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“Este” ou “esse”: orientações gerais para revisão de texto

Pronomes Demonstrativos
Grupo Artmed Editora

Carlos Henrique Lucas Lima1

Analisamos, a seguir, as recomendações da Gramática Normativa no que se refere ao


emprego dos pronomes demonstrativos este, este, isto, isso, indicando, ainda, o que
estudos contemporâneos dizem a respeito do tema.

Cabe dizer que a análise empreendida restringe-se ao uso endofórico dos pronomes, isto
é, pronomes cujas referências estejam dentro do texto, e não fora, o que seria exoforia2.

Como este texto tem por público-leitor colaboradores e editores da Editora Artmed?, ele
recomendará, dentro do que faculta as orientações da gramática normativa, usos
específicos para determinados tipos de textos, como, por exemplo:

a) traduzidos;
b) de autor nacional.

A exposição deste texto poderia utilizar uma abordagem descritiva do português, seguindo
as observações de Mattoso Camara (2000) e Silvia Pavani (1987), destacadas por Pereira
(2005), por exemplo. No entanto, uma vez que nos deteremos no objeto-texto, nas
relações endofóricas estabelecidas com os pronomes, não nos parece pertinente utilizar
um referencial descritivo de análise. Mesmo assim, em alguns momentos será de extrema
relevância apontar tendências atuais do PB, já que, institucionalmente, o Grupo Artmed
busca inovação constante pautada por conhecimentos sintonizados com o que há de mais
recente em pesquisa acadêmica.

1 Acadêmico de Letras pela UFRGS. Tradutor e revisor de textos. Autor do capítulo sobre o Novo Acordo Ortográfico
no Manual Artmed de Publicação.
2 O uso exofórico diz respeito às relações pronominais externas ao texto. Por exemplo, utilizo o pronome
demonstrativo este para indicar algo próximo a mim, isto é, próximo (espaço) ao locutor; por outro lado, utilizo a
forma esse para objetos ou pessoas próximos ao interlocutor, isto é, à pessoa a que se fala, ou, igualmente, quando se
tem por objetivo menosprezar alguém sobre quem se fala. Ex: “Esse aí...”. O pronome aquele se refere a uma
“situação longínqua(...) um passado vago” (Celso Cunha, 1988, p. 235).
I)Anáfora

A anáfora, referência ao que se disse anteriormente, admite, de acordo com Celso Cunha
(1983) e Pereira (2005), tanto o pronome esse quanto o pronome este. Assim, ao referir-
se ao já dito, ao antes mencionado, pode-se utilizar qualquer um desses dois pronomes.

a) orientação para material traduzidos: Quando se trata de material traduzido,


frequentemente observa-se uma não homogeneização das ocorrências dos pronomes
demonstrativos em uso anafórico. Ora se utiliza este, ora esse; ora isto, ora isso. Muitos
tradutores e revisores, cônscios dessa “babel pronominal”, substituem o pronome pela
palavra 'tal' (em seu uso no plural, 'tais'). Assim, amparando-se em fatores deíticos, ou
seja, parâmetros que se orientam pela posição da pessoa do discurso, pelo espaço ou
pelo tempo, creem dirimir a sensação de erro ou de incerteza antes presente com a
presença ora de este ora de esse, etc. Como Celso Cunha (1988, p.234) diz que há
“valores gerais” de utilização dos pronomes, guiados por usos pessoais, estilísticos, os
quais na maioria das vezes se valem do pronome este para exprimir relações anafóricas,
orientamos que os tradutores empreguem a forma esse sempre que houver relação
anafórica, a fim de distanciar o texto de parâmetros pessoais, o que o reveste de uma
sensação de objetividade, elemento muito importante para o leitor.

b) orientações para material revisado: Para esses materiais – à exceção das


traduções, que devem seguir a recomendação acima –, como textos revisados de autor
nacional, é necessário, ao contrário da tradução, respeitar o estilo do autor, estilo esse
intrinsecamente ligado ao modo como ele utilização a língua materna, isto é, a língua
portuguesa (PB). Isso, de acordo com nosso entender, não ocorre com a tradução, uma
vez que é o tradutor, e não o autor, o responsável pela impressão de estilo ao texto. E,
neste caso, o estilo solicitado é o de “sensação de objetividade”. Assim, em posição
anafórica, é aceitável, em autor nacional, tanto o esse quanto o este, bem como as
formas invariáveis, isso e isto.

II)Catáfora

A catáfora é a referência ao que se irá dizer. De acordo com Cunha e Cintra (2001, p.
332), a forma pronominal este é a única aceitável nessa situação. Assim, em textos tanto
traduzidos quanto revisados, deve-se empregar o pronome este quando em referência
catafórica. Observemos a sentença a seguir:

“Esta é a proposição central deste3 texto: ajudar revisores e revisoras a trabalharem


melhor”.

Cunha e Cintra também chamam a atenção para o fato de que, na referência ao que o
nosso interlocutor diz, deve-se utilizar apenas a forma esse. Observemos o exemplo a
seguir:

−(Doutora) Você deve repousar mais durante o dia e tomar a medicação nos horários
adequados.
−(Paciente) Já tenho feito isso.

Observações

-As formas nisto e nisso vêm sendo utilizadas no sentido de “então”. As duas são
aceitáveis, nesse caso, pela gramática normativa.
-Não se deve esquecer a função enfática dos pronomes demonstrativos. Essa função se
relaciona com o que apontamos antes – sobre o texto de autor nacional – já que estaria
intimamente ligada à autoria, ao uso individual da língua pelo autor (em língua
portuguesa, PB).
- Quando da existência de mais de um referente, em posição anafórica, deve-se recorrer
à fórmula já conhecida: mais perto – este(a); mais longe – aquele(a).

Conclusão

Pedimos que as orientações deste texto sejam tomadas como parâmetros de revisão com
vistas a desfazer os nós de confusão em torno deste tema para nós tão importante: a
utilização dos pronomes demonstrativos de modo endofórico. Mesmo admitindo a
fraqueza dos alicerces que sustentam a gramática normativa, é preferível tê-la como
parâmetro que perpetuar a sensação de insegurança e consequente medo que muitas
vezes nos acompanham durante a tradução e/ou a revisão de textos.

3 Nesse caso, o pronome “(de)este” faz referência ao livro físico, o objeto material tocado pelo leitor, e, portanto,
denota uma relação exofórica.
Contato: chlucaslima@terra.com.br
Carlos Henrique Lucas Lima

Referências
CUNHA, Celso. Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Editora Padrão,
1983.
CUNHA, C e SINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2001.
PEREIRA, Hélcius Batista. “Esse” versus “Este” no Português Brasileiro e no Europeu”.
Dissertação de mestrado apresentado em 2005. USP: São Paulo.

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