Vtimas de abusos de toda sorte, vivendo no vale do Guapor, um
verdadeiro inferno, sujeitos a maus tratos, castigos e suplcios,
perseguidos e mortos ou vendidos pelos indgenas aos castelhanos, os negros do Guapor buscavam tambm, por formas diversas, escapar as angstias do cativeiro que os atormentava. Suas atitudes em busca de melhores condies de vida chegavam a medidas de rebeldia que exigiam extrema coragem e vigor. Os escravos do Vale do Guapor construram assim uma histria de lutas e resistncia escravido, que deixou marcas na colonizao desse rio, perceptveis at os dias atuais (Teixeira e Fonseca, p.81) O inconformismo com o cativeiro e a luta dos negros pela liberdade no Vale do Guapor, na segunda metade do sculo XVIII, manifestaram-se por ato individuais, desde violncia, reduo intencional da produtividade e insubordinao at as fugas. (Os escravos fugitivos reuniam-se, em quilombos, dos quais o mais clebre foi o Quilombo do Quarite) ou Piolho (cuja lder era a rainha Tereza de Benguela), situado s margens do igarap Piolho. Nele, os negros resistiram desde sua fundao (1752) at seu extermnio (1795).
Os homens ficaram concentrados embaixo de uma rvore, sob a
mira dos bacamartes, os mortos enterrados, os feridos
medicados e as mulheres possudas pelos sertanistas, como recompensa e presa de guerra. JOS PIOLHO
Quilombolas em RO: Hoje, as comunidades remanescentes desses quilombos comeam a ter sua histria, seus direitos e sua cidadania resgatados, com a possibilidade de garantia da posse da terra.