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O Golpe do
Carnaval
Os Bastidores da mais ousada tentativa de destruir Reunião
RENAN SAIFAL
O Golpe
do Carnaval
Editora MECD
Copyright © 2004 by Renan Saifal
Editora MECD
Unireunião
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Fernanda Wanderley
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Agradecimentos
Cláudio de Castro
Jorge Driesner
Leonardo Oliveira
Ricardo Cochrane
Paulo Jacob
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Abreviaturas, siglas e nomenclatura
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Prefácio
Renan Saifal
Saint-Benoit, março de 2001
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Introdução
Quem conhece hoje o Sacro Império de Reunião não imagina a dura política de
isolamento a que foi condenada no início de 2000 por parte das demais nações
lusófonas, tendo a frente o Reino do Porto Claro e, em seguida a República de Marajó.
A figura central dessa fase é Pedro Aguiar de Abreu. Fundador de Porto Claro e
mais antigo micronacionalista em terras brasileiras, Aguiar tem se destacado por suas
idéias firmes e convictas, apesar de um tanto inconstantes. Em fevereiro de 1998,
após a divisão de sua nação em duas com o mesmo nome, Pedro Aguiar foi convidado
pelo imperador Cláudio I tornar-se seu aliado em Reunião, então uma jovem
micronação nascida da cisão de O País.
Em Reunião, Aguiar foi alçado à condição de premier e foi responsável por uma
série de ações governamentais que deram estrutura ao novo império. Foi o criador das
capitanias, da maior parte dos burgos e de importantes e destacadas instituições
imperiais, ainda hoje mantidas. Foi o fundador do PacSo (então chamado social-
oposionista, de acordo com a concepção aguiarista), criado especificamente para pôr
fim ao regime de partido único liderado pelo PIGD, na época liderado pelo próprio
Cláudio de Castro.
No entanto, o choque de opiniões com novos cidadãos, em particular o ex-
oranger Brandon Forsberg (Fábio Trigo), o levou a ser isolado dentro da própria nação
que o acolhera. Em abril de 1999, finalmente Pedro Aguiar deixou Reunião e voltou ao
Reino do Porto Claro, em inatividade após a queda do governo de Alexandre Louzada.
Pedro Aguiar nunca intitulou-se rei ou imperador. Em sua Porto Claro, indicou-se
primeiro-ministro e tutor perpétuo da nação, em nome de seu irmão menor, o rei-
menino João II, ainda inativo. Sozinho ou com seus aliados, Pedro Aguiar afastou-se
discretamente de Cláudio de Castro, utilizando todas as armas para enfraquecer e
isolar Reunião.
Foi assim quando, em novembro de 2000, após uma desastrosa interferência
causada pelos representantes oficiais de Reunião, Arthur Rodrigues e Quintino Gomes,
na festa de posse da nova presidente de Marajó, Pedro Aguiar iniciou uma ofensiva
diplomática para isolar seu ex-aliado, Cláudio de Castro, aproveitando-se da ojeriza
das micronações contra o incurável 'orgulho reunião'.
A crise entre Marajó e Reunião foi uma das mais longas e graves do
micronacionalismo lusófono. Presidida por Juanita Castañeda, Marajó era uma das
micronações mais promissoras dos últimos anos, com uma cultura e uma tradição
política próprias. Com apoio de Marajó e de Orange (que, sob a liderança de Peter
MacLeod e Thiago Mello, voltava todas as suas forças contra Cláudio de Castro,
indignada com a primeira edição de O Cometa no ano 2000, anunciando a inevitável
extinção daquela micronação), Pedro Aguiar passou a articular a expulsão de Reunião
da LoSS (Liga dos Estados Secessionistas, a entidade máxima do micronacionalismo
mundial).
Apesar disso, a esquerda teve, nas eleições de janeiro de 2000, o seu resultado
mais positivo até então. A aliança PacSo-FIC obteve metade das cadeiras da APQ
(Assembléia Popular de Qualícatos), estando numa situação confortável para eleger o
sucessor da premier Deana Troi (FIC).
No entanto, no dia 30 de janeiro de 2000, ao término do pleito, Reunião foi
surpreendida por uma bombástica, mas nada estranha, declaração do presidente do
PacSo. Na mensagem intitulada "Marmelada das Boas", fiel ao seu estilo, Adrian Azrael
fez fortes críticas ao Imperador, a quem acusava de ajudar a direita ("os amiguinhos
cariocas") e perpetuá-los no poder utilizando meios escusos e impedindo qualquer
mudança efetiva na estrutura de poder do Império.
