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Mateus 12:46-47;
Marcos 3:31-32;
Marcos 6:3;
Lucas 8:19-20;
João 2:12;
João 7:3-10;
Actos 1:14;
1 Coríntios 9:5;
Gálatas 1:19;
Cabe perguntar quem eram eles, e qual era a sua relação exacta com o Senhor
Jesus. Antes de considerar diversas explicações, recordemos que a palavra grega
adelphos, irmão, admite vários significados:
Mateus 4:18 (dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e seu irmão André)
Mateus 4:21 (outros dois irmãos, Tiago o filho de Zebedeu, e seu irmão João)
Lucas 3:1 (Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Felipe tetrarca da Itureia)
Génesis 29:15 (disse Labão a Jacó: «Por seres meu irmão hás-de servir-me de
graça?»)
Uma razão deste costume é que não existe no hebreu bíblico uma palavra
específica para "sobrinho" nem para "primo"; contudo, há um termo para "tio" ou
"tia" (respectivamente dod, Levítico 10:4; 20:20; doda, Levítico 18:14), assim
como para "descendente" ou "posteridade" (néked, Génesis 21:23; Jó 18:19; Isaías
14:22).
3. Já em sentido mais amplo, outro uso do termo "irmão" tem que ver com relações
raciais e nacionais:
Actos 2:37 (disseram a Pedro e aos outros apóstolos: «Irmãos, que faremos?»)
Ora bem, no tema que nos ocupa os dois últimos usos ficam descartados em
relação aos irmãos e irmãs de Jesus, o terceiro por ser muito amplo para o
contexto destes ditos, e o quarto – vínculos espirituais ou religiosos - porque
diversas passagens sublinham a incredulidade dos irmãos de Jesus antes da
ressurreição (por exemplo, João 7:5); voltaremos a este tema mais à frente.
Esta explicação é sugerida por Mateus 1:25, onde se diz que José não conheceu
Maria (no sentido bíblico de ter relações íntimas com ela) até que nasceu Jesus. No
mesmo sentido aponta Lucas 2:23, onde Jesus é chamado o primogénito. Ora bem,
estes textos não são concludentes por si mesmos. Acerca do primeiro, pode arguir-
se que Mateus se limita a estabelecer o facto da concepção virginal, sem dizer
explicitamente nada do que ocorreu depois de nascido Jesus. Em relação ao termo
primogénito, é possível argumentar que este é um termo técnico para referir o
primeiro filho nascido, sem que isso implique que tivesse que ter irmãos.
Neste texto se alude ao suposto pai de Jesus, depois à sua mãe, aos seus irmãos
e às suas irmãs. Com isto se descreve um grupo familiar primário: pai, mãe,
irmãos e irmãs.
A isto deve acrescentar-se que embora no Novo Testamento não se use o termo
anepsiôs que significa «primo» ou «parente», aparece outro termo que significa
colectivamente "parentela" (sungeneia, Lucas 1:61; Actos 7:3,14). Este vocábulo
deriva de sungenês ou sungeneus, que significam «parente», e usa-se
reiteradamente no Novo Testamento: Marcos 6:4; Lucas 1:58; 2:44; 14:12; 21:16;
João 18:26; Actos 10:24; Romanos 9:3; 16: 7, 11, 21. Segundo Lucas 1:36, o anjo
Gabriel chama Isabel a «parenta» (sungenis) da Bem-aventurada Maria (Lucas
1:36), não sua «irmã» (adelfê).
a) Que Maria não pôde ter tido outros filhos porquanto tinha feito um voto de
virgindade. Esta ideia busca fundamento na pergunta da Bem-aventurada Maria ao
anjo Gabriel, depois de este lhe ter anunciado que ia conceber: «Como será isso,
se eu não conheço homem». A interpretação desta simples declaração - que
poderia naturalmente tomar-se como uma reacção ingénua de surpresa perante o
anúncio do anjo - no sentido de um voto de perpétua virgindade remonta a finais
do século IV, quando foi proposta por Gregório de Nissa (aprox. 330-395). No
entanto, a evidência do próprio texto é extremamente ténue para dizê-lo
suavemente. E o mesmo pode dizer-se acerca da evidência histórica de mulheres
hebreias comprometidas em casamento que fizessem votos de virgindade perpétua.
d) A quarta objecção é que a ter sido filhos de José e Maria, seria difícil explicar
como um destes irmãos tinha o nome de seu pai. No entanto, a objecção carece de
força porque se bem que isto era inusitado em tempos do Antigo Testamento, não
ocorria a mesma coisa no século I da nossa era.
