Sunteți pe pagina 1din 12

Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 1

Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento

farmacêutico por Técnico em Farmácia1

Hidemberg Alves da Frota2

tematicasjuridicas.wordpress.com

Estatui o art. 15, § 3o, da Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, in

verbis:

Art. 15 - [...].
[...]
§ 3º - Em razão do interesse público, caracterizada a necessidade da
existência de farmácia ou drogaria, e na falta do farmacêutico, o
órgão sanitário de fiscalização local licenciará os estabelecimentos sob
a responsabilidade técnica de prático de farmácia, oficial de farmácia
ou outro, igualmente inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na
forma da lei.

Em idêntico sentido se posicionou a Segunda Turma do Superior

Tribunal de Justiça no Recurso Especial no 638614/CE (ementa, item 2), ao

enfatizar:

2. O licenciamento de farmácias ou drogarias sob a responsabilidade


técnica de prático de farmácia, oficial de farmácia ou técnico em
farmácia configura hipótese excepcional, vinculada a questões de

1Primeira revisão em 6 de junho de 2010. Nova revisão, com ampliação do conteúdo, em 28 de agosto
de 2010. Versão original publicada no Informativo Jurídico In Consulex, Brasília, DF, v. 22, n. 44, p. 12-14,
3 nov. 2008.
2 Correio eletrônico: hidemberg_frota@yahoo.com.br. Blog: http://tematicasjuridicas.wordpress.com.
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 2
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

interesse público (carência de estabelecimentos fornecedores de


medicamentos na localidade, aliada à inexistência de farmacêutico
habilitado à realização do mister).3

Entretanto, observe-se que, ao regulamentar o mencionado art. 15,

§ 3o, da Lei nº 5.991/73, o art. 28, §§ 1º e 2º, do Decreto nº 74.170, de 10 de

junho de 1974, detalhou tais critérios, in litteris:

Art 28. O poder público, através do órgão sanitário competente dos


Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, poderá licenciar
farmácia ou drogaria sob a responsabilidade técnica de prático de
farmácia, oficial de farmácia ou outro, igualmente inscrito no
Conselho Regional de Farmácia respectivo, na forma da lei, desde
que:
I - o interesse público justifique o licenciamento, uma vez
caracterizada a necessidade de instalação de farmácia ou drogaria no
local; e
II - que inexista farmacêutico na localidade, ou existindo não queira
ou não possa esse profissional assumir a responsabilidade técnica
pelo estabelecimento.
§ 1º - A medida excepcional de que trata este artigo, poderá inclusive,
ser adotada, se determinada zona ou região, urbana, suburbana ou
rural, de elevada densidade demográfica, não contar com
estabelecimento farmacêutico, tornando obrigatório o deslocamento
do público para zonas ou regiões mais distantes, com dificuldade
para seu atendimento.
§ 2º - Entende-se com [sic] agente capaz de assumir a
responsabilidade técnica de que trata este artigo:
a) o prático ou oficial de farmácia inscrito em Conselho Regional de
Farmácia;
b) os diplomados em cursos de grau médio oficiais ou reconhecidos
pelo Conselho Federal de Educação, que tenham seus diplomas
registrados no Ministério da Educação e Cultura e sejam habilitados
em Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei.

3BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (Segunda Turma). Item 2 da ementa do acórdão em sede do
Recurso Especial no 638614/CE. Relator: Ministro João Otávio de Noronha. Brasília, DF, 12 de setembro
de 2006. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 9 out. 2006, p. 279. Disponível em:
<http://www.stj.jus.br> Acesso em: 6 mai. 2010.
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 3
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

Por força do art. 1º do Decreto nº 793, de 5 de abril de 1993, o


indicado art. 28, § 2º, do Decreto nº 74.170/74, recebeu nova redação:

