PS: Sete concelhias

vão ter novo líder

Manuel Pizarro é favorito nas
eleições no Porto / PÁG. 6

16 de Abril de 2010
Ano I | Edição nº 42
Preço: 1,20
Director: Manuel Queiroz

www.grandeportoonline.pt Sai à Sexta

ESTADO CONDENADO ∑ Técnica do Instituto da Agricultura

POR FALSOS no Porto obrigada a passar
de contrato normal para recibos verdes.
Tribunal considera
DIFERENÇAS À MESA

RECIBOS VERDES mudança ilegal

/ PAG. 8
"HÁ DEZ MIL
EMPRESAS
PARA
ANTÓNIO RILO

CASA DO DOURO QUER FECHAR"

Presidente do Sindicato da
Construção, Albano Ribeiro
VENDER PATRIMÓNIO discute com o socialista
Pedro Baptista / PÁG. 2 E 3
PARA PAGAR DÍVIDA DE ABANDONO
130 MILHÕES DE EUROS CRISE FORÇA
Manuel dos Santos reconhece que
os trabalhadores têm salários em atraso desde
MENORES
Dezembro e que a situação é preocupante A DEIXAREM
/ PAG. 16 E 17
A ESCOLA
Só em Braga
"PORTAGEM estão sinalizados
cerca de 200 jovens no
mercado de trabalho
NA A28 VAI / PÁG. 16 E 17

CRIAR MAIS
DESEMPREGO"
Mário de Almeida em entrevista ao GP
diz ainda que vai ser fácil encontrar o seu
sucessor na Câmara de Vila do Conde
/ PAG. 24 E 25 ÁREA DE 1300 M2

MUSEU DO
PLANIT VALLEY OS ROSTOS DA CIDADE FC PORTO
TERÁ 15 MIL
INTELIGENTE A NASCER EM PAREDES TROFÉUS
O projecto do inglês Steve Lewis e do português Miguel Arquitectos estão
Rodrigues conseguiu manter o estatuto PIN. a projectar o novo espaço
no Dragão que vai ocupar
Dois anos e 14 milhões de euros depois, avança agora para antiga sala do bingo / PÁG. 26
o terreno e dentro de um mês revela parceiros / PAG. 30 E 31
2
diferenças à mesa
A Albano Ribeiro e Pedro Baptista consideram que uma onda de revolta social é quase inevitável
“É preciso fechar mais dez mil empresas”
Construção civil ∑ Sector não pode manter empresas que não cumprem obrigações com os trabalhadores
ANA CARIDADE
ana.caridade@grandeportoonline.pt
ANTÓNIO RILO
antonio.rilo@grandeportoonline.pt
O sector da construção
acompanha a tendência do
resto do País e já conheceu
melhores dias. Albano Ri-
beiro, presidente do Sin-
dicato da Construção, ga-
rantiu ao GRANDE POR-
TO que Portugal não tem
dimensão para o número
de empresas de construção
que tem. “Somos pequenos
demais para as 62 mil em-
presas que operam a mon-
PASTELARIA · BOMBONARIA · RESTAURANTE · CERVEJARIA
MERCEARIA · LEITÃO ASSADO · TAKE AWAY · TABACARIA
tante e a jusante do sector,
e isto sem falar das empre-
sas que dependem indirec-
tamente do sector”.
Mais um almoço anima-
do e proveitoso, que juntou
à mesma mesa o sindicalis-
ta e Pedro Baptista, filóso-
fo e conhecido militante do
PS. O socialista queria saber
se as grandes empresas de
construção são o modelo de
desenvolvimento que inte-
ressa ao País, nomeadamen-
te ao Norte. “Não teremos
que apostar nas pequenas
e médias empresas?”, per-
guntou a Albano Ribeiro.
77% dos trabalha-
dores que mor-
reram vítimas de
acidentes trabalha-
vam para peque-
nas empresas
Os números falam por si e
dizem que 77 por cento dos
trabalhadores que morre-
ram vítimas de acidentes de
trabalho trabalhavam para
pequenas empresas. “Exis-
tem muitas empresas que
não cumprem com nada.
Nem com os trabalhadores
nem com o Estado. Essas
empresas têm que fechar,
até porque fazem concor-
rência desleal às que cum-
prem ”. O sindicalista diz
que dez mil já fecharam e
que, pelos menos outras
tantas, terão que encerrar.
Tratam-se normalmente de
empresas sub-contratadas,
que fogem aos impostos e
às obrigações que têm para
com os trabalhadores, no-
meadamente o pagamento
da segurança social.
Outro dos problemas
com que o sector se depa-
ra prende-se com a forma-
ção. “Existem 150 mil tra-
balhadores que nunca ti-
veram formação”, realça
Albano Ribeiro, que avan-
ça ao GRANDE PORTO a
intenção de construir uma
escola em Matosinhos que
dê exactamente formação
na área da construção ci-
vil. “Temos uma reunião
agendada com o presidente
da Câmara de Matosinhos
e contamos ter o apoio do
Instituto do Emprego e For-
mação Profissional”. A ini-
ciativa é do sindicato, que
LEITÃO ASSADO
VENDA PARA FORA
VENDA PARA FORA
16 | Abril | 2010
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Albano Rodrigues é
um sindicalista não
alinhado. Em vez de
ir às reuniões, passa
grande parte do tempo
no terreno, junto
dos trabalhadores.
Quando, há mais de 20
anos, chegou à presi-
dência do Sindicato da
Construção, a estru-
tura tinha uma sede
arrendada. Agora tem
quatro casas e mais
de 30 mil sócios. Este
militante comunista há
mais de 35 anos estu-
dou na Rússia, na RDA
e na Checoslováquia, é
licenciado em Ciências
Sociais e Políticas e fã
de desporto e do seu
Benfica.
Pedro Baptista é mili-
tante do PS e inves-
tigador na Faculdade
de Letras do Porto.
Portista ferrenho, já
foi candidato à Câmara
de Gondomar.
pretende ainda que a es-
cola tenha uma função so-
cial. “Queremos que os nos-
sos formandos, enquanto
aprendem, construam casas
para pessoas carenciadas”.
REABILITAÇÃO URBANA
Que o sector está em de-
pressão já não é novidade, e
uma das soluções apresen-
tada por Albano Ribeiro
para o revitalizar também
já é conhecida. A reabilita-
ção dos centros históricos
poderia ser o balão de oxi-
génio de que a construção
tanto precisa. “Só no Porto
 16 | Abril | 2010
existem seis mil casas que
precisam de intervenção
urgente. Se fizermos o cál-
culo a cinco trabalhadores
por casa, estamos a falar
na criação de 30 mil pos-
tos de trabalho directos. A
nível nacional consegui-
riam criar-se mais de 70
mil empregos na área”.
O número de desempre-
gados da construção civil
ronda os 45 mil, “mas po-
deria estar nos 120 mil se
não tivessem optado por
emigrar”. Albano Ribeiro
assegura que “muitos des-
tes trabalhadores não têm
direito a subsídio de de-
semprego”, isto porque é
prática comum em muitas
empresas do sector o não
pagamento continuo da
segurança social, ou seja,
o empregador paga ape-
nas 20 ou 25 dias por mês
e, desta forma, o trabalha-
dor não tem direito a sub-
sídio de desemprego. É por
isso que muitos destes ho-
mens optam por emigrar
quando se vêm numa si-
tuação de desemprego. Só
num ano, segundo Alba-
no Ribeiro, mais de 20 mil
foram para França, mas
também os mercados eu-
ropeus se estão a ressentir
com a crise internacional.
O sindicalista estima que,
num futuro próximo, desa-
pareçam mais 30 mil pos-
tos de trabalho. “Há 300
mil casas por vender em
Portugal”, justifica.
O que se disse ao almoço...
ALBANO RIBEIRO
Com Passos Coelho como
líder do PSD acabaram-se
as férias de José Sócrates.
Manuela Ferreira leite permi-
tiu ao Primeiro-ministro des-
cansar, mais nada
PEDRO BAPTISTA
Temos um Estado centralista
que esmaga o País. A despe-
sa tem que ser reduzida, mas
não no apoio social. Para que
é que precisamos de tantos
ministérios? Seis chegavam
muito bem!
ALBANO RIBEIRO
Se houver trabalho para
todos não é preciso falar de
Rendimento Social de Inser-
ção ou de Subsídio de Desem-
prego
PEDRO BAPTISTA
O Rendimento Social de In-
PEDRO BAPTISTA
Não terei nenhum
problema em des-
vincular-me do Par-
tido Socialista se o
projecto de um mo-
vimento indepen-
dente regional for
para a frente já nas
próximas eleições
legislativas
ALBANO RIBEIRO
Uma das maneiras
de revitalizar o sec-
tor da construção
civil era apostar de
imediato na reabi-
litação dos centros
históricos. Só no
Porto podiam criar-
se 30 mil postos de
trabalho
serção educa as pessoas na
passividade e na inactividade.
Quando começarem os cortes
vai haver uma explosão social
ALBANO RIBEIRO
Neste momento podiam
estar 120 mil trabalhadores
da construção desemprega-
dos em Portugal. Se só
estão 45 mil não é porque
alguém os ajudou. É porque
se fizeram à vida, procuraram
trabalho lá fora. Ninguém
defende o emprego neste
País
PEDRO BAPTISTA
Nos últimos dez anos não ouvi
nenhum deputado da Assem-
bleia da República defender
uma política regional para o
Norte. A região está a defi-
nhar e não nos podemos es-
quecer que a queda do Norte
é a queda do País.
DIFERENÇAS À MESA 3
Tensão “Se diminuirem as almofadas
sociais vai haver uma explosão”
Pedro Baptista não está
muito optimista em rela-
ção aos tempos que se avi-
zinham e considera mes-
mo que Portugal não vai
escapar “a um problema de
tensão social”. “Em 2009
o Governo disponibilizou
uma série de apoios sociais
de emergência para fazer
face à situação dramática
em que muitas famílias fi-
caram por causa da crise e
do desemprego. Mas ago-
ra, passado um ano, temos
um Plano de Estabilidade e
Convergência, que vai aca-
bar com isso tudo”, siste-
matizou.
Para o militante do PS só
existe um de dois cenários:
“ou essas ajudas não eram
necessárias e as pessoas A São ambos de esquerda, no entanto críticos do Rendimento Social de Inserção
vão viver bem sem elas, ou
então, eram realmente im- sar disso, os dois mostram bém há muitas irregulari- serção educa as pessoas na
portantes, e vai haver ten- a sua discordância com o dades”. De acordo com o passividade e na inactivi-
são social”. Albano Ribeiro actual modelo de atribui- sindicalista, não há mais dade”. O socialista é a fa-
diz que “não se pode pedir ção do Rendimento Social fiscalização e cortes por- vor do emprego, e não do
paz a quem tem a barriga de Inserção. que “o Governo que o fi- subsídio.
vazia” e, considera inevi- Albano Ribeiro diz que zer a seguir perde as elei- O responsável sindical
tável o confronto. “tem que ser só para quem ções”. lembrou que “no sistema
“Com a diminuição das precisa mesmo” e acres- Pedro Baptista segue capitalista, se não forem as
almofadas sociais vai ha- centa no pacote o subsídio um caminho diferente. “O almofadas sociais, o colap-
ver uma explosão”. Ape- de desemprego “onde tam- Rendimento Social de In- so é mais do que certo”.
Norte Pedro Baptista equaciona abandonar o
PS e constituir partido regional
É talvez um dos regiona- problema em desvincular-
listas mais convicto e mais me do Partido Socialis-
apaixonado. Pedro Baptista ta se este projecto for
ainda não tem a sua tão para a frente”, assume
ansiada Regionalização, Baptista, que espera que o
mas espera que nas próxi- novo partido esteja no ter-
mas eleições legislativas já reno “num futuro muito
exista um movimento in- próximo”.
dependente regional a lu- Para além da defesa dos
tar por um lugar no Parla- interesses da região do
mento. Norte na Assembleia da
Apesar de a Constitui- República, o para já socia-
ção proibir a formação de lista diz que existe ainda
partidos regionais, Pedro “ambição autárquica”.
Baptista está conf ian- A Socialista diz que receptividade tem sido positiva
te e revelou ao GRANDE “NÃO VIRO
PORTO que tem recebi- A CARA À LUTA” que ninguém o faz. Ne- círculo do Norte, a insur-
do apoios vindos de todos “Sinto que as pessoas nhum partido político, ne- gir-se contra isso.
os quadrantes políticos. querem isto, que a região nhum deputado defende o Pedro Baptista garan-
“O feedback tem sido clama por um movimen- Norte”. E dá um exemplo: te que a sua intenção não
extremamente positivo to que defenda os seus in- “Roubaram-nos as verbas é encabeçar o novo parti-
e vem desde pessoas liga- teresses, que levante a voz do QREN e eu não vi ne- do, mas avisa: “Nunca fui
das ao CDS até pessoas em sua defesa de forma nhum deputado eleito pelo homem de virar a cara à
do PS”. “Não terei nenhum determinada. Há dez anos círculo do Porto, ou outro luta”.
 4

a abrir 16 | Abril | 2010

A Rede Norte ganha peso nos

FERNANDO MOREIRA DE SÁ | Blogger

Estava o ano de 2009 a começar quando um velho amigo

órgãos nacionais do PSD
me telefonou. Já não o via há muito tempo. O Carlos Osório Eleições ∑ Miguel Macedo eleito líder parlamentar com 71 votos
queria almoçar comigo. Andava entusiasmado com a cres-
FILIPE CASACA
cente força das redes sociais e queria a colaboração de alguns MIGUEL ÂNGELO PINTO missão Política Distrital,
miguel.pinto@grandeportoonline.pt
de nós para a organização de um almoço de bloggers com onde sobre a mesa esta-
Pedro Passos Coelho. rá a agenda para os pró-
Se bem o pensou, melhor o executou: ao todo foram or- Os órgãos nacionais ximos três meses.
ganizados dois almoços, um no Porto e outro em Lisboa. A do PSD, saídos do úl-
partir daí, de forma absolutamente espontânea, foi lançado ti mo cong resso, em VOZ DISSONANTE
um grupo e iniciada uma aventura de política digital nunca Carcavelos, registam uma O ex-ministro Nuno
antes realizada, pelo menos nestes moldes, em Portugal. Ao assinalável presença de Morais Sarmento foi o
longo destes meses foram criados laços de amizade e cum- representantes do Norte. único a quebrar a sinto-
plicidade entre pessoas de diferentes pontos do País. Na Blo- Para lá de Marco António nia ao revelar que tinha
gosfera, no Facebook, no Twitter ou no Parlamento Global Costa, como vice-presi- recusado um convite para
da SIC, unidos por um objectivo: o apoio à candidatura de dente do partido, assina- integrar um órgão do par-
Pedro Passos Coelho a líder do PSD. Uma organização pa- le-se a entrada para a Co- tido. Sarmento optou por
ralela, sem qualquer ligação oficial ao candidato, começou a missão Política Nacional A No congresso de Carcavelos, unidade no PSD foi o mote não falar ao Congresso,
trabalhar em rede e na rede. de Maria Trindade Vale ao contrário de Luís Fili-
Os temas tratados nos dois encontros com o candidato e de Hermínio Loureiro, autarcas do PSD alinhou nal, revelando tratar-se pe Menezes, que foi o úni-
foram divulgados e amplamente analisados publicamente. presidente demissionário ao seu lado. “da emanação natural co ex-presidente do parti-
Alguns órgãos de Comunicação Social noticiaram o facto da Liga de Clubes e presi- Mas há mais: Carlos Sá de muitos militantes de do a discursar, dizendo a
e os temas – a questão da adopção por casais homossexuais dente da Câmara de Oli- Carneiro, primo do anti- base que pretendem par- Passos Coelho para não
tão amplamente divulgada na imprensa nasceu de uma per- veira de Azeméis. Já no go lider do partido com ticipar nos órgãos nacio- ter “medo de enfrentar o
gunta de um blogger no almoço de Lisboa. O lançamento do Conselho Nacional, Fir- o mesmo apelido e ad- nais e que é fundamen- PS, daqui a dez horas, se
livro “Mudar” pelo candidato foi, sem dúvida, o mote para o mino Pereira, vereador vogado na sociedade de tal que lá estejam”. Para o necessário”.
reforço dessa equipa e uma excelente ferramenta para a di- das Obras da Câmara de Gil Moreira dos Santos e também vice-presidente Já o bracarense Miguel
vulgação na internet das ideias defendidas por Pedro Pas- Gaia, foi eleito na terceira Adelino Caldeira, vai para da Câmara de Gaia, esta Macedo foi eleito líder
sos Coelho. Através dos blogues de cada um, o livro foi dis- posição, sendo que para adjunto do líder. Também multiplicidade de tendên- parlamentar esta quinta-
secado e as ideias debatidas com todos os utilizadores das este órgão também entra Rui Baptista, jornalista da cias “garante pluralidade feira, recolhendo 71 votos.
redes sociais. Alberto Santos, presiden- Lusa em Aveiro e antigo dentro do partido, porque A sua estreia na função
Ao de leve, pé ante pé, as redes sociais cresceram e desen- te da Câmara de Penafiel, colunista do GRANDE há um conjunto de opini- será hoje, com o debate
volveram-se, infiltrando-se no quotidiano de muitos e in- que foi mandatário de PORTO, vai ser assessor ões que estão presentes quinzenal em que marca-
fluenciando outros tantos. De repente, era ver bloggers a es- Pedro Passos Coelho no de Imprensa. nesse órgão”. Ricardo Al- rá presença José Sócrates.
crever nos jornais, a opinar nas rádios e a comentar nas televi- Porto. Para o Conselho de A mensagem que pas- meida, do Porto, acabou Para a vice-presidência
sões. Pelo caminho, vieram os jornalistas e os comentadores Jurisdição foi eleito o pre- sou no congresso de por ser eleito para o CN da bancada foram eleitos
da Comunicação Social para os blogues. Como a disponibi- sidente da Câmara de Pa- Carcavelos foi a da uni- em lista própria. Luís Montenegro, Luís
lidade não era muita e o medo do erro imenso, o surgimento redes, Celso Ferreira. dade. Marco António Já quanto ao seu futu- Menezes, Pedro Duarte,
do twitter foi um escape para boa parte da classe. O Facebook A este reforço do Nor- Costa, líder da Distrital ro à frente da Distrital do Miguel Frasquilho, Te-
um complemento indirecto. te não é alheio o apoio es- do Porto, manifestou “sa- Porto, Marco António resa Morais, Adão Silva,
Quando os blogs apareceram nos congressos, foi tipo coca- magador que o novo líder tisfação” pela presença de apenas adiantou ao GP Almeida Henriques, Fer-
cola: primeiro estranha-se e depois entranha-se. Surgiram as recolheu na região, onde elementos de várias lis- que na próxima semana nando Negrão e Pedro
últimas eleições directas no PSD e os blogues e demais redes parte substancial dos tas no Conselho Nacio- há uma reunião da Co- Lynce.
sociais “tomaram conta da casa”.
O actual presidente do PSD e a sua equipa acreditaram
na validade e no potencial destas novas ferramentas de co-
municação de massas e delas souberam tirar proveito. Fize-
ram bem. Aquele momento com os blogues no congresso foi Pinto da Costa apresentou livro de Póvoas
um acto de reconhecimento. Foi justo. Foi inteligente.
IVO PEREIRA
A convite do novo líder, os blogues Aventar, Albergue Espa- HAMILTON LUDUVICE tom de brincadeira, que
nhol, 31 da Sarrafada, Blogue de Esquerda e Insurgente, tive- “achei o livro muito inte-
ram a oportunidade de discutir alguns temas antecipando A Sala VIP do Estádio do ressante, mas só faço die-
parte do discurso de encerramento (Economia Social, Polí- Dragão foi pequena para o ta fora das refeições”. O
ticas de Saúde, Política Fiscal) e ouvir Pedro Passos Coelho grande número de pesso- presidente portista ainda
prometer o envolvimento dos bloggers no âmbito da revisão as que compareceram ao enalteceu Fernando Póvo-
do programa do PSD. Ao lado de Pedro Passos Coelho esta- lançamento do livro “Ema- as, dizendo que aprecia a
va o seu novo adjunto, o advogado portuense Carlos Sá Car- grecer com Sucesso”, do sua “dedicação e o seu en-
neiro, igualmente um conhecido blogger e activo utilizador médico Fernando Póvoas. tusiasmo” em tudo que faz.
do Twitter. Foi um dos elementos fundamentais em toda a A apresentação da obra es- Um dos principais objec-
estratégia da campanha nas redes sociais. Ele e Carlos Osó- teve a cargo do presiden- tivos do livro, segundo o
rio foram os homens de Passos no terreno digital. te do FC Porto, Jorge Nuno autor, foi “desmistificar os
Alguns jornalistas não gostaram desse encontro. Com- Pinto da Costa, que afirma mitos e esclarecer as dú-
preendo. Esta é uma nova realidade e nem todos estão pre- ser “fã e amigo pessoal” vidas sobre a medicina es-
parados para ela. do autor, lembrando, em tética”. A Pinto da Costa e Fernando Póvoas no Dragão
 16 | Abril | 2010 A ABRIR 5

Obras no Metro provocam fissuras

e obrigam a evacuar prédio em Gaia
Santo Ovídeo ∑ Protecção Civil garante segurança do edifício. Metro do Porto assume responsabilidades
PEDRO SALES DIAS
pedro.salesdias@grandeportoonline.pt
Um prédio de escritórios
em Vila Nova de Gaia, junto
ao nó de Santo Ovídio, teve
de ser ontem evacuado de-
pois da cedência de algu-
mas estruturas provocada
pelas obras do Metro do
Porto que decorrem próxi-
mo do local. “Houve uma
compressão de terras e o
prédio teve qualquer re-
acção”, explicou o coman-
dante da Protecção Civil de
Gaia, Salvador Almeida.
Terá sido um processo de
“pregagem” no túnel de San-
to Ovídio (fixações na pare-
de interior) onde decorrem
as obras de prolongamen-
to da linha amarela do Me-
tro que provocou aqueles
efeitos, segundo fonte ofi-
cial da empresa. A Metro do
Porto assumiu depois todas
as responsabilidades pelas
fissuras infligidas no edifí-
cio, garantindo depois que
não ocorreram danos estru-
turais no prédio.
Passavam poucos minu-
tos das 14h00 quando os
funcionários das várias em-
presas instalados no edifí-
cio notaram os primeiros
sinais estranhos. “Começá-
mos a ver coisas a caírem do
tecto. Pareciam bocados de
tinta. E de repente surgiram
também diversas rachade-
las. As primeiras rachade-
las surgiram com o início
dos trabalhos da máquina
do Metro”, disse ao GRAN-
DE PORTO Marlene Silva,
funcionária de uma das em-
presas que ali laboram.
Segundo soube o GP, o
prédio foi evacuado mas de
forma ordeira sem qualquer
percalço ao contrário das
primeiras informações que
davam conta de pânico. A
compressão de terras, para
LUSA
a construção das fundações
dos viadutos que vão nascer
junto ao nó de Santo Oví-
dio, “pressionou o pavimen-
to do último piso”, mas “as
vigas e os pilares estão im-
pecáveis”, assegurou o res-
ponsável da Protecção Ci-
vil. O comandante garantiu
também que não há qual-
quer motivo para alarme e
que os vários trabalhadores
que tiveram que abandonar
o edifício voltaram depois
aos locais de trabalho. Pou-
cas horas após o primeiro
alarme, uma equipa do Me-
tro do Porto deslocou-se ao
local para averiguar os efei-
tos das obras que foram in-
terrompidas junto ao pré-
dio, mas que se mantêm ao A Protecção Civil e bombeiros foram chamados de urgência ao local
longo da Avenida da Repú-
blica.
O prédio em causa irá
continuar a ser monitoriza-
do por equipas da Metro do
Porto.

ANTÓNIO RILO

Ateneu Comercial do Porto encheu para

o lançamento do livro de José Luís Carneiro
José Luís Carneiro, presidente da Câmara Municipal de Baião, e candidato à presidência da
Federação Distrital do PS/Porto, lançou esta semana, no Ateneu Comercial do Porto, o livro
“Horizontes-reflexões políticas”. Com a apresentação de José Lamego, antigo deputado na
Assembleia da República, a obra reúne crónicas e opiniões escritas enquanto docente uni-
versitário em vários órgãos de Comunicação Social ao longo de três anos. Francisco Assis,
Joana Lima, Carlos Brito, Narciso Miranda, Miguel Veiga ou Isabel Pires de Lima foram al-
guns dos presentes, que encheram por completo o salão nobre do Ateneu.
 6 A ABRIR
ISLÂNDIA
Nuvem de cinzas
obriga a cancelar 163
voos em Portugal
Cento e sessenta e três voos
foram cancelados ontem em
Portugal, na sequência do
vulcão que entrou em erup-
ção na Islândia e provocou
uma nuvem de cinza na Eu-
ropa, divulgou a ANA - Aero-
portos de Portugal. No Aero-
porto Francisco Sá Carneiro
16 aviões ficaram em terra e
em Lisboa foram cancelados
34 voos. O aeroporto mais
atingido foi o de Faro, que viu
serem cancelados 104 voos.
A maioria das ligações des-
te aeroporto são com o Rei-
no Unido, pelo que foi o mais
atingido por esta perturbação
atmosférica. No Aeroporto
da Madeira, oito voos foram
cancelados, enquanto nos
Açores apenas uma ligação
ficou cancelada. Na mesma
nota, a empresa aconselha
os passageiros com bilhe-
te para hoje a confirmarem o
voo antes de se dirigirem ao
aeroporto. O cancelamento
de voos da TAP na sequência
da erupção vulcânica na Is-
lândia afectou cerca de 3000
passageiros, que poderão al-
terar as suas reservas para
datas posteriores sem qual-
quer penalização, assegurou
a transportadora aérea.
CANNES
Novo filme de Oliveira
na selecção oficial
”O estranho caso de Angéli-
ca”, o mais recente filme de
Manoel de Oliveira, integra a
seleção oficial do Festival de
Cinema de Cannes, que de-
correrá em Maio em França.
De acordo com a programa-
ção oficial, “O estranho caso
de Angélica” foi seleciona-
do para a secção “Um certo
olhar”, na qual está também
“Film socialisme”, de Jean-
Luc Godard. Manoel de Oli-
veira está a concluir o filme,
um projecto que o acompa-
nha desde meados dos anos
1950 e que agora recupe-
rou. Produzido pela Filmes
do Tejo, o filme foi rodado na
região do Douro, teve um or-
çamento de 2,5 milhões de
euros e apoio do ICA. Passa-
do na década de 1950, o fil-
me começa com um fotógra-
fo hospedado num pequeno
hotel e que é subitamente
acordado durante a noite pe-
los proprietários, para que vá
tirar uma foto à filha acabada
de falecer.
PS vai a votos com luta acesa
em sete concelhias do distrito
Porto ∑ Metade dos actuais presidentes não avançam para novo mandato
JOÃO QUEIROZ
joao.queiroz@grandeportoonline.pt
É um mandato de tran-
sição, à partida sem elei-
ções autárquicas à vista,
mas o certo é que, em sete
das 17 concelhias do PS-
Porto que este sábado vão
eleger o novo líder para
os próximos dois anos de
mandato, têm a oportu-
nidade de escolher entre
duas candidaturas, numa
disputa que se prevê mui-
to equilibrada.
A essas sete junta-se ain-
da a concelhia do Porto,
onde quase ninguém du-
vida que Manuel Pizarro,
secretário de Estado ad-
junto e da Saúde, que en-
frenta nas urnas Eduardo
Saraiva, seja o sucessor de
Orlando Soares Gaspar.
Na Maia, Hélder Ribei-
ro, secretário coordenador
da secção de Gueifões, en-
frenta Paula Cristina Gui-
marães, antiga deputada
à Assembleia da Repúbli-
ca, que conta com o apoio
do ainda presidente, Má-
rio Gouveia, numa eleição
cujo resultado ninguém
arrisca a avançar e que se
prevê muito dividido. É o
que acontece também em
Gondomar, embora Luís
Filipe Araújo, vereador da
Oposição na Câmara, pa-
reça reunir mais apoios e
partir em vantagem, até
porque Carlos Brás, líder
da bancada socialista na
Assembleia Municipal,
terá causado algum mal-
estar entre o partido de-
pois de ter apelidado de
Maia Militantes foram suspensos e não podem votar
O PS tem cerca de 900
militantes no concelho da
Maia, mas nem todos po-
derão votar nestas eleições,
porque algumas dezenas
foram notificados da im-
possibilidade de exercerem
o seu direito de voto, por
estarem automaticamente
16 | Abril | 2010
ANTÓNIO RILO
frontam Nuno Araújo,
antigo líder da JS/Pena-
fiel, e André Ferreira, lí-
der da bancada na Assem-
bleia Municipal, e no Mar-
co de Canaveses, onde há
quem antecipe uma vitó-
ria surpresa de Rolando
Pimenta sobre o actual lí-
der, Artur Melo e Castro,
são também concelhias
onde se prevê uma dis-
puta acesa nas urnas.
Tal como em Amarante,
cujos militantes vão es-
colher para o cargo dei-
xado por Armindo Abreu
entre Ercília Costa, que
tem do seu lado o líder da
bancada do PS na Assem-
bleia da República e an-
A Na Trofa, Joana Lima vai ter a oposição de Luís Cameirão tigo presidente da autar-
quia, Francisco Assis, e
“acéfalos” os vereadores vicção no seio do partido visão sobre quem será o Artur Correia, presidente
socialistas na autarquia li- é a de que Joana Lima, que próximo líder: Rui Terro- da Junta de Freguesia de
derada por Valentim Lou- em Outubro conquistou, so, actual vice-presidente, S. Gonçalo.
reiro. de forma surpreendente, que conta com o apoio do
Na Trofa, apesar de o a câmara ao PSD, deverá ainda presidente da con- VITÓRIAS ANTECIPADAS
adversário, Luís Camei- continuar como líder do celhia, ou José Milhazes, Sem adversários nas
rão, membro da Comissão PS no concelho. que também reúne apoios corrida, os candidatos às
Política Concelhia, ter o Na Póvoa de Varzim, de algumas figuras impor- restantes concelhias já
apoio público e declarado com a saída de cena de tantes dos socialistas po- podem cantar vitória. É o
do presidente da Distrital, Renato Matos, também veiros. caso de Guilherme Pin-
Renato Sampaio, a con- ninguém arrisca uma pre- Penafiel, onde se de- to, em Matosinhos, Cas-
tro Fernandes, em Santo
Tirso, José Manuel Ribei-
Apoios de peso abrem caminho ro, em Valongo, Eduardo
Bragança, em Felgueiras,
a Manuel Pizarro no Porto Carlos Laranja, em Vila
Nuno Cardoso esteve para avançar com uma lista, mas resistiu às pressões do do Conde, José Santa-
partido e abriu caminho para a caminhada de Manuel Pizarro rumo à liderança da lha, em Lousada, Pau-
concelhia do Porto. O actual secretário de Estado da saúde, que foi o número dois lo Ferreira, em Paços de
da lista de Francisco Assis à Câmara do Porto, em 2005, conseguiu rapidamen- Ferreira, e Paulo Pereira,
te reunir consensos e até juntar à lista de apoios os dois candidatos já assumidos em Baião.
à Federação Distrital do Porto, Renato Sampaio e José Luís Carneiro. Com uma Paredes será a única es-
base de apoio tão forte e, aparentemente, uma unidade que há muito não existia na trutura a ir a votos a 24 de
Concelhia, prevê-se difícil a tarefa de Eduardo Saraiva, que em 2008 concorreu à Abril. José Alberto Sousa
Distrital contra Sampaio e Pedro Baptista. é, até agora, o único can-
didato assumido.
suspensos devido ao facto não terem a situação re- aos militantes que sejam sobretudo nas secções de
de não terem o pagamento gularizada, sob pena de a notificados por não terem Pedras Rubras e Castelo da
das quotas regularizado. sua candidatura não poder pago as quotas nos últimos Maia. Para Paula Cristina
Esta “suspensão auto- ser aceite pelo Secretaria- dois anos lhes seja dado um Guimarães estão a suspen-
mática” levou a que a can- do da Federação Distrital prazo de 60 dias para re- der militantes “sem critério
didata à Concelhia, Paula do Porto. gularizem a sua situação”, e não se estão a respeitar as
Cristina Guimarães, tives- “Os estatutos do partido critica a candidata, acres- regras democráticas” des-
se que substituir na sua lis- não estão a ser respeitados, centando ainda que estas tas eleições, que se prevê-
ta alguns militantes por uma vez que prevêem que situações estão a acontecer em “muito disputadas”.

actual
Trabalhadores da Casa do Douro
já não recebem desde Dezembro
Crise ∑ Venda de vinho e património é o caminho a seguir para salvar a instituição duriense
PEDRO JOSÉ BARROS
pedro.barros@grandeportoonine.pt
Oitenta trabalhadores
privados da Casa do Dou-
ro estão com salários em
atraso desde Dezembro
do ano passado, confir-
mou ao GRANDE POR-
TO o presidente da insti-
tuição, António Santos.
A situação é “muito
difícil” e deixa a direc-
ção “muito preocupada”.
António Santos louva os
“sacrifícios enormíssi-
mos” feitos pelos traba-
lhadores para continua-
rem ao serviço, mas re-
cusa a hipótese de partir
para despedimentos co-
lectivos por considerar
que “há coisas que é pre-
ciso explicar e resolver”.
Mantém-se esperançado
num “diálogo constru-
tivo” com o Governo de
forma a “não agudizar”
os problemas.
A União de Sindicatos
de Vila Real já pediu a in-
tervenção da Autorida-
de para as Condições do
Trabalho e da Segurança
Social para regularizar a
situação. “A Casa do Dou-
ro vive uma das maiores
crises de sempre, mas a
responsabilidade tam-
bém é do Governo”, con-
sidera o sindicalista An-
tónio Serafim.
Dívida total ascende a 130 milhões de euros
A Casa do Douro vive
a braços com dívidas ao
Estado na ordem dos 110
milhões de euros, a jun-
tar a 20 milhões à banca.
Está disposta a saldar es-
sas dívidas recorrendo
ao próprio vinho e ao pa-
trimónio. Ou se encon-
tram “soluções concerta-
das” para resolver a situ-
A Manue António Santos debate-se com a grave crise económica da Casa do Douro
A Casa do Douro nas-
ceu em 1932 para “ajudar
a resolver a crise gravíssi-
ma” que se vivia no Dou-
ro, com os preços e ven-
das a caírem. A institui-
ção, que representa cerca
de 40 mil vitivinicultores,
conseguiu “equilibrar” o
negócio: ficou com com-
petências delegadas pelo
Estado, retirava os exce-
dentes de produção e pa-
gava-os aos vitivinicul-
tores, “evitando que os
vinhos fossem vendidos
ao desbarato”. Em 1989 e
1990 retiraram da produ-
ção “cerca de 80 mil pipas
de vinhos a mais”, endivi-
ação, “ou se concede que
a Casa do Douro possa
vender o que é seu para
pagar as dívidas”, defen-
de o presidente da insti-
tuição.
O problema reside na
imposição legal da venda
exclusiva a comerciantes
de vinho do Porto. “O que
os sucessivos governos fi-
ANTÓNIO RILO
dando-se “com o aval do do António Santos, foram
Estado”. dadas garantias ao sector
Como explica Antó- produtivo que “nunca fo-
nio Serafim, era à Casa ram praticadas”. O Insti-
do Douro que competia tuto dos Vinhos do Douro
o “papel regulador” entre e do Porto (IVDP) acabou
a produção e o comércio. por “chamar a si todas as
Era ela que controlava “o competências que eram
cadastro dos vinhos e de- da Casa do Douro”, como
finia o número de pipas por exemplo a “certifica-
a produzir para negociar ção dos vinhos do Douro
com o comércio”. e a distribuição da aguar-
dente”: “Tudo isso desa-
ESVAZIAMENTO DE pareceu e dava receitas à
COMPETÊNCIAS Casa do Douro”. António
O sistema “funcionou Serafim advoga no mesmo
bem” até 1995, altura em sentido: a Casa do Douro
que se promoveu a “pri- foi “esvaziada” de compe-
meira reforma institu- tências e ficou numa posi-
cional da região”. Segun- ção “extremamente frágil”
zeram foi colocar a Casa nómicos que passaram a
do Douro na mão de qua- dizer que não precisam
tro ou cinco grupos eco- de comprar desde 2001”,
enquadra.
GRUPO DE TRABALHO
Só ao Estado a Em Dezembro de
Casa do Douro 2009, o ministro da Agri-
cultura, António Serra-
deve 110 milhões no, anunciou a constitui-
de euros ção de um grupo de tra-
em termos económicos e
financeiros.
O presidente alega tam-
bém que em 2005 se fize-
ram protocolos e se rescin-
diram “dois anos depois
sem razão”, que há verbas
por saldar “por serviços
prestados ao IVDP entre
A situação da ins-
tituição é muito
difícil e a direc-
ção não esconde
a preocupação
2005 e 2007” e lamenta o
não recebimento de quotas
- praticamente a sua úni-
ca fonte de receitas actu-
almente - por parte de al-
guns associados devido à
ideia de que a instituição
“não presta serviços”.
“Deixaram a Casa do
Douro sozinha a lutar
contra os seus fantasmas.
Deixámos de poder escoar
os excedentes. A situação
tem-se vindo a degradar”,
refere, defendendo que Es-
tado e comércio “devem
assumir as suas responsa-
bilidades porque “compar-
ticiparam num sistema que
funcionou bem até 1995”.
balho com a Casa do Dou-
ro para encontrar uma
solução que garanta a
sobrevivência da insti-
tuição. Ao GP, fonte do
Gabinete de Imprensa
da tutela disse apenas
que não serão prestadas
informações enquan-
to decorrer o processo
negocial.
7
16 | Abril | 2010
TÂMEGA
DIA das barragens
emitido até final de Junho
O secretário de Estado do
Ambiente deverá emitir
a Declaração de Impacte
Ambiental (DIA) das quatro
barragens do Alto Tâme-
ga até ao final de Junho, um
empreendimento conces-
sionado à Iberdrola e muito
contestado a nível local. Este
aproveitamento hidroelé-
trico visa a construção de
quatro barragens: a do Alto
Tâmega, em Vidago, e Dai-
vões (ambas no rio Tâme-
ga), e Gouvães e Padroselos
(afluentes). A consulta pú-
blica do Estudo de Impacte
Ambiental (EIA) da “casca-
ta” do Tâmega terminou,
tendo a Agência Portuguesa
do Ambiente (APA) recebido
“menos de uma dezena” de
contributos no âmbito deste
processo. No entanto, fonte
da APA salvaguardou que,
até segunda feira (dia 19),
podem ser entregues mais
contribuições via correio. O
secretário de Estado do Am-
biente tem agora até ao final
de Junho para emitir a DIA,
que pode ser favorável, des-
favorável ou condicionada.
SERRALVES
Dia da Mãe com
entradas gratuitas
A Fundação de Serralves co-
memora o dia da Mãe no dia
2 de Maio, sendo que os visi-
tantes terão entrada gratuita
durante todo o dia. Neste dia,
a Fundação promove três
oficinas destinadas a famí-
lias. “Cores e aromas das
plantas”, “jardins de som-
bras” e “cadeiras dobráveis”
funcionarão na Clareira das
Bétulas, no Parque de Ser-
ralves, em contínuo entre as
10h e as 18h.
SANTO TIRSO
Medalha de honra
para Armindo Araújo
A Câmara de Santo Tirso
aprovou por unanimida-
de atribuir a medalha de
Honra do Concelho ao pilo-
to Armindo Araújo, actual
campeão do mundo de ra-
lis na categoria Produção.
Armindo José Salgado da
Silva Araújo nasceu no Por-
to, mas tem residência em
Rebordões, no concelho de
Santo Tirso.
8 ACTUAL 16 | Abril | 2010

