Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Para servir de orientação à estudantes que queiram conhecer o funcionamento dos aparelhos de
Landell.
Roberto Landell de Moura, era dotado de uma grande vocação científica e a par desse atributo,
era também dotado de um grande sentimento religioso. Atendendo à vontade de seus pais
IGNACIO JOSÉ FERREIRA DE MOURA e SARA MARIANNA LANDELL DE MOURA, foi para ROMA, junto
com seu irmão GUILHERME LANDELL DE MOURA e matriculou-se em 22 de Março de 1878 no
Colégio Pio Americano para estudar Teologia, tendo se formado padre em 28 de Outubro de 1886.
Lá em Roma, juntamente com seus estudos teológicos, Landell de Moura estudou Física e Química
na UNIVERSIDADE GREGORIANA, por onde passaram vários papas.
Retornando ao Brasil, Landell foi pároco em várias cidades brasileiras como Santos, Campinas,
Mogi das Cruzes, Botucatu e na Capital Paulista. Foi em Campinas que Landell fez suas primeiras
experiências com aparelhos de telecomunicações tendo feito suas primeiras demonstrações de
transmissão de voz entre 1893 e 1894 na cidade de São Paulo, segundo um de seus biógrafos que
o conheceu e privou com ele, o jornalista e escritor Ernani Fornari.
Mas foi em 03 de junho de 1900 que Landell de Moura fez uma demonstração pública, registrada
pela imprensa (jornal do comércio), com a presença do povo e de autoridades, entre eles o
cônsul britânico P.C.P. Lupton, da transmissão da voz humana pelo espaço sem auxilio de fios,
através da irradiação de um sinal eletromagnético de baixa freqüência – Transmissor de Ondas – e
outro de altíssima freqüência, a luz (Telefone Sem Fio).
Em Março de 1901 conseguiu a patente brasileira de seu invento. Em 1901 foi para os Estados
Unidos e conseguiu 3 patentes no United States Pattent Office – para o Transmissor de Ondas, o
Receptor e Transmissor de Telegrafia e do Telefone Sem Fio.
Devido à total falta de apoio para prosseguir com suas pesquisas, mesmo após haver consegujido
suas patentes nos Estados Unidos, padre Landell voltou-se para a sua vida religiosa em Porto
Alegre, não tendo contudo conseguido sufocar a sua vocação científica. Tinha conhecimentos
também na área de Biologia, Medicina e Parapsicologia.
O que você vê aqui é o telefone sem fio de Landell de Moura. O aparelho é dividido em 3
câmaras. Na primeira câmara à esquerda há uma superfície parabólica espelhada, sendo que no
foco desta superfície parabólica está uma possante fonte de luz obtida através do curto-circuito
entre dois reóforos inseridos em um circuito de corrente contínua.
Devido à propriedade das superfícies parabólicas, toda a luz gerada no foco desta superfície é
enviada para a frente desta superfície em raios paralelos. É um possante holofote. Devido ao
grande calor gerado pelo efeito Joule, existe um ventilador que joga ar para dentro desta câmara
para dissipar o calor gerado.
Os raios de luz que saem dessa câmara vão passar para a câmara seguinte, encontrando em seu
trajeto uma placa de quartzo, que está vibrando segundo a forma de onda das pressões acústicas
da voz do locutor que introduz sua voz pelo bocal visto à esquerda na parte de baixo da figura
logo mais acima desta.
Observe que há nessa câmara um difusor de som, dirigindo a pressão sonora para a placa de
quartzo. Essa luz, assim modulada em intensidade e freqüência pela voz do locutor atravessa o
espaço em um possante raio que ao chegar em outra unidade como esta vista na figura, situada a
quilômetros de distância, com o mesmo alinhamento, na mesma visada, vai incidir na terceira
câmara, em uma fotocélula, colocada no foco da uma superfície parabólica espelhada que
transformará estas variações de luz em corrente elétrica contínua de intensidade variável,
traduzindo-a novamente em som, que será percebido através de um fone inserido nesse circuito.
Produz-se assim a demodulação da onda que carregou a informação sonora.
