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Saint Patrick, aps a tomada dos militares, o Pe. McEnroe entra no templo, sobe ao altar e
irreverentemente come todas as hstias, ao deixar lugar diz: este lugar no mais sagrado
(MACHUCA, 2005). Antes de o padre retirar-se do local, Pedro Machuca levanta-se e
despede-se. Aps este gesto todos os demais estudantes levantam-se e do um adeus ao
McEnroe. O que se supe que depois deste episodio, Machuca foi repreendido pelo atual
diretor.
O que podemos entender desse evento, est de acordo com aquilo que Qvortrup (2013)
profere; a liberdade da criana dizer o que pensa e sente em relao a aquilo que lhe diz
respeito restringida a determinados espaos, na esfera pblica o exerccio poltico, a fala
prpria e a autonomia da criana proibida. Em nome de uma suposta fragilidade das
crianas, surge o discurso de que elas necessitam ser protegidas, todavia tal proteo acaba
por arranc-las da participao da vida pblica. Diante disso, Qvortrup preconiza Ao mesmo
tempo em que relevante considerar as crianas como vulnerveis, tambm seria pertinente
sugerir que o mundo adulto vulnervel. (QVORTRUP, p.35, 2013[op. cit]). Castro ainda
mais audaciosa, alvitra:
Faz se vista grossa a todas as evidncias que comprovariam a imaturidade e a
irresponsabilidade dos prprios adultos, que talvez no sejam nem menos frequente,
nem menos aberrante que a das crianas. Citaria como exemplo, a ganncia, o
imediatismo, e o egocentrismo que esto presentes nas decises pelas inmeras
guerras da histria humana que sempre foram decididas por adultos. (CASTRO, p.
26, 2004[op. cit])
REFERNCIAS
ARIS, P. Histria social da criana e da famlia. 2.ed. Rio de Janeiro.: LCT, 1981.
VILA, C.F.D. O golpe no Chile e a poltica internacional (1973): ensaio de interpretao.
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CASTRO, L. R. de (Org.) Crianas e Jovens na Construo da Cultura. Rio de Janeiro:
NAU/FAPERJ, 2001.
FOUCAULT, M. Histria da sexualidade I: A vontade de saber, traduo de Maria Thereza da
Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro, Edies Graal, 1988.
QVORTRUP, J. Visibilidades das crianas e da infncia. Linhas Crticas, Braslia, DF, v. 20, n.
41, p. 23-42, jan./abr. 2014.