Art 28. O poder público, através do órgão sanitário competente dos


Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, poderá licenciar
farmácia ou drogaria sob a responsabilidade técnica de prático de
farmácia, oficial de farmácia ou outro, igualmente inscrito no
Conselho Regional de Farmácia respectivo, na forma da lei, desde
que:
I - o interesse público justifique o licenciamento, uma vez
caracterizada a necessidade de instalação de farmácia ou drogaria no
local; e
II - que inexista farmacêutico na localidade, ou existindo não queira
ou não possa esse profissional assumir a responsabilidade técnica
pelo estabelecimento.
§ 1º - A medida excepcional de que trata este artigo, poderá inclusive,
ser adotada, se determinada zona ou região, urbana, suburbana ou
rural, de elevada densidade demográfica, não contar com
estabelecimento farmacêutico, tornando obrigatório o deslocamento
do público para zonas ou regiões mais distantes, com dificuldade
para seu atendimento.
§ 2° Entende-se por agente capaz de assumir a responsabilidade
técnica de que trata este artigo: [Redação dada pelo art. 1º do Decreto
nº 793/93.]
a) o prático ou oficial de farmácia inscrito em Conselho Regional de
Farmácia;
b) o técnico diplomado em curso de segundo grau que tenha seu
diploma registrado no Ministério da Educação, inscrito no Conselho
Regional de Farmácia, observadas as exigências dos arts. 22 e 23 da
Lei n° 5.692, de 11 de agosto de 1971. [Redação dada pelo art. 1º do
Decreto nº 793/93.]

Embora o Decreto nº 793/93 tenha sido revogado pelo art. 10 do

Decreto nº 3.181, de 23 de setembro de 19994, as alterações feitas pelo art.

4A fim de comprovar que o Decreto nº 3.181/99, apesar de ter revogado o Decreto nº 793/93, não diz
respeito à assunção de responsabilidade farmacêutica, eis o inteiro teor do Decreto nº 3.181/99:
‚DECRETO Nº 3.181, DE 23 DE SETEMBRO DE 1999. Regulamenta a Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro
de 1999, que dispõe sobre a Vigilância Sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a
utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. O PRESIDENTE
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 4
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

1º do ab-rogado Decreto nº 793/93 no corpo do art. 28, § 2º, do Decreto nº

74.170/7, permaneceram intactas com o advento do ora vigente Decreto nº

3.181/99, porquanto este nada dispõe sobre a matéria do art. 28, § 2º, do

Decreto nº 74.170/74, uma vez que o Decreto nº 3.181/99 trata apenas de

medicamento genérico — ao contrário do Decreto nº 793/93, o Decreto nº

3.181/99 (mesmo tendo revogado o Decreto nº 793/93) não encerra em si

normas regulamentares acerca do desempenho de responsabilidade

técnica por estabelecimento farmacêutico. Sintetiza a Segunda Turma do

Tribunal Regional Federal da Quinta Região (Agravo de Instrumento no

57506/CE, ementa):

DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e, tendo
em vista o disposto no art. 57, da Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976 e no art. 4o, da Lei no 9.787, de
10 de fevereiro de 1999, DECRETA: Art. 1o Constarão, obrigatoriamente, das embalagens, rótulos,
bulas, prospectos, textos, ou qualquer outro tipo de material de divulgação e informação médica,
referentes a medicamentos, a terminologia da Denominação Comum Brasileira - DCB ou, na sua falta,
a Denominação Comum Internacional - DCI. Art. 2o A denominação genérica dos medicamentos
deverá estar situada no mesmo campo de impressão e abaixo do nome comercial ou marca. Art. 3o As
letras deverão guardar entre si as devidas proporções de distância, indispensáveis à sua fácil leitura e
destaque, principalmente, no que diz respeito à denominação genérica para a substância base, que
deverá corresponder à metade do tamanho das letras e caracteres do nome comercial ou marca.
Art. 4o O cartucho da embalagem dos medicamentos, produtos dietéticos e correlatos, que só podem
ser vendidos sob prescrição médica, deverão ter uma faixa vermelha em toda sua extensão, no seu
terço médio inferior, vedada a sua colocação no rodapé do cartucho, com largura não inferior a um
quinto da maior face total, contendo os dizeres: ‘Venda sob prescrição médica’. Art. 5o Quando se
tratar de medicamento que contenha uma associação ou combinação de princípios ativos, em dose fixa,
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por ato administrativo, determinará as correspondências
com a denominação genérica. Art. 6o É obrigatório o uso da denominação genérica nos formulários ou
pedidos de registro e autorizações relativas à produção, comercialização e importação de
medicamentos. Art. 7o Os laboratórios que atualmente produzem e comercializam medicamentos com
ou sem marca ou nome comercial terão o prazo de quatro meses para as alterações e adaptações
necessárias ao cumprimento do disposto na Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, e neste Decreto.
Parágrafo único. O medicamento similar só poderá ser comercializado e identificado por nome
comercial ou marca. Art. 8o A Agência de Vigilância Sanitária, regulamentará os critérios de
rotulagem referentes à Denominação Comum Brasileira - DCB em todos os medicamentos, observado
o disposto nos arts. 3o e 5o deste Decreto. Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação. Art. 10. Fica revogado o Decreto no 793, de 5 de abril de 1993.‛
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 5
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

