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Influência de adições pozolânicas na reserva alcalina do concreto de

cimento Portland
Influence of pozzolanic admixtures in the alkaline reserve of Portland cement concrete

André Yukio Borba(1); Carlos Junior Alves Martins(1); Marcelo Henrique Farias de Medeiros(2)

(1) Aluno de IC, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paraná


(2) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paraná
Centro Politécnico – Jardim das Américas – Curitiba – Paraná – CEP: 81531-980 -
medeiros.ufpr@gmail.com

Resumo
A procura de materiais e métodos que resultem em concretos mais duráveis é algo que tem sido perseguido
pelo meio técnico e científico nos últimos anos. O emprego de adições minerais, geralmente com atividade
pozolânica, é um dos caminhos que se tem pesquisado intensamente para a elevação da durabilidade de
estruturas de concreto armado. É fato que o uso de adições pozolânicas como substituição ao cimento
Portland confere maior durabilidade quanto à exposição a ambientes marinhos, porém, reduzem a eficiência
do concreto quanto à proteção ao ataque do dióxido de carbono. Isso provavelmente ocorre pela redução
da reserva alcalina do concreto provocada pelas reações pozolânicas.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre a redução da reserva
alcalina do concreto provocada pelo uso de adições minerais como sílica ativa, metacaulim e cinza volante.
O motivo principal para esta revisão da literatura é a produção do embasamento teórico necessário para
que os autores deste artigo desenvolvam nos próximos meses um estudo na área de uso da cal para
minimizar o efeito de redução da reserva alcalina provocada por materiais pozolânicos. Este é um problema
inerente ao uso destas adições e, por este motivo, é extremamente importante que se pesquise e
desenvolva formas de minimizar este efeito.
Palavra-chave: adição mineral, pozolana, reserva alcalina, concreto armado, durabilidade

Abstract
In recent years, the demand for materials and methods that result in more durable concrete have been
objectified for scientific and technical media. The use of mineral admixtures, generally with pozzolanic
activity, has been intensively researched to increase the durability of reinforced concrete structures. It is truth
that pozzolanic additions as replacement of Portland cement increase the durability of concrete exposed to
marine environments and it reduces the efficiency of the concrete to resist to the carbon dioxide attack. This
probably happens for reduction of alkaline reserve of concrete caused by pozzolanic reactions.
This work aims to present a literature review about the reduction of alkaline reserve of concrete caused by
the use of mineral admixtures such as silica fume, metakaolin and fly ash.
The aim of this work is the production of the necessary theoretical basement to the authors of this article
develops in the coming months a study in the area of the use of lime to minimize the effect of reduction of
alkaline reserve caused by pozzolan materials. This is a problem inherent in the use of these admixtures
and, for this reason, is extremely important to search for and develop ways to minimize this effect.
Keywords: mineral admixture, pozzolan, alkaline reserve, reinforced concrete, durability

