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sobre o

projecto
O Projecto Cabo Verde é um projec- projecto vão muito além de uma ajuda
to de Voluntariado Internacional para anual desligada. O projecto pretende dar
a Cooperação, desenvolvido por estu- um contributo eficaz para fazer dos bene-
dantes universitários e jovens profissio- ficiários os protagonistas do seu próprio
nais, que resultou da parceria entre três desenvolvimento. Complementarmente,
Associações Juvenis Portuguesas, em e de modo inseparável, o projecto aposta
colaboração com a Comunidade Local na formação dos voluntários valorizando
Cabo-Verdiana. o contributo individual de cada um e pro-
porcionando uma oportunidade de trei-
A estratégia de intervenção abrange três nar, ganhar e aperfeiçoar competências.
pilares fundamentais do desenvolvimento
social, designadamente a educação e for- Desde 2006 beneficiaram directamente
mação, a saúde e o ambiente. do Projecto mais de 7.000 pessoas. CONTACTOS
A intervenção no terreno efectiva-se em No plano da ajuda material, o projecto ca- Cooperativa de Telheiras para a Promoção da
15 dias do mês de Agosto. No entanto, naliza a sua ajuda sobretudo para o sector Solidariedade e da Cultura, CRL
os objectivos globais e específicos do da saúde e da educação. Av. Sidónio Pais, 24 – c/v Esq.
1050-215 Lisboa
Telf. 21 842 99 10
Telm. 91 336 00 73
Fax: 21 842 99 15
projectocaboverde@gmail.com
www.projectocaboverde.no.sapo.pt

Residência Universitária dos Álamos


Alameda das Linhas de Torres, 35
1750-139 Lisboa
Telf. 21 758 73 96 / 21 758 74 25
álamos@alamoslisboa.org
www.alamoslisboa.org

Rampa Clube
Avenida da Boavista, 1605
4100-132 Porto
Telf. 22 609 36 89
rampa@rampaclube.org
www.rampaclube.org
O Projecto 2009 Projecto
em números Cabo Verde 2010
O projecto privilegia o envolvimento di- O financiamento do projecto é garantido Na sua quinta edição consecutiva, o pro- atribuindo-lhes pequenas responsabilida-
recto daqueles que, de alguma forma, pela colaboração de particulares e insti- jecto pretende reforçar o trabalho ante- des relacionadas com o ambiente e com
podem ser motor de desenvolvimento. tuições. Em 2009 foi afectado um total rior e abrir novas frentes na Cooperação: atitudes de cidadania activa, desenvolven-
Em 2009 estiveram directamente envol- de 67.536,46€ e foram transportadas 11 do o sentido crítico e reflexivo. Por serem
vidos no projecto a Câmara Municipal, toneladas de material de ajuda humani- Na formação de activos sem qualifica- as zonas mais afectadas pela poluição, e
a Delegação de Saúde, a Delegação tária, que se destinou maioritariamente ção e de desempregados, dotando-os por vezes as mais insalubres e esquecidas,
Escolar, o Clube Ambiental, a Turtle à Delegação Escolar e à Delegação de de formação certificada. Nesse sentido o futuro Projecto incidirá mais ainda a sua
Foundation, a Biblioteca Municipal, a Saúde da Boavista. serão intensificados os cursos de inglês, acção no Bairro das Barracas e também
OMCV – Organização das Mulheres de auto-negócios e cozinha e dar-se-á início na zona dos pescadores da Vila.
Cabo Verde, empresas construtoras e ou- a cursos de português para imigrantes.
tros agentes de dinamização local. No alargamento do número de benefi-
Na formação de líderes locais, que po- ciários, deslocando voluntárias a zonas
Em 2009 beneficiaram directamente do dem e devem ser agentes dinamizadores interiores da ilha que, pela dificuldade de
projecto 1863 pessoas, divididas da se- do desenvolvimento local, e no trabalho comunicação com a vida de Sal Rei, so-
guinte forma: a nível institucional com os organismos frem maiores limitações no acesso aos
competentes. cuidados básicos de saúde e actividades
Total de
de formação.
Actividade Público-alvo No atendimento médico da população,
beneficiados
reforçando a equipa médica e de enfer-
Atendimento médico e de enfermagem Toda a população 1020
magem de modo a poder deslocar o tra-
Curso de Cozinha no Bairro das Barracas População activa e no desemprego 100 balho do Dispensário a outras localidades Orçamento
da ilha.
Curso de Cozinha na Vila de Sal-Rei
Curso de Inglês (3 níveis)
População activa empregada
População activa empregada
25
77
para 2010
Na formação de Gestores escolares
Curso de Auto-Negócios População activa desempregada 90
e professores, elementos chave no DESPESAS
Curso de Português para professores Professores do 1º e 2º Ciclo do 13
desenvolvimento. Viagens 54.000,00€
Ensino Básico
Alimentação e Alojamento 7.000,00€
Curso de Gestão Escolar Gestores e futuros gestores de 8 Na ocupação de tempos livres das
Secretariado 5.500,00€
escolas crianças, sedimentando os valores como
a criatividade, o espírito de grupo, hábitos Material Actividades 4.000,00€
Sessões de Formação Adicional nas População activa e desempregada 180
áreas da Comunicação e da Saúde de trabalho em equipa, aproveitamento Total 70.500,00€

Sessões de Formação na área da Raparigas entre os 14 e os 20 anos 20 do tempo, responsabilidade e abertura


cozinha, etiqueta, dança e bijuteria aos outros. RECEITAS
Ocupação de tempos livres e educação Crianças 280 Saldo Projectos Anteriores 12.266,31€
Na educação ambiental, realizando com
ambiental Donativos das Voluntárias 30.000,00€
as diferentes faixas etárias actividades
Actividades recreativas Idosos do Centro de Dia 50 Apoios a Obter 28.233,69€
que apelem à consciência social, isto é,
SOBRE
O PROJECTO
CABO VERDE

Pelo quarto ano consecutivo um grupo de voluntários deu vida, com o apoio de diversas
instituições e pessoas em nome individual, ao Projecto Cabo Verde.

Trata-se de um voluntariado internacional para a Reconhecendo que só a aposta na capacitação


cooperação desenvolvido por estudantes universi- local pode trazer um contributo eficaz para fazer
tários e jovens profissionais que abrange três pilares dos beneficiários os protagonistas do seu próprio
fundamentais do desenvolvimento social - educa- desenvolvimento, o projecto privilegia o envol-
ção e formação, saúde e ambiente - e está centra- vimento directo daqueles que, de alguma forma,
do na capacitação local dos parceiros. podem ser motor de desenvolvimento. Em 2009
colaboraram directamente no projecto a Câmara
A intervenção no terreno efectiva-se em 15 dias do Municipal, Delegação de Saúde, Delegação Escolar,
mês de Agosto. No entanto, os objectivos globais Clube Ambiental, Turtle Foundation, Biblioteca
e específicos do projecto vão muito além de uma Municipal, OMCV – Organização das Mulheres de
ajuda anual desligada. Cabo Verde, empresas construtoras e agentes de
dinamização local.
A principal prioridade do projecto e, simultane-
amente, o seu mais importante recurso são as No plano da ajuda material, o projecto canaliza a
pessoas. Desde 2006, 7355 pessoas beneficiaram sua ajuda sobretudo para o sector da saúde e da
directamente das actividades desenvolvidas. Por educação. Em 2009 foram transportadas 11 tone-
outro lado e de modo inseparável, a formação dos ladas de material que se destinou, maioritariamen-
voluntários é um desafio. O projecto valoriza o con- te, à Delegação Escolar e à Delegação de Saúde da
tributo de cada um, além de proporcionar uma opor- Boa Vista.
tunidade de treinar e aperfeiçoar competências.
O presente relatório, disponível online no website
Em 2009, o projecto realizou actividades de do Projecto Cabo Verde, sumaria as realizações e
Educação Ambiental e de Ocupação de Tempos também os impactos potenciais do Projecto Cabo
Livres para Crianças, sete Cursos de Formação para Verde em 2009.
Adultos, sessões de Formação para Jovens e ac-
tividades de Animação de Idosos. Estas activida-
des beneficiaram directamente 543 adultos e 280
crianças, sobretudo da vila de Sal Rei. Em paralelo,
uma equipa trabalhou na catalogação de livros na
Biblioteca Municipal de Sal Rei. Foi montado também
um posto de atendimento médico e dispensário de
enfermagem. Foram acompanhados medicamente
720 adultos e 200 crianças; os cuidados de enfer-
magem foram prestados a mais de 100 doentes.