Estado obrigado a reintegrar trabalhadora

Decisão ∑ Relação do Porto delibera a favor de mulher que estava há sete anos a recibos verdes no IFAP
PEDRO SALES DIAS
pedro.salesdias@grandeportoonline.pt
Há sete anos que uma
técnica do Instituto de Fi-
nanciamento da Agricul-
tura e Pescas (IFAP) tinha
sido obrigada pela entida-
de estatal a passar recibos
verdes em vez de manter
o contrato entretanto que-
brado. O Tribunal da Re-
lação do Porto resolveu,
num acórdão recente, or-
denar a reintegração da
técnica Ana Lopes Araú-
jo que trabalhava no ser-
viço do Porto da Direcção
Regional de Entre Douro e
Minho. O Estado terá ago-
ra que pagar mais de 20
mil euros à funcionária a
título de compensação de
subsídios de férias e de Na-
tal dos vários anos em que
manteve o regime de pres-
tação de serviços.
A O contrato de trabalho com o IFAP tinha sido substituído pelos recibos verdes
A n a L ope s A raújo,
engenheira agrónoma de
40 anos, que recorreu aos
tribunais face à precarie-
dade de trabalho em Abril
de 2007, exercia desde
2001, através de um con-
trato a termo certo, fun-
ANTÓNIO RILO
ções no âmbito do pro-
grama agro do sector do
vinho e sempre que neces-
sário representava o IFAP
junto de consultores exter-
nos. Em Abril de 2003, foi
informada da quebra de
contrato motivada por re-
dução de pessoal para cor-
tar nas despesas daquela
entidade pública. “Nessa
altura ocorreram altera-
ções internas do réu rela-
cionadas com a necessi-
dade de corte dos custos
fixos com pessoal”, refere
o acórdão da Relação do
Porto, ao qual o GRANDE
PORTO teve acesso, que
apenas confirmou a sen-
o Estado Português, que
tem uma Inspecção-Ge-
ral do Trabalho que ape-
nas olha paras as irregu-
laridades nas empresas
privadas, esquecendo e
escondendo as situações
que acontecem nos orga-
nismos públicos. É uma
hipocrisia estatal”, acres-
centa. Ana Lopes chegou
a efectuar um contacto
informal ao telefone com
aquela inspecção, mas em
troca percebeu que, como
em causa estava o Estado,
a entidade não iria patro-
cinar qualquer acção judi-
cial. A única via era a dos
tribunais.
Alguns dias após o fi-
nal do contrato, Ana re-
cebia a proposta do IFAP
para continuar a traba-
lhar com as mesmas fun-
ções, o mesmo horário e
as mesmas chefias. “Con-
tinuou a prestar traba-
lho sem qualquer altera-
ção funcional”, dizem os
juízes. Para conseguir su-
portar as despesas de to-
dos os meses, Ana Lopes
Araújo aceitou a proposta.
Continuou a ter carro do
instituto e a usar o mate-
rial informático em exclu-
sivo, assim como a traba-
lhar 35 horas semanais, de
acordo com o acórdão da
Relação do Porto ao qual
o GRANDE PORTO teve
acesso. Aquele tribunal
ca de 200 pessoas que pas-
sam recibos verdes, mas
mantêm todos os deveres
e condições de um contra-
tado que usa as instalações
e equipamentos da enti-
dade. Durante a luta judi-
cial, a engenheira chegou
a ser “desconsiderada” e “a
sentir graves alterações no
ambiente de trabalho”, ex-
plica o advogado, que su-
blinha que agora os restan-
tes colegas de Ana Lopes
que se encontram em situ-
ações semelhantes podem
usar o caso para defende-
rem também os seus direi-
tos em tribunal.
NUNCA DEIXOU DE TER
CONTRATO
Para a decisão final de
reintegração, contribui em
grande medida a opinião
dos desembargadores de
que Ana Lopes nunca dei-
xou, apesar de dispensada,
de ter um verdadeiro con-
trato com o IFAP – em vez
dos recibos verdes – uma
vez que cumpriu todas as
condições para tal. “Con-
cluímos que a autora está
inserida na estrutura or-
ganizativa do réu, depen-
de dele economicamente
e exerce a sua actividade
sob a direcção e fiscaliza-
ção deste mediante retri-
buição”, referem os ma-
gistrados. Para além das
ordens que recebia dos su-

Estalagem Turismo
tença anterior do Tribu-
nal de Trabalho do Porto.
No recurso, o IFAP critica
a sentença por considerar
Temos salas para casamentos e baptizados que o contrato a termo não
existiu sempre e desmen-
A Estalagem Turismo, fundada em 1987 é já conhecido pelo tia que a funcionária cum-
seu bom serviço e pela excelência dada à cozinha tradicional prisse ordens.
Portuguesa, acompanhada dos melhores vinhos das várias
regiões do país. “Tentou sempre resolver
a situação com o próprio
A Estalagem tem parque privativo com capacidade para 150 instituto, quando percebeu
automóveis e garagens privativas. que não conseguia viu-se
obrigada a ir para os tribu-
nais”, contou ao GRAN-
DE PORTO o advogado
da técnica, Nuno Cerejeira
Namora, sublinhando que
“foi uma luta que deverá
servir de exemplo a todos
os que estão em situações
Estalagem Turismo: Estrada de Turismo - Cabeça Boa | 5300 Bragança - Portugal semelhantes de falsos re-
Telef.: (+351) 273 324 204 | (+351) 273 310 700 | Email: estalagem.turismo@clix.pt cibos verdes. “Trata-se de
Coordenadas GPS: N41.78809º W6.75590º C
uma pessoa corajosa que
Reservas: Telef.: (+351) 273 324 204 | (+351) 273 310 701 | FAX: (+351) 273 310 701
E-Mail: estalagem.turismo@clix.pt enfrentou o Golias que é
superior dá mesmo como
provado que o IFAP “im-
pôs” à queixosa o regime
de prestação de serviços
a recibo verde como única
hipótese da continuação
Tribunal diz
que o IFAP impôs
os recibos verdes
como única hipó-
tese de continuar
na actividade
da sua actividade.
Segundo apurou o GP,
no IFAP continuam a tra-
balhar, em todo o território
e há mais de três anos, cer-
periores hierárquicos, no-
meadamente dos direc-
tores, a técnica era ainda
avaliada na estrutura do
instituto, recebia acções de
formação, ajudas de custo
no âmbito das deslocações,
usava as instalações do or-
ganismo e enviava corres-
pondência em cartas com
carimbo do instituto e as-
sinadas também pelos di-
rectores. Usava um ende-
reço de correio electróni-
co interno e estava sujeita
a regulamento internos. A
técnica que, desde 2001,
sempre trabalhou naquele
instituto, terá de devolver
ao IFAP, por decisão do tri-
bunal, cerca de quatro mil
euros pagos como indem-
nização em 2001, por altura
da rescisão de contrato.
 16 | Abril | 2010
Sardoeira Pinto lança “Apitos
finais, dourados… e algo mais”
Autor ∑ Sócio número 15 do FC Porto publica livro que é “um brado de alma”
JOÃO QUEIROZ
joao.queiroz@grandeportoonline.pt
“É um brado de alma
de um cidadão do Porto,
que ama devotadamen-
te o Porto, o clube e a ci-
dade, a quem muito pesa
que o FC Porto seja víti-
ma daquilo que considero
ser uma injustiça”. Pala-
vras de Fernando Sardo-
eira Pinto, o presidente da
Assembleia Geral do FC
Porto, um dos mais anti-
gos sócios do clube, sobre
as palavras que escreve
no seu novo livro, edita-
do pela Edium Editores:
“Apitos finais, dourados…
e algo mais!”.
Depois de “Dragão de
causas”, em 2006, o his-
tórico adepto do FC Por-
to, antigo jornalista, hoje
advogado, lança agora
um novo livro, prefacia-
do por Manuela Aguiar,
antiga secretária de Esta-
do da Imigração. Um livro
que dá voz à revolta, de
“um portuense que não
admite faltas de respeito
como as que têm havido
nos últimos tempos”, que
fala sobre memórias so-
bre os seus quase 75 anos
de ligação ao clube azul
e branco, mas que é tam-
bém uma reflexão sobre
os polémicos processos
dos “Apitos” em que o clu-
be se viu envolvido.
“Como advogado tinha
a obrigação de ler bem os
acórdãos, as sentenças e
as decisões sobre esses
processos e neste livro
Academia americana distingue Siza
O arquitecto Siza Vieira
foi nomeado membro hono-
rário da Academia Ameri-
cana de Artes e Letras, re-
cebendo o título numa ceri-
mónia que terá lugar a 19 de
Maio, em Nova Iorque. Ál-
varo Siza Vieira e o japonês
Fumihiko Maki foram os
dois arquitectos escolhidos
A Fernando Sardoeira Pinto vai fazer 75 anos de sócio do FC Porto
faço uma reflexão sobre
tudo isso, tudo aquilo que
tentaram tirar ao FC Por-
to”, explica ao GRANDE
PORTO o dirigente por-
tista.
Porque neste livro não
cabem apenas “Apitos”,
mas também a tentativa
de exclusão do FC Por-
to da Liga dos Campe-
ões em 2008 ou a decisão
do então líder do Conse-
lho de Justiça da Federa-
ção, António Gonçalves
Pereira, no seguimento
das polémicas espole-
tadas pela confirmação
dos castigos do Apito Fi-
nal ao FC Porto e ao Boa-
vista. “Houve um sector
da população que tomou
como sentença um pare-
cer de uma das mais fi-
guras proeminentes do
pela academia de 112 anos
como membros honorários
da categoria de artistas es-
trangeiros, revelou a Asso-
ciated Press.
A actriz Meryl Streep foi
também nomeada mem-
bro honorário deste “clube
de elite” que integra nomes
como a escritora Toni Mor-
ACTUAL 9
“Futebol deve ter
uma justiça própria”
Porquê este livro agora?
É um livro que acontece, como muito bem diz a
doutora Manuela Aguiar no seu prefácio, porque há
quase como que uma cabala no sentido de decapitar
ao FC Porto o cérebro que conseguiu estes 30 anos
IVO PEREIRA
de vitórias e êxitos imensos.
É um grito de revolta?
Pelas funções que exerço, com quase 75 anos de
associado, senti como todos os portuenses que hou-
ve alguém – não sei quem - que quis prejudicar mui-
to e que desrespeitou o FC Porto. Nós, os do Porto,
respeitamos os outros, mas exigimos que nos res-
peitem também. Com este livro quis chamar a aten-
ção que não se volte a repetir uma coisa destas.
É um livro em que também faz uma reflexão
sobre a justiça desportiva…
Tudo o que diz respeito à justiça desportiva tem
que levar uma grande volta, porque tem funciona-
do muito mal. Tem de haver uma justiça desportiva
com uma hierarquia, como a que existe na justiça
comum. Não se pode ir buscar à magistratura judi-
cial os juízes do futebol. Uma indústria como esta,
que movimenta tanto dinheiro, não deveria ter uma
justiça própria?
Direito português [Diogo
Freitas do Amaral], mas
que o Tribunal Arbitral
do Desporto (TAS) veio
mostrar que estava erra-
do”, aponta.
Mas este é também um
livro de histórias, que fala
sobre o homem e o “adep-
to devoto”, sobre a sua li-
gação ao FC Porto e sobre
o que tem sido o FC Por-
to nos últimos 30 anos,
contado por quem, como
poucos, conhece o clube.
É, no fundo, como diz o
próprio autor, “um livro
que se divide em momen-
tos subjectivos e momen-
tos objectivos”, resume o
novo sócio número 15 do
FC Porto – na sequência
da renumeração dos as-
sociados que o clube está
a levar a cabo.
rison e os realizadores Woo-
dy Allen e Martin Scorsese,
acrescenta a agência.
A protagonista de filmes
como “A Escolha de Sofia”
e “Kramer contra Kramer”
junta-se, nesta nomeação, ao
maestro James Levine, tam-
bém indicado para uma ca-
tegoria especial.
10 ACTUAL
Dono de “O Primeiro de Janeiro”
é o principal credor das suas empresas
Insolvência ∑ Eduardo Costa e a confusão das firmas que vão sendo criadas para gerir o jornal
PEDRO SALES DIAS
pedro.salesdias@grandeportoonline.pt
O empresário que há 20
anos faz a gestão de “O Pri-
meiro de Janeiro”, Eduar-
do Oliveira Costa, e que
em Agosto de 2008 deci-
diu despedir 32 jornalistas,
de uma forma que o Sindi-
cato do sector considerou,
à altura, ilegal, é também
o principal credor do jor-
nal e presidente da Comis-
são de Credores formada
na insolvência da SEDICO,
empresa que era titular dos
contratos com os trabalha-
dores do jornal.
A insolvência foi decla-
rada no Tribunal do Co-
mércio de Vila Nova de
Gaia e os jornalistas des-
pedidos, também credo-
res, não conseguem perce-
ber como é que “o respon-
sável pelo despedimento
mais ilegal das últimas dé-
cadas é também responsá-
vel pela comissão de credo-
res. O insólito é esse”, diz
Paulo Almeida, porta-voz
dos trabalhadores demiti-
dos. Os jornalistas esperam
A Eduardo Costa diz que “O Primeiro de Janeiro” foi um mau negócio
agora resposta a vários re-
querimentos enviados ao
juiz. Consideram que a pre-
sidência de Eduardo Cos-
ta é irregular e prometem
impugnar qualquer acto da
comissão.
“Deixei muito no Janei-
ro. Fiquei sem oito milhões.
Esses jornalistas pensam
que sabem tudo por terem
uma pena na mão. O ‘Janei-
ro’ foi um péssimo negócio.
Devia ter fechado mais
cedo”, referiu ao GRAN-
DE PORTO Eduardo Costa
sobre o diário, que chegou
a fechar para reabrir e con-
tinua a sair em condições
muito difíceis.
O empresário foi re-
centemente acusado por
fuga ao fisco e deverá ser
julgado no Tribunal de
Gondomar. Terá escapa-
do ao pagamento de mais
ANTÓNIO RILO
de dois milhões de euros
em impostos. O Ministério
Público atesta que Eduardo
Costa sempre fez a “gerên-
cia de facto” da SEDICO,
apesar de ter renunciado à
Administração depois ocu-
pada por José Pereira Reis.
“Sou um testa-de-ferro”, as-
sumiu aquele administra-
dor publicamente após os
despedimentos. Ambos se-
rão julgados pelo crime de
Eduardo Costa “Não houve nada
de ilegal” nos despedimentos
GRANDE PORTO -
Não é insólito que o Edu-
ardo Costa seja o presi-
dente da Comissão de
Credores?
EDUARDO COSTA - Des-
conheço a situação. Não sou
o presidente da comissão,
sou o principal credor. Dei-
xei no jornal oito milhões.
Foi um péssimo negócio.
Eduardo Costa é mes-
mo o presidente da Co-
missão de Credores como
principal credor das suas
próprias empresas...
Pois, desconheço essa si-
tuação, com a qual não te-
nho nada a ver. Os jornalis-
tas têm uma pena na mão e
acham que sabem tudo.
Os jornalistas dizem
abuso de confiança.O espó-
lio que ainda resta do jornal
vai ser alienado numa li-
quidação na insolvência da
SEDICO. Mas o valor que
poderá resultar da venda,
220 mil euros, não chegará
para pagar as indemniza-
ções aos jornalistas despe-
didos em Agosto de 2008,
a quem são devidos mais
de 800 mil euros. À venda
está o material de escritó-
rio, o arquivo fotográfico
e histórico. O comprador
terá ainda que assumir os
quatro postos de trabalho
actuais. “Os jornalistas que
lá estão têm vários salários
em atraso”, explica Paulo
Almeida.O director, Rui
Alas, não se mostrou dis-
ponível para declarações.
Foi há dois anos mas os
despedimentos continu-
am a alimentar o drama de
vida dos jornalistas. Muitos
não voltaram a trabalhar.
“Fomos despedidos sem
qualquer dignidade”, diz
Paulo Almeida. Os repór-
teres esperam que a polícia
investigue as várias empre-
sas ligadas a Eduardo Cos-
que foram despedidos da
forma ilegal e indigna.
Fico admirado com essas
acusações. Devia ter cuidado
com as perguntas.Isso é lin-
guagem de arruaceiros, de
quem não tem entendimen-
to. Não sabem o que dizem.
Não conhecem o mercado.
O jornal passava dificulda-
des. Preferiam continuar
com salários em atraso? As-
sim passaram a ter fundo de
desemprego. Preocupei-me
com isso. Não houve nada
de ilegal.
O jornal já passou por
várias empresas. Alguns
desses jornalistas despe-
didos acusam-no de estar
a criar um esquema com
várias empresas.
16 | Abril | 2010
ta, que acusam de ter “cria-
do vários esquemas” na ex-
ploração do jornal.
VÁRIAS EMPRESAS
O jornal já foi proprieda-
de de várias empresas, se-
gundo apurou o GP. O diá-
rio, que continua a sair para
as bancas, é agora detido
pela Globinóplia Unipesso-
al Lda, que por sua vez é da
Gadgetresult SGPS Lda. A
mudança foi feita em 2009,
quando outra empresa, a Fo-
lha Cultural, detinha o títu-
lo, e que sucedera à Fólio Co-
municação Global SA. Mas
quem edita o jornal é a Clo-
verPress Lda detida pela Fó-
lio e pela Gadgetresult. Ape-
sar das relações entre as em-
presas e o jornal não serem
sempre directas, é Eduardo
Costa que assume a proprie-
dade. “Sou há 20 anos e con-
tinuo a ser o dono do Janei-
ro”, disse ao GP. No univer-
so empresarial surge ainda
a Norte Press Comunicação
Social Lda e a Caderno Digi-
tal, a primeira empresa edi-
torial comprada e gerida por
Eduardo Costa.
Desconheço a situação.
A verdade é uma: eu sou o
dono do jornal. Isso é uma
acusação que não aceito.
O jornal mudou para a
posse da Globinóplia. Não
é o seu nome que vem na
ficha técnica, mas sim
essa empresa.
E você faz ideia quem é o
dono dessa empresa? Não
sabe. Trata-se de uma es-
tratégia empresarial e não
de um esquema. Isso é uma
mentira grosseira e maldosa.
Não paguei alguns impos-
tos para conseguir pagar sa-
lários durante algum tem-
po. Lamento a situação, mas
o mundo mudou, estamos
numa crise. Os jornalistas
têm de perceber isso.
 16 | Abril | 2010
Equilíbrio nas contas permite luz verde para
a construção do novo hospital de Amarante
Em 2009 ∑ Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa regista um saldo positivo de um milhão de euros
AIDA SOFIA LIMA
aida.lima@grandeportoonline.pt
O Centro Hospita-
lar do Tâmega e Sousa
(CHTS) teve resultados
operacionais positivos
de cerca de um milhão
de euros, aumentando a
produção em todas as li-
nhas em 2009. O equilí-
brio das contas do centro
hospitalar possibilitará
maior segurança e estabi-
lidade na construção do
novo Hospital de Ama-
rante, com inauguração
marcada para o segundo
semestre de 2011.
Congratulando-se pelo
desempenho dos profis-
sionais do CHTS, o pre-
sidente do Conselho
de Administração, José
Alberto Marques, adian-
tou ao GRANDE PORTO
que os resultados supera-
ram as previsões iniciais:
“Em 2009, os resultados
previstos no contrato-
programa contratualiza-
do com a Administração
Central do Sistema de
Saúde (ACSS) seriam de
um milhão de euros nega-
tivos e terminámos o ano
com um milhão de euros
positivo. Sempre estive-
mos acima da produção
contratada e em 2009 su-
perámos o contrato. O
excesso foi conseguido
graças a uma programa-
ção organizada”.
No enta nto, José
Alberto Marques subli-
nha que os resultados as-
sistenciais são mais im-
portantes do que os eco-
nómicos.
Arouca Geoparque mais promovido
O Geoparque de Arouca,
protegido pela UNESCO,
aderiu à Agência Regional
de Promoção Externa e vai
integrar a Entidade para o
Turismo do Porto e Norte de
Portugal, disse o presidente
destes dois últimos organis-
Quanto aos níveis de
operacionalidade verifi-
cou-se um crescimento
em todas as áreas, com-
parativamente ao ano an-
terior. Foram realizadas
8.380 cirurgias em am-
bulatório (em 2008 fo-
ram 7.434), mais de 230
mil consultas externas,
um número superior às
213 mil de 2008, e 9.042
cirurgias convencionais,
com internamento, mais
400 do que no ano ante-
rior. No que diz respei-
to ao atendimento nas
urgências, este esta-
bilizou abaixo dos 190
mil atendimentos. “O
nosso objectivo é con-
trariar o número alto de
urgências que ainda te-
mos. Estamos a conse-
guir inverter esta ten-
dência, com o aumento
de consultas externas,
e é este o caminho que
pretendemos continuar,
para aumentar o acesso
dos utentes ao hospital”,
explicou o presidente do
Conselho de Adminis-
tração.
O Plano de Desempe-
nho para 2010 do CHTS
tem como pr i ncipa l
objectivo manter o bom
desempenho, aumen-
tar a acessibilidade dos
doentes à unidade de saú-
de e diminuir a espera
cirúrgica, apesar de,
como referiu José Alberto
Marques, “a mediana
da lista de espera do
CHTS se situar à volta
do mês e meio, um valor
muito inferior à média
nacional”.
mos. Melchior Moreira refe-
riu que as potencialidades a
explorar em Arouca passam
pelo turismo da natureza,
graças ao próprio Geopar-
que que, na prática, abrange
toda a área do concelho, e o
turismo religioso, sobretu-
ACTUAL 11
ANTÓNIO RILO
VERBAS DO CHTS
PARA AMARANTE
A construção do novo
Hospital de Amarante
será custeada em 50 por
cento com verbas próprias
do CHTS, e não pelo Or-
çamento Geral do Estado,
como era habitual. “Temos
tido uma enorme preocu-
pação com a componen-
te económica para permi-
tir segurança e estabilida-
de na construção do novo
hospital”, sublinhou José
Alberto Marques.
O Hospital de Amarante,
tal como o de Lamego, fa-
zem parte de uma experi-
ência inovadora a nível na-
cional, sendo as primeiras
unidades de saúde de pro- A O Centro Hospitalar teve resultados acima do contratualizado com o Governo
ximidade, vocacionadas
para oferecer ambulatório
em todas as especialidades
existentes no CHTS.
Com uma largura de ser-
viços diferente da tradicio-
nal, possível devido à inte-
gração no CHTS, a priori-
dade são os doentes e a sua
esfera de residência, como
explicou o presidente do
Conselho de Administra-
ção: “Em vez de se deslo-
carem os doentes às uni-
dades de saúde centrais,
os profissionais do centro
hospitalar deslocar-se-ão
a estes hospitais. Há maior
proximidade com os doen-
tes destas regiões com fra-
cas acessibilidades e baixos
índices económicos”.
Aproximar os serviços
hospitalares das popula-
ções é o objectivo da nova
unidade de saúde, a inau-
gurar no segundo semes-
tre de 2011.
do pelo Mosteiro de Arou-
ca e pelo seu Museu de Arte
Sacra. A riqueza turística
da região poderá ainda ser
alvo de um touring cultural,
paisagístico e de patrimó-
nio que é possível realizar
no município.
12 ACTUAL 16 | Abril | 2010

Os passos da SCUT: autarcas do Vale do

Regionalização
PEDRO MADEIRA FROUFE | Jurista e docente universitário
Sousa querem novo estudo
O PSD parece finalmente ter-se recomposto. Indignação∑ Municípios acusam o Governo de falta de diálogo
A chegada de Passos Coelho à liderança do par-
ANTÓNIO RILO
tido e, sobretudo, as circunstâncias da respectiva AIDA SOFIA LIMA
aida.lima@grandeportoonline.pt
conquista do poder (com cerca de 62 % de votos nas
eleições directas), indiciam o advento de um perío-
do de mudança. Apesar de todos os esforços empre- Os autarcas do Vale do
endidos pelas Direcções antecedentes e, sobretudo, Sousa vão solicitar a ela-
pelos denominados “barões”, o PSD conseguiu, até boração de um novo estu-
agora, sobreviver! Sobreviveu à liderança relativa- do para demonstrar que a
mente anódina de Marques Mendes. Aguentou-se, apreciação do Governo,
titubeante e espantado, com a guerra de vaidades e na qual este se baseia para
de calculismo político egoístico, movida contra Luís sustentar a introdução de
Filipe Menezes. Resistiu ainda ao estranho consula- portagens nas SCUT A41 e
do de Ferreira Leite, durante o qual o país assistiu a A42, está repleta de erros.
alguns números de “experimentalismo” político in- A informação foi avançada
sólito, como a táctica do silêncio (da líder) em plena ao GRANDE PORTO por
pré-campanha eleitoral ou o hábito de alguns vice- Alberto Santos, presidente
presidentes falarem à Comunicação Social, contra- da Câmara Municipal de
riando a posição expressa pela própria Presidente da Penafiel, que hoje reuniu
Direcção que integravam. É certo que o PSD ainda com os seus outros cinco
conseguiu vencer as “europeias” e viu emergir Pau- congéneres (Felgueiras,
lo Rangel, afirmando-se, meritoriamente, como uma Paredes, Lousada, Paços
figura de proa, uma espécie de activo futuro do par- de Ferreira e Castelo de A Alberto Santos diz que há um desfasamento da realidade quanto aos critérios aplicados
tido. O próprio processo eleitoral interno acabou por Paiva), em Lousada, para
sublinhar as qualidades políticas e a postura (eleva- assumirem uma posição ro ouvir os nossos argu- representa, como subli- outras regiões para inves-
da) de Aguiar-Branco, solidificando o seu estatuto de comum sobre esta maté- mentos. O Governo reu- nhou o presidente de Pe- tir, nomeadamente no Li-
referência incontornável do PSD. No entanto, apesar ria. niu com outras zonas do nafiel, uma discrimina- toral, onde não existem es-
destas excepções, a regra pareceu ter sido a do des- O autarca explicou que País e nós nunca fomos ção da região: “O não pa- tes custos adicionais.
norte e a da relativa “balcanização” do partido. “há um desfasamento da ouvidos para explicar as gamento de portagens nas As auto-estradas sem
O congresso do passado fim-de-semana revelou realidade na aplicação dos nossas razões. Em segun- SCUT é decidido para fa- custos para o utilizador
um promissor Passos Coelho. Este não teve com- critérios definidos na le- do lugar, os parâmetros vorecer o desenvolvimen- (SCUT) A41 e A42 ligam
plexos em afirmar uma linha de orientação política gislação, pelo que os pres- definidos na lei não são to das regiões mais depri- o Vale do Sousa à Área
destatizante e mesmo, a espaços, liberal. Para além supostos tidos em conta cumpridos, quer ao ní- midas e, em termos nacio- Metropolitana do Porto,
da unidade do partido (neste momento, questão não são reais”. vel dos índices de desen- nais, não existe nenhuma estando incluídas num
existencial para o PSD), sobressaiu, no congresso, Os autarcas dizem-se volvimento quer das vias região mais deprimida conjunto de auto-estradas
a vontade firme de Passos Coelho em avançar, sem duplamente indignados, alternativas”. O autarca que esta, segundo dados onde o Governo pretende
delongas, para a revisão constitucional. Neste ponto, como explicou Alberto lembrou que as vias alter- que conhecemos, pelo introduzir portagens em
Passos Coelho já tomou a dianteira e passou o ónus Santos, pois não foram nativas existentes são de que esta medida irá con- breve, como A28 e A29.
da reacção para o PS. ouvidos pelo Governo e natureza urbana e muni- tribuir para a não coesão O movimento “Não às
Ora, ao introduzir na agenda política, desde já, a os parâmetros definidos cipais, não tendo o Esta- territorial”. Alberto San- Portagens nas SCUT”,
revisão constitucional, Passos Coelho antecipa o na lei não são cumpridos: do quaisquer vias alter- tos explicou ainda que o que representa as SCUT
debate fracturante e fundamental que se projecta- “Tivemos uma reunião nativas. Vale do Sousa tem 500 Grande Porto, Litoral Nor-
va apenas para depois das eleições Presidenciais: o com o Governo no dia 29 Defendendo que a re- mil habitantes e muita in- te e Costa de Prata, tem
da Regionalização. O actual artigo 256º da Consti- de Maio de 2008 onde fi- gião do Vale do Sousa é dústria que precisa de ser marcada para amanhã
tuição e as condições que impõe para a criação de cou estabelecido que este uma das mais desfavore- apoiada. Com esta deci- uma marcha de protesto
regiões administrativas (na prática, um “duplo refe- não avançaria com porta- cidas do País, a introdução são, como acrescentou, os que terminará à tarde na
rendo” nacional e local e, ainda, a obrigatoriedade gens na A42 sem primei- de portagens nas SCUT empresários irão procurar Avenida dos Aliados.
da criação simultânea de todas as regiões) colidem
com a possibilidade de se regionalizar progressi-
vamente, avançando-se com uma “região-piloto”,
como advoga Passos Coelho. Este caminho – uma
Regionalização em dois tempos – talvez seja o mais Exponor Encontro para melhorar a Wikipédia
realista e profícuo e aquele que corre menos riscos
de acabar, novamente, numa inconsequente grita- Especialistas e utilizadores to para juntos falarem sobre feriu que os participantes na ção autónoma) da Fundação
ria de surdos. da Wikipédia reúnem hoje como é que podem contri- “Academia Wikipédia” vão Wikimedia, a organização
Aguarda-se, portanto, com expectativa, o projecto na Exponor, Matosinhos, buir para a Wikipédia, nes- tentar avaliar quais as áre- sem fins lucrativos que gere
de revisão constitucional deste novo PSD. Curiosa- para analisar formas de me- te caso a Wikipédia portu- as da Wikipédia em portu- a Wikipédia e outros servi-
mente, neste contexto, a criação de condições para lhorar a versão portugue- guesa”, disse à agência Lusa guês que necessitam de con- ços em suporte wiki.
que a regionalização chegue a bom porto poderá vir sa da enciclopédia online Ademar Aguiar, professor teúdos e como cativar novos A Wikimedia Portugal
a ser impulsionada, no fundo, por quem nunca se de acesso livre construída da Faculdade de Engenha- editores voluntários. pretende realizar este ano,
afirmou como sendo um regionalista indefectível por cidadãos comuns. “É ria da Universidade do Por- A “Academia Wikipédia” entre outras actividades,
(Passos Coelho) e com base num projecto de revisão um evento de um dia que to (FEUP). é o primeiro evento público contactos com bibliotecas,
constitucional apresentado por quem, no passado, pretende reunir investiga- Ademar Aguiar, que em da Associação Wikimedia arquivos e museus portu-
sempre se manifestou ferozmente contra qualquer dores, estudantes, profes- 2008 organizou na FEUP o Portugal, criada em 2009 e gueses com vista à cedên-
ideia de Regionalização (Paulo Teixeira Pinto). Iro- sores e especialistas em vá- WikiSym - 4.º Simpósio In- que funciona como “capítulo cia de conteúdos para a Wi-
nias da política… rias áreas de conhecimen- ternacional sobre Wikis, re- local” (equivalente a delega- kipédia.
 16 | Abril | 2010
Franz Ferdinand estreiam-se
na Queima das Fitas do Porto
Queimódromo ∑ Cartaz inclui ainda nomes internacionais como Marcelo D2 e Crystal Castles
JOÃO QUEIROZ
joao.queiroz@grandeportoonline.pt
Crystal Castles, Franz
Ferdinand e Marcelo D2
são os grandes nomes in-
ternacionais anunciados
pela Federação Académi-
ca do Porto que vão actu-
ar na edição deste ano da
Queima das Fitas do Por-
to, que se se realizam en-
tre 2 e 8 de Maio, no Par-
que da Cidade.
Do cartaz, apresentado
nesta quinta-feira, fazem
ainda parte bandas portu-
guesas como Tiago Bet-
tencourt & Mantha (que
actuam no primeiro dia
da festa, antes dos Crys-
Bolhão Estacionamento no novo
mercado continua por definir
Restaurantes e bares no
piso 1, talhos num intermé-
dio e produtos frescos no
zero, adaptado para rece-
ber exposições e espectá-
culos, além de estaciona-
mento subterrâneo para 95
lugares - será esta a futura
configuração do Mercado
do Bolhão, Porto, ontem re-
velada.
A organização consta do
projecto-base de arquitec-
tura, elaborado pela Direc-
ção Regional de Cultura do
Norte (DRC-N) e apresen-
tado no Congresso Patri-
mónio 2010, que decorre na
Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto
(FEUP).
Como o GRANDE POR-
TO tinha adiantado em pri-
meira mão, no piso zero,
com entrada directa pela
Rua Formosa, deverão ficar
os produtos frescos, sendo
as construções actuais “re-
ordenadas”, para permitir
a realização de concertos
ou exposições, revelou João
Carlos Santos, da DRC-N.
Num piso intermédio, a
meio das escadas da entra-
da pela Rua de Fernandes
Tomás, ficarão os talhos.
tal Castles), os Buraka
Som Sistema (dia 2) ou
os Slymmy, (que no dia 3
estreiam o palco antes da
actuação dos escoceses
Franz Ferdinand). Ao pal-
co do Queimódromo tam-
bém subirão os já “habitu-
és” Xutos & Pontapés, na
noite de 6 de Maio, Quim
Barreiros, a 4 de Maio, e
os GNR de Rui Reininho,
que fecham o último dia
da maior festa dos estu-
dantes do Porto.
“Os últimos cartazes do
palco principal da Quei-
ma das Fitas eram repe-
titivos, similares. E, por
isso, resolvemos apostar
num cartaz diferente, he-
A Obras no Bolhão devem arrancar em meados de 2011
O piso 1, na zona das ac-
tuais lojas, será dedicado à
restauração, estando pre-
vista a “instalação de me-
zzanines” nestes espaços,
que dispõem de “pés-direi-
tos muito altos”.
Haverá também bares
neste andar, que “poderá
funcionar com um horário
mais alargado e autóno-
mo”, disse o responsável.
Por definir parece estar
a ligação subterrânea do
mercado ao parque de es-
tacionamento do quartei-
rão da Casa Forte, junto à
Praça de D. João I, que a Câ-
mara do Porto pediu para
ser estudada.
O preço dos
bilhetes de
entrada no
Queimódromo
é o mesmo
do ano passado
terogéneo, mais eclécti-
co, multidimensional e
transversal aos vários es-
tilos de musica existen-
tes e diferentes gostos dos
estudantes da Academia
do Porto”, explicou ao
GRANDE PORTO o pre-
sidente da FAP, Ricardo
Morgado.
ANTÓNIO RILO
A DRC-N admite a sua
viabilidade, mas não a
dá como certa: “É uma hi-
pótese em aberto. Não
é, de todo, inviável, mas
existe o atravessamento
do Rio de Cimo de Vila,
que causa alguma pertur-
bação”, alertou João Carlos
Santos.
O responsável expli-
cou que a construção de
uma cave de apoio aos
serviços do mercado levou
os serviços a pensar na in-
trodução de uma “segunda
cave” com capacidade para
95 lugares de estaciona-
mento e entrada pela Rua
de Alexandre Braga.
ACTUAL 13
PÓVOA DE VARZIM
Naturistas querem
legalizar nudismo
na praia da Estela
A Federação Portuguesa
de Naturismo quer oficiali-
zar a prática de nudismo na
praia da Estela, na Póvoa
de Varzim, na sequência do
projecto de lei recentemen-
te aprovado no Parlamento,
Para além do palco todos as noites, queremos com o objectivo de aumentar
principal e da tenda da aumentar a participação o número de praias de nu-
discoteca, cujo progra- nas actividades culturais dismo em Portugal e atribuir
ma conta com vários dj que decorrem paralela- aos municípios o poder de
nacionais e internacio- mente às actividades no decisão sobre a criação des-
nais, a FAP aposta este recinto. Acreditamos que tes espaços. O diploma, que
ano na criação de um este ano a Queima das Fi- terá ainda de ser debatido e
novo espaço destinado tas do Porto se afirmará votado na especialidade em
à worldmusic, o “Espaço como a Queima de Por- comissão da Assembleia da
Mundos”, que vem tomar tugal”, afirma. República, visa o reconheci-
o lugar do antigo “Cine- O transporte para o mento da prática do natu-
jazz”. Queimódromo é mais rismo nos espaços onde o
Ao contrário do ano uma vez assegurado pela hábito já está implantado
passado, o preço dos bi- STCP, que disponibiliza e a diminuição da distância
lhetes não sofreu um au- vaivéns directos para o entre os locais naturistas e
mento, porque o objecti- Queimódromo de 15 em aglomerados urbanos, que
vo, aponta Ricardo Mor- 15 minutos. O Metro do passará de 1500 para 500
gado, é ter o Parque da Porto também deverá re- metros.
Cidade lotado durante as forçar o serviço nocturno
oito noites. “Queremos durante as oito noites da
encher o queimódromo festa dos estudantes. MARCO DE CANAVESES
Concelhia do PSD
vai a votos
UP Confirmados seis Os militantes do PSD-Marco
escolhem, neste sábado, o
próximo líder, numa eleição
candidatos à Reitoria que se repete pela segun-
da vez consecutiva com os
O presidente do Con- possibilidade, mas as can- mesmos protagonistas, os
selho Geral da Universi- didaturas de Drauzio Pi- dois últimos presidentes da
dade do Porto (UP), Luís res de Campos, Javier Car- estrutura: José Cruz, que
Portela, não recebeu mais ro, John Cooper e Zuhair mantém algumas divergên-
nenhuma candidatura às War-war, não foram acei- cias com o presidente da au-
eleições da Reitoria, mar- tes por não terem a docu- tarquia marcoense, o social-
cadas para o próximo dia mentação necessária. democrata Manuel Moreira,
28 de Junho, pelo que se recandidata-se ao cargo,
confirmam seis candi- FACULDADE DE que volta a ser disputado por
datos ao cargo mais im- MEDICINA VAI A VOTOS Rui Cunha, presidente da
portante da academia: Este tipo de candida- distrital entre 2006 e 2008.
José Marques dos Santos turas, que se tornou pos-
e mais cinco candidatos sível com o novo regime
estrangeiros. jurídico do ensino supe- AVIAÇÃO
Ao que o GR ANDE rior, aprovado em 2008, Avião da Portugália aterra
PORTO apurou, as can- que determina a realiza- de emergência no Porto
didaturas que estavam de- ção de um concurso públi- Um avião da companhia aé-
pendentes de alguma do- co, deixando os reitores de rea Portugália aterrou de
cumentação para serem serem eleitos dentro das emergência no Aeroporto Sá
homologadas já estão re- próprias instituições, tam- Carneiro depois de ter sofri-
gularizadas, o que sigin- bém se aplica às direcções do um problema técnico logo
fica que, pela primeira das faculdades. após a descolagem, disse à
vez na história do ensino É o que acontece, por Lusa fonte da ANA - Aero-
superior português, uma exemplo, na Faculdade de portos de Portugal. O pneu
universidade corre o ris- Medicina da UP, cujo edi- do trem dianteiro do Folker
co de ser liderada por uma tal da eleição já foi publica- com destino ao Luxemburgo
personalidade estrangei- do em vários jornais. rebentou pouco depois da
ra. O actual director, Agos- descolagem, disse à Lusa
A Universidade de Lis- tinho Marques, adiantou fonte ligada à aviação civil.
boa foi a primeira a abrir ao GP que vai candidatar- Fonte do Comando Distri-
um concurso público in- se a um novo mandato de tal de Operações de Socorro
ternacional, em 2009, mas quatro anos para poder dar (CDOS) do Porto confirmou
o único candidato foi An- continuidade “à profunda tratar-se de um problema
tónio Sampaio da Nóvoa. transformação que as fa- no “pneu do trem de aterra-
Em Aveiro, no início deste culdades sofreram por for- gem”. O avião aterrou em se-
ano, houve também essa ça da nova lei”. J.Q. gurança, cerca das 14h10.
14 ACTUAL 16 | Abril | 2010

Joãozinho continua
a granjear apoios
FOTOS: DR
“Colecção demonstra o
sentimento dos portugueses”
Apresentação ∑ Estandarte, medalha e lenço para receber Bento XVI
LUÍS MIGUEL SILVA
PATRÍCIA PEREIRA

Colorir Portugal e os
portugueses para receber
Bento XVI é o objectivo da
A A primeira-dama Maria Cavaco Silva, o secretário de campanha “ Vamos vestir
Estado do Desporto, Laurentino Dias, e a atleta Aurora Portugal de alegria” que
Cunha foram algumas das personalidades que estiveram surgiu com a criação do
com o Joãozinho no Jamor.. artista Albuquerque Men-
des de peças alusivas à vi-
sita de Joseph Ratzinger
ao País. “Surgiu a oportu-
nidade de nos juntarmos
à campanha e de comer-
cializarmos produtos que
marcassem as boas-vindas
do Papa a Portugal, ou seja,
aliamos os nossos meios
de comercialização à mis-
são da igreja de criar esta A Rogério Gomes, da Sojormédia, e Albuquerque Mendes, o autor das peças
imagem e este movimento
nacional”, referiu Rogério como o sentido da visita mos com a maior das se- afirma Rogério Gomes,
Gomes, administrador da pascal em que as pessoas riedades e por isso vamos a visita do Papa não é só
A O Boavista pode estar a passar por um mau bocado, mas Sojormédia Norte, duran- colocam estandartes nas colorir as varandas com ao Porto, Lisboa e Fátima,
os seus adeptos mantêm-se fiéis ao clube e às causas da te a conferência de apre- janelas, abrem as portas o estandarte da paz, ale- mas sim a Portugal. Espa-
cidade. Daí que o Joãozinho tenha posado junto com a claque sentação da campanha e para receber o padre, e é grar e saudar o Santo Pa- lhados por todas as paró-
das panteras. Afinal, o dia era de futebol feminino. dos produtos no Hotel In- esse sentido de nós que- dre com o lenço peregri- quias (serão distribuídos
fante Sagres, no Porto. remos transmitir”, subli- no e usar a medalha como entre 350 mil a 500 mil pe-
nhou o artista. Inspirada símbolo da nossa fé”, re- ças, conforme os pedidos),
SENTIMENTO na imagem infantil do cria- alça Elsa Veloso, coorde- os produtos classificados
DOS PORTUGUESES dor das festa de Trancoso, nadora da campanha, no como “ ícones de paz” por
A colecção, constitu- “onde a Senhora da Fresta momento em que apresen- Albuquerque Mendes já se
ída pela Medalha Ama- seguia em procissão e as tou o vídeo promocional e encontram à venda e con-
nhecer, pelo Estandarte pessoas a recebiam com as fotos do making of do tribuem para um “um ex-
da Paz e pelo Lenço Pe- alegria”, esta linha gráfi- “Vamos vestir Portugal de traordinário acto de fé e
regrino, é caracterizada ca, que pretende apelar ao alegria”. devoção por parte dos pe-
por Albuquerque Mendes subconsciente colectivo regrinos”. “Uma boa par-
como uma demonstração dos peregrinos, quer di- ARTIGOS À VENDA te das receitas da venda
do sentimento dos portu- namizar, mobilizar e ini- A campanha nacio- destes produtos vai para
gueses que querem rece- ciar uma corrente huma- nal, que visa chegar a to- a Igreja, quer para custear
ber com alegria e positivis- na com aqueles que acre- dos os portugueses, foi já a visita do Papa a Portugal
A Filipe La Féria apresentou o seu novo musical, Annie, mo alguém que “nos visi- ditam. “Queremos colorir apresentada em outros quer para o trabalho e obra
num barco no Douro. Para lá dos mais novos, a ocasião ta e traz uma mensagem”. Portugal de alegria e paz, pontos do País de forma das paróquias”, acrescen-
contou com a presença do Joãozinho e de António Ferreira, “A vinda de Bento XVI é é uma missão que encara- a demonstrar que, como tou Rogério Gomes.
presidente da Administração do Hospital S. João..

