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Confiar desconfiando

Vanderlei Dallagnolo1
Blumenau, 24 de abril de 2010

Fonte::http://farm1.static.flickr.com/34/88581751_4c0e6c333d.jpg
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Base para uma convivência harmoniosa em sociedade. A CONFIANÇA


também é motivo de muitas desavenças, frustrações e conflitos. E
principalmente de falta de entendimento. Se você pesquisar num dicionário
verá que a palavra confiança remete a alguns significados positivos e outros
negativos. Mas, aqui eu me refiro com mais atenção ao significado ligado à
"fé que se deposita NOS OUTROS".

No âmbito pessoal, são os valores que delimitam a nossa


confiança. Confiamos mais em quem conhecemos. Conhecemos mais quem
aceitamos. E aceitamos mais quem compartilha nossa visão de mundo. E
eventualmente alguém que não compartilha, mas que mesmo assim somos
capazes de ACEITAR sua motivação diferente da nossa. Tendemos a
desconfiar em alguém que faz algo que para nós é inaceitável. Daí que o
preconceito e a desconfiança andem de mãos dadas.

Confiar cegamente ou sem medir as consequências equivale a abrir mão da


sua parcela de responsabilidade em qualquer relação. É o argumento mais
fácil para criar a desculpa de poder culpar aos outros (SOMENTE) por

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Vanderlei.dallagnolo@gmail.com

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A imagem exibe aperto de mão (símbolo de confiança) entre um soldado paquistânes (preto) e um
soldado indiano (bege). Durante a Cerimônia Wagah
qualquer falha. Eximindo da necessidade de realizar uma análise, uma
reflexão quando alguma expectativa nossa é frustrada.

Não confiar por medo de ter a confiança traída é uma irracionalidade. É


auto-destrutivo jamais confiar. Ao confiar precisamos aceitar que é inerente
o risco de nos frustrarmos. Aí reside o valor da própria confiança. Se fosse
simples ser confiável, então a própria confiança que depositamos no outro
de nada valeria.

Não confiar como desculpa para não ser confiável é uma tentativa de
justificar a hipocrisia. Esta é uma inversão sutil da máxima de fazer aos
outros somente aquilo que queremos para nós mesmos. É como errar com
os outros primeiro para ficar em vantagem assim que o outro errar
conosco. O comportamento assim desvirtuado acaba levando a uma profecia
auto-realizável e, eventualmente, o indivíduo com tal postura não será digno
de qualquer confiança.

No âmbito profissional, a confiança geralmente está associada com a


expectativa que temos de que alguém fará algo para nós respeitando certos
parâmetros. Isto pode ser em relação ao fornecedor, colaborador ou outra
figura qualquer. Se o que esperavámos que fosse feito não for realizado.
Nossa confiança não será retribuída. Se os parâmetros (respeito a certas
regras, tempo, custo, etc) não forem atendidos. Nossa confiança também
será abalada. Mas, sobre este âmbito vou tratar com mais profundidade em
outra oportunidade.

A confiança é baseada na nossa capacidade de prever o comportamento do


outro. A partir desta previsão criamos certas EXPECTATIVAS. Tendo o
homem, o livre arbítrio, é das entidades do Universo mais sujeita a
IMPREVISIBILIDADE. Portanto, confiar em outro ser humano é o mesmo que
esperar que alguma coisa imprevísível faça somente aquilo que nós
acreditamos que ela fará. Que é no mínimo uma desonestidade intelectual,
e no máximo arrogância.

Podemos entender CONFIANÇA como ALGO que EU associo ao


OUTRO. Ninguém rouba confiança. Sempre nós que a emprestamos. Da
mesma forma é incorreto dizermos que perdemos a confiança em
alguém. Nós não perdemos CONFIANÇA. Nós a retiramos do outro. Pegamos
de volta. Ela é nossa!

Precisamos da confiança pois precisamos uns dos outros. É da nossa


natureza. Mas, precisamos confiar desconfiando.
Desconfiar porque admitimos que não podemos prever o imprevisível.

Desconfiar porque se o outro nos fosse completamente previsível, não


teríamos confiança, estaríamos manipulando-o.

Desconfiar porque sabemos que nunca somos completamente abertos e


francos a ponto do outro estar sempre certo sobre qual é a nossa expectativa
a cada instante.

Desconfiar porque não queremos que o outro assuma a nossa


responsabilidade.

Desconfiar porque admitimos que o mundo está em constante mutação e


assim também são as pessoas.

E confiar porque nos comprometeremos a sermos dignos desta mesma


confiança.

Confiar porque confiando alimentamos um ciclo favorável à própria


confiança.

Confiar por saber que assim valorizamos nossos semelhantes.

Confiar por ser capaz de reconhecer no outro os mesmos valores sobre os


quais gostamos de nos gabar, outros que admiramos e humildemente
admitimos que ainda não possuímos e a força que nos falta.

Confiar porque a confiança é um vínculo saudável que tem o potencial de nos


aproximar da tão almejada Fraternidade Humana!

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