- Observa-se que o Decreto nº 793/93 foi revogado pelo Decreto nº 3.181/99,


sabendo-se que tal revogação em nada modificou a análise da situação, pois a
alteração do Decreto nº 74.170/74 pelo Decreto nº 793/93 não ocasionou
qualquer alteração no teor do art. 28; 5 (grifo nosso)

Em interpretação meramente literal, a dicção do art. 28, § 2º, ‚b‛,

do Decreto nº 74.170/74 (conforme redação a ele conferida pelo revogado

art. 1º, do Decreto nº 793/93), imporia ao curso de ensino médio do

Técnico em Farmácia a observância das exigências do antigo segundo grau

prescritas pela Lei de Diretrizes e Bases de Educação pretérita, ou seja, a

Lei nº 5.692, de 11 de agosto 1971, em seus arts. 22 e 23, verbo ad verbum:

CAPÍTULO III
Do Ensino de 2º Grau
Art. 21. [...]
Parágrafo único. [...]
Art. 22. O ensino de 2º grau terá três ou quatro séries anuais,
conforme previsto para cada habilitação, compreendendo, pelo
menos, 2.200 ou 2.900 horas de trabalho escolar efetivo,
respectivamente.
Parágrafo único. Mediante aprovação dos respectivos Conselhos de
Educação, os sistemas de ensino poderão admitir que, no regime de
matrícula por disciplina, o aluno possa concluir em dois anos no
mínimo, e cinco no máximo, os estudos correspondentes a três séries
da escola de 2º grau.
Art. 23. Observado o que sobre o assunto conste da legislação própria:
a) a conclusão da 3ª série do ensino de 2º grau, ou do correspondente
no regime de matrícula por disciplinas, habilitará ao prosseguimento
de estudos em grau superior;
b) os estudos correspondentes à 4ª série do ensino de 2° grau poderão,
quando equivalentes, ser aproveitados em curso superior da mesma
área ou de áreas afins.

5BRASIL. Tribunal Regional Federal da Quinta Região (Segunda Turma). Trecho da ementa do
acórdão em sede do Agravo de Instrumento no 57506/CE (Processo no 200405000229758). Relator:
Desembargador Federal Petrucio Ferreira. Recife, 8 de agosto de 2006 (votação unânime). Diário da
Justiça da União, Brasília, DF, 25 set. 2006, nº 184, p. 580. Disponível em:
<http://www.justicafederal.jus.br>. Acesso em: 06 mai. 2010.
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 6
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

Entretanto, interpretação sistemática recomenda que o curso de

ensino médio do Técnico em Farmácia (educação técnica profissional de

nível médio) deva se orientar pelas balizas da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação ora vigente, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (cujo art.

92 revogou a Lei nº 5.692/71), notadamente seus arts. 36-A a 36-D 6

(educação profissional técnica de nível médio), bem assim o Decreto nº 5.154,

de 23 de julho de 2004 (regulamento da educação profissional).

Por isso, não acompanhamos o entendimento da parcela de

acórdãos do Superior Tribunal de Justiça (a exemplo do aresto em sede

do Recurso Especial no 447843/MA, proferido pela Segunda Turma7) que,

em face da redação do art. 28, § 2º, ‚b‛, do Decreto nº 74.170/74, moldada

pelo revogado art. 1º do Decreto nº 793/93, ainda invocam o teor da

também revogada Lei no 5.692/71 (Antiga LDB) — a nosso juízo, seria

6 Os arts. 36-A a 36-D da Lei nº 9.394/96 foram incluídos pelo art. 2º da Lei nº 11.741, de 16 de julho de
2008.
7 Nesse sentido, mencione-se a ementa do Recurso Especial no 447843/MA: ‚ADMINISTRATIVO.

