Sunteți pe pagina 1din 2

JORNAL DE DEBATES

INTERNET GRATUITA
Tudo é negociável menos os avanços
Alberto Dines
A polêmica sobre a internet gratuita ganha força e espaços na mídia,
mas falta encarar algumas premissas. Sem elas a sociedade continuará à
margem da questão que para ela é de capital importância:
A mídia impressa, a única capaz de esmiuçar uma questão tão
complexa, está distante e, quando não, revela-se comprometida com uma
das posições. Portanto, não dispõe da necessária isenção para apresentar
ao cidadão não especializado um quadro eqüidistante das duas
argumentações. Isso acontece porque alguns veículos impressos são
parceiros dos provedores "tradicionais" de acesso (pago).
A mídia eletrônica está na encolha, mas evidentemente,
favorece medidas e regulamentações de modo a impedir que as
operadoras de telefonia tornem-se direta ou indiretamente
empresas de mídia (isto é, provedoras de conteúdo). Reconhecem
que os avanços tecnológicos são inevitáveis e que num futuro não
muito distante as empresas de telecomunicações estarão
oferecendo, junto com voz e dados, conteúdo radiofônico e
televisivo e, assim, ameaçando o seu nicho.
Significa que o establishment da mídia está apostando na reserva de
mercado: só empresas ou grupos de mídia "tradicionais" poderiam habilitar-
se como fontes confiáveis de informação digital – o que contraria a
imperiosa descentralização do processo midiático no Brasil.
A letra e o espírito do novo artigo 222 da Constituição abriram espaço
para que as empresas de comunicação tenham o seu capital parcialmente
aberto a pessoas jurídicas. O legislador entendeu que o circuito informativo
no Brasil precisa ser aberto, descartelizado e, sobretudo, libertado das
oligarquias (poderosíssimas no plano regional).
A internet é um extraordinário avanço na universalização da
informação. Há duas décadas a Unesco preocupava-se com o "free flow of
information"; hoje, o fluxo informativo mundial libertou-se de grande
número de controles e constrangimentos. Graças à TV por satélite mas
também graças à internet.
O acesso gratuito à rede mundial de computadores acrescentou-se à
revolução digital. É sua conseqüência lógica e natural. Facilitou a inclusão
informativa, abriu caminho para a participação cívica e colocou à disposição
de grandes parcelas da sociedade o conhecimento tecnológico
indispensável para a inserção no processo produtivo.
É justa a inquietação dos provedores de acesso tradicionais (e suas
matrizes na grande imprensa) diante da possibilidade de que grandes
grupos internacionais de telecomunicações venham a apossar-se dos
provedores de acesso gratuito – e através destes debilitem a capacidade de
enfrentá-los.
Indispensável um mínimo de regulamentação – a própria velocidade
da tecnologia o impõe. Mas esta regulamentação não pode restringir-se
apenas à área da internet e internet grátis deixando-se o resto como está. O
sistema informativo brasileiro, como um todo, precisa ser avaliado. Está na
hora de examinar em profundidade a questão intocada da "propriedade
cruzada" dos meios de comunicação numa determinada cidade ou região e
seus efeitos perniciosos na diversificação das fontes. A questão da
concentração da mídia no país não pode ser segmentada ou enviesada,
regulamentando-se um setor e deixando-se os demais na mesma condição
em que se encontram há algumas décadas.
O debate ora iniciado sobre a internet gratuita em algum momento
terá que ser complementado na mesa de negociações. Nenhuma das partes
quer perder vantagens. Nem a sociedade.

S-ar putea să vă placă și