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DIREITO CONSTITUCIONAL
Possibilidade do STF modificar entendimento
firmado em sede de controle concentrado de constitucionalidade
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, em ADI e ADC, produzem eficácia contra
todos e efeito vinculante.
ATENÇÃO
Tais efeitos não vinculam, contudo, o próprio STF. Assim, se o STF decidiu, em uma ADI ou ADC,
que determinada lei é CONSTITUCIONAL, a Corte poderá, mais tarde, mudar seu entendimento
e decidir que esta mesma lei é INCONSTITUCIONAL por conta de mudanças no cenário jurídico,
político, econômico ou social do país. Trata-se do fenômeno da inconstitucionalidade
superveniente da lei.
Esta mudança de entendimento do STF sobre a constitucionalidade de uma norma pode ser
decidida durante o julgamento de uma reclamação constitucional.
Comentários Imagine a seguinte situação:
O STF, ao julgar uma ADI, decide que a Lei “X” é CONSTITUCIONAL.
Como sabemos, a decisão proferida em ADI (controle concentrado de constitucionalidade)
possui eficácia contra todos (erga omnes) e efeito vinculante. Tais efeitos estão previstos no
§ 2º do art. 102 da CF/88:
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal.
É possível, no entanto, que, anos mais tarde, o STF modifique seu entendimento e decida
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Observe que o § 2º do art. 102 menciona que a decisão proferida em ADI e ADC produzirá
eficácia contra todos e efeitos vinculante com relação “aos demais órgãos do Poder
Judiciário” e à administração pública. Desse modo, o próprio Texto Constitucional exclui o
STF da incidência deste efeito vinculante. Isso tem como objetivo evitar a chamada
“fossilização” da Corte Constitucional, de forma a permitir que o STF evolua em seus
entendimentos de acordo com as mudanças da sociedade.
Anos após este julgamento, foi proferida uma decisão da Turma Recursal dos Juizados
Especiais Federais na qual o INSS entendeu que teria havido violação ao § 3º do art. 20 da
Lei n. 8.742/93. Diante disso, o INSS ajuizou uma reclamação no STF afirmando que a
autoridade de sua decisão na ADI 1232/DF foi desrespeitada pela Turma Recursal.
O STF, ao julgar o caso, afirmou que é possível que, no julgamento de reclamação, a Corte
reveja o que foi decidido por ela mesma em uma ADI diante das mudanças verificadas no
cenário jurídico, político, econômico e social do país.
Posição vencida
Ficou vencido o Min. Teori Zavascki, que entendia não ser possível ao STF modificar o que
foi decidido em uma ADI, que tem eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. Considerava
que, ao se alterar o que foi decidido, estar-se-ia operando a própria rescisão do julgado
anterior. Ponderava, ainda, não caber, em reclamação, fazer juízo sobre o acerto ou o
desacerto das decisões tomadas como parâmetro. Arrematava que, ao se concluir sobre a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade em âmbito de reclamação, atuar-se-ia em
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Processo STF. Plenário. Rcl 4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/4/2013.
INFORMATIVO esquematizado
DIREITO PENAL
Agora que você relembrou os requisitos para a aplicação das penas restritivas de direito,
imagine que “João” foi condenado por lesão corporal no âmbito da violência doméstica,
delito previsto no art. 129, § 9º do CP:
Violência Doméstica
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
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É possível que o juiz, na sentença, substitua a pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos?
NÃO. A substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos pressupõe,
entre outras coisas, que o crime não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça.
No caso concreto, embora a pena privativa de liberdade fosse inferior a 4 anos, o crime fora
cometido com violência contra pessoa, motivo suficiente para obstaculizar o benefício, nos
termos do art. 44, I, do CP.
Processo STF. 2ª Turma. HC 114703/MS, rel. Min. Gilmar Mendes, 16/4/2013.
STF aplicou o art. 191 do CPC por analogia permitindo que as partes do “Mensalão”
tivessem prazo em dobro para recorrer
STF admitiu que as partes (MP e defesa) tivessem prazo em dobro para recorrer (embargos de
declaração) no caso do “Mensalão”, utilizando como argumento o fato de que havia, no caso,
um litisconsórcio passivo (vários réus), com advogados diferentes, devendo, portanto, ser
aplicada, por analogia, a regra prevista no art. 191 do CPC.
