacun as de con h ec imento e
r i s co s d e u t i l i z a ç ã o das ter ras as diferentes pr ior idades dos 21 - 23 Janeiro 2009 - WAFLA -
s ec a s. Ent ã o e l e s p ediram- u su ár ios da ter ra. Conferência Internacional - Melhorando
n o s p a ra a j u d a r a organizar
Para ma is in for mações sobre o Ferramentas contra a Desertificação e a
u ma con fe r ê n c i a q ue p udesse
s i ntet i z a r, d e m a n e ira simp les, DSD, p or favor, visite o website Seca, Fortalecimento da Agroflorestas e
o s co n h e c i m e ntos disp o níveis w w w. d r y lan dscien ce.org Sistemas de Gestão dos Recursos hídricos
s o b re te r ra s s e c a s, co m o int u ito ou entre em contato com o para Regiões Áridas e Semi-Ááridas
de u ti l i z á - l os n a e l ab o ração de co ordenador do DSD, o D r. M ar k
na América Latina. A ser realizada na
mel hore s p ol í t i c a s p u b lic as. W inslow em:
As s i m co m o a Co nvenção sobre as m. w inslow@c giar.org Comissão Econômica das Nações Unidas
Al te ra ç õ e s Cl i m á t i c as encontrou E scu te a entrevista n o site para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
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7 de novembro 2008 www.accionporlatierra.cl/conferencia
de en cont ra r a l gu m as medidas
s i mp l e s d e com b ate a deg radaç ão Por Silke Brehm
da s te r ra s s e c a s. Parceiro Drynet da LPP, 10 - 12 Marco 2009 - Alterações
Alemanha Climáticas: Riscos Globais, Desafios e
SB : O Con s órc i o te m o mandato
Silke.Brehm@gmx.de Decisões. Congresso da UNFCCC COP-15
c l aro d e e nvol ve r esp ecialmente
OSC e O N G s n o d e s envo lvimento em Copenhague, Dinamarca.
d e u m co n j u nto d e indic adores http://climatecongress.ku.dk
de des e r t i f i c a ç ã o. Co mo isto
s erá fe i to e com o vo cê vê a 13 - 17 Abril 2009 - Conferência
p a r t i c i p a ç ã o d a D r ynet e outras
i ni c i at i va s d a s o c i edade civil nesse Internacional sobre Água, Meio Ambiente
pro ce s s o? e Ciências da Saúde: Os desafios
da Mudança climática (ICWEHS), a ser
MW: O q u e to r n a a UNCCD realizada em Cholula, México. Esta
ba s tante ú n i c a é q ue ela
conferência proporcionara um fórum
reco nh e ce a i m p or tância do
co n h e c i m e nto l o c al para resolver para a troca interdisciplinar de questões,
este p rob l e m a , p orque t rat a- opiniões, experiências e necessidades
s e d e u m p ro b l e m a de uso da de investigação nas áreas de água, meio
ter ra . As p e s s oa s q u e t rab alham
ambiente e ciências da saúde sob a
a te r ra p o s s u e m u ma exp er iência
na ma n e i ra d e u t i l i zar o so lo Visita do Ponto Focal da Índia
influência das alterações climáticas.
q u e ve m at ravé s d e g eraçõ es. ao stand da Drynet na CRIC7 http://www.udlap.mx/ICWEHS/

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Uma iniciativa global para dar um futuro
às terras secas
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Estará a UNCCD políticas publicas.” e socioeconômicos, enfatizamos que


há um trabalho já foi realizado,

presa em um "... não existe um mecanismo formal


que assegure que o conhecimento
nas diversas regiões, e que este
deveria ser considerado e adotado no

“engarrafamento” local e tradicional sejam levados em


conta nos processos e negociações da
curto prazo. Acreditamos também que
os indicadores de participação são
UNCCD. De certa forma, o fluxo deste necessários para monitorar a inclusão
de saberes? conhecimento é complicado porque das organizações da sociedade civil
tem um percurso mais longo e árduo na implementação da Convenção, e
Documento conjunto a fazer, a partir do nível local, através que estes devem estar incluídos nos
Drynet / DESIRE / enid de seus intermediários ate chegar relatórios nacionais.
aos níveis nacional e internacional.
... Para que o conhecimento local Na mesma linha, solicitamos que o
O documento centra-se na forma seja utilizado de forma eficaz, Comitê de Ciência e Tecnologia leve
como a UNCCD pode contribuir de as raízes nacionais do processo em conta o trabalho realizado
forma mais eficaz através de uma internacional da UNCCD são, portanto, pela sociedade civil sobre questões
combinação das mais recentes fundamentais. " relativas a conhecimento, tecnologia
investigações com a riqueza de e práticas na luta contra a
conhecimentos produzidos pela Para as nossas sugestões de melhorias, desertificação e a
comunidades afetadas por processos por favor leia o documento completo em seca. Além disso, observando o fraco
de desertivicação, OSC e ONGs. www.dry-net.org desempenho do Programa de Redes
Seguem dois pequenos trechos, como Temáticas ( TPNs), solicitamos as
indicação do conteúdo: Partes e à Secretaria que apóiem sua
revitalização.”
"Para melhorar a eficácia da UNCCD
para as comunidades afetadas, os
representantes governamentais
Declaração das
Para consular a declaração completa
responsáveis pela implementação da
convenção e seus PANs devem basear
Organizações da visite o website
www.dry-net.org
as suas intervenções em informações
relevantes e atualizadas. Isso inclui o Sociedade Civil
conhecimento vindo das comunidades
locais e usuários de terras sobre o participantes do
estado atual da degradação da terra e
da desertificação, práticas tradicionais, CRIC7 (trechos)
sucessos locais e obstáculos. Se você deseja receber este boletim

Ao mesmo tempo, o conhecimento "Apreciamos o novo formato do por via eletrônica ou para obter mais
deve vir de investigadores, Comitê de Ciência e Tecnologia, detalhes sobre os artigos publicados,
disponibilizando análises que irá envolver entidades e
aprofundadas sobre os processos representantes da comunidade
entre em contato conosco através do
e impactos da desertificação, científica e renovará sua composição a endereço sertão@sertão.org.br.
assim como avaliações da fim de incluir mais expertise científica
e técnica. A este respeito, gostaríamos
Visite o site www.dry-net.org em
viabilidade técnica e financeira das
soluções propostas. É importante de alertar para o fato de algumas inglês.
também desenvolver formas organizações da sociedade civil já
de monitoramento e avaliação possuírem uma orientação científica
da desertificação, bem como a e técnica. O Consorcio recentemente
determinação do impacto da UNCCD selecionado para a organização da
Edição brasileira
no combate a esta. Isto requer a Conferencia Cientifica deve incluir as
integração de diferentes tipos de Organizações da Sociedade Civil que Textos: Daniel Raviolo
saberes e o desenvolvimento de vias tem competência nesta área.
Diagramação: Paulo Camelo
adequadas onde estes chegar aos
responsáveis pela elaboração das Em relação aos indicadores biofísicos Tiragem: 1.000 exemplares

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