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PATOLOGIA DA MODERNIDADE

Por Mariana Vianna

Depois que um chinês morreu de ataque cardíaco, após passar três dias
jogando pela internet em um cyber café, a discussão sobre a dependência
que a internet pode causar, principalmente entre os jovens, tornou-se fonte
de preocupação para pais, educadores e governos. Países como China e
Índia têm registrado um número considerável de casos de suicídios e
dependência. Tanto é que já existem clínicas de desintoxicação e núcleos de
pesquisa especializados em tratar os chamados viciados da web.

Pesquisa da Universidade Stanford constatou que cerca de 35.000 usuários


de Internet em cidades americanas fazem uso abusivo da rede. E esse
contexto cria uma nova categoria de pessoas solitárias, que se refugiam nos
computadores e já não se interessam pelas obrigações e prazeres do mundo
real. O dado não é exatamente de uma novidade. Afinal, dois anos antes,
um outro estudo patrocinado pela organização HomeNet em Pittsburgh, na
Pensilvânia, havia identificado uma significativa tendência à depressão
entre usuários intensivos da Internet.

Estima-se que, pelo menos, 200.000 americanos perderam o controle sobre


o uso da Internet e hoje sofrem de um mal catalogado pela Associação
Americana de Psicologia como PIU (Pathological Internet Use) ou Uso
Doentio da Internet, cujo sintoma básico é o uso exclusivo da Internet sobre
todas as outras atividades do cotidiano. Suas vítimas se tornam incapazes
de controlar o número de horas que permanecem ligadas à rede, numa
onda compulsiva que acaba isolando-as de familiares e amigos e
comprometendo seu desempenho profissional.

Saúde

Entretanto, quais males o uso contínuo do computador pode trazer? De


acordo com o pediatra Paulo Ponce, sintomas como tremedeiras, insônia,
diminuição do desempenho escolar, anorexia, taquicardia, sudorese, secura
da boca, confusão mental, comprometimento da postura, lesões por esforço
repetitivo (LER) - como tendinite, obesidade ou subnutrição, devido à má
alimentação- e problemas de visão são os mais comuns nesses tipos de
pacientes. E em casos extremos, distúrbios psicomotores, entre os quais o
movimento incontrolável dos dedos, como se o internauta continuasse
teclando mensagens sem fim em um computador imaginário, e por fim, a
morte.

Para o psiquiatra americano Jerald Block da Universidade de Oregan, por ser


tão comum, o uso excessivo do computador deveria ser considerado um
vício e incluído na lista da Associação Americana de Psiquiatria como um
novo modelo de distúrbio mental.

“O vício em internet tem quatro componentes principais: uso excessivo,


freqüentemente associado à perda da noção do tempo ou negligência de
impulsos básicos; sentimentos de irritação, tensão ou depressão caso o
computador esteja inacessível; necessidade de computadores melhores,
mais software ou mais horas de uso; e reações negativas como brigas,
isolamento social e fadiga estão ligados ao uso do computador”, resume o
Block.

O estudante de jornalismo, Leonardo Heitor Miranda, conta que já foi viciado


e que navega na internet desde o início da adolescência. “Naquela época
como a discagem era paga por pulso, minha mãe só me deixava entrar na
internet de meia noite às 6h. Então, eu dizia que estava estudando na
internet e virava noites à fio conversando nos chats, vendo fóruns de futebol
e baixando músicas”. E por causa dessas longas noites acordado, hoje
Leonardo tem problemas de saúde, como tendinite, insônia, miopia e
astigmatismo e mania de tomar café.

Relação perigosa

É sabido que todo relacionamento tem seus altos e baixos. Mas, o


‘relacionamento virtual’ entre o internauta e a internet pode ser perigoso.
Possessivo, descompromissado, amoroso ou saudável, é essencialmente
uma conexão passiva. Pois, depende exclusivamente do internauta em
questão. E este por sua vez, pode tornar o enlace agradável e salutar ou
transformá-lo em um relacionamento obsessivo e compulsivo - típico dos
filmes de crime passional.