Comentários Como foi amplamente divulgado, o acórdão do “Mensalão” foi finalizado e publicado.
Diante da publicação do acórdão, surgiu a possibilidade das partes (MP e defesa)
interporem EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em relação ao que foi decidido.
Obs1: cuidado em provas objetivas, porque, no processo civil, o CPC (art. 535), não prevê,
expressamente, a “ambiguidade” como uma hipótese de cabimento dos embargos de
declaração, ao contrário do CPP (art. 382).
Obs2: apesar de não estar previsto na legislação, tem-se também admitido que os
embargos de declaração sirvam para fazer o prequestionamento e para apontar e corrigir
“equívocos manifestos” na decisão, como é o caso de erros materiais (ex: o nome da parte
foi grafado incorretamente).
STJ 2 dias
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O Regimento Interno do STF poderia prever um prazo recursal diferente daquele
estabelecido no CPP?
SIM. Segundo o Min. Celso de Mello, esta previsão do Regimento Interno foi editada sob a
égide da CF/69, quando o STF tinha competência para legislar materialmente sobre normas
relacionadas com a sua competência originária. Assim, a previsão do prazo recursal no RISTF
foi elaborada conforme autorização constitucional existente à época e, portanto,
recepcionada pela CF/88 com força, autoridade e eficácia de lei.
Ocorre que alguns réus peticionaram ao relator postulando que, diante das peculiaridades
do processo do “Mensalão” (muitos réus, acórdão extenso etc.), este prazo de 5 dias fosse
ampliado, já que seria pouco tempo para a elaboração do recurso.
Como eram vários réus, com advogados diferentes, entendeu-se que haveria, no caso, um
litisconsórcio passivo multitudinário.
Obs: para alguns pode parecer estranho, mas se em um processo criminal existem dois ou
mais réus, tem-se, no caso, um litisconsórcio passivo, considerando que o MP (ou o
querelante) é o autor da ação penal e os réus estão no polo passivo.
Foi mencionado que seria incoerente admitir-se a duplicação de prazo recursal no âmbito do
processo civil (onde não está em jogo a liberdade) e não fazê-lo em sede processual penal.
Ademais, diante da excepcionalidade do caso, deveria ser admitida a flexibilização do
procedimento.
Obs: ficou vencido o Min. Joaquim Barbosa que não aceitava a ampliação do prazo recursal.
Processo STF. Plenário. AP 470 Vigésimo Segundo AgR/MG, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o acórdão Min. Teori
Zavascki, 17/4/2013.
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Não é lícito ao magistrado, quando do recebimento da denúncia, em mero juízo de
admissibilidade da acusação, alterar a definição jurídica aos fatos narrados na peça acusatória.
O momento adequado para fazê-lo é na prolação da sentença, ocasião em que pode haver a
emendatio libelli ou a mutatio libelli, se a instrução criminal assim o indicar.
Comentários Se o magistrado entender que a classificação do crime feita na denúncia ou queixa foi
incorreta, ele poderá receber a peça, alterando, contudo, a capitulação jurídica dos fatos?
(ex: juiz considera que, pela narrativa dos fatos, não houve furto, mas sim roubo).
NÃO, considerando que o momento adequado para isso é na prolação da sentença. Esta é a
posição majoritária. Veja:
STJ: “havendo erro na correta tipificação dos fatos descritos pelo órgão ministerial, ou
dúvida quanto ao exato enquadramento jurídico a eles dado, cumpre ao togado receber a
denúncia tal como proposta, para que, no momento que for prolatar a sentença, proceda às
correções necessárias.” (RHC 27628/GO, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em
13/11/2012).
STF: “Não é lícito ao Juiz, no ato de recebimento da denúncia, quando faz apenas juízo de
admissibilidade da acusação, conferir definição jurídica aos fatos narrados na peça
acusatória. Poderá fazê-lo adequadamente no momento da prolação da sentença, ocasião
em que poderá haver a emendatio libelli ou a mutatio libelli, se a instrução criminal assim o
indicar.” (HC 87.324-SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, julgado em 10/04/2007).