Aliados Coro de seis mil vozes para o Papa

O Secretariado Diocesano
de Liturgia do Porto espe-
ra que “pelo menos” seis
mil coralistas colaborem
na missa campal prevista
para 14 de Maio, na Aveni-
da dos Aliados.
“Contamos com a pre-
sença de pelo menos seis
mil coralistas, mas te-
A O périplo do Joãozinho continuou, desta vez além-frontei- nho dúvidas que consiga-
ras. António Ferreira, presidente do Conselho de Adminis- mos atingir os números
tração do Hospital de São João, foi a Genebra onde esteve de 1982”, admitiu o padre
com António Guterres, alto-comissário para os refugiados.
Manuel Amorim, numa
referência a uns 10 mil
coralistas que estiveram
no Porto por ocasião da vi-
sita de João Paulo II.
“O que aconteceu em
1982 foi algo de excecional
e, desta feita, está tudo a
ser feito muito em cima da
hora”, justificou o diretor
do Secretariado Diocesano
de Liturgia.
De acordo com Manuel
Amorim, há cerca de 400
corais ligados à Igreja Ca-
tólica na área da Diocese
do Porto, mas a participa-
ção de grupos de outras
zonas do Norte e mesmo
não católicos também está
a ser estimulada.
“Imprescindível é que
façam a sua inscrição, sem
a qual, até por motivos de
segurança, não será pos-
sível a sua participação”,
alertou. O padre Manuel
Amorim explicou que os
cânticos serão preparados
de forma a que um peque-
no coro funcione como se
se tratasse de um intérpre-
te a solo, enquanto os de-
mais funcionarão como “o
grande coro”. O coro “fa-
vorito” será constituído
essencialmente por mem-
bros do grupo da Sé Cate-
dral do Porto.
16 | Abril | 2010 PUBLICIDADE 15
16
grande tema
Crise empurra menores para o trabalho
Problema ∑ Sindicatos estimam que em empresas de Braga trabalhem cerca de 200 jovens de 15
e 16 anos, para ajudar as famílias. Alguns estão a ganhar 350 euros e a fazer dez horas por dia
PEDRO JOSÉ BARROS (TEXTOS)
pedro.barros@grandeportoonline.pt
Cerca de duas centenas
de jovens com 15 e 16 anos
estarão neste momento a
trabalhar em empresas do
distrito de Braga. As esti-
mativas são da União de
Sindicatos de Braga (USB),
que fala em situações de
“trabalho clandestino”
sobretudo motivadas pelo
aumento das dificuldades
económicas.
A maior parte dos ca-
sos que estão a ser averi-
guados pela USB ocorre
nos sectores do calçado e
indústria têxtil. Um dos
casos considerados mais
preocupantes é o de uma
empresa de calçado onde
estarão a trabalhar “mais
de 40” menores que “só
podem estar em situação
clandestina”, denuncia o
coordenador Adão Men-
des.
Em “grande parte” das
dia | mes | ano
HERNÂNI PEREIRA
Idade mínima é
de 16 anos, mas
com excepções
Segundo o Código do Tra-
balho, a idade mínima de ad-
missão para trabalhar é de 16
anos, só podendo ser admiti-
do a prestar trabalho “o me-
nor que tenha completado a
idade mínima de admissão,
tenha concluído a escolari-
dade obrigatória e disponha
de capacidades físicas e psí-
quicas adequadas ao posto
de trabalho”.
Porém, o documento re-
fere também que o menor
com idade inferior a 16 anos
que tenha concluído a esco-
laridade obrigatória “pode
prestar trabalhos leves que
consistam em tarefas sim-
ples e definidas que, pela sua
natureza, pelos esforços físi-
cos ou mentais exigidos ou
pelas condições específicas
em que são realizadas, não
sejam susceptíveis de o pre-
judicar no que respeita à in-
tegridade física, segurança e
saúde, assiduidade escolar,
participação em programas
de orientação ou de forma-
ção, capacidade para benefi-
ciar da instrução ministrada,
ou ainda ao seu desenvolvi-
mento físico, psíquico, mo-
situações detectadas, os jo- loca o tónico na “ganância que as dificuldades finan- fim de mês) conheceu um ral, intelectual e cultural”.
vens poderão estar nas em- das entidades patronais, ceiras se instalaram na re- aumento de 27,8 por cento O empregador tem de “co-
presas “sem terem cum- que querem ter lucro fá- gião. Segundo o relatório face ao período homólogo. municar ao ministério res-
prido a escolaridade obri- cil”. Norte Conjuntura da Co- No Vale do Ave, por exem- ponsável pela área laboral a
gatória”. “Alguns auferem Há quem seja seduzido missão de Coordenação e plo, a taxa de desemprego admissão de menor, nos oito
salários na ordem dos 350 pelos “apelos ao consumo” Desenvolvimento Regio- ultrapassa os 15 por cento, dias subsequentes”.
euros e trabalham dez e 11 ou precise de financiar os nal do Norte, no terceiro informa a USB. No artigo nº 69 lê-se que
horas por dia, lado a lado estudos, mas a maior par- trimestre de 2009, em 61 o menor com idade inferior
com outros trabalhadores te destes jovens, em idade dos 86 concelhos (maio- DECLARAÇÕES FALSAS a 16 anos que tenha conclu-
e com um horário de en- escolar, empregam-se para ritariamente situados na Basta “estar à porta” das ído a escolaridade obrigató-
trada e de saída”, caracte- “ajudar a família, que não zona mais ocidental da re- empresas para detectar ria mas não possua qualifi-
riza o dirigente sindical ao tem dinheiro”. Quando em gião), o desemprego exibia possíveis irregularidades. cação profissional, ou o me-
GRANDE PORTO. casa “começa a haver falta um agravamento superior Segundo Adão Mendes, há nor com pelo menos 16 anos
Mais do que apontar o de dinheiro no bolso, isso a dez por cento. Global- casos de micro-empresas de idade mas que não tenha
dedo às famílias, e à pre- leva a que os jovens achem mente, o desemprego re- que declaram à Segurança concluído a escolaridade
mência das suas necessi- melhor ir trabalhar”. gistado na região (média Social o emprego de meia obrigatória ou não possua
dades, Adão Mendes co- Os números dão conta trimestral dos valores em dezena de trabalhadores, qualificação profissional, só
quando “têm lá 14, 15, ou pode ser admitido a traba-
mais”. lhar “desde que frequente
Mais de 40 casos detectados em sete anos À volta de 70 por cento modalidade de educação ou
dos trabalhadores da re- formação que confira a es-
A União de Sindicatos de Braga detectou nove casos de trabalho infantil no distrito gião de Braga “recebem colaridade obrigatória, qua-
de Braga no último semestre. Seis em finais de 2009 e dois em Fevereiro deste ano. o salário mínimo nacio- lificação profissional, ou
Os menores foram encontrados em pequenas indústrias de confecção e têm entre nal”, o que contribui para ambas”. O contrato com um
12 e 14 anos, período em que “hesitam em continuar na escola ou começar a traba- o agudizar do quadro de menor que não tenha com-
lhar”. Para “defender a família” e tentar que a empresa não seja obrigada a “encer- precariedade e das situ- pletado 16 anos ou concluído
rar” de imediato, tenta-se primeiro resolver o problema no plano “individual”, con- ações menos claras. “Há a escolaridade obrigatória
tactando a família e o patrão - parte dos casos já terão sido resolvidos. “Só nos últi- muito trabalho clandes- “só é válido mediante auto-
mos cinco a sete anos resolvemos mais de 40 casos”, revela o sindicalista. tino na região”, conclui o rização escrita dos seus re-
sindicalista. presentantes legais”.
 dia | mes | ano
Pais e professores temem que baixa
económica leve ao abandono escolar
Percepção ∑ Presidente da CNASTI diz que o trabalho infantil “volta a reacender-se” face à crise
Julgava-se adormeci-
do. Um estudo de 2006
dava-o mesmo como um
fenómeno “em vias de er-
radicação”, mas não pa-
rece ter sido só nos mer-
cados bolsistas nem nos
bolsos dos desemprega-
dos que a crise se fez sen-
tir. A jusante haverá outras
consequências. “Face à cri-
se que se vive, volta a rea-
cender-se o problema do
trabalho infantil. Há rela-
tos disso”. A garantia é de
José Manuel Silva, presi-
dente da Confederação
Nacional de Acção Sobre
Trabalho Infantil (CNAS-
TI).
Em 2010, chegaram à
CNASTI três denúncias,
através de cartas, de casos
que poderão configurar
“exploração” laboral envol-
vendo menores. Uma rela-
tiva a uma criança de dez
anos, da zona de Penafiel,
a trabalhar na área artísti-
ca, que normalmente “não
é censurada pela comuni-
dade”, mas onde “também
pode acontecer exploração
infantil”. As restantes situ-
ações ocorreram na área
de Leiria, com os jovens a
trabalhar em armazéns. As
denúncias foram encami-
nhadas para a Inspecção-
Geral do Trabalho.
Do contacto que tem
mantido com professores,
José Manuel Silva retirou
um “indício problemático”.
“Começa a ver-se bastante
Escolas Alunos pedem cada vez mais apoios para continuarem a estudar
Face visível das dificulda-
des por que estão a passar
os jovens são os apoios con-
cedidos em idade escolar.
No Agrupamento de
Escolas de Lamaçães, em
Braga, “tem-se verifica-
do com grande frequência
no 1º ciclo do Ensino Bási-
co e pré-escolar o recurso
às ajudas, quer da Câmara
quer da Segurança Social”,
afirma ao GRANDE POR-
A Para a Confap há uma relação entre a crise económica e a procura de um “retorno” financeiro pelos jovens
abandono escolar no perí-
odo em que os jovens mais
deveriam estar na escola
para concluírem os anos
lectivos”, revela. É sinal de
que “algo se passa nesta
fase”. Se as ausências se ex-
plicarem pela necessidade
de trabalhar, poderemos
estar na presença de pe-
quenos “futuros pobres”.
TRABALHO PAGO À PEÇA
Para o presidente da
Confederação Nacional
das Associações de Pais,
TO Armindo Cancelinha,
docente no agrupamento
e elemento da Associação
Nacional de Professores.
“A n o s s a f u n ç ã o é
diligenciar junto das insti-
tuições para que as famílias
possam ser ajudadas”, expli-
ca o professor. Numa pri-
meira fase, o mais impor-
tante é “garantir uma ali-
mentação condigna para as
crianças”.
Albino Almeida, é natu-
ral que relatos como estes
apareçam em zonas “mais
deprimidas”. A Norte es-
tão “perfeitamente identi-
ficados” o “Ave e o Vale do
Sousa”, por exemplo. Nes-
te contexto, “costuram-se e
cortam-se peças em casa”,
tarefas que jovens em ida-
de escolar “podem desem-
penhar para fazer face ao
desemprego dos pais e aos
salários em atraso”.
“Esse tipo de trabalho é
pago à peça. Só é entregue
Armindo Cancelinha
diz que os professores es-
tão atentos a esta situação
porque enquanto espaço
educativo a escola “tam-
bém tem de se preocupar
com os valores de cidada-
nia”. As dificuldades eco-
nómicas familiares “reflec-
tem-se na escola e na apren-
dizagem”.
No Porto, Luísa Reis, di-
rectora do Agrupamento de
feito o pagamento. Com-
prometem-se a entregar
um certo número de pe-
ças e recebem logo”, ca-
racteriza. Áreas como o
calçado e o têxtil estão “a
ganhar alguma impor-
tância novamente” a este
nível. Como o dinheiro
“chega facilmente às mãos
dos jovens, o trabalho con-
corre com a própria esco-
la”. Segundo Albino Al-
meida, “há sempre uma
relação entre épocas de
maior depressão e cri-
Escolas de Miragaia sente
que “há um agravamento
da situação económica” dos
pais, mas “sem repercus-
sões” no abandono escolar.
Os casos mais problemáti-
cos encontram uma espécie
de almofada em actividades
como “sessões de estudo,
voluntariado universitário
e o desporto escolar”.
Relevante neste âmbi-
to é, segundo Luísa Reis, o
DR
se económica, o abando-
no escolar e a opção por
qualquer tipo de trabalho
que permita um retorno
ao jovem”.
Armindo Cancelinha,
da Associação Nacional
de Professores e docente
em Braga, nota que a crise
“tem tido efeitos no aban-
dono escolar”. No PIEF,
por exemplo, há “alguns
abandonos para ingressos
no trabalho” devido às “di-
ficuldades económicas da
família”.
“grande número” de alu-
nos subsidiados pela Acção
Social Escolar. “Aumentou
claramente este ano, hou-
ve um aumento substancial
de pedidos de transição do
escalão A para o escalão B”,
elucida.
RECUPERAR JOVENS
Uma das valências do
PIEC - Programa para a In-
clusão e Cidadania é a rein-
GRANDE TEMA 17
Dados Das
empresas ao
trabalho caseiro
O coordenador da União
de Sindicatos de Aveiro,
Joaquim Almeida, tem in-
formações de que as práticas
de trabalho infantil estarão a
mudar de configuração no
distrito de Aveiro.
“Observamos que o traba-
lho infantil se deslocalizou
para a casa das pessoas. De-
pois das campanhas que fi-
zemos, deixou de acontecer
nas empresas, mas mantém-
se na casa das pessoas”, em
sectores como o calçado e o
têxtil, afirma ao GRANDE
PORTO.
O responsável não tem
“dúvida nenhuma” de que
isso “acontece neste mo-
mento”. O esquema é sim-
ples e acontece pela calada:
“Os patrões levam o mate-
rial em carrinhas, durante a
noite, e voltam para levantar
nos dias que combinaram”.
Os relatos chegam prin-
cipalmente de zonas como
Oliveira de Azeméis e Sever
do Vouga, mas os casos sus-
peitos esbarram na dificul-
dade de serem confirma-
dos.
As constantes denúncias
efectuadas pelos sindica-
tos levaram a que o Gover-
no “legislasse sobre o traba-
lho ao domicílio” há alguns
anos, mas subsiste a dificul-
dade em “conseguir provar”
o que se passa. “Não tenho
elementos para efectuar
uma fiscalização eficaz”.
“A denúncia não tem hipó-
teses de singrar. A diferença
não é grande entre a existên-
cia ou não da lei”, considera.
Para a aplicar era necessá-
ria “quase uma brigada” es-
pecial.
tegração em contexto esco-
lar de jovens em situação de
risco e de abandono, quer
permanente quer intermi-
tente. Nos últimos dois anos
foram reintegrados 800 jo-
vens em formação. No Nor-
te, “há uma maior incidên-
cia no Grande Porto, nos
meios rurais transmonta-
nos, Vale do Sousa e Ave”,
refere Fernando Coelho ao
GP.
18

opinião 16 | Abril | 2010

| MARGENS DA CRISE | IDEIAS XXI

IDE

O desafio
Perder o Norte
SAMPAIO PIMENTEL | Vereador CM Porto | opiniao@grandeportoonline.pt
CUSTÓDIO OLIVEIRA | Consultor em Comunicação | opiniao@grandeportoonline.pt
O PSD concluiu, no passado fim-de-semana, aquilo que, à partida, seria mais
um processo de mudança de líder e respectivo estilo. Acontece, no entanto, que O País está a perder o Norte. O Norte está a afastar-se do País. É a au-
tal momento poderá ter configurado algo de bem mais profundo. É muito cedo
para aferir da capacidade de liderança de Passos Coelho, da exequibilidade do
sência da Regionalização. É a incapacidade de liderança e de estraté-
seu programa e da costumeira ‘cama’ que lhe estejam a fazer os seus correligio- gia no interior da própria Região.
nários mas parece-me justo afirmar que não esperou por uma segunda opor-
tunidade para causar uma primeira boa impressão.
O nóvel titular preparou-se para o ser e, acima de tudo, tem demonstrado Esta semana o Presidente da Re- “astúcia” e o “cálculo” que pela força deslocalizando para Sul.
há já vários anos essa vontade. E deixou-o bem claro quando, há uma semana, pública promulgou o Decreto-Lei armada. O conceito de estratégia até Notam-se algumas resistências
repetiu o que se lhe havia ouvido quando venceu as directas: ‘Hoje sou um ho- que aprova as bases da concessão ao século XX resumia-se ao campo como a do mundo do desporto e
mem feliz’. E isso pode fazer toda a diferença no futuro do partido ainda mais do TGV Lisboa-Madrid. Uma boa castrense. Na actualidade, a estraté- das universidades, devido à visão
quando comparado com um passado recente. notícia que atrapalha todos os que gia é um elemento chave da gestão. de quem as lidera.
Passos Coelho tem demonstrado, e bem, total ausência de complexos ideo- querem Portugal de fora da Euro- A estratégia enquadra a visão, a mis- A CCDRN é um exemplo de re-
lógicos em áreas determinantes para o futuro do País e para a sua viabilidade pa de alta velocidade. Uma notícia são, os projectos e os programas das sistência ao longo dos tempos. Mas
enquanto tal. Desde logo mostrou-se disponível para coligações pré-eleitorais que tem o mérito de nos lembrar organizações e das empresas. Trata- é uma instituição sem autonomia
que promovam uma ‘verdadeira alternativa ao PS’. Por outro lado avançou com que o Norte fica sem a ligação em se de um conjunto de decisões pre- política. O actual presidente, Carlos
uma firme declaração de vontade no que diz respeito à urgência de uma revisão alta velocidade à Galiza e daqui para paradas previamente para atingir Lage tem sido clarividente e com co-
constitucional. De caminho foi plantando ideias que sugerem uma ‘desestati- Madrid e o resto da Europa, como um objectivo determinado, tendo ragem é das poucas vozes que se faz
zação’ da economia e uma redefinição das funções do Estado. Deixar de fazer sempre esteve previsto. em conta os recursos disponíveis e ouvir. Mas é insuficiente. O “Gran-
o que outros fazem melhor e mais barato e melhorar a performance naquele No início desta semana o JN pu- todas as possíveis reacções dos ad- de Porto” está a criar uma dinâmica
que é o núcleo duro das funções de soberania que estão acometidas a um Es- blicava um conjunto de dados que versários e da natureza. muito interessante que não se pode
tado moderno. demonstram aquilo que todos sabe- Nas últimas décadas houve vá- ainda avaliar devidamente.
O desafio foi lançado ao CDS e, na minha mo- mos. A região Norte tem-se atrasa- rias tentativas de dar uma voz lide- Os maiores partidos mudam de
desta opinião, o Partido deverá ser rápido na do face ao resto do País. É na União rante à Região Norte. Todas falha- posição, conforme estão ou não no
O selo de um resposta. A política do ‘Caderno de Encargos’ de Europeia uma das regiões com me- ram. Por motivos e situações dife- poder. O País, no seu todo, preferiu
acordo [de Portas} Portas, que tão bons frutos tem vindo a dar, deve- nor índices de desenvolvimento. rentes todas caíram. Os diversos o centralismo. Se existissem dúvi-
rá manter-se e o selo de um eventual acordo com O País está a perder o Norte. O líderes de quadrantes partidários das bastava recordar os resultados
com Passos deve Passos Coelho terá que passar, obrigatoriamente, Norte está a afastar-se do País. É a diferentes fizeram o seu trabalho. do Referendo à regionalização de
ter cinco pontos por cinco pontos prioritários: i) revisão constitu- ausência da regionalização. É a inca- Levantaram a voz, à sua maneira, há 12 anos.
prioritários cional que liberte Portugal das teias de aranha pacidade de liderança e de estraté- mas não alcançaram os objectivos É preocupante verificar que a si-
ideológicas que têm tolhido o nosso desenvolvi- gia no interior da própria região. mínimos. Cada um, a seu modo, tuação na região Norte se agrava
mento, ii) reforma do sistema de justiça, iii) re- Os líderes têm um papel decisivo rendeu-se aos cantos das diversas ano após ano. É legítimo pensar-se
forma do sistema de ensino, iv) plano de médio prazo que contenha medidas para traçar objectivos e levar as pes- sereias do centralismo. que com a Regionalização a situa-
concretas para o saneamento e controlo das finanças públicas e v) pacote fiscal soas a concretizá-los. Uma empresa Rendeu-se o poder autárquico, ção seria outra. Teríamos mais co-
que incentive o empreendedorismo, compense o trabalho e proteja a ‘Família’. sem liderança é uma empresa frágil. porque cada um preocupa-se com esão económica e social. As dispa-
As coligações pré-eleitorais têm, ademais, a vantagem de clarificar o panora- Um projecto que não seja liderado o seu quintal e todos querem con- ridades territoriais seriam menores.
ma político e de permitir aos eleitores analisarem ab initio os projectos alterna- é um projecto fracassado. Um país seguir o máximo dos poderes go- Teríamos uma melhor Região e um
tivos, não transparecendo aquela ideia assassina de que ‘eles só se juntam para sem lideranças fortes é um país à vernamentais. Rendeu-se o poder País mais justo. Mas também aí os
partilhar o tacho’ que muitas das coligações pós-eleitorais têm transportado. deriva. Uma região sem liderança é empresarial em nome de uma uni- papéis da liderança e da estratégia
O CDS está num bom momento e poderá ter a tentação de vender caro um uma região sem futuro. dade centralizada na Capital. Ren- seriam determinantes.
eventual acordo. Posição compreensível mas perigosa. Já pelos meados dos anos Sabemos que o conceito de estra- deram-se os media perante o poder Com alguma naturalidade
80, o Dr. Cavaco propôs uma coligação pré-eleitoral a Lucas Pires, então líder do tégia, independentemente do termo político e económico que se foram queixamo-nos que não existe a
CDS. O repto não foi aceite – havia sondagens que davam ambos ‘ela-por-ela’ – e usado, é tão antigo como o homem. regionalização porque o centralismo
o resultado foi o que se viu: Lucas Pires acabou no PSD e o CDS quase acabava Trata-se da necessidade e capaci- tem sido mais forte. Queixamo-nos
num Táxi. A conjuntura actual – desde a situação económico-financeira do dade natural de seguir determina- como se não tivéssemos responsa-
País até à emergência de uma nova geração de protagonistas – poderá promo- das opções para atingir os fins es- bilidades na situação. E a principal
ver, inclusivamente, um movimento que leve à refundação político-partidária colhidos, optimizando os recursos Queixamo-nos que não responsabilidade é nossa. É dos líde-
de todo o espaço não socialista português, caminho que me parece há muito e os meios a utilizar. Sun Tzu em existe Regionalização. res, nos diversos espaços territoriais
ser de explorar sem preconceitos. “A Arte da Guerra”, livro escrito há Mas a principal respon- e institucionais existentes a Norte,
...até pela mais prosaica das razões: o objectivo de um partido político é o 2.500 anos, considerado o primeiro quer sejam políticos, empresários,
do exercício do poder e não o de perpetuar a sua existência na tentativa de o livro sobre estratégia, defende que sabilidade é nossa. dirigentes associativos ou simples
conquistar! a guerra deve ser ganha mais pela É dos lideres. cidadãos.

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 16 | Abril | 2010 OPINIÃO 19

EDITORIAL NORTE
&SUL
O costume NORTE

O último administrador da AI-
CEP (antiga API, Associação Por-
tuguesa do Investimento) que es-
tava sediado no Porto deixou de o
ser - o Conselho de Administra-
ção do organismo, que continua a
ter sede no Porto, tem agora ape-
nas administradores executivos
MANUEL QUEIROZ de Lisboa.
manuel.queiroz@grandeportoonline.pt
O presidente, Basílio Horta, di-
zia aqui há tempos ao GRANDE
PORTO que vinha cá de quinze
em quinze dias, mas agora não
precisará de vir cá tanto (aliás, não
vinha, na verdade, segundo rela-
tos de elementos da própria AI-
CEP). Agora tem todas as razões
para fazer as reuniões da Admi-
nistração em Lisboa, porque não
vale a pena sequer querer disfar-
çar as coisas. Há uns vogais não
executivos (como o prof. Daniel
Bessa ou Gomes de Pinho) que
já estão, com certeza, habituados
a que a A1 tem afinal apenas um
sentido - o Norte-Sul.
O último admi-
nistrador da AI-
CEP que esta-
va sediado no
porto deixou de
o ser - a sede do
organismo con-
tinua no Porto
mas sem execu-
tivos
É com certeza pelas melhores
razões de operacionalidade, de ri-
quíssimos curricula, mas a verda-
de é que as coisas são o que são.
Nesta mesma edição, podem
ler-se elogios à actuação de Basí-
lio Horta na forma como tem pe-
gado no PlanIt Valley, um gran-
de projecto para Paredes do qual
quase toda a gente desconfiava e
que começa a ganhar forma, ten-
do mesmo obtido a renovação da
sua classificação como PIN (Po-
tencial Interesse Nacional). É a
sua obrigação, claro, mas sabe-
se que nem sempre estas ideias
são acarinhadas. E o País preci-
sa da visão e dos investimentos
que estão a ser preparados. Mas
a questão da administração da
AICEP tem mais a ver com os si-
nais - sempre os mesmos - que se
dão ao País.
A PORTO EDITORA
É uma das grandes empresas
ANTÓNIO RILO
CELSO
do Porto e do Norte e acaba de FERREIRA
dar mais um salto, desta vez bem Começa a
grande, ao comprar à alemã Ber- ganhar forma
telsmann o Direct Group, que in- o projecto do
clui várias editoras e a maior ca- PlanIt Valley,
em Paredes. O presidente da
deia de lojas do país, a Bertrand Câmara agarrou a ideia e a
(54 pontos de venda). Para se ter apresentação deve ser no pró-
uma ideia, passa a ter o dobro dos ximo mês.
colaboradores e quase dobra tam-
bém a facturação.
A Porto Editora - liderada por VASCO
Vasco e José António Teixeira, TEIXEIRA
e ainda pela mãe de ambos e vi- O lider da
úva do fundador - posiciona-se, Porto Edito-
assim, de forma muito assertiva ra assume o
num sector que tem assistido a maior desafio de sempre da
casa: a compra da Bertrand e
muitos movimentos de concen- de tudo o que lhe está asso-
tração ao longo dos últimos anos, ciado. É .o Norte a não querer
sobretudo desde que a Leya, de perder o pé nos negócios.
Pais do Amaral, se constituiu.
Com o seu estilo de gestão muito
próprio e discreto, a Porto Editora SIZA VIEIRA
mostra que quer mesmo liderar. É O arquitecto
um enorme desafio, mas também foi nomeado
uma prova da enorme dinâmica esta semana
para membro
do grupo portuense.
honorário da
Academia Americana de Artes
NORTE NO PSD e Letras. É mais uma distinção
O Congresso social-democrata para aquele que foi Prémio
do passado fim-de-semana con- Pritzker em 1992.
sagrou a equipa de Passos Coe-
lho e também muita gente do Nor-
te. Paulo Rangel, Aguiar-Branco,
Marco António Costa, Miguel SUL
Macedo e muitos outros foram
eleitos para os órgãos nacionais EDUARDO
do partido. É um sinal da força das COSTA
bases nortenhas e dos seus diri- O ainda dono de
“O Primeiro de
gentes, mas que, espera-se, deve
ter consequências na definição Janeiro”, se é
que o é, de facto,
das grandes ideias do partido e na continua, impante, a enterrar
importância que ao Norte deve o título (e os seus trabalha-
ser atribuída nas prioridades que dores). Um triste fim para um
o PSD vai abraçar com a nova li- ícone do País.
derança.

