A Cultura como criatividade

Trabalho de campo trabalho no campo

Inicialmente Roy Wagner fala sobre seu trabalho de campo entre os Daribi da
Nova Guin. A partir deste situao, da relao entre os moradores locais e o
antroplogo, que ele comea a discutir a noo de cultura enquanto criatividade,
inveno. Uma vez em campo os moradores de Dabiri, comearam a se questionar sobre
a natureza do trabalho do antroplogo, as razes da sua presena, ou seja, quais eram as
suas motivaes.
Esse processo tem implicaes diretas no trabalho do antroplogo. a partir
desta relao que este comea a criar (inventar) a cultura do povo que pesquisa, assim
como atravs dela que o povo local inventa (cria) a cultura do antroplogo. No caso de
Wagner, sua posio no campo de pesquisa enquanto um homem solteiro que no fazia
sua prpria comida causou assombro e uma certa comiserao entre os moradores de
Daribi. A partir dessa condio que o antroplogo pode comear a inventar e formular
os aspectos culturais locais.
O autor prossegue enfatizando que o termo cultura uma criao falando sobre
alguns de seus vrios sentidos. Existe o conceito de cultura enquanto cultivo do solo.
Existe a concepo elitista de cultura, sendo esta um atributo distintivo de alguns
homens o homem com cultura. E existe a acepo antropolgica, mais democrtica,
onde todos os homens produzem cultura.
Wagner mostra a interligao entre estes conceitos, dando nfase da dependncia
do conceito antropolgico de cultura em relao ao conceito elitista. Neste sentido, a
cultura no sentido antropolgico ainda encontra-se imbuda de valores das nossa
sociedade, da cultura enquanto produo, enquanto arte, etc. Assim, quando os
antroplogos olham para a alteridade tendo como ponto de partida esta concepo
antropolgica, emergida no seio da sociedade do observador, eles inventam a cultura
alheia tendo ela como um reflexo da cultura do pesquisador.
Para Wagner o intuito da antropologia tentar reproduzir, ao menos em
princpios, o modo como estas prprias sociedades inventam suas prprias culturas,
inventam a si mesmas.