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1 INTRODUÇÃO
Pozolanas são substâncias de composição silicosa que não são cimentantes, ou seja, não
reagem com a água. Esse tipo de material reage com hidróxido de cálcio à temperatura
ambiente resultando em compostos com propriedades cimentícias, de modo que quando
adicionados ao cimento, produzem algumas características interessantes no concreto.
As pozolanas podem ser de origem natural ou artificial. Pozolanas naturais são materiais
de origem vulcânica, geralmente ácida, ou de origem sedimentar (NBR 5736(1991)),
como rochas vulcânicas ácidas, tufos vulcânicos, arenitos e folhelhos opalinos. As
pozolanas artificiais, que é o principal tipo utilizado na construção civil, são geralmente
provenientes de algum tipo de resíduo industrial sólido, como cinzas volantes (cinzas da
queima do carvão mineral), sílica ativa (produção do ferro-silício), cinza de casca de arroz,
entre outras. Também existe a possibilidade de não ser exatamente um resíduo, como é o
caso do metacaulim, que é uma argila natural ativada por tratamento térmico.
As reações pozolânicas são basicamente as reações entre a sílica amorfa (SiO2) da
adição com o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), formando silicatos hidratados (semelhantes
as estruturas do tipo C-S-H).
As conseqüências destas reações para o concreto são a fixação da cal livre (Ca(OH) 2),
composto gerado pela hidratação do cimento e potencialmente deletério, devido ao fato
de ser formado por cristais grandes e bastante solúveis, favorecendo o processo de
lixiviação e aumentando a permeabilidade dos produtos. Ainda, o hidróxido de cálcio é
suscetível a ataques por sulfatos e atua como catalisador da reação álcali-agregado
(VIEIRA, 2001). A reação da pozolana com a portlandita faz com que esses cristais de
baixa resistência sejam substituídos por estruturas semelhantes a do C-S-H, que são
menores, mais resistentes e menos solúveis que os cristais de hidróxido de cálcio,
aumentando a resistência a longas idades, diminuindo a permeabilidade e a entrada de
agentes agressivos que possam danificar o concreto.
No entanto, com a adição de pozolanas o concreto perde muito de sua reserva alcalina,
pois, o principal composto responsável pela alcalinidade do concreto é o hidróxido de
cálcio. Quando esse composto reage com a sílica, sua quantidade reduz drasticamente,
fazendo com que a reserva alcalina diminua.
Com a redução da quantidade de Ca(OH)2, diminui a reação álcali-agregado, mas,
aumenta a velocidade de carbonatação do concreto. Isto ocorre porque a velocidade em
que o CO2 avança depende da concentração de hidróxido de cálcio nos poros do concreto
e a carbonatação só avança quando toda a portlandita tiver reagido com o CO2 em uma
dada camada. A zona que separa a área carbonatada da zona não carbonatada se
chama frente de carbonatação e está ilustrada na Figura 1.
Este trabalho apresenta como objetivo produzir uma revisão da literatura sobre a
influência das adições pozolânicas sobre a reserva alcalina do concreto e serve para
embasar um trabalho posterior sobre o uso de cal para a compensação da portlandita que
é consumida por este tipo de adição.

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Figura 1 – Esquema do avanço da frente de carbonatação (MEDEIROS (2002))

2 RESERVA ALCALINA: CONCEITUAÇÃO E INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE POZOLANA


2.1 Conceituações de reserva alcalina
Reserva alcalina é o teor de hidróxido de cálcio remanescente das reações de hidratação
do cimento, que, juntamente com alguns íons alcalinos [Na+, K+ e OH-] nos fluídos dos
poros, são os responsáveis pela passivação das armaduras, mantendo o pH do concreto
em torno de 13.
O aço possui uma fina película superficial de óxidos impermeável em meios alcalinos com
pH>11,5. Portanto, enquanto o pH estiver acima de 11,5 o aço está “passivo”, ou seja,
protegido da corrosão (exceto em casos de contaminação por cloretos).
O concreto por ser um material poroso e permeável, semelhante a uma “esponja rígida”,
está sujeito a entrada de agentes agressivos do meio externo, tais como a água
contaminada, ácidos ou CO2. As reações provocadas por estes elementos podem diminuir
drasticamente a reserva alcalina, podendo até mesmo despassivar as armaduras.
De acordo com TUTTI (1982), a menor reserva alcalina dos cimentos com adições
pozolânicas é compensada pela estrutura porosa mais fechada, reduzindo a entrada de
agentes agressivos. Porém, muitos autores como CAMPBELL-ALLEN; ROPER (1991),
BAUER (1995), PARROT (1996), PAPADAKIS (2000) e ISAIA et al. (2001) discordam
desta afirmação pelo fato de seus experimentos terem mostrado outra tendência de
resultados.