CARTASDASEMANA
ENVIE AS SUAS CARTAS PARA: agenda@grandeportoonline.pt

ELEIÇÕES NO PS PORTO
As eleições para a Concelhia do PS-Porto en-
cerram um dilema, que competirá aos militan-
tes equacionar, independentemente das sim-
patias e empatias, tendo bem mais em conta
os juízos de valor políticos e de estruturação de
todo um projecto (...) para reabilitar o PS (...). Es-
tas eleições não podem, extemporaneamente,
servir para implantar mais uma lógica, que vem
fazendo escola, de determinar na “secretaria” o
nome e o rosto do projecto que se vai apresentar
às autárquicas de 2013. Facto diferente reside na
preparação do caminho, na identificação do que
se quer afinal para uma cidade e uma região. (...)
Porque as eleições não se podem fechar sobre
si, porque a moralização de certos factores é
imperiosa e porque não pode o acto eleitoral ser
encarado como uma espécie de Primárias, para
que em 2013 os mesmos rostos se legitimem
como protagonistas de um processo, tal como
se de um antigo oráculo se tratasse. E sem que
outras vozes, que apenas lembram o ADN do
partido, possam, livremente, achar que um can-
didato socialista a algo pode, simplesmente, ser
escolhido pelos seus pares. O processo de “avo-
cação” – em kit completo ou disfarçado - tem
tido no Porto, em especial, péssimos resultados.
Lembrando (...) que as manobras de secretaria
podem não ser determinantes ainda que do ou-
tro lado possa até estar um ás de trunfo! (...)
PAULA ESTEVES
Militante do PS Porto
A DUPLA MORTE DO “JANEIRO”
Os Jornais, como os livros, são seres que têm o
dom da perenidade (...). Um Jornal só morre (...)
se a incúria e o desprezo cultural lhe pregarem
os pregos no caixão .
Da memória de “O Primeiro de Janeiro” fazem
parte os folhetins e artigos de Camilo ou os en-
saios de Eduardo Lourenço, como os editoriais
de Agustina Bessa-Luís . E um dos mais belos
suplementos literários que conheci (...). Agora
vamos conhecendo os meandros da morte físi-
ca do Jornal, que vai vender o seu espólio para
sobreviver, ele que já há muito se tornou num
morto-vivo (...). Essa memória do que é o Porto
(...) não pode ser privatizado . A cidade está em
dívida com o “Janeiro” e convêm que a pague-
mos porque os homens sem memória não são
homens, são animais sem coração .
RUI MARQUES
20 PAINEL
Passos Coelho defende que o Estado não deve ter presença na
42,9%
gestão de órgãos de Comunicação Social. Está de acordo?
57,1% 57,1% (12 respostas) responderam SIM
42,9% (9 respostas) responderam NÃO
O Painel é
Rui Amaral
uma iniciativa Militante PSD
do GRANDE
PORTO e é Privatização deverá
formado por
um conjunto de obrigar proprietários a
personalidades
que todas emitir a partir do Porto
as semanas Em tese estou inteiramente de
acordo. Acresce que a RTP, con-
responde a trariamente ao que seria de espe-
rar, é uma pura estação comer-
uma pergunta cial que concorre ilegitimamente
sobre a com as televisões privadas, quer
quanto à natureza essencialmen-
actualidade te comercial da sua programação,
quer mesmo quanto à concorrên-
que é enviada cia desleal que faz no mercado da
publicidade.
pela Direcção Acresce ainda que apesar de
dispor, todos os anos, de uma
do jornal avultadíssima “indemnização
compensatória” totalmente des-
por meio proporcionada e mesmo assim
electrónico. insuficiente para esconder uma
gestão pouco competente por-
Os resultados que, como é habitual na gestão
pública, o controle da qualidade e
são publicados eficiência da gestão é claramente
insuficiente e mesmo verdadei-
neste ramente conivente, o que, aliás,
é, infelizmente, típico da gestão
espaço como pública, incluindo mesmo em-
presas onde o Estado não detém
contributo para a totalidade do capital.
uma discussão Sublinhe-se ainda o manifesto
seguidismo e dependência pro-
mais informada gramática e jornalística relativa-
mente ao poder político. Não pos-
sobre os temas so deixar de sublinhar que, por
razões ideológicas e, também, de
que geram oportunidade político-eleitoral,
não será fácil obter o acordo des-
controvérsia te PS e, aqui só por razões ideoló-
gicas, também do PCP e do Bloco
na sociedade de Esquerda.
portuguesa Entendo, porém, que o Esta-
do deverá reservar para si quer
a RTP 2, quer a RTP Internacio-
nal, quer mesmo a RTP Memó-
ria, esta integrada numa RTP 2,
SIM
definida, no essencial, na linha
da PBS dos Estados Unidos da
América.
A sua programação deveria es-
tar sujeita a um apertado e per-
manente controle parlamentar
de quem deverá emergir a desig-
nação da sua Direcção.
Uma última referência deverá
ser sugerida aos responsáveis da
privatização: que tendo a Gran-
de Lisboa já duas televisões lí-
deres de audiências, o concur-
so público para a privatização da
RTP1 deverá impor que os novos
proprietários da estação se obri-
guem a emitir, a partir do Porto,
pelo menos 75% da programação,
incluindo a emissão dos progra-
mas de informação. Nestas cir-
cunstâncias um grande desafio
estará aberto aos grandes gru-
pos económicos do Grande Por-
to: Sonae, Amorim, Rar, Sogrape,
Unicer, Bial, Mota Engil, etc. É
um desafio irrecusável.
LUÍS MIGUEL NOVAIS
Advogado
Sim. O Estado deve ter apenas um
papel de regulador (árbitro dos cani-
balismos de mercado) e impor servi-
ço público e educativo (que, curiosa-
mente, a RTP1 não faz).
JOÃO RIBEIRINHO SOARES
Juventude Popular
Sou contra a presença do Estado no
sector económico. É uma posição
que tenho vindo a defender neste
painel sistematicamente.
TIAGO FONSECA
Vice-presidente JSD Porto
Totalmente. O dever do Estado é
governar e não controlar. Logo, por
uma política de verdade, não pode o
Governo ter na “mão” a tentação de
manipular a informação que os por-
tugueses merecem.
CARLOS FURTADO
Empresário
Sim. Não faz sentido nenhum. O
chamado serviço público pode ser
prestado pelos privados através de
protocolos.
RESPONDERAM SIM AINDA:
Bernardino Vasconcelos | Maria João Barroso |
16 | Abril | 2010
PEDRO BAPTISTA
Dirigente PS Porto
Sim. Desde que aumente a segurança, a
estabilidade, a autonomia e a participa-
ção dos trabalhadores, tudo na lei. Nem
Estado, nem capital. Autonomia da in-
formação!
SAMPAIO PIMENTEL
Vereador CDS/PP da CM Porto
Claro que concordo. Acontece, no
entanto, que propostas corajosas fei-
tas na oposição são, muitas vezes,
voltadas ao esquecimento quando se
chega ao poder.
FORTUNATO FREDERICO
Presidente da APICCAPS
Sim. Pública ou privada, com algu-
mas nuances, a tragédia é a mesma.
CELSO FERREIRA
Presidente CM Paredes
Concordo. Nem na Comunicação
Social, nem nos negócios que não
estejam exclusivos do próprio.
MARCO ANTÓNIO COSTA
Vice-presidente PSD
Sim, até porque assenta no pressu-
posto de que haverá entidades regula-
doras e fiscalizadoras competentes e
actuantes na salvaguarda do interes-
se público.
 16 | Abril | 2010
Uma questão fracturante
O Painel do GRANDE PORTO é a favor da pro-
posta do novo líder do PSD, Pedro Passos Coe-
lho, segundo a qual o Estado deve sair completa-
mente do sector da Comunicação Social. A ideia
atravessa o espectro político, embora também
o mesmo aconteça do lado de quem acha que
António Borges
Presidente da Câmara Municipal de Resende
“O Estado assegura
serviço público”
Contrariando a posição de
Pedro Passos Coelho, o pre-
sidente da Câmara Municipal
de Resende, António Borges,
defende que o Estado “tem um
papel muito importante, so-
bretudo enquanto regulador
supremo de uma sociedade de-
mocrática”.
Para o autarca socialista, a
Comunicação Social tem que
ter uma componente de ser-
viço público, transversal a to-
das as suas actividades, e esta
lógica deve estar assegurada.
Assim, em relação às propos-
tas do líder social-democrata,
António Borges sublinha que
“não se pode querer eliminar
os órgãos de comunicação pú-
blicos para depois não se re-
sistir a controlar os privados e
instrumentalizá-los”.
O autarca de Resende con-
sidera que há questões cen-
o Estado deve manter uma posição, tendo em
conta aquilo que é a RTP. Do lado do “Não” estão
João Semedo, do Bloco, mas também o verea-
dor da Câmara da Maia Paulo Ramalho (apoian-
te de Paulo Rangel nas últimas eleições do PSD)
ou o empresário José Manuel Fernandes, do
NÃO
trais que devem ser mantidas,
como a preservação da língua
e os órgãos de comunicação
serem veículos de interliga-
ção das comunidades portu-
guesas: “Estas questões esta-
rão mais garantidas através
de um órgão de comunicação
com a preocupação de serviço
público”.
“Os privados têm como
prioridade o negócio, a con-
corrência, os mercados de pu-
blicidade e a disputa entre os
próprios agentes económicos,
o que nem sempre é compatí-
vel com a isenção necessária”,
acrescentou António Borges.
Assim, como defende, “não se
pode deixar reduzir as ques-
tões editoriais às guerras de
audiências e deve garantir-se o
acesso das minorias em igual-
dade, para que possam expres-
sar as suas posições”.
grupo Frezite, ou ainda o presidente da Câmara
de Resende, o socialista António Borges. É, nes-
te sentido, uma questão fracturante. O debate vai
continuar na sociedade portuguesa, que, neste
como noutros casos, vai ter que tomar decisões
nos próximos anos.
JOÃO SEMEDO
Deputado BE
Não. A democracia política e
pluralidade informativa exigem um
forte sector público da Comuni-
cação Social. Se dúvidas houvesse
sobre essa necessidade, a realidade
portuguesa dissipá-las-ia por com-
pleto.
MIRIAM TORRES
Gestora
Não estou de acordo. Pelo menos
um dos canais deve ser um instru-
mento do Estado na prestação de
serviço público, ao serviço da pro-
moção do civismo, educação e cul-
tura do povo.
PEDRO ABRUNHOSA
Músico
Não. Há uma diferença entre Estado
e Governo, bem como entre serviço
público e propaganda.
JOSÉ MANUEL FERNANDES
Presidente do Grupo Frezite
Não. Com o poder dos valores da
economia assim como com o abuso
do poder de alguns órgãos da “mi-
dia” a prevalecerem sobre a ética,
valores e princípio, o Estado tem de
ter o seu canal de informação a fim
de exercer o seu dever se salvaguar-
da dos valores da cultura, história,
educação e da pro-actividade da ci-
dadania de uma nação.
JOÃO COSTA
Presidente da ATP
Não. Deve ser o Estado a nomear
a gestão dos órgãos de comunica-
ção social que lhe pertencem. Mas
os critérios de escolha dos gestores
devem assentar na competência téc-
nica e na capacidade para desempe-
nhar, com isenção, um serviço pú-
blico de comunicação social.
NICOLE SANTOS
Direcção Nacional da JCP
Passos Coelho e o PSD defendem a
privatização da RTP (isto é, do Ser-
viço Público de Rádio e Televisão)
não porque estejam interessados na
melhoria do serviço público, na va-
lorização da língua e cultura portu-
guesa, na promoção do cinema e da
música nacional, mas porque que-
rem entregar esse negócio ao sector
privado. Coisa que aliás a nova di-
recção do PSD nem consegue dis-
farçar, pois o primeiro encontro que
teve foi precisamente com o dono
da SIC, um dos principais interes-
sados na privatização da RTP. De-
fendemos uma Comunicação Social
pluralista, isenta, democrática e res-
ponsável que só pode ser alcançada
se estiver liberta dos interesses dos
grupos económicos privados.
PAULO RAMALHO
Vereador PSD da CM Maia
Não inteiramente, pois parece-
me importante a manutenção,
designadamente, de um serviço pú-
blico de televisão e rádio, que difi-
cilmente pode ser assegurado sem a
presença do Estado. No demais, sim.
Sendo fundamental que se invista
cada vez mais em mecanismos de
regulação eficazes.
ANTÓNIO REIS
Actor
Não. Aqueles que dependem exclu-
sivamente do Estado têm obrigato-
riamente de ter a sua intervenção.
PAINEL 21
Estado a mais
| ROGÉRIO GOMES |
A proposta não é nova, por
todo o Mundo há exemplos de
Estados que detêm posições
mais ou menos importantes na
Comunicação Social e outros
que estão completamente fora
do sector. A questão mais im-
portante não é de propriedade,
mas sim do modo como funcio-
nam as relações entre a produ-
ção de informação e o Estado/
Governo.
Em Portugal, a verdade é que
o principal canal da RTP tem
uma actuação na mais pura
tradição comercial e concorre
directamente com as estações
privadas, sendo que tem armas
muito poderosas ao seu serviço
- avultadas subvenções finan-
ceiras e capacidade de influen-
ciar decisões junto das instân-
cias governativas, por exemplo.
Ao lado, RTP2, RTPN, RTPi,
RTP Madeira, RTP Açores,
RTP Memória e RTP África são
canais que vão produzindo um
serviço público global e geral-
mente aceite como tal. Juntem-
se as rádios Antena 1, Antena 2,
Antena 3, as emissões RDP in-
ternacional e regionais e ainda
a agência Lusa… temos aqui um
conjunto de meios considerável,
muito para além do necessário
e do razoável. Há Estado a mais
na Comunicação Social.
É evidente que deve haver um
serviço público informativo,
que tenha a ver com o interes-
se da população e também do
Estado, nomeadamente na ver-
tente internacional. Um serviço
(rádio e televisão) que cumpra
com a necessidade de informa-
ção local e regional, com com-
ponentes educativa e cultural,
com emissões para a emigração
e África, etc.
Uma estação com canais que
tenham as características gene-
ricamente descritas, uma rádio
nacional (a actual Antena 1 pare-
ce-me que no essencial não foge
muito do modelo) e uma agên-
cia reduzida à função essencial
chegam e sobram para as neces-
sidades do serviço público e do
Estado.
Venda-se a RTP 1, assumam-
se os restantes meios como
verdadeiramente estatais sem
fingir que são empresas e racio-
nalizem-se os seus custos – com
contratos-programa claros e
bem definidos e (porque não?)
aprovados no Parlamento.
Podia-se, dirão muitos, contra-
tualizar com os privados estes
serviços. Talvez… mas no futu-
ro. Para já, a lógica comercial
dos privados (legítima) nem
sempre tem gerado os melhores
exemplos e a sua argumentação
a favor da total privatização é
naturalmente interesseira.
22
horizontes
A Norte algo de novo
FRANCISCO JAIME QUESADO | Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento | opiniao@grandeportoonline.pt
Pretende-se com estes exemplos trazer a lume duas ideias centrais para uma
NOVA COMPETITIVIDADE no Norte - profunda renovação organizativa dos
sectores industriais e aposta integrada na Inovação como factor de alavancagem
P recisa mos m a is do
que nunca de uma NOVA
COMPETITIVIDADE na
Região Norte. Trata-se
duma verdadeira Agen-
da Estratégica de Mudan-
ça que pretende mobilizar
os “Actores da Mudança”
(empresários, académicos,
empreendedores) para
uma acção de base colec-
tiva de reinvenção estraté-
gica dos principais sectores
de actividade económica
da região. Trata-se de uma
mudança que se pretende
possa ter efeitos de alavan-
cagem na percepção da ne-
cessidade de reinventar a
Economia da Região Nor-
te. Pretende-se consolidar
uma ideia de marca, soli-
dificar as bases de um pro-
jecto, protagonizar novas
soluções com novas res-
postas para questões que
teimam em ser as mesmas
de há muito tempo a esta
parte.
Iremos abordar no âmbito
desta Agenda da Nova Com-
petitividade aqueles que são
os sectores mais relevantes
da base económica regio-
nal. Desde os sectores mais
tradicionais (têxtil, calçado,
cortiça, cerâmica, entre ou-
tros) aos novos clusters de
inovação (automóvel, bio-
tecnologia, logística, TIC,
entre outros) que resulta-
ram de apostas estratégicas
assentes numa nova filoso-
fia de trabalho entre os mu-
nicípios, as universidades,
as associações empresa-
riais e outras entidades re-
levantes da Região. Existem
inúmeros casos de suces-
so espalhados ao longo da
Região que demonstram de
forma clara a mobilização
que hoje já existe para esta
Nova Agenda do Norte.
Protagonistas centrais
como as universidades (Por-
to, Minho, Aveiro, UTAD),
associações empresariais
(AEP, AIMINHO, APIC-
CAPS, ATP, APCOR, en-
tre outros), empresas de re-
ferência nos seus sectores,
serão aqui relevados na de-
monstração do que é já hoje
uma dinâmica colaborativa
muito presente na renova-
ção dos principais sectores
económicos da Região. Pre-
tende-se ao longo deste con-
junto de artigos, publicados
com a Marca NOVA COM-
PETITIVIDADE, demons-
trar que existe um caminho
para a Região Norte, mui-
to centrado nos exemplos
de sucesso que são cada vez
mais, entre outros, o CEIIA,
o Cluster da Moda, a Bial,
o Grupo Amorim. Para
além das novas Start-Ups
que nasceram e cresceram
à volta das Universidades
da Região e que são o driver
de uma agenda estratégica
para a ciência e tecnologia
da Região.
Iremos alternar um sec-
tor tradicional com um
cluster de inovação. Para
demonstrar que de facto a
riqueza desta Nova Agenda
do Norte vive muito deste
compromisso muito feliz
entre a renovação da tradi-
ção e a constante aposta no
futuro. A NOVA COMPE-
TITIVIDADE é uma mar-
ca dinâmica, exigente, sem-
pre expectante na procura
de novas soluções para no-
vas ideias. Começaremos
com a cortiça e seguitemos
com o cluster automóvel.
Dois exemplos muito con-
sistentes de apostas estra-
tégicas organizadas que os
respectivos actores secto-
riais conseguiram fazer. A
cortiça, directamente liga-
da à natureza, passa por
uma profunda renovação
na sua matriz central; o au-
tomóvel, sector onde a Re-
gião muito investiu nos úl-
timos anos, começa a gerar
os seus primeiros resulta-
dos concretos a partir da
plataforma de excelência
que é o CEIIA, localizado
no TECMAIA.
É importante por isso
perceber que a aposta nos
Factores dinâmicos de com-
petitividade, numa lógica
territorialmente equilibra-
da e com opções estraté-
gicas claramente assumi-
das, é um contributo cen-
tral para a correcção das
graves assimetrias sociais
A riqueza desta
Nova Agenda do
Norte vive muito
deste compromis-
so muito feliz entre
a renovação da tra-
dição e a constante
aposta no futuro
e regionais que continuam
a imperar. Falta por isso no
Norte um verdadeiro Ccho-
que operacional capaz de
produzir efeitos sistémicos
ao nível do funcionamento
das organizações empresa-
riais. O “novo paradigma”
da economia da Região ra-
dica nesse sentido, na capa-
cidade de os resultados po-
tenciados pela inovação e
conhecimento serem capa-
zes de induzir novas formas
de integração social e terri-
torial capazes de sustentar
um equilíbrio global do sis-
tema nacional. É sobre esse
desígnio que a Agenda da
NOVA COMPETITIVIDA-
DE se propõe estabelecer
um novo contrato de con-
fiança, dinamizar um novo
projecto, promover uma
nova marca.
Pretende-se com estes
exemplos trazer a lume
duas ideias centrais para
uma NOVA COMPETITI-
VIDADE no Norte – pro-
funda renovação organiza-
tiva e estrutural dos secto-
res (sobretudo) industriais
e aposta integrada na uti-
lização da inovação como
factor de alavancagem de
criação de valor de merca-
do. A mobilização activa
dos “actores económicos”
numa lógica de pacto estra-
tégico operativo permanen-
te é uma condição central
no sucesso desta nova abor-
dagem, sob pena de inter-
venções isoladas não conse-
guirem produzir de facto os
efeitos desejados. Finalmen-
te, a Norte algo de Novo.
Dar sangue hoje
LEONOR GUEDES DE OLIVEIRA | Advogada*
No passado dia 7 deste mês,
deparei com este título num
jornal diário: “Gays vão po-
der dar sangue; Novas regras
aprovadas amanhã. Iniciativa
do Bloco de Esquerda conta
com o apoio do PS e do PCP.
O PSD também deverá votar a
favor e o CDS abstém-se.”
À medida que os anos pas-
sam, a capacidade de me in-
dignar parece não arrefecer,
muito pelo contrário. E este
é um desses casos. É-me im-
possível ler estes títulos e ficar
indiferente. Fico-me pela pri-
meira linha: “gays vão poder
dar sangue”.
Na verdade, a aprovação de
novas regras choca (e ainda
bem!) com a posição defendi-
da em Julho passado pelo pre-
sidente do Instituto Português
do Sangue, Gabriel Olim, que
se mostrava contra a possibili-
dade de admissão de dadores
de sangue homossexuais.
Nessa mesma peça figu-
rava a opinião do vice-presi-
dente da bancada socialista,
Ricardo Rodrigues, que afir-
mava o seguinte: “Há uma di-
ferença entre comportamen-
tos de risco e grupos de ris-
co.”
Estou absolutamente de
acordo com esta segunda opi-
nião, por duas razões:
- primeiro, porque CADA
SER Humano deve ser res-
peitado e considerado indivi-
dualmente: como indivíduo
e sobretudo como pessoa. É
neste enquadramento que
julgo dever ser analisada esta
questão. A dádiva de sangue,
voluntária e gratuita, espelha
uma atitude de verdadeira hu-
manidade que, de modo al-
gum, deverá ser minimizada
ou restringida.
- segundo, porque julgo que
todas as questões relativas à
análise do sangue serão na-
16 | Abril | 2010
turalmente asseguradas, na
altura certa, pelos hospitais e
por todos os centros de reco-
lha de sangue.
Reflexo da importância e
imprescindibilidade atribu-
ída a este gesto, e de modo a
evidenciar o valor social e hu-
mano da dádiva de sangue,
foi instituído através da Re-
solução do Conselho de Mi-
nistros n.º 40/86, o dia 27 de
Março como o Dia Nacional
do Dador de Sangue, tendo
como objectivo “reconhecer
a importância da contribuição
desinteressada dos Dadores
Benévolos de Sangue para o
tratamento de doentes”. Sem
qualquer restrição relativa à
orientação sexual!
Reconhecimento também
a nível mundial, já que o dia
14 de Junho é assinalado o Dia
Mundial do Dador de Sangue.
Sem qualquer restrição relati-
va à orientação sexual!
Cada Dádiva de Sangue To-
tal (na qual se obtêm todos os
componentes sanguíneos a
partir de uma só colheita, sen-
do a unidade posteriormen-
te separada em glóbulos ver-
melhos, plasma e plaquetas),
corresponde aproximada-
mente a 450 ml, quantidade
que o nosso organismo rapi-
damente recupera.
Sem qualquer prejuízo
para si próprios, os homens
podem dar sangue de três em
três meses (quatro vezes por
ano) e as mulheres de quatro
em quatro meses (três vezes
por ano).
Nas palavras de H.G Wells:
“A nossa verdadeira naciona-
lidade é a humanidade” e dar
sangue é SER HUMANO. To-
dos os dias.
*Advogada da JPAB
- José Pedro Aguiar-Branco
& Associados
 16 | Abril | 2010
O PEC e a moralidade dos empresários
JOÃO BAPTISTA MAGALHÃES | Mestre em Filosofia da Ciência | opiniao@grandeportoonline.pt
Torna-se claro que a única finalidade da empresa não é o lucro nem os seus interesses dizem respeito apenas aos seus
proprietários ou accionistas. E é neste contexto que se espera que a empresa se porte como “boa cidadã”
Esperava-se que a socie-
dade civil, particularmen-
te o seu sector mais dinâ-
mico, os empresários, que
têm beneficiado de ajudas,
vindas não só da Europa,
mas também dos contri-
buintes portugueses, tives-
sem, nas horas difíceis de
implementação do PEC, um
sentido de solidariedade na-
cional e de justiça na reparti-
ção de sacrifícios.
E havia muitas boas ra-
zões para isso: o sucesso de
uma empresa depende, em
primeiro lugar, dos traba-
lhadores e, depois, dos ges-
tores, dos investidores, dos
fornecedores, dos clientes
e da forma como é olhada
pelo meio social onde está
inserida. O seu desempenho
económico não está sepa-
rado das relações que gera
com a sociedade e o meio fí-
sico que a envolve.
É a partir da empresa que
os trabalhadores constroem
a sua identidade profissio-
nal, criam expectativas, es-
tabelecem relações de ami-
Regiões transfronteiriças
MÁRIO DORMINSKY | Vereador CM Gaia
Há muito que acredito que
as zonas transfronteiriças
têm de ser geridas com um
entendimento claro entre
países, melhorando assim
consideravelmente as con-
dições de vida de comuni-
dades que, à custa de uma
História pejada de conflitos
há muito terminados, pros-
seguem separadas social e
economicamente. Talvez
por isso escreva hoje so-
bre a criação do chamado
Eixo Atlântico, que poderá
ser um meio de solucionar
a questão dos serviços de
saúde em Valença.
Li, no início da semana,
que o Tratado de Coopera-
ção Transfronteiriça entre
Portugal e Espanha pode-
zade e desenvolvem formas
de viver e conviver. Logo a
seguir à família e à escola,
é o trabalho que ganha uma
carga simbólica de realiza-
ção pessoal, integração so-
cial e, ainda, de desafios
emocionais e sociais na re-
alização de um projecto de
vida. Perder o trabalho tem
um efeito semelhante à per-
da de sentido da existência.
Por tudo isto, torna-se cla-
ro que a única finalidade da
empresa não é o lucro nem
os seus interesses dizem res-
peito apenas aos seus pro-
prietários ou accionistas. E é
neste contexto que se espera
que a empresa se comporte
como uma “boa cidadã”.
Esta teoria não é nova:
vem na melhor tradição
das filosofias económicas
e empresariais. Já no sécu-
lo XVIII, S. Tomás de Aqui-
no enunciava dois princípios
morais que deveriam orien-
tar a relação entre o capital
e o trabalho:
1º Princípio da Justiça co-
mutativa - o trabalhador tem
rá contribuir para amainar
a contestação das gentes de
Valença, que se viram pri-
vadas das urgências na ci-
dade e têm recorrido servi-
ço em Tui.
Apesar da distância não
ser relevante, outras ques-
tões administrativas se
põem quando se trata de ser-
viços cobertos ou não pelo
cartão europeu de seguros
de saúde. Algo automatica-
mente ultrapassável com o
referido tratado, desenhado
e promovido pela entidade
Eixo Atlântico do Noroeste
Peninsular.
Tenho um conhecimento
aprofundado do fulgor que o
Eixo Atlântico pode empres-
tar aos municípios de fron-
direito ao preço justo, ao sa-
lário justo e à participação
nos lucros.
2º Princípios da Justiça
distributiva - os bens devem
ser distribuídos segundo as
necessidades das pessoas e
não na medida do mercado.
Estes princípios assen-
teira. O meu envolvimento
com a estrutura da entida-
de tem sido imensa e sou
dos que apoiam as soluções
transfronteiriças no cenário
da União Europeia. Basta re-
cordar o conceito de euroci-
dade, que já funciona entre
Chaves e Verin. Ambas as
comunidades encontram-
se praticamente unidas ge-
ograficamente e as questões
administrativas são resolvi-
das em conjunto. Como se
os dois municípios fossem
um só. Claro que se podem
levantar sempre questões de
soberania, mas nada que a
diplomacia e o empenho não
resolvam. Aliás basta conhe-
cer o bem-estar resultante
desse entendimento.
tam na máxima escolástica:
“os bens são de uns, mas são
para todos”.
Não se compreende, por
isso, que os accionistas da
GALP, da EDP e de outras
empresas com capital do Es-
tado achem que estão bem
os balúrdios (só compará-
Já experimentámos, com
sucesso, fórmulas de iden-
tidade cultural comuns. A
montante, pela capacidade
de entendimento em projec-
tos culturais transversais, as-
sociando experiências e pes-
soas do Norte de Portugal e
da Galiza. Fizemo-lo com a
primeira Capital da Cultura
do Eixo Atlântico, há quase
um ano. E a jusante porque
os resultados foram excelen-
tes, provando que as audiên-
cias também procuram artes
e espectáculos que não são
apenas os “impostos” pelas
“ditaduras” das televisões ou
das campanhas associadas
aos grandes nomes do show-
business internacional, nor-
malmente conceptualiza-
veis às 100 melhores empre-
sas dos EUA) pagos aos seus
gestores (com bónus de 7 e
8 meses) e que os trabalha-
dores, que fazem a riqueza
das suas empresas, tenham
os seus vencimentos conge-
lados para que o País não vá
à falência.
DORA NOGUEIRA
das numa lógica britânica
ou norte-americana. Subli-
nho que nada tenho contra
estas últimas estéticas. Mas
sinto-me responsável, quer
pelas minhas funções polí-
ticas, quer enquanto produ-
tor cultural, pela prioridade
que devemos assumir quan-
do desenvolvemos projec-
tos no sentido do enriqueci-
mento cultural e intelectual
daqueles que nos são mais
próximos.
E, numa visão mais glo-
bal e pragmática, com um
País excessivamente cen-
tralizado como o nosso, sou
mesmo adepto dos protoco-
los, acordos e tratados trans-
fronteiriços. Por exemplo, o
Norte tem encontrado ob-
HORIZONTES 23
Nenhuma empresa se
pode comportar como “boa
cidadã”, esquecendo a sua
função social, o seu dever
de solidariedade em perío-
dos de crise e descartando-
se dos problemas sociais do
seu País.
Se vivêssemos num País
governado com espírito de
Justiça e sentido ético, esses
accionistas teriam os seus
lucros mais tributados e aos
ordenados dos seus gestores
seriam aplicados impostos
que dessem sinal de que o
PEC não é só para os desgra-
çados, mas representa um
esforço de todos. Dessa for-
ma, corrigir-se-ia a ausên-
cia de solidariedade nacio-
nal que, egoística e obsce-
namente, tais accionistas e
gestores manifestam.
Se em tempos de crise não
há direitos adquiridos, isso
deve valer para todos. Não
podemos aceitar que sejam
só os pobres a pagar a crise
ou que a barbárie esteja mais
perto de nós do que nós da
Idade Média.
jectivos comuns com a Ga-
liza. Objectivos esses con-
gregados no grupo político e
de pressão junto das instân-
cias europeias a que se de-
nominou Eixo Atlântico do
Noroeste Peninsular. E que,
em termos práticos, pode ser
uma das soluções objectivas
e mais rápidas no que diz
respeito à reestruturação de
uma série de serviços públi-
cos de primeira necessida-
de nos transportes, na ges-
tão das cidades, nas redes de
cultura que podem permitir
para além de importante in-
tercâmbio cultural, descen-
tralizar e fazer chegar a cul-
tura às populações dessas
regiões. E, por que não?, na
saúde….
24
entrevista
MÁRIO DE ALMEIDA Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde
“Portagens nas SCUT vão afastar as empresas
e aumentar o desemprego em Vila do Conde”
É um dos mais antigos autarcas do País e um dos históricos do PS, mas é a voz da oposição à intenção do Governo em portajar
as auto-estradas sem custos para o utilizador: „É uma medida que nos vai prejudicar muito“, garante Mário de Almeida
JOÃO QUEIROZ (TEXTOS)
joao.queiroz@grandeportoonline.pt
ANTÓNIO RILO (FOTOS)
antonio.rilo@grandeportoonline.pt
Foi uma das vozes mais
contestatárias dentro do
PS contra a lei da limitação
de mandatos e a introdu-
ção de portagens nas auto-
estradas sem custos para
os utilizadores (SCUT).
Está desiludido com o Go-
verno de José Sócrates?
Eu acho que este Governo
tem correspondido às expec-
tativas. A história da limita-
ção dos mandatos levantou-
se, pela primeira vez, num
dos governos do professor
Cavaco Silva, quando eu era
presidente da Associação
Nacional de Municípios e
logo nessa altura fui a voz de
contestação. E não é porque
nós estejamos agarrados ao
poder, mas porque achamos
que é um atestado de meno-
rização às populações, por-
que ninguém melhor do que
elas sabem se o autarca que
está em exercício de funções
tem sido permissivo, tem
abusado do poder ou já não
esta motivado. E a prova dis-
so é que nas últimas autár-
quicas houve autarcas, com
20 anos de poder, que per-
deram e que era impensável
perder. Eu tive agora, ao fim
de 35 anos, a maior vitória de
sempre, em todas as fregue-
sias em mais de 130 mesas de
voto.
Considera que é uma lei
contra aos autarcas?
Era a única forma de se
afastar alguns autarcas, já
que não se conseguiam afas-
tar nas urnas. O que sempre
me revoltou foi o facto de a lei
ser claramente direccionada
para os presidentes de câ-
mara e, depois, apanharam
por tabela os presidentes de
junta, o que absolutamente
inacreditável. Isto não apa-
nhou os membros do Gover-
no, deputados… Enquanto eu
estou há 35 anos na Câmara
por vontade indiscutível da
população, há deputados que
estão na Assembleia da Re-
pública há mais de 35 anos
que a população não sabe
que elegeu. É uma das varias
medidas demagógicas que
foram tomadas, que não são
para defender a democracia.
Mas a verdade é que vou fa-
zer 39 anos de presidente e
achava que era altura de des-
cansar.
Significa que sem esta
lei este seria o seu último
mandato?
Até já podia ter terminado.
Às vezes as coisas motivam-
nos. Estes últimos mandatos
foram motivados depois do
desastre eleitoral do PS na
sequência da demissão de
António Guterres. E nessas
eleições eu desci e perdi um
vereador e, portanto, nas elei-
ções seguintes queria voltar
a subir.
Relativamente às SCUT,
a argumentação do Gover-
no com a questão do utili-
zador-pagador não o con-
vence?
É evidente que a história
do utilizador-pagador pode
ser usada, mas quando há
vias alternativas. O caso de
Vila do Conde é flagrante:
não há via alternativa. Nós
não quisemos que a Estrada
Nacional 13, desde o Mindelo
até à Póvoa, fosse uma alter-
nativa, pelo que tirámos-lhe
as características de uma via
de passagem: alargámos os
passeios, arborizámos e hu-
manizámos as passagens…
Como é que pode ser uma
alternativa? Se houver uma
avaria, cria ali problemas de
fim do mundo, porque não se
pode ultrapassar. O Governo
definiu critérios e o principal
era ter que haver uma alter-
nativa e, nomeadamente, só
se poder gastar mais 30 por
cento do tempo. Na altura,
fui comprovar o tempo que
demorava do Porto a Vila do
Conde ou do Porto a Viana
vindo pela EN13 e pela A28:
numa hora morta demorava
o dobro, numa hora de ponta,
era mais do triplo.
Tem esperança que
o Governo ainda recue
ou acha que a decisão é
irreversível?
Não sei até onde é que
avançaram. Na última reu-
nião, há três meses, o minis-
tro aceitou estar argumenta-
ção, prometeu fazer estudos
ie depois voltariam a reunir
connosco. A informação que
temos é que as coisas ainda
não estão no momento para
haver uma nova reunião.
A solução encontrada
– as isenções para o trân-
sito local e a utilizadores
frequentes – é um mal me-
nor?
O que eu considerava cor-
recto é que dentro da própria
Área Metropolitana do Porto
não houvesse portagens. E
uma coisa que não se podem
esquecer: houve muita gente
que veio do Porto viver para
16 | Abril | 2010
Vila do Conde, porque acha
que tem uma boa qualidade
de vida, mas sabendo que
não ia pagar portagens.
Teme que haja
consequências ao nível da
perda de população e do
tecido industrial?
Sinceramente, temo que
algumas empresas se possam
deslocalizar. Temos feito os
impossíveis para mostrar ao
Governo que esta é uma me-
dida que nos prejudica muito.
Vai pesar muito no orçamen-
to de muitas famílias. E na-
turalmente receio muito que
não consiga fazer o que me
comprometi para este man-
dato, a luta ao desemprego.
E nós temos boas perspecti-
vas em Vila do Conde, não
só ao nível de grandes grupos
empresariais, que estão a au-
mentar a sua capacidade de
resposta, mas também novas
indústrias, vários serviços…
Não sei se uma medida des-
tas pode pôr isso em risco,
naturalmente, o desempre-
go pode vir a aumentar.
O concelho ainda recu-
pera do choque que foi a
saída da Qimonda ou já
está ultrapassado?
Infelizmente ainda não. O
tecido empresarial de Vila do
Conde, à semelhança do que
acontece com outros conce-
lhos, tem vindo a sofrer mui-
to. A Qimonda foi aquela que
teve o maior ênfase, pela sua
dimensão, mas a Narnium
[empresa que tomou o lugar
da Qimonda] já esta a dar si-
nais positivos: não tem os
1.700 postos de trabalho, mas
tem 500 e tal e tem perspec-
tivas de subir. O problema é
que têm sido criados empre-
gos, mas lamentavelmente,
algumas outras empresas
têm fechado as portas. O sal-
do ainda não será, por isso,
 16 | Abril | 2010
muito positivo. Mas eu con-
tinuo a acreditar nestes pró-
ximos anos este problema se
vai resolver.
Qual é a taxa de desem-
prego em Vila do Conde?
Andara à volta dos dez por
cento.
Este ano marca a entra-
da em funcionamento da
nova ETAR. Em que es-
tado se encontram esses
projectos?
A ETAR era uma estrita
necessidade, porque vai per-
mitir a despoluição do rio
Ave e funcionará em princí-
pio já este Verão. É um inves-
timento fundamental não so
para dar outras característi-
cas ao rio, mas também para
que as nossas praias não so-
fram influência da poluição
que recebemos de montante
através do Ave.
Porque é que Vila do
Conde não tem bandeiras
azuis?
Vila do Conde foi, nos pri-
meiros dois anos de bandeira
azul, um dos municípios com
mais bandeiras. Depois, no
início de uma época balnear
foi-nos retirada uma ban-
deira, por uma análise que
surgiu de uma forma estra-
nhíssima, concluiu que ha-
via uma ligação qualquer de
águas residuais. Discordá-
mos dos fundamentos e de-
cidimos que não concorrerí-
amos mais até que essa situ-
ação fosse alterada, o que não
aconteceu.
Não seria uma forma
de potencializar a a nova
marginal?
Eu acho que Vila do Con-
de qualquer dia terá necessi-
dade de potencializar outro
local qualquer para receber
a muita gente que vem para
cá. Felizmente, quem vem a
Vila do Conde sabe as praias
que tem, os acessos e o esta-
cionamento que tem.
A saída da A28 para Vila
do Conde não é um dos
grandes problemas nos
acessos ao concelho?
As Estradas de Portugal es-
tão a finalizar o processo: ha-
verá uma duplicação das vias,
uma de cada lado, quer para
Norte quer para Sul. Mas,
face aos estudos que temos
encomendado, o problema
não se resolverá só aí, porque
o grande problema é o exces-
so de carros na cidade.
“Encontrar um sucessor não é difícil
há muitas pessoas que o podem ser”
Mário de Almeida ainda não escolheu o candidato que apoia nas eleições para a Distrital do PS-Porto
Na semana passada
anunciou que não será
candidato às próximas
eleições concelhia do PS-
Vila do Conde para po-
der candidar-se ao man-
dato de 2012/2014 e assim
preparar as eleições de
2013. Considera que vai
ser uma tarefa difícil en-
contrar alguém para lhe
suceder?
Encontrar um sucessor
não será uma tarefa difícil.
Será difícil é escolher quem
será o sucessor. Felizmen-
te, em Vila do Conde temos
quadros com gtrande capa-
cidade darem continuidade,
provavelmente com melho-
res resultados do que aque-
les que eu tenho conseguido
fazer. Agora, uma escolha ao
fim de tanto tempo natural-
mente tem alguma delicade-
za. Eu, pela responsabilidade
que tenho em Vila do Conde,
pela confiança que os vila-
condenses depositaram ao
“Avaliação dos professores
foi processo mal conduzido”
Mário de Almeida critica política seguida por Maria de
Lurdes Rodrigues e elogia trabalho de Isabel Alçada
Que avaliação faz do
actual Governo?
Acho que tem cumprido
a sua missão. Mas é verdade
que houve decisões que eu
não considerei as melhores
ou uma estratégia que pre-
feria que não tivesse sido se-
guida. Mas acho que há uma
grande determinação, um
grande empenho e tem ha-
vido bons resultados. Não
aqueles que certamente to-
dos nós portugueses dese-
jávamos, mas acho que, na
súmula, foi positiva. Mas é
evidente que houve coisas
de que não gostei, apesar de
estar solidário.
Não é dos que parti-
lham da opinião que este
Governo é descriminató-
longo dos anos, tenho o de-
ver de nestas primeiras elei-
ções em que não sou candi-
dato a camra contribuir para
que a solução encontrada
seja a melhor. É esses esfor-
ço que irei fazer, assumindo
rio em relação ao Norte?
Eu acho que os proble-
mas dos municípios não es-
tão só a Norte, mas em todo
o País. Todos nós achamos
que estes e outros governos
poderiam ter ido mais lon-
ge. Acho que este Governo,
como os outros, poderia ter
ido mais longe. Agora uma
descriminação apontado ao
Norte não acredito.
Em que é que este Go-
verno poderia ter ido
mais longe?
As câmaras podiam ter
mais recursos. Têm vindo
a receber as últimas trans-
ferências de competências
que são muitas vezes ass-
sumidas por obrigação, e
os custos financeiros vão-
a mesma responsabilidade
que tinha no passado.
Quem gostaria de ver
suceder-lhe na câmara?
A isso não vou responder.
Mas há muitas pessoas que
se mantendo. Portanto, não
é possível nós irmos mais
longe naquilo que se está a
reduzir. Quando este perío-
do de crise surgiu, as câma-
ras tiveram que tomar me-
didas especiais, que são da
responsabilidade do poder
central, que tiveram custos
financeiros muito grandes e
não fomos ressarcidos desse
investimento que era abso-
lutamente prioritário para
combater a miséria que ha-
via em muitos lares.
Tendo em conta que já
foi professor, como ava-
lia a reforma da educação
levada a cabo pelo Gover-
no?
O sistema de avaliação
foi um processo todo mui-
me podem suceder.
O facto de neste man-
dato ter optado pela so-
lução de dois vice-presi-
dentes rotativos significa
que ainda está à procura
to mal conduzido, que deu
os resultados que deu. Acho
que estas coisas deviam ser
muito mais participadas e
ouvir quem está no terreno
e quem conhece os proble-
mas. Devia ter havido um
diálogo maior e havendo
uma falta de diálogo acabou
por dar o que deu.
Como avalia o desem-
penho da ministra da
Educação, Isabel Alça-
da?
Parece-me que tem esta-
do bem, tem havido resulta-
dos e tem havido, sobretudo,
diálogo. A política anterior
ENTREVISTA 25
do sucessor?
Não, isso foi para demons-
trar o meu apreço pela for-
ma como os vereadores, não
só estes como os do passado,
têm desenvolvido o seu tra-
balho ao longo dos anos. Por
isso, não tem nada a ver. Se
calhar não tem mesmo nada
a ver...
O PS entra agora num
período de eleições que
culminará com as elei-
ções para a Federação
Distrital. Quem apoia:
Renato Sampaio ou José
Luís Carneiro?
Neste momento, estamos
a falar de concelhias e essa
apoio a que eu apresentei na
reunião da Comissão Políti-
ca (Carlos Laranja). O resto
tudo a seu tempo.
Ainda não tem nenhum
candidato escolhido neste
momento?
Não.
seguida pela doutora Maria
de Lurdes Rodrigues teve
coisas muito importantes,
como a escola a tempo intei-
ro, as aulas de substituição,
mas acho que, muitas vezes,
por sua culpa ou não – não
sei se terá sido mal aconse-
lhada –, tomaram-se medi-
das sem ouvir os professo-
res, o que contribuiu para
que se abrisse um conflito
indesejável. Não é possível
fazer uma reforma na Edu-
cação contra a opinião dos
professores. Ou se conse-
gue envolver as pessoas ou
os resultados não são o que
esperamos-
26

desporto 16 | Abril | 2010

Presidência
Sala de bingo do Dragão vai dar 20 mil por
Pinto da Costa
lugar ao Novo Museu do clube Pinto da Costa deu
a novidade há cerca
de duas semanas –
FC Porto∑ Promessa de Pinto da Costa fará parte do roteiro turístico da cidade confirmando a inten-
ção de recandidatar
IVO PEREIRA
a novo mandato à

SÉRGIO PIRES
sergio.pires@grandeportoonline.pt
Pinto da Costa havia-o
afirmado como grande de-
sígnio do seu próximo man-
dato, em recente entrevista
televisiva, e muitos adeptos
anseiam pela concretização
desta promessa: o novo mu-
seu do FC Porto vai ganhar
forma no próximo mandato
do presidente azul e branco
e tomará o lugar que até ago-
ra foi ocupado pela sala de
bingo do clube, encerrada a
31 de Março – nessa data, o
clube divulgou em comuni-
cado que assumiu a gestão
da sala em Agosto de 2008
com 800 mil euros de pre-
juízo e que não teve outra al-
ternativa senão o encerra-
mento após meses continua-
dos de gestão deficitária.
A Direcção procura, des-
te modo, rendibilizar o es-
paço, tornando uma fonte
de despesa numa previsível
fonte de receita do clube e,
a médio prazo, criar alguns
postos de emprego (de re-
ferir que alguns emprega-
dos do bingo serão reinte-
grados pelo clube noutras
funções).
A Bingo foi recentemente encerrado e vai ceder lugar ao pólo museológico do clube
Com efeito, uma equipa
de arquitectura tem desen-
volvido nos últimos meses
projectos para a reconver-
são do espaço e terá até ao
momento apresentado duas
alternativas: a mais forte
proposta passa por ocupar
os 1 300 metros quadrados
que a sala tem e encontrar
uma solução para expandir
um pouco mais essa área de
modo a concretizar o objec-
tivo da direcção, que quer
fazer “um museu em gran-
de escala” integrado nas ins-
talações do Estádio do Dra-
gão.
Álvaro Pinto, presiden-
te do Conselho Cultural do
clube, salienta a sua satisfa-
ção pelo facto de o projecto
avançar no próximo triénio
de presidência de Pinto da
Costa e ressalva o enorme
espólio que o clube tem para
ocupar as salas de troféus.
“Temos mais de 15 mil taças
armazenadas, algumas de-
las de grande valor, como
por exemplo um troféu que
vencemos ao Arsenal há
muitas décadas e que é feito
de ouro maciço. Todas essas
taças estão em excelente es-
tado de conservação, já que
temos o cuidado de as lim-
par periodicamente, e além
disso há outros artefactos
15 mil
presidência do clu-
be –, mas a formali-
Número de troféus que tem o zação desta decisão
espólio do FC Porto. Entre o ocorrerá só na pró-
valor material e o valor simbó- xima segunda-feira,
lico, destacam-se duas taças a partir das 17 horas,
de campeão europeu. numa cerimónia que
está marcada para a
1300 sala de conferências
Área em metros quadra- do Estádio do Dra-
dos da sala de bingo do clu- gão. Para Fernando
be, que servirá de espaço ao Cerqueira, presiden-
futuro museu. Em termos te da comissão para
comparativos, este espaço é a recandidatura de
pouco maior do que o Mundo Pinto da Costa, o pre-
Sporting, em Alvalade. sidente que amanhã
completa 28 anos à
frente dos destinos
do clube tem todas as
condições para mais
um triénio, tal como
foi explicitado pelos
com grande valor, como sócios. “Ao longo de
equipamentos de outros cinco meses recolhe-
tempos, entre outras novi- mos quase 20 mil as-
dades”, sublinha o dirigente sinaturas, durante os
portista para quem o futuro jogos do FC Porto, de
museu vai ser um destaque modo a convencer o
no roteiro turístico da cida- presidente a recandi-
de. “Não tenho dúvidas de datar-se. Mais de 90
que vai ser visita obrigatória por cento dos sócios
não só para os adeptos que abordados por nós
vivem perto do estádio mas assinaram de caras,
também para quem vem ao mesmo sem ler o do-
Porto e gosta do clube.” cumento.”

Dragões só perderam uma vez com o Vitória de Guimarães nos últimos 38 anos
Com o Benfica cada vez mais título e o Sp. CLASSIFICAÇÃO RESULTADOS PRÓXIMA JORNADA
Braga a cinco pontos de distância, de pedra Jogos V E D GM-GS Pontos
e cal no segundo lugar, o FC Porto vê cada 1 Benfica 26 21 4 1 67-14 67 U. Leiria - Sp. Braga 1-2 HOJE
vez mais complicada a hipótese de chegar à 2 Sp. Braga 26 19 4 3 39-18 61 V. Setúbal - Académica 1-1 Olhanense-Marítimo 20:15 *
vice-liderança que garante o acesso à pré- 3 FC Porto 26 17 5 4 55-22 56 Benfica - Sporting 2-0
4 Sporting 26 11 8 7 37-22 41 V. Guimarães - Olhanense 1-1 AMANHÃ
eliminatória da Liga dos Campeões. No do-
5 V. Guimarães 26 10 7 9 28-29 37 Rio Ave - FC Porto 0-1 P. Ferreira-Naval 19:15 *
mingo à noite, os dragões recebem em casa Marítimo - Belenenses 3-3 Sp. Braga-Leixões 21:15 *
6 U. Leiria 26 9 7 10 31-29 34
o Vitória de Guimarães, que, apesar de can- Naval - Nacional 0-0
7 P. Ferreira 26 8 9 9 28-30 33
didato à Europa, não costuma causar gran- 8 Nacional 26 9 6 11 29-41 33 Leixões - P. Ferreira 2-0 DOMINGO
des incómodos nas visitas ao Porto: nos últi- 9 Marítimo 26 8 7 11 36-41 31 Belenenses-Rio Ave 16:00
mos 38 anos, os dragões perderam apenas 10 Naval 26 8 6 12 16-29 30 GOLEADORES Nacional-U. Leiria 16:00
Académica-Benfica 18:00 *
por uma vez em casa com os vimaranenses 11 Rio Ave 26 6 10 10 21-31 28
12 Académica 26 6 8 12 28-35 26 1.º - Cardozo (Benfica) 21 golos FC Porto-V. Guimarães 20:15 -
(na época de 1995/96). Um dia antes, no sá- 2.º - Falcão (FC Porto) 20
bado, é a vez do Sp. Braga entrar em acção 13 V. Setúbal 26 5 10 11 25-46 25
14 Olhanense 26 4 13 9 27-37 25 3.º - Liedson (Sporting) 12 SEGUNDA-FEIRA
frente ao Leixões. Curiosamente, os matosi- 15 Leixões 26 5 6 15 22-42 21 4.º - Saviola (Benfica) 11 Sporting-V. Setúbal 20:15 *
nhenses conseguiram resultados positivos 16 Belenenses 26 2 10 14 16-39 16 5.º - William (P. Ferreira) 10
nas últimas três temporadas na deslocação Edgar Silva (Nacional) 10 *SportTv1
Liga dos Campeões Liga Europa Despromoção Keita (V. Setúbal) 10 +RTP 1
à Pedreira, com duas vitórias e um empate.
Meyong (Sp. Braga) 10
 16 | Abril | 2010 DESPORTO 27

FC PORTO
Pinto da Costa apadrinha visita
Casa de São João da Madeira
O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, vai estar hoje pre-
sente nas comemorações do segundo aniversário da Casa
do FC Porto de São João da Madeira. Pinto da Costa será re-
cebido às 18h30 nos Paços do Concelho, sendo que duas ho-
ras mais tarde tem início um jantar de confraternização na
Quinta das Oliveiras. Além do presidente, vários atletas das
modalidades portistas vão marcar presença: os andebo-
listas Hugo Laurentino e Filipe Mota e os basquetebolistas
Nuno Marçal e Paulo Cunha juntam-se aos ex-futebolistas
Secretário, António Sousa e Vermelhinho.
FUTEBOL
Jaime Pacheco demitido do comando técnico
dos sauditas do Al Shabab
Jaime Pacheco, que estava no comando do Al-Shabab des-
de o Verão passado, foi ontem demitido do cargo de treina-
dor do clube saudita na sequência da derrota da véspera no
terreno dos iranianos do Foolad (1-0), numa partida a con-
tar para a Liga dos Campeões Asiáticos. A direcção do clu-
be saudita comunicou a sua decisão através do sítio oficial,
onde se lê que a demissão do técnico natural de Lordelo foi
tomada por unanimidade pelo Conselho de Administração.
Com 22 jornadas decorridas, o Al Shabab ocupa quarto lu-
gar do campeonato saudita a 14 pontos do líder.
| ZONA EUROBOLA |
A consistência do Braga
FRANCISCO J. MARQUES | jornalista | opiniao@grandeportoonline.pt
Com as contas do campeonato quase fechadas co-
meçam a ficar definidos os lugares das equipas por-
tuguesas nas provas europeias da próxima época e
consequente distribuição dos dinheiros da UEFA.
Para já, o grande beneficiário parece ser o Braga,
que em excelente posição para garantir o apuramento
para os play-off da Liga dos Campeões, através do se-
gundo lugar, garantirá de imediato o encaixe de pelo

Vítor Pereira recandidata-se

menos 2,2 milhões de euros (valor que a UEFA paga
às equipas que são eliminadas do play-off e transitam
para a Liga Europa), que acabam por ter mais peso no
orçamento dos minhotos do que os 7,1 milhões que o

à Comissão de Arbitragem
Liga ∑ Ex-árbitro conta com o apoio dos clubes e avança com Fernando Gomes
SÉRGIO PIRES
sergio.pires@grandeportoonline.pt
Com a cada vez mais
do que provável eleição
de Fernando Gomes para
a presidência da Liga de
clubes, começa a levan-
tar-se o véu sobre os pos-
síveis nomes que podem
acompanhar o antigo ad-
ministrador da SAD do
FC Porto na estrutura
que gere o futebol profis-
sional em Portugal.
Neste cenário, Vítor
Pereira deverá recandi-
datar-se à presidência da
Comissão de Arbitragem,
apesar de se ter escusa-
do a confirmar esta hipó-
tese na sequência de um
contacto efectuado pelo
GRANDE PORTO. Em
todo o caso, o nosso jor-
nal apurou que da parte
do antigo árbitro interna-
cional português existe,
mais do que a disponibi-
lidade, a abertura para in-
tegrar o projecto de Fer-
nando Gomes, que conta
com o apoio da maioria
dos clubes da Primeira
Liga (três grandes incluí-
dos) e com o apoio explí-
cito dos clubes da Liga de
Honra.
Além da candidatura
a “reboque” de Fernan-
do Gomes, Vítor Perei-
ra conta também com o
apoio da Associação Por-
tuguesa de Árbitros de
Futebol, que representa
a classe. Uma incógnita
continua a ser o nome do
futuro presidente da Co-
A Vítor Pereira dá passos largos para continuar na presidência da Comissão de Arbitragem
missão Disciplinar.
Ricardo Costa está lon-
ge de ser uma personali-
dade de consenso e está
praticamente de lado a
sua continuação.
De referir que a Co-
missão Disciplinar e a
Comissão de Arbitra-
gem deverão passar da
Liga para a égide da Fe-
deração Portuguesa de
Futebol. Algo que só de-
verá acontecer quando
Benfica assegura com a entrada na prova maior do
futebol europeu – os lisboetas têm um orçamento in-
comensuravelmente mais elevado.
Mas no caso dos minhotos ultrapassarem as pré-
eliminatórias, também têm direito aos 7,1 milhões de
prémio de participação, a que se somam depois 800
ANTÓNIO RILO
mil euros por cada vitória e 400 mil por cada empate
na fase de grupos e ainda uma parte dos direitos te-
levisivos que cabem a Portugal e que este ano foram
de 5,4 milhões de euros.
Ou seja, se jogar a Champions da próxima tem-
porada, o Braga garante um encaixe sem dificulda-
de superior a dez milhões de euros, o que é mais de
metade dos gastos de uma temporada.
Uma visão simplista permitirá concluir que o clu-
be presidido por António Salvador tem garantida a
sustentabilidade para as
próximas temporadas,
à custa dos proveitos da
Champios. Infelizmen-
Se jogar a te, não será tanto assim,
Champions da porque os custos aumen-
tam substancialmente,
próxima tempo- designadamente os pré-
rada o Sp. Braga mios para os jogadores,
garante um en- que consomem parte
importante dos dinhei-
caixe sem difi- ros da Champions, mas
culdade supe- também porque a Euro-
rior a dez mi- pa está cheia de contos
de fadas que terminaram
lhões de euros, da pior maneira possível
o que é mais de e entre nós há o caso do
metade dos gas- Boavista, que jogou duas
edições consecutivas da
tos de uma tem- Liga dos Campeões e
porada depois afundou-se num
mar de dívidas.
No futebol, como em
tudo o resto, é mais difícil manter-se no topo do
que lá chegar e o grande desafio do Braga no pró-
ximo ano é conseguir compatibilizar o espectacu-
lar crescimento do clube nos últimos anos com a
racionalidade de manter os custos ao nível das recei-
tas ordinárias e a Liga dos Campeões é, pelo menos
para já, uma receita muito extraordinária.
Faltam quatro jornadas e os minhotos ainda po-
a Federação adaptar os dem ser campeões, o que é improvável, e também
seus estatutos à nova Lei ainda podem ficar no terceiro degrau do pódio, o
de Bases do Desporto, o que também é improvável, mas, aconteça o que acon-
que não deverá aconte- tecer, o percurso dos minhotos é, de longe, o mais
cer a tempo de entrar em consistente dos clubes médios do futebol português
vigor na próxima época neste século.
desportiva.
28 DESPORTO 16 | Abril | 2010

HÓQUEI EM PATINS DESPORTO UNIVERSITÁRIO FUTEBOL JOVEM

Dragões jogam passagem à final a seis da Liga Europa
Depois de vencer em Itália o Follonica por 6-4, na primeira
mão do play-off, disputada no último fim-de-semana, a equipa
de Franklim Pais espera confirmar as credenciais no jogo da
segunda mão da Liga Europa, amanhã, a partir das 17 horas,
no Dragão Caixa. Os portistas levam vantagem nesta elimi-
natória que dá acesso à final a seis da principal competição de
hóquei em patins europeia e o técnico considera “imprescindí-
vel o apoio do público” para conseguir esse objectivo.
Matosinhos e Póvoa de Varzim recebem três mil atletas
Mais de três mil atletas universitários de todo o País vão dispu-
tar, de 24 a 30 de Abril, o título de “campeão nacional universi-
tário” em mais de 20 modalidades, do futebol ao tiro com arco,
passando pela natação, basquetebol ou ténis de mesa. A ini-
ciativa, promovida pelas câmaras municipais de Matosinhos e
da Póvoa do Varzim, foi apresentada ontem no auditório mato-
sinhense, na presença do autarca Guilherme Pinto e da presi-
dente do Politécnico do Porto, Rosário Gamboa.
Miúdos jogam em Pedroso passagem para a África do Sul
Mais de seis centenas de crianças participarão amanhã e do-
mingo, no Estádio Jorge Sampaio, em Pedroso, Vila Nova de
Gaia, na 11.ª Edição da Danone Nations Cup. O torneio vai apu-
rar a equipa que representará Portugal na final internacional
que se realiza em Outubro, na cidade sul-africana de Joanes-
burgo, onde estarão 40 selecções nacionais dos cinco conti-
nentes. Em Portugal, a iniciativa tem como embaixador o joga-
dor internacional português Deco.