3
Indice

Parte I – Introdução

01. Entidades Promotoras 08 2.5. Animação de Idosos


02. Parcerias, Ajuda Material e Meios Financeiros 10 2.5.1. Problemas a resolver e recursos a valorizar 38
03. Acções Relacionadas 11 2.5.2. Recursos afectados 38
04. Gestão do Ciclo do Projecto 12 2.5.3. Número de pessoas abrangidas 38
2.5.4. Calendário de execução 38
2.6. Ocupação de Tempos Livres de Crianças
Parte II – Valores, Princípios e Objectivos 2.6.1. Problemas a resolver e recursos a valorizar 38
2.6.2. Recursos afectados 38
01. Contexto 16 2.6.3. Número de pessoas abrangidas 38
02. Princípios Orientadores 18 2.6.4. Calendário de execução 38
03. Prioridades e Recursos 19 2.7. Trabalho na Biblioteca Municipal de Sal Rei 43
03. Indicadores e Fontes de Verificação 45

Parte III – Execução Material


PARTE IV – EXECUÇÃO FINANCEIRA
01. Nota Introdutória 22
02. Actividades Realizadas 23 01. Contas 48
2.1 Educação Ambiental 02. Apoios 50
2.1.1. Problemas a resolver e recursos a valorizar 23
2.1.2. Recursos afectados 24
2.1.3. Número de pessoas abrangidas 24
2.1.4. Calendário de execução 24
2.2. Atendimento Médico e Dispensário de Enfermagem
2.2.1. Problemas a resolver e recursos a valorizar 26
2.2.2. Recursos afectados 26
2.2.3. Número de pessoas abrangidas 26
2.2.4. Calendário de execução 28
2.3. Formação de Adultos
2.3.1. Problemas a resolver e recursos a valorizar 29
2.3.2. Recursos afectados 29
2.3.3. Número de pessoas abrangidas 29
2.3.4. Calendário de execução 31
2.4. Formação de Jovens
2.4.1. Problemas a resolver e recursos a valorizar 36
2.4.2. Recursos afectados 36
2.4.3. Número de pessoas abrangidas 36
2.4.4. Calendário de execução 36
parte I
introdução
01.
ENTIDADES
PROMOTORAS

O Projecto Cabo Verde resulta de uma parceria entre três Associações Juvenis
Portuguesas: os Álamos com sede em Lisboa, o Rampa Clube com sede no Porto e
a Arcádia com sede em Ponta Delgada, estabelecida em 2004 para a realização do
voluntariado internacional para a cooperação em Korenica, Croácia.

Desde então e de forma continuada, a parceria en- de ocupação de tempos livres, proporcionar meios
tre estas associações promove acções similares no complementares à formação académica e promo-
estrangeiro. Desde 2008 a parceria inclui também ver actividades de acção social.
a Cooperativa de Telheiras para a Promoção da
Solidariedade e da Cultura. Em paralelo com este A COOPERATIVA DE TELHEIRAS PARA A PROMO-
projecto específico, várias destas associações pro- ÇÃO DA SOLIDARIEDADE E DA CULTURA, pessoa
movem actividades de voluntariado em zonas ru- colectiva e matricula na CRC de Lisboa sob o n.º
rais e suburbanas em Portugal durante os períodos 501 347 011, com sede na Avenida Sidónio Pais, 24,
não lectivos. C/V Esq., Lisboa, é uma Instituição de Utilidade Pú-
blica por despacho de 24-05-1994, Diário da Repú-
O RAMPA, pessoa colectiva n.º 501 636 625, com blica II Série n.º 134 de 11-06-1994. A Cooperativa
sede na Avenida da Boavista, n.º 1605, no Porto, é é do ramo da Cultura e tem isenção do artigo 10.º
uma Associação Juvenil de Utilidade Pública que do CIRC nos termos do n.º7 do artigo 7.º do Esta-
tem como finalidade colaborar com a família na ta- tuto Fiscal Cooperativo (EFC), aprovado pela Lei n.º
refa educativa, nomeadamente no que diz respeito 85/98, de 16 de Dezembro, na redacção dada pela
à formação integral da personalidade, ao desenvol- Lei n.º 53-A/2006, de 29 de Dezembro.
vimento do espírito de solidariedade e de tolerância,
à motivação para o trabalho intelectual e para um
correcto aproveitamento dos tempos livres.

Os ÁLAMOS, pessoa colectiva n.º 503 026 450, com


sede na Alameda das Linhas de Torres, n.º 35, em
Lisboa, é uma Residência Universitária que tem por
objecto receber universitárias em regime de inter-
nato, organizar actividades culturais, proporcionar
meios complementares à formação académica e
promover actividades de acção social.

A ARCÁDIA, pessoa colectiva n.º 512 050 104, com


sede na Rua do Passal, 55, Ponta Delgada, Açores,
é uma associação juvenil de Utilidade Pública e
tem por objectivo organizar actividades culturais e

8 9
02. 03.
Parcerias, Acções
Ajuda material Relacionadas
e meios financeiros
Com o intuito de maximizar o impacto do Projec- Voluntariado Internacional para a Cooperação na Projecto Açores, Ribeira Grande, Ilha de São Mi-
to Cabo Verde e potenciar a intervenção, é sempre Achada de S. Filipe, Cidade da Praia, Ilha de Santia- guel [2008]
estabelecida uma relação muito próxima com a Co- go, Cabo Verde [1993]
munidade Local. Em 2009 estiveram directamente De 19 a 29 de Julho, nas freguesias do Bandejo e
envolvidos no Projecto a CÂMARA MUNICIPAL DE Em 1993, a população do bairro foi a principal be- Santa Luzia, realizou-se um programa de voluntaria-
SAL REI, a DELEGAÇÃO DE SAÚDE, a DELEGAÇÃO neficiária da ajuda. Esta acção teve como principais do social com crianças e jovens, levado a cabo por
ESCOLAR, o CENTRO DA JUVENTUDE, o CLUBE áreas de acção a saúde e a formação da mulher. estudantes dos últimos anos do ensino secundário,
AMBIENTAL DA BOA VISTA e a OMCV – ORGANIZA- universitárias e jovens profissionais, em coordena-
ÇÃO DAS MULHERES DE CABO VERDE. ção com o Instituto de Acção Social, Santa Casa da
Voluntariado Internacional para a Cooperação em Misericórdia da Ribeira Grande, Câmara Municipal da
No plano da ajuda material, o projecto canaliza o seu Korenica, Croácia [2004 e 2005] Ribeira Grande e Juntas de Freguesia do Bandejo e
apoio sobretudo para o sector da saúde e da educa- Santa Luzia. O total de despesas foi de cerca de 8.400
ção. Em 2009 foram transportadas 11 toneladas de Em 2004 e 2005, na região de Lika – uma das mais euros, suportado em 30 % pelos voluntários e par-
material que se destinou maioritariamente à Delega- afectadas pelo conflito militar nos Balcãs – foi realiza- ticulares e o restante pelo Instituto de Acção Social.
ção Escolar e à Delegação de Saúde da Boa Vista. do um voluntariado internacional para a cooperação
que privilegiou o apoio a refugiados. No conjunto dos
Simultaneamente, são mobilizados esforços que ga- dois anos foi afectado um total de 39.579,72 euros. Voluntariado Internacional para a Cooperação na
rantam os meios financeiros necessários à execu- Vila de Sal Rei, Ilha da Boa Vista e no concelho do
ção do projecto. A participação dos voluntários no Paul, Ilha de Santo Antão, Cabo Verde [2008]
financiamento é substancial, cerca de 40% do orça- Voluntariado Internacional para a Cooperação no
mento geral, sendo a restante fatia assegurada por bairro da Calabaceira, Cidade da Praia, Ilha de San- Em 2008, o Projecto Cabo Verde chegou a duas
instituições, empresas e pessoas a título individual. tiago, Cabo Verde [2006 e 2007] novas Ilhas: Boa Vista e Santo Antão. Os principais
beneficiários desta iniciativa foram as populações da
Em 2006 e 2007, os principais beneficiários desta Vila de Sal Rei e do concelho do Paul. O total de des-
iniciativa foram as populações do bairro da Cala- pesas foi de 60.936,32 euros, suportado em cerca de
baceira e de outros bairros limítrofes da cidade da 30% pelos voluntários e o restante por donativos de
Praia. No conjunto dos dois anos foi afectado um to- diversas instituições e pessoas em nome individual.
tal de 86.691,51 euros. Foram transportadas 6 tone-
ladas de material que se destinou maioritariamente à
Delegação Escolar e à Delegação de Saúde da Praia.