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2.2 Meios de redução da reserva alcalina
2.2.1 Redução por ação da água

São muitos os problemas causados pela água e estes estão relacionados a algumas de
suas características físico-químicas. A água possui um grande poder de dissolução,
chamado muitas vezes de “solvente universal” devido à enorme quantidade de
substancias as quais ela dissolve.
A água de rios e lagos na maioria das vezes são ricas em sais dissolvidos, como sulfatos
e bicarbonatos de cálcio e magnésio. Este tipo de água é chamado de “água dura”, ela
possui pouca capacidade de dissolver os compostos da pasta endurecida.
No entanto, as águas muito puras, como rios de montanhas, lagos de degelo, por
exemplo, não contém quase nada dissolvido, portanto tem muita facilidade para decompor
por hidrólise os componentes da pasta.
A hidrólise da pasta solubiliza em primeiro lugar o hidróxido de cálcio que por lixiviação é
transportado pela água até a superfície do concreto onde ocorre a carbonatação devido
ao contato com o CO2 do ar, gerando manchas esbranquiçadas conhecida como
eflorescência e ilustrada a Figura 2.

Figura 2 – Eflorescência proveniente de lixiviação na cobertura do prédio da FAU-USP

2.2.2 Redução por ação de ácidos

O ataque ácido é uma conseqüência do crescimento das atividades em áreas urbanas e


industriais, que têm contribuído para formação de uma atmosfera ácida. Dessa forma,
quando o concreto está exposto a esse tipo de ambiente pode ocorrer uma reação de
neutralização entre os compostos alcalinos do concreto com o ácido, formando sais e
água.
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BASE + ÁCIDO → SAL + ÁGUA

Os ácidos atuam sobre o concreto destruindo seu sistema poroso e produzindo uma
transformação completa na pasta de cimento endurecida. O resultado destas ações é a
perda de massa e uma redução da seção do concreto. Esta perda acontece em camadas
sucessivas, a partir da superfície exposta, sendo a velocidade da degradação
proporcional à quantidade e concentração do ácido em contato com o concreto
(ANDRADE (2003)), conforme Figura 3.

Figura 3 – Ataque químico deteriorou severamente uma viga de concreto em indústria química
(AGUIAR (2003))

São muitas as reações químicas onde algum ácido ataca os componentes básicos da
pasta. Essas reações podem causar grandes perdas de alcalinidade, podendo causar a
despassivação das armaduras.
As chuvas, normalmente, têm um caráter ácido, devido à reação entre o CO2 com a água,
dando origem ao ácido carbônico (H2CO3). No entanto, nas áreas onde há grande
influência de gases produzidos por fábricas e motores (em especial quando há queima de
carvão mineral) são liberados para a atmosfera óxidos de enxofre (SO2) os quais reagem
com o vapor da água produzindo ácido sulfúrico (H2SO4), que é diluído na água da chuva
dando origem a chuva ácida (pH< 4,5).
Alguns dos casos mais freqüentes é o ataque pelo ácido carbônico (H2CO3), originário da
decomposição de matéria orgânica em água.

Ca(OH) 2+H2CO3  CaCO3+2H2O (Equação 01)

Após essa reação, caso haja CO2 dissolvido na água, este pode reagir com o carbonato
de cálcio, produto da reação anterior, e forma o bicarbonato de cálcio, que é
extremamente solúvel em água.

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CaCO3 + H2O + CO2  Ca.(H.CO3) 2 (Equação 02)

E esta reação ocorre geralmente em locais onde existe grande concentração de matéria
orgânica em decomposição, um bom exemplo é as estações de tratamento de esgoto e
obras com contato direto com águas ricas em matéria orgânica.
Uma das características do ataque por ácido é a remoção da pasta devido à lixiviação dos
sais e produtos mais solúveis do concreto, deixando os agregados expostos. Aumenta a
porosidade, diminui a resistência e o pH do concreto, diminuindo drasticamente a reserva
alcalina.

2.2.3 Degradação por ação do CO2

O dióxido de carbono é um gás muito comum na natureza, encontrado em maior


concentração em grandes centros urbanos, devido à emissão pelos automóveis, e em
áreas industriais. Como podemos ver na Figura 4.

