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Assunto:
MATEMÁTICA BÁSICA
-1-
b) Passando inicialmente os números para a forma retangular,
z3 + z 4
z4
6,7
Valores obtidos
5
do gráfico
59º
70º 2 z3
30º
0 x
Fig. 1.23
Exemplo 1.18
e jθ − 1 = 2
Resolva a equação para − π < θ ≤ π e verifique a solução geometricamente3
Solução:
Temos que:
e jθ − 1 = 2
(*)
onde z1 = e = cos θ + j sen θ e z 2 = 1
jθ
donde,
-2-
cos θ + j sen θ − 1 = 2 ∴ (cos θ − 1) + j sen θ = 2 ∴
=1
2 − 2 cos θ = 2 ∴
− 2 cos θ = 0 ∴
θ = 0
cos θ = 0
θ = π rad
Substituindo na equação (*), verificamos que somente o valor θ = π rad é compatível.
z −z
A verificação gráfica é imediata, visto que 1 2 é a distância entre os pontos definidos
pelos complexos z1 e z2 .
z =1
Sendo z1 = e , temos que 1
jθ
, e o lugar geométrico representado por z1 , quando θ varia
ao longo do intervalo − π < θ ≤ π , é uma circunferência de raio unitário centrada na origem.
Sendo z 2 = 1 , a situação é a representada na figura a seguir:
z1 = e jθ
z1 − z 2
θ
0 z2 = 1
1 x
Fig. 1.24
z1 − z 2 = 2
É fácil verificar que teremos quando θ assumir o valor π rad .
b) Multiplicação
-3-
z1.z 2 = ( x1 + jy1 )( ( )
. x2 + jy2 ) = x1 x2 + j 2 y1 y2 + j ( x1 y2 + x2 y1 )
Lembramos que j = −1 segue-se que:
2
z1.z 2 = ( x1 x2 − y1 y2 ) + j ( x1 y2 + x2 y1 )
(62)
Já na forma exponencial,
z1.z 2 = z1 z 2 e j (θ1 + θ 2 ) = z1 z 2 θ1 + θ 2
(63)
Conclusões:
z1.z 2 = z1 . z 2
(64)
e
θ z1 . z 2 = θ1 + θ 2
(65)
z = x + jy = z e jθ z * = x − jy = z e − jθ
2.ª) Para e vale então estabelecer a seguinte equação:
jθ − jθ
z. z = z e . z e
*
ou seja,
z. z * = z
2
(66)
Exemplo 1.19
Multiplicar os seguintes números complexos:
z1 = 2 + j 3 a) e z 2 = −1 − j 3
π
z3 = 5e j 3 b) e z 4 = 2e
− j π6
-4-
z5 = 2 30° z6 = 5 − 45°
c) e
Solução:
z1.z 2 = (2 + j 3)(− 1 − j 3) = 7 − j 9 a)
( )( )
z3 .z 4 = 5e j 3 2e − j 6 = 10e j 6 b)
π π π
Exemplo 1.20
5π
Solução:
Este é uma excelente exemplo, pois, lembrando a forma exponencial de um complexo,
z = z e jθ
, parece que estamos diante de um absurdo, qual seja um numero com módulo
negativo. Acontece que aí não existe módulo negativo, mas sim uma “multiplicação
implícita”, conforme veremos a seguir:
-5-
a) Divisão
z1
z3 =
A divisão de duas grandezas complexas, z 2 , é definida como z1 = z 2 .z3 se z 2 ≠ 0 .
Em coordenadas retangulares temos:
Finalmente,
z1 x1 x2 + y1 y2 x2 y1 − x1 y2
= + j
z 2 x22 + y22 x22 + y22
(68)
e na forma exponencial,
z1 z e jθ1 z
= 1 jθ2 = 1 e j (θ1 −θ2 )
z2 z2 e z2
o que nos conduz a
z1 z1 j (θ1 −θ2 ) z1
= e = θ1 − θ 2
z2 z2 z2
(69)
Conclusões:
z1 z
= 1
z2 z2
(70)
e
θ z1 = θ1 − θ 2
z2
. (71)
-6-
3ª) Fica então evidente que a multiplicação e a divisão de grandezas complexas são mais
facilmente efetuadas na forma polar, a menos que, conforme já dito anteriormente, se tenha
uma calculadora eletrônica mais sofisticada.
jπ
4ª) É importante notar que multiplicar uma grandeza complexa por j = e = 1 90° não
2
altera o seu módulo, mas soma 90º ao seu ângulo de fase. Raciocinando em termos da
representação por meio de segmento orientado no plano complexo, a multiplicação por j
gira o segmento orientado de 90º no sentido anti-horário. De modo análogo, a multiplicação
− jπ
por − j = e 2
= 1 − 90° também não altera o módulo da grandeza mas, neste caso, há
uma subtração de 90º na fase, ou seja, o segmento orientado é agora girado de 90º no
sentido horário.