10 11
04.
Gestão
do ciclo
do projecto
A programação do projecto é efectuada anualmen- • Administração Financeira, responsável por asse-
te segundo um ciclo que abrange as fases de pre- gurar o cumprimento do orçamento e informar so-
paração, implementação e avaliação. Este relatório bre a situação financeira;
compreende o período entre Outubro de 2008 e PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO ORGANIZADORA:
Setembro de 2009. A abordagem a cada uma das fa- • Logística e transporte, responsável por todas as
ses é centrada nos valores e princípios definidos e na tarefas de coordenação da recolha de material em
prossecução dos objectivos específicos e globais do Portugal e consequente envio para Cabo Verde; • definir a estratégia operacional do projecto, designadamente programar as tarefas e
projecto, particularmente os propostos para a fase definir, para cada fase, objectivos, resultados, indicadores e potenciais riscos;
de implementação. • Divulgação, responsável pela manutenção do we-
bsite e por assegurar uma boa visibilidade do projec- • delegar competências a fim de aumentar a rapidez de reacção perante situações que
O desenvolvimento operacional do projecto é lide- to nos diferentes domínios, em particular nos meios coloquem em risco a programação definida;
rado por uma Comissão Organizadora, nomeada de comunicação social.
pelas Entidades Promotoras, que se apoia nas se- • monitorizar todo o ciclo do projecto de acordo com as orientações definidas na
guintes equipas de trabalho: estratégia operacional;
De realçar ainda o progresso no desenvolvimento
• Actividades, responsável pela planificação dos di- de mecanismos verificáveis de acompanhamento e • mobilizar esforços que garantam a execução financeira do projecto;
ferentes sectores de actividade e dos recursos ne- seguimento do projecto e na incorporação dos re-
cessários; sultados de avaliações em intervenções futuras. • assegurar a adequação do número, da formação e das competências das voluntárias
nas áreas identificadas como prioritárias para o projecto;

• envidar esforços no sentido de difundir os valores, os princípios e as realizações que


estão na base deste voluntariado, designadamente organizar acções de formação e toda
uma série de actividades destinadas às voluntárias;

• assegurar um nível adequado de comunicação com a Comunidade Local.

12 13
parte II
VALORES,
PRINCÍPIOS
E OBJECTIVOS
01.
contexto

Este projecto retomou o trabalho iniciado em 2008, incorporando as recomendações dinamismo atraiu para a Ilha fluxos migratórios de acções de formação profissional, pessoal e cul-
de melhoria decorrentes da sua avaliação e enquadrando os pedidos formulados pelos oriundos sobretudo de outros pontos de África, tural que se traduzam em valor acrescentado no
como o Senegal e a Guiné, mas também de outras mercado de trabalho.
parceiros. A zona de intervenção foi, uma vez mais, a vila de Sal Rei, na Ilha da Boa Vista.
Ilhas do Arquipélago.
No plano da Saúde, o acesso da população nativa
A Vila de Sal Rei tem sofrido desde 2001 grandes em geral, e da população imigrante em particular, a
As carências são generalizadas a todas as Ilhas do a Comissão Organizadora optou por concentrar a alterações devido a esses fluxos. A consequência cuidados de saúde primários, especializados e a me-
Arquipélago. O principal factor que motivou a es- ajuda apenas na ilha da Boa Vista, deixando por ago- eventualmente mais grave foi o aparecimento e dicamentos é limitado. Apesar da recente abertura
colha deste local relacionou-se com contactos pre- ra o trabalho noutras ilhas. crescimento desordenado e sem as infra-estruturas das novas instalações do Centro de Saúde, o atendi-
viamente estabelecidos com a Comunidade Local; mais básicas, do designado Bairro das Barracas, ocu- mento médico ainda é reduzido, tanto pela escassez
nesta escolha teve também relevância o facto de ser A Ilha da Boa Vista tem vindo a transformar-se face pando o espaço onde anteriormente estiveram as de médicos e enfermeiros como pela inexistência
das poucas ilhas que não beneficiava de nenhum ao desenvolvimento da indústria turística. Os gran- salinas que deram o nome à Vila de Sal Rei. Apenas dos meios de diagnóstico básicos e de serviços de
Projecto de Cooperação. Depois de em 2008 se ter des investimentos, tanto em unidades hoteleiras num ano a população do Bairro das Barracas dupli- farmácia.
deslocado um grupo de voluntárias para a ilha de como em infra-estruturas de suporte, realizados cou, passando de cerca de 2000 para 4000 pessoas
Santo Antão, em 2009, face aos recursos existentes ou projectados em anos recentes, deram um gran- que vivem em condições de vida e salubridade ex-
e ao amplo campo de trabalho aberto na Boa Vista, de dinamismo ao sector da construção civil. Esse tremamente precárias.

Os problemas ligados com a acumulação de lixo,


águas estagnadas e dejectos tornam este local num
potencial foco infeccioso grave para toda a popula-
Santo Antão ção de Sal Rei, comprometendo a sustentabilidade
Santa Luzia do desenvolvimento da Ilha e do Arquipélago tra-
São Vicente Sal zendo apreensivas as autoridades, sem que, contu-
do, tenham encontrado soluções adequadas para
lhes fazer face.
São Nicolau

Boa Vista
No plano económico-financeiro, o actual cenário
Ilhas do Barlavento internacional de crise financeira e económica veio
interromper um ciclo de crescimento, provocando
um aumento do desemprego na Boa Vista, reforça-
do pelo fenómeno das migrações o qual contribuiu
Ilhas do sotavento para acentuar as dificuldades de acesso ao merca-
do de trabalho. Aquela que em 2008 apresentava
Maio uma das menores taxas de desemprego do país viu
Fogo
a sua economia fortemente afectada pela crise.
Praia
Brava São Tiago Em termos globais, tanto a mão-de-obra imigrante,

Cabo Verde como a nativa é não qualificada. Torna-se assim ne-


cessário dotar os recursos humanos de maiores co-
nhecimentos e competências através da promoção

16 17
02. 03.
Princípios Prioridades
orientadores e Recursos

O Projecto Cabo Verde tem como características aproveitamento do tempo e para a sensibilização A intervenção no terreno efectiva-se em 15 dias do O projecto tem em vista a redução da pobreza e o
fundamentais: para questões ambientais. Através da participação e mês de Agosto. No entanto, os objectivos globais desenvolvimento sustentável. Nesse sentido a es-
capacitação locais, espera-se conseguir formar uma e específicos do projecto vão muito além de uma tratégia de intervenção visa uma atenção especial às
• ser um voluntariado internacional para a coo- geração mais empreendedora e com mais iniciativa ajuda anual desligada. áreas da educação e formação, dirigidas em particu-
peração desenvolvido por estudantes universitá- capaz de ser motor e de influir positivamente no de- lar - mas não exclusivamente - à criança e à mulher,
rios e jovens profissionais; senvolvimento sustentável do país, nas suas verten- O projecto compromete-se com as pessoas. e também à área da saúde e do ambiente.
tes social, económica e ambiental. Efectivamente, elas são simultaneamente a princi-
• abranger três pilares fundamentais do desen- pal prioridade e o mais importante recurso. Desde O projecto aposta no desenvolvimento das capa-
volvimento social, designadamente a educação 2006, 7355 pessoas beneficiaram directamente cidades locais através de um esforço coordenado
e formação, a saúde e o ambiente; das actividades desenvolvidas. Por outro lado, e de com as Instituições e Comunidade Local que visa o
modo inseparável, a formação dos voluntários é um gradual reforço da liderança e da apropriação dos
• estar centrado na capacitação local dos par- desafio que se consubstancia em iniciativas com parceiros na coordenação e no delinear do progra-
ceiros; vista à difusão dos valores, dos princípios e das rea- ma de actividades.
lizações que estão na base desta ajuda. O projecto
No âmbito da sua actuação, procura responder valoriza o contributo individual de cada um, além de Finalmente, o projecto beneficia de uma revisão
às principais necessidades das populações e dar proporcionar uma oportunidade de treinar e aper- crítica anual. As Entidades Promotoras reúnem uma
prioridade ao desenvolvimento de uma estraté- feiçoar competências, designadamente de respon- forte e consolidada experiência, a qual é enrique-
gia de acção duradoura, através da cooperação sabilidade, liderança, iniciativa, trabalho em grupo e cida a cada ciclo do projecto pelas perspectivas
eficaz com as Instituições e a Comunidade Local. relacionamento interpessoal. futuras que decorreram da fase de avaliação, nome-
adamente os esforços de melhoramento e as reco-
mendações a prosseguir, tanto ao nível operacional,
Como instrumento a curto prazo, tem os seguintes como estratégico.
objectivos globais:

• sensibilizar para a importância e necessidade


de ocupar de modo útil o tempo livre da popu-
lação jovem em idade escolar;

• garantir uma maior preparação dos recursos


humanos;

• sensibilizar para a responsabilidade individual


em matéria da qualidade ambiental;

• prestar serviços complementares de atendi-


mento médico e de enfermagem.