A mensagem questionava o registro da candidatura de Felipe Santarelli pela
AReNa, segundo o qual, esta tinha sido feita fora do prazo legal e, portanto, uma
concessão imperial, aos seus amigos e aliados da AReNa, Quintino Gomes e o próprio
Santarelli, ambos igualmente cariocas.
Outro alvo da mensagem era o Egrégio Conselho Imperial de Estado (ECIE).
Formado por cidadãos de estreita confiança do Imperador, era acusado de ter em seu
meio conselheiros inativos como Patrícia Trigo, irmã de Brandon Forsberg (presidente
do ECIE), apenas garantir o predomínio do PIGD naquela casa.
A resposta do Imperador foi imediata, porém cordial. Cláudio de Castro reagiu à
idéia que tivesse favorecido a AReNa nas eleições e prometeu exigir assiduidade dos
conselheiros, independente da filiação partidária - tanto que alguns dias depois, a
própria Patrícia Trigo (PIGD) foi exonerada, e em seu lugar indicado um conselheiro do
PacSo.
SAINT-DENIS
ESCRITÓRIO DO LORD MAYOR
Barão Adrian Azrael de Savigny
CAMARADAS !
Um abraço, NA LUTA,
Aparentemente, esse documento foi escrito pelo próprio Azrael. Seu estilo é
inconfundível, representa bem o claro interesse do PacSo (em entrevista à Hora
Reuniã, de Paulo Jacob, Azrael voltou a lamentar que o partido poderia bem ter
elegido quatro qualícatos, em vez dos três empossados). Apresenta também um
indiscutível conhecimento da realidade política reuniã, em particular a situação dos
conselheiros imperiais, e insiste em frisar sua fidelidade à monarquia - e não há
motivos para se não crer que, até aquela data, tenha agido com integridade perante
ao Imperador.
É muito provável que Azrael tenha escrito aquela mensagem sim à lista interna
do PacSo (pois é dirigindo aos "camaradas" e não ao povo de Reunião), e não para a
lista pública. Pode ser que algum outro membro do partido tenha a reenviado ao
CHANDON (lista aberta de Reunião), mas a se crer pelas próprias conclusões da Quæx
e pelo estilo férreo de domínio dentro do PacSo, é mais certo que Azrael apenas se
enganou e trocou os destinatários.
O PacSo estava bem após as eleições realizadas de 26 a 31 de janeiro de 2000,
e era natural que as exigências de Azrael fossem fortes demais. A aliança governista
de centro-esquerda PacSo-FIC havia conquistado cinco cadeiras da APQ, empatando
com o bloco da direita, formado pela AReNa e PIGD. Nos meses anteriores, havia
convencido a maioria dos qualícatos a sufragarem as sucessivas indicações ao
governo de Arthur Rodrigues (PacSo) e Deana Troi (FIC), e preparava-se para eleger
um terceiro premier. Vale lembrar que, na ocasião, o PacSo detinha o controle da
maior parte das unidades administrativas do Império: eram pacsistas os capitães de
Stráussia (Ricardo Cochrane, então em férias), Dábliu (Olympio Neto) e Conservatória
(Luiz Saboya), além do Lord Mayor de Saint-Denis, o próprio Azrael.
Azrael ressentia-se da possibilidade do PacSo ter elegido mais um qualícato, no
caso Kthulhu Kanter, que ficou como primeiro suplente, e atribuía isso aos votos da
AReNa, que elegeram Santarelli.
O caso Azrael, por isso mesmo, foi postergado. O presidente do PacSo reafirmou
sua fidelidade à monarquia; a AReNa evitou fazer comentários e a própria família
imperial parecia disposta a não levar adiante o processo judicial, preferindo mais uma
confiar em seu competente Lord Protetor - em 3 de fevereiro, a Desembargadora
Imperial declarou-se contrária à abertura de processo.
O PacSo estava mais preocupado com a possibilidade de dissolução de sua
aliança com a FIC, que acabou acontecendo, mas suas conseqüências foram logo
superadas com o lançamento da candidatura de Mairon Rodrigues para premier, com
apoio da FIC.
Sinais de alerta
A deflagração
Povo de Reunião,
É com MUITA tristeza que digito estas linhas aqui no EGROUPS. Sim, esta
mensagem é minha, como poderão atestar, facilmente, depois.
http://www.creator.org/
Aos muitos amigos que aqui fiz, obrigado! Vocês me deram muita alegria. Ao
Cláudio, também agradeço. Foi bom o tempo aqui, mas não há como continuar
sabendo disso, desculpe. Você tem sua ideologia e eu te respeito, mas não
compactuo com ela.