5ª) Similarmente, se multiplicarmos um número complexo por e = 1 α
jα
, não
alteramos o seu módulo; apenas acrescentamos α ao seu ângulo de fase ou, em outras
palavras: giramos o segmento orientado que representa o complexo de um ângulo α no
sentido anti-horário. Se a multiplicação for por e = 1 − α o giro será no sentido
− jα
horário.
6ª) Das propriedades e definições vistas até então resultam as leis comutativa, associativa e
distributiva usuais:
z1 z 2 = z 2 z1 (73)
z1 + z 2 = z 2 + z1 (74)
z1.( z 2 .z3 ) = ( z1.z 2 ).z3 (75)
z1 + ( z 2 + z3 ) = ( z1 + z 2 ) + z3 (76)
z1.( z 2 + z3 ) = z1.z 2 + z1.z3 (77)
(z1 + z2 ).z3 = z1.z3 + z2 .z3 (78)
Exemplo 1.21
Dividir os seguintes números complexos:
z1 = 4 − j 5 a) e z 2 = 1 + j2
jπ jπ
z 3 = 4e
e z 4 = 2e
3 6
b)
z5 = 8 − 30º c) z6 = 2 − 60º
e
Solução:
z1 4 − j 5 4 − j 5 1 − j 2 − 6 − j13 6 13
= = = =− − j
z2 1 + j 2 1 + j 2 1 − j 2 5 5 5 a)
-7-
jπ
z 3 4e 3 jπ
= j π = 2e 6
z 4 2e 6
b)
z5 8 − 30º
a) z = 2 − 60º = 4
6
30°
Exemplo 1.22
Determinar o resultado da expressão
z=
(500)(2000 − 30º ) + (250 30º )(1000)
500 + 2000 − 30º 250 30º + 1000
Solução:
Temos então:
e) Potenciação
Consideremos, inicialmente, um número complexo genérico
z = z e jθ = z (cos θ + j sen θ)
Procedamos agora a potenciação deste número, ou seja,
zn .
Temos então:
[ ]
z n = z e jθ = [ z (cos θ + j sen θ)]
n n
-8-
z n = z e jnθ = z (cos θ + j sen θ )
n n n
14444444 4244444444 3
(* ) (79)
Daí concluímos que se
z = z e jθ = z θ = z (cos θ + j sen θ)
podemos exprimir a potência nas seguintes formas:
z n = z e jnθ
n
(80)
z =z nθ
n n
(81)
z = z (cos nθ + j sen nθ)
n n
(cos θ + j sen θ)n = cos nθ + j sen nθ (83), que é reconhecida como sendo a identidade de
De Moivre.
Exemplo 1.23
Calcular ( ) 7
3+ j utilizando (a) a forma exponencial e (b) a 1.ª fórmula de De Moivre.
Solução:
a) Temos que:
z =
2
( )
3 +1 = 2
1 π
θ = arc tg = 30º = rad
3 6
Logo,
( )
π
j
3 + j = 2e . 6
Assim sendo,
-9-
( )
7π
j π6
3+ j =2
7 7j
= 2 e e = 6
( 7 jπ
)
π π
= 128(cos π + j sen π ) cos + j sen =
6 6
3
= −128
1
+ j = −64 3 + j ( )
2 2
z =2
π
θ = 6 rad
b)
( 3+ j ) 7
= 2 7 cos
7π 7π 5π 5π
+ j sen = 128cos 2π − + j sen 2π − =
6 6 6 6
5π 5π 3 1
= 128cos − + j sen − = 128 − − j =
6 6 2 2
(
= −64 3 + j )
Exemplo 1.24
Calcular ( 2+ j 2 ) 10
utilizando (a) a forma exponencial e (b) a 1.ª fórmula de De Moivre.
Solução:
a) Temos que:
z = ( ) ( )
2
2 + 2 =2
2
π
θ = arc tg 1 = 45º = rad
4
Logo,
π
j
2 + j 2 = 2e 4
Assim sendo,
( )
10 π 5π
j π2
2+ j 2
10
=2 e 10
j
4
=2 e 10
j
2
(
= 2 e10 j 2π
)
e =
π π
= 1024(cos 2π + j sen 2π )cos + j sen =
2 2
= 1024 j
- 10 -
z =2
π
θ = 4 rad
b)
( 2+ j 2 )
10
= 210 cos
10π
+ j sen
10π
=
4 4
2π 2π
= 1024 cos 2π + + j sen 2π + =
4 4
π π
= 1024 cos + j sen = 1024 j
2 2
Exemplo 1.25
j100(1 − j 2 )
2
z=
Determinar o resultado da expressão (− 3 + j 4 )(− 1 − j ) tanto na forma polar quanto na
retangular.