Esse caso de amor e dependência não é limitado e nem estável em torno do


mundo. Segundo artigo da pesquisadora Diane Wieland publicado em maio
na revista ‘Perspectives in Psychiatric Care’, existem entre 50 e 100 milhões
de dependentes do meio tecnológico em todo planeta. Isso corresponde de
5% a 10% do total de internautas. E os números são crescentes.

Estudos recentes vaticinam que o vício em navegar na internet seja uma


mostra dos problemas que as tecnologias futuras poderão gerar aos
homens. Uma vez que, a relação homem-máquina, quando não é bem
administrada, pode alterar o estilo de vida das sociedades tornando-as mais
sedentárias, anti-sociais e com dificuldades de comunicação.

O estudante de publicidade, Elisson Paulo Teixeira, 19, conta que costumava


passar cerca de cinco horas diárias ao computador. “Eu lanchava e fazia
outras atividades em frente ao computador. Mas, nunca me considerei
viciado, porque jamais deixei de sair com os amigos ou fazer as minhas
obrigações para ficar no computador”.

Ciência

O índice de pessoas consideradas viciadas tem crescido tanto que, a PUC de


São Paulo criou um Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática (NPPI).
Além de estudar o comportamento dessas pessoas e caracterizá-las, o NPPI
oferece uma modalidade de orientação via e-mail, especialmente dirigida às
pessoas que apresentam dificuldades derivadas do uso da informática em
seu cotidiano (computadores e/ou Internet).

Dentre essas dificuldades destacam-se as várias formas de usos patológicos


destes recursos, podendo se caracterizar como dependentes (‘vício’),
fóbicos, ou ainda aquelas pessoas que sofrem algum tipo de stress ou
ansiedade pela imposição da utilização profissional dos computadores e das
novas tecnologias em geral.

“O serviço oferece atendimento clínico dirigido às pessoas cuja queixa


envolva de alguma forma a utilização das novas tecnologias, em especial as
ferramentas informatizadas. O nosso propósito é oferecer por esta via uma
"orientação psicológica" breve, que não deverá ultrapassar o número de
mensagens necessárias ao tratamento do tema ou problema central contido
na solicitação recebida (de uma a três mensagens). As respostas serão
enviadas dentro do prazo mais breve possível. Todos os e-mails recebidos
serão respondidos”, diz Rosa Maria Farah, professora e coordenadora do
projeto.

Características

O NPPI ainda preparou um relatório que dá o perfil dos inclinados ao vício e


dos já ‘viciados’. “Tomando por base os casos atendidos desde 1995, alguns
dependentes apresentam algumas características em comum. Por isso,
fizemos uma lista dessas características e divulgamos, para que a
população se previna contra essa ‘patologia da modernidade’’, explica
Lorival de Campos Novo, professor responsável pelo projeto. É importante
lembrar que o atendimento é sigiloso e preserva a identidade do paciente.
Para fazer contato com a equipe, ou solicitar orientação, envie mensagem
para o seguinte endereço: nppi@pucsp.br

Veja a seguir a lista das características inerentes aos dependentes:

Preocupação

O viciado fica constantemente preocupado com a internet quando está off-


line e mal consegue pensar em outra coisa.

Necessidade

O indivíduo tem a necessidade contínua e crescente de utilizar a internet


como forma de obter a excitação desejada.

Irritabilidade

Quando tentam reduzir seu tempo na internet, o adicto apresenta reação


irritada e grande dificuldade de aceitação.

Fuga

Utilização da internet como forma de fugir de problemas, ou de aliviar


sentimentos de impotência, culpa, ansiedade ou depressão é o modo como
o viciado se relaciona com ela.
Mentira

O viciado tem o hábito de mentir para familiares e pessoas próximas com o


intuito de encobrir a extensão do seu envolvimento com as atividades on-
line.

Prejuízos

Com o excesso de tempo na internet, o adicto compromete sua vida social e


profissional, evitando compromissos off-line.