Como acção duradoura, espera contribuir para a


formação integral da personalidade dos benefi-
ciários, para a criação de hábitos de trabalho e de

18 19
parte III
execução
material
01. 02.
nota actividades
introdutória realizadas
2.1
educação ambiental
O trabalho desenvolvido prosseguiu a assistência dada pelo Projecto Cabo Verde 2008 e concretizou as O relatório completo da actividade de Educação Ambiental está disponível online no site do projecto e
orientações que decorreram da sua avaliação. Os objectivos específicos e as realizações de cada uma das no site da APA – Agência Portuguesa do Ambiente.
actividades desenvolvidas são apresentados nas secções seguintes. No final desta parte são apresenta-
dos indicadores e resultados globais do projecto, o seu impacto potencial e perspectivas futuras.

2.1.1. com particular incidência para a problemática


Problemas a resolver e recursos a valorizar com a deposição de resíduos sólidos nas ruas;

A conjugação e parceria com a Vereação de Ambiente • na melhoria concreta do ambiente marinho e


da Câmara Municipal da Boa Vista (CMB), antes e du- costeiro, se necessário abandonando hábitos an-
rante o desenvolvimento da actividade de Educação cestrais como os de deitar águas residuais e lixo
Ambiental, foram determinantes. As reuniões do gru- doméstico ao mar;
po organizador com o Vereador Dr. Joaquim Andrade
e com a Directora de Ambiente/Coordenadora da • na preservação dos recursos naturais e a conser-
Equipa Técnica do Plano Ambiental Municipal Dra. vação da diversidade biológica, nomeadamente
Dorys Rendall permitiram definir objectivos-chave de espécies em vias de extinção que escolhem
em linha com a actuação das autoridades munici- a Boa Vista como habitat durante parte do seu
pais. Esta actividade contou também com o parecer ciclo de vida, mais concretamente as tartarugas
e apoio de ONG locais, nomeadamente o Clube marinhas1.
Ambiental da Boa Vista (CAB) e a Turtle Foundation.
Através de actividades lúdicas e simultaneamente
Os principais problemas ambientais em Sal Rei es- pedagógicas, explorando a relação da vila com o
tão relacionados com a deposição de resíduos só- mar, procurou-se passar as seguintes mensagens de
lidos nas ruas, a eliminação de águas residuais e a valorização:
deposição de lixo no mar, e ainda a preservação dos
recursos naturais e a conservação da diversidade • o mar e as ruas limpas são bons para a saúde e
biológica, designadamente as tartarugas marinhas. para o ambiente;

O intuito fundamental das actividades de Educação • o lixo deve ser colocado nos contentores, se
Ambiental, estabelecidos em continuidade com o possível dentro de sacos;
trabalho realizado em 2008, foi sensibilizar a popu-
lação Vila de Sal Rei para a sua responsabilidade: • as tartarugas são um património natural valioso
para Cabo Verde e para a Boa Vista; não é bom,
• no esforço geral por um ambiente com qualida- nem para o País, nem para a Ilha, caçar ou comer,
de e, consequentemente, pela melhoria da saúde, tanto carne de tartaruga, quanto os seus ovos

1
No arquipélago de Cabo Verde encontram-se cinco das sete espécies de tartarugas marinhas identificadas a nível mundial, nomeadamente Caretta
caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata, Dermochelys coriacea, Chelonia mydas). Todas estas espécies constam do Anexo I da
Convenção CITES - Convenção Internacional sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens de Flora e Fauna Ameaçadas de Extinção - e
integram a lista vermelha da IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza – de espécies ameçadas de extinção (ou mesmo criticamente
ameaçadas, como é o caso da Eretmochelys imbricata e da Dermochelys coriacea) cf. www.iucnredlist.org.

23
Hora Data Actividade Lema do dia

1 03.08 Reunião do “núcleo duro” da actividade de ambiente com o Vereador do Estamos aqui
2ª feira Ambiente da Câmara Municipal da Boa Vista, Dr. Joaquim Andrade, e a para trabalhar e a
Directora de Ambiente / Coordenadora da Equipa Técnica do Plano Ambiental Boa Vista vamos
Municipal, Dra. Dorys Rendall. Foi feita uma avaliação da acção do Projecto limpar Força, força,
Cabo Verde em 2008 e foram discutidas as propostas de actividades para tartarugas!
2009 de acordo com prioridades e necessidades de Sal Rei. Identificaram-se
como os dois temas fortes a desenvolver o tratamento de resíduos sólidos e
a biodiversidade marinha.
Marcha ambiental de divulgação com as crianças pela Vila, seguida de apanha
selectiva de lixo na Praia Estoril com equipamento adequado (contabilização
separada de plásticos, papéis, latas) e de um concurso de esculturas na areia
(tema: vassouras), premiando-se as maiores quantidades recolhidas e a ima-
ginação demonstrada.

2 04.08 “Mostra e conta” na Praia Estoril: recolha de fauna e flora marinha em “aquá- Maior biodiversidade,
3ª feira rios” improvisados com garrafas de água, premiando os grupos que apanha- mais felicidade
Pelo facto de o projecto se realizar pelo segundo aproximadamente entre os 4 e os 16 anos. Em média, ram maior variedade e que apresentaram contos sobre o mar com maior
ano consecutivo, no mesmo local e com as mes- por dia, frequentavam as actividades de Educação criatividade.
mas características, é expectável que o impacto Ambiental 100 crianças e jovens.
3 05.08 Inquérito porta-a-porta aos habitantes de Sal Rei sobre resíduos e biodiver- Para proteger é
destas mensagens junto dos seus beneficiários
4ª feira sidade, enquadrado no tema mais genérico da relação entre a população, o preciso conhecer
seja favorecido. Indirectamente toda a Vila de Sal Rei foi alcançada mar e a praia.
pelas acções levadas a cabo.
4 06.08 Realização de diversos jogos alusivos ao ambiente na praça central de Sal Rei, Mesmo a jogar do
5ª feira muitos deles adaptando ao ambiente jogos tradicionais: jogo das gotas de ambiente queremos
2.1.2. água, barra do lenço, sonar, camaleão e bowling. cuidar
Recursos afectados 2.1.4.
Calendário de execução 5 07.08 “Peddy-Paper” no bairro, com percursos e perguntas alusivas ao ambiente Juntos a trabalhar,
Foi constituída uma equipa coordenadora com 3 6ª feira e à cidadania, com pedido de sugestões de melhoria para apresentar ao o ambiente vamos
Presidente da Câmara. ajudar
elementos e chefiada pela engenheira do ambiente Diariamente, no período entre as 17h e as 19h, foram
Margarida Marcelino. Diariamente foram destacadas organizadas diversas acções de educação ambiental
6 08.08 Mega evento ambiental: Limpeza do ilhéu com as crianças e jovens, chaman- Praia limpa tem mais
como monitoras 12 a 15 voluntárias. com as crianças e jovens, as quais estão sumariadas Sábado do a atenção para o facto de que o lixo deitado no mar acaba em terra, em pinta
no quadro seguinte. simultâneo com a limpeza da Praia Diante pela população local e turistas,
e com a pintura de parte do muro do campo de basquete (tema alusivo à
protecção das tartarugas marinhas). Estas actividades contaram com a co-
2.1.3. laboração directa da Turtle Foundation, do Clube Ambiental da Boa Vista e
Número de pessoas abrangidas da Câmara Municipal da Boa Vista, apoiados por diversos parceiros destas
organizações. Seguiu-se um almoço oferecido a todos pela CMB e Turtle
Foundation. Foi feita uma entrevista aos organizadores – em concreto do
As actividades programadas foram dirigidas a todas Projecto Cabo Verde e da Turtle Foundation -, que passou na Televisão de
as crianças e jovens, previamente inscritos (no total Cabo Verde.
aproximadamente 200), de idades compreendidas
7 10.08 Gincana na praia com diversos jogos usufruindo de um espaço limpo Limpeza é beleza
2ª feira entre-marés.

8 11.08 Início da pintura de murais: metade do muro da Praia Diante; parte do muro Se és amigo da
3ª feira do campo de basquetebol, retoque do muro de 2008 e metade da fachada Boa Vista não há
da OMCV. Recuperação e pintura de bidões de combustível oferecidos. Esta sujidade que resista
actividade permitirá manter vivas as mensagens que se procuraram transmitir
durante estes dias, nomeadamente as relativas à necessidade de dar um des-
tino adequado aos resíduos sólidos e de preservar a biodiversidade marinha,
em concreto as tartarugas marinhas.