Na experiência produzida em São Paulo, foi possível ao assistente de Landell ouvir nitidamente
com muita clareza, o tic-tac de seu relógio situado a 8 Quilômetros de distância.
Telefone Sem Fio – Detalhamento do funcionamento
Você observa aqui neste conjunto de figuras na parte superior – dois transceptores – colocados um
em frente ao outro separados por uma certa distância que no caso da experiência de Landell aqui
em São Paulo era aproximadamente de 8 quilômetros. Os dois devem estar na mesma linha de
visada e alinhados de modo que o raio de luz emitido por qualquer um deles possa ser observado
pelo outro.
Para essa finalidade de ajuste existe em cada um dos transceptores uma luneta que serve para
orientar cada um dos operadores a posicionar corretamente seus aparelhos. Como vimos na figura
anterior a voz do locutor transformada em variações de luz em freqüência e amplitude é
concentrada sob a superfície de uma fotocélula, ou como chamamos hoje, uma LDR (light
depending resistor ).
Vemos na parte baixa da figura o circuito que transforma a luz incidente na fotocélula - em
áudio. É um simples circuito série de corrente contínua, composto de um fone de ouvido, uma
bateria e uma fotocélula.
O Microfone Fonético era acionado pela voz do locutor. Ao ser introduzida através do bocal visto
na figura, um diafragma sensível era posto a vibrar pela ação da pressão acústica da voz. Estas
vibrações fechavam um contato que ligavam eletricamente ao primário da bobina de Ruhmkorff
um transformador de monitoração de sinal da voz do locutor.
O abrir e fechar destes contatos através da ação do diafragma na cadência da voz do locutor,
provocavam pulsos de alta tensão no secundário da bobina de Ruhmkorff que podiam ser
irradiados através do centelhador ou antena.
Naturalmente que a voz assim irradiada não portava as características de TIMBRE da voz do
locutor. Assim seria impossível identificar por exemplo se o locutor era um homem ou uma
mulher, pois tudo o que a chave fazia era fechar ou abrir um contato na cadência, ou na
freqüência da voz.
Só após algum treino é que se podia perceber o conteúdo das mensagens. O monitoramento do
sinal era necessário para fazer reajustes das distâncias da agulha de contato com o diafragma
pois o material se desgastava com as sucessivas descargas elétricas.
Observa-se aqui nesta figura o Coesor de Branly, cuja função era detectar a passagem de uma
onda eletromagnética. O coesor é constituído de um tubo de vidro no interior da qual é colocado
limalha de ferro ou alumínio. Ele é inserido em um circuito de corrente contínua onde se coloca
em série com uma campainha. Ao se fechar a chave S e quando se produz um pulso
eletromagnético, este ao passar pelo coesor, as partículas da limalha se alinham de modo a
oferecer um caminho de baixa resistência para a passagem da corrente elétrica, fazendo soar a
campainha elétrica. Portanto, a propagação da onda praticamente curto-circuita os terminais
mm’ visto na figura. A condutibilidade persiste mesmo após cessar a propagação da onda, sendo
necessário dar uma leve batida sobre o corpo de vidro de coesor para que este abra os terminais
mm’ colocando-se em situação de poder detectar a passagem de uma nova onda. Estes
dispositivos foram usados nos primeiros receptores de telegrafia, sendo mais tardes substituídos
por outros com uma melhor performance.
Maiores detalhes do Coesor – Descoesor de Branly
Observa-se aqui nesta figura com maiores detalhes o coesor-descoesor de Branly. Ao coesor cabia
a função de agregar, de juntar as partículas de limalha de ferro ou alumínio, permitindo
continuidade entre seus terminais – e ao Descoesor cabia a função justamente oposta, a função
de desagregação para deixar o coesor pronto para receber o próximo sinal.
Para a função de desagregação era acionada uma pequena haste metálica no corpo do aparelho
através da qual se davam leves batidas sobre o corpo do coesor espalhando novamente as
partículas de limalha de ferro, abrindo novamente seus terminais.