No mesmo sentido, mais recentemente: HC 111445/PE, rel. Min. Dias Toffoli, 16/4/2013.
Vale destacar, contudo, que existe importante corrente doutrinária e jurisprudencial que
afirma ser possível, excepcionalmente, a correção do enquadramento típico logo no ato de
recebimento da denúncia ou queixa em dois casos:
a) para beneficiar o réu; ou
b) para permitir a correta fixação da competência ou do procedimento a ser adotado.
Nesse sentido: Antônio Scarance Fernandes, citado por Renato Brasileiro (Manual de
Processo Penal. Vol. II. Niterói : Impetus, 2012) e Fernando da Costa Tourinho Filho (Código
de Processo Penal Comentado. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1046).
Julgados adotando esta tese: STJ. 5ª Turma. HC 103.763/MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado
em 17/02/2009; STF. 1ª Turma. HC 89686, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado em
12/06/2007.
Ex: MP denuncia o réu por furto qualificado (art. 155, § 4º, II, do CP). O juiz, analisando a
denúncia, percebe que, pelos fatos narrados, aquela conduta se amolda ao tipo do
estelionato (art. 171, caput, do CP). Nesse caso, o magistrado poderia, ao receber a denúncia,
desde já fazer a desclassificação para estelionato, ao invés de aguardar pela sentença, porque
isso possibilitará que o acusado tenha direito à suspensão condicional do processo, cabível no
caso de estelionato (cuja pena mínima é igual a 1 ano), mas impossível na hipótese de furto
qualificado (pena mínima de 2 anos).
É importante conhecer esta posição para ser mencionada em provas práticas e orais da
Defensoria Pública. Em provas objetivas, deve-se adotar o entendimento majoritário. Veja:
(DPE/MA 2011 – CESPE) É lícito ao juiz, no ato de recebimento da denúncia, conferir definição
jurídica aos fatos narrados na peça acusatória diversa da atribuída pelo MP, podendo, ainda,
fazê-lo no momento da prolação da sentença, ocasião em que poderá haver emendatio libelli
ou mutatio libelli. (ERRADO)
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Habeas corpus
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Não é possível, na via do habeas corpus, discutir-se a correta tipificação dos fatos imputados ao
paciente na ação penal.
Comentários No julgamento do HC não é possível a análise de fatos. Desse modo, em regra, não é
possível a impetração de HC para discutir a correta tipificação penal. Este é o entendimento
do STJ e do STF:
(...) A ação penal constitucional do Habeas Corpus não é instrumento legal para examinar
se correta ou não a tipificação penal, por envolver o exame do mérito, direito esse reservado
à instância ordinária. (...)
(STJ. 5ª Turma. HC 74.228/DF, Rel. Ministro Honildo Amaral de Mello Castro
(Desembargador convocado do TJ/AP), julgado em 23/11/2010)
(...) IV - Os argumentos trazidos pela impetrante não se mostraram suficientes para afastar
os fundamentos expostos no decreto condenatório, não sendo possível, na via do habeas
corpus, fazer-se incursão sobre a correta tipificação dos fatos imputados ao paciente na
ação penal. (...)
(STF. 1ª Turma. HC 103205, Min. Ricardo Lewandowski, 24/08/2010)
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Benefício de prestação
O § 3º do art. 20 da Lei n. 8.742/93, que prevê o critério da renda per capita inferior a 1/4 do
salário-mínimo para concessão do LOAS, é INCONSTITUCIONAL. Este critério encontra-se
ATENÇÃO defasado e a análise da situação de miserabilidade deverá ser feita, no caso concreto, com base
concursos em outros parâmetros.
federais É também inconstitucional o art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso, que permite o
recebimento de dois benefícios assistenciais de idoso, mas não admite a percepção conjunta de
benefício de idoso com o de deficiente ou de qualquer outro previdenciário.