9 12.08 Continuação da pintura de murais e bidões. Se do lixo tratar a


4ª feira saúde vai melhorar

10 13.08 Festival de encerramento das actividades do Projecto Cabo Verde 2009. Limpar? Prefiro não
5ª feira Apresentação de um número musical que recolheu as diversas canções e sujar!
slogans usados pelos cinco grupos de crianças (com os nomes das cinco
espécies de tartarugas marinhas em Cabo Verde).

11 14.08 Finalização da pintura de murais e dos bidões do lixo, com a sua colocação Ambiente é para toda
6ª feira nas praias Diante e Estoril, tendo alguns sido deslocados para o Festival Praia a gente
d’Cruz, a decorrer nesse fim-de-semana.

24 25
2.2
ATENDIMENTO MÉDICO
E DISPENSÁRIO
DE ENFERMAGEM

2.2.1 • Acompanhar medicamente casos de perturba-


Problemas a resolver e recursos a valorizar ções psicossociais;

O atendimento médico de Sal Rei é efectuado num • Oferecer à população informação prática e
único Centro de Saúde, no centro da vila, com re- realista sobre puericultura, sinais precoces de
duzida disponibilidade de meios complementares doença nas crianças, nutrição, cuidados básicos
de diagnóstico (por exemplo, exames radiológicos) de higiene e gestão dos escassos recursos
e terapêuticos, insuficientes para atender às neces- sanitários e hídricos.
sidades locais. Paralelamente, constatámos que
uma parte da população de Sal Rei, constituída so-
bretudo por imigrantes guineenses e senegaleses, 2.2.2
apresenta sérias dificuldades de acesso aos cuida- Recursos afectados
dos médicos básicos.
O posto de atendimento médico funcionou em
A escassez de água potável na ilha é notória. Na duas salas da escola secundária da Vila de Sal Rei,
população imigrante, as condições sociais e econó- assistido por 3 médicas de diferentes especialidades
micas precárias, a ausência de saneamento básico (medicina geral e familiar, psiquiatria e otorrinolarin-
e de cuidados de higiene mínimos, justificam a epi- gologia) e 1 enfermeira; 6 alunas de Medicina e 1 de
demiologia local. enfermagem colaboraram na triagem, elaboração
da história clínica e realização do exame objectivo.
Pretendeu-se:

• Oferecer à população adulta e pediátrica o 2.2.3


atendimento médico e de enfermagem básico, Número de pessoas abrangidas
incluindo ensino aos doentes e famílias, dispo-
nibilização de alguns recursos terapêuticos e en- Foram realizadas cerca de 700 consultas a adultos e
caminhamento de algumas situações para a rede 200 consultas a crianças, maioritariamente de natu-
de saúde local; ralidade não cabo-verdiana; os cuidados de enfer-
magem foram efectuados a mais de 100 doentes. O
• Fazer o rastreio de patologias que necessitam acompanhamento psiquiátrico foi realizado a cerca
de acompanhamento posterior, nomeadamente de 20 doentes.
hipertensão arterial e diabetes;

• Sensibilizar os doentes crónicos para o não


abandono das prescrições e recomendações in-
dicadas pelo médico assistente;

26 27
2.3
FORMAÇÃO DE ADULTOS

2.2.4 da Vila e foi disponibilizado um dia de atendimento 2.3.1


Calendário de execução médico e de enfermagem noutro local da ilha, com Problemas a resolver e recursos a valorizar
dificuldade de acesso ao Centro de Saúde.
O posto de atendimento médico esteve aberto du- Tal como descrito anteriormente (cf. Parte II, n. 1 do
rante todos os dias em que decorreu o Projecto, da A equipa de enfermagem efectuou tratamento de presente documento), a mão-de-obra na ilha da Boa
parte da manhã e à tarde. lesões cutâneas, em particular, limpeza e desbrida- Vista é, em termos globais, não qualificada, reflec-
mento de feridas infectadas e drenagem de abcessos. tindo falhas a nível de oferta de formação pessoal,
Em cada doente adulto procedeu-se ao rastreio da cultural e profissional, e condicionando a oferta e
diabetes e da hipertensão arterial. Os casos de distúrbios depressivos e ansiosos foram procura de emprego no mercado de trabalho exis-
atendidos pela médica psiquiatra. tente. Adicionalmente, a inversão do ciclo de cresci-
Para além de elevada incidência destas duas pato- mento que se vinha a verificar desde há alguns anos,
logias, encontrou-se elevado número de casos de Fora do contexto das consultas foram realizadas tem vindo a gerar desemprego.
gastroenterite aguda, parasitoses intestinais, infec- sessões de ensino às populações sobre puericultu-
ções cutâneas (micoses e furunculoses), ginecológi- ra, sinais precoces de doença nas crianças, nutrição, A Formação de Adultos dada no âmbito do Projecto
cas e do tracto urinário; em menor número, gastrite cuidados básicos de higiene e gestão dos escassos Cabo Verde teve em vista fornecer aos activos e de-
crónica, doença péptica e do refluxo gastro-esofá- recursos sanitários e hídricos. A aposta foi, sem dú- sempregados da ilha competências adicionais que
gico, obstipação e doença hemorroidária e alcoolis- vida, a prevenção das doenças e a capacitação das sejam mais-valias no mercado de trabalho. A todos
mo crónico. As cefaleias e as mialgias eram queixas populações para serem os primeiros agentes na os participantes dos diferentes cursos foi atribuído
quase constantes e a má nutrição estava presente na promoção da saúde. Num lugar onde os recursos um certificado de frequência.
grande maioria dos doentes. são poucos e dada a limitação dos recursos que o
Projecto conseguiu face às necessidades, o trabalho
Na população de grávidas as infecções genito- mais do que diagnosticar e curar, consistiu numa 2.3.2
urinárias e as mialgias foram as patologias mais presença médica real junto de populações que de Recursos afectados
frequentes, sendo preocupantes os défices nutri- outra forma não existiria e em trabalhar com elas a
cionais encontrados em todas elas, decorrentes da realidade que vivem, de pobreza e malnutrição em A formação de adultos esteve a cargo de 23 voluntá-
má-nutrição. que vivem, envolvendo-as no processo de preven- rias. Cada equipa foi coordenada por uma profissio-
ção de doenças e promoção da saúde. nal com experiência na área.
Na população infantil procedeu-se à avaliação su-
mária do desenvolvimento estaturo-ponderal e à in-
formação sobre nutrição e outros cuidados básicos 2.3.3
de saúde. Foram principais motivos de consulta as Número de pessoas abrangidas
infecções respiratórias, as perturbações gastrointesti-
nais e as infecções cutâneas anteriormente descritas. As actividades de Formação de Adultos tiveram 493
participantes, distribuídos da forma abaixo sumariada.
Grande parte dos tratamentos instituídos dependeu
dos medicamentos enviados pelo Projecto, dada a
dificuldade de obtenção dos mesmos na ilha.

Algumas estudantes de Medicina e Enfermagem ti-


veram a oportunidade de visitar o Centro de Saúde

28 29
2.3.4
Calendário de execução

Formação Público-alvo Total de participantes Formação Horário Total de horas de formação

Curso de Cozinha no Bairro das Barracas População activa e no desemprego 100 Curso de Cozinha no Bairro das Barracas 17h-19h 16

Curso de Cozinha na Vila de Sal Rei População activa empregada 25 Conteúdos Programáticos:

Curso de Inglês (3 níveis) População activa empregada 77 “Uma refeição completa”, 4 de Agosto (2h)
“Uma refeição divertida”, 5 de Agosto (2h)
Curso de Auto-Negócios População activa desempregada 90 “Sobremesas – salame e brigadeiro”, 6 de Agosto (2h)
Açorda, rabanadas, sopa de alface, 7 de Agosto (2h)
Curso de Português para professores Professores do 1º e 2º Ciclo do Ensino Básico 13 Salada Russa de Atum e Arroz doce, 8 de Agosto (2h)
Peixe à Gomes de Sá e mousse de banana, 10 de Agosto (2h)
Bolo de bolacha, 11 de Agosto (2h)
Curso de Gestão Escolar Gestores e futuros gestores de escolas 8
Pastéis de atum e refeição Guineense, 12 de Agosto (2h)

Sessões de Formação Adicional nas População activa e desempregada 180


áreas da Comunicação e da Saúde

Formação Horário Total de horas de formação

Curso de Cozinha na Vila de Sal Rei 17h-19h 14

Conteúdos Programáticos:

“Uma refeição completa”, 4 de Agosto (2h)


