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ÁREA DE PROJECTO
MARIA MORAIS
TERAPIA E UM BALDE DE PIPOCAS
Projecto de Investigação
1. Tema geral: Domínio Mental
2. Tema específico: Cinematerapia
3. Título do trabalho: Terapia e um Balde de Pipocas
4. Pergunta a que o trabalho responde: Qual a função terapêutica do cinema
5. Programa: para responder a esta questão vou abordar o conceito de Cinematerapia,
como surgiu, como funciona e os benefícios que dela advêm.
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Introdução
“Toda e qualquer forma de arte (…) tem efeito terapêutico quando consegue transformar o
espectador e torná-lo melhor do que era antes” (Py, Luiz Alberto in Quando a tela de cinema
vira divã).
Hoje em dia, a par de todas as outras, surge também o cinema como forma de terapia.
O uso dos filmes tem ganho grande popularidade, com um número crescente de terapeutas a
contar com este método para mover as pessoas para progressos mais rápidos. Este artigo
pretende explorar e descrever o efeito da cinematerapia bem como os benefícios que ela tem
para oferecer a cada um de nós.
Cinematerapia
Cinematerapia (ou Film Therapy) é um conceito relativamente novo na sua aplicação prática
como um complemento à terapia dita convencional. Baseia-se na prescrição de determinadas
obras cinematográficas com o objectivo de funcionar como um adjuvante no percurso
terapêutico de um paciente.
Como Funciona
Este método tem como pressuposto o facto de que as pessoas podem estar tão absorvidas
pelos seus problemas, sejam eles vícios, relações disfuncionais, traumas ou simplesmente más
escolhas, que perdem a perspectiva da realidade. Disto advém frequentemente a falsa noção
de que certa situação não tem resolução, parecendo-nos maior e mais grave do que é na
verdade.
É precisamente neste ponto que entra a Cinematerapia. Nas sessões são seleccionados
filmes que se encaixam na problemática pessoal do paciente, fazendo com que este identifique
o seu próprio drama na história, permitindo não só um maior distanciamento e objectividade
críticos na avaliação dos seus problemas, mas também a troca de experiências e ideias sobre
como a melhor forma de lidar com determinado assunto e a descoberta de caminhos
alternativos em oposição ao seu padrão comportamental habitual. Existem ainda os casos de
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pacientes que sentem uma grande dificuldade em identificar e verbalizar os seus sentimentos.
Aqui verifica-se outro benefício da Cinematerapia, na medida em que age inconscientemente
no espectador, ajudando à manifestação de sentimentos reprimidos.
- “Ray” - Conta a vida do cantor Ray Charles, nascido numa pequena e pobre cidade no estado
da Georgia, EUA. Aos 7 anos, começa a perder a visão como consequência do trauma ao
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testemunhar a morte de seu irmão mais novo. Incentivado pela mãe, Ray encontra seu dom
como pianista. A fama explode quando ele ousa incorporar o gospel, o country e o jazz,
gerando um estilo inimitável. Ao mesmo tempo, Ray luta conta a segregação racial e o vício da
heroína.
Efeito: É uma história de determinação e vontade de viver, que ao mesmo tempo aborda um
tema recorrente nos dias de hoje que é a toxicodependência.
- “Sala de Pânico” (Panic Room) – a história centra-se na no drama de uma mulher e a sua filha
que são assaltadas durante a noite, e se escondem numa divisão secreta, concebida para
emergências, chamada “sala de pânico”. De repente vê-se encurralada lá dentro pelos
bandidos, sem hipótese de sair ou chamar ajuda.
Efeito: Ensina as pessoas a como reagir perante uma situação de grande ansiedade.
- “Forrest Gump” – Forrest Gump nasceu com um QI baixo e com uma deficiência nas pernas
pela qual tinha de usar aparelhos para conseguir andar. Isto fez com que fosse gozado durante
a infância. No entanto, a sua mãe, que o ama incondicionalmente, ensina-o a olhar para os
obstáculos como oportunidades e é esta filosofia que o ajuda a sobreviver e prosperar.
Efeito: Este é um filme muito popular nas sessões pelo facto de abranger várias lições de vida:
lembra a importância de mudarmos a nossa perspectiva e que os obstáculos nos fazem mais
fortes enquanto pessoas.
Outros:
- As confissões de Schmidt (distanciamento entre pais e filhos);
- Erin Brockovich (uma acção pode mudar o mundo);
- O Fabuloso Destino de Amélie (ultrapassar as nossas limitações).
Conclusão
Há muito que a arte é utilizada no processo terapêutico: primeiro com a pintura e escultura,
depois pela literatura e agora pelo cinema. Os filmes afectam muitos de nós de uma forma
poderosa, combinando o impacto da imagem, música, diálogo e iluminação, fazendo emergir
emoções reprimidas ou apenas melhorando o nosso estado de espírito através de uma
mensagem positiva, facilitando a reflexão e uma melhor compreensão das nossas vidas. No
entanto, este método não deve ser entendido como uma cura fácil para todos os problemas,
nem deve ser utilizada sem a presença de um especialista quando o paciente enfrenta questões
mais sérias.
7620 Caracteres
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Bibliografia
Choo , Sylvia Toh Paik (2005) Feeling blue? Forget the therapist, Try movie therapy. Online in
http://www.movietherapy.org.sg/movietherapy/pdf/TNPonSunday.pdf, consultado em
10.11.2009
Honorato, Eduardo J.S. e Denise Deschamps (s.d) Cinematerapia: Entendendo Conflitos. Online
in http://www.cinematerapia.psc.br/, consultado em 10.11.2009
Johnson, Bill (2002) Movies as Healing Journeys: Viewing Movies to Understand Life's Problems.
Online in http://www.storyispromise.com/healing.htm, consultado em 10.11.2009