"Em períodos posteriores a patronímia (nomear um menino varão como o seu pai:
cf. Lucas 1:59-61) e a paponímia (nomear um menino varão como o seu avô) não
eram pouco comuns. A prática pôs-se de moda durante o período persa, e pode
explicar a identificação popular de Dario com Ciro (se é esta a intenção) em Daniel
6:28 (texto massorético 29)...
Onde um ofício era herdado, como no caso da realeza e do sacerdócio, havia uma
tendência a reutilizar os nomes pessoais frequentemente em gerações sucessivas.
Além disso, depois do tempo do exílio da Judeia, os nomes muitas vezes não se
baseavam em acontecimentos relacionados com o nascimento, a julgar
especialmente pela relativa popularidade da patronímia e da paponímia..."
Quando Mateus 1:25 e Lucas 2:23 se lêem no contexto dos dez textos que se
referem aos irmãos do Senhor, se faz óbvia a força acumulativa do argumento que
toda esta evidência suporta. Em outras palavras, esta hipótese é a que requer
menos conjecturas e está baseada na mais firme evidência escritural.
Assim o entendeu, entre os Padres, Tertuliano em princípios do século III:
"«Quem é minha mãe e meus irmãos? ... Ele estava justamente indignado de que
pessoas tão próximas d`Ele «permanecessem fora», enquanto uns estranhos
estivessem dentro aferrando-se às Suas palavras. Isto é particularmente assim
dado que sua mãe e seus irmãos desejavam apartá-lo da obra solene que tinha
entre mãos. Mais que negá-los, Ele os desautorizou. Portanto, à pergunta prévia,
«Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?» acrescentou a resposta:
«Ninguém senão os que ouvem as minhas palavras e as praticam». Deste modo
transferiu os nomes das relações consanguíneas a outros que considerava mais
estreitamente relacionados com Ele por causa da fé deles... Não é surpreendente
que preferisse gente de fé aos seus próprios parentes, que não possuíam tal fé."
Também foi defendida no século IV por Helvídio. Contudo, devido a alguns lhes
parecer impossível, se não intolerável, a ideia de que a Bem-aventurada Maria
tenha sido a feliz mãe de outros muitos filhos além de Jesus, formularam outras
hipóteses com o intento de sustentar a noção de que Maria jamais deu à luz outro
filho que não o seu primogénito. A seguir examinaremos duas de tais hipóteses.
Segundo esta hipótese, José se teria casado com Maria em segundas núpcias, e os
irmãos e irmãs de Jesus não teriam sido consanguíneos seus, mas parentes por ter
o mesmo pai de criação e legal.
"Judas, aquele que escreveu a epístola católica, era o irmão dos filhos de José. E
era muito religioso. Embora experimentando a relação próxima do Senhor, ainda
assim não diz que ele mesmo era seu irmão. Mas que diz? «Judas, servo de Jesus
Cristo» d`Ele como Senhor; mas «o irmão de Tiago». Pois isto era verdade. Judas
era seu irmão, através de José."
Comentário sobre a Epístola de Judas, nos Fragmentos de Casiodoro.
No século III Orígenes, que considerava Clemente seu mestre, toma nota desta
tradição:
O principal defensor desta explicação, que é até hoje a posição oficial das Igrejas
ortodoxas orientais, foi Epifánio no século IV. A hipótese reconhece algumas
variantes. Segundo uma delas, sugerida por Teofilacto, os irmãos de Jesus seriam
filhos de José pela lei de levirato, segundo a qual este teria gerado filhos com a
esposa de Cléofas, seu defunto irmão. Segundo outra, eram verdadeiros filhos de
Cléofas e portanto sobrinhos de José que ele teria adoptado como filhos.
Eusébio de Cesareia conserva uma tradição neste sentido em relação a outro dos
irmãos do Senhor, Simão:
Hegésipo baralhou aqui os nomes, pois os nomes tanto dos Apóstolos chamados
«Simão», ou seja, Pedro e o Zelote, como do irmão de Jesus que se nomeia em
Mateus 13:55 e Marcos 6:3 se escrevem Simôn. O único personagem com o nome
Sumeôn que se menciona no marco temporal do Novo Testamento é o ancião que
profetizou no templo (Lucas 2:25-34).
