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Inteligncia, cincia e f1
OLAVO DE CARVALHO
Prtica e no terica. Acidental, portanto e no essencial. O homem necessita da f por causa do acidente
inicial da queda, no por uma deficincia intrnseca da sua inteligncia. Ora, quando a preeminncia da f
sobre a inteligncia se torna um dogma, adquirindo portanto a fora de uma afirmao terica, ela afirma
implicitamente a deficincia essencial e no somente acidental da inteligncia humana e assim separa
infinitamente o homem de Deus. Faz a obra do diabo.
claro que tambm faz a obra do diabo quem, pretendendo enaltecer a inteligncia, omita
subrepticiamente o requisito prtico da f. No vejo como sustentar a separao rgida entre razo natural e
sabedoria infusa. Essa separao s se justifica com relao ao exerccio da razo natural, no com relao ao
conhecimento dos seus princpios: se posso captar intuitivamente os princpios da razo, apenas exercitar s
cegas e mecanicamente o encadeamento silogstico, porque a chamada razo natural j , em sua essncia,
sabedoria infusa e, portanto, sobrenatural. A prova do que digo que, rejeitada a f, a percepo mesma desses
princpios se debilita e acaba por se dissolver numa sopa de ambigidades, produzindo essas imaginaes
monstruosas que hoje recebem no mundo acadmico o nome de filosofia.
O pensador crente, ao rejeitar a essncia sobrenatural da razo natural, gera os Deleuzes, os Derridas,
os Foucaults.
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