MANDADO DE SEGURANÇA. AUXILIAR DE FARMÁCIA. RESPONSABILIDADE TÉCNICA.


FARMÁCIA OU DROGARIA. CARGA HORÁRIA INSUFICIENTE. APLICAÇÃO DAS SÚMULAS
NS. 275 E 83/STJ. O Decreto n. 74.170/74, em seu artigo 28, § 2º, b, na redação que lhe conferiu o
Decreto n. 793/93, considerou aptos para assumir a responsabilidade técnica pelas farmácias e
drogarias, os técnicos formados em curso de segundo grau, com diploma registrado no Ministério da
Educação e Cultura, e inscritos no Conselho Regional de Farmácia, observadas as exigências dos
artigos 22 e 23 da Lei n. 5.692/71, que estabelecem que o ensino de segundo ciclo compreende 2.200 ou
2.900 horas de trabalho escolar efetivo e habilita ao prosseguimento de estudos em grau superior. O
curso de auxiliar de farmácia concluído pela recorrente não se amolda às exigências da legislação de
regência, visto que a carga horária cursada encontra-se muito abaixo do mínimo exigido para a
inscrição no respectivo órgão profissional. Aplicação das Súmulas ns. 275 e 83/STJ. Recurso especial
não conhecido.‛ Cf. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (Segunda Turma). Ementa do acórdão em
sede do Recurso Especial no 447843/MA. Relator: Ministro Franciulli Netto. Brasília, DF, 13 de maio de
2003. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 8 mar. 2004, p. 209. Disponível em: <http://www.stj.jus.br>.
Acesso em: 6 mai. 2010.
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 7
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

adequado ter-se em conta, isto sim, o teor da hodierna legislação

educacional, mormente a Lei nº 9.394/96 (Nova LDB) e o Decreto nº

5.154/04 (regulamento da educação profissional), conforme acima

salientamos.

Portanto, à luz do art. 15, § 3o, da Lei nº 5.991/93 c/c atual dicção do

art. 28, § 2º, do Decreto nº 74.170/74, aquele que é Técnico em Farmácia

por força de diploma de ensino médio registrado no Ministério da

Educação e possui a consequente inscrição no Conselho Regional de

Farmácia tem direito à assunção de responsabilidade técnica de

estabelecimento farmacêutico, se presentes estes requisitos:

(1) Caracterizada a necessidade da existência de farmácia ou

drogaria no local (art. 15, § 3o, da Lei nº 5.991/73, c/c art. 28, I, do Decreto

nº 74.170/74).

(2) Não haja farmacêutico disponível, ante a (a) ausência de

farmacêutico na localidade ou, existindo farmacêutico na localidade, (b)

tal profissional da Farmácia não queira ou não possa assumir a

responsabilidade técnica pelo respectivo estabelecimento farmacêutico

(art. 15, § 3o, da Lei nº 5.991/73 c/c art. 28, II, do Decreto nº 74.170/74).
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 8
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

(3) O curso de educação profissional do Técnico em Farmácia tenha

respeitado os marcos normativos da educação profissional de nível

médio delineados pela Lei nº 9.394/96, máxime seus arts. 36-A a 36-D

(educação profissional técnica de nível médio), bem como pelo Decreto nº

5.154/04 (regulamento da educação profissional) — interpretação

sistemática do art. 28, § 2º, ‚b‛, do Decreto nº 74.170/74, em

conformidade com o art. 92, da Lei nº 9.394/96.

Todavia, recentemente, a jurisprudência do Superior Tribunal de

Justiça tem se inclinado a permitir a assunção, pelo Técnico em Farmácia,

da responsabilidade técnica por drogaria, em caráter ordinário e não

apenas excepcional, ante a alegada ausência de vedação legal, ou seja,

tais precedentes judiciais do STJ partem da premissa de que as estritas

hipóteses (para o exercício de responsabilidade técnica, por Técnico em

Farmácia, de estabelecimento farmacêutico) previstas no art. 28, incisos I

e II, do Decreto nº 74.170/74 não se respaldam em lei formal:

