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a história
do feudalismo
ao capitalismo:
transições
samuel sérgio salinas
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1. O que muda na história
Tributos e escravos
A mão-de-obra escrava
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O exército romano
A aristocracia
A decadência
A degeneração moral
A periferia insurgente
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3. o feudalismo europeu
A fragmentação do poder
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guerras privadas, no entanto, não significavam poderio das
formações sociais do feudalismo europeu, mas constituíam
indicador visível da sua fragilidade.
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Dessa forma o feudalismo, ou melhor, as formações so-
ciais de natureza feudal, constituídas após a decadência do
Império Romano em várias regiões da E u r o p a ocidental e
oriental, compõem o u t r a maneira de organizar a produção,
extrair excedentes e distribuí-los.
O desmantelamento do Império R o m a n o acarreta a des-
centralização do p o d e r político que, agora, irá recompor-se
a p a r t i r do feudo, onde o domínio dos senhores apresta-se
p a r a garantir a segurança dos povos. Envolvido pelas amea-
ças externas, o feudo se constitui, m a s deve c o n t a r com as
próprias forças, q u e r p a r a enfrentar os inimigos, quer p a r a
auto-sustentar-se, produzindo o que necessita.
Os laços de dependência que u n e m os servos ao senhor
feudal resultam dessa descentralização política e econômica.
A situação dos servos deve ser examinada em relação aos
problemas de constituição e reprodução das relações feudais.
O papel da p r o d u ç ã o é, assim, a chave p a r a desvendar a na-
tureza dessas relações. A produção agrícola, sem mencionar
o pequeno artesanato doméstico, não poderia ser estocada
p o r m u i t o t e m p o , n e m era indispensável que o fosse, pois
não havia mercados suficientes p a r a absorvê-la. A pressão
sobre os p r o d u t o r e s diretos, dessa maneira, não era intensa
e, se aliarmos a esta circunstância a relativa escassez de
mão-de-obra, verificaremos que os laços de dependência não
e r a m da mesma natureza da escravidão; ao contrário, a si-
tuação dos servos era m u i t o superior, sob todos os aspectos,
à escravidão r o m a n a .
A fixação dos camponeses à terra, p o r t a n t o , não decorre
de pressão senhorial absoluta, mas de ajustes recíprocos que,
embora constituídos em situação desigual de poder, permi-
tem aos camponeses adquirir condições n a s quais direitos e
deveres t e n d e r a m a se consolidar nos costumes.
Teria ocorrido situação melhor p a r a os camponeses, a
p o n t o de incentivar a produtividade, m e l h o r a r o cultivo e
propiciar dieta mais adequada p a r a as populações? A res-
posta pode, em sentido geral, ser afirmativa. Hodjett, que
estudou o assunto, p o n d e r a : " E m conclusão, a despeito da
lentidão do progresso na agropecuária, dos fracassos desas-
trosos nas lavouras, dos ataques de enfermidades nos reba-
nhos e da ausência de qualquer invenção tecnológica de
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grande alcance, a agricultura medieval conseguiu — u m a vez
terminada a explosão demográfica dos séculos XI, XII e X I I I
— assegurar melhor p a d r ã o de vida p a r a proporção m a i o r
da população em fins do século XIV e no século XV. Até
certo p o n t o a riqueza estava distribuída com maior eqüidade.
Esse feito da agricultura medieval foi alcançado através do
cultivo laborioso do solo, pois a agricultura medieval era de
utilização intensiva de mão-de-obra e não de capital e estava
auxiliada p o r administração eficiente, da qual os t r a t a d o s
sobre contabilidade são indício".
Verifica-se, p o r t a n t o , que o a u m e n t o da produtividade,
quando as circunstâncias que i m p u n h a m o contingenciamen-
to mencionado não se manifestavam, era real, dado o interes-
se do p r o d u t o r direto em reter p a r t e do excedente produzido.