Lesões

O uso prolongado do computador causa problemas nas articulações motoras


utilizadas na digitação, o que causa lesões por esforços repetitivos (LER).

Apatia

O viciado em internet tem falta de interesse em atividades que sejam


realizadas fora da rede ou longe do mundo digital.

Sonho

Sensação de estar vivendo um sonho, durante um período prolongado na


internet, é comum no dia-a-dia da pessoa com compulsão ao acesso.

Tempo

Tempo exagerado de conexão, aliado à má qualidade do uso da internet, é


uma constante na vida do viciado. A forma da utilização da internet é o
elemento determinante para definir se o indivíduo é viciado ou não.

Temas

Os temas abordados normalmente pelo indivíduo são relacionados, de forma


direta ou indireta, com a própria internet.

CURIOSIDADES:

- A China é o segundo maior do mundo em número de internautas, com 163


milhões, atrás apenas dos Estados Unidos. Por isso, o governo chinês proibiu
a abertura de novos cybercafés este ano e criou vários ‘centros de
desintoxicação‘ para viciados em internet.

Tratamento

Contudo, não é apenas a PUC de São Paulo que desenvolveu uma forma de
tratar e estudar essa ‘nova patologia’, o Ambulatório de Múltiplos
Transtornos do Impulso, também em São Paulo, vinculado ao Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas, está oferecendo apoio psicológico e
psiquiátrico gratuitos a crianças e adolescentes dependentes de Internet,
entre 12 e 17 anos. A terapia que, terá a duração de 18 semanas, contará
com 15 jovens e com a presença de profissionais especializados.
A psicóloga Dora Sampaio Góes, integrante da equipe, explica que em um
estágio avançado, o dependente se isola do convívio social e pode se tornar
agressivo. “Esse tipo de transtorno não está previsto no manual de
diagnósticos, logo não é doença, mas exige cuidados. O objetivo do
tratamento não é que o paciente pare de usar a web, mas que ele tenha
controle sobre o tempo que gasta com ela”, diz.

A psicóloga explica que o tema está sendo estudado há alguns anos. Mas,
devido à natureza recente e pouco conhecida do assunto, ainda há muitas
divergências. “Embora ainda não esteja definido, as principais
características do viciado em internet são: A preocupação excessiva com a
internet; o aumento contínuo do número de horas de navegação, alterações
no estado de humor, como: excitação, depressão e isolamento; afastamento
do círculo social e familiar e queda no desempenho escolar.”

“O viciado põe em risco o desempenho de vários setores da sua vida:


escola, trabalho, relacionamento, entre outros. Chega ao extremo de passar
horas a fio em frente a tela do computador e mentir para os familiares que
passou somente alguns minutos. E ainda afirma com convicção que pode
parar a hora que quiser”, explica Dora. A psicóloga apenas adverte que, em
todo caso, a melhor opção é procurar um profissional especializado para o
auxílio do jovem e dos pais. “Pois, é preciso saber o porquê do jovem estar
abdicando da vida social para ficar ao computador. E os pais devem receber
instruções para saber como lidar com o filho nesse momento”, completa.

No site do Instituto de pesquisas (www.dependenciade internet.com.br ) é


possível obter mais informações sobre o assunto, além de fazer um teste
para saber se tem o perfil ou não de um viciado da web.

TESTE

De acordo com o psicóloga Dora Sampaio Góes, se você apresentar, pelo


menos, 5 dos 8 critérios abaixo descritos, quer dizer que você precisa rever
o seu relacionamento com a internet, antes que alguém saia ferido dessa
relação de amor e conectividade.

(1) Preocupação excessiva com a Internet

(2) Necessidade de aumentar o tempo conectado (on-line) para ter a mesma


satisfação

(3) Exibe esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da Internet

(4) Irritabilidade e/ou depressão

(5) Quando o uso da Internet é restringido, apresenta instabilidade


emocional

(6) Permanece mais conectado (on-line) do que o programado

(7) Trabalho e as relações sociais ficam em risco pelo uso excessivo


(8) Mente aos outros a respeito da quantidade de horas conectadas

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