Não vou para nenhuma outra micronação. MUITO provavelmente NÃO ire criar
outra micronação, pelo simples fato de que NÃO TENHO tempo para isso. Aos
que ficam, meus pêsames.
Para aqueles que prezam a justiça, a igualdade, a vida, bem, pensem em como
conviver com esse tipo de preconceito étnico, mais conhecido como racismo.
É triste, verdadeiramente.
Adrian Azrael
A Creator, suposta igreja da superioridade branca, é uma organização terrorista
sediada no estado de Illinois, nos Estados Unidos, liderada pelos reverendos Matt Hale
e Dan Hasset. Similar a Ku-Klux-Klan, combate os negros, os judeus, os hispânicos e os
asiáticos, não hesitando em cometer assassinatos na defesa de suas idéias.
A rigor, não é nazista, embora manifeste certa simpatia por Adolf Hitler, e é
extremamente violenta e fanática. Sua bandeira é um retângulo vermelho, cortado
nas bordas em forma de triângulo interno, com um círculo branco, onde está uma
coroa (embora não seja monarquista) e a letra W, simbolizando o poder branco ("white
power"). Em suma, é praticamente idêntica à bandeira de Reunião, exceto pela letra
central: o R, em vez do W.
Em sua mensagem, Azrael afirmava ter descoberto o site por acaso. Dava a
impressão que Reunião e Cláudio de Castro eram reflexos do violento racismo norte-
americano e que por não compactuar com isso estava saindo do país, chamando os
demais cidadãos para o mesmo rumo: a cisão.
Na verdade, Azrael e alguns outros que se manifestaram seguindo seu rumo já
sabiam há muito tempo da similaridade das bandeiras - motivo pelo que Reunião mais
tarde os chamou oficialmente de "hipócritas". A denúncia de Azrael, apresentada
justamente durante a ausência do imperador e outras importantes autoridades,
coincidiu com as declarações de separação de Stráussia e Dábliu. Era uma
conspiração.
Ricardo Cochrane
Estado Independente de Stráussia
Como disse, estamos começando. Nem nome para esta nova micronação
temos. E não teremos por um bom tempo até que tenhamos ouvido a todos os
interessados em fazer parte da mesma. O mesmo vale para a forma de
governo, estrutura e assim por diante. Todos os que visam um
micronacionalismo limpo e transparente, estão convidados desde já a integrar
esta enorme empreitada.
Olympio Neto
Integrante do Governo Provisório do Estado Independente de Dábliu
Ao declarar a independência de suas capitanias, os capitães de Stráussia e
Dábliu declaravam que aderiam à cisão incitada por Azrael. Não era um apoio
espontâneo. Naquela mesma semana, haviam acertado os termos daquela cisão
simultânea, destinada a criar pânico entre os reuniãos. Olympio certamente não
conhecia a Creator antes daquela semana. Havia aderido por autêntico idealismo,
achando que combatia, ao lado de Mairon Rodrigues, o mais abjeto racismo.
Luiz Saboya, capitão de Conservatória, caminhava no mesmo rumo, mas por
outros motivos: uma semana após o golpe entraria em confronto direto com Cláudio
de Castro e partiria desta vez para criar um novo império, o de Middelands, ao lado de
Alland Von Mellech.
"Eles já sabiam"
Espero que todos vocês entendam isso e que esperem minha volta para
que eu possa explicar-lhes melhor!
Claudio de Castro.
Com o tempo, ficou claro que tudo era uma conspiração. Os golpistas haviam
mentido: sabiam há muito tempo da bandeira e haviam esperado um momento para
proclamarem a denúncia, simultaneamente com movimentos separatistas e de
criação de novas micronações. Saifal aguardava o imperador com uma série de
perguntas, onde se destacava a principal: "Azrael já sabia?", ao que Quintino Gomes
respondeu afirmativamente. Não havia tempo a perder, e a regência disponibilizou os
telefones do imperador em sua casa de veraneio para esclarecer as dúvidas. Cláudio
de Castro se oferecia para ligar aos cidadãos, caso esses não pudessem ligar.
Era a "rede da legalidade" reuniã, idealizada por Fernando Igielka (Ferig
Mercury) e Felipe Chapchap. Seu resultado foi excelente. Em Stráussia, Quintino
ordenou a todos os cidadãos que saíssem da lista controlada por Cochrane, a NovaSS.