“Festa de crianças” , 5 de Agosto (2h)
“Almoço à Portuguesa” ,6 de Agosto (2h)
“Refeição fresca”, 7 de Agosto (2h)
“Receitas de Bacalhau”, 10 de Agosto (2h)
“Dia de Festa 1: entradas, sopa e prato principal”, 11 de Agosto (2h)
“Dia de Festa 2: sobremesas”, 11 de Agosto (2h)

30 31
Formação Horário Total de horas de formação Formação Horário Total de horas de formação

Curso de Inglês (3 níveis) 17h-19h 12 Curso de Português para professores 10h30m – 12h 10,5

Objectivos e Conteúdos Programáticos: Objectivos e Conteúdos Programáticos:

Nível 1: Sendo o nível mais básico, o objectivo era tentar transmitir o máximo possível no tempo disponível que lhes Os professores da Ilha da Boa Vista, representados pela Delegação Escolar, fizeram-nos chegar a informação de que
permitisse entender o inglês elementar. Foram transmitidos aos alunos os seguintes conhecimentos: o alfabeto, números necessitavam de formação na área da Língua Portuguesa para elevarem o sucesso escolar, uma vez que frequentemente
(entre 0 e 9999), as horas, os dias de semana, os meses, as datas por extenso, pronomes pessoais, o verbo “to be” e os alunos apresentam graves na linguagem escrita que comprometem as aprendizagens escolares.
expressões de cortesia úteis para o seu dia-a-dia. De forma a facilitar a assimilação dos conteúdos dados, foram pedidos
trabalhos de casa e ensinada música referentes à matéria de cada aula. Foi dado um conjunto de formações no âmbito das Ciências da Linguagem, com o objectivo de promover a relação entre
a linguagem oral e escrita bem como consequentes dificuldades nas aprendizagens escolares:
Nível 2: Este nível tinha como principal objectivo desenvolver os poucos conhecimentos orais que alguns participantes 1. Falar bem português para melhor ler e escrever
já tinham da língua inglesa, bem como inicia-los ao inglês escrito. Foram conteúdos das aulas o infinitivo e conjugação 2. Línguas Caboverdiana e Portuguesas: que semelhanças e diferenças?
básica dos verbos mais úteis no dia-a-dia; conjugação dos verbos ser, estar, fazer e ter; artigos; pronomes; formulação 3. Consciência Linguística: um factor de sucesso escolar
de perguntas e respostas recorrentes na oralidade quotidiana; vocabulário como meses, dias de semana, números, 4. Estratégias na sala de aula no processo de ensino/aprendizagem da leitura e da escrita
profissões, expressões de cortesia, cores, países e nacionalidades, locais e animais. 5. Ensinar português como língua segunda

Nível 3: Neste nível verificou-se que os alunos tinham algum conhecimento de vocabulário, tendo contudo uma lacuna em Ao longo das formações inicialmente propostas, as professoras manifestaram vontade de obterem mais conhecimento
termos gramaticais e orais. Assim, os principais objectivos foram melhorar o nível do inglês oral, aperfeiçoar as construções sobre as patologias da linguagem mais frequentes em idade escolar bem como cuidados vocais enquanto profissionais de
frásicas e aprofundar na gramática da língua inglesa. Nas aulas fomentou-se a participação dos alunos, de forma a voz. Desta forma, foram programadas e realizadas as seguintes formações:
corresponder a necessidades e a desenvolver oralidade. Deu-se uma grande importância aos tempos verbais (present, past 6. Dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita – estudo de caso
simple, past continuous, future simple, future continuous), e conseguiu-se que os alunos tivessem no final do curso um 7. A voz nos professores – sensibilidade e higiene vocal
domínio dos verbos regulares e irregulares e dos pronomes e determinantes. Os alunos puderam ainda aprender a formular
as perguntas e respostas mais frequentemente usadas no dia-a-dia. No final, cada participante recebeu um certificado de presença com o reconhecimento de uma instituição de Ensino Superior.

A presença das professoras inscritas foi sempre constante, apesar de todas as dificuldades que enfrentam face à falta de
transportes públicos. Este ponto aliado à pontualidade, interesse, motivação e participação foram constantes, pelo que
se considera que as formações tenham sido realizadas com sucesso. Ficaram agendadas temas de formações para o
próximo ano, o que também evidencia o grau de satisfação das professoras envolvidas.
Formação Horário Total de horas de formação

Curso de Auto-Negócios 17h-19h 14

Objectivos e Conteúdos Programáticos:

O curso de auto-negócios teve como objectivo habilitar os participantes a constituir o seu próprio micro-negócio, que
permita gerar rendimentos necessários à subsistência, em caso de necessidade. Os conhecimentos adquiridos podem
também ser úteis na procura de emprego por conta doutrem, na área dos serviços, em expansão na ilha da Boa Vista.

Foram leccionados os tópicos de estratégia, operações, marketing e financiamento. A abordagem ao curso foi
essencialmente prática, muito dirigida à realidade local e aos problemas concretos com que se deparam os participantes
do curso.

Algumas das sessões do curso contaram com a presença de autoridades locais – a vereadora da Câmara Municipal
D. Dália Benholiel, o Gerente dos balcões Caixa Económica de Cabo Verde e a Directora da Sociedade para o
Desenvolvimento das ilhas da Boa Vista e Maio, Dra. Sílvia Ramos – que se mostraram muito entusiasmados com o
potencial deste tipo de acções de formação.

Os 90 formandos (maioritariamente imigrantes, desempregados ou a trabalhar na construção civil) mostraram-se sempre


muito interessados, participativos e aplicados, mesmo com todas as dificuldades que lhes suponha frequentar o curso.
No final elaboraram um pequeno plano de negócios, resultado do trabalho que foram desenvolvendo ao longo do
curso, concretizando uma ideia de negócio. Graças às floristas e aos restaurantes, aos vendedores de água, de arroz e às
mercearias, ou até ideias ainda mais simples, foram transmitidas as noções básicas de poupança, inovação, persistência,
concorrência e investimento.

32 33
Formação Horário Total de horas de formação

Curso de Gestão Escolar 10h30m –


­ 12h 7,5

Objectivos e Conteúdos Programáticos:

Existindo falta de oferta formativa nesta área, foi considerada de grande interesse esta formação, indo ao encontro dos
pontos fracos detectados pela Inspecção-Geral de Educação de Cabo Verde, durante as acções inspectivas realizadas no
decurso do ano lectivo de 2008/2009 às escolas da ilha da Boa Vista.

Os objectivos do curso centraram-se em:


1. Dar a conhecer o conceito de gestão participativa
2. Apresentar ferramentas e instrumentos de gestão escolar
3. Caracterizar o papel do gestor escolar

Nas 5 sessões a metodologia utilizada foi a do estudo de caso, especialmente daqueles apresentados pelas presentes.

Formação Horário Total de horas de formação

Sessões de Formação Adicional nas áreas da 17h-19h 4


Comunicação e da Saúde

Objectivos e Conteúdos Programáticos:

Puericultura: amamentação/alimentação, higiene, prevenção de acidentes, vacinação, cuidados a ter com cólicas e febre,
6 de Agosto (1h), Bairro das Barracas.

Etiqueta e Protocolo: como pôr a mesa, postura do corpo e relações sociais, 8 de Agosto (2h), Vila de Sal Rei.

Saúde Pública: noções de higiene da casa (cuidados com a cozinha, as refeições e o tratamento do lixo) e higiene pessoal
(o bebé, a criança e o adulto), 11 de Agosto (1h), Bairro das Barracas.

34
2.4
FORMAÇÃO DE jovens

2.4.1 2.4.3
Dia Actividade realizada Total de horas
Problemas a resolver e recursos a valorizar Número de pessoas abrangidas de formação

O crescimento demográfico significativo que se Beneficiaram desta actividade cerca de 20 jovens 04/08 Culinária: doce de fruta a iogurte e espetadas de frutas 2h
vem observando desde há alguns anos na Boa estudantes, entre os 14 e os 20 anos de idade.
Vista, contribuiu para o aumento da população 05/08 Culinária: salame de chocolate 2h
em idade escolar. De igual forma, também na po- Música: Coro
pulação mais jovem se verifica a necessidade de 2.4.4
06/08 Etiqueta e Protocolo: como pôr uma mesa, conversação e postura do corpo 2h
responder às lacunas a nível de formação pessoal, Calendário de execução
cultural e profissional. 07/08 Dança: aquecimento, noção de espaço e de movimento, cha cha cha, yoga e exercí- 2h
Diariamente, no período entre as 17h e as 19h, foram cios de criatividade
A Formação de Jovens dada no âmbito do Projecto organizadas diversas acções de formação de jovens,
Cabo Verde, visa atenuar as lacunas verificadas e au- as quais estão sumariadas no quadro seguinte. 08/08 Bijuteria: pulseiras e fios de missanga, pulseiras e anéis de arame colorido, fios de teci- 2h
mentar a possibilidade destas jovens virem a ter um do e pulseiras entrelaçadas
papel activo qualificado na sociedade, contribuindo
11/08 Educação dos Afectos: a descoberta de mim mesma como algo único e irrepetível, 2h
também para a sua futura integração no mercado
criado para amar e ser amado, cuja felicidade só está no dom
de trabalho. Para além disso, a formação de jovens
do sexo feminino tem também como objectivo 12/08 Culinária: brigadeiros 2h
reforçar o papel da mulher na comunidade local, Música: ensaio para a festa
procurando dar-lhe as ferramentas necessárias num
período prévio ao da idade adulta propriamente dita.
Deste modo, o programa da formação procurou
abranger áreas relacionadas como a Antropologia,
Ética e Nutrição.

