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Não quer isto dizer que entre os economistas de todos os tempos não
houvesse alguns, mesmo na tradição liberal, que questionassem a
ideia de progresso como acumulação ilimitada de riqueza. Dentre
eles, John Stuart Mill deve ser destacado. Para Mill o “estado
estacionário” – o fim do crescimento – antecipado e receado por
outros, nomeadamente David Ricardo, não era necessariamente
uma perspectiva lúgubre: se a estagnação do produto fosse
acompanhada de estabilidade demográfica, a humanidade poderia
colher os frutos do progresso, não sob a forma de mais bens de
consumo, mas na de redução do tempo de trabalho penoso, fruição
intelectual e estética, participação reforçada na vida da polis,
convívio com a natureza preservada.
Mas o que fez caminho no pensamento económico e a partir dele se
tornou ideologia foi a ideia de progresso como crescimento. Notas de
reflexão crítica, como as de Stuart Mill, chegaram até nós em pés de
página obscuros de alguns manuais de História do Pensamento
Económico, como curiosidades ou aberrações.
III
IV
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Paridades de Poder de Compra.
Diríamos portanto que a riqueza é importante até certo ponto e
deixa de o ser a partir de um limiar. Ou, dito de outra forma, a
riqueza estará correlacionada com (ou é pré-requisito de) outras
dimensões importantes da “felicidade” em situações de escassez
aguda e deixa de o estar (ou ser) em condições de afluência.