Solução:
Inicialmente vamos passar cada um dos fatores para a forma polar:
z=
(5 126,9° )( 2 − 135° ) (5 126,9° )( 2 − 135° )
= 70,9 − 28,7° = 62 − j34
Solução Alternativa:
Vamos manter os fatores na forma retangular e racionalizar a fração resultante:
z=
[
j100 (1) − 2(1)( j 2 ) + ( j 2 )
2 2
] =
[(− 3)(− 1) + (− 3)(− j ) + ( j 4)(− 1) + ( j 4)(− j )]
j100[1 − j 4 − 4] j100[− 3 − j 4]
= = =
[3 + j3 − j 4 + 4] 7− j
100[4 − j 3] 100(4 − j 3) 7 + j
= = =
7− j 7 − j 7 + j
100(31 − j17 )
= = 62 − j 34
49 + 1
e) Radiciação:
- 11 -
Diz-se que um número w é a raiz n-ésima de um número complexo z se
w=n z = z n
1
que é equivalente a
wn = z .
Para determinar as n raízes distintas do número z vamos considerá-lo em sua
forma trigonométrica
z = z (cos θ + j sen θ)
e representemos, também em forma trigonométrica, a raiz que desejamos encontrar:
w = w (cos ϕ + j sen ϕ)
.
Utilizando a 1.ª fórmula de De Moivre, a equação z = n assume a seguinte forma:
n
.
Uma vez que a igualdade dos números complexos requer a igualdade das
partes reais e das partes imaginárias, separadamente, devemos ter:
w cos nϕ = z cos θ
n
w sen nϕ = z sen θ
n
w = z
n
nϕ = θ + 2kπ (k = 0, 1, 2,K, n − 1)
ou seja,
θ + 2kπ
w =n z ϕ= (k = 0, 1, 2,K, n − 1)
e n
Seque-se então a expressão conhecida como 2ª fórmula de De Moivre:
θ + 2 kπ
θ + 2kπ θ + 2kπ n j θ + 2kπ
w = z = z cos
n n
+ j sen = z e
n
=n z
n n n (84a)
sendo k = 0, 1, 2, ..., n – 1.
- 12 -
θº + k 360º θº + k 360º n θ° + k 360°
w = n z = n z cos + j sen = z
n n n (84b)
sendo k=0, 1, 2, ..., n – 1.
w , w , w , K , wn −1 ,
Esta fórmula produz n raízes distintas 0 1 2 todas com o mesmo módulo e
com argumentos
θ + 2kπ θ0 + k 360º
ϕk = =
n n , k = 0, 1, 2, ..., n – 1,
n z
que estão situadas sobre a circunferência centrada na origem e com raio , sendo os
vértices de um polígono regular de n lados, conforme ilustrado a seguir:
w2 w1
w3 w0
ϕ
ϕ ϕ
θn
0 ϕ
x
ϕ
wn −1
wn − 2 2π 360º
ϕ= =
n n
Fig. 1.25
Casos particulares:
- 13 -
2kπ
2kπ 2kπ j 2kπ k 360º
w = cos + j sen =e n
=1
n n n =1 n (85)
sendo k= 0, 1, 2... n-1
Considerando
2π
2π 2π j
Ω = cos + j sen =e n,
n n
e utilizando a identidade de De Moivre, vemos que as n-ésimas raízes da unidade são dadas
por:
1, Ω, Ω 2 , K , Ω n −1
2π 2π π π
Ω = cos + j sen = cos + j sen = 0,5 + j 0 ,866 = e jπ 3
6 6 3 3
2 j 2π 3
Ω =e = −0,5 + j 0 ,866 = Ω *
Ω 3 = e jπ = −1
4π
j
Ω4 = e 3
= −0,5 − j 0 ,866 = −Ω
5π
j
Ω5 = e 3
= 0,5 − j 0 ,866 = Ω ∗
- 14 -
y
Ω2 Ω
Ω3
0 1 x
Ω4 Ω5
Fig. 1.26
jθ2
w0 = z e = z θ
2
= z θº
2
z= j (π + θ 2 )
(86)
w1 = z e = z π + θ2 = z 180° + θº 2
3º) Raízes cúbicas:
jθ
w0 = 3 z e 3
=3 z θ
3
=3 z θº
3
j ( θ+ 2 π ) 3
3
z= w1 = 3 ze = 3 z (θ+2π )
3
= 3 z (θ°+360°)
3
(87)
j ( θ+ 4 π ) 3
w2 = 3 z e =3 z (θ+4π )
3
=3 z (θ°+720° )
3
- 15 -
Exemplo 1.26
a) j; b)
3
−8 j ; 8
c) 1
1
2
(1+ j 3 )
d)
e represente-as no plano complexo.