Retornando à hipótese principal desta parte, ou seja, que os irmãos de Jesus eram
filhos de um matrimónio anterior de José, há que sublinhar que não existe a
menor evidência bíblica para sustentar esta hipótese, cuja origem tardia e
espúria a faz de per si extremamente duvidosa. Os supostos filhos de José não
aparecem em lado nenhum nos relatos da natividade de Jesus, nem nas escassas
alusões à sua infância; adicionalmente, ele é chamado o primogénito (Lucas 2:23),
ou seja, o primeiro filho.
Uma objecção comum a ambas as hipóteses apresentadas até aqui – ou seja, que
os irmãos fossem filhos de José ou filhos de José e Maria - é que os irmãos não são
mencionados no episódio do menino Jesus no templo, narrado em Lucas 2:41-52. É
certo que não são mencionados explicitamente, mas há que ter em conta que o
texto em questão também não diz que somente José, Maria e Jesus subiram a
Jerusalém. Fala-se de uma caravana ou companhia, na qual havia muitas pessoas,
incluindo familiares. O propósito do relato não exige de modo algum a menção
explícita dos irmãos de Jesus.
2. ERAM PARENTES PRÓXIMOS DE JESUS, POSSIVELMENTE PRIMOS
Esta explicação foi proposta inicialmente por Jerónimo, e depois aceite por
Agostinho de Hipona e outros mestres. É a posição da Igreja de Roma. Entre os
reformadores, Lutero a aceitou, ainda que não dogmaticamente; e mais tarde
Chemnitz, Bengel e outros.
Em essência, segundo este ponto de vista os irmãos de Jesus eram seus primos por
parte de sua linha materna, e portanto consanguíneos. Teriam sido os filhos de
Alfeu, que seria a mesma pessoa que Cléofas, e da irmã de Maria, que tinha o
mesmo nome que ela. Esta Maria, tia de Jesus, é a descrita como a «mãe de Tiago
e José» (Mateus 27:56) e como «a mãe de Tiago o menor e de José» (Marcos
15:40).
Ainda segundo esta opinião, dado que três dos nomes dos irmãos de Jesus
aparecem nas listas de apóstolos (Tiago, Judas e Simão), e que Tiago é chamado
filho de Alfeu, seria uma coincidência muito notável que além dos seus primos
Jesus tivesse irmãos com exactamente os mesmos nomes. O facto de que a um dos
Tiagos se lhe chame "o menor" indicaria que havia apenas dois Tiagos no círculo de
próximos do Senhor, a saber, Tiago filho de Zebedeu, o irmão de João, e Tiago filho
de Alfeu, que era primo de Jesus.
Alguns dizem que provavelmente Maria foi viver com a sua irmã depois da morte de
seu esposo José, o que explicaria que afluísse com os seus sobrinhos quando foram
ver Jesus. Outros, pelo contrário, vêem no facto de Jesus ter encomendado o
cuidado de sua mãe ao seu discípulo amado (João 19:25-27) a indicação de que a
relação dela com os seus sobrinhos não era muito estreita.
Mateus 13:54-56
Marcos 6: 1-3
Saiu Jesus dali, e foi para a sua terra, e os seus discípulos o seguiam. Ora,
chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouvi-lo, se
maravilhavam, e perguntavam: - Donde lhe vêm estas coisas? E que sabedoria é
esta que lhe é dada? e como se fazem tais milagres por suas mãos? Não é este o
carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não
estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele.
Estes dois textos dão uma lista dos irmãos do Senhor por nome. Ambas as listas
são iguais, com os mesmos quatro nomes: Tiago, José, Judas e Simão.
O nome Iakôbos pode traduzir-se por Jacó, Tiago e em alguns casos Jaime. No que
segue se usou consistentemente a forma "Tiago". Há um Tiago que é chamado
explicitamente «o irmão do Senhor» em Gálatas 1:19. Fora do Novo Testamento, o
historiador judeu Flávio Josefo se refere a ele como se segue, a respeito da morte
do procurador Festo na Judeia e a sua substituição por Albino no ano 62:
"Sendo Anã [o sumo sacerdote] deste carácter, aproveitando-se da oportunidade,
pois Festo havia falecido e Albino ainda estava em viagem, reuniu o sinédrio.
Chamou a juízo o irmão de Jesus que se chamou Cristo; seu nome era Tiago, e com
ele fez comparecer a vários outros. Os acusou de ser infractores da lei e os
condenou a ser apedrejados."