Na capitania, o apoio a Cochrane era praticamente nulo.
Para os cidadãos, além disso, era inaceitável que as denúncias fossem feitas
justamente num momento de ausência do imperador. Laucimar da Cunha deixou bem
claro isso em sua mensagem, e foi seguido por Fernando Sefuno, que ligou para o
imperador para saber a origem dos símbolos reuniãos. Zeni também ligou, e depois
Saifal. Era a noite do dia 6, segunda-feira.
"Estava tudo planejado, como se vê, uma estratégia muito boa.
Soltar a bomba bem na hora em que todos estão fora. Obviamente uma pessoa só faz isso para
criar a sua própria micronação (...) Mas nós venceremos isso e sairemos vitoriosos! Garanto!"
GIANCARLO ZENI
"Venho por este manifestar-se absolutamente CONTRA os golpes de estado tentados pelas
capitanias de Dábliu e Stráussia. Creio que devemos todos esperar que SSMI volte para que
explique a tal bandeira naquele REPUGNANTE sítio. Na verdade, o que foi feito é uma GRANDE
COVARDIA com SSMI, aproveitar-se de uma época em que o império está vazio para trair a
confiança em si depositada pelo imperador como capitães-donatários. Na verdade, o Sr.
Ricardo Cochrane só estava esperando uma fragilização do império para dar tal golpe."
GUSTAVO S. PEREIRA
Para os straussianos, o que indignava era a decisão solitária de seu capitão por
separar a capitania, sem consultar os cidadãos. Os que estavam em Reunião naqueles
dias, assim se manifestaram:
"Não concordo com o capitão de minha capitania e se preciso for, sairei de lá para qualquer
lugar que dê seu devido valor ao império e que me acolha com prazer."
DAVIS DONOVIC
"Não reconheço a separação, sou Reunião. Stráussia continua Reuniã. Marajó não tem poder
para reconhecer algo ilegítimo. Concidadãos, chegou o momento de reafirmarmos a nossa
nacionalidade."
RENAN SAIFAL
O golpe fracassa
Pedro Aguiar também é figura central no golpe. Mais propriamente para seu
fracasso. Os reuniãos que aderiram à separação em razão da bem intencionada luta
contra o racismo, como Olympio, Jacob e Mairon, achavam-no pernicioso e hipócrita. O
próprio Cochrane reconheceu que sua presença junto aos golpistas foi fatal para a
volta de Dábliu ao Império e a derrocada final dos golpistas.
Na madrugada do dia 6 para o dia 7, avançaram as negociações para o retorno
de Olympio e Mairon, privando Azrael e Cochrane de seus principais apoiadores.
Determinando uma virada no rumo dos acontecimentos, Cláudio de Castro elaborou
uma longa e histórica declaração aos reuniãos, que foi postada com autorização de
Quintino Gomes na tarde dia 7, quando a situação já chegava perto da normalidade.
SACRO IMPÉRIO DE REUNIÃO
PODER MODERADOR
O IMPERADOR CLÁUDIO PRIMEIRO,
Mau uso de meias verdades. Isto é o que está sendo feito pelos senhores
Adrian Azrael e Ricardo Cochrane. Para isso, achamos necessário vir a público
prestar ao bom povo deste Império os devidos esclarecimentos sobre o que
está se passando.
Os referidos senhores estão denunciando o uso de "símbolo nazista" pelo
Império, mais especificamente, a bandeira imperial de Reunião. Há que se
reputar a eles uma parcela de razão, porém antes disso é conveniente contar a
história desde o início.
Em dezembro de 1996, fui nomeado vice-rei pelo então imperador Dreck
von Alles, de O País. É pública e notória minha incapacidade gráfica e
computadorística. Assim, pelo então Governo Central, foram a mim, trineto de
índios brasileiros, submetidos cerca de 20 projetos de bandeiras para o então
território paisense.
Entre todas aqueles, por um deles me apaixonei: a atual Bandeira
Imperial.
Sim, era clara a semelhança com símbolos não nazistas (ideologia que
sempre deixei claro abominar, por ir contra não só às minhas convicções, mas
às minhas raízes), mas germânicos, o que os fazia compatíveis com a história
popular de nosso país, que tem grande influência alemã (Fritz Strauss, entre
tantas figuras históricas).