Chaves abre portas para o futuro

Futebol∑ Apesar da crise financeira, a equipa flaviense garantiu uma inédita presença na final da Taça de Portugal
HAMILTON LUDUVICE
Na última terça-feira
aconteceu um momento
histórico para o futebol
transmontano: o Despor-
tivo de Chaves conseguiu
o apuramento para a final
da Taça de Portugal, ao
vencer a Naval 1.º de Maio,
por 2-1, na Figueira da Foz.
Com este feito, o Desporti-
vo de Chaves tornou-se no
primeiro clube da região
de Trás-os-Montes a che-
gar a uma final da Taça.
Tão importante quanto a
visibilidade desportiva, é a
receita extraordinária que
o clube terá pela presença
na final. Só com a ida ao
Jamor o clube assegurou
200 mil euros, um valor
ao qual se devem acres-
centar as receitas televi-
sivas e de bilheteira. Um
fôlego extra para um clube
com graves problemas fi-
nanceiros. Mário Carnei-
ro, presidente do Despor-
A Flavienses fizeram história ao alcançarem a sua primeira final da Taça de Portugal
tivo de Chaves, afirmou
ao GRANDE PORTO que
o passivo do clube ronda
os 2,4 milhões de euros,
algo que “é uma situação
perfeitamente controla-
da, pois o clube também
tem activos”. O dirigente
flaviense adianta, ainda,
que, “para além das recei-
tas extraordinárias, che-
gar ao Jamor é uma opor-
tunidade única na histó-
ria do clube e serve para
LUSA
mobilizar os adeptos que
andavam afastados do clu-
be”. O emblema transmon-
tano encontra-se em zona
de descida na Liga de Hon-
ra, ocupando o penúltimo
lugar a quatro jornadas do
final da competição, mas,
para o presidente, a con-
quista de um lugar como
finalista da Taça “servi-
rá como uma motivação
extra para o objectivo da
manutenção”. Mário Car-
neiro diz que o Desportivo
de Chaves já está a mobili-
zar os seus adeptos para a
viagem até ao Jamor e con-
vida todos os trasmonta-
nos espalhados pelo País,
sublinhando a esperança
que tem na conquista do
troféu.
ORGULHO PARA TODA
UMA REGIÃO
Sendo a única equipa
transmontana numa liga
profissional, o sucesso do
flaviense aflora o orgulho
contido de uma região que
sente na pele os custos da
interioridade. Ao GP, Cos-
ta Pereira, presidente da
Associação de Futebol de
Vila Real, ressaltou a im-
portância desta presença
na final, lembrando que
“todo o futebol transmon-
tano ganha visibilidade”,
sublinhando a realidade
da região: “Os clubes de
Trás-os-Montes têm mui-
ta dificuldade pois o fute-
bol profissional está muito
caro”. O presidente adian-
tou que apesar de os clu-
bes terem “vida própria”,
a associação “está dispo-
nível para ajudar a superar
os problemas agravados
com a crise”.
Tanto Costa Pereira,
como Mário Carneiro es-
peram uma grande pre-
sença de adeptos trans-
montanos no Estádio Na-
cional do Jamor, no dia
16 de Maio, num encon-
tro em que o Desportivo
Chaves fará o jogo da sua
vida, e seus jogadores ten-
tarão entrar para a história
do clube, como a equipa
que venceu o FC do Por-
to numa final da Taça de
Portugal.

Desporto Adaptado Lenine à conquista de

medalhas no Mundial de Pista Coberta da Suécia
HAMILTON LUDUVICE
Ele tem nome de líder e
a partir de hoje comanda a
Selecção Nacional de Atle-
tismo da Associação Nacio-
nal de Desporto para a De-
ficiência Intelectual (AN-
DDI) no 6.º Campeonato
do Mundo de Pista Cober-
ta. Lenine Cunha (na foto)
é um dos 17 atletas que re-
presenta Portugal nesta
competição “indoor” es-
pecífica para a deficiência
intelectual, na cidade sue-
ca de Bollnäs, num evento
que decorre até domingo e
onde estarão presentes cer-
ca de 250 atletas de 18 paí-
ses.
De sublinhar que no úl-
timo Mundial, em 2008, na
Estónia, o atleta gaiense lo-
grou oito medalhas. “Te-
nho que fazer o meu me-
lhor pois o nível dos atletas
esse ano aumentou”, diz Le-
nine, que ainda é detentor
de dois recordes mundiais,
um no pentatlo (que vai ten-
tar bater amanhã) e outro
no triplo salto, que, segun-
do o atleta, “já é uma mar-
ca muito boa e difícil de ser
quebrada”.
A competição da Suécia
é a primeira nas diversas
vertentes do atletismo após
a reintegração da deficiên-
cia intelectual no programa
pa raol í mpico de L on-
dres’2012. José Costa Pe-
reira, técnico da selecção
portuguesa, diz que “as mar-
cas já contam para as olim-
píadas”. O seleccionador
destaca a qualidade dos
seus atletas e diz que os ob-
jectivos passam por “con-
quistar algumas medalhas
individuais e também ten-
tar conseguir um lugar no
pódio na competição co-
lectiva”, já que pela primei-
ra vez se vai disputar uma
competição colectiva entre
as nações presentes. Nesse
sentido, José Costa Pereira
admite que este campeona-
to do mundo será mais com-
petitivo, mas garante que
seus atletas “entram para
ganhar em qualquer com-
petição” e re-
corda que,
para além
de L en i-
ne Cunha,
Pedro Isidro,
nos três mil
metros marcha,
e Inês Fernandes, no
lançamento do peso, são
nomes fortes à conquista
do ouro.

automóveis
Uma combinação de espaço e conforto
Skoda ∑ Novo modelo Superb Break pode ser adquirido no mercado nacional a partir de 28 960 euros
ANTÓNIO PAULINO
O novo Skoda Superb
Break distingue-se pelo
seu design apelativo e ele-
gante e pela combinação
excepcional de conforto
e espaço. Estabelece um
novo recorde de volume-
tria da bagageira na sua
categoria e apresenta so-
luções de vanguarda bem
como níveis de equipa-
mento de excelência quer
nos interiores de elevado
requinte, quer em termos
de funcionalidade. Com
preços desde 28.960 euros
(motorizações a gasolina)
e 29.960 euros (blocos a
Diesel), o novo Skoda Su-
perb Break vem redefinir
os parâmetros de referên-
cia do seu segmento, asse-
gurando a conquista de su-
cesso no mercado nacio-
nal.
Combinado com o estilo
moderno exterior, o novo
Skoda Superb Break possui
um interior concebido para
proporcionar o melhor
equilíbrio possível entre
Renault Parceria com a Sony cria Twingo em versão musical e limitada
A Renault e a Sony as-
sociaram-se para criar
uma série limitada 100%
dedicada à música e com
um preço acessível: o
Twingo Walkman Limi-
ted Edition.
Na dianteira, este mo-
delo adopta um “look” jo-
vem e desportivo, com o
pára-choques GT e
máscaras negras nos fa-
róis . A identi f icação
“Walkman® Limited Edi-
tion” está colocada na por-
ta da traseira.
Reforçando a sua li-
gação à música, o Twin-
go Wa lk ma n Limited
Edition possui um equi-
pamento áudio especí-
fico que combina um
auto-rádio Sony CD
MP3 4x52W com liga-
ção Bluetooth® e um lei-
A Potência do novo Skoda varia entre os 105 e os 260 cavalos e os motores dispõem de tracção às quatro rodas opcional
espaço, elegância e funcio-
nalidade. A selecção crite-
riosa de materiais de qua-
lidade, bastante agradáveis
ao toque e de controlos er-
gonómicos resulta no exce-
lente conforto e comodida-
tor nómada Walkman®
MP3 áudio/vídeo, que per-
mite escutar a música pre-
ferida, de forma contínua,
dentro e fora do automó-
vel.
O Twingo Walkman Li-
mited Edition está dispo-
nível com o motor 1.2 16V
de a bordo do novo modelo
da Skoda.
O generoso espaço in-
terior para os passageiros,
que já se tornou uma refe-
rência na marca, assume
agora uma nova dimensão
75 cv por um preço de 10
950 euros, com emissões
limitadas a 114g/km.
Com uma edição li-
m itada a 250 0 exem-
plares, o Twingo Walk-
ma n Li m ited Edition
será comercializado em
França, na Bélgica, no
em termos de volumetria
da sua bagageira. Este novo
produto da Skoda dispõe
de uma capacidade desde
633 litros, que pode chegar
até expressivos 1865 litros,
constituindo não apenas
Luxemburgo e em Portu-
gal.
A SÉRIE LIMITADA 100%
DEDICADA Á MUSICA
Nos anos 80, a invenção,
pela Sony, do Walkman,
revolucionou a forma de
ouvir música, ao propor-
cionar a possibilidade de
levar para todo o lado a
música favorita de todos
29
16 | Abril | 2010
teligentes, bem no espíri-
to da Skoda: interior muito
generoso e espaço para as
pernas para os passageiros
dos bancos traseiros sem
rivais nesta categoria, tec-
to de abrir panorâmico de
dois painéis, com a sec-
ção dianteira deslizante e
abertura e fecho eléctrico
do portão traseiro.
Tanto em percursos ur-
banos como nas zonas
mais sinuosas, passando
pela circulação em estra-
da ou auto-estrada, o novo
Superb Break oferece a
mesma agilidade que a já
conhecida berlina Skoda-
Superb que possui a ino-
vadora e original solução
TwinDoor.
Existe um leque de po-
tências entre os 105 e os 260
cv e a transmissão DSG (6
e 7 velocidades) para algu-
um recorde na sua catego- mas versões. Os motores
ria, como também supera a de topo dispõem em opção
volumetria de veículos do de tracção às quatro rodas
segmento superior. para um desempenho ainda
Além da capacidade da mais eficaz em todos os ti-
bagageira, o novo Superb pos de pisos, recorrendo ao
Break propõe soluções in- conhecido sistema Haldex.
nós. Com mais de 300 mi- a 100% ao som e permite
lhões de leitores vendidos escutar as músicas prefe-
em 30 anos, a marca Walk- ridas dentro e fora do au-
man® é uma referência ab- tomóvel.
soluta que se tornou mes- O kit mãos livres Blue-
mo na designação genérica tooth permite gerir as
deste tipo de produtos. A chamadas e as listas te-
marca Walkman foi relan- lefónicas. A porta USB e
çada pela Sony, em 2005, a tomada auxiliar (jack)
para os telemóveis GSM na fachada do rádio per-
Sony Ericsson, e mantém mitem a ligação do leitor
hoje uma grande notorie- Walkman MP3. A função
dade junto dos amantes de Quick-Browser permite
música, de todas as gera- explorar de forma simples
ções. e intuitiva a biblioteca de
O Twingo, dinâmico, músicas do leitor MP3 ou
prático e comunicativo, de uma pen USB.
presta-se naturalmente O Twingo Walkman Li-
a uma relação com a mú- mited Edition tem um pre-
sica. Com o seu sistema ço de 10.950 euros e com
de áudio Sony CD MP3 114 g/km CO2 recebe a as-
Bluetooth, associado a um sinatura e pode ser adqui-
leitor Walkman® MP3, o rido beneficiando do aces-
Twingo Walkman® Li- so ao programa de abate de
mited Edition dedica-se veículos em fim de vida.
30
negócios
Cidade inteligente de Paredes garante
estatuto PIN e arranca com implementação
PlanIT Valley ∑ No maior Projecto de Interesse Nacional (PIN) já foram investidos cerca de 14 milhões de euros
ISABEL CRISTINA COSTA
isabel.costa@grandeportoonline.pt
Afinal, o megaprojecto
PlanIT Valley, a cidade in-
teligente que nascerá em
Paredes, tem pernas para
andar. Tem porque foi ob-
jecto de um reconhecimen-
to PIN - Projecto de Inte-
resse Nacional. Seis meses
depois de ter recebido o
“selo” PIN, o PlanIT Valley
continua a merecer o apoio
da Agência para o Investi-
mento e Comércio Externo
de Portugal (AICEP), caso
contrário, e findo o prazo
legal (no passado dia 14 de
Março), perderia esse es-
tatuto.
“A Comissão de Avalia-
ção e Acompanhamento
dos Projectos de Potencial
Interesse Nacional (CAA-
PIN) analisou os últimos
desenvolvimentos ocorri-
dos e, tendo-os considera-
do globalmente positivos,
manterá um acompanha-
mento atento à evolução
que se prevê para o mesmo
no próximo trimestre”, res-
pondeu a AICEP via email
ao GRANDE PORTO.
Dentro de um mês será
conhecido um dos parcei-
ros do projecto, sendo este
o acto público do PlanIT
Valley, propriedade da “hol-
ding” Living PlanIT, com
sede na Suíça.
“A apresentação será fei-
ta primeiro em Portugal e
depois no Mundo. A par-
tir daqui, continuaremos a
revelar mais nomes. Nes-
ta fase, não posso adiantar
muito mais porque estamos
a falar de empresas cotadas
em bolsa a nível mundial”,
adiantou ao GP o mentor
inglês do projecto, Steve
Lewis (o outro co-fundador
é o empresário português
Miguel Rodrigues, na pá-
gina ao lado).
Para já, o que se sabe do
PlanIT Valley é que con-
A Steve Lewis está com a equipa na Maia, mas “em breve” mudarão para Paredes
ta com parceiros como a
McLaren e a Cisco. E ao fim
de dois anos, os seus funda-
dores passaram de loucos
a visionários. “Demasiado
grande para Portugal”, era o
que mais ouviam no início,
mais a pergunta de praxe:
Porquê Portugal? “Porque
reúne uma combinação de
factores interessantes, tais
como uma localização ge-
ográfica perfeita para quem
trabalha com parceiros na
Europa, na América do
Norte e na Ásia; um ensino
de qualidade; engenheiros
bons e mais baratos do que
os norte-americanos; e pes-
soas colaborativas”.
Steve Lewis tem a cer-
teza de que “este projecto
transformará Portugal e,
dentro de portas, ajudará,
fundamentalmente, a mu-
dar mentalidades”, uma
HERNÂNI PEREIRA
vez que lhe custa ver “na
Imprensa portuguesa uma
tão imagem pessimista”. O
apoio do Governo (PS) e da
Câmara de Paredes (PSD)
“nunca esteve em causa”,
mas o inglês que já traba-
lhou na Microsoft e na IBM
faz questão de frisar que
esta “é uma aventura pri-
vada com um forte impacto
ao nível da criação de em-
prego qualificado”.
16 | Abril | 2010
Steve Lewis: “Não há outro
exemplo como este no Mundo”
O PlanIT Valley passou no teste e ao fim de
seis meses manteve o estatuto PIN. Como é que
a AICEP acolheu inicialmente o projecto?
Só posso confirmar que o projecto ainda é um
PIN. Foram 12 meses a preparar a apresentação à
AICEP, não há outro exemplo como este no Mun-
do. Sempre tivemos o apoio da AICEP e o dr. Basílio
Horta tomou a ideia com muitos riscos e ajudou-nos
a montar o projecto. Vi nele uma genuína vontade de
ajudar. Se demorámos todo este tempo não foi por
causa da burocracia, mas pela complexidade do pro-
jecto. Não sabemos o que é burocracia em Portugal.
É muito difícil encontrar isto noutro país da Europa
ou até nos Estados Unidos, onde a legislação é difícil,
os governos são lentos e não têm o capital humano
que Portugal tem.
Quais são os outros parceiros, além da McLa-
ren e da Cisco?
Dentro de um mês iremos anunciar um dos par-
ceiros e a partir daí outros mais. Não posso adiantar
nomes porque estamos a falar de empresas cotadas
em bolsa a nível mundial.
É essa a explicação para terem estado calados
durante este tempo todo?
Quando fizermos anúncios as pessoas saberão a
realidade que estará por trás. Há muitas empresas
estrangeiras e algumas portuguesas. Neste ponto
somos muito conservadores, não queremos preju-
dicar os negócios.
Não pode revelar nomes, mas pode adiantar
números?
Temos um ‘mix’ de parceiros: 33 por cento dos Es-
tados Unidos, 33 por cento da Europa, sendo cerca
de metade portugueses, e o resto é Ásia.
Tem uma equipa com elementos oriundos de
vários países e vindos de multinacionais. Quan-
to custa uma equipa destas?
Nenhum de nós tem salário, temos acções. Todo
o dinheiro conseguido vai para o projecto. É uma
equipa que quer fazer a diferença.
O que veremos em Paredes no PlanIT Valley
a partir deste ano, uma vez que estão na fase de
implementação do projecto?
Muitas caras sorridentes. E seguramente nem um
McDonald’s (risos). O PlanIT Valley é uma plata-
forma de pesquisa e de conhecimento, nunca estará
concluída, mas num processo evolutivo permanente.
Não posso adiantar muito mais nesta fase.
 16 | Abril | 2010
Miguel Rodrigues: primeiro o Vinci GT
agora a cidade inteligente autosustentada
Empreendedor ∑ Quando chegou ao contacto de Steve Lewis, em 2008, já levava Paredes no radar
ISABEL CRISTINA COSTA
isabel.costa@grandeportoonline.pt
O PlanIT Valley nascerá
em Paredes graças a Miguel
Rodrigues. Foi o empresá-
rio português que chegou
até ao executivo inglês da
Microsoft Steve Lewis. E
depois de muitas viagens a
Londres, decorria o ano de
2008, o projecto começou a
ser desenhado.
“Na verdade, a razão de o
PlanIT Valley estar cá em
Portugal é o Vinci GT (o
primeiro automóvel des-
portivo “made in” Portu-
gal, que é pertença da Re-
trocponcept, empresa de
Miguel Rodrigues). Foi a
partir daqui que comecei
a ter conhecimentos téc-
nicos para poder avançar
para o projecto de mobi-
lidade urbana sustentável
do município do Porto. Foi
este projecto que captou a
atenção da Microsoft Au-
tomotive e da McLaren”,
conta Miguel Rodrigues
ao GRANDE PORTO.
O que está previsto não
são meros carros eléctri-
cos, mas “um conceito de
mobilidade suportado por
uma base de telecomuni-
Aquisição Porto Editora passa a dona de livrarias Bertrand e Círculo de Leitores
Rosália Teixeira está qua-
se a completar 80 anos de
idade, mas continua a tra-
balhar entre nove a dez ho-
ras por dia na Porto Editora.
Tem os dois filhos consigo:
José António e Vasco, sendo
este último o líder da, agora,
maior editora do País.
O rumor já circulava há
alguns dias, até que na pas-
sada terça-feira, e depois de
ter visto o assunto nos jor-
nais, a Porto Editora emi-
tiu um comunicado e ex-
plicava que tinha chegado
a um “acordo de promessa
de compra e venda sobre os
activos do DirectGroup Por-
tugal”.
Com a aquisição das livra-
A Miguel Rodrigues tem-se desdobrado em contactos com potenciais investidores
cações que proporciona
serviços inovadores aos
utilizadores e coloca os ve-
ículos a conversar entre si
e com a própria estrutura
da cidade”.
Foi com este projecto que
Miguel Rodrigues chegou
até Steve Lewis, que já es-
tava a trabalhar no concei-
to de cidades inteligentes
autosustentadas há cinco
anos e à qual juntou a com-
ponente mobilidade levada
A A Porto Editora está também a investir na Bloco Gráfico
rias Bertrand e do Círculo
de Leitores, a Porto Edito-
ra duplicará de tamanho e
será líder no sector.
O negócio com o grupo
por Miguel Rodrigues.
“Quando contactei o Ste-
ve Lewis já levava Paredes
no radar”. Porquê Pare-
des? Porque o autarca Cel-
so Ferreira recebeu “com
grande entusiasmo” o pro-
jecto de Miguel Rodrigues,
que na altura apenas envol-
via os carros eléctricos.
Foi assim que tudo se
proporcionou e hoje, volvi-
dos dois anos, Steve Lewis
e Miguel Rodrigues têm
ANTÓNIO RILO
alemão Bertelsmann englo-
ba ainda as editoras Perga-
minho, Quetzal, Temas &
Debates e ArtePlural Edi-
ções. Segundo a Porto Edi-
HERNÂNI PEREIRA
em mãos a criação de “um
centro de investigação e
desenvolvimento modula-
do, como se fosse uma ci-
dade, onde serão acomo-
dados técnicos altamente
qualificados, por isso faz
sentido pensar num con-
junto de estruturas como
escritórios, habitação, es-
colas, unidades de saúde e
comércio”, entre outras.
E continua: “É um projec-
to extremamente comple-
tora, esta aquisição é “um
passo importante no con-
texto da estratégia de cres-
cimento e desenvolvimento
da sua actividade”.
A concretização do negó-
cio fica apenas dependen-
te do “aval da Autoridade
da Concorrência, entidade
à qual será submetido este
processo nos próximos dias
para devida apreciação”, lê-
se no mesmo comunicado.
O grupo alemão Bertels-
mann emprega 650 pessoas
em Portugal e em 2008 ti-
nha apurado um volume de
negócios consolidado de 70
milhões de euros (menos 2,7
por cento face a 2007).
Relativamente ao Círcu-
xo, envolve uma platafor-
ma de comunicações muito
densa, muito direccionada
para serviços inovadores”.
EXPORTAR TECNOLOGIA
PARA O MUNDO
O empresário Miguel
Rodrigues explica que o
que será desenvolvido no
PlanIT Valley serão “os
avanços tecnológicos e a
possibilidade de integrar
múltiplas soluções de va-
riados players. Temos um
berço (Paredes) onde va-
mos desenvolver soluções
com os nossos parceiros e
que serão posteriormen-
te exportadas para todo o
Mundo”.
A partir daqui, “a nossa
ideia é replicar este tipo de
conceito em países asiáti-
cos e africanos, por exem-
plo”, continua.
O PlanIT Valley está na
fase de implementação e
“em breve” poderá ser vi-
sível o arranque das pri-
meiras obras.
Este será o culminar de
meses de inúmeras ne-
gociações e de um inves-
timento, até à data, da or-
dem dos 14 milhões de
euros. “Esse investimento
lo de Leitores, o número de
sócios tem vindo a cair em
Portugal desde o final de
2006, de 300 mil para 250
mil.
Por seu lado, a Porto Edi-
tora tem vindo a seguir uma
trajectória de crescimento
não só em vendas como
em investimento. Em 2008,
a editora portuense regis-
tou uma facturação de 91,5
milhões de euros (mais 5,5
por cento do que no ano an-
terior). Além das livrarias
Wook, fazem também parte
do universo da família Tei-
xeira a Areal Editores, a Lis-
boa Editora e as subsidiárias
em Angola e Moçambique.
No capítulo dos investi-
NEGÓCIOS 31
foi aplicado no desenvolvi-
mento de documentação,
licenças, auditorias, plata-
formas, em deslocações
e estadias de cerca de mil
pessoas de múltiplas enti-
dades e organizações.
As próprias empresas de
Miguel Rodrigues, a Be-
trevi e a Retroconcept irão
mudar-se da Maia para Pa-
redes e integrar o projecto
PlanIT Valley. O empresá-
rio também criou o Auto
Museu da Maia.
A Living PlanIT conta-
rá já com uma série de par-
ceiros/accionistas nas vá-
rias áreas de negócio: Pla-
nIT Urban Technologies,
PlanIT Mobile, PlanIT In-
novation, PlanIT Produc-
tions, PlanIT People, Pla-
nIT Invest, PlanIT Tra-
ding e PlanIT Life, entre
outras.
No caso do projecto de
mobilidade urbana para a
cidade do Porto, a área em
causa é a PlanIT Mobile,
onde uma equipa de seis
pessoas da Living PlanIT
está a desenvolver a plata-
forma de mobilidade, que
depois poderá ser adoptada
e replicada noutras cidades
do Mundo.
mentos, a Porto Editora está
a duplicar a dimensão da
Bloco Gráfico, na Maia. Tra-
ta-se de um investimento da
ordem dos cinco milhões de
euros que, uma vez conclu-
ído, suportará uma unida-
de com uma nave fabril de
12.700 metros quadrados,
dois edifícios de escritórios,
totalizando 4.400 metros
quadrados, e três armazéns
robotizados com uma área
total de 5.850 metros qua-
drados. Na zona de amplia-
ção da nave fabril existente
será executado um entrepi-
so com cerca de 4.100 me-
tros quadrados, destinado
ao tratamento logístico de
mercadorias. I.C.C.
32 NEGÓCIOS 16 | Abril | 2010

Mercados
MERCADO ACCIONISTA PSI20 TAXAS DE JURO ZONA EURO

Mercados EMPRESA COTAÇÃO

VARIAÇÃO
SEMANAL (%)
VARIAÇÃO
ANUAL (%)
Effective Overnight Index Aver
TAXA
0,337
VARIAÇÃO
SEMANAL (%)
3,69
VARIAÇÃO
ANUAL (%)
-17,81
ALTRI SGPS SA 4,842 0,28 24,13
em subida BANCO BPI SA.- REG SHS 1,992 -0,15 -7,08
Euribor 1 mês
Euribor 2 meses
Euribor 3 meses
0,36938
0,45
0,5825
0,85
0,98
0,32
-10,72
-12,86
-11,07
BANCO COMERCIAL PORTUGUES-R 0,845 0,00 -0,95
Euribor 4 meses 0,69 0,45 -9,36
Os mercados voltaram a BANCO ESPIRITO SANTO-REG 4,11 -0,49 -10,94 Euribor 5 meses 0,78313 0,24 -8,94
subir com a maior parte dos BANCO POPULAR ESPANOL 6,01 0,17 14,37 Euribor 6 meses 0,88875 0,07 -8,67
índices europeus (excluin- Euribor 7 meses 0,94938 -0,20 -7,07
BANCO SANTANDER SA 10,73 2,19 -7,67
Euribor 8 meses 1,00375 -0,06 -6,11
do os da Europa do Sul) a re- BANIF SGPS SA-REG 1,16 -0,87 -8,80 Euribor 9 meses 1,06188 0,59 -4,28
gistarem novos máximos do SPORT LISBOA E BENFICA-FUT S 3,3 7,10 30,20 Euribor 10 meses 1,10688 0,34 -3,39
ano. Os índices norte-ame- Euribor 11 meses 1,14938 0,33 -2,85
BRISA-AUTO-ESTRADAS PORTUGAL6,571 2,82 -8,64 Euribor 12 meses 1,19313 0,42 -2,05
ricanos também se valori-
CIMPOR-CIMENTOS DE PORTUGAL 5,539 -2,22 -15,07 EUR SWAP ANNUAL 2 YR 1,4893 -0,23 -20,82
zaram e o Dow Jones con- EUR SWAP ANNUAL 3 YR 1,836 -1,40 -18,42
COFINA 1,12 -1,77 4,72 PSI20 SEMANAL
seguiu ultrapassar a barrei- EUR SWAP ANNUAL 4 YR 2,16 -0,80 -16,09
ra dos 11.000 pontos, o que já CORTICEIRA AMORIM SA 0,95 2,13 2,13 EUR SWAP ANNUAL 5 YR 2,431 -1,31 -13,96
EUR SWAP ANNUAL 6 YR 2,67 -1,30 -12,39
não acontecia desde Dezem- EDP-ENERGIAS DE PORTUGAL SA 3,035 1,41 -2,99
EUR SWAP ANNUAL 7 YR 2,8733 -1,18 -11,09
bro de 2008. Os dados eco- EDP RENOVAVEIS SA 5,87 -2,39 -11,96 EUR SWAP ANNUAL 8 YR 3,0418 -1,19 -9,65
nómicos favoráveis e um iní- ESPIRITO SANTO FINL GROUP SA 14,8 -0,68 -1,01 EUR SWAP ANNUAL 9 YR 3,182 -1,16 -9,19
cio de época de divulgação EUR SWAP ANNUAL 10 YR 3,3033 -1,19 -8,19
FUTEBOL CLUBE DO PORTO 1,17 -1,74 -14,39
EUR SWAP ANNUAL 15 YR 3,6893 -0,73 -6,96
de resultados do primeiro F.RAMADA INVESTIMENTOS SGPS 0,81 -2,21 -11,54 EUR SWAP ANNUAL 20 YR 3,8178 -0,53 -6,09
trimestre a ser impulsiona- FINIBANCO-HOLDING SGPS SA 1,46 -0,68 -5,23
da por muito bons resultados GALP ENERGIA SGPS SA-B SHRS 13,66 0,41 12,38
por parte do gigante Intel fo- EURIBOR 3 MESES
GLINTT - GLOBAL INTELLIGENT 0,77 0,00 -15,73
ram o mote para o continuar
GRUPO SOARES DA COSTA SGPS 1,12 2,80 -7,56
da subida. O PSI20 também
acompanhou as subidas mas IBERSOL SGPS SA 8,12 1,50 -11,83

está ainda a cerca de 6% dos IMPRESA SGPS 1,64 3,14 -8,38

máximos atingidos em Ja- INAPA 0,61 3,28 -1,56 DÍVIDA PÚBLICA
neiro. JERONIMO MARTINS 7,78 0,37 11,30
10 ANOS COTAÇÃO TAXA ATÉ MATURIDADE DIF. FACE À ALEMANHA
O Euro aliviou dos míni- MARTIFER SGPS SA 2,79 0,73 -17,07
Itália 104,05 3,76 0,66
mos face ao dólar depois de MOTA ENGIL SGPS SA 3,29 2,09 -15,69 Espanha 104,11 3,78 0,68
a União Europeia, em con- NOVABASE SGPS SA 4,45 0,45 0,00 Holanda 106,21 3,22 0,12
junto com o FMI, terem fi- PORTUCEL EMPRESA PRODUTORA 2,089 -1,80 4,85 Grécia 91,53 7,27 4,18
nalizado Portugal 103,84 4,22 1,12
PORTUGAL TELECOM SGPS SA-REG 8,489 2,90 -0,35 EURIBOR 6 MESES
um plano Bélgica 104,98 3,34 0,25
REDES ENERGETICAS NACIONAIS 2,93 -1,45 -2,60 Irlanda 111,01 4,48 1,39
de ajuda à
SEMAPA-SOCIEDADE DE INVESTIM 8,2 2,01 5,27 EUA 98,08 3,87
Grécia em
SONAE 0,913 2,02 4,60 Inglaterra 104,23 3,94
que os pa-
Alemanha 103,24 3,10
íses da Zona Euro irão em- SONAE CAPITAL SGPS SA 0,64 4,92 -22,89
Noruega 105,64 3,76
prestar, a uma taxa próxima SONAE INDUSTRIA SGPS SA/NEW 2,569 0,79 -1,36 Dinamarca 104,90 3,40
dos 5%, 30 mil milhões de SONAECOM SGPS SA 1,61 -0,56 -17,13 Suíça 109,69 1,83
euros e o FMI complemen- SPORTING-SOC DESPORTIVA DE F 1,18 -1,68 -9,30 Suécia 109,07 3,07
tará com um empréstimo TEIXEIRA DUARTE-ENGENHARIA C 1,08 0,93 4,21
de 15 mil milhões de euros. ZON MULTIMEDIA SERVICOS DE T 3,935 0,54 -9,61
CÂMBIOS
A concretização do plano VARIAÇÃO VARIAÇÃO
de ajuda veio dar um novo ÍNDICES MUNDIAIS COTAÇÃO SEMANAL (%) ANUAL (%) TAXAS DAS OTS E BUNDS
EUR / US dólar 1,3653 0,47 -4,66
alento aos investidores, ten-
VARIAÇÃO VARIAÇÃO EUR / Libra Esterlina 0,8828 0,18 -0,47
do também contribuído para COTAÇÃO SEMANAL (%) ANUAL (%) EUR / Yen 127,2900 -0,63 -4,44
as subidas sentidas nos mer- PSI 20 - PORTUGAL 8344,29 0,73 -1,90 EUR / Franco Suíço 1,4362 0,25 -3,19
cados accionistas. O diferen- DAX - ALEMANHA 6278,4 0,67 5,61 EUR / Dólar australiano 1,4601 -0,45 -8,66
4057,7 0,50 3,42 EUR / Dólar de Hong Kong 10,5974 -0,54 -4,57
cial de taxas entre as obri- CAC 40 - FRANÇA
EUR / Forint da Hungria 262,2800 1,60 -3,00
IBEX 35 - ESPANHA 11503,7 0,91 -3,70
gações gregas a 10 anos e as 356,67 -0,06 6,07
EUR / Zloty polaco 3,8601 0,34 -5,86
AEX - HOLANDA EUR / Coroa Norueguesa 7,9899 0,17 -3,62
suas congéneres alemãs caiu DOW JONES - EUA 11123,11 1,12 6,64 EUR / Rand Africa do Sul 9,9668 -1,59 -5,82
mas, curiosamente, no final S&P 500 - EUA 1210,65 1,43 8,64 EUR / Real do Brasil 2,3828 0,80 -4,67
da semana voltaram a subir NASDAQ COMPOSITE - EUA 2504,86 2,38 10,72 EUR / Dólar da Nova Zelândia 1,9107 -1,05 -3,53
NIKKEI 225 - JAPÃO 11204,9 0,62 6,90 EUR / Lira Turca 2,0138 0,67 -6,19
e a quebrar novamente a bar- OT 10 anos
BOVESPA - BRASIL 71034,8516 -0,66 3,44 EUR / Coroa Dinamarquesa 7,4427 0,00 0,06
reira dos 4%. Para isto con- EUR / Dólar Canadiano 1,3634 -0,07 -9,62 Bunds 10 anos
tribuíram os comentários de EUR / Coroa Sueca 9,7170 0,23 -5,24
investidores como George MERCADORIAS
Soros e a PIMCO (maior ges- VARIAÇÃO VARIAÇÃO DADOS E PREVISÕES MACROECONÓMICAS
tora mundial de fundos de COTAÇÃO SEMANAL (%) ANUAL (%) PIB PRODUÇÃO INDUSTRIAL ESTIMATIVA DE INFLAÇÃO TAXA DE DESEMPREGO
obrigações) que afirmaram Petróleo 85,84 1,30 8,39
último * 2010 e 2011 e Var % * Mês 2010 e * Taxa Mês
Ouro 1159,60 -0,46 5,50
que ainda era muito cedo Prata 18,42 0,43 9,56 Zona Euro -2,1% (4º Trim) 1,20% 1,40% 1,40% Janeiro 1,20% 9,90% Janeiro
para entrar no mercado de Platina 1734,20 0,04 18,36 Alemanha -2,4% (4º Trim) 1,60% 1,50% 1,70% Fevereiro 0,90% 8,20% Fevereiro
Paladio 548,00 6,60 33,91
dívida grega. Os mercados Cobre 361,05 0,14 8,04 Portugal -0,8% (4º Trim) 0,60% Janeiro 10,10% Dezembro
parecem acreditar que este Zinco 2427,25 1,96 -4,02 Espanha -3,1% (4º Trim) -0,30% 1,00% -4,60% Janeiro 1,40% 18,80% Janeiro
Alumnínio 2293,25 - -
plano de ajuda não irá ser Cacau 2890,00 0,21 -12,98
EUA 0,1% (4º Trim) 3,10% 2,90% 1,70% Fevereiro 2,20% 9,70% Fevereiro
suficiente para restaurar a Açúcar 17,53 4,94 -36,18 Japão -1% (4º Trim) 1,70% 1,60% 18,50% Janeiro -0,90% 4,90% Janeiro
credibilidade da moeda úni- Café 131,85 -0,72 -3,09 China 10,7% (4º Trim) 9,60% 8,10% 12,80% Fevereiro 3,50% 9,60% 2009
Milho 358,00 3,25 -13,87 India 6% (3º Trim) 7,70% 8,00% 16,70% Janeiro 10,70% 10,70% 2009
ca europeia. Trigo 474,75 1,56 -12,65
algodão 79,50 1,61 4,93 Brasil 4,3% (4º Trim) 5,00% 4,50% 16,00% Janeiro 4,70% 7,20% Janeiro
sexta-feira 16 Abril de 2010
Diogo Machado
Presidente da Mesa da JP Porto
“Os profissionais
dos estágios”
Terminou no dia 9 o prazo de candida-
tura ao Programa de Estágios Profissio-
nais na Administração Central (PEPAC)
garbosamente anunciado pelo Primeiro-
Ministro. São 5 mil estágios de 12 meses
nas mais variadas áreas que foram alvo de
25 mil (!) candidaturas de jovens licencia-
dos à procura do primeiro emprego, de-
sempregados à procura de novo emprego
ou jovens à procura de emprego corres-
pondente à sua área de formação e nível
de qualificação. Considerando que o Go-
verno criou estes estágios por ter conhe-
cimento do número arrepiante de jovens
licenciados desempregados e consideran-
do a quantidade de jovens que se candida-
taram, é tempo do Governo se deixar de
marketing e de anúncios pomposos e pro-
curar uma solução permanente e de fun-
do para este problema. Dar condições à
iniciativa privada, revitalizar a economia
e encerrar os cursos e as universidades
que não oferecem garantias de qualidade
são medidas prioritárias.
Sob pena de - cada vez mais - existirem
três categorias de jovens licenciados: os
desempregados, os emigrantes e os pro-
fissionais dos estágios.
“Tudo ao virar da
esquina”
Sempre ouvi muitos portuenses a di-
zer que “a cidade tem pouca vida”, que
“não se faz nada no Porto” e “o que é
que se faz hoje à noite?” Entristecia-me
ouvir estas frases suspiradas e fiquei ra-
diante com o lançamento da “Time Out
Porto”. Já célebre na sua edição lisboeta,
auto-intitula-se como “a revista que diz
tudo sobre a cidade” e brinda-nos na sua
edição nº1 (Abril de 2010) com o artigo
de capa “101 coisas para fazer no Porto –
um roteiro imperdível para explorar os
melhores restaurantes, lojas, passeios
e segredos da cidade”. De um recanto
do Jardim de Serralves, a um concerto
na Casa da Música ou um passeio até
ao topo da Serra do Pilar, até ao local
certo para comprar um vinil, para dan-
çar toda a noite ou até para ouvir mú-
sica num rádio da II Guerra Mundial,
não faltam sugestões interessantes e
surpreendentes. Estou certo de que os
felizardos que possuem a esgotadíssi-
ma edição nº1 vão (re)descobrir a vida,
o charme e a elegante imperfeição do
Porto, enquanto saboreiam melhor as
suas próprias vidas..
Tiago Barbosa Ribeiro
Presidente JS Porto
Passos perdidos
O PSD realizou no passado fim-
de-semana em Carcavelos o seu
trigésimo terceiro congresso para
ritualizar a liderança de Pedro Pas-
sos Coelho e ensaiar a “unidade”
para o País. Mas depois de uma
campanha em que se substituiu
a discussão de propostas pelo de-
bate sobre personalidades, como
é aliás habitual no PSD, este con-
gresso não trouxe nenhuma ideia
para o país.
Com efeito, o quinto presidente
do PSD desde que José Sócrates as-
sumiu as funções de secretário-ge-
ral do PS, não parece indicar gran-
des soluções para inverter o longo
estado de anemia em que se encon-
tra o PSD. Porque o problema está
mesmo no partido.
Criado como uma originalida-
de histórica da democracia portu-
guesa, o PSD surgiu no espaço de
uma “social-democracia” que nun-
ca reconheceu o PSD, identifican-
do obviamente o PS como o único
partido da social-democracia e do
socialismo democrático em Por-
tugal. Desde então, e em particu-
lar nos últimos anos, tem vindo a
acentuar-se a degradação ideológi-
ca do PSD, resultado da sua indefi-
nição estrutural.
Pedro Passos Coelho já iniciou
esse percurso de elasticidade pro-
gramática. Defende os soundbytes
da moda liberal e quer “desparti-
darizar, desestatizar e desgoverna-
mentalizar”, independentemente
do que isso signifique. Com o mes-
mo vigor e ligeireza com que de-
fendia a privatização da CGD du-
rante a primeira campanha para o
PSD, defende agora a privatização
da RTP e da RDP. Quer fazer do
subsídio de desemprego um ins-
trumento caritativo e não um di-
reito dos cidadãos. Quer “retirar o
Estado das empresas”, ao mesmo
tempo que promove apoios para
“determinadas empresas exporta-
doras”. Como sempre no PSD, quer
tudo e o seu inverso.
Pela amostra, e seguindo a tra-
dição do partido, os portugueses
podem começar a aguardar pelo
próximo líder que tenha propos-
tas minimamente perceptíveis e
que seja capaz de articular um pro-
grama coerente, sem contradições
nem demagogias. Enquanto isso, e
dando resposta às verdadeiras pre-
ocupações do País, o PS governa.
Carlos Ramos
Comissão Regional do Porto da JCP
Direitos de Abril
para todos
Todos pelos
direitos de Abril
Aprox i m a ndo -nos da s co -
memorações do 36º aniversá-
rio da Revolução de Abril, neces-
sário é fazer-se, mais uma vez,
uma avaliação crítica da realidade.
Abril abriu portas à liberdade e
consagrou conquistas notáveis
principalmente nos planos econó-
mico e social que foram expres-
são prática de lutas geracionais.
A Constituição da República de 1976,
apesar das suas revisões, é o garante
de direitos como o acesso à escola pú-
blica, à justiça ou à saúde para todos e
permanece, ainda assim, como um dos
textos mais progressistas dos países.
Hoje, assistimos a uma ofensi-
va, fruto das políticas dos suces-
sivos governos de direita que põe
em cheque estas conquistas histó-
ricas. Contudo, o povo e a juventu-
de têm dado respostas à altura, na
rua, na luta pelos seus direitos por-
que “DIREITOS CONQUISTADOS
NÃO PODEM SER ROUBADOS!”.
Direitos constitucionais, herança de
Abril, são todos os dias negligenciados
e o acesso a eles é cada vez mais nega-
do, sobretudo à classe trabalhadora.
Tem se ouvido ainda recentemente,
por parte das forças do sistema, as
mesmas forças que juraram cumprir
a Constituição, mas que nunca o fize-
ram, a necessidade de revisão e altera-
ção da Constituição: mais uma tentati-
va de ataque aos direitos consagrados
dos portugueses. Esta falsa necessida-
de, apresentada na Comunicação So-
cial de forma errada e subtil contribui
para gerar, na chamada “opinião pú-
blica” a ideia que “alguns ajustes no
texto precisos, fruto da natural evo-
lução da sociedade”, quando, naver-
dade, encobre, mais uma vez, uma
nova investida do grande capital e a
subserviência do Estado ao mesmo.
É necessário reavivar o ideal que le-
vou o povo às ruas em Abril e for-
talecer a resposta a estes ataques.
Ao invés de justificar a necessidade
da alteração da Constituição pelo seu
incumprimento por parte dos Go-
vernos, porque não começar a cum-
pri-la, justificando a sus actualidade?
Os interesses dos grandes grupos
económicos não se sobreporão aos
do povo! Só a luta é o caminho!
fórum jovem 33
Ricardo Sá Ferreira
Bloco de Esquerda
A Educação
não é mercadoria!
Foi com estas palavras de or-
dem que ecoaram pelas ruas de
Madrid.
Esta segunda-feira, quarto mil
estudantes, entre quais uma de-
legação de Jovens do Bloco de Es-
querda, receberam os ministros
da Educação da União Europeia
para demonstrar o descontenta-
mento e o desacordo total com o
actual Espaço Europeu de Edu-
cação Superior (EEES). Desde a
semana passada, os estudantes
da faculdade de Filosofia e Filolo-
gia da Universidade Complutense
de Madrid recebem participantes
vindo dos quarto cantos da Euro-
pa que se opõem a “qualquer pro-
cesso de mercantilização da uni-
versidade”.
Os milhares de estudantes que
de uniram nas ruas de Madrid
receberam os ministros da Edu-
cação com uma manifestação
contra o processo de Bolonha e
contra a privatização das univer-
sidades.
Afinal, não são só os estudan-
tes portugueses que exigem uma
universidade pública, gratuita e
de qualidade.
A Bolsa e a crise
Os últimos anos têm sido as-
sombrados pela neblina da crise
financeira internacional. Em Por-
tugal a crise obriga os portugue-
ses a apertar o cinto, os estudantes
vêm as bolsas a definharem-se e
a instabilidade laboral por via da
precariedade aumenta e o desem-
prego atinge recordes históricos.
Contudo, parece que a crise não
atingiu a bolsa que distribui 2,3
mil milhões em dividendos. Por
outras palavras, mais de metade
dos lucros de 2009 das empresas
cotadas na Bolsa de Lisboa serão
distribuídos em dividendos aos
accionistas. Sem grande espanto,
as famílias Mello e Espírito Santo
serão as mais beneficiadas, logo a
seguir ao Estado. Os Espírito San-
to irão arrecadar 65,3 milhões. Já
os Mello aproveitam as receitas
das auto-estradas da Brisa e da
participação na EDP.
A crise não é para todos. É só
para aqueles que menos tem.
João Paulo Meireles
Presidente da JSD Porto
Qualific@-te
Ontem, na Exponor, abriu portas a
feira Qualific@ em moldes semelhan-
tes àqueles em que esta mostra tem de-
corrido nos diversos anos anteriores.
Trata-se de uma feira de Juventude,
de Emprego, de Educação e de Forma-
ção, onde podemos encontrar as repre-
sentações da Marinha, Força Aérea e
Exército, onde estão presentes esco-
las secundárias com cursos científico-
tecnológicos, bem como instituições
do Ensino Superior, sem esquecer as
organizações de juventude nas suas
mais diversas índoles.
A JSD não deixará de ter o seu stand,
dando-se a conhecer, contando a sua
história e afirmando o que defende. Fi-
caremos a aguardar a sua visita, a esta
exposição, que está aberta das 10 às 19 e
que durará até domingo, dia 18.
Carlos Soares Moreira
Vice-Presidente da JSD Porto
Os Jovens
e a política
A Associação de Estudantes da Facul-
dade de Economia do Porto realizou na
passada semana uma conferência-debate
com as principais juventudes partidárias.
Estiveram presentes representantes da
JSD, JS, JP, JCP e do BE (que por razões de
“igualdade” entre as várias idades, opta
por não ter movimento de juventude).
Tive a oportunidade de assistir a um
debate rico em ideias e divergências, tan-
to entre partidos como entres “facções”
(os “maus” da direita divergem entre si
tal como acontece com os “maus” es-
querda).
Nas quatro horas de duração do pai-
nel, pude notar que a plateia, na sua
maioria jovens apartidários, esteve bas-
tante motivada com inúmeras questões
dirigidas às diferentes juventudes.
Os jovens interessam-se por política. E
cabe a nós, “jotas”, levarmos a política aos
jovens, primando pela política externa e
não intra-partidária, defendendo as ban-
deiras da juventude portuguesa.
34 ACTUAL 16 | Abril | 2010