Provavelmente se trata do mesmo Tiago que veio a ser uma "coluna" da Igreja de
Jerusalém, junto com Cefas (Pedro) e João (Gálatas 2:9). É possível que todos os
seguintes textos se refiram ao mesmo Tiago, irmão do Senhor: Actos 12:17, 15:13,
21:18, 1 Coríntios 15:7, Gálatas 2:12. Aceita-se tradicionalmente que foi este
Tiago, «irmão do Senhor» quem escreveu a carta que leva o seu nome; já assim
Clemente de Alexandria e Orígenes. A relação de Eusébio de Cesareia é pertinente:
"Ao apelar Paulo ao César e ser enviado por Festo à cidade de Roma, os judeus,
frustrada a esperança que os induziu a conspirar contra ele, voltaram-se contra
Tiago, o irmão do Senhor, a quem os apóstolos tinham confiado o trono episcopal
de Jerusalém ...
O modo como ocorreu a morte de Tiago já foi esclarecido pelas palavras citadas de
Clemente ... Mas quem narra com maior exactidão tudo o que a ele se refere é
Hegésipo, que pertence à primeira geração sucessora dos apóstolos e que, no livro
V de suas Memórias, diz assim:
Historia Eclesiástica II, 23: 1,3-4; a narração ocupa todo o resto do capítulo.
Voltando à hipótese que estamos a examinar, supõe-se que este Tiago é chamado
também Tiago (filho) de Alfeu e Tiago o menor, para distingui-lo do homónimo filho
de Zebedeu. Tal identificação se baseia principalmente nas listas de mulheres que
presenciaram a crucificação e as que compraram ou prepararam aromas para ungir
o corpo do Senhor. Os textos pertinentes são:
Mateus 27:55-56
Estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a
Galileia, servindo-o. Entre as quais estavam Maria Madalena, Maria a mãe de Tiago
e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Marcos 15:40-41
Também havia algumas mulheres olhando de longe, entre as quais estavam Maria
Madalena, Maria a mãe de Tiago o menor e de José, e Salomé; as quais o seguiam
e o serviam quando ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com
ele a Jerusalém.
Lucas 23:49
João 19:25
Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria mulher de
Cléofas e Maria Madalena.
Mateus 28:1
Passado o sábado, ..., Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
Marcos
Lucas 23:55
Lucas 24:10
Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e as outras com elas, as que
disseram estas coisas aos apóstolos.
João 20:1
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhã, sendo ainda escuro, ao
sepulcro, e viu removida a pedra do sepulcro.
Todos os textos que mencionam nomes incluem Maria Madalena. Outras mulheres
que são explicitamente chamadas pelo seu nome são:
a) Maria a mãe de Tiago e de José (Mateus) que é com toda a probabilidade Maria a
mãe de Tiago o menor e de José, e «Maria a de Tiago» (Marcos) e talvez a mãe de
Tiago que menciona Lucas.
b) Maria a de Cléofas. O texto grego não diz que era esposa de Cléofas; poderia
igualmente tratar-se de sua filha.
e) Joana
a) A mãe dos filhos de Zebedeu (Salomé? cf. Mateus 27:56 com Marcos 15:40)
Uma complicação adicional surge de que não está claro se João 19:25 se refere a
três mulheres ou a quatro. Em concreto, é a irmã da mãe do Senhor a mesma
mulher que é chamada Maria de Cléofas?
O argumento baseado na lista de mulheres junto à cruz e nas que foram ungir o
corpo de Jesus no dia da ressurreição toma actualmente uma forma mais subtil.
Para compreendê-la, é necessário revisar primeiro as listas dos Apóstolos, dado que
se tenta demonstrar que um ou mais dos irmãos de Jesus eram filhos de outra mãe
que se contavam entre os seus discípulos.
LISTAS DE APÓSTOLOS
Simão Pedro
seu irmão André
Tiago de Zebedeu
João seu irmão
Felipe
Bartolomeu
Tomé
Mateus o publicano
Tiago de Alfeu
Tadeu
Simão Zelote
Judas Iscariotes
Marcos 3: 16-19
Simão Pedro
Tiago
João irmão de Tiago
André
Felipe
Bartolomeu
Mateus
Tomé
Tiago de Alfeu
Tadeu
Simão Cananeu
Judas Iscariotes
Lucas 6:14-16
Simão Pedro
André seu irmão
Tiago
João
Felipe
Bartolomeu
Mateus
Tomé
Tiago de Alfeu
Simão Zelote
Judas de Tiago
Judas Iscariotes
Actos 1:13
Pedro
Tiago
João
André
Felipe
Tomé
Bartolomeu
Mateus
Tiago de Alfeu
Simão Zelote
Judas de Tiago
---vacante----
Destas listas cabe destacar o seguinte:
2. Nas três prévias ao suicídio de Judas Iscariotes, o seu nome aparece no fim; na
de Actos é omitido.