Solução:
j a)
z =1
jπ
z= j=e 2
⇒ e
θ = π = 90º
Temos que 2
w0
0,707
1
− 0,707
45º
0 0,707 x
−135º
− 0,707
w1
Fig. 1.27
3 − 8 j b)
- 16 -
z =8
− jπ
Temos que z = −8 j = 8 e 2
⇒ e
θ = − π = −90º
2
2 w1
− 1,732 0 1,732
− 30º x
− 150º
2
w2 −1 w0
Fig. 1.28
8
1 c) :
k 360°
=
Temos que z = 1 e, pela expressão (85), com n = 8, w = 1 8 = 1 k 45°
sendo k = 0, 1, 2, ... , 7 no presente caso.
Assim sendo,
w0 = 1 0° = cos 0º + j sen 0º = 1
w1 = 1 45° = cos 45º + j sen 45º = 0,707 + j 0,707
w2 = 1 90° = cos 90º + j sen 90º = j
w3 = 1 135 ° = cos 135º + j sen 135º = −0,707 + j 0,707
w4 =1 180 ° = cos180º + j sen 180º = −1
w5 =1 255° = 1 −135° = cos(− 135º ) + j sen (− 135º ) = −0,707 − j 0,707
w6 =1 270° = 1 − 90° = cos(− 90º ) + j sen (− 90º ) = − j
w7 =1 315° = 1 − 45° = cos(− 45º ) + j sen (− 45º ) = 0,707 − j 0,707
- 17 -
y
1 w2
w3 0,707 w1
w5 − 0,707 w7
− 1 w6
Fig. 1.29
1
2
(
1+ j 3 )
d) :
1
z= +j
3
⇒ z = 2 +
( 1 )2 ( ) 2
3
2
= 1 =1
2 2 θ = π 3 = 60º
Temos que
Pela expressão (86),
- 18 -
y
w0
0,5
− 0,866 0 30º
0,866 x
− 150º
− 0,5
w1
Fig. 1.30
Exemplo 1.27
Solução:
Temos:
w 4 + 4 = 0 ⇔ w 4 = −4 ⇔ w = 4 − 4
isto significa que devemos calcular as raízes quartas de z = – 4. Temos então:
z = 4
z = −4 = 4e jπ ⇒
θ = π = 180º
180º + k 360º 180º + k 360º
w = 4 z cos + j sen
Utilizando a expressão (84), com n = 4, 4 4 ,
sendo k = 0, 1, 2, 3 no presente caso. Assim sendo,
2 2
= 2 [cos 45º + j sen 45º ] = 2 +j = 1+ j
w0 = 2 45° 2 2
2
= 2 [cos135º + j sen135º ] = 2 −
2
+j = −1 + j
w1 = 2 135 ° 2 2
- 19 -
w2 = 2 255° = 2 −135° =
2
= 2 [cos(− 135º ) + j sen (− 135º )] = 2 −
2
−j = −1 − j
2 2
2 2
= 2 [cos(− 45º ) + j sen (− 45º )] = 2 −j =1− j
w3 = 2 315° = 2 − 45° 2 2
Logo o conjunto solução é:
S = {1 + j, − 1 + j , − 1 − j , 1 − j}
Vamos então considerar dois pontos do plano complexo associados aos números z1 e z 2 ,
conforme apresentado na figura 1.20.
Temos então:
z1 + z 2 ≤ z1 + z 2
(88)
A demonstração geométrica segue o fato de que os pontos 0, z1 , e z1 + z 2 são os vértices de
z , z 2 e z1 + z 2
um triângulo de lados 1 , e um lado não pode exceder a soma dos outros
dois.
É também interessante notar que a desigualdade se torna uma igualdade quando os
pontos 0, z1 , e z 2 são colineares.
Para demonstrar a desigualdade algebricamente vamos escrever, baseados
nas expressões que envolvem complexos conjugados, que
2 *
( ) ( )
z1 + z 2 = ( z1 + z 2 )( z1 + z 2 ) = ( z1 + z 2 ) z 1* + z *2 = z1 z1* + z1 z 2* + z 2 z1* + z 2 z 2*
porém
( )
z 2 z1* = z1* z 2 = z1 z 2*
*
- 20 -