Comentários LOAS
A fim de dar cumprimento a esse comando constitucional, foi editada a Lei n. 8.742/93
que, em seus arts. 20 a 21-A, disciplinou como seria pago esse benefício previsto na CF.
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Nome do benefício:
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A Lei o denomina de “Benefício de Prestação Continuada”.
Alguns sinônimos empregados por outros autores: “Amparo Assistencial”, “Benefício
Assistencial” ou “LOAS” (que é o próprio nome da lei).
a) à pessoa com deficiência; ou Desde que comprove não possuir meios de prover
a própria manutenção nem de tê-la provida por
b) ao idoso com 65 anos ou mais. sua família.
Renda que a lei considera como sendo insuficiente para subsistência (art. 20, § 3º):
A Lei n. 8.742/93 prevê, no seu art. 20, § 3º:
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a
família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.
Há alguns anos este § 3º do art. 20 da Lei foi questionado no STF por meio da ADI 1232/DF.
Alegou-se que limitar o benefício apenas às pessoas cuja família tenha renda mensal per
capita inferior a 1/4 do salário mínimo violaria a determinação constitucional prevista no
art. 203, V, considerando que a CF/88 confere o amparo assistencial, de forma ampla, a
todas as pessoas que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção.
Desse modo, a Lei teria violado o espírito da garantia constitucional ao restringir o
benefício.
Apesar da decisão do STF rejeitando a ADI, os Juizados Especiais Federais e o próprio STJ
tinham posição consolidada no sentido de que, ainda que o requerente não se enquadrasse
no critério previsto no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993, ele poderia receber o benefício
assistencial se conseguisse comprovar, por outros meios, sua situação de miserabilidade
(STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 202.517-RO, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em
2/10/2012).
Para o STJ, portanto, “a limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser
considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui outros meios para
prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, pois é apenas um
elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se absolutamente a
miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo"
(REsp Repetitivo 1.112.557/MG).
O INSS, em geral, não se conformava com este entendimento do STJ e das Turmas Recursais
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decisões.
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A questão chegou, portanto, até o STF. O que decidiu a Corte?
O Plenário do STF, ao julgar conjuntamente dois recursos extraordinários que tratavam
sobre a matéria, declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade do § 3º do art. 20 da Lei
8.742/93 por considerar que o referido critério está defasado para caracterizar a situação
de miserabilidade.
O STF, concordando com a posição adotada pelo STJ e pela jurisprudência dos Juizados
Especiais Federais, afirmou que, para aferir que o idoso ou deficiente não tem meios de se
manter, o juiz está livre para se valer de outros parâmetros, não estando vinculado ao
critério da renda per capita inferior a 1/4 do salário-mínimo previsto no § 3º do art. 20.
O Min. Gilmar Mendes afirmou, ainda, que “a economia brasileira mudou completamente
nos últimos 20 anos. Desde a promulgação da Constituição, foram realizadas significativas
reformas constitucionais e administrativas com repercussão no âmbito econômico e
financeiro. A inflação galopante foi controlada, o que tem permitido uma significativa
melhoria na distribuição de renda”. Tais modificações proporcionaram que fossem
modificados também os critérios para a concessão de benefícios previdenciários e
assistenciais que podem ser mais “mais generosos” que o parâmetro de 1/4 do salário
mínimo mencionado no § 3º do art. 20 acima referido.
Dessa feita, o juiz está livre para, no caso concreto, se valer de outros parâmetros para
decidir se o idoso ou deficiente não tem realmente meios de manter sua subsistência, não
estando vinculado ao critério da renda per capita inferior a 1/4 do salário-mínimo previsto
no § 3º do art. 20.
O STF, ao julgar a ADI 1232/DF, havia decidido que o § 3º do art. 20 da Lei n. 8.742/93 era
CONSTITUCIONAL. É juridicamente possível que, anos mais tarde, a Corte modifique seu
entendimento e decida que este dispositivo é INCONSTITUCIONAL?