As cores vermelha, branca e preta sempre me causaram fascinação,
inclusive, todos sabem, no vestuário. Sou América F.C., e são as cores do meu
partido, PPB.
Os símbolos de Reunião foram escolhidos por mim entre essa lista de
símbolos que continha a procedência de alguns, mas não de todos. Sabe-se que
Dábliu é a alterada versão de um condado austríaco, Stráussia é 1/4 da
bandeira do antigo Império Alemão e o símbolo do poder moderador é a águia
austríaca.
Assim, inocentemente, escolhi o símbolo que achei mais bonito, sem
saber a sua procedência, mas certo que seria alemã ou austríaca. Porém
sabemos que estes povos não eram criminosos, e sim foram dirigidos por um
período relativamente curto por assassinos, o que não faz de forma alguma que
possamos imputar a todo um povo essa classificação. Generalizar, jamais.
Em meados de 1998, estourou no mundo micronacional inteiro uma
denúncia de nosso então inimigo e hoje nosso fiel aliado, Principado de
Allameigh, de Christopher Thieme, que denunciou a todo mundo divulgando um
link que até então eu não conhecia: o www.creator.org. Criou-se um enorme
rebuliço (os cidadãos mais antigos se lembram) no fórum do MicroWorld comigo
sendo acusado, juntamente com meus encarregados pelas Relações Exteriores,
de nazista. Detalhe: desde então, já predominava no nosso país a variedade de
raças e credos. Tanto que o chanceler era um judeu polonês, Matthew
Dabrowsky, o embaixador plenipotenciário, um judeu tcheco, Micah Kubic, e
meu secretário era o também israelita Chris Kerr - grande nazista sempre fui,
mestiço assessorado por judeus -
Os três se prontificaram a defender nosso país, mostrando que somos
uma democracia plurirracial com as ideologias mais diversas, e que aquela
bandeira, por mim escolhida,de maneira quase aleatória, para nós, reuniãos, é
sinônimo da nossa "terra". Terra que aprendemos a amar e respeitar, a tentar
fazer progredir e melhorar e não algo que lembra terror, assassinato, ódio e
guerra. Nossa bandeira é amor pelo que conseguimos construir, pelas amizades
que aqui fazemos e mantemos, amor pelo verdadeiro micronacionalismo. É isto
que nossa bandeira significa micronacionalmente. Não é isto, meus amigos, que
nós micronacionalistas aprendemos a fazer desde que ingressamos no
micromundo ou seja, separar o micro do macronacional?
Nada mais normal que um símbolo adquirir significado diferente para um
povo ou comunidade. A suástica, por exemplo, é reverenciada por milhares de
indianos jainistas, da qual é símbolo. São eles nazistas??? Não há qualquer
vínculo entre nosso país e estas ideologias do terror e do ódio. Reunião rejeita
esse rótulo de sangue.
Outro argumento a ser rebatido é o de que isto é algum tipo de segredo.
MENTIRA. Inclusive os próprios "pivôs da crise" já sabiam (tendo, aliás, o Sr.
Cochrane ajudado várias vezes a adulterar imagens retiradas do site da
Creator, que passamos a usar como fonte de imagens para modificar e trazer à
nossa realidade). Há vários exemplos disponíveis, assim como uma penca de
cidadãos
que, ou estiveram aqui presentes todas as vezes em que esse assunto foi
debatido, ou algum dia perguntaram sobre a procedência dessa bandeira.
Todos os que o fizeram, ouviram a verdade. O que é inconcebível é que a cada
cidadão que entrasse nós disséssemos "Bem-vindo. Sabe a nossa
bandeira? ......" Isso seria não só uma piada como uma contradição, pois se
desde o início ensinamos a separar o micro da macronacional, seria hipócrita ir
contra nossos próprios ensinamentos.
O Moderador se prontifica a tirar quaisquer outras dúvidas que possam
haver,inclusive quanto a outros símbolos já que não é verdadeira a história de
que haveria outros com a mesma procedência. Quando do escândalo de 1998,
os outros que descobrimos estar nas mesmas condições (Departamento
Nacional de Turismo e Poder Judiciário) foram trocados, por não serem símbolos
imperiais. O que não se deve cogitar é a mudança da bandeira que aprendemos
a amar e que para nós adquiriu um significado único e singelo: a paixão que
temos pela maior micronação do mundo.
Ontem, ao telefone, discuti com o cidadão Renan Levy-Saifal, a produção
de um site contendo informação explicativa que nos desvinculasse
completamente daquele movimento formado por malucos e reafirmando o
compromisso não só do imperador, mas de todo nosso povo com a democracia
plurirracial e a liberdade de expressão de idéias.
