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2 Categoria que ele mesmo rejeitava: " s realismo. A realidade que mgica.
No invento nada. No h uma linha nos meus livros que no seja realidade. No
tenho imaginao".
lembrei da frase de um desses personagens: ...lhe tinha amor bastante para v-la com
olhos de verdade."3
No qualquer amor que permite ver o outro com olhos de verdade, o que nos diz
Gabo. No que diz respeito s parcerias amorosas, aceitar as regras no garantia de
que estejamos conectados. H sempre um gozo estranho que se atravessa e que
impossvel de conectar.
Fica a pergunta: seria possvel hoje, em tempos de surto de clera (do afeto, mais que
da bactria), pensarmos uma psicanlise que responda questes da atualidade como
uma possibilidade de um novo amor, um amor que seja bastante para que possamos
ver o outro com os olhos da verdade, sem que isso nos leve a querer destru-lo? A
apresentao de Quinet me faz acreditar que sim, sob o preo de que no nos calemos
e de que no faamos da psicanlise uma justificativa para nos adequarmos s regras.
3 Marques, Gabriel Garcia. O Amor nos Tempos do Clera. Rio de Janeiro, Record,
1985.