3. As quatro listas podem dividir-se em três grupos com quatro nomes cada uma,
que são sempre encabeçados por Pedro, Felipe e Tiago de Alfeu.
7. Nos casos do primeiro Tiago em Mateus, e do segundo Tiago nas quatro listas, se
acrescenta um genitivo: respectivamente Tiago (o) de Zebedeu e Tiago (o) de
Alfeu. A maioria das versões traduzem tal genitivo como um patronímico: Tiago
filho de Zebedeu e Tiago filho de Alfeu.
Dado este uso normal e o facto de, à diferença das parelhas Pedro-André e Tiago-
João que são explicitamente identificados como irmãos, não ocorrer a mesma coisa
no caso de Tiago de Alfeu e Judas de Tiago, é muito provável que não se trate de
outra parelha de irmãos, mas de filhos de diferentes pais.
3. Dado que, tirando Maria Madalena, é a única Maria que é mencionada pelo
nome, a Maria mãe de Tiago o menor e de José deve ser a Maria de Cléofas.
5. Ora bem, os nomes Alfeu e Cléofas podem ser diferentes formas gregas do
mesmo nome arameu (Halfai).
a) A expressão «Tiago o menor» não implica que houvesse só dois Tiagos. No grego
não há comparativos. A expressão «o menor» significa na realidade «o pequeno»,
«o jovem» ou «o baixinho» e provavelmente alude à sua juventude ou a uma altura
invulgarmente baixa. É a uma característica do Tiago a que aqui se alude,
não uma comparação com outro Tiago. Por isso, não exclui a existência de
outros homens chamados Tiago além de Tiago de Zebedeu e Tiago de Alfeu.
c) Como nenhum dos Evangelistas diz explicitamente que Maria a mãe de Tiago o
menor seja Maria de Cléofas, não é possível identificá-las sem lugar a
dúvidas.
João 2:12
Depois disso desceram a Cafarnaum ele [Jesus], sua mãe, seus irmãos e seus
discípulos; e ficaram ali não muitos dias.
Actos 1:13-14
1 Coríntios 9:5
Não temos nós direito de levar connosco uma esposa crente, como fazem também
os outros apóstolos, os irmãos do Senhor, e Cefas?
Mateus 12:46-50
Enquanto ele ainda falava à multidão, estavam do lado de fora sua mãe e seus
irmãos, procurando falar-lhe. Disse-lhe alguém: - Eis que estão ali fora tua mãe e
teus irmãos, e procuram falar contigo. Ele, porém, respondeu ao que lhe falava: -
Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os
seus discípulos disse: - Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que
faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e
minha mãe.
Então designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar; e
para que tivessem autoridade de curar enfermidades e expulsar os demónios.
Designou, pois, os doze, a saber: Simão, ..., Tiago de Zebedeu, e João, irmão de
Tiago,...; André, Felipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago de Alfeu, Tadeu, Simão o
cananeu, e Judas Iscariotes, o que o entregou. Voltaram para casa, e se juntou
de novo tanta gente que nem sequer podiam comer pão. Quando os seus ouviram
isso, vieram para o prender, porque diziam: «Está fora de si».
Desde então muitos dos seus discípulos voltaram atrás e já não andavam com ele.
Disse então Jesus aos doze: - Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe
Simão Pedro: - Senhor, a quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna. E
nós cremos e conhecemos que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente. Depois
disto andava Jesus pela Galileia, pois não queria andar pela Judeia, porque os
judeus procuravam matá-lo. Estava próxima a festa dos judeus, a dos
Tabernáculos, e lhe disseram os seus irmãos: - Sai daqui, e vai para a Judeia, para
que também os teus discípulos vejam as obras que fazes, porque ninguém que
procura dar-se a conhecer faz algo em segredo. Se fazes estas coisas, manifesta-te
ao mundo. Porque nem mesmo os seus irmãos criam nele.
CONCLUSÕES
2. Não existe evidência substancial de que estes «irmãos» fossem outra coisa que
não filhos de José e Maria.