Temos agora que abordar um outro e ainda mais difícil assunto. Acerca
de um mês, um cidadão que até é judeu denunciou ao mundo um plano de
Azrael e Cochrane para criar o caos em nosso país. Ele disse que o plano (todos
leram em O CORREIO DO INFERNO e talvez como eu deram boas e infundadas
risadas) seria executado no início de março. É claro que os "anjinhos golpistas"
negaram e receberam de mim um voto de confiança - mais um - sendo ambos
mantidos em seus cargos de conselheiro e capitão, respectivamente. Olhem
agora no que deu.....
Mais claro que o cristal é o que houve: os referidos elementos esperaram
que não só eu, mas nosso Protetor e outros signatários ausentassem no feriado
para conduzir os planos malignos que tinham feito em conjunto com PEDRO
AGUIAR e LÚCIO COSTA (Marajó).
Na madrugada de sábado para domingo, os golpistas se encontravam
em face com Aguiar e alguns comparsas planejando como "roubar" mais
cidadãos de Reunião e esvaziar o país. Tudo isso é facilmente comprovado não
só pela estranha coincidência de "descobrirem" sobre a bandeira justamente na
minha ausência do país mas pela presença de ambos em tal chat, evidenciando
o prévio planejamento que houve, o que confirma a denúncia de Allands.
Contavam eles com a credulidade e boa fé de pessoas como o Mairon
Augustto e Olympio Netto, que prontamente os apoiaram, em repúdio ao
"imperador nazista". Da mesma forma, Aguiar, que nada tendo para fazer em
seu país arruinado, escreveu um artigo enorme sobre o evento para o
Micronations Today, de Thomas Leys, falando sobre a "derrocada do Império".
Também quase instantaneamente um jornal marajoara noticiou o ocorrido
numa matéria intitulada "Heil de Castro". É apenas, meus amigos, mais uma
tentativa vil e fracassada de atingir nosso Império, nos fragmentar e nos dividir,
que não merece apoio e sim repúdio daqueles que amam essa terra.
Da mesma maneira curiosa com que agiram na minha ausência, o ex-
cidadão Cláudio Rodrigues fundou um país justamente no dia que jogaram a
"bomba" em Reunião.
Não contavam eles, entretando, que o Leo Oliveira não havia viajado e
assim pôde conter suas tentativas de tomar a lista de mensagens e o site de
Reunião na minha ausência, tão conveniente. Porém o bem e a verdade, a
justiça e o que é certo acabaram por prevalecer. Estou certo que o amor de
todos por essa terra de idéias tão diferentes e pessoas das mais variadas raças
e religiões, é que venceu.
Vamos todos manter a calma e a ordem, rechaçando o mau uso de
meias verdades por golpistas traidores e reincidentes que não merecem
qualquer credibilidade.
Estou disponível no telefone já citado por outros em Chandom para
prestar quaisquer esclarecimentos, e preparados para qualquer tipo de
pergunta. Estou ofendido, não sou nazista, não sou um ditador. Será que após
toda essa convivência vocês ainda não aprenderam isso? Olhem para o
Chandon nos últimos meses... Olhem para suas consciências, olhem para dentro
de si mesmos. Reunião não é esse tipo de coisa. Pois, se fosse eu seria o
primeiro a deixá-la.
Imploro que pensem no que lhes disse aqui. Pensem mesmo, olhem seus
corações.
Sou este monstro que pintam? Se sou, não mereço viver, e não mereço
vocês.
Saudações cordiais
Olympio Neto
A volta à normalidade
"Precisarão de um iceberg muito maior e mais potente que uma home page solta na Web para
afundar Reunião. Somos um bicho muito grande e bravo para ser engolido de uma só vez. Amo
minha pátria, repito, e seguirei com ela até o fim"
EMANUEL MOURA
"Nunca Cláudio I me deu qualquer mostra, desde que aqui estou, de preconceito racial ou
religioso."
LEONARDO CARRION
"Pedro Aguiar está ajudando os mesmos... aliás, ele foi um dos primeiros a planejar tudo e
participa de todos os passos. Três pessoas pensam e mandam em nome de todos os outros,
escondendo informações do restante. O que era pra ser democrático, está virando disputa de
egos.
Os golpistas fingem que não conheciam os símbolos... mas está claro que conheciam. Entre
desculpas esfarrapadas, falam que eram muito jovens para na época, perceber a ligação.