2.4.2
Recursos afectados

10 voluntárias, distribuídas duas a duas pelas diferen-


tes actividades.

36 37
2.5 2.6
ANIMAÇÃO DE IDOSOS OCUPAÇÃO DE TEMPOS Hora Grupo 3 Ago
10 Ago
4 Ago
11 Ago
5 Ago
12 Ago
6 Ago
13 Ago
7 Ago 8 Ago

LIVRES DE CRIANÇAS A Teatro Artes Teatro Artes Teatro Artes

B Artes Teatro Artes Empreededorismo Artes Acrobática


10-11h Teatro Dança
2.5.1 2.6.1
Problemas a resolver e recursos a valorizar Problemas a resolver e recursos a valorizar
C Teatro Volta ao Teatro Volta ao mundo Acrobática Volta ao
mundo Dança mundo
O respeito pela população sénior na sociedade de Em Sal Rei, a população jovem em idade escolar
Cabo Verde marca as relações sociais e familiares. não dispõe, em tempo de férias, de qualquer ocu- A Volta ao Teatro Volta ao Empreededorismo Volta ao Teatro
A inauguração recente do Centro de Dia é reflexo pação. A ocupação de tempos livres das crianças mundo mundo Teatro mundo
da preocupação existente, a nível familiar e institu- teve como objectivo sensibilizar para a importância
cional, pelo cuidado com esta faixa da população. e necessidade de preencher, de modo útil, o tem- 11h-12h B Teatro Volta ao Teatro Volta ao mundo Volta ao
mundo mundo
Esta actividade procurou proporcionar um momen- po de férias, através de actividades que fomentem a
to diferente aos utentes do Centro de Dia da Vila de criatividade, o espírito de grupo, hábitos de trabalho
C Artes Teatro Artes Empreededorismo Artes Acrobática
Sal Rei, num ambiente de diversão, música e troca em equipa e de aproveitamento do tempo. Teatro Dança
de experiências.
A
2.6.2 12h-12h20 B Hora do Conto
2.5.2 Recursos afectados C

Recursos afectados
A
Ocuparam-se diariamente das actividades com as 12h20-13h B Jogos
5 voluntárias crianças entre 20 e 25 voluntárias. C

2.5.3 2.6.3
Número de pessoas abrangidas Número de pessoas abrangidas

Beneficiaram desta actividade cerca de 50 idosos Participaram nas actividades cerca de 280 crianças,
utentes do Centro de Dia de Sal Rei. com idades compreendidas entre os 5 e os 14 anos,
divididos em 3 grupos etários: A dos 5 aos 8 anos; B
dos 9 aos 11 anos; C dos 12 aos 14 anos.
2.5.4
Calendário de execução
2.6.4
No dia 10 de Agosto, entre as 15h e as 17h, 5 volun- Calendário de execução
tárias dinamizaram uma tarde lúdica, com danças e
canções tradicionais. Diariamente, entre as 10h e as 13h, foram organiza-
das diversas actividades, cujos objectivos se encon-
tram sumariados abaixo.

38 39
a) Empreendedorismo para cativar o interesse e a participação das crianças. B apresentou um musical “ A Carochinha Limpinha”
Além do planisfério de grandes dimensões, foram e um pequeno teatro de fantoches; e os mais velhos
Esta actividade teve como objectivos o desenvol- utilizados outros materiais simples (como o papel, representaram um musical, com o título “ O Elefante
vimento do sentido de comunidade na faixa etária o lápis de cor e a cola) que permitiram acrescentar Gordo e Pomposo”, que pretendia sensibilizar a co-
mais jovem, a percepção da circulação do dinheiro legendas com dados relevantes como bandeiras, munidade local para o tema da discriminação.
e do papel que o Estado tem (através da utilização Oceanos, e outras características particulares dos
dos impostos para o fornecimento dos serviços países (por exemplo, monumentos). Esta actividade foi desenvolvida ao longo de 9 horas
públicos), a distinção entre bens essenciais e supér- distribuídas por 8 dias, e coordenada por 3 voluntá-
fluos e a aquisição da noção dos custos que uma Os primeiros 10 minutos da actividade consistiam rias responsáveis acompanhadas por três auxiliares
empresa tem (capital social, custos fixos e variáveis). numa introdução teórica ao continente do dia, sen- rotativas para cada secção. Ao longo deste progra-
do os restantes 50 minutos ocupados com tarefas ma não foi necessário nenhum material, excepto
Para atingir estes objectivos foram realizados exercí- divertidas mas pedagógicas, consoante a idade dos para a construção dos adereços e decoração do
cios com duração total de 3 horas, 1h para cada gru- participantes: espaço do festival final.
po etário. Cada grupo foi subdividido em subgrupos
por sector de actividade: as mais novas desenvolve- Grupo etário A: Pintura de desenhos alusivos ao d) Artes Manuais
ram diferentes actividades - padaria, mercearia, loja tema do dia; desenho das fronteiras de países; cons-
de roupa e café - existindo ainda um ladrão, a polícia trução de puzzles em três dimensões; danças e can- Esta actividade teve por objectivo desenvolver a cria-
e o Estado que recebia imposto. As crianças mais ções tradicionais portuguesas; expressões básicas tividade e a habilidade manual de cada criança, tan-
velhas criaram o seu próprio negócio e elaboraram de cortesia e cantilenas pedagógicas em inglês. to na manipulação de materiais muito diversificados,
um orçamento. Uma farmácia, um hipermercado, como na realização de trabalhos minuciosos, assim
um ginásio para crianças, um parque de diversões Grupos etários B e C: Peddy-Paper; concurso de como a concentração, solicitando a cada criança
e uma ONG para ajudar os mais pobres, foram al- perguntas e respostas; grupos de estudo por países que iniciasse e levasse um projecto até ao fim.
gumas das empresas que surgiram. Depois de cria- seguido de apresentação oral dos resultados aos
rem a própria empresa, elaboraram um orçamento restantes grupos. As crianças mais novas (dos 6 aos 8 anos) trabalha-
baseando-se num budget igual para todos os gru- ram, por exemplo, com balões, recortes de revistas
pos. Assim, aperceberam-se da diferença entre bens c) Teatro e areia. As dos 9 aos 11 anos fizeram os fantoches
essenciais e supérfluos e tomaram consciência dos utilizados na festa final, alfinetes, instrumentos mu-
custos de uma empresa. Esta actividade teve como objectivo o desenvolvi- sicais, pulseiras, entre outros. As mais velhas elabo-
• culturais: danças e músicas, gastronomia, ves- mento do sentido criativo e da coordenação mo- raram pulseiras, pompons, bolsas, aviões de cartão,
b) Volta ao Mundo tuário e língua; tora dos mais novos, bem como a transmissão de bandas desenhadas, desenhos com autocolantes.
valores, designadamente valores ambientais e de Os materiais utilizados foram materiais simples tais
Actividade multidisciplinar que teve como objectivo • geográficos: localização no planisfério, número não discriminação. como tecidos, lãs, materiais reciclados, areia, folhas
o desenvolvimento de conhecimentos de geografia de habitantes, dimensão, e referências ao relevo, de papel, cola, marcadores, etc. Em cada uma das
e cultura mundiais. clima, fauna e flora. Para atingir os fins propostos, recorreu-se a exercí- cinco aulas realizadas com cada grupo participaram,
cios que trabalharam diferentes áreas: improvisação, em média, 60 crianças distribuídas por duas salas
O objectivo da actividade consistiu em dar a conhe- O planisfério (previamente preparado em Portugal coordenação, relaxamento, concentração, postura, supervisionadas por quatro monitoras. As crianças
cer, de uma maneira genérica, os cinco continentes e levado para Cabo Verde) foi um instrumento fun- articulação verbal e jogos musicais. Na festa de final demonstraram grande interesse e entusiasmo na
e, de uma maneira particular, um pequeno número damental, não só porque permitia uma visão da lo- de actividades cada grupo etário fez uma represen- manipulação dos diferentes materiais e no resulta-
de países, nos seguintes aspectos: calização dos diversos países em cada continente, tação: os mais novos interpretaram dois temas mu- do final, também porque podiam levar os trabalhos
mas também porque era suficientemente atractivo sicais: “O Aviãozinho” e o “ Tapete Voador”; o grupo consigo.