cultura
Teatro Helena Sá e Costa celebra
dez anos com reforço de programação
Reivindicação ∑ Equipamento cultural necessita de mais meios técnicos, humanos e financeiros
AIDA SOFIA LIMA
aida.lima@grandeportoonline.pt
No dia 19 de Abril, o Te-
atro Helena Sá e Costa
(THSC), do Porto, recebe
a estreia mundial do con-
certo “Tuba’n’Saxes Com-
pany”, espectáculo com
Sérgio Carolino, um dos
tubistas portugueses mais
conceituados do panora-
ma internacional, e que as-
sinala os dez anos do tea-
tro-escola da ESMAE (Es-
cola Superior de Música,
Artes e Espectáculo).
No entanto, as comemo-
rações de uma década de
existência não se cingem
à data assinalada, pelo que
a direcção do THSC de-
cidiu reforçar toda a pro-
gramação para 2010, como
explicou ao GR ANDE
PORTO Luísa Moreira,
responsável pelo teatro:
“Estamos a encarar a co-
memoração dos dez anos
não apenas como o dia 19
de Abril, mas todo o ano
de programação para que
possa ser uma mostra mais
forte daquilo que a escola
faz e daquilo que os gru-
pos de fora possam con-
seguir atingir em termos
de público. Estamos a fa-
zer um reforço da progra-
Concurso “É urgente criar mais oportunidades para os cantores líricos”
Com cada vez mais jo-
vens dedicados ao canto
lírico, Portugal ainda não
oferece condições para que
estes possam progredir na
carreira, como adiantou ao
GRANDE PORTO Cecí-
lia Sequeira, directora do
Teatro Helena Sá e Costa
(THSC), do Porto: “É ur-
gente criar mais oportu-
nidades para os cantores
líricos se apresentarem em
salas nacionais, que estão
fechadas a isto. E depois ao
A O Teatro Helena Sá e Costa foi palco de uma meia-final do 4º Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa
mação para medir o pulso
à cidade e meio artístico
e perceber até que ponto
há uma reciprocidade en-
tre o que podemos ofere-
cer e o que as pessoas pro-
curam”.
Sem querer destacar es-
pectáculos e sublinhando
grande espectáculo ópe-
ra, mas aí tem que haver
grande apoio. É inadmis-
sível que haja apenas um
local em Portugal onde se
faça ópera de uma forma
estruturada, o Teatro Na-
cional de São Carlos, em
Lisboa”.
Cecília Sequeira acres-
centou ainda que a ópera
em Portugal só existe no
São Carlos, havendo um
grande trabalho a desen-
volver, mas que as escolas
que as opções são realiza-
das com igualdade de cri-
térios, Luísa Moreira lem-
brou que, pela primeira
vez, o THSC irá consagrar
parte da sua programação
anual às artes da imagem,
uma vez que “a escola tem
um curso dedicado a este
começam agora a impul-
sionar. “Vamos recebendo
óperas itinerantes estran-
geiras que vêm a custos
baixos, mas era necessário
organizar o canto, até por-
que há público para este
tipo de espectáculos. As
salas estão sempre cheias”,
sublinhou.
A directora do THSC fa-
lou à margem de uma das
semifinais do 4º Concur-
so de Canto Lírico da Fun-
dação Rotária Portugue-
sector artístico e o teatro
é palco da escola”. Durante
2010, companhias interna-
cionais visitarão o THSC.
Em Maio, a companhia de
dança Aura, da Lituânia,
apresentará o seu mais re-
cente trabalho. O FITEI
será apresentado no tea-
sa, que decorreu na passa-
da quarta-feira no teatro
portuense. O concurso,
como explicou, nasceu
com o objectivo de apoiar
o canto lírico em Portugal,
uma área “pouco trabalha-
da e marginalizada”. Ce-
cília Sequeira sublinhou
ainda que o evento poderá
ser uma das melhores for-
mas de apoiar o trabalho
dos jovens cantores para
que estes possam evoluir
e levar o canto lírico mui-
ANTÓNIO RILO
tro, com um espectáculo
canadiano e o Teatro de
Garagem, de Lisboa, que
há uns anos deixou de vir
ao Porto, regressa agora
ao Helena Sá e Costa. Para
Novembro está agendado
o festival Real Imaginado,
entre outros eventos.
to mais longe do que tem
acontecido até agora: “O
que pretendemos é que
tenham oportunidade de
prosseguir na carreira,
que se consigam formar e
fazer carreira e que não es-
tejam escondidos nos con-
servatórios”.
Novidade desta edição
é a internacionalização do
concurso, com participa-
ção de países como Ale-
manha, Brasil, Espanha,
Bélgica e Itália.
35
16 | Abril | 2010
Parte da pro-
gramação anu-
al do teatro será
dedicada pela pri-
meir vez às artes
da imagem
“FALTA APOIO DIRECTO
DO MC”
Mais meios técnicos,
humanos e financeiros
são prioridade do THSC.
No entanto, como refere
Luísa Moreira, no contex-
to nacional actual a tare-
fa não é fácil: “A cultura,
no seu todo, precisaria de
mais investimento da par-
te do Estado e mais inves-
timento privado através de
uma lei do mecenato que
servisse melhor a cultu-
ra. Quanto ao THSC, te-
mos apoio do Instituto
Politécnico do Porto, que
tutela a ESMAE, mas fal-
ta-nos o apoio directo do
Ministério da Cultura, que
não existe”.
Para a responsável, se
se verificassem as con-
dições apontadas pode-
riam ser introduzidas me-
lhorias significativas no
THSC.
I nê s Morei ra , João
Filipe Ferreira, Cristiana
Oliveira e Carla Bernar-
dino são os quatro canto-
res escolhidos do Porto
que no dia 19 de Abril
se irão juntar a mais qua-
tro participantes de Lis-
boa e um dos Açores para
disputar a final no Teatro
Municipal São Luiz, em
Lisboa. No dia 16 de Maio
decorrerá a final interna-
cional no Teatro de São
Carlos.
36 CULTURA 16 | Abril | 2010

| CRÍTICA CULTURAL |

Deserto “Grandes escritores de

cultural Invicta
HELENA A.M. PEREIRA | Gestora cultural
viagem não andam de avião”
Na última edição do GRANDE PORTO citava- Matosinhos ∑ Literatura em Viagem decorre até ao próximo dia 20
se uma afirmação de Rui Rio, a propósito dos cinco
DR
anos de existência da Casa da Música. O presiden- PATRÍCIA PEREIRA
te da câmara considera que a instituição “granjeou
prestígio” mas afirma que a programação deve ser A partida, a chegada e o
ajustada de forma a estar “mais próxima do cidadão gosto pela escrita em via-
comum, que a acha demasiado elitista”. Rui Rio tem gem são alguns dos moti-
direito à sua opinião tal como eu e qualquer cidadão vos que reúnem escritores
comum temos direito à nossa. Por isso não posso dos mais variados pontos
deixar de manifestar o meu desagrado com a falta de do mundo, num encontro
visão estratégica e actualizada, em termos de políti- que é classificado como
cas culturais, por parte do autarca da segunda maior um dos mais importantes
cidade do País. da literatura em viagem.
Uma instituição cultural deve pautar-se por ter “Os grandes escritores não
uma programação exigente e criteriosa, de acordo viajam de avião, a viagem
com a missão e objectivos que pautam a sua gestão. de comboio faz com que o
Mais ainda: a cultura não tem como objectivo en- escritor, ao passar para o
treter. A cultura deve ser encarada como factor de papel o que lhe vai aconte-
desenvolvimento sustentável dos territórios; como cendo, nos dê a conhecer,
veículo privilegiado para a educação dos cidadãos com mais emoção, o des-
(comuns ou incomuns) e como característica e iden- tino”, conta ao GRANDE
tidade de um povo. PORTO Fernando Rocha,
Quando li tais palavras não consegui evitar lem- vereador da cultura da Câ- A Robert Fisk é o convidado de honra desta edição
brar-me de uma expressão utilizada por Luís de St- marade Matosinhos, no
tau Monteiro (1926-1993) em “Felizmente Há Luar!” momento em que caracte- relli e muitos outros escri- A edição de 2009 conso- e promovido pela Câma-
(1961): “A sabedoria é mais perigosa que a ignorância.” riza o destino como o mo- tores que se reúnem em lidou-se como grande mo- ra conta ainda com deba-
Nesta obra, sob influência de Brecht, o dramaturgo, tivo. torno do lema do festival: mento de afirmação do fes- tes em torno de temáticas
recuperando acontecimentos do Antigo Regime, Oriundo da vontade de “ Mais importante do que tival onde estiveram pre- como “As Viagens são os
procura denunciar a forte repressão que o País viveu celebrar a vocação maríti- a viagem é o destino”. Fer- sentes grandes nomes da Viajantes”, “Viajar para se
durante o Estado Novo. O TEP (Teatro Experimental ma e a história de cidade nando Rocha revela ainda literatura e, como afirma o Conhecer”,”O Sonho de
do Porto) traz, com frequência, esta obra aos palcos como um ponto de partida que nesta edição a aposta é vereador da cultura, “ este África”, entre outras, lan-
de… Vila Nova de Gaia. Pois é, desde 1999 que a mais de emigrantes e descobri- na diversificação da progra- ano, pelos contactos que çamentos de livros, peças
antiga companhia portuguesa de teatro em funciona- dores, o Literatura em Via- mação e numa “abordagem já tivemos e pelo interesse de teatro, cinema e exposi-
mento, migrou para a outra margem por falta de con- gem (LEV), que faz parte de mais alargada deste género demonstrado pelo público, ções de fotografia.
dições e apoios.. O TEP estreou a sua primeira peça um conjunto de iniciativas literário” como as viagens acredito que vamos conse- A decorrer a partir de
em 1953 e teve como primeiro director artístico An- para projectar a Biblioteca improváveis aos sítios mais guir superar o anterior, vis- amanha e até 20 de Abril,
tónio Pedro (1909-1966). Em colaboração com van- Municipal de Matosinhos, primitivos e a literatura de to que o LEV já é mais co- o LEV encerra com o tema
guardistas das artes plásticas, da música, do cinema, conta este ano com nomes guerra, tema em debate na nhecido”. Com o objectivo “ toda a realidade é um de-
da literatura e do pensamento, proporcionaram uma prestigiados como Robert 1º mesa do LEV, onde esta- de incentivar o hábito de sejo de viagem” e promete
revolução estética, introduzindo a encenação moder- Fisk, Mimmo Càndito, Cân- rão presentes o jornalista e leitura “que cada vez mais a partida para um destino
na e mudando o modo de fazer teatro em Portugal. dida Pinto, Guillermo Mar- autor Robert Fisk, o italiano faz parte da vida dos portu- de emoções, num festival
A programação da Casa da Música não é elitista e a tínez, Carlos Vale, Hubert Mimmo Càndito e a jorna- gueses”, o encontro organi- onde a literatura e a viagem
comprová-lo estão os números, nomeadamente os que Haddad, Lourenço Muta- lista Cândida Pinto. zado por Francisco Guedes se encontram.
traduzem a “lotação esgotada” em grande parte dos
espectáculos. A Casa da Música veio ainda colmatar
algumas consequências da concessão do Teatro Mu-
nicipal Rivoli a Filipe La Féria. A cidade continua a
poder oferecer bons espectáculos de Jazz, que tradi- Felgueiras Novo volume de Leonardo Coimbra
cionalmente passavam pelo grande auditório do Rivo-
li. Mas com os musicais de La Féria a tempo inteiro, a A Imprensa Nacional Casa “Jesus”, de 1923, “Guerra Jun- lação da ciência e da filoso- constitui ainda o encerra-
Invicta saiu da rota de espectáculos de dança contem- da Moeda (INCM) e o Cen- queiro”, também de 1923, e fia, Cristo como ideal de be- mento da obra crítica, “elabo-
porânea e esta é uma realidade sobre a qual ainda não tro Regional do Porto da “A Razão Experimental”, do leza, o mistério, a tolerância rada com grande rigor cien-
se reflectiu e que está para além do âmbito da Casa da Universidade Católica vão mesmo ano. ou a saudade”, acrescenta a tífico, iniciada há anos, com
Música. Uma cidade que quer competir internacional- apresentar, amanhã, dia 17, “Este quinto volume en- fonte. o objectivo de se aprofundar
mente tem de oferecer uma rede vasta de espectáculos em Felgueiras, o quinto vo- globa temas variados como O Centro Regional do Por- o estudo sobre a vida e a obra
de vanguarda e de qualidade. lume das “Obras Completas” a democracia, o livre pensa- to da Universidade Católica desta destacada figura da fi-
O Porto, onde nasceu o cinema português e donde do filósofo local Leonardo mento, a pena de morte, a re- assumiu a responsabilida- losofia contemporânea”.
é natural Manoel de Oliveira, quase não tem cinemas Coimbra. de científica deste trabalho, Leonardo Coimbra é na-
e já se justificava a criação de um Museu ou Casa do Segundo um comunicado através de Ângelo Alves. tural da freguesia de Bor-
Cinema. Sobre este deserto cultural Invicta e sobre da câmara, o quinto volume O seu prefácio foi escrito ba de Godim, concelho de
o papel nulo e inactivo da edilidade muito mais ha- reporta-se aos anos de vida por Alfredo Dinis, director Felgueiras. Nasceu a 30 de
via a escrever. Em suma, a cidade parece não amar os de Leonardo Coimbra entre Este quinto volume da Faculdade de Filosofia de Dezembro de 1883 e dedicou
seus artistas, os seus criadores e as suas instituições. 1922 e 1923, contendo cerca reporta-se Braga da Universidade Ca- a sua vida à filosofia, política
É caso para dizer “Felizmente há Luar!”. de meia centena de artigos tólica. e ensino. É uma das figuras
Consuma Cultura! dispersos e obras como “Do aos anos de vida Os promotores da publica- proeminentes do século XX
Amor e da Morte”, de 1922, entre 1922 e 1923 ção sublinham que essa “não português.
 16 | Abril | 2010
Mão Morta regressam com novo disco
contra o “cansaço narcotizado”
Lançamento ∑ ”Pesadelo em Peluche” é lançado no dia 19 e marca os 25 anos da banda de Adolfo Luxúria Canibal
PEDRO JOSÉ BARROS
pedro.barros@grandeportoonline.pt
Despertador num quo-
tidiano onde o esforço fí-
sico e o pensamento estão
“praticamente ausentes”.
Onde as informações nos
chegam de uma forma
“tecnológica, massificada
e definitiva”. Onde a ade-
são ao que quer que seja
não se faz de forma racio-
nal, mas quase “clubísti-
ca”, sem lastro cognitivo.
Onde paira o adormeci-
mento, o “cansaço narco-
tizado”. O novo disco dos
Mão Morta, “Pesadelo em
Peluche”, editado a 19 de
Abril, será uma espécie de
“turn off” da anestesia di-
gital, botão de ligação ao
raciocínio.
O disco parte do livro
“A Feira de Atrocidades”,
de J. G. Ballard, e da ques-
tão aí levantada da “nova
percepção do real que o
panorama mediático e
cultural instituído pela
moderna comunicação
de massas induz no indi-
víduo”. O vocalista Adolfo
Luxúria Canibal explica
ao GRANDE PORTO que
a obra não faz afirmações
definitivas. A sua escrita
“muito experimental”, fei-
ta de parágrafos aparen-
temente desunidos, tor-
Livro Convento de San Payo explicado às crianças
“S. Paio do Monte” é o tí-
tulo do novo livro de Teresa
Saavedra, com ilustrações
de Pedro Sousa Pereira. Es-
crita para crianças, a obra
conta a história da fundação
do Convento de San Payo,
em Vila Nova de Cerveira.
A apresentação do livro
terá lugar amanhã, pelas 16
horas, no convento, e inclui
uma sessão de autógrafos.
O convite a Teresa Saa-
vedra para redigir a histó-
ria partiu da área educativa
da Associação Cultural
Convento de S. Paio, tendo
na-o adverso à hermética
e aberto a “novas vias de
pensamento”. Tal como
a gasolina que faz mover
a banda: “Os Mão Morta
nunca vieram apresentar
slogans fechados. Sempre
quiseram pôr questões em
cima da mesa”.
Neste registo questio-
nam-se os constrangi-
mentos impostos “pela
tecnologia e pela cultu-
ra e linguagem de mas-
sas”. Reflecte-se sobre a
“psicose” materializada
no público, partilham-se
ideias com quem os qui-
ser acompanhar “nesse
desafio sempre interes-
sante de pensar o mun-
do”. É um disco concep-
tual, embora mais ligei-
ro do que o registo “Há já
muito tempo que nesta la-
trina o ar se tornou irres-
pirável”: há margem para
baralhar a sequência de
canções sem comprome-
ter o sentido do todo.
O primeiro single, “No-
velos da Paixão”, parte de
um “riff blues típico” e
mergulha liricamente na
paixão por uma imagem
televisiva, num contexto
de “alienação em relação
ao real provocada pelas
novas tecnologias”.
No capítulo musical, os
Mão Morta tentam aqui
como objectivo, como expli-
cou a escritora ao GRANDE
PORTO, “ligar o convento
às crianças da freguesia, en-
sinando a sua história”.
“S. Paio do Monte”, consi-
derado “um lindo livro e um
objecto estético” por Tere-
sa Saavedra, relata a histó-
ria do convento que foi fun-
dado em 1292, por Frei Gon-
çalo Marinho, que pertencia
à Ordem dos Franciscanos
Observadores. “No início
eram cabanas de arbustos
construídas pelos francis-
canos, mas foi mudando e
“envenenar de forma sub-
til o esqueleto” das estru-
turas musicais das últi-
mas décadas. Dar-lhes
“a volta”. Recuperam al-
guns “clichés do rock”,
mas subvertem-nos para
demonstrar o “imaginário
massificado em que nos
movemos”: das “imagens
choque de guerras, aciden-
tes, crimes ou catástrofes
naturais que enchem os
noticiários televisivos, aos
paradigmas produzidos
pela publicidade na per-
manente exaltação de ob-
jectos quotidianos como
o champô, o automóvel,
os destinos de férias ou os
gadgets tecnológicos, aos
mexericos emocionais da
vida privada de vedetas
televisivas”.
25 ANOS DE CARREIRA
APAIXONADA
O álbum de 12 faixas
conta com a colabora-
ção de Fernando Ribeiro,
vocalista dos Moonspell,
no tema “Como um Vam-
piro”. “A música pedia a
voz dele, caía ali linda-
mente e o resultado está
óptimo”, comenta Adolfo
Luxúria Canibal.
Os Mão Morta estão
a comemorar 25 anos de
carreira. “Não temos ne-
cessidade de sobrevivên-
hoje, apesar de alguns vestí-
gios do século XVI, a estru-
tura data do século XVIII”,
explicou a autora.
Teresa Saavedra tem já
um novo projecto e ainda
este ano a editora Civiliza-
ção irá lançar o seu mais re-
cente livro de contos. “É um
seguimento do meu “Contos
que o Vento Soprou”, tam-
bém muito ligado à terra e à
preservação da natureza”.
Teresa Saavedra, natural
do Porto e formada em Es-
cultura pela ESBAP, é auto-
ra de diversos livros. Com
CULTURA 37
DR
A O novo trabalho dos Mão Morta será uma espécie de “turn off da anestesia digital”
cia para fazer discos. Fa-
zemos concertos porque
temos vontade, gozo, pai-
xão e isso une-nos. Não
temos atritos de ego, de
falta de direcção ou de sa-
ber qual é o melhor cami-
nho para ganhar dinheiro.
Fazemos apenas o que nos
apetece. Isso sana muitos
conflitos e permite que as
pessoas façam o que têm
a fazer por pura paixão”,
reflecte.
A apresentação oficial
de “Pesadelo em Peluche”
está marcada para 29 de
Abril, no Coliseu dos Re-
creios, em Lisboa, um con-
certo que se antevê “mui-
to especial” e com uma
produção “marcante”.
“Memórias das Doze Casas”
recebeu o prémio para Cró-
nica da Associação Portu-
guesa dos Escritores. Tem
vários textos publicados em
colectâneas e revistas.
Pedro Sousa Pereira, autor
das ilustrações de “S. Paio
do Monte”, é, actualmente,
chefe de redacção da Agên-
cia Lusa. Com diversos tra-
balhos publicados, ilustrou
edições com o “Mensagem”,
de Fernando Pessoa, “Livro
de Cesário Verde” e “Só”,
de António Nobre. AIDA SOFIA
LIMA
38 DESTAQUES ROTEIRO
AS
NOSSAS
SUGESTÕES
LIVRO
Antes que
anoiteça
Reinaldo Arenas
Numa altura em que
as greves de fome
em Cuba contra o
regime de Castro
são notícia, nada como ler
a brutal autobiografia de
Reinaldo Arenas, um dissi-
dente do regime, perseguido
e violentado nas prisões da
ilha. Escritor e homossexual
assumido, Arenas dedicou
parte substancial da sua
vida, até morrer vítima de
sida, à denúncia dos crimes
perpretados em Cuba contra
aqueles que se atreviam a
pensar de forma diferente.
Um relato sem concessões.
DISCO
American VI: Ain’t
no grave
Johnny Cash
O génio de Johnny
Cash continua por aí,
agora com um disco
póstumo, American VI: Ain’t
no grave. O disco faz parte
da série “American Recor-
dings”, que se iniciou em
1994, e tem covers e músicas
inéditas. O último disco da
série, “American V: A Hun-
dred Highways”, foi lançado
em 2006. Uma vez mais, a
voz profunda de Cash traz de
volta o melhor da folk norte-
americana e contém versões
de músicos como Sheryl
Crow ou Kris Kristofferson.
Obrigatório, no mínimo.
FILME
Alta Fidelidade
Stephen Frears
Baseado no livro homó-
nimo de Nick Hornby,
Alta Fidelidade narra
a complicada vida de Rob,
dono de uma loja de discos
de vinil, enredado entre uma
vida amorosa em ebulição
e dois empregados que não
lhe dão descanso. Com John
Cusack no papel principal,
é um filme com inúmeras
referências à geração dos
trintões. Impagáveis os
constantes top 5 que os acto-
res vão debitando por tudo e
por nada. Como, por exem-
plo, o top 5 das canções para
ouvir à segunda de manhã.
MIGUEL ÂNGELO PINTO
16 | Abril | 2010
DAVID FONSECA músico
“Gosto de gravar, mas tocar
ao vivo é uma experiência limite”
Concerto ∑ David Fonseca apresenta “Between Waves” no Coliseu do Porto em clima de “celebração”
DR
PEDRO JOSÉ BARROS
pedro.barros@grandeportoonline.pt
No seu início a solo
gravou temas de ins-
piração mais antiga,
como “The 80’s”.
Quando os Silence 4
acabaram estava em casa
a fazer música sem um
objectivo específico. Fazia
músicas para mim, como
no início, sem uma banda
por trás. Estava a experi-
mentar até quão longe po-
dia ir sozinho. De repente
tinha um estádio de fute-
bol para onde largar a mi-
nha música. Havia uma
largueza de espaço cria-
tivo em áreas que nunca
tinha tido oportunidade
de experimentar. A possi-
bilidade tecnológica abriu
caminhos. Mas nunca me
senti preso nos Silence 4,
tinha tantas coisas boas
e más como uma carrei-
ra a solo.
A banda alcançou
grande sucesso.
Primámos um bocadi-
nho pela diferença. Toda
a forma como as bandas
se organizavam tinha a A Fazer vídeos é uma forma de David Fonseca “navegar” por outras áreas que o ajudam em termos musicais
ver com grandes produ-
ções e os Silence 4 eram de gigante na minha ideia uma no disco. O tema nasce na estrada. projecção daquilo que eu
um pouco o contrário: as de criação musical. tem uma frase (“I’m not Começou a ser pen- sou.
pessoas eram muito pró- the man they think I am sado na estrada, a par-
ximas, o som muito sim- E em 2007 dá-se a at home”) que me fasci- tir de centenas de ideias Que se pode esperar
ples e essa simplicida- “explosão” com “Dre- nou e peguei nele. Era ca- registadas num gravador hoje no Porto?
de marcou a diferença. ams in colour”. talogado como um artista digital que levo para todo Preparámos um espec-
E cantávamos em inglês As canções tinham um triste e depressivo e a can- o lado. Muitas canções táculo muito diferente.
conseguindo chegar às carácter mais festivo do ção remetia para um lado andaram a navegar até Mais do que um concerto,
pessoas. que qualquer outro dis- mais festivo das coisas. ao “set up” final do disco. vai ser uma celebração de
co. O álbum colou-se às “Between Waves” fecha toda a minha música. O
Em 2005 lançou “playlists” e houve uma Que se nota no colo- um ciclo. clima será de celebração
“Our hearts will beat mudança de 180 graus na rido do vídeo. e festa contínua. Será uma
as one”. forma como dávamos os O vídeo cruzava muita Escreve sobre quê? projecção de várias coisas
É um disco um pouco espectáculos. Quando cor com a transmissão de Sou muito fascinado e que me atraem, uma jun-
mais intimista. Foi prati- o lançámos não era tão uma ideia de uma forma motivado pelas histórias ção de música com luzes e
camente gravado “live” consensual que iria ser muito extrema e diverti- à minha volta. As músi- imagens. Gosto muito de
com a minha banda de tão popular. da. Foi um dos vídeos que cas estão ligadas à forma gravar músicas, mas tocar
estúdio. É um CD um mais gostei de fazer. Gos- como interpreto as coisas, ao vivo é uma experiência
bocado isolado e muito ex- De onde surge a ver- to muito de fazer vídeos, ligam-se a um universo limite. As pessoas perce-
perimental. Tem um lado são de “Rocket man”, é muito divertido. Sinto extremamente pesso- bem o meu prazer em es-
muito rock, muitas gui- de Elton John? que tenho outras áreas al. Interessa-me reter as tar ali. Tudo o que faço é
tarras eléctricas e ener- Quando fazíamos es- em que posso navegar e emoções e encaixá-las da em razão de tocar ao vivo.
gia. Foi um disco de risco, pectáculos tinha a ten- que podem ajudar a parte forma mais livre possível. É essa a meta. É de longe
mas que gostei muito de dência de incluir versões musical. O meu objectivo é que as a melhor coisa que esta
fazer. Marcou um passo e queria também incluir “Between Waves” canções possam ser uma profissão tem.
 16 | Abril | 2010
Museu Soares dos Reis recebe
“Nadir Afonso. Sem Limites”
Até 13 de Junho ∑ Mostra reúne uma centena de obras, grande parte delas desconhecidas
O Museu Nacional Soa-
res dos Reis, no Porto, tem
patente a exposição “Nadir
Afonso. Sem Limites.
No ano em que Nadir
Afonso comemora o seu
90.º aniversário, a mos-
tra do Museu Soares dos
Reis reúne, pela primeira
vez, cerca de uma cente-
na de obras, grande parte
desconhecidas do públi-
co em geral, e um conjunto
alargado de estudos e do-
cumentação que permi-
tem analisar e compreen-
der melhor o processo de
criação do artista.
A retrospectiva, que
aborda a primeira meta-
de do percurso artístico
desenvolvido entre 1930 e
1960, dá a conhecer “a sur-
preendente contempora-
neidade” da obra do pintor
e arquitecto, nascido em
Chaves, em 1920, com a es-
tética surrealista ou a arte
cinética.
Diplomado em Arqui-
tectura na Escola Superior
de Belas-Artes do Porto,
Nadir estudou pintura na
École des Beaux-Arts, em
Paris, onde colaborou com
Le Corbusier e Fernand
Léger, antes de passar uma
temporada no Brasil, onde
trabalhou com o arquitec-
to Oscar Niemeyer.
“Autor de uma obra sin-
gular, estruturada no con-
texto artístico interna-
cional com consistente
pioneirismo, Nadir Afon-
so apresenta-se como
um dos artistas de relevo
da arte portuguesa do sé-
culo XX”, acrescentou a
Dia 22 Ciclo “Do novo ao novo cinema alemão” no TCA
O Teatro do Campo Ale-
gre receberá a partir da pró-
xima quinta-feira, dia 22, o
ciclo “Do novo ao novo ci-
nema alemão”. O ciclo, que é
organizado pela Medeia Fil-
mes, numa colaboração com
o Goethe Institut-Portugal,
trará ao Porto várias pelí-
culas. Despedida de Ontem
(Abschied Von Gestern), de
A Nadir Afonso comemora este ano o seu 90º aniversário
mesma fonte sobre o ar-
tista que, em 1958, expôs
no Salon dês Réalités Nou-
velles.
Alexander Kluge, O Casa-
mento de Maria Braun (Die
Ehe der Maria Braun), de
Rainer Werner Fassbinder,
O Filósofo (Der Philosoph),
de Rudolf Thome, são alguns
dos filmes que irão ser exibi-
dos até ao dia 19 de Maio, nas
salas do teatro portuense.
Trata-se assim de dar a
conhecer a produção cine-
EDITADA BIOGRAFIA
A exposição, que poderá
ser visitada no Museu So-
ares dos Reis entre 15 de
matográfica da Alemanha
nas décadas de 60, 70 e 80,
período em que um gru-
po de cineastas (de que so-
bressairiam, entre outros,
Rainer Werner Fassbinder,
Wim Wenders, Werner
Herzog, Völker Schlondörf
ou Alexander Kluge), re-
criou o cinema que se fazia
na Alemanha, deu-lhe força
HERNÂNI PEREIRA
Abril e 13 de Junho e, pos-
teriormente no Museu do
Chiado, em Lisboa, de 23
de Junho a 3 de Outubro,
autoral e uma nova visibili-
dade internacional, com a
presença nos grandes festi-
vais e a conquista de vários
prémios. A partir da mor-
te de Fassbinder assiste-se
a um certo declínio, e só a
partir da década de 90, com
a reunificação, é que o cine-
ma alemão volta a ganhar
um novo fôlego, com gran-
DESTAQUES ROTEIRO 39
está organizada por núcle-
os temáticos sob orienta-
ção cronológica.
A editorial Afronta-
mento e a Fundação Na-
dir Afonso lançaram, em
Outubro de 2009, a obra
“Itinerário (com) sentido”,
uma biografia do pintor,
em edição de luxo, da au-
toria do jornalista e pintor
Agostinho Santos.
Profusamente ilustra-
do, o livro integra mais
de cem pinturas e dese-
nhos das várias fases do
pintor (algumas inéditas),
assim como muitas fotos
que mostram o pintor em
várias circunstâncias, ao
longo da sua vida.
Com o título “Itinerário
(com) sentido”, inclui tam-
bém excertos de textos es-
critos pelo pintor ao longo
dos tempos.
A obra aborda todo
o percurso de vida do
artista, os tempos da in-
fância em Chaves (sua ter-
ra natal), a época do Porto,
o tempo de estudante na
Escola de Belas-Artes do
Porto onde fez o Curso de
Arquitectura, a sua esta-
da em Paris, onde pintou
enquanto trabalhava no
atelier de Le Corbusier,
assim como o período
em que esteve no Brasil,
onde trabalhou com ou-
tro dos maiores arquitec-
tos do século XX, Óscar
Niemeyer.
Uma hipótese única de
o público portuense tomar
contacto com um dos mais
importantes artistas plás-
ticos portugueses.
de visibilidade, novos rea-
lizadores de grande quali-
dade e muitos prémios nos
festivais.
Eis uma óptima oportu-
nidade para conhecer um
pouco melhor toda a trajec-
tória do cinema alemão, suas
nuances, seus realizadores e
sua história.
HAMILTON LUDUVICE
OS D
DIAS
MAIORES
MAI
de
FO
FORTUNATO
FFREDERICO
empresário
em
LIVRO
Cem Anos de Solidão
Gabriel Garcia Marquez
Este livro do Prémio Nobel
da Literatura (1982) é um
dos meus preferidos porque
continua a ser actual. É um
amor de juventudo. As várias
gerações da família Buen-
día - Iguarán fazem-nos
sempre lembrar de gente
conhecida, daí eu dizer que
alguns dos problemas são
actuais. Está escrito de uma
forma soberba. É um livro
que me continua a fascinar
porque depois de conhecida
toda uma complexidade de
personagens e histórias
temos uma mensagem final
simples - todos queremos
um mundo melhor.
DISCO
Terra
Mariza
Colha a rosa branca, ponha a
rosa ao peito. Não me canso de
ouvir a “Rosa Branca” pela boca
da nossa fadista Mariza. É uma
canção alegre, que me deixa
sempre bem disposto. É uma
das músicas do álbum Terra,
um disco fabuloso, gosto muito.
Mas claro que a Mariza também
me consegue arrebatar com um
dos seus fados emblemáticos,
como é o caso do “Oh Gen-
te da Minha Terra” (Amália
Rodrigues/Tiago Machado). Mas
para ser honesto gosto sempre
de ouvir a Mariza, é daquelas
vozes que marcam e das quais
ficamos a gostar para sempre.
Tem tido uma carreira brilhante.
FILME
No Country for Old Men
Ethan e Joel Coen
Este filme marcou-me pela
brutalidade, pela violência
de uma sociedade que não
tem regras nem objectivos de
vida. Portanto, é uma tema
actual e obriga-nos a reflectir
sobre a natureza humana,
com o individualismo a chocar
os espectadores mais sensí-
veis. Tem excelentes actores
como o Tommy Lee Jones e o
Javier Bardem e a realização
é dos irmãos Coen, está tudo
dito. É um bom filme e os
quatro óscares, em 2008, só
o comprovam (melhor filme,
melhor realizador, melhor
actor secundário e melhor
argumento adaptado). I.C.C.
40 TELEVISÃO 16 | Abril | 2010