A independência das capitanias não deixa de ser um jogo para que mesmo saindo de Reunião,
os capitães continuem com seus títulos."
PAULO JACOB
PODER MODERADOR
PALÁCIO IMPERIAL DE SAINT-DENIS
De volta ao Moderador,
Cláudio Primeiro
Nos dias seguintes, o CHANDON foi abalado, não por mensagens de cunho
político, mas por e-mails gigantescos e vírus que tinham por origem o endereço
marajo@marajo.com. No caso dos e-mails gigantescos, com tamanho superior a 200
megabytes, eram causados pelo reply, multiplicando a lista de destinatários (o
chamado super-SPAM). Quintino Gomes esclareceu que não tinham origem em Marajó
e Jorge Apache não era responsável pelo seu envio.
Téo Barros, com uma longa mensagem que pedia explicações ao imperador,
decidiu permanecer no Império, bem como Fernanda Wanderley, bastante abalada
naqueles dias, mas que teve apoio emocional de Quintino Gomes para permanecer fiel
à Coroa. Outros hesitantes, Rafael Figueira e Alexandre Magno, também optaram por
Reunião.
Luiz Saboya, que não se pronunciara, acabou saindo de Reunião, porém por
motivos alheios ao golpe. Ao final, registraram apenas três deserções: Adrian Azrael,
Ricardo Cochrane e Gulliver Lee, este último rumo a Racktidan, uma monarquia
inspirada em Reunião.
Amigos,
Quanto a participação de Adrain Azrael, todos sabem que ele daria apoio
incondicional a qualquer movimento de cunho anti-reunião, pois ele já havia
atentado contra SSMI várias vezes, nas duas últimas ignoramos os avisos
vindos de diversas pessoas, inclusive de minha pessoa em relação a uma
mensagem atacando a estrutura reuniã.
Uma revolução feita por menos de meia dúzia de pessoas não pode ser levada a
serio, devemos expulsar tais pessoas de nosso território e aguardar que nosso
imperador escolha o próximo capitão, desta forma, zelando pelo bem estar de
nossos compatriotas. Como cidadão e como militar, estou pronto para combater
tais forças até que a vontade popular seja respeitada por tal elite golpista.
Sem mais,
Depoimentos
___________________________
LEONARDO OLIVEIRA,
Imperador-regente durante o golpe.
Não, fui pego de surpresa pelo ocorrido e minha preocupação é que eu viajaria no dia seguinte,
por isso nomeei Quintino Gomes como meu Secretário tendo poder de emitir OG´s em meu
nome. Mesmo assim, não houve um momento de "crise" propriamente dito pois a maior parte
da população tanto de
Stráussia, Conservatória e Le Port (Dábliu) não aderiram ao movimento separatista e boa parte
deles até nos ajudaram a controlar a situação.
Pelo seu convívio permanente com alguns que se tornaram líderes da secessão,
acredita que quem tenha sido seu principal mentor?
Sem dúvida nenhuma Adrian Azrael. Ricardo Cochrane, Capitão Donatário na época, era uma
pessoa de fácil manipulação até mesmo por causa da idade. Adrian sempre teve e continua
tendo uma retórica muito boa e influente, é fácil acreditar nas palavras dele. Ele foi quem
enviou o e-mail ao CHANDON fazendo todo aquele circo que foi o Carnaval de 2000.
Durante o período em que o CHANDON foi moderado, que tipo de mensagens teve
que censurar?
Durante esse período não houve muitas mensagens moderadas não, que eu me lembre, a
maioria delas foram de alguns "aliados" de Adrian e Cia que teimavam em querer por mais
"lenha na fogueira". Mas como os participantes mais ativos do movimento insano de secessão
foram afastados imediatamente do
CHANDON, não tivemos muitos problemas.
___________________________
JORGE APACHE DRIESNER,
Chefe do governo de Marajó, hoje cidadão reunião.
A visão que eu tenho sobre o chamado "Golpe dos Hipócritas" que na minha visão, não fora um
golpe (no sentido literal da palavra), mas uma tentativa (que acabou frustrada) de secessão
das Capitanias de Dábliu e Stráussia.