A Igreja feudal
A o r d e m jurídica: os costumes
A autonomia camponesa
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local, daí a sua grande diversidade. E r a m iníquos p a r a u n s
e altamente vantajosos p a r a outros? Sem dúvida, m a s u r g e
precavermo-nos de u m a ótica contemporânea, extrapolada
p a r a um q u a d r o social e político diferente do nosso. Os cam-
poneses não e r a m livres, mas os senhores t a m b é m não dis-
p u n h a m de poder absoluto. Os costumes, dada a sua forma-
ção, p e r m i t i a m aos camponeses espaço de luta e reivindica-
ções, como já assinalamos. Os autores a p o n t a m este apego
dos camponeses aos direitos coletivos, principalmente dos
camponeses mais pobres. A exploração tradicional do solo
permitia, em certa medida, aos camponeses pobres compen-
sarem a sua falta de terra. As comunidades aldeãs m a n t i -
nham-se ativas. Os bens das comunidades — tais como
pastagens e florestas — e os direitos de uso neles implícitos
ofereciam recursos aos camponeses. E m b o r a os camponeses
ricos fossem hostis a esses direitos coletivos, que lhes res-
tringiam a liberdade de exploração e o direito de proprieda-
de, os pobres, em compensação, a eles se apegavam. Os
esforços dessas camadas camponesas propunham-se limitar
o direito de propriedade individual, e defender os direitos
coletivos, opondo-se ao individualismo agrário, caracterizado
pelos cercamentos de terras e transformação da agricultura
em exploração capitalista da t e r r a . Razões por que o p e q u e n o
camponês não tinha a mesma concepção da p r o p r i e d a d e
agrícola, p r ó p r i a dos nobres ou da burguesia r u r a l . Sua
perspectiva da propriedade coletiva opunha-se à noção bur-
guesa de direito absoluto do p r o p r i e t á r i o em relação ao b e m
imóvel.
A posse da terra
Miséria feudal?
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4. o capitalismo
O espírito burguês
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gente", condensa-se nesta frase: "Recordai sempre isto, meus
filhos, n u n c a permitais que vossos gastos superem vossos
ingressos".
Max Weber
A escravidão do salário
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O campo revitaliza o mercado
As cidades e o campo
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tado pela d e m a n d a de mercadorias importadas de mercados
distantes, m a s recusam-lhe a condição de fator decisivo p a r a
o predomínio do capitalismo no ocidente europeu.
Quanto aos agentes do crescimento, Pirenne julgava
tê-los descoberto nos mercadores itinerantes (as primeiras
jurisdições comerciantes na Inglaterra chamavam-se cortes
dos pés-poeirentos, alusão aos comerciantes regionais), os
quais teriam se fixado j u n t o de um castelo ou de u m a anti-
ga cidade. Seus entrepostos e habitações (portus) ficaram
conhecidos como "burgo de fora" (foris-burgus, de onde
"falso-burgo"). Este, por sua vez, cercado de muralhas, inte-
grar-se-ia nos limites da cidade ampliada.
Sem negar a importância desempenhada pelos comer-
ciantes de longo curso, destaca-se, atualmente, o papel de-
senvolvido pelos mercadores locais e pelos artesãos, tanto
do setor têxtil q u a n t o da metalurgia, no crescimento de
n u m e r o s a s cidades.
O valor de troca
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5.américa latina: capitalismo
mercantil, feudalismo
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Capitalismo tardio
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Feudalismo colonial?
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ricanas, mas provocou alterações no r i t m o de crescimento e
vinculações externas.
Retomadas as atividades em volume ascendente no sé-
culo da "Revolução Industrial", as Américas, sobretudo as
de expressão ibérica, especializaram as suas economias, tor-
nando-se fornecedoras de matérias-primas e importando,
primordialmente da Inglaterra, produtos industrializados.
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6. observações finais
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bibliografia
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cronologia
Roma
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discutindo o texto
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