PROGRAMAÇÃO DA TV
SEXTA- FEIRA
ww1.rtp.pt ww1.rtp.pt www.sic.pt www.tvi.pt www.portocanal.pt www.rtv.com.pt

06h30 BOM DIA PORTUGAL
10h00 PRAÇA DA ALEGRIA
13h00 JORNAL DA TARDE
inclui: O TEMPO
14h15 PODER PARALELO
15h15 VILA FAIA
16h00 PORTUGAL NO CORAÇÃO
18h00 PORTUGAL EM DIRECTO
19h05 O PREÇO CERTO
20h00 TELEJORNAL
inclui: O TEMPO
21h00 PAI À FORÇA
22h00 JUNTOS PELA MADEIRA
00h00 TUDO BONS RAPAZES
(FILME)
02h30 CANE
03h15 A MINHA VIDA POR UM FIO
04h15 TELEVENDAS
07h15 ZIG ZAG
09h45 EURONEWS
07h15 ZIG ZAG
10h00 ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA:
DEBATE QUINZENAL
14h00 SOCIEDADE CIVIL
15h30 DIÁRIO CÂMARA CLARA (R/)
15h40 ENTRE PRATOS (R/)
16h15 NATIONAL GEOGRAPHIC: EM BUSCA
DE UMA LENDA - O LEOPARDO NEGRO(R/)
17h00 ZIG ZAG
18h30 A FÉ DOS HOMENS
19h00 A ALMA E A GENTE (R/)
19h45 ZIG ZAG
20h45 O MEU NOME É EARL
21h00 NATIONAL GEOGRAPHIC
ILÍCITO: O COMÉRCIO ILEGAL
22h00 JORNAL 2
22h40 IRMÃOS E IRMÃS
23h30 DIÁRIO CÂMARA CLARA
23h40 GERAÇÃO 68 (DOCUMENTÁRIO)
00h30 7 PALMOS DE TERRA
02h30 PALCOS: PEDRO ABRUNHOSA,
SHAKIRA E MIKA
03h00 EURONEWS
06h00 SIC NOTÍCIAS (DIRECTO)
PRIMEIRA PÁGINA
07h00 EDIÇÃO DA MANHÃ
08h30 SIC KIDS
09h15 TWEEN BOX
10h45 COMPANHIA DAS MANHÃS
13h00 PRIMEIRO JORNAL
14h15 A ARMADILHA
15h30 VIDA NOVA
18h00 CARAS & BOCAS
19h00 NÓS POR CÁ
20h00 JORNAL DA NOITE
21h45 PERFEITO CORAÇÃO
23h15 VIVER A VIDA
00h15 NOTÍCIAS EM SEGUNDA MÃO
00h45 FILME A DESIGNAR
02h45 QUANDO O TELEFONE TOCA
07h00 DIÁRIO DA MANHÃ
10h15 VOCÊ NA TV!
13h00 JORNAL DA UMA
14h00 AS TARDES DA JÚLIA
17h00 QUEM QUER GANHA
18h15 MORANGOS COM AÇÚCAR VII
19h00 MORANGOS COM AÇÚCAR VII
20h00 JORNAL NACIONAL
21h15 EUROMILHÕES
21h30 MAR DE PAIXÃO
22h30 MEU AMOR
23h15 SENTIMENTOS
00h00 DEPOIS DA VIDA
01h00 A OITAVA PRAGA
(FILME)
02h45 SEMPRE A SOMAR
04h00 ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE
04h30 HEROES
05h30 TV SHOP
07h00 TRÂNSITO 08h00 CHÁ DE FRUTAS
08h00 PORTO ALIVE! 10h00 ALDEIA PEQUENADA
09h30 PONTOS CARDEAIS 10h30 REVISTA DE IMPRENSA
10h00 CONSULTÓRIO 11h00 FÓRUM CONTRASTES
11h30 LA VIE EN ROSE
12h00 AS VOLTAS POR PORTUGAL
12h30 APETITES
13h00 NET DIÁRIO 12h10 REPORT RTV
13:30 SOZINHA NA CIDADE 12h30 REVISTA DE IMPRENSA
14:30 DIAS FELIZES 12h45 BLOCO DE NOTAS
15h00 À CONVERSA COM RICARDO 13h15 PORTUGAL HOJE
COUTO
13h45 REPORTAGEM EXTRA
16h00 VIAGENS NA MINHA TERRA
15h00 REVISTA DE IMPRENSA
16h30 PORTO MÁGICO
15h30 100% MÚSICA
17h00 LA VIE EN ROSE
18h00 CONSULTÓRIO 16h00 CHÁ DE FRUTAS
17h30 JORNAL REGIONAL
19h30 PORTO ALIVE
19h55 TELEDIÁRIO - SÍNTESE 18h00 ALDEIA DA PEQUENADA
20h00 PORTO ALIVE! 19h00 AS VOLTAS POR PORTUGAL
21h00 TELEDIÁRIO 19h30 JORNAL REGIONAL
22h00 A JORNADA 20h00 CINEMATÓGRAFO
23h30 O DIA EM ANÁLISE
21h00 SUL TV
00h00 TELEDIÁRIO
00h30 SEXUALIDADES 22h00 VERSO & REVERSO
01h30 NET DIÁRIO 00h00 TRAVESSA DE CEDOFEITA
02h00 AQUÁRIO 01h00 CAMINHO DA FAMA
03h00 APETITES
03h30 O DIA EM ANÁLISE
04h00 TELEDIÁRIO
04h30 A JORNADA

SÁBADO
06h30 ESPAÇO INFANTIL
07h16 BRINCA COMIGO
08h00 BOM DIA PORTUGAL
FIM-DE-SEMANA
11h00 PORTUGAL SEM FRONTEIRAS
13h00 JORNAL DA TARDE
inclui: O TEMPO
14h15 TOP +
15h30 PERDIDOS
16h15 PROGRAMA DAS FESTAS
LOULÉ
19h00 O PREÇO CERTO
20h00 TELEJORNAL
inclui: O TEMPO
21h00 A VOZ DO CIDADÃO
21h15 PROGRAMA A DESIGNAR
00h15 A HORA DA SORTE
0Oh30 UNIDADE ESPECIAL
01h15 JANELA INDISCRETA
02h00 HABANA BLUES
(FILME)
04h15 TOP +
05h15 TELEVENDAS
07h00 EURONEWS 06h00 ETNIAS 07h00 ANIMAÇÕES 07h00 TRÂNSITO 09h00 ALDEIA DA PEQUENADA
08h00 ÁFRICA 7 DIAS 06h45 SIC KIDS 09h30 HANNAH MONTANA 08h00 AS NOSSAS ALDEIAS 11h00 ROTEIROS
08h30 NOTÍCIAS DE PORTUGAL 09h00 DISNEY KIDS 10h15 INSPECTOR MAX 08h30 A JORNADA 12h00 JORNAL REGIONAL
09h00 UNIVERSIDADE ABERTA 10h45 TWEEN BOX 11h15 DELUXE 10h00 CLUBE DE COZINHEIROS FIM-DE-SEMANA
10h00 ZIG ZAG 12h00 O NOSSO MUNDO 12h15 CONTRA-ATAQUE 11h00 APETITES: FESTA DO SÁVEL E DA 13h00 FÓRUM CONTRASTES
14h00 PARLAMENTO YELLOWSTONE, TALES FROM THE WILD 13h00 JORNAL DA UMA LAMPREIA 14h00 NEXTVDESPORTO
15h00 DESPORTO 2 13h00 PRIMEIRO JORNAL 14h00 FILME A DESIGNAR 11h30 VIZINHOS 1 17h00 TU CÁ TU LÁ
12h00 PONTOS CARDEAIS
19h00 CASAS COM HISTÓRIA 14h00 ALTA DEFINIÇÃO 16h00 FILME A DESIGNAR 18h00 ALDEIA DA PEQUENADA
12h30 BOAS CAUSAS
19h30 EUROTWITT 14h30 EPISÓDIO ESPECIAL 18h00 FILME A DESIGNAR 19h00 100% MÚSICA
13h00 DOMÍNIO PÚBLICO
20h00 O HOMEM DOS LEÕES 15h00 ACHAS QUE SABES DANÇAR 20h00 JORNAL NACIONAL 19h30 JORNAL REGIONAL
14h00 PRIMEIRO PLANO
21h00 DOCUMENTÁRIO A DESIGNAR 16h30 FILME A DESIGNAR 21h15 MAR DE PAIXÃO 15h00 PSI FIM-DE-SEMANA
22h00 JORNAL 2 18h15 FILME A DESIGNAR 22h15 MEU AMOR 15h30 CINEMA BATALHA 20h30 100% MÚSICA
CARTAZ 2 20h00 JORNAL DA NOITE 23h15 ELE É ELA 16h00 BOLHÃO ROUGE 21h00 SUL TV
22h30 ANNA KARENINA PERDIDOS E ACHADOS 00h15 VIAGEM AO CENTRO DA TERRA 17h00 CULTURE CLUB 23h00 REPORT RTV
(FILME) 21h30 LUA VERMELHA 02h30 SEMPRE A SOMAR 17h30 METRO A METRO 00h00 JORNAL REGIONAL
00h30 NINOTCHKA 22h30 PROGRAMA A DESIGNAR 04h00 ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE 18h00 PORTOFINO FIM-DE-SEMANA
(FILME) 00h15 FILME A DESIGNAR 04h30 BIONIC WOMAN 19h00 APETITES: FESTA DO SÁVEL E DA 00h30 INIGHT
02h15 DESPORTO 2 02h30 QUANDO O TELEFONE TOCA 05h30 TV SHOP LAMPREIA 01h00 ALTA VELOCIDADE
06h00 EURONEWS 19h30 A ESSÊNCIA DO GOURMET
20h00 LA VIE EN ROSE FDS
21h00 PORTO MÁGICO
21h30 DIAS FELIZES
22h00 TOCA A CANTAR
OOh00 AQUÁRIO
01h00 PORTOFINO

DOMINGO
06h30 ESPAÇO INFANTIL
07h14 BRINCA COMIGO
08h00 BOM DIA PORTUGAL
FIM-DE-SEMANA
09h00 MISSA CAMPAL EM MALTA
11h00 UMA VIAGEM NO ÁRTICO:
COM NIGEL MARVEN
12h00 DESTINOS.PT
12h30 CONTRA INFORMAÇÃO
13h00 JORNAL DA TARDE
inclui: O TEMPO
14h00 SÓ VISTO!
14h45 DIÁRIOS DO VAMPIRO
15h30 ALERTA COBRA
16h30 FESTA DA FLOR 2010
19h00 TELEJORNAL
20h15 FUTEBOL: LIGA SAGRES
V. GUIMARÃES vs FC PORTO
(SORETIO DO JOKER NO INTERVALO)
22h15 O CUBO
23h15 LIGA SAGRES: RESUMOS
23h45 FILME A DESIGNAR
02h30 SÓ VISTO!
03h30 TELEVENDAS
06h05 NÓS
07h00 EURONEWS 06h00 CHIQUITITAS 07h00 ANIMAÇÕES 07h00 TRÂNSITO 09h00 ALDEIA DA PEQUENADA
07h35 ÁFRIC@GLOBAL 07h15 SIC KIDS 09h00 SMACKDOWN WRESTLING 08h00 VIZINHOS 1 11h00 BOM AMBIENTE
08h00 MÚSICAS DE ÁFRICA 09h00 DISNEY KIDS 10h15 INSPECTOR MAX 08h30 CULTURE CLUB 11h30 REPORT RTV
09h00 CAMINHOS 10h45 TWEEN BOX 11h15 MISSA 09h00 BOAS CAUSAS 12h00 JORNAL REGIONAL
Aliança Evangélica Portuguesa 12h00 BBC VIDA SELVAGEM 12h15 8º DIA 09h30 AS NOSSAS ALDEIAS FIM-DE-SEMANA
09h30 70x7 BEAR MAN OF THE NORTH WOODS 13h00 JORNAL DA UMA 10h00 CLUB DE COZINHEIROS 13h00 FÓRUM CONTRASTES
10h00 NÓS 13h00 PRIMEIRO JORNAL 14h00 FILME A DESIGNAR 11h00 O LADO B
14h00 NEXTVDESPORTO
11h30 VIZINHOS 2
11h00 DE SOL A SOL 14h00 FAMA SHOW 16h00 FILME A DESIGNAR 16h30 0-100
12h00 LA VIE EN ROSE FDS
11h30 CONSIGO 14h45 INVESTIGAÇÃO CRIMINAL: 18h00 FILME A DESIGNAR 17h00 CONTRASTES
13h00 APETITES: FESTA DO SÁVEL E
12h00 VIDA POR VIDA LOS ANGELES 20h00 JORNAL NACIONAL 19h00 100% MÚSICA
DA LAMPREIA
12h30 OLHAR O MUNDO 15h45 FLASHFORWARD 21h15 MEU AMOR 13h30 PSI 19h30 JORNAL REGIONAL
13h00 BIOSFERA 16h30 FILME A DESIGNAR 23h00 SENTIMENTOS 14h00 ESPECIAL DEBATE FIM-DE-SEMANA
14h00 INICIATIVA 18h15 FILME A DESIGNAR 00h00 PECADO ORIGINAL 15h00 MÚSICA INTERIOR 20h30 100% MÚSICA
14h45 A VOZ DO CIDADÃO 20h00 JORNAL DA NOITE 02h00 SEMPRE A SOMAR 15h30 PORTO MÁGICO 21h00 SUL TV
15h00 DESPORTO 2 21h15 LUA VERMELHA 03h30 ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE 16h00 TOCA A CANTAR 23h00 REC
19h00 ENTRE PRATOS 22h00 ACHAS QUE SABES DANÇAR 04h00 AUTORES 18h00 PONTOS CARDEAIS 23h30 INIGHT
19h30 A ALMA E A GENTE 23h30 VIVER A VIDA 05h00 TV SHOP 18h30 COMPACTO NET DIÁRIO
20h00 OS SIMPSONS 00h15 FILME A DESIGNAR 06h30 TODOS IGUAIS 19h00 DOMÍNIO PÚBLICO
21h00 DOCUMENTÁRIO A DESIGNAR 02h30 QUANDO O TELEFONE TOCA 20h00 METRO A METRO
22h00 JORNAL 2 20h30 VIAGENS NA MINHA TERRA
CARTAZ 2 21h00 PRIMEIRO PLANO
22h40 CÂMARA CLARA 22h00 TRIBUNAL
23h30 DIAS FELIZES
23h30 BRITCOM
00h00 SOZINHA NA CIDADE
00h30 ONDA-CURTA
02h00 VIZINHOS 2
02h15 DESPORTO 2 (R/)
02h30 TRIBUNAL
06h15 EURONEWS 04h00 SEXUALIDADE
05h00 TOCA A CANTAR

RTP1 RTP1 RTP2

Juntos pela Madeira
A RTP1 transmite, em directo, o espectáculo de encerramento da operação
de solidariedade que promoveu para ajudar a Madeira. A Orquestra Clássi-
ca da Madeira, dirigida por Rui Massena, e o sexteto feminino Seis Po´Meia
Dúzia são nomes que vão participar em “Juntos pela Madeira”.
V. Guimarães vs FC Porto
Domingo é dia de futebol na RTP1. A partir das
20h15, há transmissão do jogo entre o V. Guima-
rães e o FC Porto, que conta para a 27ª jornada da
Liga Sagres.
ONDA-CURTA
“Ouch”, “A manada”, “4 (Onda-Curta)”, “Casa de máquinas”,
“Percorso 0007-0308” e “Terra e pão” são as curtas metra-
gens que vão ser exibidas em mais um “Onda-Curta”. Domin-
go, na RTP2, a partir das 00h30.
 16 | Abril | 2010
MÚSICA
O CANTO DE INTERVENÇÃO
O núcleo do Norte da Associação José Afonso apresenta, dia 22, no THSC, “um espectáculo multifacetado, que faz o cruzamento da música
com referências históricas, com momentos de poesia e projecção de imagens, em que é percorrida a história do canto de intervenção,
fundamentalmente em Portugal”. O fenómeno do canto de intervenção intensificou-se no nosso país nas décadas de 60 e 70 do século XX.
Teatro Helena Sá e Costa, Porto
Dia 22, 21h30
3,5€-10€
XX FITU
Arranca esta noite, em Braga,
o XX FITU Bracara Avgvsta –
Festival Internacional de
Tunas Universitárias. Esta
edição do certame, que se
prolonga até amanhã,
coincide com os 20 anos da
Tuna Universitária do Minho.
Theatro Circo, Braga
Hoje e amanhã, 21h30
3€-16€
FOGE FOGE
BANDIDO
Manel Cruz actua, amanhã, na
Guarda, onde vai levar o
projecto Foge Foge Bandido e
o disco “O amor dá-me tesão/
não fui eu que estraguei”.
Foge Foge Bandido segue-se
a projectos como Ornatos
Violeta e Pluto.
Teatro Municipal da Guarda
Amanhã, 21h30
7,5€
2º CICLO DE
CORDAS DE
AMARANTE
Chega amanhã ao fim o 2º
Ciclo de Cordas de Amarante.
O espectáculo de
encerramento, que decorre na
Casa das Artes local, está a
cargo do trio CoMcOrDaS.
Casa das Artes de Amarante
Amanhã, 22h00
Entrada livre (lotação limitada)
JONATHAN AYERST
Jonhathan Ayerst (órgão)
interpreta domingo, na Casa
da Música, a Sinfonia nº 7 de
Charles-Marie Widor,
organista francês que estreou
o célebre órgão do Palácio de
Cristal.
Casa da Música, Porto
Domingo, 12h00
Entrada livre
PRÉMIO JOVENS
MÚSICOS
A Casa da Música associa-se
ao Prémio Jovens Músicos da
Antena 2 e acolhe o concerto
de dois dos vencedores da
edição de 2009 na categoria
de solistas: Francisco Morais
Franco (guitarra) e Mariana
Blanc (viola-d’arco).
Casa da Música, Porto
Dia 20, 19h30
7,5€ (22€ com jantar)
ALASDAIR ROBERTS
O cantor e compositor
escocês Alasdair Roberts
actua, esta noite, no CCVF.
Neste espectáculo, único em
Portugal, vai dar a conhecer
“Spoils”, o seu último disco de
originais.
Centro Cultural Vila Flor,
Guimarães
Hoje, 23h59
4€
JOANA
AMENDOEIRA
O Coliseu do Porto acolhe,
amanhã, um espectáculo da
fadista Joana Amendoeira. A
jovem artista, com apenas 27
anos, vai apresentar o álbum
“Sétimo fado”, o seu sétimo
disco.
Coliseu do Porto
Amanhã, 21h30
10€-25€
CHRISTIAN
MUTHSPIEL TRIO
O Christian Muthspiel Trio
apresenta uma versão da peça
de John Dowland “Lachrimae,
or seven teares”. Em palco,
Christian Muthspiel, Franck
Tortiller e Georg Breinschmid,
entre a música de câmara e o
jazz.
Casa da Música, Porto
Amanhã, 22h00
10€
ZZZ... GRRR....
PLOM(?).....
A ESMAE promove, amanhã, a
apresentação de “zzz... grrr....
plom(?).....”, projecto do
Mestrado em Composição e
Teoria Musical em conjunto
com o ensemble I&D e alunos
do Departamento de Teatro.
Teatro Helena Sá e Costa,
Porto
Domingo, 21h30
3,5€-10€
JOVENS TALENTOS
O THSC recebe um recital de
percussão com Pedro Gois e
João Carlos Pacheco. Vão ser
interpretadas obras de Rich
O´Meara, Bach, João Carlos
Pacheco, Steve Reich, Iannis
Xenakis, Andrew Thomas e
Ravel.
Teatro Helena Sá e Costa,
Porto
Dia 21, 21h30
3,5€-10€
QUANDO O
TEMPO PÁRA
Martin Grubinger (percussão)
vai dar a conhecer ao público
português, na companhia da
ONP, a obra “Frozen in time”,
do compositor israelita Avner
Dorman. Amanhã, com
direcção musical de Christoph
König.
Casa da Música, Porto
Amanhã, 18h00
16€ (30€ com jantar)
TIGERMAN + THE
WEATHERMAN
“Femina” é o álbum que
Legendary Tirgerman (Paulo
Furtado) vai apresentar,
amanhã, em Famalicão. A
este espectáculo segue-se um
concerto dos portugueses The
Weatherman (voz de
Alexandre Monteiro).
Casa das Artes de Famalicão
Amanhã, 21h30 e 23h00
10€ e 5€
PATRICIA NORA +
CARBONE & TERÁN
“Con voz de tango” é o nome
do espectáculo que Patricia
Nora (voz), Rocio Terán (piano)
e Fabián Carbone (bandoneón)
realizam, amanhã, em Vila
Real. Ali vai estar, em palco, a
“Buenos Aires da primeira
metade do século XX”.
Teatro de Vila Real
Amanhã, 22h00
5€-7€
GUIA
Vinícius de Moraes, João Gil e
Aldina Duarte são alguns dos
compositores e letritas
nacionais e brasileiros cujos
originais vão ser interpretados
por António Zambujo no
espectáculo que realiza na
Casa da Música. Vai
apresentar o seu novo
trabalho: “Guia”.
Casa da Música, Porto
Domingo, 21h30
15€
MOTION TRIO
O Teatro Viriato e o JACC –
Jazz Ao Centro Clube
promovem, dia 21, em Viseu,
um espectáculo do Motion
Trio, de Rodrigo Amado
(saxofone tenor), Miguel Mira
(violoncelo) e Gabriel
Ferrandini (bateria).
Teatro Viriato, Viseu
Dia 21, 22h00
3,5€
ÍDOLOS
No âmbito da digressão que
estão a realizar por todo o
país, os 15 finalistas dos
Ídolos actuam, amanhã, no
Multiusos de Guimarães.
Filipe Pinto, o vencedor do
concurso, e Diana Piedade
são as duas figuras do cartaz
Multiusos de Guimarães
Amanhã, 21h30
15€
RODRIGO LEÃO
Rodrigo Leão continua pelos
palcos portugueses a
apresentar o álbum “A mãe”.
Amanhã, no CCVF, vai
interpretar os temas de um
trabalho que “procura
homenagear o mais puro dos
amores”.
Centro Cultural Vila Flor,
Guimarães
Amanhã, 22h00
17,5€-20€
THE SOAKED LAMB
Os portugueses The Soaked
Lamb, que “fazem as músicas
como eram feitas há 70 ou 80
anos”, actuam, amanhã, no
CCVF, em Guimarães. Vão
apresentar temas do segundo
trabalho: “Hats”.
Centro Cultural Vila Flor,
Guimarães
Amanhã, 23h59
3€
TUBA ‘N SAXE’S
COMPANY!
Sérgio Carolino, quarteto de
saxofones QUAD, Jeffery Davis
e Ilária Vivan juntam-se, dia
19, no palco do THSC para
apresentar o espectáculo
“Tuba ‘n Saxe’s Company!”.
Teatro Helena Sá e Costa,
Porto
Dia 19, 21h30
3,5€-10€
QUARTETO DE
CORDAS DE
MATOSINHOS
O Quarteto de Cordas de
Matosinhos regressa a palco,
desta vez no Contantino Nery,
para interpretar obras de,
entre outros, Beethoven e
Frederico de Freitas.
Cine-Teatro Constantino
Nery, Matosinhos
Dia 22, 21h30
Informações: 229392320
TEATRO
100CENAS
Arranca este fim-de-semana, no Cine Teatro de Estarreja, o
100Cenas – Mostra de Artes Performativas. Hoje, com “Magic of the
dance” (ver Dança). Amanhã, com a apresentação do resultado final
do projecto com a comunidade “Cenofobia”.
Cine Teatro de Estarreja
Amanhã, 22h00
20€-28€
Domingo, 16h00
2,5€
SAGA DE ZACARIAS
O Centro de Criatividade
continua a apresentar “A saga
de Zacarias conta a morte e o
diabo”, um espectáculo que
“associa as delícias de um
produto cultural divertido com
os sabores típicos da culinária
da região do Minho”.
Casa do Bárrio, Póvoa de
Lanhoso
Hoje e amanha, 20h00
Reservas: 253637418
20€
TEATRO EM S. JOÃO
DA MADEIRA
Continua, em S. João da
Madeira, o IV Festival de
Teatro. Entre outros, há as
seguintes peças: “Labirintos
da mente”; “Se perguntarem
por mim… não estou!”; e
“Dietas e borbulhas”.
Paços da Cultura, S. João da
Madeira
www.pacosdacultura.blogspot.
com
VINTE E SETE
No âmbito do Vinte e Sete,
estreia “Remédios santos,
sem princípios activos” (hoje).
Amanhã, sobe ao palco
“Wonderland” e, dia 22, “Olá e
adeuzinho!”.
Teatro de Vila Real
Hoje, 22h00
5€-7€
Teatro de Bragança
Amanhã e 22, 21h30
5€-7€
O VAMPIRO DE
BELGRADO
O Teatro Bruto leva a cena, a
partir de dia 21, “O vampiro de
Belgrado”. É a história de
Vujik, para quem “o papel da
beleza é tapar aquilo que se
prepara para matar”. De
Gonçalo M. Tavares.
Fábrica Social/Fundação
José Rodrigues, Porto
Qui. a sáb., 22h00
21 Abril a 22 Maio
4€-7€
ANTÍGONA, LEITURA
ENCENADA
Nuno M. Cardoso é o director
técnico de “Antígona, leitura
encenada”, que está em cena
no TNSJ, onde fica até dia 23.
É da autoria de António Pedro.
Teatro Nacional São João,
Porto
Ter., 21h30
Qua. a sex., 15h00
Até dia 23
6€
ROTEIRO 41
ANGÚSTIA
“Angústia”, que hoje sobe ao
palco em Famalicão, retrata as
desigualdades sociais tão
reais no tempo de Luís Sttau
Monteiro, autor da peça, como
no Portugal de hoje. É um
drama cómico com encenação
de Fernando Moreira.
Casa das Artes de Famalicão
Hoje, 21h30
5€
VAI-SE ANDANDO
António Feio encena “Vai-se
andando”, espectáculo que
José Pedro Gomes leva ao
palco do Aveirense e que
coloca questões que fazem
“pensar e rir” a partir da
portugalidade.
Teatro Aveirense
Hoje, 21h45
12,5€-17,5€
TEATRO EM
VALONGO
Continua, em Valongo, a
Mostra de Teatro Amador.
Hoje, com “Aqui jazz”.
Amanhã, com “Sexo
farmacêutico”.
Centro Cultural de Campo,
Valongo
Hoje, 21h45
Sobrado, Valongo
Amanhã, 21h45
1€
PEDRO E INÊS
A forma como D. Pedro quis
perpetuar o seu amor por D.
Inês de Castro inspirou a
Panmixia na realização do
espectáculo que leva a palco a
partir de dia 22, no Cace
Cultural (Rua do Freixo, 1071).
Com direcção artística de
José Carretas
Cace Cultural do Porto
Ter. a dom., 22h00
22 Abril a 23 Maio
Informações: 225180852
ALGUÉM OLHARÁ
POR MIM
É de Frank McGuiness,
dramaturgo irlandês, a peça
em cena no Mosteiro de S.
Bento da Vitória. “Alguém
olhará por mim” tem
encenação de Carlos Pimenta.
Mosteiro de S. Bento da
Vitória, Porto
Ter. a dom., 21h30
Até dia 24
10€-15€
42 ROTEIRO 16 | Abril | 2010

EXPOSIÇÕES CRIANÇAS
INAUGURAÇÕES SIMULTÂNEAS ESCULTURAS DE 1 MINUTO DE ERWIN WURM
Amanhã é dia de inaugurações simultâneas em Miguel Bombarda, no Porto. A partir das 16h00, as ruas Decorre, no Balleteatro, mais um ateliê do Balleteatrinho. Amanhã, “Esculturas de 1 minuto de Erwin
daquele quarteirão vão ser inundadas de arte contemporânea e manifestações artísticas diversas. Wurm” convidam os participantes a “experimentar o movimento e a interpretação de uma narrativa, uma
Miguel Bombarda, Porto história, um conto, uma obra plástica ou uma música”.
Amanhã, 16h00 Balleteatro, Porto
Amanhã, 14h00
15€
Informações: 225508918

1+1
Paulo Neves e o jornalista
Carlos Magno são os autores
dos trabalhos de,
respectivamente, escultura e
fotografia que compõem a
exposição patente no espaço
Antarte (Avenida da Boavista,
2300), no Porto
Antarte, Porto
Até dia 20
Informações: 224119350
PENSO, LOGO
DESENHO
A Fundação Júlio Resende
tem patente uma mostra que
reúne mais de 500 desenhos
do artista plástico e jornalista
Agostinho Santos. “Penso,
logo desenho” é o nome da
exposição.
Fundação Júlio Resende,
Gondomar
Ter a sex., 14h30 às 18h30
Até dia 24
QUE DIABO QUERES
DE MIM?
Vinte diabretes e 13 diabos
integram a mostra/instalação
de Beatriz Sendin que está
patente na Cooperativa Árvore
(Rua Azevedo Albuquerque, 1),
no Porto. “Que diabo queres
de mim?” é o nome.
Cooperativa Árvore, Porto
Seg. a sex., 09h30 às 20h00
Sáb., 15h00 às 19h00
Até dia 28
HORA DO CONTO
E DO SABER
A Biblioteca da Trofa promove
a “Hora do conto e do saber”,
que visa consolidar hábitos de
leitura continuada. O tema da
sessão de hoje é “Descobrir a
Trofa!”. Comemora os 100
anos da classificação do
Castro de Alvarelhos.
Biblioteca da Trofa
Hoje, 10h15
Informações: 252400090
CAMA ELÁSTICA
Continuam, no GaiaShopping,
as actividades de Páscoa. Este
fim-de-semana, aquele
espaço comercial vai acolher a
cama elástica, que vai convidar
os mais novos a dar saltos,
cambalhotas, piruetas…
GaiaShopping, Vila Nova de
Gaia
Amanhã e domingo
BIBLIO-PAPER
Estimular nos jovens o gosto
pela pesquisa da informação,
incitando-os à aventura pelos
vários recursos disponíveis
na biblioteca é o objectivo do
biblio-paper que a Biblioteca
de S. João da Madeira
promove amanhã.
Biblioteca de S. João da
Madeira
Amanhã, 11h00
Inscrições: 256200890

EGG PARADE EXPOSIÇÃO DE MÚSICA DE

Depois de terem passado pelo
GaiaShopping, os 50 ovos gigantes
da Egg Parade 2010 estão, por
estes dias, na Casa da Cultura/Casa
Barbot, em Vila Nova de Gaia.
Podem ser visto até dia 30.
Casa da Cultura/Casa Barbot, Vila
Nova de Gaia
Até dia 30
ARTE COLECTIVA
O espaço cultural Vintage/
Servartes (Rua da
Constituição, 2105), no Porto,
tem patente uma exposição de
arte colectiva. Para visitar até
dia 1 de Maio.
Espaço Vintage/Servartes,
Porto
Até 1 Maio
PALMO E MEIO
O Theatro Circo acolhe,
amanhã, um workshop para
crianças até aos 24 meses de
idade. “Música para uma
plateia de palmo e meio” são
sessões de orientação musical
que obedecem a objectivos
pedagógicos concretos.
Theatro Circo, Braga
Amanhã, 10h30 e 11h30
15€

A INSUSTENTÁVEL LICENÇA PARA OURIVES DE HISTÓRIA DE QUEM PERCURSOS PALMO E MEIO

LEVEZA DO PAPEL
O origami é o ponto de partida
para “A insustentável leveza
do papel”, patente na Oficina
das Coisas (Rua da Alegria,
1955) e da autoria da designer
Rita Vaz.
Oficina das Coisas, Porto
Ter. a sex., 14h30 às 19h00
Sáb., 10h00 às 13h00 e 14h30
às 19h00
Até 1 Maio
AFIRMAR
Mais de uma dezena de
artistas assinam os trabalhos
que integram a exposição
colectiva de artes plásticas
“Licença para afirmar”. Está
patente na Fundação (Rua do
Bonjardim, 951), no Porto.
Fundação, Porto
Sáb., 16h00 às 20h00
Até 2 Maio
GUIMARÃES
Quase 100 peças de pratas
com marca de Guimarães,
datadas dos séculos XVIII e
XIX, compõem a exposição
“Ourives de Guimarães ao
serviço de Deus e dos
Homens”, patente no Museu
Alberto Sampaio.
Museu Alberto Sampaio,
Guimarães
Até 2 Maio
PERDE A SOMBRA
O TMG recebe, amanhã, a
Companhia Chapitô, que ali
vai contar a “História de quem
perde a sombra”, espectáculo
criado a partir da novela “A
história fabulosa de Peter
Schlemihl” de Aldelbert von
Chamisso,
Teatro Municipal da Guarda
Amanhã, 16h00
5€
Para permitir um melhor
conhecimento do edifício
projectado por Siza Vieira,
Serralves promove, domingo,
a actividade “Percursos”.
Propõe a descoberta da
relação do edificado com o
lugar recorrendo a exercícios
de observação.
Serralves, Porto
Domingo, 11h00
Gratuito (levantamento do
bilhete no Museu)
A Casa da Música propõe
mais um workshop Primeiros
Sons. O tema das sessões de
domingo é “Palmo e meio” e
leva os mais pequenos para
um ambiente diferente, com
fadas, bruxas e gnomos,
canções e cantos rítmicos
com tonalidades diversas.
Casa da Música, Porto
Domingo, 11h30, 15h00 e
16h15
10€

RÓTULOS E
CARTAZES
O Museu do Douro tem
patente, até 2 de Maio, a
exposição “Imagens do vinho
do Porto: rótulos e cartazes”.
A mostra pretende dar a
conhecer os elementos da
imagem de marca daquele
produto.
Museu do Douro, Régua
Ter. a dom., 10h00 às 18h00
Até 2 Maio
LOURDES CASTRO E
MANUEL ZIMBRO
A Fundação de Serralves está
a acolher a exposição
antológica “A luz da sombra”,
que reúne, pela primeira vez,
trabalhos de Lourdes de
Castro e Manuel Zimbro.
Museu de Serralves, Porto
Ter. a sex., 10h00 às 17h00
Sáb. e dom., 10h00 às 19h00
Até 13 Junho
O CLIMA ESTÁ A
MUDAR, E TU?
Vinte e um painéis que
alertam para as climáticas
compõem a exposição “O
clima está a mudar, e tu?”,
que está patente no Centro de
Monitorização Ambiental de
Vila do Conde.
Centro de Monitorização e
Interpretação Ambiental de
Vila do Conde
Até 14 Maio
QUEM ESCREVEU
O MEU LIVRO?
A escritora Manuela Ribeiro
apresenta dia 19, em S. João
da Madeira, o livro infantil da
sua autoria “Kiko, o dentinho
de leite”. A sessão, intitulada
“Quem escreveu o meu livro?”,
integra a Semana da Leitura.
Biblioteca de S. João da
Madeira
Dia 19, 10h00
Informações: 256200890
ATELIÊ HISTÓRIAS
ILUSTRADAS
Na Galeria do Palácio
continua o ateliê “Histórias
ilustradas”: faz uma visita
orientada à exposição “Nos
bastidores do Porto
desconhecido” e inclui a
leitura de histórias reais sobre
a vida na ribeirinha do Porto.
Galeria do Palácio, Porto
Dia 20, 14h30
Informações:
226066568/226062744
DURA DITA DURA
“Dura dita dura”, que o Teatro
de Ferro apresenta no
Theatro Circo, é a história de
um menino, Baltazar, “que
cresce algures, numa
terreola perdida de um
Portugal esquecido – mas
apertadamente vigiado e
autovigiado”. Com texto de
Regina Guimarães.
Theatro Circo, Braga
Dia 21, 11h00 e 15h00
2€-5€

RASTILAV PODOBA LABORATÓRIO HISTÓRIAS

O pintor eslovaco Rastilav Podoba é o DOS SABORES COM MAGIA
autor da exposição “One man show”, O Centro Lúdico dá espaço
aço Em Oliveira de Azeméis,
que pode ser visitada na Kubik Gallery aos Laboratórios dos sabores.
abores. continua a contar-se a
(Rua da Restauração, 2), no Porto. Ali, os mais pequenos podem
odem história de “Chocolata”, que
Está patente até 10 de Maio. conhecer diversos alimentos
entos um dia ouve que na cidade há
Kubik Gallery, Porto originários de diferentess uma casa de banhos e parte
Qui. e sex., 18h00 às 20h00 países e confeccioná-los.s. para a experimentar.
Sáb., 16h00 às 20h00 Centro Lúdico de Oliveirara de Centro Lúdico de Oliveira de
Até 10 Maio
Azeméis Azeméis
Dia 21, 16h30 Dias 22 e 23, 14h00
Até 30 Junho (quartas) Até 25 Junho (quintas e sextas)
Informações: 256665220 Informações: 256665220
 16 | Abril | 2010 ROTEIRO 43

TEMPO LIVRE DANÇA

ESPAÇO DOS LIVROS MAGIC OF THE DANCE
Gonçalo M. Tavares regressa, dia 22, às Quintas de Leitura, no Teatro do Campo Alegre, no Porto, que acolhe a sessão “Espaço dos livros”. O escritor fará A dança celta chega,
leituras de excertos dos livros “1” e “O bairro”. Os espacialistas (Luís Baptista e Diogo de Castro Guimarães) vão interagir com o convidado, apresentando amanhã, ao Cine Teatro de
um trabalho visual e plástico. “Espaço dos livros” vai ser pretexto para outras actuações: da coreógrafa e performer canadiana Antonija Livingstone; do Estarreja. Aquele espaço
harpista Eduardo Dias; e do músico Tiago Guillul, que se fará acompanhar por Guel e Lipe. vai acolher, no âmbito do
Teatro do Campo Alegre, Porto 100Cenas – Mostra de
Dia 22, 22h00 Artes Performativas, o
6€-9€ espectáculo “Magic of the
dance”. Uma “história de
amor que decorre numa
Irlanda assolada pela
fome, onde o bem e o mal
convivem, todo ele
representado com umas
impressionantes e
FACA NA ÁGUA DAR VOZ À VOZ CONVERSAS COM elegantes danças, e com
Continua, na Fundação Cupertino de Miranda, A ACERT, em Tondela, ANTIGUIDADES uma precisão fenomenal.
em Famalicão, o ciclo “Cinema (a partir) da assinala, hoje, o Dia Mundial A Fundação Cupertino de A tragédia, a magia e o
Europa nos anos 60: ruptura e novas vagas”. da Voz, com nova sessão de Miranda no Porto acolhe o romance entrelaçam-se
Hoje, com “Faca na água”, de Roman Polanski. “Conversas sem muros nem ciclo “Conversas com no argumento da obra, o
Fundação Cupertino de Miranda, Famalicão ameias” – “Dar voz à voz”. A antiguidades”. “Pequenos m que lhe dá grande
Hoje, 21h00 convidada é Cristina Faria, móveis” é o tema da conversa
Entrada livre
dinamismo”. O
docente na Escola Superior de com José António Proença e espectáculo está em
Educação de Coimbra, que vai João Pinto Ribeiro. Braga no dia 22.
sensibilizar para a importância Fundação Cupertino de Cine Teatro de Estarreja
da voz. Miranda, Porto Amanhã, 22h00
ACERT, Tondela Amanhã, 15h30 20€-28€
Hoje, 21h30 Informações: 226101189 Theatro Circo, Braga
Dia 22, 21h30
25€-30€

ENCONTRO INTERNACIONAL LITERATURA EM OFICINAS SAZONAIS PASSEIOS DE

VIAGEM A Câmara do Porto promove,
este fim-de-semana, duas
PRIMAVERA
Matosinhos acolhe, entre amanhã e dia 20, o 5º Encontro Decorre, domingo, no Porto,
Internacional de Literatura em Viagem – LEV. Promovido pela oficinas. Amanhã, sobre “A
mais um Passeio da
autarquia, o evento reúne em torno da literatura de viagens dezenas electrónica e o planeta terra”.
Primavera. “Do quartel das
de escritores e personalidades ligadas à fotografia, à música, às artes Domingo, sobre a “Reutilização
Taipas…”, por Hélder Pacheco,
plásticas e à ciência. A sessão de abertura está marcada para de capas de DVD”.
“… à Praça de D. Pedro”, por
amanhã, às 15h00, na Câmara Municipal. O LEV prevê a realização de Palácio de Cristal, Porto
Júlio Couto.
exposições, mesas-redondas e lançamento de livros, entre outras Amanhã, 14h30
Porto
actividades. Informações: 226062779
Domingo, 09h30
Vários espaços, Matosinhos Parque da Cidade, Porto Informações e inscrições:
Dias 17 a 20 Domingo, 10h30 223393490 ou dmac@cm-porto.pt
Programa detalhado: www.cm-matosinhos.pt 226151200

DIA INTERNACIONAL SEMANA ACADÉMICA DA UTAD DISCURSOS VISITAS

DOS MONUMENTOS
A Câmara do Porto assinala,
domingo, o Dia Internacional
dos Monumentos e Sítios, com
uma série de visitas a vários
espaços da cidade. O Museu
do Vinho do Porto e a Casa do
Infante (na foto) são dois
desses espaços.
Porto
Domingo
Informação detalhada: www.
cm-porto.pt
Arranca domingo a semana académica da Universidade de Trás-os- RE-VISITADOS
Montes e Alto Douro. Para depois de amanhã está agendado o Baile Terminam, dia 20, os
Académico, no pavilhão da NERVIR, e para segunda-feira as actuações “Discursos re-visitados”, que a
dos Kussondulola. Terça, o palco montado ao lado da biblioteca Universidade do Porto e a
municipal é do dj Diego Miranda e, quarta, de Quim Barreiros. Antes da Ordem dos Arquitectos têm
actuação deste artista português, decorre, à tarde, o cortejo promovido desde Fevereiro. A
académico. última sessão conta com a
NERVIR e largo da biblioteca municipal, Vila Real presença de Gonçalo Byrne,
Domingo a dia 23
que vai falar de Rafael Moneo.
Passos Manuel, Porto
Dia 20, 21h30
2€
DANÇADAS
O público é convidado,
com “Visitas dançadas”,
de Aurélie Gandit, a
redescobrir as principais
obras da colecção do
Museu Grão Vasco, através
de uma visita alternativa
guiada por Leonor Barata.
Museu Grão Vasco, Viseu
Amanhã, 16h00
4€

BOUDU QUERIDO VIVA POESIA CARTAS A UMA A POESIA MOSTRA

No âmbito do ciclo de cinema Antecipando o feriado do 25 de DITADURA ESTÁ NA RUA
“Grandes Actores”, o CCVF exibe, Abril, o Vivacidade – Espaço DE DANÇA
U ma centena de cartas, Em Santo Tirso, a poesia O Teatro Municipal de Vila
dia 20, o filme “Boudu querido” Criativo (Rua Alves Redol, 364) escritas por mulheres continua à solta. Em nova
promove, dia 22, uma sessão do Conde vai ser palco,
(Boudu Savé des Eaux), de Jean portuguesas, em 1958, foram edição de “A poesia está na
de poesia. “A liberdade” é o domingo, de um
Renoir. Fala de Boudu, um encontradas por acaso num rua”, que se prolonga até ao
tema do encontro, que tem espectáculo de dança. É a
vagabundo que tenta suicidar-se, alfarrabista... “Cartas a uma próximo dia 23, dá-se lugar de
início às 17h00. 15ª Mostra da Escola de
atirando-se ao Sena e que é salvo ditadura”, de Inês de Medeiros, destaque ao humor. O tema do
Vivacidade, Porto Dança do Centro Municipal
por um paciente e bondoso livreiro… é o filme a exibir dia 22, no evento é “Humor com humor
Dia 22, 17h00 da Juventude.
Centro Cultural Vila Flor, TMG. se paga”.
Entrada livre Teatro Municipal de Vila
Guimarães Teatro Municipal da Guarda Santo Tirso do Conde
Dia 20, 21h45 Dia 22, 21h30 Até dia 23
Domingo, 18h00
2€ Informações: 252290050

FESTA DO LIVRO E DA LEITURA PRÉMIO ANÁLISES AO SERÃO AT ONCE

“Livros na rua” e “Leituras no hospital” são duas as iniciativas que CARMEN MIRANDA
integram a Festa do Livro e da Leitura, que decorre durante este mês, No âmbito das comemorações
em vários espaços da Póvoa de Varzim. Hoje, é apresentado o projecto dos 100 anos do nascimento de
“Uma biblioteca para Ondame”, que tem como objectivo a criação de Carmen Miranda (1909-1955),
uma biblioteca em Ondame, na Guiné-Bissau. A programação a Câmara de Marco de
detalhada da Festa do Livro e da Leitura pode ser consultada em www. Canaveses promove a 2ª
cm-pvazim.pt. edição do Prémio Carmen
Santo Tirso Miranda. Informações em
Até final do mês
www.cm-marco-canaveses.pt.
Marco de Canaveses
Inscrições até 25 Junho
FADO E AO SANGUE
Há mais “Análises ao fado e ao
sangue”. Hoje, com Alexandra
Lucas Coelho, General José
Loureiro dos Santos e Amílcar
Correia. Dia 22, com Francisco
Luís Parreira, José Bragança
de Miranda e Fernando Faria.
Teatro Nacional São João,
Porto
Hoje e dia 22, 18h30
Entrada livre
REPUBLICANO
Uma pequena viagem ao
passado do tempo da 1ª
República através da música
do canto e da poesia é o que
propõe o Centro Multimeios de
Espinho com “Serão
republicano”, que acolhe dia
22.
Centro Multimeios de Espinho
Dia 22, 21h30
Informações: 227331190
“At once”, que vai ser
apresentado em Aveiro dia
22, é o resultado do
trabalho que Margarida
Bettencourt e Ana Mira
realizaram em torno da
coreografia homónima de
Deborah Hay.
Teatro Aveirense
Dia 22, 21h45
8€
 44 ROTEIRO 16 | Abril | 2010

POR PEDRO SALES DIAS

CRÍTICA SEMANAL
Ledger, Heath Ledger sucumbiu antes de ter-
minar o filme, mas quem vê “O imagi-
o actor que nário do Dr. Parnassus, o Homem que
enganou queria enganar o Diabo”, percebe que
o Diabo e esse homem é Ledger abandonado
pela vida aos 28 anos. Nos fantásticos
os Parnassus cenários de Parnassus, encarnado por
deste Mundo Christopher Plummer, sente-se pela
primeira vez no cinema a presença do
espírito de um actor. Ledger filmou
um terço das cenas e o filme quase
foi cancelado até Johnny Depp, Colin
Farrel e Jude Law trazerem de volta o
amigo. Há algo de místico numa pelí-
cula que parece a ressurreição de um
jovem que prometia um longa e pre-
miada carreira. Nela, conta-se a his-
tória do líder de uma trupe de teatro
que fez um pacto com o diabo e conduz
o público através de um espelho má-
gico, explorador da imaginação. Pela
dádiva dos poderes, Parnasus tem de
entregar ao diabo a alma da filha. O
filme é uma grande metáfora sobre
as escolhas de cada um na vida. Está
nele Deus, o Diabo e a esperança. Para
Legder sobrou a certeza de terminar,
após a morte, um dos filmes mais bri-
lhantes que protagonizou. Enganou o
diabo e continua vivo. Há um Parnas-
sus ou um diabo em cada de nós que
engana as crises da vida todos os dias.

