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A AVENTURA SEMIOL6GICA
gicos para que uma reflexo sistemtica no tente assumiIas: essa reflexo q;, por ell(l~nto plo menos, chamamos
de semiologia. Cincia das mensagens sociais? das mensagens culturais? das informaes segundas? Apanhado de
tudo que "teatro" no mundo, da pompa eclesistica cabeleira dos Beatles, do pijama de gala aos certames da poltica internacional? Pouco importa no momento a diversidade ou a flutuao das definies.
O que conta poder submeter uma massa enorme de
fatos aparentemente anrquicos a um princpio de classificao, e a significao que fornece esse princpio: ao lado
das diversas determinaes (econmicas, histricas, psicolgicas), ser preciso doravante prever uma nova qualidade
do fato: o sentido.
O mundo est cheio de signos, mas esses signos no
tm todos a bela simplicidade das letras do alfabeto, das tabuletas do cdigo de trnsito ou dos uniformes militares:
so infinitamente mais complicados. Na maioria das vezes,
ns os vemos como se fossem informaes "naturais"; encontrou-se uma metralhadora tcheca nas mos dos rebeldes
congoleses: a est uma informao incontestvel; entretanto, na medida mesmo em que no se faz meno, ao mesmo
tempo, do nmero de armas americanas em uso entre os governistas, a informao se torna um signo segundo, ela patenteia uma escolha poltica.
(
Decifrar os signos do mundo sempre quer dizer lutar com
certa inocncia dos objetos. Todos ns, franceses, entendemos to "naturalmente" o francs que nunca nos vem cabea a idia de que a lngua francesa um sistema complicadssimo e muito pouco "natural" de signos e de regras: da
mesma maneira, necessria uma constante sacudida da observao para ajustar o foco no sobre o contedo das mensagens, mas sobre a sua feitura: enfim, o semilogo, como o
lingista, deve entrar na "cozinha do sentido".
DOMNIOS
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