Os circuitos elétricos de recepção de telegrafia eram dotados de um relê que fazia eletricamente
este papel, através de uma pequena haste acoplada à sua armadura. Após a passagem de um
sinal eletromagnético pelo coesor, este levava uma suave batida no seu corpo de vidro. Veremos
como funciona o coesor-descoesor logo a seguir.
DETETOR DE SINAIS TELEGRÁFICOS E REFORÇADOR ACÚSTICO
Verificamos aqui a existência de três módulos. O primeiro módulo à direita da figura é o módulo
da Reprodução Fonética dos Sinais Telegráficos. Logo mais à esquerda vê-se o detector
constituído pelo coesor e o descoesor. Na extrema esquerda está o módulo do registrador Morse.
Analisemos o funcionamento destes circuitos.
O operador então muda a posição da chave (52) para a posição (53) alimentando o circuito de
reprodução fonética dos sinais telegráficos. Verifique que mudando as chaves (62) e (52)
convenientemente o Registrador Telegráfico pode ser colocado em funcionamento para registrar
as mensagens telegráficas em fita.
Quando se extingue o pulso, o rele (55) – (descoesor) – não fica mais atracado e ao voltar à sua
posição normal, faz com que o PERCURTOR a ele acoplado dê uma leva batida no coesor fazendo
com que os termi8nais (a) e (b) fiquem abertos novamente e preparados para receber um novo
pulso e assim sucessivamente.
Roberto Landell de Moura nasceu em 21 de Janeiro de 1861 em Porto Alegre e faleceu em 30 de
junho de 1928 também em Porto Alegre no Rio Grande do Sul. Desde muito cedo demonstrou
Bom... mas e o reforçador acústico como opera? Vamos a ele: Quando o primário do
transformador (64) recebe energia na presença de um pulso porque o coesor permitiu isto –
haverá a indução de um pulso no secundário do transformador onde está associado uma bobina à
um diafragma que vibrará muito fortemente.
As vibrações desse diafragma fazem com que a coluna de ar no interior desse dispositivo – fique
alternadamente comprimida e rarefeita e essa pressão exercerá no carvão contido no circuito
série do primário uma variação de resistência que ocasionará também uma variação da
intensidade de corrente elétrica. Com isso essa variação de corrente induzirá um novo pulso no
secundário do transformador reforçando a vibração. É um processo regenerativo. Segundo
descrição de Landell os sons obtidos assemelham-se ao sons de uma flauta, emitidos com duração
curta representando o ponto e outro mais longo representando o traço do código Morse.
TRANSMISSÃO-RECEPÇÃO DE TELEGRAFIA
Assim temos da direita para a esquerda ao alto, o circuito detector de telegrafia, composto por
uma bateria, um fone de ouvido, uma placa de selênio –(fotocélula) – e a chave que fecha o
circuito. Já explicamos anteriormente como funciona esta parte.
Logo mais abaixo vemos a bobina de Ruhmkorff, em cujo primário está conectada uma chave
Morse para produção de pulsos elétricos em Código Morse e que se refletirão no secundário
aplicando à ampola de Crookes altas voltagens para ionizar o gás nela contido e produzindo
lampejos com duração diferentes que traduzirão os pontos e traços do código Morse.
Temos aqui então o Coesor de Branly, devidamente acompanhado de um descoesor elétrico. Aqui
é que se dá o registro da passagem de um pulso eletromagnético. Funciona como um detector de
Uns e Zeros se chamarmos de Zero o PONTO do código Morse e se chamarmos de Um o TRAÇO do
código Morse. O detalhe em verde no canto superior direito mostra um refletor parabólico
colhendo os sinais de luz transformados em som. Vê-se aqui que o código poderia ser detectado
através da visão e também eletricamente, quando utilizada a ampola de Crookes.
Observe agora o circuito à direita da figura. Veja a chave Morse colocada no primário da bobina
de Ruhmkorff. O abrir e fechar do circuito do primário induzirá pulsos de alta tensão no
secundário da bobina, que provocará ionização de gás contido na ampola de Crookes. Esses
lampejos assim obtidos, de duração curta e um pouco mais longa, poderão ser detectados
visualmente ou “ouvidos” através do detector de som através da luz emitida estando acionado o
circuito de detecção de luz.