PORTO COMO TREINARES O TEU DRAGÃO UM CIDADÃO EXEMPLAR (DIGITAL) A MELODIA DO ADEUS CONFRONTO DE TITÃS UMA NOITE ATRIBULADA
MEDEIA CIDADE DO PORTO (VERSÃO PORTUGUESA DIGITAL 3D) M/16 109 minutos M/12 107 minutos M/12 106 minutos M/12 101 minutos
M/6 98 minutos Sessões: 13h50, 16h40, 19h20, 22h00, 00h40 Sessões: 14h50, 17h00, 19h10, 21h50 Sessões: 13h30, 16h15 Sessões: 15h15, 17h20, 19h30, 21h50
AS ERVAS DANINHAS Sessões extra: 00h00 de sábado e domingo Sessões extra: 00h20 e 13h10 de sábado e domingo
Sessões: 13h40
M/12Q 104 minutos Sessão extra: 10h30 de domingo
Sessões: 14h30, 17h00, 19h30, 22h00 A MELODIA DO ADEUS (DIGITAL) SHUTTER ISLAND
PRADOLONGO M/16Q 138 minutos SOLOMON KANE
M/12 107 minutos
CONFRONTO DE TITÃS (DIGITAL 3D) Sessões: 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h20 M/12 110 minutos Sessões: 19h10*, 22h20* M/12 104 minutos
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO Sessões: 19h15 *Excepto terça Sessões: 21h20
M/12 106 minutos
M/6 98 minutos Sessões: 16h00, 18h50, 21h30, 00h00 Sessões extra: 00h30 de sábado e domingo
Sessões: 14h20 DE PARIS COM AMOR PARE, ESCUTE, OLHE (DIGITAL)
A PRINCESA E O SAPO
COMBATE PELA VERDADE (DIGITAL) M/12 92 minutos
(VERSÃO PORTUGUESA) M/6 COMO TREINARES O TEU DRAGÃO
ESTADO DE GUERRA Sessões: 15h00, 17h20, 19h40, 22h10, 00h35 Sessões: 13h15, 15h50, 19h00, 21h50 (VERSÃO PORTUGUESA)
M/16 115 minutos M/6 97 minutos
M/16 131 minutos Sessões: 13h30, 16h20, 19h10, 21h50, 00h35 Sessões: 15h00 de sábado e 11h00 de domingo M/6 98 minutos
Sessões: 16h50, 19h20, 21h50 PARNASSUS, O HOMEM QUE QUERIA DESCONFIA DOS TEUS VIZINHOS (DIGITAL) Sessões: 15h00, 17h10, 19h15
ENGANAR O DIABO Sessões extra: 12h50 de sábado e domingo
UM SONHO POSSÍVEL M/16 101 minutos
AMAR… É COMPLICADO! M/12 105 minutos
GONDOMAR Sessões: 00h40
M/12 128 minutos UM SONHO POSSÍVEL
Sessões: 13h10, 15h50, 18h30, 21h20, 00h10 Sessões: 13H20, 15H50, 18H30, 21H10, 00H00 LUSOMUNDO PARQUE NASCENTE
M/12 121 minutos
Sessões: 14h05, 16h35, 19h05, 21h30 (excepto terça) DE PARIS COM AMOR (DIGITAL) JUNTOS AO LUAR M/12 128 minutos
M/12 92 minutos M/12 102 minutos Sessões: 16h00, 18h30, 21h00
JUNTOS AO LUAR CINEMAX BRAGASHOPPING Sessões extra: 23h40 de sexta e sábado e 13h20
Sessões: 13h00*, 15h20*, 18h40, 21h00, 23h45 Sessões: 13h40*, 16h30*, 19h20, 22h10 (excepto
DIA 20 M/12 102 minutos FORA DE CONTROLO *Excepto sábado e domingo terça) de sábado e domingo
II CICLO SAÚDE E DOENÇA Sessões: 12h50, 15h20, 18h00, 21h10, 23h50 M/12 126 minutos *Excepto sábado e domingo
SICKO Sessões: 14h50, 17h05, 21h50
COMBATE PELA VERDADE (DIGITAL) COMBATE PELA VERDADE
UM CIDADÃO EXEMPLAR Sessões extra: 00h05 de sábado e domingo UM SONHO POSSÍVEL M/16 115 minutos
M/12 113 minutos M/16 115 minutos
Sessão: 21h30 M/16 109 minutos M/12 128 minutos Sessões: 15h50, 18h20, 21h40
Sessões: 12h50*, 15h30*, 18h20*, 21h20, 00h10
Sessões: 14h00, 16h30, 19h25, 22h00, 00h35 UMA NOITE ATRIBULADA Sessões: 14h00, 16h50, 19h30, 22h30 Sessões extra: 00h10 e 13h00 de sábado e domingo
*Excepto sábado e domingo
TONY MANERO + TONY M/12 101 minutos
AMAR É... COMPLICADO! CASTELLO LOPES ESPAÇO GUIMARÃES
M/16 97 minutos BRAGA Sessões: 15h00, 17h00, 22h00
Sessões extra: 00h00 de sábado e domingo
A MELODIA DO ADEUS (DIGITAL)
A MELODIA DO ADEUS
Sessões: 14h00, 16h30, 19h00, 21h30 LUSOMUNDO BRAGAPARQUE M/12 107 minutos M/12 121 minutos
Sessões: 13h25*, 16h00*, 18h50, 21h30, 00h20 Sessões: 13h50, 17h00, 20h00, 23h00 M/12 107 minutos
FORA DE CONTROLO Sessões: 13h00, 16h00, 18h30, 21h30
MEDEIA TEATRO CAMPO ALEGRE ESTADO DE GUERRA *Excepto sábado e domingo
Sessões extra: 00h10 de sábado e domingo
M/12 126 minutos
Sessões: 13h15, 18h45, 00h25 M/16 131 minutos UMA NOITE ATRIBULADA
RUÍNAS + CANÇÃO DE AMOR E SAÚDE
Sessões: 14h40, 17h15, 21h40 UM CIDADÃO EXEMPLAR (DIGITAL) M/12 121 minutos
M/6 Sessões extra: 00h15 de sábado e domingo Sessões: 12h55, 15h25, 17h30, 19h45 (excepto ter- UM CIDADÃO EXEMPLAR (DIGITAL)
Sessões: 18h30; 22h00 JUNTOS AO LUAR M/16 109 minutos
ça), 22h00, 00h15 M/16 109 minutos
Sessões: 13h10*, 15h35*, 18h25*, 21h10, 00h00
M/12 102 minutos Sessões: 13h10, 16h20, 18h40, 21h20
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO *Excepto sábado e domingo
Sessões: 16h00, 21h45 Sessões extra: 00h00 de sábado e domingo
CINEMA NUN’ÁLVARES (ATÉ DIA 22) LEMBRA-TE DE MIM
(VERSÃO PORTUGUESA)
PARNASSUS, O HOMEM QUE QUERIA COMO TREINARES O TEU DRAGÃO M/12 128 minutos
UM SONHO POSSÍVEL M/6 98 minutos Sessões: 12h45, 15h15, 17h50, 20h30, 23h15 JUNTOS AO LUAR
ENGANAR O DIABO Sessões: 15h00, 17h00 (VERSÃO PORTUGUESA DIGITAL 3D)
M/12 128 minutos M/12 102 minutos
M/12 105 minutos M/6 98 minutos Sessões: 13h30, 16h30, 18h50, 21h50
Sessões: 14h10, 17h00, 21h20, 00h10
Sessões: 14h00
VISTO DO CÉU
Sessões: 13h20*, 15h40* GUIMARÃES Sessões extra: 00h30 de sábado e domingo
*Excepto sábado e domingo CASTELLO LOPES GUIMARÃESHOPPING
DUELO DE TITÃS (DIGITAL 3D) M/12Q 139 minutos
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (3D) Sessões: 19h00, 21h45 LEMBRA-TE DE MIM DE PARIS COM AMOR
M/12 106 minutos CONFRONTO DE TITÃS (DIGITAL 3D)
M/12Q 108 minutos Sessões: 14h00, 16h30, 19h00, 21h40, 00h30 Sessões extra: 00h20 de sábado e domingo M/12 128 minutos M/12 92 minutos
Sessões: 16h30 M/12 106 minutos Sessões: 16h20, 18h50, 21h10 Sessões: 13h20, 16h10, 18h20, 21h10
Sessões: 18h30, 21h40, 00h30 Sessões extra: 13h40 de sábado e domingo Sessões extra: 23h50 de sexta e sábado
UMA NOITE ATRIBULADA (DIGITAL) ESTÃO TODOS BEM
CONFRONTO DE TITÃS (3D) M/12 101 minutos M/12 100 minutos
M/12 106 minutos Sessões: 14h20, 16h45, 19h10, 21h35, 23h50 Sessões: 15h00 (excepto sábado), 17h10
Sessões: 18h30, 21h00
Sessões extra: 23h30 de sexta e sábado
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO LEMBRA-TE DE MIM
(VERSÃO PORTUGUESA DIGITAL 3D) M/12 128 minutos
LUSOMUNDO DOLCE VITA PORTO Sessões: 21h55
M/6 98 minutos
A MELODIA DO ADEUS (DIGITAL) Sessões: 13h40, 16h05, 18h40 Sessões extra: 00h05 de sábado e domingo
M/12 107 minutos Sessão extra: 11h00 de domingo
Sessões: 13h05, 15h40, 18h40, 21h40, 00h15
CONFRONTO DE TITÃS (3D)
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS M/12 106 minutos
UMA NOITE ATRIBULADA (DIGITAL) (DIGITAL 3D) Sessões: 14h55, 17h05, 19h20, 22h00
M/12 101 minutos M/12Q 108 minutos Sessões extra: 00h10 de sábado e domingo, 14h55
Sessões: 13h20, 15h30, 17h45, 20h00, 22h10, 00h20 Sessões: 21h15, 00h05 de sábado e 11h00 de domingo

DESCONFIA DOS TEUS VIZINHOS COMO TREINARES O TEU DRAGÃO

M/16 101 minutos
(VERSÃO PORTUGUESA 3D)
M76 98 minutos
Sessões: 23h50 de sexta e sábado
Sessões: 12h50, 14h50

CONFRONTO DE TITÃS CONFRONTO DE TITÃS (3D)

M/12 106 minutos
Sessões: 16h10, 18h40, 21h30
Sessões extra: 00h00 e 13h30 de sábado e domingo
M/12 106 minutos
Sessões: 13h40 (excepto sábado,
domingo e quinta), 17h00, 19h20, 21h40
Sessões extra: 00h20 de sábado e domingo
 16 | Abril | 2010 ROTEIRO 45

DESTAQUES DA SEMANA Programação até 21 de Abril

ESTREIAS
A MELODIA DO ADEUS DORIAN GRAY
De Julie Anne Robinson De Oliver Parker
c/ Miley Cyrus, Greg Kinnear, Bobby Coleman, Liam Hemsworth, Hallock Beals c/ Colin Firth, Ben Barnes, Rachel Hurd-Wood, Rebecca Hall, Emilia Fox, Ben Chaplin
“A melodia do adeus” – baseado no mais recente romance de Nicho- Quando Dorian Gray, um jovem ingénuo portador de rara be-
las Sparks – passa-se numa pequena cidade costeira no Sul onde um leza, chega à Londres Vitoriana, rapidamente é arrastado pelo
pai separado (Greg Kinnear) tem a oportunidade de passar o Verão carismático Henry Wotton para o turbilhão da alta sociedade lo-
com a sua filha adolescente (Miley Cyrus), que preferia estar em casa cal. Dorian Gray promete dar tudo para se manter para sempre
em Nova Iorque. Ele vai tentar aproximar-se da filha através da única igual ao seu retrato, até mesmo a alma… Uma adaptação da obra
coisa que têm em comum: a música. de Oscar Wilde.

MAIA UM SONHO POSSÍVEL (DIGITAL) ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS PARNASSUS – O HOMEM QUE QUERIA COMBATE PELA VERDADE COMO TREINARES O TEU DRAGÃO (3D)
VIVACINE MAIA M&12 128 minutos (DIGITAL 3D) ENGANAR O DIABO M/16 115 minutos M/6 98 minutos
Sessões: 13h10, 15h50, 18h45, 21h40 M/12Q 108 minutos M/12 105 minutos Sessões: 16h45, 19h20, 22h00, 00h35 Sessões: 21h25, 00h00
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO (3D) Sessões extra: 00h30 de sábado e domingo Sessões extra: 14h05 (excepto terça e quarta)
Sessões: 21h50, 00h35 Sessões: 16h35, 19h20 (excepto quarta), 22h00
M/6 98 minutos
(excepto quarta), 00h40 LUSOMUNDO GAIASHOPPING
Sessões: 13h30 CONFRONTO DE TITÃS
Sessão extra: 11h10 de domingo
UM CIDADÃO EXEMPLAR (DIGITAL) LUSOMUNDO MAR SHOPPING Sessões extra: 14h00 (excepto terça e quarta) LEMBRA-TE DE MIM
M/16 109 minutos M/12 106 minutos M/12 128 minutos
CONFRONTO DE TITÃS (DIGITAL 3D) Sessões: 16h30, 19h05, 21h50, 00h25
Sessões: 13h30, 16h10, 18h50, 21h30 JUNTOS AO LUAR Sessões: 13h40, 16h20, 18h50, 21h20
CONFRONTO DE TITÃS (3D) Sessões extra: 00h25 de sábado e domingo M/12 106 minutos Sessões extra: 14h00 (excepto terça e quarta) Sessões extra: 23h50 de sexta e sábado
Sessões: 13h30, 16h00, 18h40, 21h20, 23h50 M/12 102 minutos
M/12 106 minutos Sessões: 16h25, 18h50, 21h15, 00h05
Sessões: 16h00, 18h45, 21h40, 00h10 SOLOMON KANE (DIGITAL) Sessões extra: 14h05 (excepto terça e quarta)
UM SONHO POSSÍVEL A PRINCESA E O SAPO
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO M/12 128 minutos
M/12 104 minutos M/6 97 minutos
Sessões: 13h40, 16h20, 19h10, 21h50
(VERSÃO PORTUGUESA DIGITAL 3D) Sessões: 16h35, 19h15, 22h00, 00h40 Sessões: 12h55, 15h05
A PRINCESA E O SAPO UM LUGAR PARA VIVER Sessões extra: 13h55 (excepto terça e quarta)
Sessões extra: 00h40 de sábado e domingo M/6 98 minutos Sessões extra: 10h40 de sábado e domingo
(VERSÃO PORTUGUESA) Sessões: 13h20, 15h50, 18h30 M/16Q 98 minutos
M/6 97 minutos Sessão extra: 10h40 de domingo Sessões: 16h30, 18h55 (excepto segunda), 21h20 DORIAN GRAY
Sessões: 13h40 MATOSINHOS (excepto segunda) ESPIÃO NAS HORAS VAGAS
KM/16 112 minutos M/12 92 minutos
Sessão extra: 11h00 de domingo LUSOMUNDO NORTESHOPPING ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS Sessões extra: 14h15 (excepto terça e quarta) Sessões: 16h40, 19h10, 21h45, 00h20 Sessões: 17h20, 19h30, 22h05
FORA DE CONTROLO (DIGITAL 3D) Sessões extra: 14h10 (excepto terça e quarta)
Sessões extra: 00h15 de sábado e domingo
FORA DE CONTROLO M/12 126 minutos M/12Q 108 minutos SOLOMON KANE
M12 126 minutos Sessões: 14h00, 17h00, 20h30, 23h40 Sessões: 21h40, 00h20 M/12 104 minutos CONFRONTO DE TITÃS (3D) COMO TREINARES O TEU DRAGÃO
Sessões: 15h50, 18h30, 21h10, 23h55 Sessões: 00h00 M/12 106 minutos
Sessões: 16h40, 19h20, 22h00, 00h40
(VERSÃO PORTUGUESA DIGITAL 3D)
A MELODIA DO ADEUS (DIGITAL) COMBATE PELA VERDADE (DIGITAL) M/6 98 minutos
Sessões extra: 14h05 (excepto terça e quarta)
PARNASSUS - O HOMEM QUE QUERIA M/12 107 minutos M/16 115 minutos O MISTÉRIO DOS EXAMES ROUBADOS Sessões: 13h20, 15h50
Sessões: 12h50, 16h10, 19h00, 21h20, 00h00 Sessões: 13h40, 16h10, 18h50, 21h30, 00h10 Sessões extra: 10h50 de sábado e domingo
ENGANAR O DIABO M/16 93 minutos
Sessões: 16h45, 19h05
A MELODIA DO ADEUS
M/12 105 minutos A MELODIA DO ADEUS (DIGITAL) M/12 107 minutos
CONFRONTO DE TITÃS (DIGITAL 3D) Sessões extra: 14h20 (excepto terça e quarta) CONFRONTO DE TITÃS (DIGITAL 3D)
Sessões: 13h20, 16h05, 18h50, 21h30, 00h15 Sessões: 16h30, 19h05, 21h45, 00h20
M/12 106 minutos M/12 107 minutos Sessões extra: 14h00 (excepto terça e quarta) M/12 106 minutos
Sessões: 13h10, 15h40, 18h20, 21h50, 00h25 Sessões: 18h30, 21h40
Sessões: 13h00, 15h50, 18h50, 22h00, 00h40 DESCONFIA DOS TEUS VIZINHOS
AMAR... É COMPLICADO! Sessões extra: 00h20 de sábado e domingo
M/16 101 minutos ESTÃO TODOS BEM
M/12 121 minutos
UMA NOITE ATRIBULADA (DIGITAL) AMAR... É COMPLICADO! Sessões: 21h30, 00h20
Sessões: 13h10, 15h55, 18h40, 21h20, 00h05 M/12 100 minutos
M/12 121 minutos
M/12 121 minutos Sessões: 16h35, 19h00 A MELODIA DO ADEUS (DIGITAL)
Sessões: 12h50, 15h30, 18h10, 21h00, 23h40 Sessões extra: 14h10 (excepto terça e quarta) M/12 107 minutos
Sessões: 12h40, 15h00, 17h30, 20h00, 22h15, ESTE É O MEU SANGUE
LUSOMUNDO MAIASHOPPING 00h30 Sessões: 13h10, 15h40, 18h10, 21h30
M/16 133 minutos Sessões extra: 00h00 de sábado e domingo
UMA NOITE ATRIBULADA (DIGITAL) UMA NOITE ATRIBULADA (DIGITAL) O LIVRO DE ELI
Sessões: 15h05, 18h10, 21h25, 00h30
UM CIDADÃO EXEMPLAR (DIGITAL) M/12 101 minutos M/16 117 minutos
M/12 101 minutos
Sessões: 13h15, 15h35, 18h00, 21h10
Sessões: 13h00, 15h20, 17h40, 20h00, 22h20, 00h30 Sessões: 21h20, 00h10 UMA NOITE ATRIBULADA (DIGITAL)
M/16 109 minutos
Sessões extra: 23h40 de sexta e sábado Sessões: 12h30, 15h10, 18h20, 21h30, 00h10 M/12 101 minutos
Sessões: 13h15, 15h45, 17h50, 19h50, 22h10
Sessões extra: 00h10 de sábado e domingo

A PRINCESA E O SAPO
M/6 97 minutos
Sessões: 14h10 e 16h20 (excepto sábado e do-
AMAR… É COMPLICADO!
mingo)
JUNTOS AO LUAR (DIGITAL) SHUTTER ISLAND M/12 121 minutos MORTE NO DESERTO
Sessões: 16h25, 19h10, 21h50, 00h30 M/18 89 minutos
M/12 102 minutos M/16Q 138 minutos FORA DE CONTROLO Sessões extra: 13h50 (excepto terça e quarta) Sessões: 13h00, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50
Sessões: 17h20, 23h30 Sessões: 14h00, 17h30, 21h10, 00h00 M/12 126 minutos Sessões extra: 00h30 de sábado e domingo
Sessões: 16h40 (excepto sábado e domingo), SHUTTER ISLAND
DE PARIS COM AMOR (DIGITAL) 19h15, 21h55, 00h30 AMAR É… COMPLICADO!
M/12 92 minutos VILA NOVA DE GAIA Sessões extra: 14h05 de sexta e segunda
M/16Q 138 minutos
M/12 121 minutos
Sessões: 15h10, 21h10, 00h15
CONFRONTO DE TITÃS (DIGITAL 3D) Sessões: 14h30, 20h50 UCI ARRÁBIDASHOPPING Sessões: 13h05, 16h10, 19h00, 22h00
Sessões extra: 00h35 de sábado e domingo
M/12 106 minutos ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (3D) DE PARIS COM AMOR
UM SONHO POSSÍVEL (DIGITAL) ESTADO DE GUERRA
Sessões: 13h20, 18h40, 21h20 M/12Q 108 minutos M/12 92 minutos
M/12 128 minutos M/16 131 minutos UM CIDADÃO EXEMPLAR (DIGITAL)
Sessões extra: 23h50 de sexta e sábado Sessões: 16h35, 19h05, 21h40, 00h15 Sessões: 16h50, 19h25, 21h40, 00h05
Sessões: 13h10, 15h40, 18h40, 21h40, 00h50 Sessões: 18h15 M/16 109 minutos
Sessões extra: 14h05 (excepto terça e quarta) Sessões extra: 14h25 (excepto terça e quarta) Sessões: 12h50, 15h30, 18h00, 21h10 (excepto quarta)
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO Sessões extra: 00h05 de sábado e domingo
COMO TREINARES O TEU DRAGÃO COMO TREINARES O TEU DRAGÃO
(DIGITAL 3D) (VERSÃO PORTUGUESA DIGITAL 3D) UMA NOITE ATRIBULADA UM CIDADÃO EXEMPLAR (VERSÃO PORTUGUESA 3D) DE PARIS COM AMOR (DIGITAL)
M/6 98 minutos M/6 98 minutos M/12 101 minutos M/16 109 minutos M/6 98 minutos M/12 92 minutos
Sessões: 16h00 Sessões: 13h20, 16h00, 18h30 Sessões: 16h40, 19h10, 21h35, 00h10 Sessões: 16h25, 19h00, 21h35, 00h15 Sessões: 16h15, 18h45 Sessões: 13h30, 16h00, 18h20, 21h00
Sessão extra: 10h35 de domingo Sessões extra: 10h40 de sábado e domingo Sessões extra: 14h25 (excepto terça e quarta) Sessões extra: 13h50 (excepto terça e quarta) Sessões extra: 13h55 (excepto terça e quarta) Sessões extra: 23h40 de sexta e sábado
46

tendências 16 | Abril | 2010

Para maiores de 30
POR MIGUEL PINTO | miguel.pinto@grandeportoonline.pt
O revivalismo em torno dos anos 80 é uma moda que pegou. Fazem-se festas
temáticas, as discotecas voltam a pegar nos temas dos “one hit wonders” e os velhos
gadjets ganham um novo encanto. Para muita gente, o que está em causa em muitos
destes objectos são memórias de adolescência, horas perdidas em torno de algo que já
parece fazer parte de um passado distante. Ainda se lembra de alguns destes? Walkman
A génese dos
leitores de mp3
Cubo de Rubik ou do iPod é o
w alk man, uma
Foi o quebra-cabeças por excelência de invenção da Sony
toda uma geração. A grande maioria, que levou milhões
por voltas e mais voltas que dessem de pessoas a
ao raio do cubo (que alguém apelidou passearem
de mágico), nunca conseguiu alinhar pelas r uas com
as cores de todas as faces. Havia uns uns pequenos
predestinados que o faziam em alguns headphones laranja
segundos, mas ninguém os conhecia colados às orelhas. Era
pessoalmente. Só apareciam nos programas do o tempo das gravações de
Júlio Isidro. Trinta anos depois da sua aparição, cassetes com os álbuns da moda,
ainda se encontra por aí. trocadas com amigos nos intervalos
das aul as . Uma c as s ete de 9 0
minutos levava vinte músicas…

Live Aid
Dois estádios
repletos em dois
continentes, tudo
o que era nome
sonante da altura
e centenas de
milhões a ver pela
televisão. É este o
retrato simplista
do primeiro grande
concerto planetário,
o Live Aid. Em 1985,
o mundo da música
lançava o grito de
alerta contra a fome Rádios Piratas
em África. Duas das
performances mais Foi um fenómeno único e irrepetível. Na rádio
épicas pertencem aos oficial, quase só o saudoso António Sérgio
U2 (sim, já andavam passava “aquela” música. Vai daí, o éter foi
por aqui…) e aos invadido por uma enxurrada de rádios ditas
Queen, com Freddie pirata, que alteraram para sempre o espectro
Mercury a roubar o radiofónico nacional. Quase toda a gente que
espectáculo. batia à porta tinha direito a pôr uns discos.
Ah, e a informação também nunca mais foi a
mesma…
16 | Abril | 2010
ZX Spectrum
Muito antes de as contas se
fazerem em gigas ou terabytes,
o máximo que se podia
ambicionar era um 48k. O ZX
Spectrum foi o pontapé de saída
na revolução electrónica que
seguiu vertiginosa até atingir
os impensáveis patamares em
que actualmente se encontra. Chuckie
Egg, Pac-Man ou Match-Point foram alguns
dos jogos que marcaram os anos 80. O arranque do
computador ficou famoso: Load “ “…
Space Invaders
A s salas de jogos atingir am o
pico do sucesso há mais de duas
décadas. Eram os tempos de jogar
Tetris ou Outrun, com moedas de 25
escudos surripiadas da carteira dos
pais. Um dos jogos mais famosos da
altura foi, sem sombra de dúvida, o
Space Invaders. Saltava-se de nível
em nível a disparar freneticamente
sobre tudo o que aparecia na parte
superior do ecrã.
insert coin
Roque Santeiro
A produção industrial de
telenovelas já era uma realidade
no Brasil. A diferença com a
actualidade é que a sua qualidade
era tal que conseguiam prender
meio país em frente ao televisor.
Roque Santeiro é talvez das mais
famosas. Sinhozinho Malta, Viúva
Porcina ou o professor Astromar
faziam parte de uma galeria de
personagens notável, que perdura
até hoje. Não se lembram? É ir ao
Youtube, que há lá muita coisa.
TENDÊNCIAS 47
| COMER BEM |
Virtudes
e defeitos
da cafeína
ALEXANDRA BENTO | nutricionista |
É verdade que, ao beber
um galão ou uma meia de
leite, o café inibe absor-
ção do cálcio do leite?
O café sempre foi e continua
a ser uma bebida exótica, não só
pelos seus efeitos estimulantes,
mas também pelo seu sabor e aro-
ma únicos.
São vários os estudos que rela-
cionam a ingestão de café com a
saúde. De uma maneira geral, o
consumo moderado de café não
está relacionado com prejuízos
na saúde, pelo contrário, as evi-
dências científicas sugerem que
o consumo desta bebida poderá
estar associado a uma diminuição
do risco de Doença de Parkinson,
cancro do cólon, diabetes tipo 2 e
cirrose hepática.
A cafeína aumenta a excreção
urinária de cálcio, tendo-se suge-
rido, por isso, que poderia ser um
dos factores de risco para a dimi-
nuição da densidade mineral. No
entanto, as evidências apontam
para que um consumo moderado
de café, desde que acompanhado
por uma ingestão suficiente de
cálcio (pelo menos 800 mg/dia) e
vitamina D, não esteja associado
a uma diminuição da densidade
mineral óssea nem a fracturas,
factores intimamente relaciona-
dos com a osteoporose.
De acordo com as evidências
científicas reunidas até à data,
a ingestão de cafeína, por adul-
tos saudáveis, deve limitar-se a
um máximo de 400 mg/dia, sen-
do que o consumo de café, chá
e outras bebidas cafeinadas é
desaconselhado a crianças e ado-
lescentes.
As grávidas e mulheres que
pensem engravidar devem res-
tringir o consumo de cafeína a
300 mg/dia.
Para se ter uma ideia e de acor-
do com um estudo recentemente
efectuado pela Faculdade de Far-
mácia da Universidade do Porto,
o teor médio de cafeína do café
curto é de 62 mg, do café normal
72 mg e do café cheio 88 mg.
Todas as semanas a Associação
Portuguesa de Nutricionistas res-
ponde a questões sobre nutrição.
Envie as suas dúvidas para:
agenda@grandeportoonline.pt
 SEMANÁRIO
GRANDE PORTO tempo: Chuva
16 | ABRIL | 2010 Apesar das ameaças de bom tempo, a chuva regressa novamente
Impresso em papel que
incorpora 30 por cento este fim-de-semana. Para hoje, estão previstos aguaceiros, com
de fibra reciclada, com tinta temperaturas a variar entre os 13 e os 22 graus. Amanhã, a chuva
ecológica de base vegetal
mantém-se e haverá uma ligeira descida da temperatura máxima.
Para domingo, está prevista mais chuva.

| DITO ASSIM... |

Um dia só para boas notícias

FERNANDO TAVARES | Jornalista | opiniao@grandeportoonline.pt

É uma atitude tipicamen-
te portuguesa: sempre que
podemos, dizemos mal do
nosso País. Ora porque te-
mos vícios de rico, ora por-
que não fazemos nada, ora
porque fazemos mal feito,
ora porque fazemos tarde,
muito tarde. No Norte es-
tamos contagiados por esta
onda, não fosse aqui o ber-
ço da nacionalidade.
É só sair à rua para se
ouvir o costume: “isto
está mau…”. Adoramos di-
zer mal de nós, adoramos
valorizar a organização
de outros países e a limpe-
za das ruas, mas gostamos
muito de passar um si-
nal vermelho ou de deitar
o maço de tabaco va-
zio pela janela. Sabemos
ter coisas boas, mas prefe-
rimos valorizar as más.
Esta foi mais uma sema-
na de números maus - o JN
revelava, quero dizer, volta-
va a mostrar que esta região
está no fundo. O Norte, que
já estava mal, piorou. Esta-
mos a cerca de 60% da mé-
dia comunitária. Piorámos
- em 10 anos passámos de
67% para 63%. Estes núme-
ros são terríveis e ajudam
muito na argumentação
dos que gostam de dizer
mal. É como se esta confir-
mação estatística lhes ber-
rasse aos ouvidos: “ESTÁS
CERTO!”.
Gostamos disto, de nos
sentirmos coitadinhos. Es-
tamos mergulhados nesta
profunda depressão, nem
o FC Porto ajuda, e parece
que preferimos ficar nela a
tentar mudar. Bem sei que
é mais fácil e que por ve-
zes estamos fartos de lu-
tar, mas, em bom rigor, te-
remos outra saída que não
seja lutar e sobreviver para
poder viver? Em que fica-
mos, desistimos?
Bem sei que isto não vai
lá só com optimismos, mas
estou em crer que uma
onda mais positiva nos po-
deria ajudar. Se pudesse de-
cretava, para começar, um
dia anual só de boas notí-
cias. Um dia em que se va-
lorizasse o que de melhor
temos, as nossas melhores
características, o que sabe-
mos fazer bem, o que nos
distingue dos outros. Acho
mesmo que nos falta no res-
to do ano um pouco do es-
pírito da noite de S. João.

NORTEGLOBAL

“ Ir à Selecção Nacional foi o momento

mais emocionante da minha carreira””
Marco Ferreira ∑ Capitão do Ethnikos Piraeus ganhou títulos no FC Porto, jogou no Benfica e em outros clubes
AIDA SOFIA LIMA
aida.lima@grandeportoonline.pt
Desde o Tirsense ao
FC Porto, do Penafiel ao
Benfica, Marco Ferreira
tem um longo percurso
no mundo do futebol, ten-
do somado diversos títu-
los. Actualmente, é capitão
do Ethnikos Piraeus, clube
de futebol histórico de Ate-
nas, onde está desde 2008.
“Estou contente e penso
que é o melhor país onde
já vivi até hoje”, contou ao
GRANDE PORTO. Num
país onde a crise faz parte
das conversas do dia-a-dia,
o futebolista lembra que
quem está fora “tem uma
ideia da Grécia completa-
mente errada”, uma vez
que, como justifica, “uma
coisa é o Governo ter me-
tas e objectivos para atingir
de acordo com as directri-
zes da União Europeia, e
outra coisa é o quotidiano
dos gregos, que têm um po-
der de compra superior ao
português”.
Nascido em Vimioso,
concelho do distrito de
Bragança, em 1978, aos 17
anos Marco Ferreira ruma
ao Tirsense, onde come-
çou a sua carreira como
profissional. Passado um
ano, Paulo Futre, de quem é
amigo, leva-o para o Atléti-
co de Madrid e, pouco tem-
po depois, segue para o Ja-
pão, para o Yokohama F.
Marinos. “Foi uma experi-
ência fantástica, mas curta,
pois quatro meses depois
achei que tinha condições
para regressar ao futebol
europeu, o sonho de qual-
quer jogador do mundo”,
lembrou o transmontano.
O regresso conduziu o
jogador a Paços de Ferreira,
onde esteve um ano, e nova
etapa levou-o ao Vitória de
Setúbal, clube que, como
recorda, “me pôs na mon-
tra e me permitiu ir à Selec-
ção Nacional, um dos mo-
mentos mais emocionantes
da minha carreira”.
Três anos e meio depois
é vendido para o Futebol
Clube do Porto: “Foi a mi-
nha melhor altura em ter-
mos físicos. O Porto tinha
uma equipa fantástica, com
óptimos jogadores, pelo
que não foi fácil jogar com
DR
Uma operação no fim da
época ditou a perda de al-
gumas capacidades e Mar-
co Ferreira é emprestado
ao Vitória de Guimarães.
Um ano depois regressa
ao Porto, mas, sem fazer
a pré-época, é empresta-
do ao Penafiel, por esco-
lha sua. Três meses depois
entra no Benfica: “Fiz uma
época fantástica, a lateral-
direito, e depois passou-
se qualquer coisa, que não
A Marco Ferreira (à direita) vive na Grécia desde 2008 sei o quê, e não joguei mais
durante a época”. Marco
regularidade, mas sentia- so. “Em 2003, quando fui Ferreira deixa o Benfica
me bem. Ganhámos imen- jogar com o Porto à Luz, e ingressa no clube inglês
sos títulos”. ganhámos por um golo e Leichester City. Para o jo-
ainda faltavam alguns me- gador, o futebol inglês é
MOMENTO MARCANTE ses para acabar o campeo- “um dos melhores do mun-
NO FC PORTO nato. Sagrámo-nos campe- do, mas para quem joga em
Foi ao serviço do FC Por- ões a 11 pontos do Benfica grandes clubes, como o
to que o jogador viveu um num jogo na Luz. Foi um Manchester United ou Ar-
dos momentos mais im- momento que me marcou senal”. “São agressivos no
portantes do seu percur- muito”, explicou. bom sentido, pois dão tudo
nos jogos e os adeptos não
aceitam que um jogador se
PERFIL atire para o chão para per-
der tempo”, acrescentou.
MARCO FERREIRA Lembra ainda que o fute-
Marco Ferreira tem 32 anos e é natural de Vimioso, concelho bol inglês deu um grande
do distrito de Bragança. Começou a carreira de futebolista,
aos 17 anos, no Tirsense. Actualmente, está na Grécia, sendo
passo quando acabaram as
capitão do Ethnikos Piraeus de Atenas desde 2008. claques: “Não posso dizer
que fosse bom acabar com
as claques em Portugal,
até porque acho que fazem
falta ao futebol, mas penso
que seria importante uma
melhor organização”.
Foi pela mão de Jesus
que regressou a Portugal,
ao Belenenses, onde ficou
seis meses. Decidido a dei-
xar novamente o País, Mar-
co Ferreira conhece Nikos
Pirounias, presidente do
Ethnikos Piraeus, acaban-
do por partir para a Grécia:
“Em termos humanos, foi o
homem que mais me sur-
preendeu”.
Com um dia-a-dia dividi-
do entre os passeios mati-
nais na praia e os treinos di-
ários, Marco Ferreira sente
falta da comida da mãe, dos
amigos e da sua terra, que
vê cada vez com menos
gente: “A desertificação no
Interior é cada vez maior.
Faz falta muita coisa, como
emprego, mas, se calhar, já
é tarde, porque não há gen-
te e é difícil fazer regressar
as pessoas”.
A Portugal, segundo o jo-
gador, faz falta muita coisa,
principalmente emprego e
estabilidade económica.