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Figura 4 – Teor de dióxido de carbono devido a emissões urbano/industriais (CPTEC/INPE (2009))

A Carbonatação é uma reação entre hidróxido de cálcio, potássio e sódio remanescente


da hidratação do concreto com o dióxido de carbono. Porém, é conhecido que a principal
reação da carbonatação é representada pela Equação 3:

Ca(OH)2 + CO2  CaCO3 + H2O (Equação 03)

São diversos os fatores que influenciam na velocidade de penetração da frente de


carbonatação, de acordo com KULAKOWSKI (2002) os principais são:
 Condições de exposição: concentração de CO2, umidade relativa, temperatura, etc;
 Composição química do cimento;
 Composição do concreto;
 Execução do concreto;
 Porosidade.

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A maneira mais comum de se medir a profundidade de carbonatação é através do uso de
fenolftaleína e timolftaleína, onde a região não carbonatada (com pH elevado) fica com
coloração diferenciada, podendo se identificar facilmente a profundidade de
carbonatação. O método de medição segue a recomendação do TC-CPC18 da RILEM.
A Figura 5 mostra como o concreto fica após a aplicação da fenolftaleína.

Figura 5 – Medição da profundidade de carbonatação (MEDEIROS (2003))

2.2.3.1 Concreto com pozolana x eficiência quanto à carbonatação

A produção do cimento causa um alto impacto ambiental, que pode ser reduzido com
adições pozolânicas em substituição do cimento, tais como: cinza volante; sílica ativa;
cinza da casca de arroz, etc. Essa substituição também oferece vantagens econômicas,
pois está se substituindo o clínquer (um produto nobre) por resíduos sólidos industriais.
SABIR et al. (2001) destacaram que o passo mais importante do desenvolvimento do
concreto neste ultimo século, foi a utilização de subprodutos industrias na produção do
concreto. Esta utilização é agora estendida a outros resíduos como cinza da casca de
arroz.
A principal desvantagem da utilização de pozolana no sistema cimentício é a maior
susceptibilidade à carbonatação (HOPPE FILHO, 2008).

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As adições pozolânicas aumentam a resistência do concreto contra o ataque de sulfatos,
mas o deixa mais suscetível ao dióxido de carbono. Isso ocorre devido à reação da sílica
presente nas pozolanas com a água e o hidróxido de cálcio remanescente formando
estruturas de silicato de cálcio hidratado (C-S-H). Como anteriormente citado, essa
reação diminui a reserva alcalina do concreto fazendo com que a carbonatação avance
mais rapidamente, pois haverá menor teor de hidróxido de cálcio (C-H) remanescente a
ser consumido pelas reações de carbonatação.
De acordo com PAPADAKIS (2000), existem duas formas de empregar uma adição
pozolânica, uma é substituindo parte do cimento e outra é substituindo parte do agregado.
No primeiro caso, quanto maior o teor de substituição maior a velocidade de
carbonatação. No segundo caso, quanto maior o teor de substituição menor a velocidade
de carbonatação.
Outros estudos realizados por HOPPE FILHO (2008) concluem que a carbonatação, em
concretos com mesma resistência à compressão de 55 MPa, atingiu maior profundidade
quando executado com cimento pozolânico. Um dos possíveis motivos para esse
aumento do coeficiente de carbonatação é que a sílica presente nas pozolanas reage com
o hidróxido de cálcio formando estruturas de silicato de cálcio hidratado (C-S-H) com
menor porosidade, menor permeabilidade e mesoporos substituídos por poros menores,
segundo MASSAZZA apud ISAIA (1995). Este fato torna o concreto com menor reserva
alcalina, aumentando a velocidade de carbonatação, pois haverá menor teor de
portlandita a ser consumido pelas reações de carbonatação.