40 41
CONTO LEMA 2.7
O patinho feio Valorizar o outro Operacionalização
Os ciganitos Generosidade da Biblioteca
A lebre e a tartaruga Perseverança Municipal de Sal Rei
O leão e o rato A união faz a força

Tábua e canivete Perseverança


Face à constatação, já com a equipa de voluntárias
As 3 tartarugas Trabalho em equipa, persistência no terreno, de que a Biblioteca Municipal possuía
um grande número de obras não catalogadas nem
Dois amigos no deserto Perdão e amizade totalmente ordenadas, e por isso inacessíveis à po-
pulação, foi destacada diariamente uma equipa de
Como realizar um desejo Valor do trabalho voluntárias para trabalhar com a bibliotecária.
A cigarra e a formiga Valor do trabalho
Os objectivos foram:
Pedro e o lobo Sinceridade
1. Catalogar os livros segundo as normas constantes
O ouriço e o cão Amizade na Catalogação Decimal Universal
2. Ordenar as obras consoante a catalogação
O sapinho surdo Não desanimar 3. Possibilitar a utilização dos computadores exis-
tentes

Nas sessões de trabalho foram introduzidos os da-


dos respeitantes a cada livro num ficheiro Excel e
e) Hora do conto em seguida um momento de diálogo que pretendia atribuídas as cotas a cada obra. Cada livro foi iden-
ajudar as crianças a descobrir os valores nela subja- tificado mediante a colocação da cota na lombada
No ano anterior constatou-se que a relação entre centes. Os contos foram previamente seleccionados e arrumado na estante respectiva. Como trabalho
as crianças do bairro das Barracas e as da vila de Sal e os tópicos analisados de forma a facilitar a concre- prévio foi realizada a instalação dos vários computa-
Rei era, por vezes, marcada por uma certa agres- tização e a eficácia da actividade. dores existentes, que por motivos técnicos estavam
sividade e separação. A actividade diária Hora do inoperacionais.
Conto pretendeu que as crianças reflectissem sobre
o relacionamento inter-pessoal e sobre aspectos re- f) Ginástica acrobática
lacionados com o trabalho e o aproveitamento do
tempo. Através de contos simples e de um período Ao grupo dos rapazes mais velhos foram dadas aulas
de diálogo com as crianças, puseram-se em evidên- de ginástica acrobática, com o objectivo de os esti-
cia virtudes humanas – sob a forma de lema – im- mular a trabalhar em equipa e aprenderem a valori-
portantes para o crescimento individual enquanto zar o esforço por alcançar um determinado fim. O
pessoa, completando a formação cultural e criativa resultado foi apresentado na festa de encerramento
recebida nas outras actividades. das actividades.

A actividade durava cerca de 20 minutos por dia du-


rante os quais cada monitora lia um conto a um gru-
po de aproximadamente dez crianças, promovendo

42 43
03.
INDICADORES
E FONTES DE
VERIFICAÇÃO
O Projecto Cabo Verde beneficia da experiência forte e consolidada das Entidades Promotoras.

Desde 2004 que as Entidades Promotoras deste Os dados recolhidos permitem concluir que
projecto desenvolvem de forma continuada acções a ajuda dada pelo projecto vai muito além de
de Voluntariado para a Cooperação no estrangeiro. uma ajuda anual desligada e que se registaram
Antes desse período, houve uma experiência em progressos claros na participação e capacitação
Cabo Verde em 1993. Várias dessas Entidades pro- locais: a cooperação com as Instituições e a
movem também outras iniciativas de voluntariado, Comunidade Local foi reforçada; as actividades
regularmente ao longo do ano e durante os perío- destinadas à população activa foram ajustadas à
dos não lectivos. realidade económico-financeira actual – sobretudo
ao aumento do desemprego; as actividades
Ao longo deste relatório foram apresentados, para destinadas a crianças mantiveram os níveis de
cada grupo de trabalho, os problemas a resolver e participação; foram criadas novas sinergias com
os recursos a valorizar, os recursos afectados, a ca- vista à sustentabilidade ambiental.
lendarização e o número de pessoas abrangidas du-
rante a intervenção no terreno que se efectivou no A avaliação realizada permite vislumbrar o impacto
período entre 28 de Julho e 15 de Agosto de 2009. positivo do projecto no terreno, tanto como instru-
mento de curto prazo, quanto como instrumento
Foram também apresentados os contributos do de acção duradoura. Porém acreditamos que o
projecto, designadamente em matéria de educa- Projecto Cabo Verde pode ainda vir a obter maiores
ção e formação – entre outros, através de cursos desenvolvimentos e, por isso, já estamos a trabalhar
que garantam uma maior preparação dos recursos na concretização do Projecto Cabo Verde 2010.
humanos, da sensibilização para a importância e ne-
cessidade de ocupar, de modo útil, o tempo livre da
população jovem em idade escolar – em matéria de
sustentabilidade ambiental e em matéria de saúde
– através da prestação de serviços complementares
de atendimento médico e de enfermagem.

45
parte IV
execução
financeira
01.
contas

Receitas

Saldo do projecto anterior 3.646,46 €

Voluntárias 27.200,00 €

Apoios obtidos 36.690,00 €

Total 67.536,46 €

Donativos em espécie obtidos 191.693,69 €

despesas

Viagens 41.903,72 €

Alimentação e alojamento 5.405,62 €

Secretariado 4.194,68 €

Material de actividades 3.766,13 €

Total 55.270,15 €

A transferir para o projecto de 2010 12.266,31 €

48 49
02.
apoios

• Abbott Laboratórios, Lda. • Farmácia Saúde


• Agência Portuguesa de Ambiente • Fernandes e Santos, Lda.
• Águas de Gaia, EM • Ferrostaal, Lda.
• Águas do Porto, EM • Fundação AJB - A Junção do Bem
• Alves & Alexandre, representações • Fundação Maria António Barreiro
e consultoria, Lda. • Galeria Nazareth’s
• Ana Resende & Arminda Resende, Lda. • Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
• Associação Bandeira Azul da Europa • INFORSAL- Informática e Telecomunicações
• Augusto da Conceição Soares, Lda. • Inovar espaços -imobiliária e apoio à gestão
• Babyoga • José de Mello, SGPS, S.A.
• BIJU • Júlia Ribas, Lda.
• Caixa Económica de Cabo Verde • Lumarca - Representações Lda.
• Câmara Municipal da Boa Vista • Lusitânia Companhia de Seguros, S.A.
• Câmara Municipal de Albufeira • Manuel Pedro & Ana Sousa, Lda.
• Caves Avelar, Lda. • Manuela Taxa
• Cenário Eterno - Arquitectura e Design de • Maria José Boutique Lda.
Interiores, Lda. • Mota-Engil, SGPS, S.A.
• Clube Ambiental da Boa Vista • Mylan, Lda.
• Costa Duarte - Corretor de Seguros, S.A. • Orlanda Martins e Ferreira, Lda.
• Dagoberto da Silva • Papelaria Marciano, Lda.
• Dan Cake Portugal, S.A. • PARFOIS
• Delegação Escolar da Boa Vista • Pneuval - Centro de Pneus, Lda.
• Dôrez Ozorio • Primor - Joaquim Moreira Pinto & Filhos, Lda.
• Embaixada de Cabo Verde • Renova - Fábrica de Papel do Almonda, S.A.
• FAMO • Rita Santos - Porcelanas e Cristais
• Farmácia Aliança • SA Informática
• Farmácia Alves • Sameca TME, Lda.
• Farmácia Boavista • Sérgio Soares, Lda.
• Farmácia Central Catassol, Lda. • Sociedade de Desenvolvimento Turístico
• Farmácia Central Cláudia Ramos das Ilhas de Boa Vista e Maio
• Farmácia Chambel • SOGENAVE
• Farmácia Cortes Pinto • Teixeira Trigo, Lda.
• Farmácia Flama • Texmar - Fardamento de trabalho
• Farmácia Guimarães • Turtle Foundation
• Farmácia Peixinho, Unipessoal • Unicer
• Farmácia Pinhais da Foz • Varone, Lda
• Farmácia Portalegrence • VDS - Distribuição Directa
• Farmácia Ramos • Vinhos Cavaca Dourada, S.A.
• Farmácia Salutar

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