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O documento discute as visões de Thornton e Lovejoy sobre a escravidão na África. Lovejoy acreditava que as estruturas pré-existentes na África foram modificadas com a intervenção européia, enquanto Thornton argumentava que a escravidão e o comércio de escravos já existiam na África e foram intensificados pelos europeus, não causados por eles. Ambos historiadores tiveram abordagens diferentes, com Thornton criticando Lovejoy por não considerar os debates estruturalistas sobre modo de produção na África.
O documento discute as visões de Thornton e Lovejoy sobre a escravidão na África. Lovejoy acreditava que as estruturas pré-existentes na África foram modificadas com a intervenção européia, enquanto Thornton argumentava que a escravidão e o comércio de escravos já existiam na África e foram intensificados pelos europeus, não causados por eles. Ambos historiadores tiveram abordagens diferentes, com Thornton criticando Lovejoy por não considerar os debates estruturalistas sobre modo de produção na África.
O documento discute as visões de Thornton e Lovejoy sobre a escravidão na África. Lovejoy acreditava que as estruturas pré-existentes na África foram modificadas com a intervenção européia, enquanto Thornton argumentava que a escravidão e o comércio de escravos já existiam na África e foram intensificados pelos europeus, não causados por eles. Ambos historiadores tiveram abordagens diferentes, com Thornton criticando Lovejoy por não considerar os debates estruturalistas sobre modo de produção na África.
Ronaldo, no obstante a maioria seguir pela linha do pensamento de
Lovejoy, pequenos detalhes do pensamento de Thorton no podem passar despercebidos, tais como as sociedades africanas j eram fragmentadas antes da chegad do europeu e sua crescente participao no comrcio de escravos, este comrcio sempre foi endmico em frica, o europeu dele passa a participar, mas as mudanas internas so de responsabilidade das prprias sociedades africanas que entenderam ser esta nova fonte de possibilidades uma forma lucrativa de negcio. por ai? o que voc acha? Celso, dificil eleger uma linha de pensamento em meio a dois grandes historiadores, tive uma discusso em relao a Thornton e Lovejoy quando estudei a disciplina Histria da frica na Universidade Estadual de Feira de Santana. Apesar das divergncias conceituais entre eles, vou tentar traas a minha leitura e o meu ponto de vista em relao a esses dois importantes africanistas. No li os dois livros por completo, apenas alguns captulos indicados pela professora da disciplina, apesar disso segue a minha contribuio (se cansar a leitura sugiro que leia somente o ltimo pargrafo, onde sintetizo as linhas abaixo) Quando Paul Lovejoy escreveu A Escravido na frica: uma histria de suas transformaes, ele buscou analisar, sobretudo, as transformaes ocorridas no sistema de escravido africana logo aps a interveno dos europeus. Lovejoy defende a tese de que as estruturas pr-existentes na frica foram modificadas a partir do momento que o elemento externo (neste caso entende-se por elementos externos os europeus) intervieram nos sistemas africanos. Para voc entender melhor essa ideia da transformao sugiro que leia o primeiro captulo do livro, onde Lovejoy apresenta as trs premissas bsicas que nos levam a entender o processo de alterao das estruturas que envolviam a escravido. A primeira delas a se considerar o prprio ambiente africano: Lovejoy destaca as formas de produo baseadas no parentesco, a diviso do trabalho existente entre as sociedades africanas e as relaes de dependncia, as quais entrariam a existncia de escravos. O segundo ponto apresentado o fator islmico: nesta premissa Lovejoy coloca que os estados muulmanos interpretaram a antiga tradio escravista de acordo com a sua nova religio. Os escravos continuara ma desempenhar funes que antes desempenhavam com os sues lideres tradicionais, como exemplo daqueles que serviam o exercito ou trabalhavam nas funes burocrticas e administrativa do aparelho estatal. A escravido praticada pelos islmicos era uma forma de converso religiosa dos no muulmanos. No terceiro fator, Lovejoy destaca a maior ruptura com os sistemas tradicionais de escravido africana. O comrcio transatlntico favoreceu a expanso do trfico de escravos nas regies onde a influncia islmica no era muito forte ou inexistente. Aumenta-se nesse sentido, a demanda por escravos e o comrcio desenvolve-se exclusivamente para a exportao de milhes de escravos para colnias europias. Isso se d inicialmente no sculo XV e com mais intensidade nos sculos posteriores at o sculo XIX. Sobre esse aumento do nmero de escravos causada pelos europeus, e que entramos na discusso de Jonh Thornton. No livro A frica e os Africanos na Formao do Mundo Atlntico - 1400-1800, podemos simplificar que a principal tese a de que os europeus apenas se inseriram em algo j
existente. A escravido e o comrcio de escravos j existentes nas
sociedades africanas foram apenas intensificados com as exigncias europias. Acordos tcitos entre reis e chefaturas locais resultaram num aumento da exportao de escravos. diferentemente de Lovejoy, Thornton afirma que fatores externos no foram necessariamente responsveis pela escravido, o comrcio atlntico de escravos foi resultado da escravido interna, de uma dinmica existente na frica antes dos europeus. Alm disso, Thornton mostra que o subdesenvolvimento africano propalado por alguns no foi a causa principal da disseminao da escravido na frica, estruturas legais e tradicionais amparavam a escravido. A propriedade privada de terras foi o principal motivo da escravido ser to disseminada, Thornton diz que a ausncia da propriedade corporativa de terras Levou a escravido a ser to difundida na frica. A terra em si no representava riqueza, riqueza mesmo era o que esta terra produzia, Thorton chega a colocar que qualquer um seja livre ou escravo poderia ter acesso terra, desde que a mesma no tivesse ocupada. A posse de escravos em algumas sociedades africanas era mais importante, pois o escravo era realmente uma propriedade comercializvel . As taxaes realizadas pelo Estado se davam, em linhas gerais, por cabea e no por terras. Para afirmar a inexistncia de propriedade privativa de terras e sim de pessoas Thornton compara ao sistema burocrtico da Europa, como podemos ver na pgina 128: Na frica eram pessoas que eram taxadas em vez de terras, outra ausncia de propriedade privada territorial. Percebemos que a discordncia de Thornton para Lovejoy se d pelo modelo de analise, enquanto, Lovejoy, isola a escravido dentro do prprio continente africano, deixado de lado os debates estruturalistas sobre modo de produo, Thornton o critica justamente nessa questo. O regime de trabalho (ao invs de modo de produo) tomado por Lovejoy de forma desvinculada da escravido como uma instituio. Para Thornton, Lovejoy generaliza a escravido na frica e no observa as diferenciaes entre os diferentes papeis desempenhados na frica pelos escravos.