2.3 Métodos de medição da reserva alcalina


Existem alguns métodos para se medir a reserva alcalina, dentre eles estão a
termogravimetria e a difração de raios-x.
A termogravimetria, ROJAS et al. (2003) define dizendo: “...a termogravimetria nos
permite medir a variação de uma substância em função da temperatura ou do tempo. O
instrumental básico da termogravimetria consiste numa balança de precisão acoplada a
um forno que permite programar aumento de temperatura de forma linear com o tempo. A
amostra é colocada em uma pequena plataforma acoplada à balança. Os dados de
massa gerados são captados pela saída serial do microcomputador. Um pequeno forno
elétrico envolve a plataforma, de maneira que a temperatura da amostra pode ser
controlada variando-se a potência do forno. Os resultados são apresentados sob forma de
curva termogravimétrica (TG), na qual a variação de massa é registrada em função da
temperatura ou do tempo; pode-se obter uma curva termogravimétrica derivada (DTG)
onde a primeira derivada da curva TG é plotada em relação à temperatura ou tempo”.
Com a DTG podem ser identificados os produtos hidratados de acordo com o pico de
temperatura característico a cada evento (MELO NETO, 2002).
ROJAS et al (2003) também diz que “...a termogravimetria diferencial é útil em algumas
determinações complexas e qualquer mudança na velocidade de perda de peso pode ser
prontamente identificada pelas inflexões que indicam reações consecutivas; portanto,
mudanças de massa que ocorram a temperaturas próximas podem ser perfeitamente
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identificáveis. Os resultados podem ser afetados de acordo com os seguintes fatores:
efeitos instrumentais (velocidade de aquecimento, atmosfera do forno, geometria do
cadinho) e efeitos característicos da amostra (peso, tamanho, modo de preparação)”.
Três formas de termogravimetria são usadas com maior freqüência:
 Termogravimetria isotérmica - a massa da amostra é registrada em função do
tempo com uma temperatura constante.
 Termogravimetria semi-isotérmica - a amostra é aquecida até a massa constante,
usando-se uma série de rampas de temperatura.
 Termogravimetria dinâmica - a amostra é aquecida usando-se uma programação
de temperatura, preferencialmente, linear.
A difração de raios-x é uma radiação eletromagnética igual à usada na medicina.
Medeiros, (2004) definiu como “... uma espécie de filme revelado a partir da radiação X
incidente em sua superfície.” Em outro trecho ele disse que semelhante ao infravermelho,
a difração de raios-x fornece informações sobre a possível estrutura do composto. Deve-
se tomar cuidado ao usar os raios-x, pois eles causam danos ao ser humano, vindo desde
queimaduras até câncer.
A difração de raios-x permite a identificação dos compostos cristalizados (inclusive as
formas alotrópicas), como os compostos originários dos agregados, da hidratação do
cimento e reações pozolânicas e do processo de carbonatação, são eles, hidróxido de
cálcio, silicato de cálcio hidratado (C-S-H), etringita, aluminato de cálcio hidratado e
carbonato de cálcio.
A primeira etapa da difração de raios-X compreende a preparação dos concretos
mediante a pulverização de amostras com uso de um moinho de panela. Em seguida, a
difração é conduzida com a utilização de um goniômetro do tipo /2 de cristal de cobre e
comprimento de onda específico. O tempo total de análise é de aproximadamente 20
minutos para cada amostra.
A identificação das fases é feita através da pesquisa em um banco de dados com
diversos tipos de padrão de difração (AGUILAR (2008)).