SIM. O § 2º do art. 102 da CF/88 menciona que a decisão proferida em ADI e ADC produzirá
eficácia contra todos e efeitos vinculante com relação “aos demais órgãos do Poder
Judiciário” e à administração pública. Desse modo, o próprio Texto Constitucional exclui o
STF da incidência deste efeito vinculante. Isso tem como objetivo evitar a chamada
“fossilização” da Corte Constitucional, de modo a permitir que o STF evolua em seus
entendimentos de acordo com as mudanças da sociedade.
outro previdenciário.
INFORMATIVO esquematizado
Modulação dos efeitos
Diante da declaração de inconstitucionalidade, a AGU requereu que os efeitos da decisão
do STF fossem modulados e que os dispositivos questionados tivessem validade até
31/12/2015. O tema foi discutido pelo STF, mas não se alcançou o quórum de 2/3 exigido
para que as decisões sejam moduladas.
2) Vale ressaltar que o amparo assistencial não pode ser acumulado pelo beneficiário com
qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência
médica e da pensão especial de natureza indenizatória.
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INFORMATIVO esquematizado
JULGADOS QUE NÃO FORAM COMENTADOS POR SEREM DE POUCA
(OU DE NENHUMA) RELEVÂNCIA PARA CONCURSOS PÚBLICOS
Amigos do Dizer o Direito,
Desde o início dos INFORMATIVOS Esquematizados, selecionamos para comentar apenas os julgados que
são relevantes para fins de concurso público, ou seja, aqueles que podem ser cobrados nas provas.
Deixamos de lado as decisões proferidas com base em peculiaridades muito específicas do caso concreto ou,
então, que trataram sobre temas que dificilmente serão exigidos nos concursos.
Sempre fizemos isso para facilitar o estudo dos leitores, evitando que vocês percam tempo. No entanto,
algumas pessoas nos escrevem relatando que ficam angustiadas por estarem deixando de ler todos os
julgados noticiados nos Informativos. Por essa razão, decidimos transcrever aqui os acórdãos que não
foram comentados para que as pessoas que quiserem possam lê-los sem ter que imprimir o Informativo
original, além do esquematizado.
Vale ressaltar que continuamos achando recomendável estudar apenas os julgados que foram acima
comentados.
Alguns de vocês nos indagam: pode ser que, em uma prova, seja cobrado um julgado que não foi comentado?
Sim, com certeza isso poderá ocorrer. No entanto, vale a pena ler o informativo inteiro por conta disso?
Entendemos que não porque a probabilidade de isso acontecer é muito pequena, não compensando o
custo/benefício desse tempo perdido. É o mesmo caso da pessoa que estuda por dois ou três livros sobre a
mesma disciplina. Gasta-se muito tempo e o retorno, em termos de concurso, é muito pequeno.
De qualquer modo, como o objetivo é sempre ajudar vocês, vamos transcrever aqui embaixo todos os
julgados que não foram comentados para aqueles que quiserem ler. Os que preferirem estudar apenas os
julgados comentados podem imprimir o Informativo até a página dos exercícios, evitando, assim, gastar
com páginas impressas que não serão lidas.
Bons estudos a todos e que venham as aprovações!
Lei 8.038/90.
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INFORMATIVO esquematizado
Vencido o Min. Marco Aurélio, que resolvia a questão de ordem no sentido de acolher a nulidade suscitada.
Considerava, ainda, que o termo “recebê-la-á” contido no art. 396 do CPP [“Nos procedimentos ordinário e
sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias”] referir-se-ia à mera
entrega da denúncia ao juízo, visto que a resposta à acusação voltar-se-ia contra esta peça. Não haveria
lógica em se receber a inicial, com os efeitos jurídicos próprios, e oportunizar à defesa que impugnasse o
ato que ensejara esta decisão. O recebimento da denúncia deveria ocorrer, portanto, em momento
posterior à manifestação do acusado. Registrava que interpretação distinta implicaria afronta à isonomia,
pois a Lei 8.038/90 permitiria ao denunciado — detentor de foro por prerrogativa de função — que se
defendesse antes do recebimento da denúncia, e o Código de Processo Penal, voltado ao cidadão comum,
não. Isso violaria o princípio do contraditório.
AP 679 QO/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, 18.4.2013.
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INFORMATIVO esquematizado