1. O portador de certificado de conclusão do curso de técnico em


farmácia e inscrito nos quadros do Conselho Regional de Farmácia do
Estado de São Paulo pode ser responsável técnico por drogaria,
desconsiderando-se as hipóteses excepcionais preconizadas no art. 28,
incisos I e II, do Decreto 74.170/74. Precedentes.8

1. De acordo com a posição adotada pela 1ª Seção (REsp 862.923/SP,


Rel. Min. Humberto Martins, julg. em 11/11/2009, DJe 18/02/2010),
prevalece o entendimento de que o técnico em farmácia está
autorizado a se inscrever no Conselho de Farmácia respectivo e, bem

8BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (Segunda Turma). Item 1 da ementa do acórdão em sede do
Recurso Especial no 1122386/MG. Relator: Ministro Castro Meira. Brasília, DF, 18 de março de 2010.
DJe, Brasília, DF, 30 mar. 2010. Disponível em: <http://www.stj.jus.br>. Acesso em: 28 ago. 2010.
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 9
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

assim, assumir a responsabilidade técnica por drogaria,


independentemente da excepcionalidade da hipótese, tendo em vista
não existir óbice legal [...]9

5. Quanto à responsabilidade técnica pela drogaria, pretendida pelo


recorrido, esta Corte firmou o entendimento no sentido de ser
possível a assunção da responsabilidade por técnico em farmácia,
independentemente da excepcionalidade da hipótese, pois inexistente
vedação legal para tanto. Precedentes.10

À luz dessa interpretação realizada pela atual corrente

jurisprudencial majoritária do STJ, a restrição ao exercício, por Técnico

em Farmácia, da responsabilidade técnica de drogaria seria ilegal (não se

apoiaria no princípio da legalidade), por se alicerçar apenas em ato

administrativo normativo, o Decreto nº 74.170/74 (art. 28), sem o

expresso e inafastável respaldo do Direito Legislado.

Todavia, o disposto no art. 28 do Decreto 74.170/74 regulamenta o

atrás reproduzido §3o do art. 15 da Lei nº 5.991/73, segundo o qual, em

razão do interesse público, caracterizada a necessidade da existência de

farmácia ou drogaria, e na falta do Farmacêutico, o órgão sanitário de

fiscalização local licenciará os estabelecimentos sob a responsabilidade

técnica de prático de farmácia, oficial de farmácia ou outro, igualmente

inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei.

9 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (Segunda Turma). Item 1 da ementa do acórdão em sede do
Agravo Regimental no Recurso Especial no 937179/SP. Relatora: Ministra Eliana Calmon. Brasília, DF, 6
de abril de 2010. DJe, Brasília, DF, 16 abr. 2010. Disponível em: <http://www.stj.jus.br>. Acesso em: 28
ago. 2010.
10 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (Primeira Seção). Item 5 da ementa do acórdão em sede do

Recurso Especial no 862923/SP. Relator: Ministro Humberto Martins. Brasília, DF, 11 de novembro de
2010. DJe, Brasília, DF, 18 fev. 2010. Disponível em: <http://www.stj.jus.br>. Acesso em: 28 ago. 2010.
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 10
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

Em verdade, o caráter excepcional do exercício, pelo Técnico em

Farmácia, da responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico

(farmácia e drogaria) decorre do §3o do art. 15 da Lei nº 5.991/73 (e não

apenas do art. 28 do Decreto 74.170/74, que regulamenta tal parágrafo),

haja vista que o referido dispositivo legal adstringe a assunção da

responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por outros

profissionais da Farmácia que não sejam os farmacêuticos, isto é, o

‚prático de farmácia, oficial de farmácia ou outro‛ (grifo nosso).

Entende-se por ‚outro‛ (parte final do §3o do art. 15 da Lei nº

5.991/73), todos os demais profissionais da Farmácia que não sejam

Farmacêuticos, inclusive os Técnicos em Farmácia, os quais atuaram

como responsáveis técnicos por estabelecimentos farmacêuticos de forma

supletiva, ou seja, ‚em razão do interesse público, caracterizada a

necessidade da existência de farmácia ou drogaria, e na falta do farmacêutico‛

(grifo nosso).

Caso não fosse limitado o rol de hipóteses legais em que o Técnico

em Farmácia assume a responsabilidade técnica por estabelecimento

farmacêutico, a parte final do §3o do art. 15 da Lei nº 5.991/73 teria

redação diversa, evitando incluir em seu campo de incidência todos os

profissionais da Farmácia que não sejam Farmacêuticos.


Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 11
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

Desse modo, cumpre endossar o pensamento exposto no voto

dissidente do Ministro Herman Benjamin nos autos do Recurso Especial

no 862923/SP, quando salientou:

[...] Disso tudo decorre que, somente nos casos em que não se logra
encontrar profissional com a formação superior em farmácia, e o
interesse público recomenda a instalação de drogaria, é que se pode
admitir a responsabilidade a cargo de técnico em farmácia, ou dos
outros profissionais citados na legislação (prático ou oficial de
farmácia).
Noto que os dispositivos que tratam da excepcionalidade sempre se
referem, simultaneamente, a farmácia e drogaria, seja o art. 15, caput,
da Lei 5.991/73 (e seu parágrafo 3º), seja o Decreto 74.170/74 (art. 28).
Não custa, para melhor compreensão, transcrever novamente os
dispositivos em questão, a começar pela Lei 5.991/73 (grifo meu):
"Art. 15 - A farmácia e a drogaria terão, obrigatoriamente, a assistência
de técnico responsável, inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na forma
da lei.
(...)
§ 3º - Em razão do interesse público, caracterizada a necessidade da
existência de farmácia ou drogaria, e na falta do farmacêutico , o órgão
sanitário de fiscalização local licenciará os estabelecimentos sob a
responsabilidade técnica de prático de farmácia, oficial de farmácia ou outro,
igualmente inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei.".
Por sua vez, o art. 28, do Decreto 74.170/74 (grifei), dispõe:
Art 28. O poder público, através do órgão sanitário competente dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios, poderá licenciar farmácia ou
drogaria sob a responsabilidade técnica de prático de farmácia, oficial de
farmácia ou outro, igualmente inscrito no Conselho Regional de Farmácia
respectivo, na forma da lei, desde que:
I - o interesse público justifique o licenciamento, uma vez caracterizada a
necessidade de instalação de farmácia ou drogaria no local; e
II - que inexista farmacêutico na localidade, ou existindo não queira ou
não possa esse profissional assumir a responsabilidade técnica pelo
estabelecimento.
§ 1º - A medida excepcional de que trata este artigo, poderá inclusive, ser
adotada, se determinada zona ou região, urbana, suburbana ou rural, de
elevada densidade demográfica, não contar com estabelecimento farmacêutico,
tornando obrigatório o deslocamento do público para zonas ou regiões mais
distantes, com dificuldade para seu atendimento.
§ 2° Entende-se por agente capaz de assumir a responsabilidade
técnica de que trata este artigo: (Redação dada pelo Decreto nº 793, de 1993)
a) o prático ou oficial de farmácia inscrito em Conselho Regional de Farmácia;
Balizas para assunção de responsabilidade técnica de estabelecimento farmacêutico por 12
Técnico em Farmácia
Hidemberg Alves da Frota

b) o técnico diplomado em curso de segundo grau que tenha seu diploma


registrado no Ministério da Educação, inscrito no Conselho Regional de
Farmácia, observadas as exigências dos arts. 22 e 23 da Lei n° 5.692, de 11
de agosto de 1971. (Redação dada pelo Decreto nº 793, de 1993)
§ 3º Para fim previsto neste artigo será facultada a transferência de local do
estabelecimento de propriedade do prático ou oficial de farmácia, mencionado
na letra a do 2º para zona desprovida de farmácia ou drogaria.”
Assim, tanto a farmácia como a drogaria haverão de contar com a
supervisão técnica do farmacêutico responsável. Somente em caráter
excepcional, como previsto pela Lei 5.991/73 e pelo Decreto 74.170/74,
é que se admite que técnico em farmácia assuma este encargo.11 (grifo
do autor)

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (Primeira Seção). Trecho da fundamentação do voto dissidente
11

do Ministro Herman Benjamin, nos autos do Recurso Especial no 862923/SP. Relator: Ministro
Humberto Martins. Brasília, DF, 11 de novembro de 2010. DJe, Brasília, DF, 18 fev. 2010. Disponível
em: <http://www.stj.jus.br>. Acesso em: 28 ago. 2010.

S-ar putea să vă placă și