2.4 Comparação de estudos de reserva alcalina com e sem adição de


pozolana
SILVEIRA et al (2003) diz que devemos fazer uma diferenciação entre a reação de uma
mistura de cimento Portland e outra de cimento Portland pozolânico. Basicamente, a
diferença está na velocidade de formação e forma do silicato de cálcio hidratado. No caso
do cimento Portland comum, o C3S (Belita) reage com a água (H), formando o C-S-H e
Ca(OH)2, em uma reação rápida; e o C2S (Alita) reage com a água, resultando também C-
S-H e Ca(OH)2, em uma reação moderada. Já no cimento Portland pozolânico (cimento
Portland + pozolana) ocorre uma reação secundária entre a pozolana, a água e o
Ca(OH)2 remanescente da hidratação do cimento Portland, formando novas fases de C-S-
H, no que é considerada uma reação lenta. Dessa forma, equacionando o exposto acima,
temos:

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C3S + H  C-S-H + CHremanescente (reação rápida) (Equação 04)

C2S + H  C-S-H + CHremanescente (reação moderada) (Equação 05)

Pozolana + CHremanescente + H  C-S-Hsecundário (reação lenta) (Equação 06)

NEVILLE (1997) cita que o desenvolvimento das reações pozolânicas induz a uma
diminuição nos teores de CH na solução dos poros do concreto, permitindo que se
necessite menor quantidade de CO2 para reagir com o CH e formar carbonatos.
HOPPE FILHO (2008) realizou ensaios termogravimétricos para duas pastas uma com
78% de cinza volante e 22% de cal hidratada e outra com 45% de hidróxido de cálcio e
55% de cinza volante, aonde ele chegou aos resultados das Figuras 6 e 7.
Na faixa 1 (30ºC a 125ºC), é atribuída à decomposição do silicato de cálcio hidratado. A
faixa 2 (125ºC a 225ºC) e 3 (225ºC a 415ºC), são atribuídas à decomposição das fases
aluminato. A faixa entre 415ºC e 600ºC ocorre à desidratação do hidróxido de cálcio e, a
partir de 600ºC ocorre à volatilização do anidrido carbônico do carbonato de cálcio.
Na pasta com 45% de hidróxido de cálcio e 55% de cinza volante, a portlandita demorou
182 dias para ser consumida. Já na pasta com 78% de cinza volante e 22% de cal
hidratada a portlandita foi consumida em 77 dias, menos da metade do tempo.
De acordo com SILVEIRA et al (2003), devido ao alto controle de dosagem exigido, não é
aconselhável fazer adição de altos teores de pozolana em obras, mas em centrais de
concreto torna-se viável tal adição.

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Figura 6 – Evolução da reação dos sistemas pozolânicos (HOPPE FILHO (2008))

Figura 7 – Portlandita remanescente x Idade (HOPPE FILHO (2008))

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho consiste em um estudo exploratório sobre os mecanismos de degradação
que causam a redução da reserva alcalina do concreto e sobre as conseqüências do uso
de material pozolânico para a eficiência do concreto frente ao ataque por dióxido de
carbono. O intuito foi o de produzir uma revisão da literatura sobre o que foi desenvolvido
até o momento sobre a redução da reserva alcalina causada pelas reações pozolânicas.
Além disso, também foram pesquisados estudos relacionados ao uso de adição de cal
para a reposição da portlandita consumida durante o desenvolvimento das reações
pozolânicas.
O motivo principal para esta revisão da literatura é a produção do embasamento teórico
necessário para que os autores deste artigo desenvolvam nos próximos meses um estudo
na área de uso da cal para minimizar o efeito de redução da reserva alcalina provocada
por material pozolânico. Este é um problema inerente ao uso destas adições e, por este
motivo, é extremamente importante que se pesquise e desenvolva formas de minimizar
este efeito.
Contudo, vale salientar que este é praticamente o único efeito negativo do uso da
pozolana na dosagem do concreto. Este tipo de adição é consagradamente reconhecido
como agregador de inúmeras vantagens ligadas à durabilidade do concreto, podendo citar
o ataque por cloretos, a RAA, ataque por sulfato, entre outros.

AGRADECIMENTOS
Estes autores agradecem o apoio da Universidade Federal do Paraná e do CNPq para
viabilizar a elaboração deste artigo e a participação neste evento de grande impacto no
meio técnico e científico.

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