Vejamos historicamente, Reunião surgiu de uma secessão, Orange surgiu de uma secessão,
Avalon surgiu de uma secessão. Mas qual a diferença entre uma e outra???? O povo apoiou
incondicionalmente. Como medir esse apoio??? Tudo depende do ego e do caráter do
governante em questão em reconhecer que errou feio e que tem nas mãos um grave problema
para o seu país. Não quero aqui me alongar em como isso pode surgir. Como se pode resolver
esse tipo de questão, mas sim explanar a minha visão (e visão do governo marajoara da época,
chefiado por mim) sobre essa tentativa frustrada de secessão.
No momento em que a notícia surgiu (não fora planejada, nem arquitetada por nós, como
dizem alguns idiotas de plantão), ficamos realmente felizes em receber tão (aos nossos olhos,
na época) agradável noticia de que existiam pessoas em Reunião que repudiavam os símbolos
inspirados na Creator. Apenas
isso foi o motus para declarar o apoio e o reconhecimento. No entanto, mais tarde nos demos
conta de que foi uma ação precipitada e estúpida, haja vista que Dábliu voltou a integrar-se
em Reunião (passando a se chamar Le Port), que os líderes da secessão ficaram praticamente
sozinhos (pois a maioria da população voltou à Reunião).
Foi imaturidade minha, única e exclusivamente, naquele momento em não consultar o
gabinete e reconhecê-los. Tanto uma coisa não tem a ver com a outra, que hoje sou um súdito
de Cláudio I e trabalho justamente pela capitania de Le Port. Uma dívida de honra, para com Le
Port, para com Cláudio e para com Reunião. Pago os meus erros, não os nego. Mas também
tento não mais incorrer neles.
Não enviei nenhum e-mail bomba ao CHANDON (...). Não preciso desse tipo de método para
ganhar uma discussão, pois uma discussão se ganha debatendo e convencendo o interlocutor
do seu ponto de vista, não somente pela força. Apenas com a inteligência.
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CLAÚDIO DE CASTRO,
Imperador de Reunião.
Como ficou sabendo da notícia da tentativa de secessão e qual a sua primeira reação?
Soube por um telefonema de LEONARDO OLIVEIRA, que me contou tim-tim por tim-tim o que
Adrian Azrael tinha planejado para virar a cabeça dos cidadãos mais incautos de Reunião.
Minha primeira reação foi de "deja vu" completo, pois algumas pessoas já me haviam dito que
tal iria acontecer, mas eu, apesar de nunca confiar em Adrian Azrael, jamais pensara que ele
fosse capaz de uma asneira tamanha.
A tentativa de isolamento tentada pelo Reino de Porto Claro e apoiada por Marajó teve
alguma influência nos meses que se seguiram ao golpe?
Em Reunião não. Mas para Marajó e ao Reino do Porto Claro, as conseqüências provaram-se
funestas, com a morte total do já moribundo Reino e um processo de decadência que acabou
por atingir Marajó, não só externa como internamente.
Absolutamente todos. Não gosto nem de comentar o facto de que cada um dos inimigos de
Reunião foi destruído desde então. Poderia soar arrogante.
Tentativas fracassadas, sim, e devem ocorrer muitas ainda. Mas "golpes" bem-sucedidos
jamais. Não é possível trazer desunião à nossa terra.
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RICARDO COCHRANE,
Ex-capitão de Stráussia. Voltou a Reunião entre outubro de 2000 e janeiro de 2001.
Bem, Stráussia tinha sim uma ajuda do Poder Imperial (vide a grande massa de novatos que ia
para lá), acredito que a Grande Capitania não seria tão grande se o Imperador não ajudasse.
Após a secessão, Stráussia foi entregue a ela mesma, tanto que houve uma eleição para
Capitão Donatário, a qual Danis
Donovic ganhou, e o Império se esqueceu das planícies de baunilha.
Nesse meio tempo onde Stráussia deveria se reerguer, surgiu uma peça na política do Império
conhecida como Daniel Vaz, que foi nomeado Capitão de Conservatória, até então, Capitania
esquecida e outrora lar de anglofonos.
Com isso, o Imperador viu uma nova chance de ter uma de suas divisões administrativas ativa
e reconhecida micronacionalmente, já que não poderia fazer em Le Port o mesmo, e muito
menos em Stráussia. Até hoje, há a grande disputa Stráussia versus Conservatória, mas CO
sempre sairá vencedora, por causa do "empurrãozinho" dado pelo Império.
Acredita que algum dia Nova Athenas (ex-Nova Stráussia) e Reunião possam viver em
paz?
Claro, tudo viverá em paz, virão novas gerações de micronacionalistas que aproximarão Nova
Athenas e Reunião. Isso é inevitável, apenas uma questão de tempo.