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02 de junho de 2010
- O Estado de S.Paulo
Com base em estudo sobre as rodovias federais, elaborado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), pode-se concluir que o Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) não representa mais do que um esboço do que o País precisa fazer
para vencer o gargalo existente nesse setor. O Ipea estima que o governo precisaria
investir R$ 183,5 bilhões, mas só 13% desse total será aplicado por meio do PAC. Isso
no papel, uma vez que apenas 30% das obras estão sendo tocadas de acordo com o
cronograma.
Não se trata apenas de abrir novas estradas. Estima o Ipea que R$ 144,18 bilhões, ou
78,6% do total dos investimentos necessários, devem ser direcionados para serviços de
adequação e duplicação das rodovias existentes. Contudo, o Programa de Aceleração do
Crescimento (o chamado PAC 2 não foi levado em consideração no estudo) só destina à
recuperação de estradas R$ 9,75 bilhões do total de seus recursos, o que representa
somente 7% do que seria o ideal, segundo o Ipea.
Sem dúvida, construir novas estradas é mais vistoso do que melhorar as que existem,
muitas delas em estado precário ? e não só em regiões remotas. Isso é de extrema
relevância, uma vez que 70% do transporte de cargas no Brasil é feito por via
rodoviária, em contraste com outros países que competem conosco no mercado
internacional. A participação do transporte rodoviário de cargas é de 26% nos Estados
Unidos, de 14% na Austrália e de apenas 8% na China.
Essa opção rodoviarista vem desde a década de 1950 e os últimos governos pouco
fizeram para mudá-la, o que, diga-se de passagem, não seria tarefa fácil, em face da
deterioração de outros meios de transporte e do crescimento da produção interna da
indústria automotiva.
Se esta é uma falha dos contratos feitos pelo governo federal, ela não se verifica nas
concessões de rodovias feitas pelos governos dos Estados, particularmente do Estado de
São Paulo. Estas preveem, sim, melhorias constantes para estarem à altura do aumento
do fluxo de transporte, como podem atestar os usuários das melhores estradas do País.